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Relatório de Análise Química de Materiais Lignocelulósicos

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Análise Química de Materiais Lignocelulósicos – Seringueira
Anexo- Análise Propriedades Físicas dos Materiais Lignocelulósicos
Beatriz Cunha Dantas 201710577
Bianca Mandu Draber 201610837
Prof.: José Benedito 
Análise Química de Materiais Lignocelulósicos – Seringueira
Introdução
Materiais lignocelulósicos na forma de biomassa de plantas, como a seringueira, são os mais abundantes complexos orgânicos de carbono e são constituídos, principalmente, de três componentes: celulose, hemicelulose e lignina. Nesta prática utilizaremos a seringueira usada no Brasil para a produção de látex. Esta é uma dicotiledônea do gênero Hevea, pertencente à família Euphorbiaceae, o caule é composto por celulose, hemicelulose, lignina e suberina. Quando se chegam ao final da vida produtiva de látex das árvores, que variam de 25 a 30 anos, elas são cortadas, para um novo plantio. As árvores, no estado de São Paulo, chegam a apresentar um diâmetro de 30 a 35 cm, podendo ser aptas para o corte, aproximadamente, 200 árvores/hectare, com uma produção de até 1 m³ de madeira por árvore .
A caracterização química da biomassa é de grande importância para o mercado afim dos avanços tecnológicos. Quando ocorre a caracterização de qualquer tipo de material lignocelulósico este nos fornece a sua finalidade e potencial energético para que possa ser aplicado afim de reduzir custos e inovar em questão energética , para suprir as necessidades do país , já que um dos meios utilizados para produção de energia é derivado do petróleo, fonte que consideramos esgotável. 
Objetivo
O objetivo principal desta caracterização química da seringueira tem finalidade em considerar os teores encontrados para inovações tecnológicas, afim de investir na biomassa para realização , por exemplo, em produções energéticas, e utilizar uma forma de energia sustentável , não esgotável e reduzir os custos.
Materiais e Métodos 
A caracterização dos materiais lignocelulósicos é de extrema importância, pois é a partir desta caracterização que se torna viável a compreensão sobre as interações dos materiais. E para poder obter estas características são realizados procedimentos laboratoriais com o intuito de obter quantitativamente a umidade, os extrativos totais (1ª parte da aula prática), a lignina insolúvel em ácido, as cinzas e por fim, a holocelulose dos materiais lignocelulósicos. Sendo assim, o material que foi estudado nas aulas práticas e será discutido ao longo deste relatório é a seringueira, por se tratar de um vegetal constituinte de lignina, extrativos, entre outros, para poder realizar a quantificação dos parâmetros denominados anteriormente, caso contrário, não seria possível realizar estas análises.
A análise deu princípio pela separação dos extrativos, pois após removê-los torna-se possível analisar os outros quesitos (lignina, cinzas e hemicelulose). Sendo que, para obter o teor dos extrativos totais, utilizou-se o processo de extração em cetona por pelo menos 4 horas, em extrator soxhlet, para remover os extrativos apolares e uma extração final com água quente e fria para remover os extrativos polares. Primeiramente, a amostra de vegetal celulósico, que neste caso é a seringueira, já se encontrava moída para a realização do experimento. A amostra foi moída em um moinho de martelo até determinada granulometria, para que tivesse a área superficial desejada para o experimento, e foi passa em peneira de 35 e 60 mesh, sendo que a amostra ficou retida na peneira de 60 mesh. Após peneirar a amostra, a mesma foi enviada à estufa, por pelo menos 24 horas a ±105ºC. Foram feitas então duas amostras, para caso um papel de filtro rasgasse. As amostras foram identificadas de acordo com sua massa, e os papéis de filtro foram identificadas, conforme pode ser visto na tabela 1. 
Tabela 1: Peso das amostras de seringueira
	Peso
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	Filtro de Café
	1,38
	1,32
	Filtro + Amostra
	6,42
	6,32
	Amostra
	5,04
	5,00
Foi determinado colocar apenas 5 gramas de amostra em casa filtro para evitar encarecer a análise e também pelas perdas que possam vir a acontecer ao longo do procedimento. Após obter as amostras, as mesmas foram fechadas como se fossem umas trouxinhas de papel, fechando o máximo possível, e salienta-se que na hora de pesar novamente as amostras é necessário retirar os grampos colocados para prender as trouxinhas, pois os pesos dos grampos podem interferir nos cálculos.
Após o processo de montar as amostras, colocou-se cada uma em um extrator soxhlet, para remover os extrativos apolares utilizando cetona, poderia ser etanol também, mas neste caso foi utilizado cetona. E para fazer com que a cetona evapore, foi colocado uma fonte de calor (Chapa aquecida entre 70ºC e 90ºC) na base do balão volumétrico que continha a cetona, a qual ao entrar em ebulição irá evaporar e entrará em contato com a amostra a partir da condensação da mesma, pois ocorrerá uma troca de calor do vapor com a água fria que passa pela extremidade superior do extrator, e este sistema ficou funcionando de 4 a 6 horas, conforme pode ser visto abaixo na figura 1.
Figura 1: Sistema Extrator Soxlet, Chapa, Troca de calor e Amostras
Passado o tempo da remoção dos extrativos, obteve-se as massas das amostras livres de extrativos para que seja possível quantificar o teor de extrativos totais de cada amostra. Para obter esta quantificação dos extrativos, utiliza-se a equação abaixo, a qual determinará o teor de extrativos totais em porcentagem.
				(Eq.01)
Aonde:
Ext Teor de extrativos totais em %
Mi Massa inicial (g)
Mf Massa da amostra livre de extrativos (g)
Portanto, pode-se calcular o teor de extrativos das duas amostras, a partir das massas das amostras livres de extrativos, conforme a tabela abaixo mostra.
Tabela 2: Peso das amostras livre de extrativos
	
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	Peso após secagem
	6,0925
	6,0553
	Peso do papel filtro
	1,38
	1,32
	Amostra livre de extrativos
	4,7125
	4,7353
E os cálculos podem ser vistos a seguir.
Amostra 1 Extrativos = 6,50%
Amostra 2 Extrativos = 5,30%
Chegou-se à conclusão de que a média entre as duas amostras é de 5,90%. E este valor nos diz o quanto de extrativos tínhamos presentes na amostra. Portanto, sabe-se que foram retirados das amostras uma média de 0,3 gramas de extrativos. E assim é possível dar continuidade à análise química do material lignocelulósico seringueira.
Após realizar o procedimento dos extrativos foi possível realizar as análises da umidade da amostra. A qual tem por objetivo determinar a porcentagem de umidade presente na amostra, pois trabalhar com a amostra mais seca possível evita erros. E para obter a umidade da amostra base seca, deve-se ter os dados da amostra úmida e da amostra seca, a qual é verificada em cada etapa do experimento, para poder encontrar a umidade a partir da equação 02 que pode ser vista abaixo.
				 	(Eq.02)
Aonde:
Ubs Umidade da amostra base seca (%)
Mu Massa úmida
Ms Massa seca
Foram realizadas três repetições sobre a massa da amostra da seringueira (média das amostras), seca e úmida, as quais podem ser vistas na tabela abaixo.
Tabela 3: Dados da massa úmida e seca da seringueira com o cadinho
	Repetição:
	Massa Úmida (g)
	Massa Seca (g)
	1
	49,64
	44,37
	2
	47,97
	43,12
	3
	46,62
	42,07
Após obter os valores das massas foi possível obter a porcentagem da umidade da amostra seca em cada repetição, a partir da equação 1, conforme pode ser visto abaixo. Não desconsiderou o peso do cadinho, pois o mesmo não interferirá nesta equação.
Repetição 1 Ubs = 11,88%
Repetição 2 Ubs = 11,25%
Repetição 3 Ubs = 10,81%
Pode-se analisar um decaimento na porcentagem da umidade da amostra seca, sendo que esta umidade pode ser considerada ótima para o estudo, visto que precisaria de no mínimo 12% de umidade amostral. 
Dando continuidade ao experimento, foi possível realizar a análisede lignina presente na amostra, devido ao fato da amostra não possuir mais extrativos. Primeiramente, a amostra foi retirada da estufa para que não absorvesse mais umidade e alterasse a análise. Depois foi iniciado o procedimento que consistia em adicionar ácido sulfúrico na amostra e aquecê-la, através de uma fonte de calor, para que a holocelulose fosse degradada e assim, restasse apenas lignina. Sendo que esta lignina se subdivide em solúvel e insolúvel. A solúvel não será analisada por requerer a presença de um espectrofotômetro, porém foi possível visualizar a coloração desta lignina na amostra, e o processo da lignina solúvel está descrita abaixo. 
Descrevendo detalhadamente este processo, pesou-se duas vezes (para fazer duas amostras, para caso ocorra alguma falha no processo) 0,3g da amostra livre de extrativos e adicionou 3ml de ácido sulfúrico à 72%, em cada béquer de amostra e começou a macerar a amostra + ácido para que tivéssemos a certeza de que toda a amostra teria contato com o ácido. Após este processo, deixou-se este sistema em banho-maria por pelo menos duas horas em temperatura ambiente para que houvesse as reações e depois foi colocado sobre uma chapa de aquecimento por pelo menos 6 horas a ±100ºC, adicionando-se 550 ml de água destilada, e completando-a sempre para manter pelo menos 3% do ácido sulfúrico. Após as 6 horas a amostra ficou em repouso, decantando, por 18 horas, para que assim, pudesse separar a lignina insolúvel com a utilização de um cadinho, um kitassato e uma bomba à vácuo (foto abaixo).
O cadinho por si só não ia reter toda a lignina insolúvel, e por isso foi necessário criar uma camada extra de filtro, utilizando uma polpa celulósica e assim diminuir o diâmetro dos poros e com consequência, reter mais lignina conforme mostra a foto a seguir.
Para poder quantificar o teor de lignina insolúvel em ácido, precisou-se secar novamente a amostra e assim utilizar a seguinte equação 03:
				(Eq.03)
Aonde:
Tlig(%) Teor de Lignina (%)
Mlignina Massa seca de lignina retida no cadinho em gramas
Ms Massa seca da amostra livre de extrativos em gramas
Os dados obtidos nesta análise podem ser vistos na tabela 4 abaixo:
Tabela 4: Dados da massa da amostra
	
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	Massa final da amostra
	0,025
	0,033
	Mlignina (média das amostras)
	0,058/2 = 0,029
E utilizando estes dados com a equação 03, obtém-se o teor de lignina médio das duas amostras, a partir da Ms = 0,3(Aonde essa Ms é a média entre as massas das amostras 1 e 2 livres de extrativos), conforme mostrado a seguir.
 = 9,66%
Uma das penúltimas análises realizadas foi a análise das cinzas, a qual consistiu em calcular a quantidade de cinza retirada da amostra a partir da incineração do material. Foram utilizados dois cadinhos, com massa conhecida para a realização do experimento. Aonde foi colocada 1g da amostra utilizada na análise de extrativos em cada cadinho, e após esse processo foram levados à mufla a 525ºC por aproximadamente duas horas para incinerar o material. Após as duas horas foram obtidas as cinzas destas amostras e com isso foi possível obter a quantidade média de cinza no material, conforme pode ser visto na tabela abaixo.
Tabela 5: Dados das cinzas
	Amostra (g) ±0,01
	Cadinho 1
	Cadinho 2
	Cadinho 3
	Cadinho 4
	Peso do Cadinho
	41,3948
	27,5884
	26,9262
	27,7801
	Amostra
	1,9953
	1,9925
	2,0189
	2,0074
	Cinzas + Cadinho
	41,4304
	27,6207
	26,9612
	27,8114
	Cinzas
	0,0356
	0,0323
	0,0350
	0,0313
	Média das cinzas
	0,03355±0,01g
	Média das amostras
	2,003525±0,01g
O cálculo para encontrar a porcentagem do teor de cinzas do material lignocelulósico é:
						(Eq.04)
Aonde:
Tc(%) Teor de Cinzas (%)
Mc Massa de cinzas (g)
Mc Massa inicial (g)
E a partir dessa equação foi encontrada um teor de cinzas de 1,67%, sendo que o teor de cinzas no material lignocelulósico deveria estar entre ±1%
Para realizar a análise da holocelulose, faz-se o processo reverso da lignina, pois ao adicionar ácido, degrada-se a holocelulose, restando apenas a lignina. Então nesta parte do experimento, pesou-se 1g de amostra, livre de extrativos e adicionou-se uma base para que a lignina fosse degradada, e assim, ser possível quantificar a holocelulose.
O procedimento para quantificar a holocelulose consistiu basicamente em, adicionar 3ml clorito de sódio diluído em 30% de água + 2ml de ácido acético em 20% de água e completar com mais 90ml de água. E a cada 45 minutos adicionar mais 2 e 3ml de ácido acético e clorito de sódio, respectivamente, na amostra, que estará em banho-maria por pelo menos 4, 5 horas à 75ºC, até que a amostra seja filtrada e assim separada a holocelulose. Porém, neste experimento, obteve-se a quantificação da holocelulose a partir da equação 05 e sem a realização experimental, visto que não teríamos tempo hábil para tal experimento.
A equação que quantifica a holocelulose pode ser escrita como:
 	(Eq.05)
E utilizando esta equação obteve-se uma porcentagem de 82,77% de holocelulose, aonde a porcentagem de lignina equivale a 9,66%, a porcentagem de extrativos total equivale a 5,90% e por fim, a porcentagem de cinzas equivale a 1,67%, obtendo assim um total de 82,77% de holocelulose.
Discussão e Resultados 
Com a caracterização da seringueira obtemos os seguintes resultados, conforme a tabela 1 :
Tabela 1 : Resultados 
	Teor de lignina
	Teor de Holocelulose 
	Teor de Cinzas
	Teor de Extrativos totais
	Umidade do material
	9,66%
	82,77%
	1,67%,
	5,90%
	11,31%
Os teores de lignina encontrados estão abaixo aos relatados por outros autores como Boerhendy et al. (2011) teor de lignina para H. brasiliensis de 20,78%, média de seis clones diferentes, Lau (1992) de 18,2 ± 0,16%, Simatupang (1994) citando Chinchole (1969) 17,8%. Trugilho (1996) estudando Eucalyptus saligna cita que a densidade básica pode sofrer a influência de alguns tipos de extrativos, e que a lignina tem correlação negativa com a densidade, madeiras mais densas têm menores teores de lignina. A idade das árvores estudadas, podem refletir o teor de lignina para um valor abaixo dos citados por outros autores. 
Os teores obtidos estão acima do que por outros autores, como Alwin (2006), cita teores de extrativos de 0,70-1,28% e Chincole (1969, citado por SIMATUPANG, 1994), relata teor de extrativos de 3,4%. Os valores aqui determinados podem tambem estar relacionados a idade. Pois Silva (2005) cita para Eucalyptus que o teor de extrativos variam com a idade, comunicando teor de extrativos de 2,76%, para árvores de 10 anos de idade e teores de extrativos de 6,34%, para árvores de 20 anos de idade, e que o teor de extrativos da madeira de árvores mais jovens tende a apresentar valores mais reduzidos que os encontrados nas madeiras mais maduras.
Os valores teóricos de holocelulose da madeira adulta mostraram-se maiores do que a madeira juvenil. Os teores encontrados estão acima dos valores 73,44% - 77,79% relatados por Allwi (2006) para a espécie. Os resultados encontrados estão em torno da média e assim podemos concluir que a pesquisa foi satisfatória, sendo assim resultados próximos, pois pode ter ocorrido erros técnicos ou de cálculos e localidade influência na pesquisa, junto com o clima, a idade do material e o tipo de material utilizado.
Conclusão (Finalidades tecnológicas)
	Os materiais lignocelulósicos são os materiais orgânicos mais abundantes no Brasil, representando aproximadamente 60% da biomassa vegetal. Podem ser divididos em seis grupos principais: resíduos de colheitas, madeira de lei, madeira de conífera, resíduos celulósicos (lodo de papel e papel reciclado, jornais etc.), biomassas herbáceas e resíduos sólidos municipais. Esses materiais apresentam uma rede complexa e resistente composta principalmente por lignina (10% a 30%), hemicelulose (15% a 35%) e celulose (30% a 50%), sendo a concentração de cada um desses elementos variável de acordo com o tipo de matéria-primaem questão, idade e estágio vegetativo.
Tem-se evidenciado, por exemplo, o potencial uso de componentes hemicelulósicos como biopolímeros em indústrias de alimentos, biomédicas e Materiais lignocelulósicos como matéria-prima para a obtenção de biomoléculas de valor comercial de cosméticos; como polímeros iônicos, hidrogéis para liberação gradativa de drogas e uma infinidade de possibilidades de usos para frações específicas, por exemplo, glucomananas e arabinogalactanas como ingredientes de alimentos, bebidas e na medicina. 
Recentemente, muita atenção tem se voltado também à lignina. Em geral ela é queimada para a produção direta de energia térmica, mas esse processo é pouco vantajoso por exigir uma etapa prévia de concentração para diminuir a quantidade de água. Alternativas mais interessantes do ponto de vista econômico e ambiental são, dentre outras, a própria produção de biocombustíveis e geração de biomoléculas como aldeídos aromáticos e produtos fenólicos. Conversão hidrotérmica, pirólise, degradação enzimática, degradação fotocatalizada e oxidação por irradiação de micro-ondas e biotransformação são algumas das técnicas atualmente estudadas para agregar valor às ligninas.
Referências
-ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11941: Madeira – Determinação da densidade básica. Rio de Janeiro, 2003.
-ALLWI, N. I. Anatomical structure and physical properties of newly introduced Hevea species. 2006. 161 f. Dissertação (Mestrado)-Putra Malaysia University, Kuala Lumpur, 2006.
-BOERHENDY, H. I. et al. Basic characteristics of rubber wood for some recommended clones in Indonesia. Sembawa Research Centre Indonesian Rubber Research Institute. 2011. Disponível em: . Acesso em: 01 out. 2011. 
-LAU, S.; IBRAHIM, R. Ff-IR spectroscopic studies on lignin from some tropical woods and rattan. Pertanika, Selangor, v. 14, n. 1, p. 7581,1992.
-SIMATUPANG, M. H.; SCHMITT, U.; KASIM, A. Wood extractives of rubberwood (Hevea brasilensis) and their influences on the setting of the inorganic binder in gypsum-bonded particleboards. Journal of Tropical Forestry Science, Kuala Lumpur, v. 6, n. 3, p. 269-285, 1994.
-TRUGILHO F. P.; LIMA, J. T.; MENDES, L. M. Influência da idade nas características físicoquímicas e anatômicas da madeira de Eucalyptus saligna. Revista Cerne, Lavras, v. 2, n. 1, p. 94-111, 1996.
ANEXO
PRÁTICA DE PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS LIGNOCELULÓSICOS
Determinação da Umidade
Primeiramente, este é uma das análises mais importantes se tratando de um material lignocelulósico, pois a umidade interfere diretamente no material. Pois a umidade altera as propriedades do material. E para determinar a umidade no material foram utilizados dois métodos
Método da Estufa:
Este método consistiu em pesar os materiais lignocelulósicos e obter amostra de 5x5 cm, sendo que foram duas amostras de cada tipo: um tipo do compósito MDP úmido, um sólido e a outra era um material particulado de pinus. Após pesá-los e obter as amostras de 5x5 cm. Foram levados à estufa a 105±3ºC, até que a massa ficasse constante e foram pesados novamente para poder obter a umidade na base seca e úmida, conforme pode ser visto abaixo. E a umidade dos materiais lignocelulósicos foi obtida a partir da Eq. 02.
Tabela 1: Painel Particulado de Média Densidade (MDP)
	Peso
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	MDP úmido
	19,29
	17,27
	MDP seco
	18,90
	16,90
	Umidade (%)
	2,06
	2,19
Tabela 2: Material Sólido (MS)
	Peso
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	MS úmido
	27,60
	27,30
	MS seco
	27,01
	26,66
	Umidade (%)
	2,18
	2,4
Tabela 3: Material Particulado de Pinus (MPP)
	Peso
	Amostra 1 (g) ±0,01
	Amostra 2 (g) ±0,01
	MPP úmido
	1,01
	1,01
	MPP seco
	1,01
	1,07
	Umidade (%)
	-
	-
Pode-se observar a partir das análises das umidades presentes nas tabelas 1, 2 e 3 uma média das umidades de cada material, aonde a média da umidade do MDP é de 2,125%, do MS é de 2,29% e do MPP não foi possível realizar o cálculo da umidade e nem uma média, pois observou-se que o material absorveu umidade, ao invés de perder devido à alta temperatura (105±3ºC) da estufa.
Método da resistência elétrica
Este método consistiu em utilizar um equipamento de resistência elétrica. Aonde a umidade foi medida diretamente a partir da leitura do equipamento em três pontos da lâmina de cada amostra, conforme pode ser visto abaixo. O equipamento foi colocado na função 2, e a massa específica (ρ) foi determinada entre 0,2 - 0,35g/cm³.
Tabela 4: Umidade a partir do Método de Resistência Elétrica
	Umidade (%)
	Madeira de Pinus
	Lâmina de Pinus
	Compósito OSB
	Base
	14,3
	6,6
	14,2
	Meio
	13,4
	11,4
	17,5
	Topo
	14,2
	10,2
	16,8
Observa-se uma diferença nas umidades de cada material, a maior diferença encontra-se na lâmina de Pinus, e esta diferença se dá pelo fato de ser uma amostra com uma espessura pequena, em relação às outras amostras.
Determinação da Densidade
Um outro fator importante para se analisar, é a determinação da densidade de um material lignocelulósico pois pode-se relacionar a massa do material com o seu volume. E a densidade também irá influenciar nas propriedades do material lignocelulósico, como por exemplo as propriedades mecânicas, energéticas e físicas.
Densidade a granel
Este tipo de determinação é mais comum quando se trata de grandes volumes, como é o caso de cargas que são transportadas por caminhões e ao chegar no local de destino precisa-se determinar a densidade do material. No experimento utilizou-se dois cadinhos (volume de cada cadinho é de 25cm³), para poder realizar uma média dos dados, e um material particulado a granel para determinar sua densidade. Os dados deste experimento podem ser vistos abaixo e o cálculo utilizado para esta determinação foi a equação da densidade, aonde:
Os dados obtidos foram:
Tabela 5: Densidade do material particulado
	
	Amostra 1
	Amostra 2
	Massa (±0,01g)
	7,47
	7,22
	Volume (cm³)
	25
	25
	Densidade (g/cm³)
	0,298
	0,288
Logo, a densidade média do material particulado em estudo foi de 0,293.
Densidade aparente
Este procedimento consistiu em obter as dimensões exatas de um corpo de prova de 5x5 cm a partir do uso do paquímetro, para obter o volume do material e assim poder calcular a densidade aparente do material a partir da seguinte equação:
Aonde as dimensões obtidas do material foi de: lado 1 = 4,867 cm, lado 2 = 4,836 cm e espessura = 1,641 cm. Logo o volume do material é de 38,62cm³. E a massa da amostra, após ser pesada em balança semianalítica foi de 28,52g. Utilizando a equação a cima, encontrou-se uma densidade aparente do compósito que foi de 0,74g/cm³.
Densidade básica
Esta determinação consistiu em saturar o material lignocelulósico particulado com água. Aonde o material saturado foi inserido numa proveta que já estava previamente preenchido com água (aproximadamente 400ml de água) até que observasse uma alteração perceptível e mensurável no volume da água. Variação esta de ±10 ml no volume da água que estava na proveta. Após esta variação o material foi filtrado e levado à estufa a 105±3ºC até que a massa ficasse constante. A densidade aparente deste material particulado não foi possível obter, visto que não houve tempo suficiente pro material saturar, e por este motivo não foi possível concluir esse cálculo de densidade básica.
Densidade básica em material lignocelulósico sólido
Nesta parte da determinação da densidade, utilizou-se o princípio de Arquimedes. E o procedimento consistiu em saturar um corpo de prova de madeira e imergi-lo em um pote com água, aonde este estava sobre uma balança, com o intuito de obter a massa de água (que corresponde ao volume saturado), e após este procedimento, levar a amostra para secar na estufa até obter massa constante. Neste método obteve-se duas massas, visto que foram utilizadas duas amostras.
Foi possívelrelacionar a massa de água com o volume saturado da amostra, pois sabe-se que a massa específica da água é 1g/cm³ e por isso foi possível realizar esta relação. Então a partir da massa da amostra seca é possível encontrar sua densidade básica. Conforme pode ser visto abaixo.
Tabela 7: Densidade do material sólido
	
	Amostra 1
	Amostra 2
	Massa (±0,01g)
	12,16
	15,19
	Volume (cm³)
	43,09
	43,12
	Densidade (g/cm³)
	0,28
	0,35
Logo, chegou-se em uma média de 0,32g/cm³ na densidade básica das amostras.
Variação Dimensional
Por fim, para finalizar as determinações físicas dos materiais lignocelulósicos, foi realizado a análise da variação dimensional do Material Particulado de Média Densidade (MDP). A qual consistiu em marcar com uma caneta o centro e realizar um traço em um dos lados do MDP com dimensão 5x5 cm e medi-lo, com o auxílio de um paquímetro, neste traço, submergi-lo em água por aproximadamente 50 minutos e então medir novamente a amostra utilizando o paquímetro e no mesmo traço, para que seja possível calcular a variação dimensional, que é determinada pela seguinte equação.
A partir desta equação e dos dados obtidos foi possível encontrar a variação dimensional em porcentagem, conforme pode ser visto abaixo.
Tabela 8: Variação Dimensional
	
	Amostra Seca
	Amostra Molhada
	Espessura (mm)
	12,16
	15,19
	Variação Dimensional
	5,48%
1

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