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EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO E FONTES

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI
CAMPUS CLOVIS MOURA 
CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 
PROFESSOR: DILSON REIS DA ROCHA
TEMA 01 / OUTUBRO DE 2017
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
O termo Legislação Social do Trabalho era devido ao fato de que existia muitas leis esparsas tratando sobre o tema, tendo recebido esta denominação na Constituição Federal de 1934.
Em 1943 correu a consolidação destas leis em um único documento, resultando daí na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Em virtude desta consolidação, na Constituição de 1946, a expressão utilizada passou a ser Direito do Trabalho, expressão esta atualmente empregada na Constituição de 1988 no inciso I do artigo 22. 
O Direito do Trabalho vai estudar principalmente o trabalho subordinado, mas também irá analisar o trabalho temporário, os trabalhadores avulsos e os domésticos. 
 1. DIREITO DO TRABALHO 
O estudo do Direito do Trabalho há de partir necessariamente da noção geral do Direito, tronco de onde se esgalham todos os ramos da Ciência Jurídica.
O Direito, objetivamente considerado, é o conjunto de regras de conduta coativamente imposta pelo Estado para regular a relação entre as pessoas. 
1.1 CONCEITO
Direito do Trabalho é o ramo do direito que trata das relações individuais e coletivas oriundas da vinculação empregatícia, impondo normas de conduta e oferecendo soluções aos conflitos dai resultantes. (Francisco Meton).
É o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas jurídicas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção do trabalho, em sua estrutura e atividade (A. M. Nascimento).
O Direito do Trabalho é do ramo do Direito Privado, isto porque no direito público o direito protegido é geral, já no direito privado o direito protegido é individual.
Ocorre que, para alguns estudiosos o direito do trabalho é um direito misto, isto porque ora pertence ao direito privado (preservando a autonomia de vontade das partes) ora faz parte do direito público pois o estado intervém na relação entre empregado e empregador ao impor os direitos mínimos dos trabalhadores (13º salário, férias, FGTS, etc.). 
2. HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO
A primeira forma de trabalho que o estudo da história da humanidade mostra é a escravidão, a execução do serviço era feito pelos escravos sendo este um mero instrumento, uma coisa, sem a possibilidade sequer de equiparar-se a sujeito de direito, não tendo pois direitos trabalhistas.. 
Após a escravidão surge a servidão, onde os senhores feudais davam uma certa proteção política e militar aos servos, porém estes não tinham uma condição livre, pois trabalhavam nas terras dos senhores, porém com a obrigação de pagar com parte da produção.
Em um terceiro momento surgem às corporações de ofício, estas contavam com certa organização, porém as relações de trabalho eram constituídas de um elevado grau de exploração. 
Nas corporações existiam três tipos de trabalhadores: os mestres, os companheiros e os aprendizes. Os mestres eram os proprietários, os companheiros eram auxiliares remunerados pelos mestres, os aprendizes eram os menores que ingressavam na corporação para receberem os ensinamentos dos mestres. 
2.1. SOCIEDADE INDUSTRIAL 
O surgimento da maquina a vapor e das maquinas têxteis, faz nascer o trabalho assalariado. Se antes o trabalho era realizado no campo ou nas corporações de ofício na fase industrial o mesmo passou a ser prestado nas fabricas com grande concentração de trabalhadores em um mesmo local, o que fez surgir uma conscientização e um sentimento de revolta com a exploração que lhes era imposta. 
2.2. O SURGIMENTO DA LEGISLAÇÃO SOCIAL
Em 1891 a Igreja Católica mostrou sua preocupação com as relações de trabalho. Nesse ano, sob o pontificado do Papa Leão XIII, surgiu a Encíclica Rerum Novarum, que tratava de matéria trabalhista, nesta Encíclica constava que a quantidade de horas de trabalho diário não devia exceder a força dos trabalhadores, e que a quantidade de repouso devia ser proporcional à qualidade do trabalho, às circunstancias do tempo e do lugar, à compleição e saúde dos empregados. 
No inicio do século XX, ocorreu uma explosão de leis tratando da questão laboral. Nasce, pois o Direito do Trabalho, surgindo em 1917 a primeira Constituição de um país tratando de matéria trabalhista, a do México. Esta versava sobre jornada de 08 horas dia, proibição de trabalho para menores de 12 anos, limitação da jornada noturna, proteção à maternidade, sindicalização, greve, etc.
Posteriormente a Constituição da Alemanha (1919) também trata de matéria trabalhista. Através do Tratado de Versalhes (1919) surge a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e para fortalecer ainda mais a proteção ao trabalho surge a Carta del Lavoro de 1927 na Itália. 
3. DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL
O Direito do Trabalho no Brasil está intimamente vinculado com a evolução política, passando do período colonial para o período republicano e a consequente evolução da sociedade. Desta forma, assim podemos acompanhar a evolução do Direito do Trabalho. 
1º FASE: De 1500 até 1888 - caracterizado pelo trabalho escravo e economia essencialmente agrícola, portanto sem direitos trabalhistas.
2º FASE: De 1888 até 1930 - Constituição Republicana, filiação a OIT (Organização Internacional do Trabalho), Lei sobre acidentes no trabalho, férias de 15 dias para o comércio, indústria e empresas jornalísticas.
3º FASE: De 1930 a 1934 - caracterizada pela associação sindical, criação dos órgãos da Justiça do Trabalho, proteção ao trabalho da mulher e do menor, repouso semanal.
4º FASE: Constituição de 1934 - caracterizada pela criação da Justiça do Trabalho, e criação do salário mínimo. 
5º FASE: Constituição de 1937 (fase ditatorial de Getulio Vargas) sindicato único, imposto sindical e criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) através do Decreto nº 5.452 de 1º de maio de 1943.
6º FASE: Constituição de 1946, direito de greve, amparo ao trabalhador desempregado, repouso semanal remunerado, décimo terceiro salário,
7º FASE: Constituição de 1967, caracterizada pela proibição de distinção entre sexo e estado civil, salário família, salário noturno maior do que o diurno, participação nos lucros, jornada de oito horas dia, repouso semanal remunerado.
8º FASE: A Constituição de 1988 trata de direitos trabalhistas nos artigos 7º a 11, trazendo as seguintes inovações: 
É interessante ressaltarmos que muitas das inovações contidas no texto constitucional simplesmente são confirmações de normas previstas no direito positivo, inovações estas garantidas na sua maioria através de negociações coletivas de trabalho.
As principais inovações no texto constitucional de 1988
►Extensão dos direitos sociais previstos no art. 6º da CF para o trabalhador rural, avulso e a empregada doméstica, tais como salário mínimo, irredutibilidade de salário, 13º salário, férias, aviso prévio, licença maternidade, aposentadoria. 
►Proteção ao empregado contra despedida arbitraria (sem justa causa) com as indenizações devidas entre as quais a multa de 40% sobre os depósitos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). (art. 7º, I)
OBS. Antes da CF/88 a indenização era de 10% sobre os depósitos do FGTS.
A CF/88 assegura o regime do FGTS para o trabalhador, isto porque antes da mesma era facultado ao trabalhador optar pelo FGTS ou pela estabilidade decenal, como esta não mais existe o trabalhador está vinculado obrigatoriamente ao FGTS.
►Fica assegurado o “piso proporcional” à extensão e a complexidade do trabalho. (art. 7º, V).
Este direito já era reconhecido em convenções e acordos coletivos de trabalho, porem foi assegurado em matéria constitucional. Exemplo. Salário profissional do comerciário.
► Irredutibilidadedo salário, salvo o disposto em acordo e convenção coletiva. (art. 7º VI).
OBS esta irredutibilidade já era reconhecida e proibida pela Justiça do Trabalho, porem ganhou a garantia constitucional.
►Garantia do salário nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneração variável. (art. 7º VII).
Esta garantia já era assegurada pelo art. 78 da CLT.
Exemplo: se o empregado trabalha recebendo apenas comissão, no mês em que as comissões não atingirem o salário mínimo o empregador esta obrigado a pagar a diferença para completar o mínimo.
►Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. (art. 7, VIII).
A Lei 4.090 já mandava pagar 13º salário para todos, tendo, pois recebido o amparo constitucional.
►Proibição de retenção salarial.
A CLT já proibia a retenção salarial com a condenação do devedor ao pagamento em dobro. Agora a CF/88 estabelece como conduta criminosa a retenção.
Porem é interessante mencionarmos que a retenção pode ser efetuada quando em obediência as normas legais, tais como para pagamento de pensão alimentícia.
►Jornada de trabalho de 08 (oito) horas dia e 44 (quarenta e quatro) semanal. (art. 7º XIII).
Antes da CF/88 a jornada de trabalho era de 08 (oito) horas dia e 48 (quarenta e oito) horas semanal.
Porem pode o trabalhador trabalhar menos de 44 horas por semana, desde que regulamentada em convenção ou acordo coletivo.
►Jornada de 06 (seis) horas para o trabalho realizado em turno ininterrupto de revezamento, salvo negociação coletiva.
►Remuneração do trabalho extraordinário superior, no mínimo, empelo menos cinquenta por cento do normal (art. 7º XVI).
A remuneração do trabalho extraordinário era no mínimo 20% superior ao trabalho normal. A CF/88 fixou em 50% no mínimo, podendo este percentual ser superior desde que regulamentado em negociação coletiva. 
Lembre-se: que algumas categorias não observam o mínimo constitucional, é o caso da Lei. 8.906 que em seu artigo 20 assegura que o adicional de horas extras do advogado deve ser remunerado em pelo menos 100%. Lembre-se ainda que neste caso aplica-se o princípio da norma mais favorável. 
►Gozo de férias anuais remuneradas com pelo menor um terço a mais que o salário normal. (art. 7º XVII). Pelo preceituado no art. 129 e 142 da CLT a remuneração era somente o salário normal.
► Licença a gestante, sem prejuízo do emprego e do salário pelo prazo de cento e vinte dias. (art. 7º XVIII). A licença maternidade passou de 12 semanas ou 84 dias para 120 dias.
A mulher que adota passou a ter direito a licença maternidade de 120 dias independente da idade da criança.
►Licença paternidade fixada em lei (art. 7º XIX)
A CLT estabelecia um dia de licença paternidade, agora segundo o disposto no art. 10 parágrafo 1º das Disposições Constitucionais Transitórias a licença paternidade é de cinco dias.
►Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo de no mínimo de trinta dias. (art. 7º XXI).
OBS. Posteriormente será discutido o aviso prévio, sendo que atualmente pela égide da Lei 12.506/11 o aviso prévio poderá ser de até 90 dias. Isto porque, para cada ano trabalhado após o primeiro ano o empregado terá direito a três dias de aviso prévio.
Desta forma, se o empregado tem três anos de serviço o avido prévio será de trinta e seis dias, isto porque o primeiro ano assegura trinta dias, o segundo ano assegura mais três dias, o terceiro assegura mais três dias, e assim sucessivamente até completar 90 dias. 
►Redução de riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. (art. 7º XXII).
Trabalho insalubre se paga o percentual de 10, 20 e 40% do salário mínimo dependendo do grau de insalubridade. Já o trabalho perigoso se paga o percentual de 30% do salário base. Tanto o trabalho insalubre quanto o perigoso serão definidos em laudo pericial a ser elaborado por profissionais capacitados a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego. 
OBS: o trabalhador não pode receber os dois ao mesmo tempo. 
OBS: Posteriormente será discutido a Sumula Vinculante nº 4 do STF que proíbe a vinculação de qualquer vantagem ao salário mínimo, desta forma a dúvida é sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade. 
► Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas (art. 7º XXV).
Em virtude desta obrigação constitucional o empregador não se exime de manter berçário conforme determina a CLT art. 400.
►Proteção em face de automação na forma da lei. (art. 7º XXVII).
Aqui ocorre uma preocupação para que as empresas que automatizarem seus meios de produção não desempreguem um elevado número e trabalhadores.
►Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de 14, salvo na condição de aprendiz. (art. 7º XXXIII).
Com a Emenda Constitucional nº 20 fica proibido o trabalho para menores de 16 anos, salvo na qualidade de aprendiz entre 14 e 18 anos. Atualmente pode ser aprendiz até a idade de 24 anos. 
A inovação é que a Constituição anterior estabelecia a capacidade trabalhista a partir de 12 anos.
Excetuando os dispostos que carecem de regulamentação de lei complementar todas as inovações foram autoaplicáveis, isto porque o art. 5º parágrafo 1º determina que “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. 
As normas são autoaplicáveis quando entram em vigor independente de lei que as regulamentem.
Ainda na CF/88 podemos especificar que foram introduzidas grandes inovações no campo do direito coletivo (acordo de vontades), isto porque prestigiou em muito a instituição sindical, exigindo a sua participação obrigatória nas negociações coletivas.
Neste sentido garantiu-se a liberdade sindical em vários pontos, entre os quais destacamos:
► Livre organização sindical: (art. 8º da CF)
► Associação e desligamento livre,
► O aposentado passa a ter direito de votar e ser votado,
► Liberdade de greve, competindo aos trabalhadores á deliberação sobre a oportunidade e sobre os interesses que devam defender por meio desta, (art. 9º da CF).
► Dispensa proibida de empregado sindicalizado desde o registro até um ano após o mandato, mesmo que na qualidade de suplente. 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI
CAMPUS CLOVIS MOURA 
CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 
PROFESSOR: DILSON REIS DA ROCHA
TEMA 02 - OUTUBRO DE 2017
 FONTES/PRINCÍPIOS DO DIREITO DOTRABALHO ___________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO 
Fonte tem o significado de origem, de fundamento de validade das normas jurídicas e da própria exteriorização do Direito. 
Fontes materiais e fontes formais. As fontes formais são as leis no sentido amplo e as fontes materiais são acontecimentos que provocam a criação das leis. As fontes do Direito do Trabalho estão contidas no artigo 8º da CLT. 
2. DIVISÃO DAS FONTES
De origem estatal (provenientes do Estatdo)
A lei fundamental é a Constituição Federal é nela que as outras vão encontrar em ultima analise a sua validade.
Leis complementares – são as que regulam preceitos constitucionais que não são autoaplicáveis, são originárias do Poder Legislativo. 
Medidas provisórias – São atos normativos do Poder Executivo com força de lei. 
Sentença normativa - Fonte de origem estatal peculiar no Direito do Trabalho.
Sentença normativa é a decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do Tribunal Superior do Trabalho no julgamento dos dissídios coletivos. Desta forma a sentença normativa tem efeito erga omnes, valendo para todas as pessoas integrantes da categoria econômica e profissional envolvida no dissídio coletivo. 
Lembre-se: dissídio coletivo é a situaçãoem que duas categorias negociam aumentos salariais e novas condições de trabalho. Caso não cheguem a um acordo qualquer categoria, ou o Ministério Publico pode instaurar (dar início) uma ação junto ao Tribunal Regional do Trabalho, caso não cheguem a um acordo o presidente do TRT decide, e sua decisão é a sentença normativa, desta forma o que for decidido pela autoridade as partes devem cumprir. 
Fontes de origem autônomas (criadas pelas próprias partes).
Convenção coletiva – (art. 611 da CLT) – O acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das empresas. 
A convenção coletiva faz efeito entre a categoria profissional (comerciários) isto porque é realizada mediante negociação entre sindicado dos empregados do comércio e sindicado dos lojistas. Se desta negociação resultar em um piso salarial de R$ 1000,00 todos os lojistas devem pagar, mesmo que o salário mínimo seja R$ 937,00. 
Acordo coletivo – é aquele, também normativo celebrado não entre sindicatos mais entre sindicato e uma empresa a respeito de condições de trabalho. 
Neste caso, se o Comercial Carvalho firmar com o Sindicato dos Comerciários um acordo para pagar o piso superior ao estabelecido em convenção, vale o de maior valor, porém, somente o Comercial Carvalho está obrigado a cumprir este acordo. 
Regulamentos de empresa – são inerentes as normas de administração interna da empresa, isto porque o empregador pode fixar condições de trabalho no regulamento da empresa. 
Fontes internacionais 
OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Tratados internacionais (Const. Federal art. 49,I)
Fontes secundárias 
Jurisprudência – Em princípio não constitui fonte, isto porque não vincula o juiz que pode julgar contrariamente ao entendimento de outros juízes, porém a jurisprudência em muitos casos influi nas decisões.
Analogia – Não constitui fonte, consiste em uma operação lógica quando da omissão da lei, se aplica quando da apreciação da relação jurídica, recorre-se a aplicação de norma semelhante em outros casos.
Equidade – Aplicação da norma geral ao caso concreto, humanamente e com bom senso e na justa medida.
3. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio é onde começa algo. É o início a origem, o começo, a causa. Os princípios têm função informadora quando serve de inspiração ao legislador e de fundamento para as normas jurídicas. Tem função normativa quando atua como fonte supletiva, nas lacunas da lei. Já a função interpretativa serve de critério orientador para os interpretes e aplicadores da lei. 
Como poderá ser percebido, no direito do trabalho varias decisões judiciais são baseadas nos princípios, como é o caso do empregador pagar em carteira um valor e outro por fora. Neste caso quando da reclamação trabalhista o empregado alega o principio da primazia da realidade, alegando que de fato recebe um valor diferente do previsto contratualmente, se comprovado vale os fatos diante do escrito no contrato. 
3.1 Princípio da proteção tutelar
 In dúbio pró operário: na duvida o operário se favorece
Regras Da norma mais favorável: havendo conflitos de normas 
 deve-se aplicar a que for mais benéfica para o trabalhador. 
 
 Da condição mais benéfica: consiste em assegurar ao 
 trabalhador a condição mais benéfica. Assim, se o empregado
 for contratado sob determinadas condições e outras melhores 
 vêm adicionar ao seu contrato, a regra que passa a valer é a 
 mais benéfica para o trabalhador.
 
3.2 Irrenunciabilidade de direitos – consiste em que o trabalhador não pode renunciar os direitos a ele conferido pela legislação trabalhista. Ex. o trabalhador não pode renunciar para ganhar menos do que o salário mínimo.
 
3.3 Continuidade da relação de emprego - é o desejo do empregado continuar no emprego até uma melhor oportunidade ou a aposentadoria, isto porque o mesmo necessita do emprego para a sua sobrevivência e da família, portanto para que o empregador venha a demitir o empregado é necessário uma motivação e nunca abuso do direito.
Lembre-se: que a multa de 40% do FGTS imposta ao empregador nas demissões sem justa causa é uma forma de tentar coibir a demissão sem uma motivação. 
Lembre-se: que o aviso prévio acima de trinta dias é uma forma de tentar proteger os empregados em virtude de demissão imotivada. 
3.4 Princípio da primazia da realidade – consiste que, no caso de divergências entre o que ocorre na prática e o que emerge dos documentos ou acordos, deve-se dar preferência ao primeiro, isto é, ao que sucede no terreno dos fatos.
Lembre-se: se o empregador assinar a carteira com salário de R$ 1000,00 e depositar todo mês R$ 200,00 em conta do empregado, este depósito poderá configurar salário, portanto quando da reclamação trabalhista o empregado reclama seus direitos com base no salario de R$ 1.200,00. 
3.5 Princípio da autodeterminação coletiva – consiste que, tudo o que for disposto pelos sindicatos vincula automaticamente os sujeitos individuais da relação de emprego. Exemplo – um acordo firmado entre o sindicato das empresas de ônibus e o sindicato dos motoristas deve ser cumprido tanto pelos empresários como pelos empregados de todas as empresas.
3.6 Princípio da inalterabilidade do contrato – é proibido a alteração unilateral do contrato, exceto se for mais favorável ao trabalhador .
3.7 Princípio da irredutibilidade do salário - não se pode reduzir o salário do trabalhador, exceto nas situações previstas em acordos e convenções coletivas.
3.8 Princípio da substituição automática das clausulas - na vigência de um contrato de trabalho se ocorrerem modificações das clausulas as mais favoráveis aos trabalhadores substituem imediatamente as clausulas anteriores.
4. HIERARQUIA DAS FONTES.
Segundo Orlando Gomes há duas espécies de fontes: as imperativas e as voluntárias, as imperativas por seu poder de mando devem constar obrigatoriamente no contrato de trabalho independente da vontade dos contratantes, é o caso das normas que são provenientes de lei (pagamento de salário mínimo). Já as fontes voluntárias são provenientes da vontade dos contratantes (pagar hora extra de 100% quando a lei só obriga com 50%). 
Ocorre que, no direito do trabalho não existe hierarquia de fontes, desta forma aplica-se a mais benéfica para o trabalhador. 
Como exemplo podemos mencionar que:
A lei estabelece o mínimo de 30 dias de férias para o trabalhador, porém se uma convenção coletiva estabelecer as férias de 40 dias, a regra a ser aplicada deve ser a proveniente da convenção por ser esta mais benéfica para o trabalhador.

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