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DOS DANOS MORAIS NA RELAÇÃO DE CONSUMO

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O presente instrumento baseia-se na pesquisa de jurisprudência, doutrina e leis, abordando a responsabilidade civil nas relações de consumo. 
Quanto a jurisprudência, frisa-se o entendimento adotado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TELEFONIA. INEFICIENTE. SENTENÇA DE PARCIAL CALL CENTER PROCEDÊNCIA. DECLARAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO. INSURGÊNCIA RECURSAL DO AUTOR. RELAÇÃO DE CONSUMO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PARTE RÉ QUE NÃO LOGROU ÊXITO EM COMPROVAR FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS OU EXTINTIVOS DO DIREITO DO AUTOR, NÃO SE DESINCUMBINDO DE SEU ÔNUS PROBATÓRIO, NOS TERMOS DO ARTIGO 373, II DO CPC C/C ARTIGO 6º, VIII DO CDC. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 14, DO CDC. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CAPUT, FORNECEDOR DE SERVIÇOS. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 1.6 DAS TURMAS RECURSAIS DO ESTADO DO PARANÁ. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR QUE DEVE SER FIXADO DE ACORDO COM AS PECULIARIDADES DO CASO EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DO PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. Recurso conhecido e provido.(TJPR - 3ª Turma Recursal - DM92 - 0009441-86.2017.8.16.0034 - Piraquara - Rel.: Leo Henrique Furtado Araújo - J. 21.11.2017)
Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito c/c com o pedido de indenização por danos morais. Segundo os fatos, o reclamante alegava que a reclamada, sendo esta empresa de telefonia, teria realizada cobrança referente a um suposto débito de uma relação jurídica entre ambos. No entanto, este desconhecia o débito e tentou resolver o impasse através do call center da reclamada, o que restou prejudicado. 
Desta forma, o reclamante ingressou com ação judicial para resguardar seu direito. 
Tendo em vista a relação de consumo entre ambas, aplicou-se a inversão do ônus da prova, com base no art. 6º, inciso XVIII, do Código em defesa do consumidor, de modo que incumbia a reclamada comprovar a existência do débito. No entanto, a reclamada não juntou aos autos provas suficientes que fundamentasse a cobrança.
Ainda, quanto a tentativa de resolver o impasse, o reclamante comprovou, por meio de 4 números de protocolos diversos, que tentou contato com a reclamada para resolver a situação, o que restou prejudicado. 
Nesta perspectiva, tendo a ineficiência do atendimento da reclamada e de entendimento jurisprudencial firmado por este tribunal, o reclamante pleiteou indenização por danos morais.
Segundo o enunciado 1.6 das Turmas Recursais do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, a precariedade, obstáculos e/ou ineficiência do serviço de Call Center de empresa de telefonia, como estratégia de não dar atendimento as reclamos do consumidor, configura o dano moral.
Diante do exposto, o juízo de 1ª instância prolatou sentença condenatória a reclamada, arbitrando R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de indenização moral para o reclamante, sendo que este recorreu para majorar o quantum indenizatório, o que foi parcialmente acolhido e majorado para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), observados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Quanto a responsabilidade civil, temos que está sujeito a responsabilidade, aquele que por ato ilícito, causar dano a outrem, conforme art. 927 e seguintes do código civil.
São compreendidos como ato ilícito, aqueles atos cometidos, através de uma ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violam direitos e causam danos a outrem, ainda que moral, fundamentado pelo art. 186 e seguintes do código civil.
Neste sentido, os fatos que deram causa a ação decorriam da alegação do reclamante de não possuir débitos com a reclamada e ter frustrada a tentativa de resolver o impasse extrajudicialmente, o que caracterizaria um ato ilícito, nos termos do entendimento firmado por este tribunal e dos artigos citados do código civil. 
Ainda, por força normativa do art. 14 do CDC, a reclamada possuía a responsabilidade objetiva quanto ao ocorrido, uma vez que responde independentemente de culpa pelos danos ou defeitos causados aos consumidores, pois é uma prestadora de serviço e assume o risco pelas atividades realizadas.
Levando em consideração a relação de vulnerabilidade entre ambas as partes, sendo o reclamante hipossuficiente, é possível a aplicação da inversão do ônus da prova com base no art. 6º, inciso VIII do CDC, cabendo a reclamada comprovar e contradizer os fatos apresentados pelo reclamante. Sendo insuficiente ou inexistente as provas trazidas pela reclamada, estará sujeita a condenação, pois como mencionado, possui responsabilidade objetiva diante da sua assunção do risco em face da atividade econômica realizada.
Quanto a responsabilidade das prestadoras pelos seus serviços, Paulo Nader menciona: “Quem se propõe a fornecer produtos ou serviços a outrem há de estar consciente da responsabilidade inerente à sua atividade, pois vícios ou defeitos daqueles podem colocar em risco, entre outro bens, a vida, saúde e segurança dos destinatários finais. A fim de evitar males a estes e consequências nocivas para si, o fornecedor há de exercer rígido controle sobre a qualidade de seus produtos e serviços. O Código do Consumidor não possui finalidade meramente sancionadora, mas primordialmente preventiva de danos aos consumidores. A Observância de regras técnicas constitui, uma salvaguarda para os destinatários dos produtos e serviços e, também, para os próprios fornecedores”.[1: 1. Nader, Paulo. Curso de Direito Civil, Responsabilidade Civil. s.l. : Forense, 2016.]
Deste modo, concluímos que os negócios jurídicos decorrentes da relações de consumo não estão pautados apenas no Código Civil, mas também sob a égide do Código em Defesa do Consumidor, uma vez que seria injusto e desproporcional o tratando igual dos fornecedores e dos consumidores, pois na esmagadora maioria presenciamos uma relação de vulnerabilidade entre ambos, visto que um participa da relação com o objetivo de desfrutar de um produto/serviço mediante o pagamento, e o outro, que através da sua atividade econômica obtêm lucro, e desde modo surge a sua responsabilidade em assumir os risco decorrentes da atividade empregada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Nader, Paulo. Curso de Direito Civil, Responsabilidade Civil. Vol. 7. Editora Forense. 2016.

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