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TRABALHO CONSTITUCIONAL.docx

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O novo regime Jurídico- Normativo das Medidas Provisórias e a Emenda Constitucional nº 32/2001 – Com especial enfoque sobre as limitações materiais. 
Questão 1) Esclareça quais são os fundamentos históricos, jurídicos, o objeto do artigo e suas conclusões. 
A Medida Provisória foi um instrumento legislativo que nasceu da Carta Política Italiana de 1947, diante o exposto no artigo em epígrafe. A sua incorporação na Constituição Federal de 88, teve como objetivo a resolução política para assuntos emergenciais. 
A Medida Provisória deveria ser uma ferramenta de carater emergencial para resolver problemas que não pudessem esperar a morosidade do Poder Legislativo. Sendo assim seria uma função atípica do Poder Executivo, seria uma norma de eficácia imediata com a finalidade de antecipar conflitos. Entretanto, a função da MP determinada pelo Poder Constituinte Originário foi alterada, gerando uma super produção e uso abusivo de Medidas Provisórias pelo chefe do Executivo, assim, tornando-se este um ‘’novo legislador’’. Como citado no texto, o autor Paulo Bonavides “O uso intensivo, abusivo e funesto dessa medida a converteu no câncer do regime constitucional”.
O próprio Poder Executivo, vendo a exacerbação de seus atos sentiu a necessidade de regulamentar com maior clareza as MP’s e assim o fez com a criação da Emenda Constitucional nº 32/2001. Esta contava com a redação de que as Medidas Provisórias deveriam ser: “relevantes, urgentes”; e mesmo os temas que fossem relevantes e urgentes, se tratassem de assuntos arrolados no parágrafo 1º do art. 62 –CF/88 estariam proibidos de serem vinculados as MP’s; no tocante à vigência de transitoriedade das Medidas Provisórias maior rigor e estabelecimento de qual providência jurídica deveria ser adotada para que a tramitação das MP’s fosse de acordo com regras formais. Na verdade, a Emenda Constitucional nada fez a não ser deixar formalmente exposto o que materialmente já era consagrado como “proibido”, e assim como o autor do artigo, obrigo-me a concordar que o Chefe do Executivo perdeu a chance de deixar claro o principal requisito das MP’s, o caráter “EMERGENCIAL, EXTRAORDINÁRIO, EXCEPCIONAL, TRANSITÓRIO” dentre tantos outros adjetivos para o uso da Medida Provisória. 
Questão 4) Explique as finalidades e objetivos de todas as vedações constitucionais expressas ao uso da Medida Provisória, mesmo as que não foram introduzidas pela EC 32/2001. 
"§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República."
I. Matéria relativa a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral: Essas são as mesmas limitações materiais aplicadas às leis delegadas, assim como não são objetos de delegação, consequentemente também não seriam de ato independente. Além disso, qualquer mudança teria influencia no processo eleitoral, e busca-se não ter nenhuma intervenção direta do Chefe do Poder Executivo neste processo. 
II. Matéria relativa a direito penal e processual penal: De acordo com o art. 5º, XXXIX da CF/88, apenas os cidadãos por meio de seus representantes pode decidir a respeito de quais condutas devem ser consideradas crimes. Partindo desse mesmo princípio entende-se que não há relevância e urgência em tornar num piscar de olhos uma conduta ilícita. Da mesma forma não há que se falar em MP’s no direito processual penal, pois os princípios da ampla defesa e contraditório perderiam sua garantia dando lugar ao maior poder de punir para o Estado. Se isso ocorresse existiria em questão dois riscos jurídicos: a perda da liberdade e dominação de penas acessórias. 
III. Matéria relativa a direito processual civil: Essa limitação busca evitar excessos do Poder Executivo, já que o mesmo é parte interessada na maioria das demandas levadas ao Poder Judiciário. Outra limitação é assegurar o devido processo legal em seu sentido formal, com jurisdição competente, recursos, prazos, citações, intimações, defesas, e todas as condições necessárias para a existência de um processo civil que fosse previamente demarcado a todos os pleiteantes do processo evitando qualquer tipo de prerrogativa a uma das partes. 
IV. Matéria relativa à organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros: Esta, novamente, é uma delimitação vedada à Lei Delegada, com esse efeito também não seria permitido um ato unilateral do Chefe do Executivo a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
V. Matéria relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares: As mesmas limitações já citadas por não serem objeto de delegação, também se aplicam a esse caso. Havendo exceção penas quanto aos créditos suplementares dispostos no art. 167, parágrafo 3º. 
VI. Matéria que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro: Essa proibição se deve em respeito ao princípio da segurança jurídica e temendo repetição de caso como ocorrido com o ex- Presidente Fernando Collor. 
VII. Matéria reservada à lei complementar: As Medidas Provisórias não podem adentrar em matéria previamente submetida na Constituição Federal à Lei Complementar. Com essa vedação houve a decisão definitiva de que MP’s tem a mesma força jurídica que uma Lei ordinária. 
VIII. Quanto à matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República: A proibição é uma questão de bom senso, pois não há necessidade de editar uma MP sobre qualquer assunto, sendo que este não necessita de uma Medida Provisória.

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