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O PODER NAS ORGANIZAÇÕES

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O PODER NAS ORGANIZAÇÕES
Jéssica Ferreira Tenório da Silva
Jeyzianne Ferreira Tenório da Silva
Liliana Vanessa Pininga Torres
Lucas Vinicius Pereira Lúcio
Max Weverton Caetano dos Santos
Rodrigo Teodoro Santana
Organizações e Poder são sinônimos sob muitos aspectos, afinal, as organizações são instrumentos de poder dos poderosos quando pensado nos impactos organizacionais. Elas também são sistemas de poder em relação ao modo pelo qual as pessoas se adaptam às regras organizacionais, elas são sistemas políticos naquilo que diz respeito à atribuição de recursos. Existem muitas maneiras pelas quais o poder pode ser distribuído nas organizações, primeiro, organizações podem ser Autocracias, segundo, organizações podem ser Burocracias, terceiro, organizações podem ser Governadas por Codeterminação, quarto, organizações podem ser Democracias Representativas, quinto, organizações poder ser Democracias Diretas. Contudo, muitas organizações são do tipo mista, com elementos de mais de uma forma de direção.
O poder, normalmente, pode ser definido de modo simples. De acordo com o cientista político Dahl (1957:502-503), “A possui poder sobre B no grau em que ele pode forçar B a fazer algo que B, de outra forma, não faria”. Uma pessoa ou um grupo não podem ter poder isoladamente; o poder deve ter relação com uma outra pessoa ou coletividade, como quando uma pessoa ou um grupo tem de superar a resistência de outra pessoa ou grupo (Pfeffer, 1992). As relações de poder envolvem mais do que o poder interpessoal, é indispensável considerar as relações de poder entre as unidades. O poder é, portanto, um processo fundamental em todos os níveis de análise. Segundo Emerson (1962), o aspecto relacional do poder pode ser observado claramente quando introduzimos a ideia de dependência; as relações de poder ocasionam dependência recíproca, isso significa que as duas partes necessitam uma da outra – os dirigentes precisam de trabalhadores para atender os serviços ou fabricar produtos, e os trabalhadores precisam dos dirigentes para que possam ser pagos.
O poder é facilmente observado e vivenciado, em outros, é mais obscuro. Em algumas situações, ele é extremamente difícil de isolar, quando surge uma situação nova ou não prevista, pode ser difícil ou não determinar exatamente como e onde o poder deve ser exercido. Dois aspectos adicionais do poder são importantes: Primeiro, o poder é um ato, constitui algo utilizado ou exercido; segundo, aqueles a quem o poder se dirige são importantes para determinar se ocorreu um ato de poder, se essas pessoas interpretam um ato como sendo de poder, elas reagirão desse modo, independentemente de o detentor do poder ter pretendido utilizá-lo.
As unidades organizacionais e as pessoas nas organizações obtêm seu poder por meio de controle das bases e das fontes do poder. As bases de poder referem-se àquilo que os detentores do poder controlam, o meio pelo qual podem dirigir o comportamento dos demais. Bacharach e Lawler (1980) citam quatro fontes de poder nas organizações, empregando o termo ‘fontes’ para referir-se ao modo pelo qual as partes chegam a controlar as bases do poder, são elas: Cargos ou Posição na estrutura; Características pessoais, como carisma; Especialização, que é considerada como uma fonte e uma base do poder, pois os indivíduos trazem consigo, para a organização, conhecimento especializado por meio de mecanismos como treinamento profissional, o qual é, convertido em base do poder em uma ocasião específica; e Oportunidade, ou uma combinação de fatores, que permite às partes envolvidas usar suas bases do poder.
O sistema de classificação mais conhecido e bastante utilizado é o de Max Weber (1947), ele faz uma separação básica entre poder e autoridade, tendo como poder o envolvimento de força ou coerção e é um fator importante como processo interno nas organizações. Weber (1947) desenvolveu três tipos de dominação amplamente conhecida e empregada, são elas: Dominação Legal, Dominação Tradicional e Dominação Carismática. Além de Weber, outros dois sociólogos se destacaram pela sua divisão de dominação, são eles: Robert Michels, sugere que as organizações em geral acabem sob o controle de grupos reduzidos, mesmo quando isso vai contra os desejos dos líderes e dos liderados; em seu estudo de organizações supostamente democráticas, como sindicatos e partidos políticos, verificou que a democracia geralmente não era mais do que fachada. O outro sociólogo de destaque é Karl Marx, a sociedade acha-se na dominação gerada pela busca da mais-valia e da acumulação de capital, e ele ainda afirma que existe uma luta entre burguesia e proletariado, gerando um tipo de dominação através de conflitos sociais. Além de desenvolver três tipos de dominação, Max Weber atribui sentidos para as chamadas Ações Sociais, que é um conceito motivado pela comunicação dentro da sociedade, somente estabelecida quando entramos em contato com o outro, afetando assim, seu comportamento. Essas Ações Sociais são classificadas em: Ação Social Racional com Relação a Fins – a ação é estritamente racional; Ação Social Racional com Relação a Valores – não é o fim que orienta a ação, mas o valor; Ação Social Afetiva – a conduta é movida por sentimentos; Ação Social Tradicional – tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos.
Na opinião de muitos teóricos radicais da organização, embora tenhamos progredido muito em relação à pura exploração encontrada na escravidão e nos tempos do desenvolvimento da revolução industrial, os mesmos padrões existem hoje em dia. Eles acham evidências particularmente claras disto na maneira como as organizações estruturam as oportunidades de trabalho para produzir e reproduzir a estrutura de classes das sociedades modernas; na maneira como as organizações abordam os problemas de situações de trabalho perigosas, os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais; e no modo como as organizações perpetuam as estruturas e práticas que promovem o trabalho excessivo e formas associadas de stress mental e social. O crescimento de um sistema capitalista de produção geralmente depende da existência de uma oferta de mão-de-obra assalariada, a menos que se baseie em escravos ou em algum sistema de subcontratação. A escravidão vai contra importantes normas sociais e pode ser ineficiente; a subcontratação, até as revoluções criadas pela informática, administração Just in time e novas formas de controle eletrônico, era altamente imprevisível do ponto de vista capitalista. O capitalismo inicial na América do Norte combinou elementos de escravidão e subcontratação, mas à medida que o século transcorria, acentuou-se uma consistente tendência para o trabalho assalariado - e com ele o surgimento da profissão e das atividades de administração que conhecemos hoje. A existência de duas categorias de mão-de-obra dá a uma organização muito mais controle sobre seu ambiente interno e externo. O fato de que os trabalhadores primários têm um compromisso com a firma, aumenta a previsibilidade das operações internas, enquanto que a existência da reserva de mão-de-obra secundária facilita sua capacidade geral de adaptação. No entanto, este meio de controle cria um sistema diferencial de status e privilégios dentro da organização, que guarda um paralelismo com a divisão de classes externa e mais ampla, e a sustenta.
A ideia de que as organizações devem ser empresas racionais em que os membros procuram metas comuns tende a desestimular a discussão dos motivos políticos. Em seu sentido original, a ideia de política provém da visão de que, quando os interesses divergem, a sociedade deve prover um meio que permita aos indivíduos acertar suas diferenças por meio da discussão e negociação. Enquanto nas autocracias e burocracias o padrão de poder e autoridade são bastante estável e claramente definidos, nas tecnocracias ele está em constante fluxo à medida que diferentes pessoas e grupos sobem e caem do poder juntamente com o valor de suas contribuições. Nas democracias, o poder e a autoridade estão geralmentebaseados na cultura e nas ideologias que determinam a história política da empresa. Uma das tarefas da análise política é descobrir que princípios estão em evidência e também onde, quando, por que e como. Uma maneira que tem particular relevância para o entendimento da política organizacional é conceber os interesses em termos de três domínios inter-relacionados relativos à tarefa organizacional de alguém, sua carreira e sua vida pessoal. O poder é o meio através do qual os conflitos de interesse acabam resolvendo-se. O poder influencia quem consegue o que, quando e como. Desses pontos de vista pode-se argumentar que embora todo mundo tenha acesso a fontes de poder, em última análise, o poder baseia-se nas pessoas ou em forças capazes de definir um palco de ação em que o jogo político é disputado.
Pagés, Bonnetti, De Gaulejac e outros autores, abordam o tema de poder em quatro formas: no nível psicanalítico, como um fenômeno político de imposição e de controle e no nível ideológico. Gareth Morgan, em seu livro Imagens da organização, descreve bem a fora política, isto é, o fato de que as organizações podem ser vistas como complexas onde os indivíduos buscam seus interesses particulares por médio dos meios oferecidos pelas estruturas e regras burocráticas. Tratando-se de ação social e política nas organizações, falamos em ação estratégica, ou seja, na capacidade de os indivíduos perceberem as oportunidades de ação, prever as consequências e os riscos de cada alternativa, assumir esses riscos executando a decisão. Surgirão importantes análises para o desenvolvimento, são: a) Ação estratégica em grupo; b) Os efeitos inesperados da ação estratégica em grupo e as disfunções (jogos de poder); c) Problemas da ação coletiva; d) Conceito de organização como arena política; e) As incertezas e o poder.
A organização é um sistema de jogos estruturados. As regras e estruturas organizacionais operam de modo indireto e não determinam o comportamento dos atores sociais, mas induzem jogos de poder e comportamentos. A análise revela que organizações são sistemas em que as partes são explicadas pelas propriedades do todo, logo são as forças desse sistema maior que causam impacto no indivíduo. Indivíduos que sabem negociar, após anos de pressão em ambientes que os limitam, perdem essas características e adotam comportamentos passivos. O oposto também é verdadeiro, segundo essa análise: os indivíduos antes submetidos a sistemas que os limitavam podem desenvolver-se uma vez submetidos a pressões sociais em que devam, para sobreviver, adotar outros comportamentos.
REFERÊNCIAS
CABRAL, João Francisco P. A definição de ação social de Max Weber. Brasil Escola. 
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2004.
MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo, Editora Atlas, 2006.
MOTTA, Fernando C. Prestes Motta e VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. Teoria Geral da Administração. In: O Poder nas Organizações. 3ª Ed. Revista: Thomson, 2008.
MOUGEOLLE, Léa. Dominação – como ela é encarada pela Sociologia. Portal Sociologia: 2014.
WILD, Bianca. Os tipos de dominação segundo Max Weber. Brasil Escola.

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