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UNIVERSIDADE ABERTA - UAb DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA E DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DE GESTÃO - DOUTORAMENTO EM SUSTENTABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO TÓPICO 2 - PROBLEMAS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE (3 ECTS) Atividade apresentada ao DSSD da Universidade Aberta, como parte das exigências da disciplina de Seminário de Aprofundamento Teórico I. Aluno: André Luiz Romano. Lisboa 2017 O objetivo dessa atividade é apresentar as ideias sobre a forma como alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) poderão influenciar os próximos anos do planeta relacionando com a literatura do tema. Banuri e Opschoor (2007) afirmam que a revolução industrial se equivocou ao considerar os combustíveis fósseis como "gratuito", contudo, ainda hoje existe movimentos tentando limitar as mudança climática à fenômenos naturais do planeta. Lubchenco (1998) afirma que conforme aumenta a magnitude dos impactos humanos nos sistemas da terra, fica mais evidente a interferência dessa ação nos impactos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticos. Para Gough (2016) o clima global tem uma relação complexa com diversos fatores naturais, desde a atividade do sol até gases de efeito estufa, passando pela ação humana, como a respiração, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis. Fay e Golomb (2002) indicam que o uso de combustíveis fósseis apresenta quase sempre algum prejuízos ambiental e riscos para a saúde humana, nas suas etapas de mineração; transporte e refino; e eliminação de resíduos. O objetivo 7 dos ODS, trata das Energias Renováveis e Acessíveis, tem relação com o vídeo 300 Years of Fossil Fuels in 300 Seconds, que toca em pontos sensíveis, como eliminar combustíveis fósseis, reduzir o crescimento econômico, estabilizar a população mundial, assumir a responsabilidade pela destruição ambiental, limitar os recursos renováveis ao ritmo de renovação possível. Theis e Tomkin (2013) as energias renováveis são relativamente recentemente, menos eficiente do que as fósseis, contudo, espera-se que ocorra a sua viabilização e disseminação. Para Goldemberg e Lucon (2007) as energias renováveis crescerão, quando os mercados deixarem a resistência, os subsídios dados à fontes não-renováveis migrem para renováveis, com o tempo reduzirá seus custos; com políticas progressivas de introdução; transferindo tecnologias à países em desenvolvimento sem estágios intermediários e poluentes. A literatura aponta que um dos aspectos mais afetados pelo uso de energia fóssil é o objetivo 13, em que estão os itens da Ação Climática, segundo Rockström et al (2009) as pressões antropogênicas afetarão aspectos ambientais de maneira abrupta, deve haver uma nova abordagem da sustentabilidade global, olhando para os processos sistêmicos em escala planetária (mudanças climáticas) ou local (de biodiversidade). É necessário tratar a educação e consciencialização ambiental, além da capacidade humana e institucional sobre medidas de mitigação, adaptação, redução de impacto. Kollmus e Agyeman (2002) apud Robelia e Murphy (2012) afirmam que pela intangibilidade e complexidade das interações ambientais nem sempre os indivíduos se convencem, sendo preciso oferecer maior e melhor informação ambiental para as pessoas. Este objetivo trata ainda da gestão das alterações climáticas, nos países menos desenvolvidos sendo que Fay e Golomb (2002) descrevem práticas de minimização das emissões, na eficiência da demanda e da oferta, além da captura de CO2, novas fontes de energia desenvolvidas e em desenvolvimento, uso da biomassa, e reflorestamento de áreas sem uso das árvores por 100 a 200 anos. Cunha et al (2011) apontam para uma dicotomia entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O confronto de argumentos como; “sou pobre, logo, deixe-me poluir” contra “quero ser rico, logo, tenho que preservar o ambiente”, trata-se de uma das discussões mais acirrada entre os países, mas com o tradicional modelo de exploração e uso de recurso, levará o planeta a ruína. Segundo Guedes Filho, Veronese e Klein (2017) o Imposto Pigouviano, para empresas poluidoras, pode resolver parte das externalidades negativas, que absorvidas pelos custos de produção, arcarão com o custo social que acarretam. Não se deve acreditar em solução única, é necessário o uso de uma combinação incremental, partindo de iniciativas de baixo custo. O objetivo 12 referente a Produção e Consumo Sustentáveis. É possível afirmar que a produção será uma função do consumo, e ao se ajustar o consumo para práticas sustentáveis, é de se esperar que a produção também o fará. Pode-se entender então, que havendo maior consciência de quem compra, haverá uma produção com tecnologias mais limpas e reponsabilidade, conforme demanda dos compradores. Por outro lado, Reynolds et al. (2010) afirma que muitas pessoas apresentam um conceito equivocado ou deturpado sobre a relação entre a queima de combustíveis fósseis, o aumento da temperatura e a concentração de dióxido de carbono. Robelia e Murphy (2012) revelam que muitos cidadãos norte-americanos tomam decisões sobre políticas ambientais como cidadãos, eleitores e consumidores. Al Gore (2017) na Cimeira de Lisboa “The Innovation Community’s role in solving the climate changes crisis” se mostra convicto de que é preciso uma Revolução da Sustentabilidade, na qual lideranças devem ser capacitadas, para reduzir emissões de CO2, mudar valores e atitudes, ampliar a eficiência energética e utilizar carros eléctricos e outras energias renováveis. O objetivo 9 trata de Indústria, Inovação e Infraestruturas. Segundo Belz e Peattie (2010) a chave para atingir a inovação é a integração das ideias dos consumidores no processo de inovação das empresas, devendo às empresas estarem dispostas a oferecer muito mais informações ao consumidor o que nem sempre é bem visto no marketing convencional. Barbieri (2007) analisa o desenvolvimento sustentável, a partir de uma dimensão histórica da evolução do tema e sugere baseado na teoria institucional que a sustentabilidade é por si só uma forma de inovação considerando suas três dimensões – social, ambiental e econômica. Adenle, Azadi e Arbiol (2015) colocam a agricultura no centro da discussão e apontam o papel central que mudanças políticas e institucionais terão nos sistemas de inovação agrícola, para enfrentamento das mudanças climáticas, sobretudo, nas nações mais pobres. O objetivo 10 trata da Redução das Desigualdades, segundo o qual, espera-se atingir de forma sustentável, o crescimento do rendimento da população mais pobre. Banuri e Opschoor (2007) apontam para uma política com acordos globais baseados na descarbonização e no desenvolvimento econômico. Segundo Sachs (1981) é preciso uma preocupação com as perdas ambientais, mas também com a pobreza e concentração de renda; cabendo um papel solidários dos países desenvolvidos para a superação da desigualdade, corrigindo mecanismos comerciais e financeiros desfavoráveis aos países em desenvolvidos. Veiga (2013) identifica um descompasso entre a história da governança do desenvolvimento e a governança ambiental, que deveriam ser integrais e indivisíveis conforme Maurice Strong propôs na Rio 92, não cabendo ao tema ambiental uma subordinação, mas o papel de um alicerce do desenvolvimento. No objetivo 11 trata-se o tema Cidades e Comunidades Sustentáveis, a sustentabilidade precisa ser percebida no nível das comunidades, para que faça sentido. Segundo Geis e Kutzmark (1998) comunidades sustentáveis são aquelas que promovem a sustentabilidade no uso da água, comida,transporte, resíduos e energia. Isso requer uma abordagem holística reconhecendo a interconectividade dos aspectos do desenvolvimento sustentável, sendo necessário, um estreitamento para os propósitos de interesse. Uma aplicação, ocorre nas comunidades que optam pela diversificação da matriz energética, sendo viável e preferível ao modelo tradicional centralizado (petróleo e carvão), Chicco e Mancarella (2009) afirmam que os benefícios vão desde o aumento da segurança do abastecimento até os benefícios econômicos locais. Rio e Burguillo (2008) reforçam a importância da diminuição do impacto ambiental nas comunidades. Um aspecto que coloca os combustíveis fósseis na berlinda são os riscos de escassez na oferta, gerado pela tensão geopolítica em regiões com abundância de recursos. Referências - 300 Years of FOSSIL FUELS in 300 Seconds. https://www.youtube.com/watch?v=cJ-J91SwP8w. Acesso em 18/11/2017. - Adenle, A. A., Azadi, H., e Arbiol, J. (2015). Global assessment of technological innovation for climate change adaptation and mitigation in developing world. Journal of environmental management, 161, 261- 275. < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26189184> Acesso em 20/11/2017. - Al Gore (2017). The innovation community’s role in solving the climate change crisis. Web Summit, Lisboa, Portugal, 6 - 9 Nov. 2017 https://www.youtube.com/watch?v=wlrxuTob3mc - Banuri, T. e Opschoor, H. (2007). Climate change and Sustainable Development. DESA working Paper, nº56. ST/ESA/2007/DWP/56. Out. 2007. http://www.un.org/esa/desa/papers/2007/wp56_2007.pdf - Barbieri, J. C. (2007). Organizações inovadoras sustentáveis. In: Barbieri, J. C, & Simantob, M. Organizações inovadoras sustentáveis: uma reflexão sobre o futuro das organizações. São Paulo, Atlas. - Belz, F. M e Peattie, K. (2012). Sustainability Marketing. West Sussex: John Wiley & Sons - Chicco, P. e Mancarella, P. (2009). Distributed multi-generation: a comprehensive view. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 13 (3), pp. 535-551. <https://doi.org/10.1016/j.rser.2007.11.014> - Cunha, M. P. et al (2011). Estratégia oceano verde. Texto Editora. 1ª Edição. Março de 2011. - Fay, J. A. e Golomb, D. S. (2002). 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