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1 Universidade São Judas Tadeu Curso Design – 4º. Ano - 2014 Disciplina: Mercado e Consumo - Prof. Gisele Leiva O que é Marketing e porque não estamos fazendo isso? Definições para Marketing: “Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com rentabilidade. O marketing identifica necessidades e desejos insatisfeitos. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o seu potencial de lucro. Identifica com precisão quais segmentos a empresa tem capacidade de servir melhor, além de projetar e promover os produtos e serviços adequados”. (KOTLER:2005:13) “1. Estratégia empresarial de otimização de lucros através da adequação da produção e oferta de suas mercadorias ou serviços às necessidades e preferências dos consumidores, para isso recorrendo a pesquisas de mercado, design de produtos, campanhas publicitárias, atendimentos pós-venda etc. (...) 3. Conjunto de ações, estrategicamente formuladas, que visam influenciar o público quanto a determinada idéia, instituição, marca, pessoa, produto, serviço etc.” (HOUAISS) Pode-se dizer de forma simplista, que o marketing é o responsável por identificar necessidades e criar estratégias para atendê-las, enquanto o designer é o responsável pelo desenvolvimento do produto que irá satisfazer estas necessidades. Os profissionais de marketing são treinados para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa, mas essa é uma visão limitada das tarefas que desempenham. Assim como os profissionais de produção e logística são responsáveis por gerenciar o suprimento, os profissionais de marketing são responsáveis por gerenciar a demanda. Os gerentes de marketing buscam influenciar o nível, a oportunidade e a composição da demanda para atender aos objetivos da organização. Do ponto de vista gerencial, o marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. A administração de marketing escolhe mercados-alvo e obtém, mantém e multiplica clientes por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente. Profissionais de marketing são hábeis em gerenciar a demanda: procuram influenciar seu nível, oportunidade e composição. Esses profissionais envolvem-se com bens, serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. Entre as tarefas necessárias para a administração de marketing bem-sucedida estão o desenvolvimento de estratégias e planos de marketing, a conexão com os clientes, a construção de marcas fortes, o desenvolvimento das ofertas ao mercado, a entrega e a comunicação de valor, a captura de oportunidades de marketing e do desempenho e, por fim, a obtenção de um crescimento de longo prazo bem-sucedido. A maioria dos produtos que se destacam no mercado foram bem resolvidos com a equipe comercial e a de projetos, quando utilizaram as ferramentas do design de forma apropriada. A imagem do produto, e conseqüentemente a da marca, são fortificadas quando as qualidades intrínsecas do produto transparecem em sua aparência e cultivam o desejo do público que se identifica com o objeto. Com o advento das compras pela Internet, algumas empresas investem na personalização do produto como diferencial competitivo. A Brastemp, por exemplo, lançou a linha “You”, em que o cliente escolhe as cores das portas do refrigerador através de uma vasta paleta de cores. O serviço é disponível somente 2 pelo site e é possível ter a prévia do resultado on line. Na Levi’s, o cliente define o padrão de lavagem do jeans, tornando-o uma peça única. A pesquisa comparativa entre produtos tornou-se um hábito pré-compra entre os clientes que têm acesso à Internet. Muitos sites especializados realizam comparação de preços entre produtos semelhantes, analisam as especificações fornecidas pelo fabricante e ajudam o consumidor a decidir o que mais se aproxima de suas necessidades. Em alguns casos, os produtos são tecnicamente parecidos sendo o design o único fator de diferenciação. “Na Sony, assumimos que todos os produtos de nossos concorrentes têm basicamente a mesma tecnologia, preço, desempenho e características. Design é a única coisa que diferencia um produto do outro no mercado”. Norio Ohga, ex-presidente do conselho da Sony. (PETERS:2004:142) Algumas empresas brasileiras ainda consideram o design como um serviço caro e cosmético, não têm a visão clara de que agregar valor aos produtos é o que os diferencia dos concorrentes. O design é, sem dúvida, uma das possibilidades de promover diferenciação entre produtos. O marketing utiliza o design como instrumento para o aumento das vendas. Para o design, a venda é conseqüência de um trabalho bem executado, e não o objetivo do trabalho. A obstinação pelo compromisso com as vendas compromete a estética do produto. Por vezes, o designer propõe um produto de aspecto inovador, e este é vetado pelo marketing ou pelo departamento comercial que o julgam invendável. Esse receio de fracassar comercialmente é compreensível, dado que um produto inédito não possui referência comparativa no mercado, conseqüentemente, não há um histórico a ser analisado. É sabido que investir em inovação é arriscado. Os empresários consideram mais seguro realizar pequenas alterações formais, demonstrando ao público que o produto é novo e manter os clientes fiéis, do que arriscar as vendas com um produto inovador. O ideal seria se as equipes de design e de marketing se concentrassem em idéias e diferenciais, e estivessem bem informadas sobre os clientes, para assim gerarem produtos inovadores e com grandes chances de sucesso. Os 4 Ps do Marketing Os profissionais de marketing têm como atribuição montar programas integrados para criar, comunicar e entregar valor aos consumidores através de uma atividade chamada “programa de marketing”. Este programa consiste em itens que promovem o produto a fim de aumentar seu valor (financeiro e/ou emocional). Geralmente, essas atividades são descritas como mix ou composto de marketing. Trata-se do conjunto de ferramentas de marketing que a empresa desenvolve a fim de alcançar objetivos propostos. Essas ferramentas são agrupadas em quatro grupos: Produto, Preço, Praça (ou ponto-de-venda) e Promoção (do inglês product, price, place e promotion). As decisões de mix de marketing são tomadas para que se exerça influência sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais. A empresa pode alterar seu preço, o tamanho de sua força de vendas e suas despesas com propaganda no curto prazo. Mas ela só pode desenvolver novos produtos e modificar seus canais de distribuição no longo prazo. Dessa maneira, no curto prazo, a empresa geralmente realiza menos mudanças de mix de marketing de um período para outro do que a variedade de decisões de mix de marketing que podem surgir. 3 KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Adminstração de marketing: a Bíblia do marketing. 12ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 750 p. Mercado e consumo Antigamente, um mercado era um local físico onde compradores e vendedores se reuniam para comprar e vender seus produtos. Hoje, os economistas descrevem um mercado como um conjunto de compradores e vendedores que efetuam transações relativas a determinado produto ou classe de produto (mercado imobiliário ou de grãos, por exemplo). Esse tipo de mercado abunda nas economias modernas. Os fabricantes vão aos mercados de recursos (mercados de matérias-primas, mercados de trabalho, mercados financeiros), obtêm os recursos e transformam-nos em bens e serviços; depois, vendem os produtos acabados a intermediários que osvedem aos clientes finais. Os consumidores vendem seu trabalho e recebem dinheiro, com o qual pagam por bens e serviços. O governo recolhe impostos para comprar bens dos mercados de recursos, bem como dos fabricantes e dos intermediários, e usa esses bens e serviços para fornecer serviços públicos. A economia de cada nação e a economia global consistem, dessa forma, em conjuntos de mercados em complexa interação e vinculados entre si por processos de troca. Por outro lado, os profissionais de marketing muitas vezes usam o termo mercado para abranger vários agrupamentos de clientes. Eles vêem os vendedores como o setor e os compradores como o mercado. Falam em mercados de necessidades (o mercado das pessoas que querem emagrecer), em mercados de produtos (o mercado de calçados), em mercados demográficos (o mercado jovem) e em mercados geográficos (o mercado francês), podem também expandir o conceito para cobrir outros mercados, como o mercado dos eleitores, o mercado de trabalho e o mercado dos doadores. Principais mercados de clientes Os principais mercados de clientes são: consumidor, organizacional, global e sem fins lucrativos. 4 Mercado consumidor: Empresas que comercializam produtos e serviços de consumo em massa, como refrigerantes, cosméticos, passagens aéreas e equipamentos esportivos, investem parte significativa do seu tempo tentando estabelecer uma imagem de marca superior. Grande parte da solidez de uma marca depende do desenvolvimento de um produto superior, com uma embalagem adequada, disponível nos locais adequados e sustentado por propaganda contínua e serviço confiável. O mercado de consumo em constante mudança tona essa tarefa mais complexa. Mercado organizacional: Empresas que vendem bens e serviços para outras empresas deparam-se com profissionais de compras bem treinados e bem informados, que possuem técnicas para avaliar ofertas de vários concorrentes. Compradores organizacionais compram bens que permitem fabricar um produto ou podem ser revendidos para terceiros com lucro. As empresas que vendem esses bens devem demonstrar como eles ajudarão seus clientes a atingir receitas maiores ou custos menores. A propaganda desempenha um papel importante, mas um papel mais forte é desempenhado pela força de vendas, pelo preço e pela reputação da empresa no que se refere à confiabilidade e à qualidade. Mercado global: Empresas que vendem seus produtos e serviços no mercado global enfrentam decisões e desafios adicionais. Elas têm de decidir em que países entrar, como entrar em cada país (como exportador, licenciador de franquia, parceiro em joint-venture, fabricante sob contrato ou fabricante autônomo), como adaptar as características de seus produtos e serviços a cada um deles, como determinar preços para seus produtos em países diferentes e como adaptar suas comunicações a diferentes culturas. Essas decisões devem ser tomadas em face de diferentes exigências em relação a compra, negociação, propriedade e formas de uso dos bens, de diferentes culturas, línguas e sistemas jurídicos e políticos e de moedas cujo valor pode flutuar. Mercados sem fins lucrativos (terceiro setor e governamental): Empresas que vendem seus produtos a organizações sem fins lucrativos, como igrejas, universidades, instituições de caridade ou órgãos públicos, precisam determinar seus preços com cautela, pois essas organizações têm poder de compra limitado. Preços mais baixos afetam as características e a qualidade dos bens e serviços que o fornecedor pode incluir em sua oferta. Muitas compras do governo exigem licitação, e na ausência de fatores que justifiquem um preço muito elevado é favorecida a proposta que apresenta o menor preço. Compra organizacional é o processo de decisão segundo o qual as organizações formais estabelecem a necessidade de comprar produtos e serviços para, depois, identificar, avaliar e escolher entre marcas e fornecedores alternativos. O mercado organizacional é formado por todas as organizações que adquirem bens e serviços utilizados na produção de outros produtos ou serviços, posteriormente vendidos, alugados ou fornecidos a terceiros. Quando comparados aos mercados de consumo, os mercados organizacionais em geral apresentam compradores em menor quantidade, mas de maior porte, um relacionamento cliente-fornecedor mais próximo e compradores geograficamente mais concentrados. A demanda dos mercados organizacionais é derivada da demanda dos mercados de consumo e segue o ciclo dos negócios. Não obstante, a demanda total de muitos bens e serviços empresariais é inelástica ao preço. Os fornecedores de produtos empresariais devem estar informados sobre o papel exercido pelos compradores profissionais e seus influenciadores, bem como sobre a necessidade de vários contatos de venda e a importância da compra direta, da reciprocidade e do leasing. O centro de compras é a unidade de decisão da organização compradora. Ele é formado por usuários, influenciadores, decisores, aprovadores, compradores e filtros internos. Para influenciar esses participantes, as empresas de produtos empresariais devem estar informadas sobre fatores ambientais, organizacionais, interpessoais e individuais. O processo de compra consiste em oito estágios chamados fases de compra: 1. reconhecimento do problema 5 2. descrição geral da necessidade 3. especificação do produto 4. procura de fornecedores 5. solicitação de propostas 6. seleção do fornecedor 7. especificação do pedido de rotina 8. revisão do desempenho Empresas que atuam no mercado organizacional devem manter relacionamentos estreitos com seus clientes e proporcionar-lhes valor agregado. Alguns clientes, entretanto, preferem um relacionamento mais orientado para a transação. O mercado institucional consiste em escolas, hospitais, creches, presídios e outras instituições que têm como função fornecer bens e serviços às pessoas sob sua responsabilidade. Os compradores dos órgãos públicos tendem a exigir dos vendedores um extenso trabalho de documentação e a favorecer fornecedores locais. Os fornecedores devem estar preparados para adaptar suas ofertas às necessidades e aos procedimentos especiais encontrados nos mercados institucionais e governamental. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Adminstração de marketing: a Bíblia do marketing. 12ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 750 p.
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