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ANOTAÇÕES DE AULA: DIREITO ADMINISTRATIVO PROCESSO ADMINISTRATIVO REQUISITOS (elementos) Procedimento legal ou formal (previsto em lei) e constitucional (deve respeitar a ampla defesa e o contraditório). Relação jurídico-processual: relação angular Objeto Normas Jurídicas próprias: regras e princípios próprios Cada ente federativo tem competência para fazer sua lei de processo administrativo. A ação é um direito público subjetivo que um sujeito de direito tem de requerer tutela jurisdicional. No processo administrativo, há o requerimento administrativo: direito publico subjetivo de requerer uma tutela à administração publica. Esse chamado direito público subjetivo está previsto na CF/88: direito de petição CONDIÇÕES DO REQUERIMENTO ADMNISTRATIVO Legitimidade: art. 9º da Lei 9784/99 / Todas as partes são legitimadas Adequação: A via adequada é sempre o requerimento administrativo. Demonstrar a necessidade LEI 9784/99 - Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. PRESSUPOSTOS Competência: delegação ou avocação Impedimento ou suspeição: Capacidade de ser parte: Pode ser parte aquela pessoa física que tenha no mínimo 18 anos completos. Caso contrário, dependendo da situação pode ser assistido ou representado. (Art. 10º 9784/99) Toda pessoa jurídica já nasce capaz. A parte possui capacidade postulatória, sem necessidade de advogado, ou seja, sem necessitar de representação processual, salvo nos casos previsto em lei (Art. 3º, inciso IV). Sumúla 343 STJ: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Súmula Vinculante n.° 5: "A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição" Petição Inicial completa: O requerimento adm tem que ter causa de pedir, um pedido e deve haver um silogismo entre os dois. LITIS PENDÊNCIA: ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. COISA JULGADA: Existe no âmbito administrativo, contudo não é um transito em julgado definitivo, pois nada impede que a questão seja levada ao Judiciário para decidir com definitividade. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: A administração pública tem obrigação de reconhecer ambos os casos. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 1. Fase Inicial ou de abertura 2. Fase de instrução 3. Fase de decisão ou de julgamento -FASE DE ABERTURA OU FASE INICIAL: Pode ser instaurado: (art. 5º) De oficio A pedido de interessado (com um requerimento). FORMA: O ato processual do processo administrativo é um ato administrativo e tem forma escrita e em vernáculo. Art. 22 § 1o. Contudo, o ato administrativo não possui formalidade (não é necessário, salvo em casos expressos por lei.) PRAZO: Os atos do processo administrativo devem ser praticados em dias úteis, dentro do horário de funcionamento, em alguns casos os atos podem ser concluídos depois do horário de funcionamento, caso o adiamento prejudique o procedimento do ato. (dias úteis: em que a administração pública. funciona). Art. 23º. Se não houver definição de prazo para a pratica do ato administrativo, o prazo é de 5 (cinco) dias. Art. 24º Assim, o prazo pode ser corrido em dias corridos ou úteis. COMUNICAÇÃO: Se a administração publica precisar que a pessoa tome conhecimento de uma decisão ou precisar q ela pratique uma diligência, é necessário proceder com a intimação para não violar o contraditório e a ampla defesa. Art. 26º A intimação deve conter: A identificação do intimado, Sua finalidade, Data, hora e local em que deve comparecer; Se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; Informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. A intimação deve ser feita com a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. Ato de comunicação Processual Art. 26º, § 3o § 4o, § 5o Real ou verdadeiro: Intimação pessoal . Fictos: intimação por carta, por edital, por email (presume-se que a intimação chegou até a pessoa). Revelia: Revel é aquele que devidamente citado não apresenta defesa. Gerando, assim, duas consequências: 1) Serem considerados verdadeiros os fatos articulados pela outra parte. (Não aplicável ao processo administrativo) Art. 27º. 2) O juiz não irá intimar mais, fazendo com q a pessoa compareça de forma espontânea. (Não aplicável ao processo administrativo) Art. 27º. Logo, conclui-se que há revelia no processo administrativo, mas ela não gera as consequências acima, que por sua vez, só ocorrem no processo judicial. FASE DE INSTRUÇÃO: No CPC, e ônus da parte provar suas alegações. Assim, o autor prova o fato constitutivo do seu direito e o réu prova o fato desconstitutivo do autor. Assim, o juiz no processo judicial de índole individual contenta-se com a verdade processual, ou seja com as provas juntadas nos autos. No processo administrativo, é diferente: o processo deve resultar numa decisão que atenda ao interesse público e a administração publica só se interessa pela verdade material. Por tal razão que a adm pública realiza a maior parte da atividade probatória, conforme diz o art. 29 e 36 e 37 da Lei 9784/99. Regras comuns ao processo judicial: Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Os processos administrativos podem ser divididos em duas naturezas: Sançanatório: o seu resultado é uma sanção para o administrado ou para o servidor público. Ex.: Pode resultar em demissão do servidor público Não Sançanatório: é aquele que não se aplica penalidade algum ao administrado ou servidor publico. Em regra, a audiência pública é presencial e as pessoas participam dizendo o que elas acham acerca da questão debatida, com o objetivo de coletar da comunidade suas impressões acerca do processo administrativo em curso. A consulta pública não é presencial, é feita a partir de mecanismo de interação eletrônica: internet, pesquisas, etc. A prova que o interessado pode propor a administração publica são todas: (art 38) prova testemunhal Prova pericial Requerer juntada de pareceres, etc. Tudo que o administrado junte importante para que a coisa seja deliberado a seu favor, além do que é necessário juntar e a administração publica só irá recusar se tais provas foram ilícitas, impertinentes, protelatória ou desnecessária. O juiz pode não acatar as provas, mas não pode decidir sem mencionar as provas, do mesmo modo ocorre no âmbito administrativo. (Art. 38 § 1 Uma das provas que podem ser produzidas no processo: Prova pericial A pericia consiste em uma prova por meio da qual um perito emite um parecer, ou seja, ele dá uma opnião técnico-cientifica sobre a coisa analisada. Assim enquanto no processo judicial, o juiz pode decidir de forma contrária a prova pericial, ou seja, o laudo não é vinculante. Enquanto no processo administrativo, há um parecer obrigatório-vinculante e um parecer obrigatório-não vinculante. (art. 42 e 43) Na fase instrução, há ainda as alegações finais: Prazo de 10 dias. (art. 44). Há ainda a possibilidade de tutela de urgência de natureza cautelar FASE DE DECISÃO Conforme o art. 48 a administração pública tem o dever (e não faculdade)de decidir, sob o prazo de 30 dias. E ainda a decisão deve ser se forma motivada, explicando o fundamento fático e jurídico. DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO No processo judicial de índole individual, o autor pode desistir da ação caso a outra parte ainda não tenhasido citada. No âmbito administrativo, se o interessado requerer desistência do processo, a administração pode continuar com o mesmo, caso seja de interesse público. (Art. 51) O processo administrativo é extinto quando atinge o seu final, quando não cabe mais recurso e a decisão transitou em julgado. Ou quando se atingiu o resultado esperado. O ato administrativo pode ser extinto por revogação, caducidade. A adm publica perde o direito de anular o ato em 5 anos (decadência) RECURSO E REVISÃO ADMINISTRATIVO Principio do duplo grau de jurisdição (implícito na CF) e principio da ampla defesa. Todo recurso administrativo é hierárquico, tendo em vista a organização hierárquica que existe na administração pública, diferentemente do processo judicial. No processo judicial quando o juiz sentencia decisão terminativa, ele encerra sua jurisdição, enquanto no processo administrativo há a possibilidade de reconsiderar a decisão, sendo decisão interlocutória ou terminativa. É possível pedir a anulação ou revogação da decisão. Só há como revogar uma decisão, se ela for válida, mas não for conveniente e nem oportuno para o interesse público. Caso a decisão seja inválida, ela deve ser anulada. Requisitos de admissibilidade do recurso No processo judicial, é necessário que haja: Tempestividade: deve ser ajuizado no prazo estabelecido pela lei Adequação: deve usar o recurso adequado para o caso Preparo: Deve-se pagar as custas do processo Legitimidade Juízo competente De forma semelhante, ocorre no processo administrativo. Deve-se observar os seguintes requisitos: Legitimidade de caráter amplo (art. 58) Adequação: não é necessário, pois sempre será um recurso administrativo. Necessidade Competência: endereçamento correto (art. 63) Tempestividade: Deve ser apresentado no prazo, sob pena de preclusão (art. 59 e art. 63, I) Preparo: art. 56, § 2o . Entretanto o STF, na súmula vinculante 21 dispõe que é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo, não sendo possível considerar deserto um recurso. Interposição de recurso: Deve-se apresentar os fundamentos - art. 60 É permitido apresentar contrarrazões aos recursos, em vista do principio da ampla defesa e do contraditório. (Art. 62) Prazo para interposição de recurso: 10 dias corridos Prazo para apresentar contrarrazões: 5 dias úteis Tais prazos ferem o principio da igualdade processual, visto que as partes na relação jurídica devem ser tratadas igualmente. O § 2o do art. 63 dispõe que se o recurso administrativo for intempestivo, não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal. O IMPACTO DA SÚMULA VINCULANTE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO: Jurisprudência são decisões reiteradas de tribunais no mesmo sentido, de maneira que uma decisão isolada de um tribunal não é considerada jurisprudência. A jurisprudência constitucional ocorre quando os tribunais decidem matéria constitucional no mesmo sentido, inclusive o STF. Assim, surgem os enunciados, que são inseridos dentro de uma Súmula. A lei do Processo administrativo 9784/99, no § 3o do art. 56, incorporou a sum. Vinculante. Assim, no momento em que é apresentado o recurso administrativo, dizendo que tal decisão administrativa viola súmula vinculante ou que não foi aplicada ou aplicada de maneira incorreta a súmula vinculante, quem decidiu e cuja decisão se está recorrendo, deve-se dizer textualmente por que a súmula vinculante deve ou não ser aplicada ou por qual motivo foi aplicada: “Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” A reclamação é um instrumento utilizado para comunicar ao STF que uma de suas decisões está sendo violada, no caso uma súmula vinculante. O art. 64-B estabelece que o STF ao acatar uma reclamação, cientifica a autoridade que julgou o processo acerca da modificação da modificação da decisão com a efetiva aplicação da sumula vinculante, advertindo a autoridade que em futuras decisões administrativas em tal teor, deve-se aplicar sumula vinculante sob pena de responsabilização pessoal na esfera civil (perdas e danos), criminal (desobediência a ordem judicial) e administrativa (improbidade administrativa) Art. 64-B. “Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.” REVISÃO ADMINISTRATIVA Está prevista no art. 65 e é possível analisa-la comparando-a com o recurso administrativo. Art. 65: Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. RECURSO ADMINISTRATIVO REVISÃO ADMINISTRATIVA É cabível enquanto o processo ainda está em andamento, não sendo possível sua aplicabilidade quando a esfera administrativa encontra-se exaurida. É cabível quando a esfera administrativa encontra-se exaurida. Pode ocorrer em processo sancionatório ou não sancionatório. Ocorre somente em um processo no qual foi aplicado uma sanção. Não é necessário fato novo ou circunstância relevante que justifique a modificação da decisão. Só é possível se houver fato novo ou circunstância relevante capaz de justificar a inadequação da sanção que foi aplicada. Tem prazo, sob pena de preclusão. Pode ser apresentada a qualquer tempo. Só é feito a requerimento da parte. Pode ocorrer de oficio ou a requerimento da parte. Pode gerar uma reformatio in pejus Não pode gerar agravamento da sanção.
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