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Princípios Contratuais - Constitucionalização do direito contratual: PRINCÍPIOS GERAIS PASSAM A SER CONSTITUCIONAIS. - Dignidade da pessoa humana (CF) cláusula geral remodeladora dogmática. - Objetivos (aos quais os contratos também se submetem): Construir uma sociedade livre, justa e solidária Garantir o desenvolvimento social Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais Promover o bem de todos Art. 170, CF – A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: Propriedade privada; Função social da propriedade (por mais privados que sejam os contratos, terão que cumprir também) Livre concorrência (Estado regula ela sem se intrometer) Defesa do consumidor Defesa do meio ambiente Redução das desigualdades regionais e sociais Busca do pleno emprego - Liberdade de contratar: Liberdade de escolha sobre quando, o quê e com quem contratar, tendo-se à disposição o aparato estatal para fazer valer a obrigação. Liberdade de contratar (contratar ou não) Liberdade contratual (está dentro do contrato: itens, formas e efeitos) Exceções à liberdade de contratar: Proibição de contratar – cláusulas vedadas Ex: Contratos de consumo – obrigar consumidor de renunciar seus direitos e ações contra mim. Dever de contratar – cláusulas compulsórias Ex: Contratação trabalhista sem adicional de insalubridade. - Relatividade contratual: Concessão clássica: partes x terceiros Em uma concepção moderna, o contrato é relativo ao objeto de contratação, objetos ilícitos devem ser coibidos, impactos do contrato na coletividade dentro de um complexo social. Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. [Desburocratizar algumas coisas do contrato. Lei da Liberdade Econômica presunção de paridade e simetria até a presença de elementos concretos pode afastar essa presunção. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. [Interpretação favorável em favor da parte vulnerável na dúvida se resolve em favor do aderente, possibilidade de revisar e se beneficiar acerca de alguma contradição.] Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. [Não se pode estipular renúncias de direitos das partes.] Contratos de empréstimo – cláusula para não revisar o contrato, pq são induzidos a erro. Lei de usura – limites das instituições financeiras ao cobrar juros, pq banco não é privado. Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. [Estipulação de contratos atípicos.] Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. - Força obrigatória dos contratos: Princípio calcado no consensualismo: palavra de alguém é muito relevante. Palavra empenhada é suficiente para criar vínculo jurídico. Não depende da chancela estatal. Necessidade de cumprimento do pacto: pacta sunt servanda O contrato faz lei entre as partes, DO QUE ELE REGULOU DE INTERESSE ENTRE AS PESSOAS, não do que está escrito. - Pode ser relativizado: valor jurídico da confiança e função social do contrato. Intangibilidade do contrato - Insuscetível de modificação por vontade unilateral de uma das partes ou por interferência externa; - Exceção: dirigismo contratual – Estado estabelece as taxas e as regras. - Boa-fé: Código de Defesa do Consumidor de 1990: Política Nacional de Relações de Consumo - Boa-fé objetiva: cláusula geral de consecução dos contratos. Código Civil de 2002: consolidação da boa-fé. (Art. 113 e 422, CC) Interpretação da boa-fé objetiva, embora não fale. Parâmetros de conduta. Tríplice função: - Função interpretativa: Lei da Liberdade Econômica (interpretação do negócio jurídico). - Função restritiva do exercício abusivo de direitos Venire contra factum próprio: proibição de comportamentos contraditórios; (não pode voltar a contratação do que fora ajustado entre as partes, assinou o contrato agora não pode discutir) Supressio: legítima expectativa de renúncia – SUPRESSÃO, alguma cláusula foi suprimida do contrato DEVEDOR Surrectio: legítima expectativa de tolerância – SUJEIÇÃO, obrigação ATIVAR uma cláusula, gera a expectativa de uma obrigação CREDOR - AS DUAS ATUAM JUNTAS – * Devedor que muda o local de entrega sem avisar, o credor ativa a cláusula do local de entrega. Tu quoque: quebra de reciprocidade, vedação de utilização de cláusula anteriormente descumprida; parte atuando divergente ao contrato, reclama quando a outra não age de acordo tbm – COMPENSAÇÃO DE CULPA. - Função criadora de deveres anexos: Lealdade, honestidade, transparência, informação. Incidência sobre terceiros - Relativização dos limites contratuais; - Função social dos contratos Socialização dos direitos subjetivos busca de justiça social Controle dinâmico e concreto da autonomia privada análise do juiz acerca das estipulações do contrato. Alcance da função social: Não detém eficácia jurídica autônoma, pois é orientação legislativa. Traduz o valor social das relações contratuais. É fonte de deveres jurídicos (interesses individuais e interesses extracontratuais socialmente relevantes). Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerá o princípio da intervenção mínima do Estado, por qualquer dos seus poderes, e a revisão contratual determinada de forma externa às partes será excepcional. [INTROMISSÃO MÍNIMA DO ESTADO] - Equilíbrio contratual e proteção dos vulneráveis: Justiça contratual: equilíbrio entre posições, prestações, direitos e interesses. - Igualdade material (tratar os desiguais na medida de sua desigualdade) X Igualdade formal (todos são iguais perante a lei). - Institutos de equilíbrio: lesão, revisão, resolução por onerosidade excessiva. Defesa da vulnerabilidade do consumidor (CDC) - Vulnerabilidade fática / técnica / informacional / jurídica. - Lei nº 13.874/ 2019 (LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA) Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. Novas manifestações contratuais: Massificação das contratações; Automatismo contratual; Despersonalizaçãodos contratantes; Anonimização ou abstração do consumidor. Contrato Preliminar Partes se obrigam a celebrar, no futuro, o contrato principal. - Confere segurança aos contratantes; - Parcelamento do processo de contratação; - Reserva de adaptabilidade – não necessariamente terá todas as cláusulas do contrato definitivo. Possibilidade de mudar mais tarde. - Deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Exemplo: Compromisso de compra e venda – estipula a negociação de lotes em condomínio, não existe a possibilidade de desistir, paga perdas e danos. Promessa de compra e venda = contrato preliminar de compra e venda, pode-se desistir. Tem como registrar, valendo para terceiros. - Não é uma fase obrigatória. Exceção quanto à forma – tanto é que se pode fazer uma promessa de compra e venda verbal ou por instrumento particular SEM ESCRITURA. - Mesmo que o contrato definitivo exija forma específica em lei, ex: escritura. “Todos os requisitos” – contrato completo com condição suspensiva A ideia do contrato preliminar é de que ele esteja incompleto. - Força obrigatória do contrato preliminar Se obrigam em realizar o contrato definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. Enunciado 30 CJF – Eficácia contra terceiros. (Eles devem consultar o registro) * Cuidar Promessa de Compra e Venda de Imóvel: Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. SÚMULA 239- O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. - Parte que n quer realizar o contrato definitivo e já se esgotou o prazo para conclusão do contrato preliminar: pode pedir suprimento judicial. Art. 464 - Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. - Se não houver execução do preliminar: considera-se desfeito, exige perdas e danos. - Contratos unilaterais (contrato de opção de ações) – ter o direito de optar por comprar isso. O credor deve manifestar-se no prazo previsto, não havendo prazo, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. MEMORANDO DE ENTENDIMENTO “ACORDO DE PRÉ-CONSTITUIÇÃO” Rege a relação entre futuros sócios ou acionistas, em momento anterior à constituição formal da sociedade. Requisitos: - Definição do projeto a ser desenvolvido. / Obrigações de cada sócio nas fases do desenvolvimento do negócio. / Participação acionária de cada sócio, bem como nos lucros e distribuição de lucros ou dividendos. / Tomada de decisão. / Momentos e hipóteses para captar investimentos. / Condições para admitir sócios investidores. / Propriedade Intelectual. / Cláusulas de não competição e confidencialidade. NÃO é contrato preliminar – s/ força executiva e contratual. Negociações complexas - $$$
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