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UROCULTURA: Técnica para avaliação da bacteriúria significativa FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As infecções do trato urinário (ITU) estão entre as doenças infecciosas mais comuns na prática clínica, essencialmente em crianças, adultos jovens e mulheres sexualmente ativas, ficando atrás apenas das infecções do trato respiratório, quando se comparado em frequência. São as mais frequentes entre as infecções nosocomiais, no meio hospitalar, sendo do ponto de vista pratico, a ITU relaciona-se tanto às infecções do trato urinário alto (pielonefrites), quanto as do trato urinário baixo (cistites) (ANVISA, 2004). OBJETIVOS Proceder ao cultivo de amostra de urina para definição do critério microbiológico de infecção urinária. Determinar, entre as amostras: De urina avaliadas: quais apresentam positividade pelo critério microbiológico. Determinar a etiologia da infecção mediante procedimentos laboratoriais (coloração gram e testes bioquímicos). MATERIAIS Tubos de ensaio; Eppendorf; Ponteiras esterilizadas; Álcool; Alça de Drigalski esterilizada; Pipetador com volume fixo de 100 4l; Placas de Petri; Amostras de urina; Microscópio óptico; Laminas METODOS Realizar a coleta de urina em recipiente fechado – não sendo necessária a primeira do dia, mas que respeite o intervalo de no mínimo duas horas da ultima micção. Colocar 1ml de urina no eppendorf; Enumerar 3 tubos contendo 4,5ml de salina estéril (10, 10 e10 );-1-2 -3 Com uma pipeta, dicionar assepticamente, 0,5ml da urina no primeiro tubo (10-1), homogeneizar e transferir 0,5ml da mistura para o segundo tubo (10-2); homogeneizar e transferir 0,5ml da mistura para o terceiro tubo (10-3); Plaqueamento Com a pipeta de 100ul, coletar a solução diluída do tubo 3 e transferir para a placa de Petri – Ágar MacConkey; Espalhar com a Alça de Drigalski esterilizada; Identificar a placa. Coloração de gram Após o aparecimento das colônias do procedimento acima, iniciou-se o procedimento de coloração de gram como relatado ao longo deste trabalho; Levar ao microscópio óptico para identificação morfotintorial das bactérias e demais características. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir dos métodos realizados, atenta-se aos resultados. Tabela 1 – Positividade de bacteriúria Amostra 1 Negativa Amostra 2 Negativa Amostra 3 POSITIVA Dentre as três amostras obtidas, a amostra 3 foi a única que se fez positiva, mostrando assim a presença de infecção, restando as amostras 1 e 2 livres da presença de bactérias. A partir disso, obteve-se o reconhecimento de bacilo gram-negativo devido as características morfotintoriais da microbiota, através da análise em microscópio óptico, como mostra a figura 1. Figura 1 – análise microscópica da cultura da amostra 3 após coloração de gram (fonte: imagem fotografada pelos alunos em laboratório) Tabela 2 – Características bioquímicas das bactérias isoladas Meio SIM Prevalência Sulfeto de Hidrogênio - Indol + Motilidade + Meio Citrato pH - Verde - Azul + Meio Uréia Enzima urease - Amarelo - Rosa + Em laboratório, foram analisados os diversos meios para identificas as características bioquímicas das bactérias isoladas, tendo como resultados mencionados acima. Tabela 3 – Manifestações clínicas e microrganismos freqüentemente associados com os vários tipos de ITUs. Trato Urinário Alto Tipo de Infecção Manifestação clínica Microrganismo isolado Diagnóstico e contagem de colônias (UFC/ml) Pielonefrite Aguda: febre, náusea, calafrios, vômito, dor no flanco Crônica: assintomática Enterobactérias: E. coli e outros grams negativos, Enterococcus e Staphylococcus aureus ≥ 105 Trato Urinário Baixo Cistite Disúria e frequência Escherischia coli e outros grams negativos, S. saprophyticus, Enterococcus ≥ 105 Uretrite Disúria, frequência, corrimento uretral Chlamydia Trachomatis (a) Mycoplasma hominis (b) Ureaplasma urealyticum (c) Neisseria gonorrhoeae (d) Trichomonas vaginalis (e) Candida albicans e spp. (f) Urocultura negativa a) Diagnóstico por IFD b) e c) secreção uretral semeada em meios de cultura específicos. Alguns kits permitem contagem de colônias - ≥ 104 ucf/ml d) cresce em ACH e TM e) exame direto de jato inicial de urina centrifugada f) podem crescer em ágar sangue ou CLED Prostatite Aguda: febre, calafrios, dor lombar Crônica: assintomática ou semelhante aos sintomas da aguda N. gonorrhoeae, E. coli, Proteus spp. e outras enterobactérias Menos frequente: Enterococcus spp. P. aeruginosa e Chlamydia trachomatis* Questionável: micoplasmas Urocultura ou cultura da secreção prostática ≥ 103 ucf/ml *diagnóstico por IFD Infecção Hospitalar do Trato Urinário Cistite Pielonefrite Disúria e frequência urinária na presença de SVD pode ser assintomático Escherischia coli e outras enterobactérias P. aeruginosa Acinetobacter spp., Enterococos Candida albicans, C. glabrata e Candida spp. Staphylococcus coag. Neg ≥ 105 (fonte: ANVISA) O resultado da urocultura deverá ser avaliado juntamente com os outros dados laboratoriais (pesquisa de bacteriúria e/ou piúria) e clínicos (presença ou ausência de sintomas, fatores predisponentes, população de risco, etc.). Considerando-se que as amostras de urina submetidas a cultura são provenientes de pacientes com sintomas de ITU e de pacientes assintomáticos com alto risco de Infecção. (ANVISA, 2004). Figura 2 – Bacteriúria significativa De acordo com Mims (2007), as amostras urinárias obtidas por micção infrequentemente apresentam esterilidade, uma vez que a urina é contaminada por microrganismos da área periuretral no decorrer da coleta. Assim, destaca-se que a contagem de 105 bactérias/mL é considerada um indicador confiável de infecção. CONCLUSÃO Na urocultura observam-se diversas normas ou cuidados para que os resultados possam ter boa correlação com a clínica. Assim, ao longo de tais procedimentos, pôde-se obter melhor entendimento a respeito da urocultura, tal como a abrangência do conteúdo ministrado em laboratório, além de reviver os procedimentos de coloração de gram.
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