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RESUMO PROCESSO ADMINISTATIVO DISCIPLINAR

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O processo administrativo disciplinar é necessário para que seja garantido contraditório e ampla defesa na apuração das irregularidades e possível aplicação da sanção cabível. Isto porque não é possível a aplicação de penalidade sem garantia de tais princípios Constitucionais.
A ampla defesa consiste em se reconhecer ao acusado o direito de saber que está e por que está sendo processado, de ter vista dos autos do processo administrativo disciplinar, de apresentação de sua defesa preliminar, de indicação e produção de provas que entender necessárias à sua defesa, de ter advogado que o assista, de conhecer previamente das diligências a serem realizadas e dos atos instrutórios, para que possa acompanhá-los, de fazer reperguntas, de oferecer defesa final e recorrer.
O princípio do contraditório que também norteia o processo administrativo disciplinar exige que em cada passo do processo as partes tenham a oportunidade de apresentar suas razões e suas provas, implicando, pois, a igualdade entre as partes. Seria o mesmo que dizer que a cada ato produzido por uma das partes caberá igual direito da outra de a ele se opor ou de lhe dar sua versão ou mesmo a interpretação jurídica que lhe pareça correta.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, as penalidades administrativas são aplicadas após um procedimento apurador, com garantia a ampla defesa, conforme previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
A sindicância é um procedimento investigatório, assegurada ampla defesa, da qual poderá resultar instauração de processo administrativo disciplinar, o qual é obrigatório sempre que o ilícito praticado ensejar sanção mais grave. Da sindicância poderá resultar também: na penalidade de advertência e suspensão de até 30 dias, ou ainda o arquivamento (artigo 145 c/c 146, da Lei 8112/90).
Já o processo administrativo disciplinar, é um instrumento de compostura mais complexa, é um procedimento apurador, obediente ao princípio da ampla defesa (artigo 148, da Lei 8112/90). “Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão acima de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar” (artigo 143 c/c 146, da Lei 8112/90).
 Porém, para José dos Santos Carvalho Filho, “Processo administrativo-disciplinar é um instrumento formal através do qual a Administração apura a existência de infrações praticadas por seus servidores e, se for o caso, aplica as sanções adequadas”. Fazendo a distinção entre sindicância e processo disciplinar principal. Enquanto a sindicância é processo administrativo preparatório, inquisitório e tem por objeto uma apuração preliminar, e não incide o princípio da ampla defesa e do contraditório; o processo disciplinar principal é definitivo, contraditório e tem por objeto a apuração principal e, quando for o caso, a aplicação de sanção. Diz ainda, que pode o órgão administrativo instaurar diretamente o processo administrativo principal sem que se tenha instaurado previamente a sindicância. Ainda nesse sentido, traz que somente o processo disciplinar principal pode resultar aplicação de penalidade, pois nesse tipo de sindicância, que tem caráter acusatório, tem-se a garantia dos princípios da ampla defesa e do contraditório.
A jurisprudência tem diferenciado os dois tipos de sindicância. Quando se trata da verdadeira sindicância, como processo preliminar, tem sido dispensado o princípio da ampla defesa e do contraditório. Ao contrário, quando o nome é de sindicância, mas a natureza é a de processo disciplinar principal, a exigência tem sido considerada impostergável e sua dispensa decidida como nula.
O Processo Disciplinar Principal é o processo administrativo litigioso, acusatório e definitivo que exige a incidência do princípio da ampla defesa e do contraditório, e do devido processo legal. Ao seu final, permite ao administrador aplicar a penalidade adequada quando tiver sido efetivamente verificada a ocorrência de infração funcional
Segundo Odete Medauar, existe duas modalidades de sindicância: a primeira seria a peça preliminar e informativa do processo administrativo disciplinar, devendo ser instaurada quando os fatos não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da autoria, configurando meio de apuração prévia, em relação ao processo administrativo disciplinar, destinada a colher elementos informativos para instaurá-lo ou não. Nessa acepção, a sindicância não se instaura contra um servidor, visa apurar possíveis fatos irregulares e seu possível autor. A segunda modalidade é a sindicância de caráter processual, pois se destina a apurar a responsabilidade de servidor identificado, por falta leve, podendo resultar em aplicação de pena. Nessa modalidade, devem ser assegurados os princípios do contraditório e da ampla defesa previstos na Constituição.
Após o STF na súmula vinculante nº 5 dispor que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”, ficou sem efeito a súmula 343 do STJ, a qual diz que “é obrigatória a presença de advogado em todas fases do processo disciplinar”, tornando-se assim facultativa a defesa técnica no PAD, por meio da assistência do advogado.
Um dos direitos fundamentais mais importantes é de se poder recorrer ao Judiciário para controle da legalidade dos atos administrativos, desde que o Judiciário não adentre no mérito. Súmula 473 do STF: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
QUADRO COMPARATIVO LEI 8112/90
	PENALIDADES (Art. 127)
	MOTIVOS
	Advertência: faltas leves
	Art. 116 e 117, I a VII e XIX, 129 da Lei 8112/90
	Suspensão: vai ficar sem vencimento
	Art. 130 da Lei 8112/90
	Demissão é ato de caráter punitivo, representando uma penalidade aplicada ao servidor em razão de infração funcional grave. 
Simples: ocorre quando o servidor pode retornar para o serviço público. 
Art. 117, X, XII, XIII, XIV, XV e XVI
Art. 132, II, III, V, VI, VII, IX e XII
Obs: art. 138, 139, 140 c/c 133, demissão por abandono de cargo e Inassiduidade habitual se submetem ao processo administrativo sumário.
Demissão mais impossibilidade de voltar ao serviço público por 5 anos: o servidor não pode voltar ao serviço público federal por 5 anos. (art. 137)
Art. 117, IX e XI
Demissão mais impossibilidade de retornar ao serviço público: o servidor não pode mais voltar ao serviço público. (art. 137, parágrafo único)
Art. 132, I, IV, VIII, X e XI.
	Art. 41, § 1º, II, CR; art. 132 da Lei 8112/90
	Cassação de aposentadoria ou disponibilidade: acarreta a reversão/retorno do inativo.
	Art. 134 da Lei 8112/90: se houver praticado na atividade falta punida com demissão.
	Destituição de cargo em comissão: destituição pela autoridade que nomeou.
 Mais impossibilidade de voltar ao serviço público por 5. (art. 137) e Art. 117, IX e XI
Mais impossibilidade de retornar ao serviço público. (art. 137, parágrafo único) e Art. 132, I, IV, VIII, X e XI.
	Art. 135 da Lei 8112/90: A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
	Destituição de função comissionada
	Cargo de confiança
STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 509318 PR 2003/0028229-9
Data de publicação: 02/03/2009 
EMENTA: RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL. PENA DISCIPLINAR DE REPREENSÃO. SINDICÂNCIA CONDUZIDA 
Trabalho apresentado pelo grupo do 9º período do Curso Superior de Direito (sala 803/9N2), doCentro Universitário Newton Paiva. 	Página 3

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