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Instituto Federal do Sul de Minas - Campus Muzambinho
Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas
Disciplina: Ecologia I
Docente : Paulo Oswaldo Garcia
Amanda Aparecida de Brito
Luiz Fernando Ferreira
Weverton Rodrigo Macena Mendes
Biomas mundiais e brasileiros
Muzambinho, 2017
Biomas mundiais: Taiga, Deserto e Savanas tropicais
 Os diferentes climas mundiais, causam pressões diferentes em cada região do 
planeta, consequentemente causando fisionomias diferentes, que são 
conhecidos como Biomas, que nada mais são que: "Extensões geográficas com 
macroclima comum, fisionomia da vegetação uniforme, com características de 
solos próprias e fauna associada".
 As Florestas Boreais ou Taigas, assim como os demais biomas, 
correspondem as pressões climáticas da região, fator que causa nesse bioma 
uma fisionomia bastante específica.
 Localizado num grau latitudinal entre 50° e 70° e restrito ao norte, apresenta 
temperaturas extremamente diferentes de uma estação para outra, podendo 
variar de -25°C no inverno para 19°C no verão (ameno), com precipitação de 
400-1000 mm anual e nevando no inverno extremamente frio e seco.
 Embora seja uma região de temperaturas bastante baixas, ao contrário da 
Tundra, a Taiga não apresenta permafrost, o que permite que os organismos se 
desenvolvam mais com adaptações específicas para o clima da região.
 A vegetação da Taiga apresenta um porte médio, com árvores coníferas 
(adaptação do organismo para evitar que a neve fique acumulada em sua copa) 
que se desenvolvem próximas uma das outras, o que consequentemente não 
permite a entrada de luz (raios solares) no interior da floresta, fator responsável 
pelos organismos menos desenvolvidos nesse interior. Predominado por 
pinheiros, devido ao clima hostil a morfologia e fisionomia desses organismos 
apresenta fatores como: Folhas reduzidas com cutículas para evitar a superfície 
de contato com a atmosfera; fechamento estomático e redução do metabolismo 
para sobreviver as temperaturas extremamente baixas.
 A fauna desse bioma, assim como a flora apresenta adaptações específicas 
para sobreviver ao clima da região, apresentando diminuição do metabolismo 
por exemplo (estivação de algumas espécies), se destacando o Urso-pardo 
(Ursus arctus), Lince (Lynx spp.), o Leão da montanha (Felis Concolor ).
 Mais abaixo, próximo a latitude 30°, presente tanto no hemisfério sul quando 
no norte, tem-se outro bioma natural, que assim como a Taiga, sofre influência 
do clima e tem uma fisionomia única, o Deserto.
 Devido sua localização geográfica, num ponto muito quente do globo terrestre, 
esse bioma apresenta características bastante diferentes de outros. Devido ao 
clima extremamente quente nessa região (retorno da célula de Hadley o que 
causa a baixa umidade do local) e seu aspecto montanhoso, fator responsável a 
um efeito orográfico forte nesse bioma, a precipitação do Deserto é baixíssima, 
e irregular, podendo ficar anos sem chover (como no Atacama - Chile, onde 
houve 49 anos com ausência de chuva), o que o torna hostil tanto pela 
temperatura, quanto pela falta de água. Sob tanta pressão, os organismos dos 
ambientes desérticos se desenvolvem com a capacidade de sobreviver no 
mesmo, tendo uma fisionomia e morfologia única.
 A vegetação do Deserto, é predominada principalmente por arbustos, com 
plantas adaptadas tanto para captar quanto para armazenar água, apresentando 
um sistema radicular fasciculado ou pivotante, para captar a pouca água 
presente no solo, diminuição da superfície foliar para evitar a perda de água para 
o ambiente, e parênquima aquífero. 
 Assim como na flora, o clima hostil do deserto reflete na fauna, apresentando 
adaptações que os permitem sobreviver no bioma, tais como forragear em 
horários alternativos (geralmente em períodos que a temperatura está mais 
amena), estruturas que minimizam a perda de água, coloração mais clara da 
epiderme para refletir os raios solares, destacando nos mesmos seus corpos 
menores com apêndices compridos, tais como o dromedário (Camelus 
dromedarius), o lagarto ou diabo-espinhoso (Moloch horridus) e o rato-canguru 
(Dipodomys nitratoides).
 Mais alguns graus latitudinais abaixo, dentro da latitude 30°, localiza-se um 
bioma rico em biodiversidade devido a sua localização, as Savanas Tropicais.
Devido a incidência de raios solares nessa região, o verão é quente e úmido e o 
inverno frio e seco, o que permite que se perceba melhor a estações nos 
continentes que se encontra nessa latitude. A vegetação, como reflexo do clima, 
é dominada por plantas rasteiras, ervas e arbustos, com a presença de arvores 
de pequeno porte e galhos contorcidos e tortuosos, com raízes profundas 
(pivotantes) para maior captação de água do solo.
 Em algumas localidades das regiões onde o bioma é presente, predomina a 
presença de campos, devido a fatores como: profundidade, quantidade de água, 
fertilidade e toxidez do solo. No Brasil, esse bioma é chamado de Cerrado, e são 
considerados Hotspot, devido a seu grande número de espécies endêmicas, e a 
ameaça do homem.
 Pode-se perceber uma grande popularidade desse bioma devido a sua 
presença na mídia, acarretado pelas grandes espécies presentes no mesmo, 
muitas vezes retratadas em animações e filmes, das quais se destacam a zebra 
(Equus grevyi), o leão (Panthera leo), e o elefante (Lexodonta africana).
Biomas do Brasil
No Brasil existem seis biomas terrestres: Amazônia, Caatinga, Cerrado, 
Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
 As Florestas Tropicais Úmidas são distribuídas, principalmente, próximo da 
linha do Equador, com clima quente e úmido predominante, com quantidades de 
chuva adequada, sendo a luminosidade um fator limitante para sua fisionomia. 
 Embora essas florestas se desenvolvam perto do Equador, elas podem se 
espalhar em direção aos trópicos, o que gera um gradiente latitudinal em 
Florestas Tropicais, ou seja, a fisionomia pode mudar de uma floresta para outra, 
por isso as árvores não são idênticas.
 Dentro das Florestas Tropicais úmidas, estão a Mata Atlântica e a floresta 
Amazônica.
Mata Atlântica:
 Antes de todo desmatamento e aquecimento global, a Mata Atlântica se 
localizava, principalmente, no litoral brasileiro, de ponta a ponta, totalizando 1,3 
milhão de quilômetros quadrados, sendo a segunda maior floresta tropical úmida 
do Brasil. Hoje em dia, restam apenas 8% da sua extensão original, distribuídas 
em pequenas parcelas pelo litoral, com diversas espécies de flora e fauna em 
extinção. 
 A fisionomia da mata Atlântica se caracteriza pelo clima, que é quente e úmido. 
Portanto, encontram-se árvores de grande porte, com copas bastante largas nas 
extremidades e pequenas árvores e arbustos no interior, formando uma floresta 
fechada e densa. Com isso, nota-se nessas regiões que, no interior da mata, 
possui uma alta umidade e pouca claridade dando origem à duas ecologias 
diferentes, sendo elas: Florestas ombrófilas e florestas estacionais.
 A mata Atlântica possuía uma rica diversidade de espécies que hoje estão 
correndo risco de extinção. Entre as principais espécies da fauna estão o Mico-
leão-dourado, o Tamanduá bandeira, Tatu canastra, Arara azul pequena e 
Jaguatirica. Os nomes científicos são Leontopithecus rosalia, Myrmecophaga 
tridactyla, Priodontes maximus, Anodorhynchus glaucus e Leopardus pardalis 
respetivamente.
Floresta Amazônica:
 A floresta Amazônica está localizada, principalmente, no norte do Brasil, 
possuindo a maior biodiversidade do planeta distribuídas em cerca de 5,5 
milhões de quilômetros quadrados.
 Essa floresta é caracterizada por árvores de grande porte. Em função do 
tamanho
das copas, no interior da floresta existe uma alta competição por luz, 
fazendo com que o interior se pareça um campo com árvores menores e com 
troncos mais finos. Ainda por esse fator, pode-se citar as plantas epífitas 
(bromélias e orquídeas, por exemplo), que são plantas que se apoiam em outras 
para conseguirem a luz necessária para se desenvolverem.
 Além disso, na Amazônia também existe um ecossistema diferenciado, 
denominado Campinarana. Isso ocorre em lugares onde o solo é alagado e 
antigo, com poucos nutrientes.
 A fauna associada a Amazônia são: Boto cor de rosa (Inia geoffrensis), 
Preguiça (Folivora), Onça Pintada (Panthera onca), Anta (Tapirus) e Pirarucu 
(Arapaima).
 Já o Cerrado brasileiro ocupa uma área de cerca de 2 milhões de quilômetros 
quadrados e abrange Goiás, o interior do Brasil e a maior parte do centro-oeste. 
É um bioma caracterizado por um verão quente e úmido e um inverno 
principalmente seco. O Cerrado, assim como a Mata Atlântica, são denominados 
HOTSPOT, que são áreas prioritárias para conservação das espécies e podem 
ser extintas pelo homem.
 A aparência desse bioma se dá por conta do clima e do solo, sendo 
caracterizado, principalmente, por árvores tortuosas, rasteiras, ervas e arbustos. 
O solo influencia bastante a fisionomia da vegetação, pois dependendo da 
profundidade, quantidade de água, toxidade e fertilidade pode-se gerar campos 
ou não. O cerradão possui um tipo mais denso de vegetação pois o solo é mais 
profundo e mais nutritivo.
 Além disso, o cerrado também possui uma ecologia ligada ao fogo, que se 
desestabiliza por conta de queimadas causadas pelo homem. Existem espécies 
que germinam somente à elevadas temperaturas, com isso, o fogo natural 
manteria a diversidade balanceando a seleção natural. Porém, o fogo causado 
pelo homem diminui a capacidade de regeneração dessas espécies. Os troncos 
das árvores possuem um tecido morto que formam uma camada espessa, o que 
protege as plantas do fogo, dando origem a fisionomia do bioma.
 A fauna nativa do Cerrado é composta por: lobo guará (Chrysocyon 
brachyurus),o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o gambá 
(Didelphis), o tatu-canastra (Priodontes maximus) e porco-espinho (Coendou 
prehensilis).
 Outro bioma, com predominância só no Brasil, é a Caatinga, que tem sua área 
geográfica situada na região nordeste, chegando até o extremo norte do estado 
de Minas Gerais. Seu clima é tropical semiárido, quente e seco, com baixa 
umidade, com longos períodos de ausência de chuvas, podendo chegar até 9 
meses de estiagem. Perto da linha do Equador com altas temperaturas, a 
precipitação varia de 500 a 800mm por ano.
 A vegetação é composta por gramíneas, árvores baixas e arbustos, com 
características de xenofilias, que são bem adaptadas ao clima seco e pouca 
chuvas durante o ano.
 Na fauna, nota-se o Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), Tatupeba (Euphractus 
sexcinctus), Macaco-prego (Cebus libidinosus), Ararinha-azul (Cyanopsitta 
spixii) e Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).
 Já o Pantanal localiza-se em grande parte do Centro-Oeste brasileiro, mais 
precisamente nos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Seu clima é 
tropical, características de continentalidade, com duas estações bem definidas 
ao longo do ano, seco e chuvoso.
 A vegetação é de cerrado, arvores de porte médio, casca grossa, com raízes 
profundas, arbusto, gramíneas e plantas rasteiras. Na estação seca são comuns 
em fazendas as queimadas para limpar os campos, isso ajuda no rebrotamento 
das plantas de cerrado.
 A precipitação anual varia entre 1.000mm a 1.400mm. No Pantanal existem 
campos, matas, serras, morros isolados, cordilheiras e rios. A estação chuvosa 
no pantanal ocorre o período das cheias, as depressões se enchem formando 
extensos lagos.
 Presente em sua fauna encontra-se a Anta (Tapirus terrestris), Arara Azul 
Grande (Anodorhynchus hyacinthinus), Jacaré do pantanal (Caiman yacare), 
Onça pintada (Panthera onca), Tucano (Ramphastidae).
 Por fim, o bioma Pampa, conhecido também por campos sulinos, abrange a 
região sul do Brasil, o estado do Rio Grande do Sul. São formados por 
ecossistemas naturais, com alta diversidade de espécies vegetais e animais, 
oferecem benefícios ambientais importantes para pecuária do Brasil.
 O clima é subtropical úmido, marcado por altas temperaturas no verão e por 
temperaturas baixíssimas no inverno, tem grande variação de temperatura ao 
longo do ano. As chuvas sofrem pouca variação durante anual, sua precipitação 
pode chegar em torno de 1.200mm. Tem vegetação rasteira, com herbáceas, 
gramíneas, arbustos e arvores. Solo plano, fértil, utilizado geralmente em 
atividades agrícolas. 
 Rico em biodiversidade em espécies de animais, com espécies endêmicas, 
raras e ameaçadas de extinção. Tem fauna associada, como o Jacu (Penelope), 
Jacutinga (Aburria jacutinga), Quero-quero (Vanellus chilensis), João-de-barro 
(Furnarius rufus), Sanhaço (Thraupis) entre outras varrições de espécies.
Muzambinho, 2017

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