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CURSO INTENSIVO OAB COMPLETO word 2003

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CURSO INTENSIVO II
LFG
1º SEMESTRE DE 2010
TODAS AS MATÉRIAS
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Conteúdo
7ADMINISTRATIVO	�
7Aula 01	�
21Aula 02	�
33Aula 04	�
44Aula 06	�
57Aula 07	�
74Aula 08	�
88Aula 03	�
101Aula 05	�
112Aula 09	�
128Aula 10	�
141CIVIL	�
141Aula 01	�
156Aula 02	�
171Aula 03	�
185Aula 04	�
199Aula 05	�
210Aula 06	�
225Aula 07	�
239Aula 08	�
254Aula 09	�
271Aula 10	�
285Aula 11	�
299Aula 12	�
315Aula 13	�
332Aula 14	�
346Aula 15	�
361Aula 16	�
376Aula 17	�
398Aula 18	�
418CONSTITUCIONAL	�
418Aula 01	�
435Aula 02	�
450Aula 03	�
466Aula 05	�
480Aula 06	�
496Aula 07	�
512Aula 08	�
526Aula 09	�
542Aula 04	�
558EMPRESARIAL	�
558Aula 01	�
568Aula 02	�
581Aula 03	�
594Aula 04	�
606Aula 05	�
620Aula 06	�
632Aula 07	�
645Aula 08	�
661Aula 09	�
676Aula 10	�
692Aula 11	�
708INTERNACIONAL	�
708Aula Única	�
715PENAL II	�
715Aula 01	�
742Aula 02	�
756Aula 03	�
771Aula 04	�
785Aula 05	�
800Aula 06	�
817PENAL ESPECIAL	�
817Aula 01	�
829Aula 02	�
842Aula 03	�
855Aula 04	�
867Aula 05	�
882Aula 06	�
896Aula 07	�
910Aula 08	�
922Aula 09	�
935Aula 10	�
948Aula 11	�
961Aula 12	�
977Aula 13	�
1025TRIBUTÁRIO	�
1025Aula 01	�
1036Aula 02	�
1045Aula 03	�
1053Aula 04	�
1068Aula 05	�
1081Aula 06	�
1095Aula 07	�
1110Aula 08	�
1123Aula 09	�
1135Aula 10	�
1149Aula 11	�
1162Aula 12	�
1173Aula 13	�
1186Aula 14	�
1200DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS	�
1200Aula 01	�
1211Aula 02	�
1223Aula 03	�
1236Aula 04	�
1247Aula 05	�
1263Aula 06	�
1279Aula 07	�
1293Aula 08	�
1307Aula 09	�
1323LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL	�
1323Aula 03	�
1342Aula 06	�
1358Aula 08	�
1374Aula 09	�
1392Aula 12	�
1407Aula 24	�
1425Aula 25	�
1445Aula 01	�
1459Aula 02	�
1474Aula 04	�
1492Aula 07	�
1507Aula 11	�
1527Aula 14	�
1544Aula 15	�
1561Aula 05	�
1580Aula 10	�
1602Aula 13	�
1619Aula 16	�
1640Aula 17	�
1660Aula 18	�
1679Aula 19	�
1699Aula 20	�
1723Aula 21	�
1747Aula 22	�
1772Aula 23	�
1796Aula 26	�
1808PROCESSO CIVIL	�
1808Aula 03	�
1819Aula 04	�
1838Aula 05	�
1855Aula 06	�
1869Aula 07	�
1885Aula 08	�
1900Aula 10	�
1911Aula 09	�
1927Aula 11	�
1940Aula 12	�
1957Aula 13	�
1971Aula 15	�
1996Aula 17	�
2012Aula 01	�
2026Aula 02	�
2040Aula 14	�
2049PROCESSO PENAL	�
2049Aula 13	�
2058Aula 01	�
2072Aula 02	�
2089Aula 03	�
2098Aula 04	�
2111Aula 05	�
2125Aula 06	�
2136Aula 07	�
2149Aula 08	�
2166Aula 09	�
2182Aula 10	�
2197Aula 11	�
2214Aula 12	�
2227Aula 14	�
2239Aula 15	�
2250Aula 16	�
2270Aula 17	�
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ADMINISTRATIVO
Aula 01
Goiânia, 15/03/2010
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professor Fabrício Bolzan
Nesta primeira aula, nós vamos estudar a Lei 8112/90.
Agentes Públicos (estudamos no Intensivo I a parte constitucional)>>gênero. Dentro deste nós temos espécies, como, v.g., os agentes políticos, os agentes administrativos, os particulares em colaboração com o Estado.
Dentro dos agentes administrativos, nós vamos falar dos servidores estatutários (ocupantes de cargo público – Lei 8112/90), dos empregados públicos (ocupantes de empregos, regidos pela CLT) e temos também os servidores temporários (detentores de função pública).
Vamos falar dos servidores estatutários.
Lei 8112/90 (Estatuto do Servidor Civil Federal)
Conceitos preliminares
1º) Servidor público: é a pessoa legalmente investida em cargo público. Veja o art. 37, § 2º (sobre o cargo em comissão):
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
2º) Cargo público: consiste no conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas (entregues) a um servidor.
3º) Provimento: é o ato administrativo pelo qual a pessoa se vincula à Administração ou a um novo cargo.
Provimento é a mesma coisa que investidura? A resposta vem daqui a pouco.
4º) Vacância: é o ato administrativo que põe fim ao vínculo da pessoa com a Administração ou com o cargo anteriormente ocupado.
Formas de provimento
1ª) Nomeação: é o ato que materializa o provimento originário da pessoa a um cargo público
Nomeou, tem direito a posse: a posse é o ato pelo qual são cometidas (entregues) ao servidor as atribuições, direitos, deveres e responsabilidades do cargo público.
A partir deste momento, ele está investido no cargo público. Com a posse, ocorre a investidura do servidor no cargo público.
Então, provimento é a mesma coisa que investidura? Não, porque enquanto o provimento é um ato unilateral da Adm, a investidura depende da participação da outra parte. No caso, o servidor nomeado. Se ele não toma posse, ele não é investido no cargo.
Quando eu falo em investidura, eu falo em ato complexo: Adm manifesta vontade e o particular nomeado manifesta vontade.
Para começar a trabalhar, o sujeito tem que entrar em exercício. Este é o efetivo desempenho das atribuições do cargo.
Da nomeação, a lei fala em 30 dias para tomar posse, e o empossado, segundo a lei, tem 15 dias para entrar em exercício.
Uma primeira questão polêmica e aí a gente entra em jurisprudência: o aprovado dentro do numero de vagas tem direito à nomeação?
Pacífica a posição do STJ, o aprovado dentro do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação. RMS 27.508, j. 16/04/2009.
O STJ tem tanta jurisprudência nesse tema que ele já chegou a conceder segurança a uma candidata que comprovou ter vaga no emprego. O número de vagas eram 10, os 10 assumiram, mas ela comprovou que o Município firmou um convênio com uma clínica particular, significa que tem vaga lá dentro da Adm. Portanto, já nomeou até quem estava fora.
E o STF? O que pensa sobre esse tema? O STF sempre teve uma posição clássica a esse respeito: aprovado em concurso público não tem direito à nomeação, tem mera expectativa de direito.
Mas o STF, graças a Deus e graças a essa excelente posição do STJ, evoluiu nessa jurisprudência. O penúltimo julgado diz que o aprovado dentro do número de vagas tem direito à nomeação, mas a Adm pode recusar essa nomeação, desde que ela fundamente e essa fundamentação poderá ser controlada pelo Poder Judiciário (STF, RE 227.480/RJ, j. 16/09/2008. Informativo 577 de março de 2010).
Uma segunda questão polêmica é com relação ao estágio probatório. Na lei 8112/90, art. 20, o estágio probatório que está lá é de 24 meses. É possível estágio probatório de 24 meses, enquanto a CF fala em 3 anos?
A redação original do art. 41 da CF falava que são estáveis, após 2 anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
O quê que os estatutos de servidores públicos começaram a fazer quanto ao estágio probatório?
Começaram a falar em 24 meses de estágio probatório, compatível com a redação original do art. 41.
Mas sabe-se que a EC 19/98 alterou essa redação, dispondo que a estabilidade é de 3 anos agora.
O STJ entendeu que são institutos distintos, logo o estágio probatório pode ser de 24 meses e a estabilidade pode ser de 3 anos. O STJ sempre entendeu assim.
O Governo não ficou contente com isso, porque dentro da AGU tem o parecer normativo 17 de 2004, falando que no âmbito federal o estágio probatório tem que ser equivalente à estabilidade. Então o estágio probatório tem que ter 36 meses.
Então, alguns servidores quando já haviam completado 24 meses, requereram dos procuradores federais a promoção, pois esta ocorre com o estágio probatório.
O Governo Federal, através da MP 431, alterou o período do estágio probatório de 24 para 36 meses.
Medida provisória tem que ser convertida em lei, e a lei que converteu essa MP voltou o estágio probatório para 24 meses (Lei 11784/2008). Então, hoje, o prazo do estágio probatório se manteve em 24 meses.
O STJ mudou seu pensamento sobre o tema (em
22 de abril de 2009) para entender que em que pese o estágio probatório ser instituto distinto da estabilidade, eles estão interligados, não podem ser vistos de forma estanque, separados, e o período do estágio probatório tem que ser compatível com o período da estabilidade (RMS 12.523).
	Processo
	MS 12523 / DF
MANDADO DE SEGURANÇA
2006/0284250-6 
	Relator(a)
	Ministro FELIX FISCHER (1109) 
	Órgão Julgador
	S3 - TERCEIRA SEÇÃO
	Data do Julgamento
	22/04/2009
	Ementa 
	MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. ESTABILIDADE. ART. 41
DA CF. EC Nº 19/98. PRAZO. ALTERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO.
OBSERVÂNCIA.
I - Estágio probatório é o período compreendido entre a nomeação e a
aquisição de estabilidade no serviço público, no qual são avaliadas
a aptidão, a eficiência e a capacidade do servidor para o efetivo
exercício do cargo respectivo.
II – Com efeito, o prazo do estágio probatório dos servidores
públicos deve observar a alteração promovida pela Emenda
Constitucional nº 19/98 no art. 41 da Constituição Federal, no
tocante ao aumento do lapso temporal para a aquisição da
estabilidade no serviço público para 3 (três) anos, visto que,
apesar de institutos jurídicos distintos, encontram-se
pragmaticamente ligados.
III - Destaque para a redação do artigo 28 da Emenda Constitucional
nº 19/98, que vem a confirmar o raciocínio de que a alteração do
prazo para a aquisição da estabilidade repercutiu no prazo do
estágio probatório, senão seria de todo desnecessária a menção aos
atuais servidores em estágio probatório; bastaria, então, que se
determinasse a aplicação do prazo de 3 (três) anos aos novos
servidores, sem qualquer explicitação, caso não houvesse conexão
entre os institutos da estabilidade e do estágio probatório.
PROCURADOR FEDERAL. PROMOÇÃO E PROGRESSÃO NA CARREIRA. PORTARIA PGF
468/2005. REQUISITO. CONCLUSÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. DIREITO LÍQUIDO
E CERTO. INEXISTÊNCIA.
IV – Desatendido o requisito temporal de conclusão do estágio
probatório, eis que não verificado o interstício de 3 (três) anos de
efetivo exercício da impetrante no cargo de Procurador Federal,
inexiste direito líquido e certo de figurar nas listas de promoção e
progressão funcional, regulamentadas pela Portaria PGF nº 468/2005.
Ordem denegada.
Então se a estabilidade é em 3 anos, o estágio probatório é em 36 meses.
Posição recente: não é possível prazos diferentes.
Sobre a inconstitucionalidade, várias suspensões de tutela antecipada concedidas pelo ainda presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes no ano passado, no sentido de que é inconstitucional essa diferença do prazo probatório para a estabilidade.
São decisões monocráticas que o examinador pode explorar na prova.
2ª) Readaptação: nesta, nós temos a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a sua limitação física ou mental comprovada em inspeção médica.
Ex.: cidadão é digitador, é muito comum quem digita muito ter LER, se o sujeito enxerga bem, a Adm vai dizer que ele vai ser leitor de Diário Oficial.
Significa que a readaptação tem que ser em cargo com atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, o nível de escolaridade, equivalência nos vencimentos, e se não existir um cargo com essas características, o servidor atuará como excedente.
Nesse caso, ele continua a atuar e a trabalhar, mas não existe um cargo para ele, o primeiro que aposenta ou (?), o cargo vai para ele.
3ª) Reversão: consiste no retorno à atividade do servidor aposentado. Nós temos 2 modalidades de reversão:
De ofício pela Adm: quando a Adm descobre que as causas que levaram à aposentadoria por invalidez não mais subsistem.
A pedido do servidor: para que haja apreciação desse pedido, têm que ser preenchidos requisitos de admissibilidade:
Solicitação do servidor;
A aposentadoria, quando pedida e deferida, deve ser na modalidade voluntária;
Quando ele pediu a aposentadoria, ele deveria ser estável no serviço;
Pedido de reversão tem que ser feito dentro de 5 anos da aposentadoria;
Tem que ter cargo vago, para conseguir ver o seu pedido admitido.
Ele preencheu todos esses requisitos, ele tem o direito subjetivo de voltar para a Adm ou não?
Mesmo preenchendo todos esses requisitos, o servidor não tem o direito subjetivo de retornar, porque estamos diante dessa segunda modalidade de um ato discricionário da Adm.
E a reversão de ofício? A Adm descobre que o servidor não está mais doente: ela tem obrigação ou faculdade de trazer de volta? É uma obrigação, porque o ato aqui é um ato vinculado.
4ª) Reintegração: nesta nós temos a reinvestidura de servidor estável no cargo anteriormente ocupado em razão da invalidação da sua demissão no âmbito judicial ou administrativo, com o ressarcimento de todas as vantagens. Art. 28 da Lei 8112/90.
Art. 28.  A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
A reintegração pressupõe reinvestidura de servidor estável. E se o servidor não é estável, ele tem direito à reintegração? O servidor, mesmo que não estável, se ele conseguir invalidar o ato que o demite, ele tem direito ao retorno ao cargo anterior, só que é um retorno inominado, não vai se chamar reintegração.
Quais são os seus efeitos? Os efeitos são ex tunc, retroativos da anulação do ato de demissão.
A lei, quando fala em reintegração, pressupõe estável; o não estável pode retornar, isso não se chama reintegração, e os efeitos são retroativos. Esse o resumo.
5ª) Recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado por inabilitação no estágio probatório relativo a novo cargo, ou em razão da reintegração do antigo ocupante.
Essa recondução pressupõe não a exoneração do cargo anterior, mas o pedido de vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável. Art. 33, VIII da Lei 8112/90. Com isso, apenas sobrestá-se o vínculo. Pois se o sujeito for reprovado em estágio probatório no novo cargo, tem direito ao retorno ao cargo anterior.
Pergunta: a lei fala o quê: inabilitado em estágio probatório em outro cargo. O sujeito está indo bem no estágio probatório, mas ele não está feliz no novo cargo, ele tem direito à recondução?
(intervalo para café)
É possível um servidor desistir do novo cargo e pedir a recondução para o cargo anterior, desde que esse pedido seja feito dentro do período do estágio probatório (tanto o STJ quanto o STF). STJ, MS 8.339, j. 11/09/2002. STF, MS 24.543, j. 21/08/2003. Súmula 16 da AGU.
	Processo
	MS 8339 / DF
MANDADO DE SEGURANÇA
2002/0051853-4 
	Relator(a)
	Ministro HAMILTON CARVALHIDO (1112) 
	Órgão Julgador
	S3 - TERCEIRA SEÇÃO
	Ementa 
	MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. ESTÁGIO PROBATÓRIO
EM OUTRO CARGO PÚBLICO. RECONDUÇÃO AO CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO.
POSSIBILIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.
1. O servidor público estável que desiste do estágio probatório a
que foi submetido em razão de ingresso em novo cargo público tem
direito a ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.
2. Inteligência do parágrafo 2º do artigo 20 da Lei nº 8.112/90.
Precedentes do STF.
3. "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança"
(Súmula do STF, Enunciado nº 269). "Concessão do mandado de
segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período
pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela
via judicial própria." (Súmula do STF, Enunciado nº 271).
4. Ordem parcialmente concedida.
MS 24543 / DF - DISTRITO FEDERAL 
MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO
Julgamento:  21/08/2003           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
Ementa 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTÁGIO
PROBATÓRIO. Lei 8.112/90, art. 20, § 2º. C.F., art 41. I.- O direito de o servidor, aprovado em concurso público, estável, que presta novo concurso e, aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao cargo anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido ao estágio probatório no novo cargo: Lei 8.112/90, art. 20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no estágio do novo cargo, não estará extinta a situação anterior. II.- No caso, o servidor somente requereu a sua recondução ao cargo antigo cerca de três anos e cinco meses após a sua posse e exercício neste, quando, inclusive, já estável: C.F., art. 41. III.- M.S. indeferido.
6ª) Aproveitamento: retorno à atividade do servidor em disponibilidade, a cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
A disponibilidade nada mais é do que uma inatividade remunerada. Um outro instituto que consiste em inatividade remunerada é a aposentadoria.
Quais as principais diferenças entre disponibilidade e aposentadoria?
Há 2 características marcantes na disponibilidade: nesta essa inatividade remunerada é provisória, enquanto na aposentadoria em regra é permanente (porque vimos as hipóteses de reversão hoje); outra diferença é que a remuneração na disponibilidade é proporcional ao tempo de serviço, enquanto que para a aposentadoria o que vale é o tempo de contribuição (os proventos são calculados com base no tempo de contribuição).
7ª) Promoção: o servidor investido em cargo com maior grau de responsabilidade e complexidade nas suas atribuições, porém dentro da mesma carreira.
Se o examinador falar em transferência ou em ascensão, são 2 formas de provimento que foram banidas da Lei 8112/90, porque violam o princípio do concurso público.
A transferência era uma forma de provimento em que, por exemplo, o servidor era analista de um Tribunal estadual e era transferido para analista do TRF.
Na ascensão, o cidadão era técnico nível I, passou para o II, o III e o IV, e então ascendia para analista...
Portanto, na transferência o servidor passava de um cargo para outro de igual denominação, porém situado em quadro funcional diverso. É diferente de cessão de servidor.
Na ascensão, nós temos que o servidor passa de um cargo situado na classe mais elevada de uma carreira para a classe inicial de carreira diversa. Isso não mais é válido. Viola o princípio constitucional do concurso público.
Súmula 685 do STF.
SÚMULA Nº 685
 
É INCONSTITUCIONAL TODA MODALIDADE DE PROVIMENTO QUE PROPICIE AO SERVIDOR INVESTIR-SE, SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO.
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Formas de vacância
1ª) Exoneração: consiste numa forma de desligamento do servidor sem conotação de penalidade. Isso, no âmbito federal. Por isso, cuidado se o concurso for municipal ou estadual. Pode ser que se fale em exoneração com conotação de penalidade.
Cargo efetivo: a exoneração ocorre:
A pedido do servidor
De ofício pela Adm: ocorre quando o servidor não passa no estágio probatório ou quando o servidor toma posse e não entra em exercício naquele prazo de 15 de anos que estudamos hoje.
A exoneração de ofício da Adm no caso de inabilitação no estágio probatório é a mesma coisa que a exoneração ad nutum do servidor de cargo em comissão? Tem que ter processo administrativo com ampla defesa e contraditório? E para quem acha que é processo adm com contraditório e ampla defesa é processo adm disciplinar (PAD)?
Não é a mesma coisa: quando a Adm exonera de ofício por inabilitação no estágio, ela tem que dar direito a contraditório e a ampla defesa e ainda tem que motivar.
Tem que ter processo adm, mas este pode ser simplificado, não tem natureza de PAD.
RE 223.904, j. 14/12/2004 e Súmula 21 do STF, RE 594.040 e também uma decisão recentíssima do STJ nesse mesmo sentido: RMS 20.934, j. 19/02/2010.
Cargo em comissão ou função de confiança: cargo em comissão pode ser ocupado ou não por quem prestou concurso público; já função de confiança, só por aquele que é detentor de cargo efetivo (art. 37, V da CF).
Tanto para o cargo em comissão quanto para a função de confiança, a exoneração pode ser:
A pedido do servidor:
A critério da autoridade competente:
A própria Constituição no art. 37, II é muito clara ao falar em livre nomeação e livre exoneração, significa que não precisa motivar para contratar, nem para exoneração (exoneração ad nutum).
2ª) Demissão: desligamento do servidor com conotação de penalidade. Para falar em demissão, o servidor tem que praticar falta grave (art. 132 da Lei 8112/90), apurada por PAD.
3ª) Aposentadoria: é uma inatividade remunerada.
4ª) Falecimento.
5ª) Promoção
6ª) Readaptação
7ª) Posse em outro cargo inacumulável
As 3 últimas são aos mesmo tempo forma de provimento e de vacância.
(FIM)
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Remoção
Envolve o deslocamento do servidor para desempenhar suas atividades em outra unidade, no âmbito do mesmo quadro funcional, com ou sem mudança de sede.
Quais as modalidades de remoção na lei 8112/90?
1ª) Remoção de ofício pela Adm: ocorrerá no interesse da Adm e independe de requerimento do servidor. A gente tem que tomar cuidado com o chamado desvio de poder (desvio de finalidade), ou seja, quando a remoção for utilizada como forma de penalidade do servidor, tem-se clássico exemplo de desvio de poder.
Ex: policiais federais investigando família de político famoso, um pouquinho antes de prender, eles foram removidos para a fronteira do País. O desvio de poder tem que ser comprovado diante do caso concreto, diante de circunstâncias externas, e não internas, do tipo: quantos passaram no concurso depois desses policiais, há quanto tempo tem o interesse de me remover para a fronteira, do tipo me pegaram só agora que eu cheguei perto da família. O Judiciário pode afirmar que aqui não tem discricionariedade da Adm, aqui tem desvio de finalidade.
2ª) Remoção a pedido do servidor, porém a critério da Adm deferir ou não: é um ato discricionário da Adm: ela vai fazer um juízo de valor, de oportunidade e conveniência e decidir se defere ou não o pedido do servidor.
3ª) Remoção a pedido do servidor, independentemente de interesse da Adm: veja art. 36, p. único, III da Lei 8112/90:
Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado no interesse da Adm. Se o servidor pede, a Adm tem que deferir. Ex: suponha-se um casal de amigos, Omar e Elisângela, vamos supor que o primeiro foi removido por interesse da Adm para outro estado, se a Elisângela pede, ela tem o direito de ser removida para acompanhar o seu marido.
Um segundo caso é que o Omar, não satisfeito como procurador federal, continuou a estudar e passou no concurso do MPT, só que ele foi lotado em Aracaju, a Elisângela tem direito à remoção? Prevalece na jurisprudência que não tem direito nesse caso, porque ao prestar o concurso federal, sabia de antemão que poderia ser lotado em qualquer localidade do País.
STJ, MS 12.887, j. 24/09/2008.
Todas essas hipóteses envolvem ato vinculado da Adm (pediu, a Adm tem a obrigação de deferir)
Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas... Então, a mulher que por motivo de saúde tem que se mudar para Campos de Jordão, porque precisa respirar um ar melhor...
Concurso de remoção, processo seletivo em que há mais pessoas interessadas do que o número de vagas.
Redistribuição
Temos o deslocamento do cargo público, de provimento efetivo, ocupado ou vago para outro órgão ou entidade do mesmo poder.
Se o servidor não for deslocado junto com o cargo público, o que eu faço com esse servidor?
Se o servidor não for deslocado junto com o cargo, ou ele ficará em disponibilidade, ou ele desempenhará as suas atividades provisoriamente em outro órgão ou entidade até o adequado aproveitamento.
Direitos e vantagens do servidor na Lei 8112/90
Sistema remuneratório do servidor
O servidor poderá receber:
1º)
por vencimento. A definição de vencimento da lei está no art. 40 da Lei 8112/90: é o valor-base fixado em lei.
Mas nós temos servidores que recebem por:
2º) por remuneração: art. 41 da Lei 8112/90: vencimento+vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (ex: abono, gratificação).
Tem servidores que recebem por subsídio: nos termos do art. 39, § 4º da CF; art. 144, § 9º, art. 39, § 8º da CF. Aqui o servidor recebe parcela única. É a transformação de toda a remuneração em um só valor.
É possível vencimento inferior a 1 salário mínimo? Art. 40, p. único (revogado, virou § 5º do art. 41) da Lei 8112/90. Sim, é possível vencimento inferior a 1 salário mínimo, desde que a remuneração atinja esse piso salarial (seja no mínimo 1 salário). Isso nos termos da lei. 
O Supremo implicitamente já falou que isso é constitucional, em duas Súmulas vinculantes: 15 e 16.
A Lei 8112/90 é muito clara em falar o seguinte: salvo por imposição de lei ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento do consumidor.
Então, o servidor mantinha em seu poder 187 talões de vales-refeições, apurou-se em processo adm a responsabilidade dele, é possível descontar esse valor da sua remuneração ou provento?
Segunda situação: Adm paga alguma verba a maior do servidor: posso descontar em folha de pagamento independentemente de concordância do servidor?
Prevalece no STF que no caso da indenização, não é possível desconto direto: se a Adm quiser, ela que entre com uma ação de reparação de danos (STF, MS 24.182).
No caso envolvendo pagamento a maior de verbas salariais indevidamente, é possível o desconto em folha de pagamento de servidor independentemente de concordância do servidor. STF, MS 28.416, j. 10/11/2009. Nessa segunda situação, é possível porque a lei admite (art. 46 da Lei 8112/90).
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Aula 02
Goiânia, 29/03/2010
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professor Fabrício Bolzan
Lei 8112/90
Direitos e vantangens
1º Sistema remuneratório
2º Vantagens pecuniárias
Indenizações: visam ressarcir o gasto do servidor. Não se incorporam ao vencimento e provento.
Ajuda de custo: ressarcir os gastos do servidor com sua mudança em caráter permanente. Indenizar um servidor em razão de mudança em caráter permanente. 
Somente para remoção a pedido da Administração, independe de requerimento do servidor (STJ).
Em caso de falecimento do servidor, é possível voltar a sua sede de origem, desde que esse requerimento seja feito dentro de 1 ano da data do óbito.
Diárias: visam ressarcir os gastos com pousada, alimentação e locomoção urbana em razão de deslocamentos transitórios do servidor. Não precisa pagar diárias quando o deslocamento for permanente. Também não se pagam diárias se o deslocamento ocorrer dentro de uma mesma região metropolitana. E também em deslocamentos envolvendo países limítrofes. Nessas 3 situações, em regra não se pagam diárias. Se for pernoitar fora da sede, aí se pagam as diárias.
Se o servidor não se afasta da sua sede, ele terá 5 dias para devolver as diárias, caso as receba e não se afaste da sede.
Se ele recebeu em excesso, tem que devolver também no prazo de 5 dias.
Indenização de transporte: visa ressarcir os gastos do servidor que usa meio de transporte próprio para desempenhar serviço externo. Ex: Procurador Federal que atua no INSS (tem que tomar ciência dos processos no Forum).
Auxílio-moradia: visa ressarcir os gastos do servidor com aluguel de moradia ou hospedagem em hotel. Paga-se para quem desempenha cargo em comissão ou função de confiança do grupo de direção e assessoramento superior (DAS: níveis 4, 5 e 6), também cargos de natureza especial de Ministros de Estado ou equivalentes. Ex. de cargo equivalente a Ministro de Estado: AGU. Art. 60-B da Lei 8112/90: fala dos requisitos que tem que ter para preencher para receber esse auxílio-moradia.
Ele será pago por 8 anos dentro de cada período de 12 anos.
Antes da Lei 11784/2008: falava-se que pagava auxílio moradia de 5 anos no período de 8 anos.
O valor do auxílio-moradia ficará limitado a 25% do valor do cargo em comissão, função comissionada ou de Ministro de Estado.
Mas a lei também fala que para não ficar uma situação irrisória, poderia existir cargo em comissão de 2000 reais, então o auxílio-moradia será de 500 reais.
Independentemente do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos um auxílio-moradia de até 1800 reais.
Gratificações
Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento.
Essa gratificação é do detentor de cargo efetivo.
Gratificação natalina: para a CLT, nada mais é do que o 13º salário: nós temos o servidor recebendo 1/12 da remuneração que fizer jus no mês de dezembro.
Na lei 8112, período igual ou superior a 15 dias trabalhados, será considerado como mês integral.
No caso de exoneração, ele terá direito à gratificação natalina proporcional ao tempo trabalhado, mas ela será calculada com base no mês da exoneração do servidor.
Gratificação por encargo de curso ou concurso: é paga ao servidor que primeiro atuar como instrutor em curso de formação ou participar de banca examinadora de concurso público ou de vestibular.
Adicionais
Insalubridade, periculosidade e de atividade penosa: insalubridade: prejudicial à saúde. Periculosidade: condições de risco ao servidor. Atividade penosa: quando atuar em zonas de fronteira ou em localidade cujas condições de vida justifiquem o adicional.
A lei não fala sobre atividade penosa. Para o direito adm, só pode fazer o que o direito determinou...
A atividade penosa está prevista na Lei 8270/91 e Dec. 493/92 no art. 4º. 
Decreto 493, de 10 de abril de 1992, art. 4º Também veda a percepção a gratificação de que trata este decreto não poderá ser percebida cumulativamente com outras vantagens semelhantes.
Lei 8270/91 no art. 12 temos o percentual de insalubridade e periculosidade: COPIAR.
Insalubridade: percentual de 5, 10 ou 20%.
Periculosidade: percentual de 10%.
§ 1º é igual à regra.
§ 2º: raio X e substâncias radioativas tem o percentual de 10%.
Atividades penosas: art. 17 da Lei 8270/91: 15% no caso em exercício em capitais e 30% em outras localidades.
Adicional por serviço extraordinário: na iniciativa privada, é a hora extra. Fala-se de acréscimo de 50% em relação ao valor pago à hora normal. Como é a Adm Publica, o raciocínio é um pouco diferente, porque só é possível:
Situações excepcionais e temporárias;
Máximo de 2 hs por jornada de trabalho.
Adicional noturno: é pago ao servidor que trabalha das 22hs de um dia às 5hs da manhã do dia seguinte. O percentual desse adicional é de 25% em relação à hora normal. 1 hora noturna equivale a 52 min e 30 seg.
Vamos supor que o horário do servidor é trabalhar até as 22 hs. Excepcionalmente ele vem fazendo um trabalho extraordinário até as 24 hs. É possível acumular o serviço extraordinário com serviço noturno? Sim, é possível acumular adicional de serviço extraordinário com adicional noturno (art. 75, p. único da Lei 8112/90).
Adicional de férias: corresponde a 1/3 da remuneração do servidor pago até 2 dias antes do início das férias. Quando as férias forem parceladas, o adicional será pago quando do gozo do 1º período.
Vamos supor que o servidor passe a ocupar uma função de direção, chefia e assessoramento (chefe geralmente ganha mais). Esse adicional de 1/3 eu calculo com base no vencimento básico dele ou calculo sobre a remuneração oriunda do exercício de função de direção, chefia ou assessoramento? Será levado em consideração para o cálculo aquilo que recebe em razão do exercício de funções de direção, chefia e assessoramento.
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3º Férias
Temos uma regra, que envolve 30 dias por período trabalhado. É possível acumular até 2 períodos, e é possível parcelar as férias em até 3 etapas.
 O primeiro período aquisitivo tem que ter 12 meses de período trabalhado. 
Os demais não precisam ser 12 meses. Ex: Começa a trabalhar
em abril de 2010, vai tirar férias 12 meses depois, ou seja, em abril de 2011, a partir desse mês, vai poder tirar férias no período que quiser. Ex: junho de 2011.
Essa é a regra. Exceção: servidores que atuam com raios X ou substâncias radioativas: vão gozar 20 dias consecutivos por semestre e é proibida a acumulação de períodos.
20 dias consecutivos por semestre vão dar 40 dias por ano, diferentemente da regra, pois, que são 30 dias por ano.
Interrupção das férias
Art. 80 da Lei 8112/90
Art. 80.  As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)  (Férias de Ministro - Vide)
        Parágrafo único.  O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(intervalo para café)
4º Licenças
Por motivo de doença em pessoa da família
O que é família para conseguir essa licença? Família envolve cônjuge ou companheiro, pais, filhos, madrasta, padrasto, enteados ou dependentes que vivam às expensas do servidor e constem do assentamento funcional.
Para conseguir essa licença, o servidor tem que comprovar que a ajuda dele é indispensável para o doente e não pode ser prestada concomitantemente com o trabalho nem em regime de compensação de horas.
Art. 83, § 2º da Lei 8112/90: essa licença será concedida no período de cada 12 meses. De quando eu conto esse período: do começo da licença ou do seu final? O período de 12 meses será contado a partir do deferimento da licença concedida (§ 3º).
O período máximo da licença é de 150 dias. Como se conta, analisando se é remunerada ou não a licença? Os 60 dias iniciais, consecutivos ou não, com remuneração. Os 90 dias finais, consecutivos ou não, sem remuneração.
Art. 103, II da Lei 8112/90.
Art. 81, I e § 3º. 
Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro
Qual o fundamento desse afastamento? Deslocamento do cônjuge ou companheiro para outro ponto do território nacional, para o exterior, para o exercício de mandato nos Poderes Executivo ou Legislativo. Essa licença será sem remuneração e por prazo indeterminado. Art. 84, § 2º da Lei 8112/90. Pode ser que o servidor seja estadual, o cônjuge vai para outro ponto do País, pode pedir ou o afastamento ou o exercício provisório naquela autarquia.
Licença para o Serviço Militar: 
O fundamento é o serviço militar. Concluído o serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias para reassumir o seu cargo. Esse período de 30 dias será remunerado ou sem remuneração? Será sem remuneração.
Licença para a atividade política
Será sem ou com remuneração? Será sem remuneração no período que vai da convenção partidária até a véspera do registro da candidatura. Será com remuneração do período que vai do registro da candidatura até o 10º dia subseqüente ao pleito (eleição).
Vamos supor que o registro da candidatura foi em abril, a eleição é em outubro: o período máximo com remuneração segundo a lei será de 3 meses. Portanto, não serão 6 meses de remuneração, mas somente 3 meses.
Licença-capacitação
Tem direito à licença-capacitação o servidor a cada 5 anos de efetivo exercício. Será deferida ou não essa licença no interesse da Adm, por um período de até 3 meses para participar de curso de capacitação profissional.
É remunerada ou sem remuneração? É com remuneração.
Se já está há 10 anos, pode retirar 6 meses? É proibida a acumulação de períodos.
A licença-capacitação é diferente do afastamento para cursar pós stricto sensu. Ou seja, para fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado. Está no art. 96-A da Lei 8112/90.
É um afastamento recente na Lei 8112/90.
Art. 96-A.  O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
	§ 2o  Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Então são 3 os afastamentos que impedem a licença para doutorado e mestrado: lincença-capacitação, licença para tratar de assuntos particulares e que não tenha ocorrido nos 2 anos anteriores.
§ 3o  Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 2009)
Mesmo participando de licença-capacitação, consegue afastamento para pós-doutorado.
§ 4o  Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
É uma forma de compensar o investimento feito pela Adm. Vai ter que trabalhar pelo menos o tempo que ficou afastado.
Se não quer mais trabalhar na Adm:
§ 5o  Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Tem uma outra situação que o legislador pensou: ele fica 3 anos fora, mas não consegue o título. Caso o servidor não obtenha o título, aplica-se o § 5º, ou seja, deverá ressarcir a Adm dos gastos com seu investimento
§ 6o  Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Veja que no título da Seção IV, fala-se em afastamento para programa de pós-graduação em instituição de ensino superior no País. Entretanto, o § 7º do art. 96-A admite a pós-graduação no Exterior. Veja:
§ 7o  Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Licença para tratar de interesses particulares
Quais os requisitos para pedir a licença? É único: não esteja em estágio probatório. A Adm pode deferir essa licença ou não (ato discricionário).
É remunerada ou sem remuneração? Só pode ser sem remuneração e será por um prazo de até 3 anos consecutivos.
Essa licença pode ser interrompida no meio desses 3 anos? Sim, tanto pela Adm no interesse do serviço público, como pelo próprio servidor mediante seu pedido.
Licença para o desempenho de mandato classista
O objetivo dessa licença é ocupar cargo de direção em sindicato, federação, confederação, além das associações de classe de âmbito nacional ou até cooperativas de servidores para prestar serviços aos seus membros.
É com remuneração ou sem remuneração? É sem remuneração e por um período
correspondente ao mandato (ex: mandato de sindicalista por 1 ano; mas ele foi reeleito; a licença vale por mais 1 ano, pois é prorrogável por uma única vez em caso de reeleição).
No art. 81 da Lei, vamos encontrar as licenças na Lei 8112/90.
Embora nesse artigo tenhamos 7 licenças arroladas, existem outras.
Tratamento de saúde
Arts. 202 a 206 da Lei 8112/90.
Será deferida a pedido ou de ofício pela Adm, com remuneração e por um prazo máximo de 24 meses.
Tem que comprovar a situação por meio de perícia médica.
O quê que acontece se o servidor ficar doente por mais de 24 meses? Essa licença será concedida como aposentadoria por invalidez permanente.
Isso está no art. 188 da Lei 8112/90, § 1º.
Art. 188.  A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. 
        § 1o  A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses. 
Licença por acidente em serviço (arts. 211 a 214 da Lei 8112/90)
Também será uma licença com remuneração e pelo prazo máximo de 24 meses.
Se superar esse prazo, ocorrerá aposentadoria por invalidez permanente (art. 188, § 4º).
Licença à gestante, à adotante e à paternidade.
Na Lei 8112/90, gestante tem direito a 120 dias+60 dias que foram dados pelo Decreto federal 6690/2008.
Adotante de criança até 1 ano (a Lei fala em 90 dias, e o decreto prorroga por mais 45 dias). Acima de 1 ano, a Lei fala em 30 dias, e o decreto prorroga por mais 15 dias. Obs: tem uma lei recente que é a Lei 12010/2009, que trouxe uma série de benefícios para a adotante, para o adotado, e no âmbito da CLT, exige que não haja mais nenhuma diferença entre a adotante e a gestante. No âmbito do servidor, desconhecem-se disposições/decisões nesse sentido, mas existe a possibilidade de discutir o caso.
Licença à paternidade: a lei fala em 5 dias consecutivos.
Os afastamentos estão nos arts. 93 a 96-A. O professor sugere que se leia os arts. 102 e 103 (importante quando a licença representa efetivo exercício...).
Regime disciplinar do servidor
É importante saber inicialmente que os deveres dos servidores estão no art. 116 da Lei 8112/90.
No art. 117 nós temos as chamadas proibições do servidor no âmbito da Lei 8112/90. Dependendo do inciso, vai ser suspensão, advertência e até demissão.
Quanto às responsabilidades do servidor no âmbito da Lei 8112/90:
O servidor poderá responder no âmbito civil, no âmbito criminal e independentemente de sua responsabilidade, no âmbito administrativo.
Em regra, existe uma independência entre as esferas.
Responde independentemente da improbidade adm (Lei 8429/92).
Quando que a decisão no crime interfere no âmbito adm? Quando que a absolvição no crime vai atingir a esfera adm e a cível?
A esfera criminal subdivide-se em crimes funcionais (o ilícito penal tem relação com os deveres adm) – nesse caso sentença condenatória no crime implica condenação na esfera adm. Ex: corrupção passiva (art. 317 do CP). Está-se diante de um crime funcional, que tem relação com os deveres do servidor. Se a sentença for absolutória, tem que analisar o fundamento da sentença de absolvição. Se o fundamento desta for negativa da autoria ou negativa da existência do fato, tem que absolver na esfera adm. Por outro lado, se o fundamento da absolvição for insuficiência de provas, quanto à autoria ou para a condenação (art. 386, incisos V e VII do CPP), não influirá na decisão adm. Súmula 18 do STF.
E se o crime for um crime não-funcional? Ou seja não tem conexão com os deveres do servidor... No caso de condenação a pena privativa de liberdade, se for por período inferior a 4 anos, o servidor ficará afastado e a família terá direito ao auxílio-reclusão, nos termos do art. 229 da Lei 8112/90.
Se for condenação a pena privativa de liberdade superior a 4 anos, temos que ver o art. 92, I, b, do CP: impõe perda do cargo, função pública ou mandato eletivo.
Se a pena não for de privação de liberdade, não tem repercussão na esfera adm.
A absolvição de crime não funcional também não gera nenhum efeito na esfera adm.
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Aula 04
Goiânia, 06/05/2010
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professor Fabrício Bolzan
 Sindicância
 Procedimentos específicos 
Processo Administrativo (ex: Lei 8.112/90) PAD
 Procedimento geral (Lei 9784/99, Lei do Proc. Adm. Federal)
*Penas Administrativas (Lei 8.112/90)
1ª Advertência escrita
-Deveres (art. 116)
-Proibições Art. 117, incisos I a VIII e XIX
2ª Suspensão
-Reincidência de falta punível com advertência
-Proibições do art. 117 (incisos XVII e XVIII) quando não for o caso de demissão
3ª Demissão
-Art. 117, IX a XVI
Para a advertência, se praticar a infração dentro do prazo de 3 anos, será reincidente.
Na suspensão, se praticar a infração dentro de 5 anos, também será reincidente.
Qual o prazo máximo da suspensão?
Na Lei 8.112/90 é de 90 dias.
Quando o servidor se recusar injustificadamente a fazer exame médico determinado por autoridade competente, a suspensão será no máximo de 15 dias.
Imagine uma situação em que só existam 2 servidores em determinado departamento: um toma uma suspensão durante 12 dias... A bem do serviço público, será possível converter a pena de suspensão em multa. Isso é feito na base de 50% por dias de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
3ª Demissão (art. 132 da Lei 8.112/90)
Inciso II: abandono de cargo>>ocorre quando o servidor falta intencionalmente por mais de 30 dias consecutivos
Inciso III: inassiduidade habitual>> quando faltar por 60 dias ou mais intercaladamente no período de 12 meses. Essas faltas na inassiduidade habitual ocorrerão injustificadamente.
4ª Cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Quando a Adm descobre que o inativo quando em atividade praticou falta punível com demissão.
5ª Destituição de cargo em comissão
Quando o servidor comissionado praticou infração punível com suspensão ou demissão.
Comissionado é o não detentor de cargo efetivo (não prestou concurso público), comissionado puro, porque o detentor de cargo efetivo vai ser punido com demissão.
Com base nisso, é possível discutir uma 1ª questão interessante:
Quem tem competência para impor essas penalidades (art. 141 da Lei 8.112/90)?
Não é qualquer autoridade que vai impor a pena de demissão. Presidente da República, v.g., tem competência para impor demissão.
STF, MS 25.518. Ministro de Estado demitiu um servidor público – Executivo Federal. É possível isso ou não? Se for olhar o art. 141, I, não é possível, pois cabe ao Presidente impor demissão.
O art. 84, p. único da CF fala da possibilidade do Presidente delegar suas funções a Ministro de Estado. Se a competência do Ministro de Estado é delegada, é possível ao Ministro de Estado demitir servidor público (prover cargos públicos, desprover cargos públicos).
Prescrição (art. 142 da Lei 8.112/90)
Art. 142.  A ação disciplinar prescreverá: 
        I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
        II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
        III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. 
        § 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. 
        § 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. 
        § 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. 
        § 4o  Interrompido o curso da prescrição,
o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. 
MS 23.436 e MS 23.299 do STF: cassação de aposentadoria...
Tudo bem, vc Adm não precisa cumprir 140 dias (prazo máximo do PAD), mas se vc passar desse prazo pode ocorrer a prescrição, porque recomeça do zero a fluir o prazo prescricional.
Vamos entrar hoje nos procedimentos específicos: sindicância e PAD.
Procedimentos específicos
É possível utilizar a lei geral nos procedimentos específicos da Lei 8112/90 (lei 9784/99).
Poderei aplicar regra da lei geral na sindicância e no PAD apenas...
É possível para a autoridade competente impor a penalidade diretamente ao ver a infração?
Não existe mais no nosso ordenamento a chamada verdade sabida: é a imposição da penalidade pela autoridade competente diretamente sem direito ao contraditório nem à ampla defesa.
STF, RE 444.518/RS, Min. Dias Toffoli.
Até hoje isso ocorre e aos montes por aí.
Ainda numa posição intermediária: denúncia anônima>>Lei 8.112/90 (art. 144)
Art. 144.  As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. 
        Parágrafo único.  Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. 
Denúncia anônima pode ou não pode fundamentar PAD ou sindicância? 
STJ, MS 13.348/DF, j. em setembro de 2009. Ela é recebida com reservas e desde que contenha elementos informativos idôneos e suficientes.
E a denúncia inconsistente, do tipo: Fabrício, procurador do Município, acabou de trocar de carro...? STJ, decisão de abril de 2010: aqui, tem que ter elementos idôneos, notícia consistente.
Nos termos da Lei, art. 144, denúncia anônima não serve para nada. Para o Supremo, serve, sim, desde que recebida com reservas e desde que contenha elementos informativos idôneos e suficientes.
Procedimentos administrativos da Lei 8.112/90
1º) Sindicância:
Pode ser:
Meramente investigativa: meio sumário de apuração de infração disciplinar sem imposição de penalidade. Se eu não for impor penalidade, eu não tenho aqui acusação. Se eu não tenho acusação, tem que ter contraditório e ampla defesa?
Não há necessidade de contraditório nem de ampla defesa na sindicância meramente investigativa. STF, MS 22.888. Não tem que ter contraditório nem ampla defesa porque não há acusação (é o mesmo raciocínio do IP no Processo Penal).
Sindicância investigativa e punitiva: nós temos um meio sumário de apuração de infração adm e imposição de penalidades leves aos servidores. As penas leves são: advertência e suspensão até 30 dias. Se tem penas leves, tem que dar direito ao contraditório e a ampla defesa desde o início.
Consequências da sindicância:
Serve tanto para a meramente investigativa quanto para a investigativa e punitiva: arquivamento: se dará em razão da não identificação do elemento objetivo (não configuração de infração adm disciplinar); se dará em razão da não identificação do elemento subjetivo (não identificação do autor da infração)
Exclusiva da sindicância investigativa e punitiva: penas leves: advertência e suspensão até 30 dias
Vale tanto para a i quanto para a ii, é justamente a sugestão de instauração de PAD: ocorre quando a sindicância constata que é o caso de impor penas médias (suspensão acima de 30) ou graves (instauração do PAD).
2º) Processo Administrativo Disciplinar (PAD)
Quando a sindicância constata que é caso de aplicação de penas médias ou graves, instaura-se o PAD? Não é necessária a sindicância prévia obrigatória à instauração do PAD (é o mesmo raciocínio do Processo Penal: o MP não precisa do IP para a instauração de denúncia, desde que tenha elementos suficientes).
PAD: meio de apuração de infração disciplinar e obrigatório para a imposição das penalidades médias e graves. Por penas médias nós temos suspensão superior a 30 dias; por penas graves nós temos demissão, cassação de aposentadoria/disponibilidade, destituição de cargo em comissão.
E para as penas leves? É possível impor o PAD? Se é obrigatório para pena grave, é claro que eu posso utilizar para penas leves.
O processamento do PAD: 60 dias+60 dias (+20 dias para julgamento)=140 dias no total.
Na sindicância o meio é sumário (prazo de 30 d+ 30 dias).
O PAD demora mais que os 140 dias no total. É caso de nulidade do processo? Não é:
Primeiro, porque nos termos da Lei (art. 169, § 1º da Lei 8.112/90):
§ 1o  O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
STJ, MS, 10.128, Edcl no MS, j. em 08/04/2010. Quanto ao excesso de prazo para conclusão do PAD, se não gera prejuízo para o servidor, não é causa de nulidade: apenas a prescrição contra a Adm vai começar a correr...
Na aplicação da penalidade leve deve ser instaurado PAD para imposição de suspensão por mais de 120 dias. É correta??? Não, porque para as penas leves o PAD tem o prazo máximo de 90 dias de suspensão na lei 8.112. Pode ter PAD em infração leve, através de análise.
A suspensão na Lei 8112/90 vai até 90 dias.
(intervalo para café)
Fases do PAD
Instauração: o PAD é instaurado com publicação da Portaria que constitui a comissão processante.
Comissão processante: é composta por 3 servidores estáveis. O presidente dessa comissão deve ter cargo efetivo igual ou superior ao do investigado ou nível de escolaridade igual ou superior ao do investigado.
Comissão pode ser:
Comissão permanente: se na lei ou no estatuto da carreira determinar que o servidor só deve ser processado por comissão permanente e no caso concreto foi o servidor processado por comissão especial, há ou não violação do princípio do Juiz Natural???
Sim, viola a Lei 4878/65 (Estatuto do Servidor Policial Federal). Tem uma disposição específica que diz que servidor policial federal só pode ser processado por comissão permanente. Se existir lei mandando o julgamento por comissão permanente, a criação de comissão especial viola o princípio do Juiz Natural e o princípio da Legalidade.
A comissão processante composta por 3 servidores estáveis, todos devem integrar o órgão onde ocorre a investigação?
RMS 25.105/DF, no STF, decisão de 20/10/2006. Quem decide quem vai integrar a comissão é a autoridade competente para a instauração do processo. Pode integrar a comissão servidor pertencente a órgão diverso ao daquele da comissão.
Imagine o seguinte contexto: o servidor começou a ser investigado por meio de PAD. É possível o afastamento preventivo desse servidor? Sim, quando a Adm demonstrar que ele está obstruindo o bom andamento das investigações.
Ele foi afastado porque está obstruindo o bom andamento das investigações. Nesse afastamento preventivo ele continua a receber remuneração. O prazo do afastamento preventivo é de 60 dias, prorrogável uma única vez por igual período.
Se expirou o prazo de 120 dias, ele não pode ficar fora da Adm, ele volta a trabalhar de qualquer jeito.
Fundamente por quê que nesse caso o servidor continua a receber. 
Na suspensão ele não recebe, aqui no afastamento preventivo continua a receber porque é medida cautelar, e se é medida cautelar, que visa assegurar o bom andamento das investigações, não é pena, e se não é pena, não é possível afastar o recebimento pelo servidor.
Inquérito administrativo: envolve:
Instrução
Defesa
Relatório da Comissão Processante
Instrução do Inquérito adm
Temos a apuração das provas e a especificação dos fatos imputados ao servidor.
É possível ou não a prova emprestada no âmbito do processo adm? Sim, é possível.
Edcl no MS 10.128/DF, j. em 08/04/2010.
Sobre instrução, essa a repercussão.
Defesa
O servidor será citado para apresentar defesa escrita no prazo de 10 dias. Suponha-se que eu tenha 2 ou mais servidores investigados, o prazo de defesa será de 20 dias.
Nos termos da lei, se eu estiver diante de uma situação em que o servidor está em local
incerto ou não sabido, posso citar por edital? A lei entende que sim.
CUIDADO se a prova for decoreba: qual o prazo para apresentação da defesa na citação por edital? O prazo para a apresentação da defesa será de 15 dias, contados da última publicação do edital.
Art. 163, p. único da Lei 8.112/90.
Art. 156 da Lei 8112/90:
  Art. 156.  É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. 
        § 1o  O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. 
        § 2o  Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito. 
ADI 3.022, STF já entendeu pela inconstitucionalidade de lei estadual que determine dentre as atribuições da Defensoria a defesa judicial do servidor público.
Lei 8.112/90, art. 156.
A ampla defesa envolve apenas a auto-defesa ou a auto-defesa mais a defesa técnica? A auto-defesa+a defesa técnica. No PAD, é obrigatória a presença do advogado? Na opinião do professor, o advogado é imprescindível em todas as fases do PAD.
Súmula 343 do STJ. Mas em maio de 2008, alguns meses após a edição da Súmula 343 do STJ, o STF simplesmente pegou a Súmula 343 e rasgou (súmula vinculante n. 5).
E a defesa, é sempre obrigatória? Servidor revel, não compareceu nem apresentou defesa, presumem-se verdadeiros os fatos? Não, a defesa do servidor é obrigatória (art. 164, §§ 1º e 2º).
  Art. 164.  Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
        § 1o  A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa. 
        § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior ao do indiciado.
        § 2o  Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Quando a gente fala em defesa do servidor, nos termos da lei é a defesa pessoal ou por procurador, mas ele não é obrigado a constituir advogado. E a defesa, ela é obrigatória? Sim, mesmo revel, a autoridade do processo designará um servidor como defensor dativo...
Inversão de fases em relação ao processo judicial comum: neste, primeiro o réu é citado para apresentar defesa e depois temos a fase probatória. No inquérito adm, nós temos inversão de fases: primeiro a instrução, depois a defesa. Como conciliar isso com a Constituição Federal?
Julgado: STF, MS 21.721/RJ, j. em 13/04/1994. O inquérito adm tem que obedecer ao princípio do contraditório também na fase instrutória. A indiciação do servidor ocorre no final da fase de instrução quando são especificados os fatos e as respectivas provas.
Relatório da Comissão Processante
Temos o fim da atuação da comissão processante, e esse relatório tem que ser conclusivo.
Encerra-se aqui a atuação da comissão processante: ela processa, não julga. Quem vai julgar é a autoridade competente (como no caso do art. 141, I).
Relatório conclusivo significa que a comissão processante tem que dizer expressamente se o servidor é inocente ou responsável.
Diante dessa informação, já passamos para a última fase do PAD: fase de julgamento.
Julgamento: será realizado por autoridade competente para impor a pena adm. Lembrar do art. 141 da Lei 8112/90. Ex: demissão – Presidente, em regra. O julgamento deverá ocorrer num prazo de 20 dias.
1ª questão interessante: esse é um prazo impróprio, o PAD poderá processar por 60+60+20 (para julgar). O excesso do prazo por si só não gera a ilegalidade do procedimento (art. 169 da Lei 8112/90).
MS: 22.373/DF, j. em 14/06/2006. É a posição do STF.
São 120 dias ou 140 dias? O que prevalece no âmbito da jurisprudência superior?
STF, RMS 23.436/DF, j. em 1999. Prevalece o prazo total de 140 dias.
Existe mais de um indiciado no mesmo PAD: um, conclusão da comissão processante: demissão. O outro, conclusão da comissão processante: suspensão por até 30 dias.
A autoridade competente para impor as sanções envolvendo mais de um indiciado e penalidades diversas é aquela que tiver competência para impor a sanção mais grave.
Até que ponto a autoridade julgadora está vinculada ao parecer expresso no relatório do inquérito adm? Vamos à Lei: art. 168 da Lei 8112/90.
REGRA: autoridade julgadora tem que acatar o relatório da comissão. EXCEÇÃO: quando o relatório for contrário à prova dos autos. A autoridade julgadora pode agravar a penalidade, abrandar a penalidade ou isentar o servidor de responsabilidade, quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos.
Fabricío demitiu o Rogério com base no parecer do Renato que se baseou no parecer do Pedro Taques. É possível.
Ainda dentro desse tema, processo adm, autoridade julgadora: eu soube que o processo adm foi instaurado contra a minha pessoa, posso pedir exoneração, pra poder prestar outro concurso público? Ou, eu já tenho os requisitos para pedir minha aposentadoria voluntária, mas que roubei durante toda a minha profissão, posso pedir a minha aposentadoria voluntária?
Art. 172
  Art. 172.  O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. 
        Parágrafo único.  Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso. 
Portanto, não é possível a mim pedir a exoneração ou aposentadoria antes da conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
No caso da exoneração de ofício, quando não satisfeitas as exigências do estágio probatório, a exoneração será convertida em demissão no PAD.
RMS 18.448, j. em 20/04/2010: no mesmo sentido. Saiu no informativo de ontem do STJ.
Dentro dessa linha de raciocínio do art. 162, não pode pedir exoneração, não pode pedir aposentadoria voluntária antes da conclusão do processo e o cumprimento da penalidade.
O cidadão já cumpriu o tempo de aposentadoria, e tem um PAD tramitando há 11 anos. É possível que a aposentadoria não seja concedida?
STJ: RESp 371.138/PR, j. em julho de 2002.
É claro que não, resulta ilegal o ato que indeferiu o pedido de aposentadoria na hipótese em que o processo disciplinar perdura por cerca de 11 anos, ainda pendente de conclusão.
Aula 06
Goiânia, 25/05/2010
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professor Fabrício Bolzan
A partir do momento em que a acumulação ilícita do cargo for verificada, notificará o servidor para a escolha de qual cargo quer desempenhar.
Prazo improrrogável de 10 dias para a opção.
Quando a gente fala em notificação do servidor, é um direito subjetivo dele de ser notificado, ou é uma mera faculdade que a Adm está realizando em face daquele servidor?
RMS 18.203, item 3. É dever da Adm notficar o servidor para realizar a sua opção. Portanto, não é uma mera liberalidade da Adm.
Quando a gente fala em art. 133, o servidor será notificado pela Adm, a autoridade competente tem o direito de notificar o servidor para realizar sua opção.
Peculiaridades das fases do PAD-rito sumário
1ª fase: Fase de instauração>>também dá-se início ao processo adm disciplinar rito sumário com a publicação da portaria que constitui a comissão processante, mas essa comissão é composta de 2 servidores estáveis, diferente do PAD-rito ordinário, que fala em 3 servidores estáveis.
2ª fase: Acumulação ilícita de cargos públicos>>envolve a chamada instrução sumária, que compreende
a indiciação, a defesa, que será em 5 dias, e o relatório. Diferente do PAD-rito ordinário, cujo prazo é de 10 dias.
Art. 133, § 5º da Lei 8112/90. Com base nesse dispositivo, pergunta-se: se ele não faz a opção até o último dia de defesa, significa que eu presumo a má-fé desse servidor?
O STF já se posicionou no sentido de que se o servidor não faz a opção até o último dia da defesa, presume-se a má-fé desse servidor (STF, RMS 24.249).
3ª fase: julgamento, que deverá ocorrer no prazo de 5 dias. Art. 133, § 6º.
    § 6o  Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Agora, PAD-rito sumário envolvendo abandono de cargo e inassiduidade habitual.
No abandono, demonstrar ausência intencional por mais de 30 dias consecutivos. E a materialidade no caso de inassiduidade habitual?
Falta por 60 dias ou mais dentro do período de 12 meses. Não pode existir justificativa para a ausência. O servidor pode faltar até mais de 60 dias e tem atestado médico. A intenção/animus de faltar é imprescindível.
STJ, MS 6.952, item 4. Mesmo em estágio probatório ele pode fazer greve (posição pacífica do STF).
STJ, MS 12.424, j. em 28/10/2009. O animus abandonnandi é imprescindível.
PAD: AGU parecer
Caso que envolve um procurador federal que resolveu dar parecer vinculante, começou a dar parecer um atrás do outro contra aquele parecer do AGU.
Lei 9784/99 – Lei do Processo Administrativo no âmbito federal
Quando a gente fala em processo, a gente automaticamente vincula a uma litigiosidade.
Em processo adm, não é assim que necessariamente ocorre. Não necessariamente haverá litigiosidade.
Principais diferenças entre processo judicial e processo adm
1ª) No processo judicial, função jurisdicional; no processo adm, função adm.
2ª) Lá geralmente envolve o conflito de interesses; aqui não haverá esse litígio.
3ª) No processo judicial, a relação é trilateral (cada uma das partes e um juiz eqüidistante); no processo adm, a relação é bilateral: a Adm é parte e julgadora ao mesmo tempo.
4ª) No processo judicial, nós temos uma decisão com força de coisa julgada (decisão definitiva); no processo adm, não há falar em coisa julgada como nós encontramos no processo judicial, não temos no processo adm, decisões com força de coisa julgada, porque se o interessado quiser provocar o Judiciário, ele poderá reapreciar a matéria já examinada em última instância pela Adm.
Conceito de processo adm (JSCF): é o instrumento formal que vinculando juridicamente os sujeitos que dele participam através da sucessão coordenada de atos e atividades, tem por fim alcançar determinado objetivo, previamente identificado pela Administração Pública.
Qual a incidência da Lei 9784/99?
Art. 1º, § 1º
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
        § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
Para a Adm Indireta federal eu também aplico esta lei?
STJ, MS 8.691, item 5. Sendo os atos que beneficiaram os empregados da ECT anteriores à Lei 9784/99, a Adm teria o prazo de 5 anos para revê-los a contar da vigência da lei.
Em relação aos Estados e Municípios que não possuem procedimento próprio? Eu posso aplicar a Lei Federal? SP, RJ, GO e MG têm lei de processo adm.
STJ, AgRg no Ag 583.018, p. em 10/03/2008. Na ausência de lei específica, pode a Adm Estadual rever seus próprios atos no prazo decadencial previsto na Lei Federal n. 9784/99.
Em relação aos Poderes Legislativo e Judiciário, a lei deixou bem claro que é aplicável o processo adm para as funções atípicas. Se existir lei específica ou se tratar de processo institucional, como v.g., processo de cassação de um parlamentar, inaplicável a lei 9784/99.
No MPF e TCU, procedimentos comuns, eu aplico a Lei 9784/99. Agora, se estivermos diante de processos institucionais nesses órgãos, vamos aplicar as respectivas leis orgânicas.
Art. 69 da Lei 9784/99.
    Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
É comum no tocante à lei 8112/90 a gente aplicar alguns dispositivos da Lei 9784/99 (STJ, MS 11.221, item 2).
A Lei 9784/99, no seu art. 1º caput, fala de alguns objetivos do processo adm disciplinar.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
No art. 2º desta Lei, nós temos os princípios a serem seguidos no processo adm federal.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Trazer a doutrina de CABM a respeito dos princípios a serem seguidos no processo adm federal.
1º princípio>>Princípio da audiência do interessado
Trata-se do direito que implica em contraditório e não se resume a uma só manifestação. Tem amparo Constitucional no fato da cidadania ser um dos fundamentos da República (art. 1º, II) e no parágrafo único do mesmo artigo, onde se proclama que todo poder emana do povo (soberania popular).
2º princípio>>Princípio da acessibilidade aos elementos do expediente
À parte deve ser facultado o exame de toda a documentação constante dos autos. Fundamentos constitucionais: art. 5º incisos XX-XXIII (publicidade da atuação da Administração), XXXIV, b, (direito à obtenção de certidão), e LXXII (habeas data), além do art. 37 (Princípio da Publicidade).
3º princípio>>Ampla instrução probatória
Não se resume ao direito de oferecer provas, mas de fiscalizar a produção de provas pela Administração.
4º princípio>>Motivação
Obrigatoriedade de mencionar tanto o fundamento normativo quanto o fundamento fático da decisão, enunciando-se as suas razões. Fundamentos constitucionais: art. 1º, II (valorização da cidadania) e parágrafo único (soberania popular), art. 5º incisos XXXIII (publicidade da atuação adm), XX-XXIV, b ( direito à obtenção de certidão), e LXXIII (habeas data), art. 37 (princípio da publicidade), e, ainda, art. 93, IX e X por aplicação analógica dos seus termos (se o Poder que diz o Direito à motivação está adstrito, não se compreenderia que a Administração não o estivesse). Trata-se de um projeto constitucional assecuratório de “transparência” da Administração e, conseqüentemente, o direito aos administrados de saber não apenas o que ela faz, mas por que o faz.
(intervalo para café)
5º princípio>>Revisibilidade
Direito de o administrado recorrer da decisão que lhe seja desfavorável, independentemente de depósito prévio ou de pagamento de caução.
STJ, Súmula 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
STF, SV n. 21 (de novembro de 2009): É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
6º princípio>>O direito de ser representado e assistido
Podendo inclusive indicar perito se for o caso. Vale lembrar súmula vinculante n. 5 do STF.
7º princípio>>Lealdade e boa-fé:
Em que pese parte no processo, a Administração deverá atuar de forma sincera durante todo o transcurso do procedimento. Fundamento Constitucional art. 37 (princípio da moralidade).
8º Princípio>> Verdade material
A Administração deverá buscar sempre a verdade substancial, i.e., buscar saber o que realmente aconteceu e não ficar adstrita ao que as partes demonstraram no procedimento administrativo. Trata-se de conseqüência do dever administrativo de realizar o interesse público (Héctor Jorge Escola).
Fundamento constitucional implícito art. 2º (tripartição dos Poderes e a função adm de realizar o interesse público).
9º princípio>>Celeridade processual
Art. 5º, LXXVIII da CF. Decorre do princípio da eficiência e deverá levar em consideração a complexidade do caso, além da atuação das partes.
10º princípio>>Oficialidade ou impulso oficial
A mobilização (o impulso) do processo adm e encargo da Adm. Mas, nos procedimentos de interesse exclusivo dos administrados a Adm não tem o dever de prossegui-lo por si própria.
Fundamento constitucional implícito no art. 2º (tripartição dos Poderes e a função adm de realizar o interesse público). Lembrando Seabra Fagundes, administrar é “aplicar a lei de ofício”.
11º princípio>>Gratuidade do processo adm
CABM ressalta ser princípio obrigatório nos procedimentos restritivos ou ablativos de direitos do admdos. Não, porém, nos suscitados pelo interessado para buscar providência ampliativa de sua esfera jurídica. Entretanto, defende o autor que mesmo nesses casos é de se garantir a modicidade das taxas ou emolumentos eventualmente cobrados.
Fundamento constitucional art. 5º LV, sob pena de restringir o direito à ampla defesa.
12º princípio>>Informalismo
A Adm não poderá ater-se a rigorismos formais ao considerar as manifestações do admdo. Ex: se alguém entre com recurso nominando-o erroneamente, a Adm deverá mostra-se flexível para aceitar tal impropriedade. Caso contrário, o humilde estaria desatendido. No entanto, tal princípio não se aplica aos processos concorrenciais, pois afetaria a garantia de igualdade entre os concorrentes.
Fundamentos constitucionais: art. 5º, II (legalidade para o particular), além do art. 1º, II (valorização da cidadania) e parágrafo único (soberania popular).
Lei 9784/99, art. 22, § 1º.
Por mais que um dos princípios do processo adm seja o informalismo, esse dispositivo é muito claro em exigir uma formalidade.
  Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
        § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
Na lei 9784/99, se nós formos ao art. 3º, nós vamos nos deparar com os direitos do admdo.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
        I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
        II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
        III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
        IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
Se nós formos ao art. 4º nós temos os deveres dos admdos.
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
        I - expor os fatos conforme a verdade;
        II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
        III - não agir de modo temerário;
        IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
A má-fé se presume? Resp 76.234.
Na litigância temerária, a má-fé não se presume, mas exige prova satisfatória, não dó de sua existência, mas da caracterização do dando processual a que a condenação consignada...
A lei prevê sanções a violação a esses deveres.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
A relação é bilateral: a Adm é ao mesmo tempo parte e autoridade julgadora. Para piorar a situação, a autoridade que vai me julgar não vai com a minha cara. Posso falar em suspeição ou impedimento?
Art. 18 da Lei 9784/99:
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
        I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
        II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
        III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
É uma forma objetiva de analisar o impedimento e ver o caso concreto.
E a suspeição do art. 20? Vejamos as hipóteses:
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Quais são os critério objetivos para a gente identificar primeiro a amizade íntima?
Amizade íntima é aquela do conhecimento de todos ou de um grande número de pessoas. Eu constato isso com a existência de permanente contato, freqüência conjunta a mesmos lugares e aproximação recíproca de duas pessoas com ostensividade social.
E a inimizade notória?
Inimizade notória é aquela inimizade pública também, é o inimigo capital do art. 135, I do CPC.
Determinadas situações por si só não caracterizam amizade íntima:
Eventual almoço
Encontro em cerimônia
Trabalho em locais próximos
Quando que não se caracteriza inimizade notória:
Mal entendido
Divergências eventuais
Posições técnicas diversas
Antipatia natural
Esses critérios de julgamento são critérios do prof. JSCF.
O art. 9º fala dos legitimados, quem tem legitimidade para atuar no processo adm.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:
        I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
        II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser     adotada;
        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
        IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 10
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Fases do processo administrativo
1ª) Fase de instauração: pode se dar de ofício ou a requerimento do particular. Adm tomou ciência de uma irregularidade. Ela tem ou não tem o dever de investigar essa situação? Ela pode investigar através de processo adm, o processo é bilateral, a Adm é parte julgadora, então ela pode de ofício instaurar processo adm.
Por esse motivo é que não é possível falar em coisa julgada adm. O que seria coisa julgada adm? No caso do processo judicial, nós temos força definitiva na decisão.
Coisa julgada adm é a decisão final da Adm em última instância (preclusão interna dos efeitos da decisão adm).
O PJ pode ou não pode apreciar a matéria a qq tempo por pedido do interessado? Pode. O interessado pode provocar o Judiciário para apreciar a matéria (art. 5º, XXXV da CF/88).
O processo adm pode ser instaurado também por requerimento do admdo. Esse requerimento geralmente é ou uma representação ou uma reclamação adm.
A representação é a denúncia formalizada contra uma ilegalidade ou abuso de poder.
Na reclamação nós temos uma manifestação

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