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Legislação e Propriedade Intelectual para Softwares

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Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Disciplina Legislação e Propriedade 
Intelectual 
Aula 6 
 
 
Prof.ª Lorena Paes de Almeida 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Olá! Seja bem-vindo à sexta aula da disciplina “Legislação e Propriedade 
Intelectual”. Veremos os seguintes temas: 
 Evolução histórica; 
 Legislação; 
 Conceito de Softwares; 
 Relevância jurídica e econômica do Software. Bons estudos! 
Confira no material online um vídeo com a apresentação da professora Lorena. 
 
Contextualizando 
O computador é uma ferramenta primordial para nossas atividades, é 
praticamente impossível não termos essa tecnologia inserida em nossos 
ambientes de trabalho e até mesmo no convívio social como compras, 
pagamentos, aprendizado e lazer. Nesse contexto, um número crescente de 
cientistas e técnicos se dedicam a desenvolver projetos que facilitem o acesso 
aos computadores. Leia o que Carvalho e Daltrini afirmam em relação à 
importância das interfaces nos projetos de sistemas para computadores: 
“Mesmo nos dias atuais, é muito significativa a quantidade de 
projetistas que concentram muito mais esforços em desenvolver um 
produto de excelente qualidade técnica do que na elaboração de uma 
interface que cause satisfação ao seu usuário. Porém, eles esquecem 
que, para o usuário, que não conhece o conteúdo da caixa preta 
sistema, a interface é sua única interação com o produto em questão”. 
Carvalho e Daltrini (1993, p.3) 
 
O desenvolvimento adequado das interfaces entre o ser humano e o 
computador é uma tarefa complexa, que exige conhecimento técnico e um 
grande volume de investimentos, mas pela sua importância e alcance (ela 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
movimenta bilhões de dólares em negócios e gera milhares de empregos), as 
interfaces se tornam um bem digno de proteção jurídica. 
Confira no material online a contextualização da professora Lorena sobre 
este conteúdo. 
 
Tema 1 - Evolução histórica 
O computador surgiu na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) com o 
desenvolvimento do Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken. 
De lá para cá, a tecnologia evoluiu bastante nesta área, principalmente nas 
últimas décadas, o que propiciou o surgimento de um novo ramo industrial, 
altamente inovador e competitivo, responsável pela integração quase total dos 
mercados mundiais. 
 A evolução do software está intimamente associada ao desenvolvimento 
das linguagens de programação, algo primordial para o funcionamento dos 
computadores e que propiciou o surgimento de novas inovações que facilitam a 
nossa vida e até mesmo geram uma certa dependência delas. 
 Quando falamos da história do software, é preciso voltar ao tempo, aos 
primórdios da informática. Nesse período os softwares eram desenvolvidos e 
comercializados com os seus códigos fontes, pois como existiam poucos 
computadores no mercado, o valor era relacionado ao próprio hardware, e não 
no software pré-instalado. Como o software não era comercializado separado 
do hardware, ele era chamado de “software livre”, já que os códigos fontes 
eram disponibilizados aos proprietários e esses tinham a liberdade de alterá-los 
ou mesmo tê-los como base para desenvolver outros softwares, sem pagar 
nada a mais por isso. 
 No final dos anos 70 a evolução constante da tecnologia trouxe o 
conceito de “softwares proprietários” que eram, e ainda são, uma modalidade 
de comercialização em que o comprador não tem direito sobre os códigos 
fontes. Essa prática aumentou a margem de lucro entre os fabricantes de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
softwares, aumentando a concorrência, o que motivou a busca pela proteção 
da propriedade intelectual. A partir de então o código-fonte passou a ser 
protegido, pois ele é o próprio conhecimento do software. 
 Entenda melhor a evolução histórica do conceito Software assistindo à 
explicação da professora Lorena, no material online. 
Tema 2 – Legislação 
 
O marco inicial para abordar a legislação de um tema sempre será a 
Constituição Federal. No que diz respeito à proteção das criações intelectuais, 
bem como as marcas e patentes, temos a previsão legal de proteção no artigo. 
5º, XXIX. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais o 
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações 
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros 
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento 
tecnológico e econômico do País; (CF; 1988) 
Em 1998, a lei nº 9.609 foi promulgada no Brasil para regular a proteção 
da propriedade intelectual do programa de computador e sua comercialização. 
Ela apresenta a seguinte composição: 
 
I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (1); 
II - DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO (2-6); 
III - DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR 
(7-8); 
 
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5 
IV - DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO E DE 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (9-11); 
V - DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES (12-14); 
VI - DISPOSIÇÕES FINAIS (15-16). 
 
Essa legislação traz alguns pontos que devemos abordar com muita 
atenção: 
 
a. A lei expressa de forma clara o que é programa de computador: 
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto 
organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em 
suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas 
automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou 
equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para 
fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. (Lei nº 9.609/98) 
 
b. A lei determina a proteção dos direitos e do registro: 
Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa 
de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de 
direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta 
Lei. 
§1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições 
relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do 
autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito 
do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas 
impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de 
computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. 
 
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6 
§2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de 
computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º de 
janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, 
da sua criação. 
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de 
registro. 
Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente 
ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos 
relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante 
a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente 
destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do 
empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, 
que decorra da próprianatureza dos encargos concernentes a esses 
vínculos. 
c. A lei, nos artigos 7 e 8, lista a proteção conferida aos usuários dos 
programas de computador: 
Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o 
documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as 
respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível 
pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada. 
Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer 
seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de 
comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de 
validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos 
usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao 
adequado funcionamento do programa, consideradas as suas 
especificações. 
 
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7 
Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de retirada de 
circulação comercial do programa de computador durante o prazo de 
validade, salvo justa indenização de eventuais prejuízos causados a 
terceiros. 
d. Os artigos 12 e 13 nos trazem a informação quanto as infrações e as 
penalidades por não respeito a lei: 
Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. 
§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de 
programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, 
sem autorização expressa do autor ou de quem o represente: 
Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa. 
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, 
expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, 
para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, 
produzido com violação de direito autoral. 
§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede 
mediante queixa, salvo: 
I - Quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, 
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação 
instituída pelo poder público; 
II - Quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação 
fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos 
crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. 
 
 
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8 
§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do 
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á 
independentemente de representação. 
Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e 
apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de 
computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a 
apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de 
direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de 
quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou 
comercializando. 
Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá 
intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com 
cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito. 
Neste tema ressaltamos alguns pontos importantes da lei 9.609/98, 
porém a leitura integral do texto desta legislação é extremamente importante 
para o profissional da área. Por isso acesse-a clicando no link a seguir. 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9609.htm 
Quer saber mais sobre a legislação relacionada aos softwares? Então 
confira a explicação da professora Lorena o material online. 
 
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9 
Tema 3 - Conceito de Software 
 
Segundo o dicionário Aurélio, software é: 
1. Em um sistema computacional, o conjunto dos componentes que não 
fazem parte do equipamento físico propriamente dito e que incluem as 
instruções e programas (e os dados a eles associados) empregados 
durante a utilização do sistema. 
2. Qualquer programa ou conjunto de programas de computador. 
3. Produto que oferece um conjunto de programas e dados para uso em 
computador. (Dicionário Aurélio) 
Considerando o seu sentido restrito, o conceito de software coincide com 
o conceito de programa, pois ele é um bem intangível, que como o programa, 
tem a necessidade de ser materializado em um corpo físico para atingir sua 
funcionalidade plena. 
O artigo 1º da lei nº 9.609/98 enuncia que: Art. 1º Programa de 
computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em 
linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, 
de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, 
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica 
digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. 
O software então é conceito genérico que inclui várias categorias de 
programas que podem ser subdivididos de acordo com o tipo de função a que 
se destina. As duas categorias principais são: sistemas operacionais e softwares 
aplicativos. 
Os sistemas operacionais, também conhecidos como softwares básicos, 
são aqueles ligados ao controle das funcionalidades do computador e seus 
periféricos. Os softwares básicos cuidam de atividades essenciais ao 
funcionamento do Hardware. 
 
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Os softwares aplicativos são aqueles que fornecem informações 
necessárias ao computador que, após serem processadas, servirão para executar 
tarefas específicas, que suportarão as demandas dos usuários. Existem outras 
classes de softwares que não se encaixam entre os softwares básicos nem entre 
os softwares aplicativos. São eles: 
 Os softwares de rede, que permitem a comunicação dos 
computadores entre si; 
 As linguagens, que fornecem aos programadores as ferramentas que 
necessitam para escrever programas; 
 Os programas, uma sequência de instruções que orientam o 
computador para a execução de uma tarefa determinada. 
 Podemos dividir os programas em duas grandes categorias: aplicativos 
e utilitários. 
 Programas Aplicativos: destinados a auxiliar o operador de 
computador na execução de uma ou várias tarefas; 
 Programas Utilitários: uso de técnicos de computador e 
programadores pois sua finalidade é a de auxiliar estes na 
manutenção do próprio equipamento e softwares. 
Para mais informações sobre o conceito de software, confira a explicação 
da professora Lorena no material online. 
 
 
 
 
 
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Tema 4: Relevância Jurídica e Econômica do Software 
 
O artigo “Direito Autoral no uso de Programas de Computador e 
Desenvolvimento”, publicado em outubro de 2003 por Terezinha Cristina Firmino 
da Cruz, analista de sistemas do Exército Brasileiro, foi muito objetivo quando 
abordou a relevância jurídica e econômica dos programas de computador, como 
vemos no trecho destacado a seguir. 
“O fim da reserva de mercado; onde se objetivava incentivar o 
desenvolvimento pelas empresas brasileiras a desenvolver produtos 
com tecnologia própria no Brasil, mas que na verdade fechou o 
mercado causando um gap tecnológico atrasando o resto da economia, 
porque uma série de equipamentos indispensáveis para a economia 
brasileira deixaria de ser importada; possibilitou a dedução de novos 
‘softwares’, fator de enorme importância para a expansão geral da 
nação, pois reduz tempo, energia e serviços, possibilita o surgimento 
de novas técnicas ou de métodos de trabalho mais racionais e a 
economia de verbas preciosas em atividades negociais.”Terezinha 
Cristina Firmino da Cruz 
Albuquerque (1995) explica que os indivíduos diretamente interessados no 
mercado de programas de computador dividem-se em três categorias: 
produtores, comerciantes e consumidores. 
 Produtor: o produtor de software espera que os investimentos 
dedicados à pesquisa, desenvolvimento do produto e marketing sejam 
rentáveis não sendo aniquilados por meio da pirataria. 
 Comerciante: o comerciante visa lucrar com as mercadorias que 
vende. 
 Usuário: o usuário pretende ter à sua disposição bens de boa 
qualidade com preços bastante razoáveis. 
Embora a elaboração e desenvolvimento dos programas de computador 
requeiram um precioso tempo de esforços e custos calculados em cifras 
bastante significativas, a realização de cópias é evidentemente fácil e barata, 
pois hoje existem equipamentos muito sofisticados que permitem a realização 
 
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12 
de cópias de modo rápido e com excelente qualidade. 
 O produtor representa a parte frágil do mercado de software, o qual, 
muitas vezes tem os seus gastos realizados com a concepção e produção de 
um programa reduzido a nada em virtude da pirataria que impera hoje em dia, 
orquestrada sobretudo por comerciantes e consumidores. Sem terem gasto 
dinheiro algum para desenvolver um programa específico, os piratas podem 
por uma quantia irrelevante copiar este software e passar a distribuí-lo 
ilegalmente, prejudicando bastante a lucratividade dos investimentos 
empenhados pelo criador deste bem intelectual. 
 Boa parte dos investimentos mundiais no setor de informática, concentra-
se na área de desenvolvimento de tecnologias associadas a produção de 
programas de computador. No entanto pode-se vislumbrar facilmente quão 
mais fácil é piratear um software do que um hardware qualquer. Uma das 
maiores preocupações dessa indústria se concentra na proteção jurídica deste 
bem imaterial, senão os produtores, ao contrário de estarem vendendo seus 
produtos e se capitalizando, estarão desperdiçando seus ativos. 
 De acordo com a revista BYTE (1995), a estimativa de prejuízos que a 
pirataria de programas gera é baseada no número de equipamentos 
comercializados no país multiplicado pelo custo médio dos programas mais 
utilizados pelos usuários. O barateamento do hardware, em função da abertura 
de mercado, criou um mercado muito grande para o software. Os preços dos 
computadores, principalmente dos pessoais, caíram muito, aumentando 
bastante o consumo interno. 
 De acordo com matéria publicada na Revista COMPUTERWORLD 
(1997), a indústria brasileira de software poderia estar indo muito melhor, caso 
o índice de pirataria fosse menor. Fazendo uma correlação, para cada software 
instalado, haveria quatro cópias adquiridas ilegalmente. Outro artigo publicado 
na Revista INFO (1998), coloca como grandes responsáveis pelo alto índice de 
pirataria no país a utilização ilegal de programas de computador nas empresas 
e a prática de venda de computadores com cópias ilegais instaladas. 
 
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Em um estudo feito no ano de 1999 foi revelado que o Brasil ocupava o 
7° lugar na pirataria de software. Isto pode ser visto a princípio como algo 
inofensivo, porém as suas consequências, são bastante graves principalmente 
a nível econômico, pois faz com que o país perca milhões de reais e deixe de 
gerar milhares de empregos por ano, o que acaba por refletir também em 
outras áreas. Ao praticar a pirataria o indivíduo está sujeito a punições legais 
que podem consistir no pagamento de altas indenizações, comprometimento 
da imagem e falência da empresa e na pior das hipóteses, prisão, pois além do 
crime de violação da propriedade intelectual, estará também praticando o crime 
de sonegação fiscal devido à perda de arrecadação tributária. Podem além 
disso, obter danos incalculáveis ao computador e seu conteúdo pela presença 
de vírus que são geralmente espalhados através de softwares piratas. No 
entanto, muitas vezes para os grandes produtores de software, a cópia pirata 
pode trazer benefícios bastante significativos, pois com a pirataria, alguns 
programas são disseminados muito mais rapidamente. Os usuários passam a 
utilizá-los de início em aplicações simples, mas depois, no estágio seguinte, em 
aplicações mais sofisticadas, podem sentir a necessidade do respaldo jurídico 
de uma cópia original. 
 Mas o fabricante, ao adotar uma política de descontos significativos para 
a venda de grandes lotes contribui muito para inibir a pirataria, pois às vezes a 
diferença entre o custo de comprar o software original com um manual bem 
impresso, desconto na próxima atualização, garantia de assistência técnica e 
despreocupação quanto aos aspectos jurídicos e a produção de uma cópia 
ilegal, pode ser muito pequena. Porém nenhuma empresa estaria disposta a 
produzir softwares se verificasse que os resultados das suas pesquisas 
poderiam ser perdidos para outras, caso não houvesse a salvaguarda 
adequada. 
 Os direitos de propriedade, quando assegurados, garantem o 
conhecimento com antecedência dos custos da transação, facilitando o 
planejamento dos negócios e, em última instância, a industrialização. Ao se 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
analisar economicamente o assunto, é possível perceber que a proteção à 
propriedade intelectual contribui para promover a concorrência, encorajando 
empresas na competição pelo desenvolvimento de novos softwares resultando 
em opções para o consumidor expressas em serviços e produtos novos de 
melhor qualidade e a preços mais interessantes. 
 Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre esse assunto? Então leia 
o artigo “Direito Autoral no Uso de Programas de Computador e 
Desenvolvimento”, de Terezinha Cristina Firmino da Cruz, disponível no link a 
seguir. 
https://jus.com.br/artigos/4215/direito-autoral-no-uso-de-programas-de-
computador-e-desenvolvimento/1 
No material online a professora Lorena explica mais detalhes sobre a 
relevância jurídica e econômica do software. Confira! 
Síntese 
No início desta aula vimos que após o desenvolvimento do computador 
Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken, a tecnologia tem 
evoluído bastante e com isso o mercado de software se tornou altamente 
inovador e competitivo. Depois vimos que no início o software não era 
comercializado separado do hardware, ele era chamado de “software livre”, e 
que no final dos anos 70 a evolução constante da tecnologia trouxe o conceito 
de “softwares proprietários” em que o comprador não mais tem direito sobre os 
códigos fontes. Logo após, estudamos a Legislação, identificamos que os 
Direitos do Software estão protegidos no Brasil por 2 legislações: 
 Constituição Federal de 1988; 
 Lei Nº 9.609 de 1998. 
E que esta última nos traz um ponto que não pode ser esquecido. 
 
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15 
Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de 
computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais 
e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. 
§1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas 
aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de 
reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de 
opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, 
mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a 
sua honra ou a sua reputação. 
§2ºFica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de 
computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do 
ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. 
§3º A proteção aos direitos de que trata esta lei independe de registro. 
Depois, apresentamos o conceito de Programa de Computador. 
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto 
organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em 
suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas 
automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou 
equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los 
funcionar de modo e para fins determinados. (Lei nº 9.609/98). 
E mostramos que os programas podem ser divididos em duas categorias 
principais: sistemas operacionais (que cuidam das atividades essenciais ao 
funcionamento do hardware) e os softwares aplicativos (que suportam as 
demandas dos usuários). 
E por último, vimos que é possível perceber que a proteção à propriedade 
intelectual contribui para promover a concorrência, encorajando empresas na 
competição pelo desenvolvimento de novos softwares resultando em opções 
 
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16 
para o consumidor expressas em serviços e produtos novos de melhor qualidade 
e a preços mais interessantes. 
Confira no material online as considerações finais da professora Lorena 
sobre o conteúdo abordado. 
 
Referências 
ALBUQUERQUE, Roberto de A. Chacon de. A Interdependência entre a 
Propriedade Intelectual de Software e o Direito Público: uma análise de 
direito comparado. Brasília, 1995. 309 p. (Dissertação de mestrado - 
UnB/Departamento de Direito - Orientador: Moreira Alves). 
ANTONIO, Irati. (1998). Autoria e Cultura na Pós-modernidade. Ci. Inf., 
Brasília, v. 27, n. 2 p. 189 a 192, maio/ago. 1998. 
ARAÚJO, Edmir Netto de. Proteção Judicial do Direito de Autor. São Paulo: 
LTR, 1999. 173 p. 
BARBOSA, Denis Borges. Propriedade Intelectual: Direitos Autorais, 
Direitos Conexos e Software. Ed.Lúmen Júris. 
BITTAR, Carlos Alberto. A Lei do Software e seu Regulamento. Rio de Janeiro: 
Forense, 1988. 
BITTAR, Carlos Alberto, AMARAL, Cláudio de Souza, VIANA, Márcio Correia. 
Informática Jurídica: O "software": sua natureza jurídica. Brasília. Fundação 
Petrônio Portela, 1985. 120 p. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior / Instituto 
Nacional de Propriedade Industrial. A História da Tecnologia Brasileira 
Contada por Patentes. Rio de Janeiro: INPI, 2008. 
 
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17 
BRITO, José Augusto Pereira. Universidade Presbiteriana Mackenzie. Espaço 
Digital. Disponível em:<www.mackenzie.com.br>. Acesso em: 26 jul. 2016. 
BRIZIDA, Jubert de Oliveira. Informática Jurídica: o disciplinamento pela 
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CARVALHO, José Oscar F. e Daltrini, Beatriz M. (1993). Interfaces de Sistemas 
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CASTRO, Aldemário Araújo. O Tratamento Jurídico do Software no Brasil. 
Procurador da Fazenda Nacional, professor da Universidade Católica de 
Brasília, mestrando em Direito na Universidade Católica de Brasília, membro do 
Conselho Consultivo da Associação Paulista de Estudos Tributários (APET). 
CHAVES, Antônio. Criador da Obra Intelectual. São Paulo: LTR, 1995. 294 p. 
CHAVES, Antônio. Direitos Autorais na Computação de Dados. São Paulo: 
LTR, 1996. 431 p. 
CERQUEIRA, Tarcísio Queiroz. Software: Lei, Comércio e Serviços de 
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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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