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Resumo Direito Civil Aula 19 Contratos Andre Barros

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Delegado de Polícia Civil 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: André Barros 
Aula: 19 | Data: 08/12/2017 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
DIREITO DOS CONTRATOS 
 
 
DIREITO DOS CONTRATOS 
 
1. Conceito: Contrato é todo negócio jurídico, bilateral ou plurilateral, que visa a criação, modificação, extinção 
ou conservação de direitos e deveres. 
 
Negócio Jurídico – gênero 
Contrato – espécie 
Testamento – espécie Todas as regras dos artigos 104 ao 184, CC, são aplicáveis 
Promessa de Recompensa – espécie plenamente aos Contratos. 
 
 
2. Princípios 
 
Função Social do Contrato, artigo 421, CC 
 
A Função Social do Contrato é o Princípio que limita a sua autonomia privada quando presentes interesse meta 
individual (além do indivíduo, ou seja, atinge a coletividade, Direito Difuso, Coletivo) ou individual relativa a 
dignidade da pessoa humana. Atualmente o Princípio da Função Social do Contrato é traduzido como um freio 
que limita a vontade. Exemplos: 
 
- Promover a redução do valor da cláusula penal, artigo 413, CC. 
 
- Resolução contratual por onerosidade excessiva, artigos 317, 478ª 480, CC 
 
- Lesão e Estado de Perigo, artigos 157 e 156, CC 
 
 
b) Boa-Fé Objetiva, artigo 422, CC 
 
“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé”. 
 
 
Princípio da Boa-Fé Objetiva é o Princípio que impõe ao dever de bom comportamento aos contratantes em 
todas as fases contratuais. Dessa forma, DEVE agir de boa-fé tanto antes da formação do contrato 
(preliminares = tratativas), durante a execução do contrato, bem como após a extinção do contrato. 
 
 
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No Direito Romano é conhecido por responsabilidade post pactum finitum, ou seja, responsabilidade que 
surge após extinção do contrato. 
 
Mesmo após o fim do contrato, ainda que tenha havido o cumprimento do referido contrato, pelo Princípio da 
Boa-Fé Objetiva ele continua obrigando as partes ao seu cumprimento. As partes devem agir de forma ética, 
com confidencialidade, reciprocidade, dever de sigilo, de informar, de segurança. 
 
 
c) Autonomia Privada (antigamente denominada de Autonomia da Vontade) 
 
Princípio da Autonomia Privada: a autonomia é da pessoa e não da vontade. 
 
Essa autonomia é: 
 
 Limitada por Lei vez que o Estado exerce o dirigismo contratual, ou seja, o Estado estabelece Leis 
regulamentado o seu contrato. Exemplos: 
 
 CDC 
 CLT 
 Código Civil 
 
 Exemplos: - prestação de serviço não superior a 4 anos, 
 - vedação ao Pacto Corvina, artigo 426, CC (lenda que o corvo anuncia a morte da 
 pessoa) celebra-se um contrato tendo por objeto a herança de outra pessoa viva, 
 neste caso o contrato ou cláusula contratual é integralmente NULO). 
 
 
 Por outros princípios, por exemplo, função social e princípio da boa-fé objetiva. 
 
 
d) Força Obrigatória (pacta sunt servanda) gera vínculo e a obrigação de cumprir o contrato. Sofrem limites 
estabelecidos pela Lei e por outros Princípios (Função Social e Boa-Fé Objetiva). 
 
Exemplo: Teoria do Adimplemento Substancial 
 • Adimplemento: cumprimento, pagamento. 
 • Substancial: boa parte. 
 
Dessa forma, Teoria do Adimplemento Substancial é uma forma de defesa do devedor para evitar a rescisão 
contratual. Teoria do Adimplemento Substancial foi criada com base no princípio da função social do contrato, 
então, quando o credor pede a rescisão contratual o devedor alega a Teoria do Adimplemento Substancial 
para evitar a rescisão. Não basta cumprir 80% do contrato e parar de pagar, por exemplo. Ressalta-se que será 
limitado a fim de evitar a rescisão contratual, restando para o credor cobrar a dívida remanescente. 
 
O STJ recentemente afastou a aplicação da Teoria do Adimplemento Substancial em duas situações diferentes. 
Até 80% de adimplemento ou seja, 20 % de inadimplemento (insignificante) é possível a incidência da Teoria 
do Adimplemento Substancial. Atenção! Não significa que este seja o limite aceito pelo STJ. 
 
 
 
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3. Formação Contratual 
 
Fases 
 
 1ª Fase: formação preliminar, tratativas, pontuação. Nesta fase as partes não assumem o 
compromisso de contratar (compromisso de celebrar o contrato). A Responsabilidade Civil não existe 
por não ter contratado. Entretanto, se houver violação do princípio da boa-fé objetiva faz surgir o 
dever de indenizar (incide a Responsabilidade Civi).

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