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QUESTIONÁRIO DE DIREITO PENAL

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Qual o conceito de Direito Penal?
A doutrina costuma conceituar Direito Penal sob três perspectivas, quais sejam:
1- a formal;
2- a material ou social;
3- a analítica.
Conceito formal: O direito penal é um conjunto de normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe determinadas condutas (ativas ou omissivas), sob a ameaça da aplicação de uma sanção penal.
Conceito social: Trata-se de um modo de controle social que o Estado faz uso. Este tipo de controle somente deve ser utilizado quando outras formas de controle falharem, como por exemplo a família, moral, religião, bem como os demais ramos do direito (Civil e o Administrativo), daí decorre o caráter subsidiário do Direito Penal.
Analítico (dogmático ou formal analítico): É o que enfoca os elementos, substraros ou requisitos do crime. O delito é concebido a partir da convergência de uma conduta típica, antijurídica e culpável (conceito tripartido), ou apenas como conduta típica e antijurídica (conceito bipartido).
Qual a diferença entre o Direito Penal Objetivo e Direito Penal Subjetivo? 
O Direito Penal Objetivo constitui-se das normas penais, que podem ser:
→ Incriminadoras: descrevem os crimes e suas respectivas sanções;
→ Não incriminadoras: são as que tornam lícitas determinadas condutas; afastam a culpabilidade do agente; esclarecem determinados conceitos; fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal.
Direito Penal Subjetivo também conhecido como o jus puniendi doEstado, traduz-se no direito de punir do Estado, concretizando a aplicação da norma penal.
O que se entende pela expressão jus puniendi?
 Resposta
É uma expressão latina que pode ser entendida como o DIREITO DE PUNIR DO ESTADO.
Quais os momentos que o Estado exerce o seu jus puniendi (chamado de Direito Penal Subjetivo)?
 Resposta
O Estado exerce o jus puniendi em três momentos, vejamos: 
1º- Momento: Ameaça da Pena (Pretensão Intimidatória- prevenção geral);
2º- Momento: Aplicação da Pena (Pretensão Punitiva- prevenção especial);
3º- Momento: Execução da Pena (Pretensão executória).
Podemos dizer que o Direito Penal objetivo também confere direitos ao cidadão?
 Resposta
Sim, pois o Direito Penal também tem a função limitativa do próprio jus puniendi do Estado, assegurando ao cidadão somente ser punido se realizar fatos previstos como crimes. Um belo exemplo é o art. 5°, XXXIX da Constituição, que traduz os princípios da anterioridade e da legalidade, confira; 
"Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal". 
Qual a diferença entre o Direito Penal de Culpabilidade e Direito Penal da Periculosidade?
 Resposta
O Direito Penal da culpabilidade concebe o homem como um ser com capacidade de entendimento da norma e de autodeterminação de acordo  com tal compreensão,  garantindo assim que a pena seja uma retribuição pela reprovação da conduta. Assim, para Zaffaroni, se a pessoa pode escolher agir ou deixar de agir conforme a norma, pode ser censurada (culpabilidade).
Por sua vez, para o Direito Penal da periculosidade, o homem é determinado, não possuindo capacidade de escolha, a pena tem por isso a única finalidade cessar a periculosidade. 
Qual a diferença entre o direito penal do fato para o direito penal do autor. 
O direito penal do fato parte da ideia de as leis penais devem incriminar condutas que causem lesões aos bens juridicamente tutelados ou ao menos o exponham a um risco.
Por seu turno, o direito penal do autor se caracteriza por punir determinadas pessoas pelo que são, por suas condições pessoais, e não por suas condutas.
Em outras palavras, o DP do fato pune a pessoa pelo que ela fez, enquanto o DP do autor, pune a pessoa pelo que ela é. 
Seria correto dizer que o direito penal da periculosidade é um direito penal do autor?
Resposta
Sim, segundo Zaffaroni, "todo direito penal de periculosidade é um direito penal de autor; enquanto o direito penal de culpabilidade pode ser de autor ou "de ato" (que é o seu oposto)".
No Brasil, vige o direito penal do fato ou o direito penal do autor?
Resposta
No Brasil, como em todo ordenamento jurídico democrático, está fulcrado no direito penal do fato. O direito penal do autor é característico de regimes totalitários como o regime nazista, que punia o cidadão por sua condição pessoal (judeus, negros, ciganos, homoafetivos) e não por ter sido autor de fato criminoso.
Qual a diferença entre o direito penal primário e o direito penal secundário? Resposta
O direito penal primário é o contido nos códigos penais, ao passo que o direito penal secundário está previsto nas leis extravagantes (leis penais fora dos códigos).
- Direito Penal primário - Código Penal;
- Direito Penal secundário - Legislação Extravagante (ex. Lei de drogas, crimes de trânsito, crimes contra o meio ambiente...).
O que se entende por bem jurídico protegido pelo direito penal?
 Resposta
Segundo a doutrina de Regis Prado, o bem jurídico protegido pelo direito penal vem a ser um ente (dado ou valor social) material ou imaterial, haurido do contexto social, de titularidade individual ou metaindividual, reputado como essencial para a coexistência e o desenvolvimento do homem em sociedade e, por isso, jurídico-penalmente protegido.
O que se entende por garantismo penal? 
O garantismo penal, que tem como precursor o autor italiano LUIGI FERRAJOLl (Direito e Razão), pode ser entendido como técnica de reduzir a violência e maximizar a liberdade (aspecto político). Na perspectiva jurídica, trata-se de uma busca de limitação do poder punitivo e a maximização das garantias e dos direitos fundamentais do cidadão.
O que se entende por velocidades do direito penal?
 Resposta
Pode ser entendido como uma proposta de modelo dualista para o sistema penal, que tem o objetivo de conter a expansão do direito penal, pensado pelo criminalista espanhol Jesús-María Silva Sánchez, (na obra A Expansão do Direito Penal).
Em seu modelo dualista, o direito penal teria duas velocidades, de acordo com o seu nível de intensidade.
A primeira velocidade é exatamente o sistema clássico de direito penal, protege os bens jurídicos individuais, e no âmbito processual penal, defende as máximas garantias processuais, permitindo ao fim, a pena de prisão (Direito Penal Nuclear).
A segunda velocidade é dirigida aos novos riscos da sociedade moderna, aceitando a flexibilização das garantias penais e processuais penais, utilizando-se de penas restritivas de direito que não a prisão. Tem o objetivo de proteger os bens jurídicos supraindividuais. (ex. Lei 9.099/ 05). 
O que se entende por terceira velocidade do Direito Penal?
Podemos dizer que a terceira velocidade do Direito Penal é a síntese da primeira e da segunda. Desta, segunda velocidade, utiliza a relativização de garantias políticos-criminais, já da primeira velocidade, herda a previsão da pena de prisão. É o chamado direito penal do inimigo.
Importante aqui esclarecer que Silva Sanchez reconhece a existência de tal forma de concepção do Direito Penal nas legislações modernas, no entanto, o autor é contrário à sua aplicação, defendendo a existência e legitimidade das duas primeiras velocidades.
O que é o Direito Penal do inimigo?
 Resposta
Trata-se de uma expressão do penalista alemão Günther Jakobs, para quem existe na sociedade dois tipos de pessoas, o cidadão e o delinquente. Sustenta Jakobs que o Estado deve tratar de forma diferente estas pessoas. Quando se tratar do cidadão, aplica-se o Direito Penal do cidadão- observância do devido processo legal e de todas as garantias-. Contrariamente, ao inimigo, que não respeita o Estado, deve ser aplicado o Direito Penal do inimigo, quer seria a terceira velocidade do Direito Penal, ou seja, supressão de garantias processuais e aplicação de pena de prisão, defendendo, inclusive, a pena capital. Por fim, importante frisar que o Direito penal do inimigo guarda estreitas relações com o Direito Penal do autor.
O que se entende pela quarta velocidade do Direito Penal?
Resposta
Ahprofessor, já está de brincadeira né? isso não existe...quarta velocidade do direito penal?? Existe sim, e é também conhecida por neopunitivismo, segundo alguns autores, seria um modelo de sistema penal utilizado pelo Tribunal Penal Internacional, onde haveria a restrição e até mesmo a supressão de garantias penais de réus que no passado ostentaram a função de chefes de Estado e violaram gravemente tratados internacionais sobre direitos humanos.
Sabemos que o titular do jus puniendi é o Estado, no entanto, esse poder é limitado, quais são os limites?
Três são os limites, vejamos:
a) Limite temporal: representado pela prescrição (Arts. 109 e seguintes do CP);
b) Limite espacial: princípio da territorialidade, em regra, só se aplica a lei penal brasileira no Brasil;
c) Limite modal: Em obediência ao art. 1º, III, dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil. Com base em tal princípio, veda-se a pena de morte e outras penas degradantes. 
Podemos dizer que excepcionalmente, nos crimes de ação penal privada o Estado, momentaneamente transfere ao particular o jus puniendi?
Não, a afirmação está errada, fique esperto, o que ocorre é a concessão à vítima do direito de exercer o jus accusationis, ou seja, transfere a iniciativa da ação penal, o poder de punir continua com o Estado.
O que se entende por funcionalismo no Direito Penal?
Trata-se de uma corrente de pensamento que entende que o Direito Penal deve ser estruturado e aplicado com os olhos voltados à sua função, busca questionar a missão do direito penal  na sociedade.
Segundo a doutrina, quais são as duas funções do Direito Penal?
Podem ser resumidas em:
→ FUNÇÃO MEDIATA: O DP serve como forma de controle social, limitando tanto os direitos dos cidadãos, como também o jus puniendi do próprio Estado.
→ FUNÇÃO IMEDIATA: Há divergência na doutrina; a primeira corrente, majoritária, defende que a função imediata do Direito Penal é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes (Funcionalismo teleológico- Claus Roxin).
Já para uma segunda corrente, a função do direito penal seria assegurar a vigência da norma ou ordenamento jurídico (Funcionalimo Sistêmico- Günter Jakobs).
Sabemos que há dois enfoques sobre o funcionalismo, surgidos na Alemanha na década de 70. O funcionalismo moderado, teleológico, valorativo (teleológico-racional) de Claus Roxin e funcionalismo radical, normativo, Günther Jakobs, o que defende cada um desses penalistas?
Para Roxin, a missão do DP é a de resguardar os bens jurídicos mais relevantes à harmonia social. Segundo este autor, o Direito Penal deve ser o último recurso de controle social da sociedade (ultima ratio).
Por seu turno, Jakobs sustenta que a finalidade do Direito Penal é a afirmação da autoridade da norma, ou seja, resguardar a norma jurídica, reforçando as expectativas dos seus destinatários na vigência da lei. Para Jakobs, a proteção do bem jurídico seria uma consequência efetiva aplicação da pena.
O que se entende por Direito Penal de Emergência? 
É uma expressão utilizada para destacar as hipóteses nas quais o Estado utiliza legislação excepcional para limitar ou derrogar garantias penais e processuais, com a falsa ideia de ter um maior controle sobre alta criminalidade. Com base nesse movimento, por exemplo, foram criadas as Leis 8.072/ 90 (crimes hediondos) e a Lei 12.850/ 2013 (organizações criminosas).
O que se entende por Direito Penal Simbólico? 
É um recurso utilizado pelo Estado, face a sua ineficácia no combate à criminalidade, que consiste na tipificação de condutas (criação de crimes) sem qualquer fundamento criminológico ou criminal. Assim, cria-se uma ilusão de segurança pública.
O que se entende por Direito Penal Promocional? 
É a utilização do Direito Penal para consecução dos fins do Estado, de forma promocional por ser um poderoso instrumento de desenvolvimento e transformação social.
O que são fontes para o direito? 
Fonte é o lugar de criação e também forma de revelação do DP, divide-se em:
1- Fonte material: Órgão* constitucionalmente encarregado da produção das normas;
2- Fonte Formal: Relacionado ao modo de conhecimento e revelação do DP.
* Seria mais adequado a doutrina usar a expressão ente federativo (União, estados e DF e municípios). 
Qual a fonte material do Direito Penal?
A fonte material do Direito Penal (ente constitucionalmente encarregado de produzir a norma) é a União, conforme descrito no artigo 22, I, CF 88, confira: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho";
Podemos afirmar que somente a União pode legislar sobre Direito Penal?
Cuidado, nosso primeiro impulso é responder afirmativamente à questão, no entanto, precisamos observar que, conforme disposto no parágrafo único do art. 22, excepcionalmente a CF autoriza, mediante lei complementar, que estados membros e o DF legislem sobre matérias específicas relacionadas no artigo, confira:  
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho" (...);
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Já vimos que as fontes formais informam de onde provêm o conhecimento e a revelação do Direito Penal. Estas se dividem em imediatas e mediatas, quais são as imediatas e quais as mediatas?
A fonte imediata é a Lei, segundo a doutrina tradicional.
Importante saber que, para a doutrina moderna, as fontes formais imediatas podem ser leis incriminadoras e não incriminadoras. Se forem incriminadoras, somente a lei. Por outro lado, na hipótese de leis penais não incriminadoras, as fontes podem ser a Constituição, os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos e a jurisprudência (restrita às Sumulas Vinculantes).
A fonte mediata ou secundárias é somente a doutrina.
Há doutrinadores que consideram ainda os costumes como fonte formal mediata, no entanto, assiste mais razão a quem os considera como fontes INFORMAIS DO DIREITO PENAL.
Podemos definir os costumes como a reiteração de condutas, de forma constante e uniforme pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica. Sabemos que os costumes não são fontes formais do Direito Penal (são INFORMAIS).
Daí surge a pergunta: qual a utilidade dos costumes para o Direito Penal?
Uma das utilidades dos costumes  é auxiliar o intérprete a aclarar elementos ou circunstâncias do tipo penal, como por exemplo, acerca do conceito de mulher honesta ou repouso noturno, dentre outras expressões constantes na lei penal.
Sabemos que em razão do princípio da legalidade, somente a lei pode criar crimes. Em se tratando de descriminalização de condutas, podemos afirmar que o costume pode tornar um fato atípico, como no caso do jogo do bicho, prática amplamente aceita na sociedade?
Não, segundo o STJ, não existe costume abolicionista. Desta forma, enquanto os fatos típicos não forem revogados por outra lei, a norma continuará tendo eficácia. Assim, o jogo do bicho, apesar da falta de repressão do estado, continua a ser contravenção penal, em observância ao art. 2º da LINDB, que diz: "A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue".
O que se entende por mandamento constitucional de criminalização?
Podemos definir como o poder que a Constituição dispõe para estabelecer balizas que impõe a intervenção do Direito Penal, são hipóteses de obrigatória intervenção do legislador penal, vedando ao legislador a descriminalização de condutas que afetem bens juridicamente tutelados pela Constituição, como direito à vida (homicídio), dignidade da pessoa humana (crimes contra a honra), liberdade (sequestro) dentre outros bens jurídicos... É o que a doutrina chama de GARANTISMO POSITIVO.
O que se entende pelo princípio da legalidade no Direito Penal?
O princípio dalegalidade está previsto no art. 5º, XXXIX da Constituição Federal (não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal), e no art. 1º do Código Penal (Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal).
O princípio da legalidade estabelece a necessidade da existência de lei, em sentido estrito, descrevendo a conduta típica e a cominação de pena, sendo imperativo ainda que a lei seja anterior à ocorrência do fato.
Como a medida provisória tem força de lei, então uma MP também pode criar crime?
De jeito nenhum... crimes somente podem ser criados por lei em sentido estrito, ou, como prefere a doutrina, vige o princípio da reserva legal, conforme estabelece o art. 62 da Constituição, com redação dada pela EC 32/2001, que dispõe sobre a proibição da edição de medida provisória em matéria penal, seja ela prejudicial (o que já era pacífico em sede jurisprudencial) ou mesmo favorável ao réu. Segundo a doutrina, o texto constitucional é cristalino e não autoriza conclusão em sentido contrário.
Por fim, segundo Capez, nenhuma outra fonte subalterna pode gerar a norma penal, uma vez que a reserva de lei proposta pela Constituição é absoluta, e não meramente relativa. Nem seria admissível que restrições a direitos individuais pudessem ser objeto de regramento unilateral pelo Poder Executivo. Assim, somente a lei, na sua concepção formal e estrita, emanada e aprovada pelo Poder Legislativo, por meio de procedimento adequado, pode criar tipos e impor penas.
Pode-se afirmar que fere o princípio da reserva legal a criação de crimes e a cominação de pena por meio de medida provisória?
Sim... o tema várias vezes já foi explorado em concursos, medida provisória jamais pode criar crimes ou estabelecer penas, sob pena de ferir o princípio da reserva legal.
Podemos afirmar que princípio da legalidade e princípio da reserva de lei é sinônimo?
Fiquem esperto, as expressões não são sinônimas, a legalidade abrange várias espécies normativas, como leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Tal princípio tem previsão no 5°, II da Constituição Federal (II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei)- princípio da legalidade em sentido amplo.
Por sua vez, o princípio da reserva legal (legalidade estrita) possui um sentido mais restrito, abrange apenas lei ordinária ou complementar aprovada pelo Congresso Nacional, previsto no art. 5º XXXIX (não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal). 
Como as medidas de segurança não são penas, podemos afirmar que não estão submetidas ao princípio constitucional da reserva legal em matéria penal?
Errado, para a doutrina majoritária, bem como as principais bancas de concursos, tal princípio também se aplica às medias de segurança, ao argumento de que a Constituição Federal proclama que não há “crime” sem lei anterior ou “pena” sem prévia cominação legal; ao fazê-lo, porém, emprega tais vocábulos como sinônimos de “infração penal” (crime ou contravenção penal) e “sanção penal” (pena ou medida de segurança).
O que vem a ser o princípio da fragmentariedade?
Tal princípio impõe que o Direito Penal deva ser fragmentário, ou seja,deve tipificar o menor número de condutas dentre as inúmeras observadas na sociedade. Neste sentido, somente as condutas capazes de atingir bens jurídicos mais valorizados pela sociedade devem ser tipificadas (criminalizadas).
Importante notar que o princípio da fragmentariedade guarda estreita relação com o da intervenção mínima, que assevera que o Direito Penal só se faz presente quando absolutamente necessário.
O que vem a ser o princípio da subsidiariedade?
Preceitua o princípio da subsidiariedade que o Direito Penal deve atuar de forma subsidiária (Direito Penal de ultima ratio), isto é, somente deve ser utilizado quando insuficientes as demais formas de controle social, como família, igreja e, principalmente, outros ramos do direito como o civil (multas) e o administrativo (sanções administrativas e multas).
O princípio da intervenção mínima (fragmentariedade) estabelece a atuação do direito penal como ultima ratio, orientando e limitando o poder incriminador do Estado. Assim, podemos afirmar que, com base em nesse princípio, deve ser criminalizada o maior número de condutas possível para melhor proteção da sociedade?
Errado, é justamente o contrário, o princípio da intervenção mínima preconizando que a criminalização de uma conduta somente se justifica quando constitui meio necessário para a proteção dos bens jurídicos mais relevantes para a sociedade, como vida, dignidade sexual, a administração pública etc. 
O que se entende por princípio da ofensividade?
Segundo o princípio da ofensividade, não haverá crime que não cause lesão efetiva ou ao menos ameaça concreta ao bem jurídico tutelado, tal princípio também é conhecido pelo brocardo latino nullum crimen sine injuria.
Em outras palavras, trata-se da exigência do resultado jurídico concreto na avaliação da tipicidade penal.
O que é o princípio da exteriorização ou materialização do fato?
Segundo tal princípio, também conhecido por "nullum crimen sine actio", o Estado somente pode incriminar condutas humanas VOLUNTÁRIAS, isto é, atos.  Logo, estabelece tal princípio que ninguém poderá ser punido por seus desejos, pensamentos, meras cogitações ou estilo de vida.
O que preceitua o princípio da pessoalidade ou intranscendência da pena?
É princípio que estabelece que a pena somente pode ser aplicada ao autor do fato, não podendo atingir terceiros (filhos, pais...ninguém mais). Tem assento constitucional no art. 5º, XLV (nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido). 
Em suma, de acordo com este princípio a pena aplicada só pode ser cumprida pelo réu condenado, não podendo ser transferida a um sucessor ou coautor do delito.
O que se entende pelo tão falado princípio da insignificância?
Quando analisamos um fato típico*, devemos verificar a tipicidade formal (adequação do fato à norma incriminadora) e a tipicidade material (desvalor da conduta e efetiva lesão causada ao bem juridicamente protegido). Nesta última que incide o princípio da insignificância, que acaba afastando o próprio crime. Ou seja, ainda que a conduta seja formalmente típica, se esta conduta não atingir expressivamente o bem jurídico, o julgador pode considerar a conduta atípica.
Segundo a doutrina, o Direito Penal, num ambiente jurídico fundado na dignidade da pessoa humana, em que a pena criminal não constitui instrumento de dominação política ou submissão cega ao poder estatal, mas um meio para a salvaguarda dos valores constitucionais expressos ou implícitos, não deve criminalizar comportamentos que produzam lesões insignificantes aos bens juridicamente tutelados.
* Veremos detalhadamente sobre fato típico quando analisarmos o conceito analítico de crime.
Podemos afirmar que o princípio da insignificância é uma excludente de ilicitude?
Não, TRATA-SE DE EXCLUDENTE DE TIPICIDADE, torna o fato atípico por lhe faltar tipicidade material. A conduta é formalmente crime, mas não ofende significativamente o bem jurídico protegido.
Segundo os Tribunais Superiores, quais os requisitos para a aplicação do princípio da insignificância?
1- Mínima ofensividade da conduta do agente;
2-Nenhuma periculosidade social da ação;
3- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
4- Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Utilize essa ferramenta mnemônica para guardar as iniciais dos requisitos (se você tiver um amigo mineiro fica mais fácil). MI-NE-R-IN.
O princípio da insignificância é aplicável nos crimes contra a administração pública?
Devemos ter cuidado ao responder... Para o STF1 é aplicável, poisconsidera tratar de um princípio geral do direito. Já o STJ2 não, considera este tribunal que o bem jurídico tutelado é a moralidade administrativa, que jamais pode ser considerada insignificante.
1- Princípio da insignificância e Administração Pública. A 2ª Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para reconhecer a aplicação do princípio da insignificância e absolver o paciente ante a atipicidade da conduta. Na situação dos autos, ele fora denunciado pela suposta prática do crime de peculato, em virtude da subtração de 2 luminárias de alumínio e fios de cobre. HC 107370 SP, 26.4.20112-(...)
2- Quanto à aplicação do princípio da insignificância, Vasco Della Giustina ressaltou que a jurisprudência do STJ firmou entendimento de ser inaplicável tal princípio aos delitos praticados contra a administração pública, uma vez que, nesses casos, além da proteção patrimonial, deve prevalecer o resguardo da moral administrativa.HC 109639 SP, 27 09 2011.
Aplica-se o princípio da insignificância nos caso de crimes caso falsificação de moeda?
Aqui as jurisprudências do STF e do STJ caminham juntas, entendem que não se aplica o princípio da insignificância, ainda que a nota falsificada seja de ínfimo valor. Entendem os tribunais se tratar de delito contra a fé pública, que são incompatíveis com a aplicação de tal princípio, pois nesses casos, sempre há interesse estatal na repressão do crime.
O que são fontes para o direito?
Fonte é o lugar de criação e também forma de revelação do DP, divide-se em:
1- Fonte material: Órgão* constitucionalmente encarregado da produção das normas;
2- Fonte Formal: Relacionado ao modo de conhecimento e revelação do DP.
* Seria mais adequado a doutrina usar a expressão ente federativo (União, estados e DF e municípios). 
Qual a fonte material do Direito Penal?
A fonte material do Direito Penal (ente constitucionalmente encarregado de produzir a norma) é a União, conforme descrito no artigo 22, I, CF 88, confira: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho";
Podemos afirmar que somente a União pode legislar sobre Direito Penal?
Cuidado, nosso primeiro impulso é responder afirmativamente à questão, no entanto, precisamos observar que, conforme disposto no parágrafo único do art. 22, excepcionalmente a CF autoriza, mediante lei complementar, que estados membros e o DF legislem sobre matérias específicas relacionadas no artigo, confira:  
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho" (...);
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Já vimos que as fontes formais informam de onde provêm o conhecimento e a revelação do Direito Penal. Estas se dividem em imediatas e mediatas quais são as imediatas e quais as mediatas?
A fonte imediata é a Lei, segundo a doutrina tradicional.
Importante saber que, para a doutrina moderna, as fontes formais imediatas podem ser leis incriminadoras e não incriminadoras. Se foremincriminadoras, somente a lei. Por outro lado, na hipótese de leis penaisnão incriminadoras, as fontes podem ser a Constituição, os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos e a jurisprudência (restrita àsSumulas Vinculantes).
A fonte mediata ou secundárias é somente a doutrina.
Há doutrinadores que consideram ainda os costumes como fonte formal mediata, no entanto, assiste mais razão a quem os considera como fontes INFORMAIS DO DIREITO PENAL.
Podemos definir os costumes como a reiteração de condutas, de forma constante e uniforme pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica. Sabemos que os costumes não são fontes formais do Direito Penal (são INFORMAIS).
Daí surge a pergunta: qual a utilidade dos costumes para o Direito Penal?
Uma das utilidades dos costumes  é auxiliar o intérprete a aclarar elementos ou circunstâncias do tipo penal, como por exemplo, acerca do conceito de mulher honesta ou repouso noturno, dentre outras expressões constantes na lei penal.
Sabemos que em razão do princípio da legalidade, somente a lei pode criar crimes. Em se tratando de descriminalização de condutas, podemos afirmar que o costume pode tornar um fato atípico, como no caso do jogo do bicho, prática amplamente aceita na sociedade?
Não, segundo o STJ, não existe costume abolicionista. Desta forma, enquanto os fatos típicos não forem revogados por outra lei, a norma continuará tendo eficácia. Assim, o jogo do bicho, apesar da falta de repressão do estado, continua a ser contravenção penal, em observância ao art. 2º da LINDB, que diz: "A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue".
O que se entende por mandamento constitucional de criminalização?
Podemos definir como o poder que a Constituição dispõe para estabelecer balizas que impõe a intervenção do Direito Penal, são hipóteses de obrigatória intervenção do legislador penal, vedando ao legislador a descriminalização de condutas que afetem bens juridicamente tutelados pela Constituição, como direito à vida (homicídio), dignidade da pessoa humana (crimes contra a honra), liberdade (sequestro) dentre outros bens jurídicos... É o que a doutrina chama de GARANTISMO POSITIVO.
O que se entende pelo princípio da legalidade no Direito Penal?
O princípio da legalidade está previsto no art. 5º, XXXIX da Constituição Federal (não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal), e no art. 1º do Código Penal (Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal).
O princípio da legalidade estabelece a necessidade da existência de lei, em sentido estrito, descrevendo a conduta típica e a cominação de pena, sendo imperativo ainda que a lei seja anterior à ocorrência do fato.
Como a medida provisória tem força de lei, então uma MP também pode criar crime?
De jeito nenhum... crimes somente podem ser criados por lei em sentido estrito, ou, como prefere a doutrina, vige o princípio da reserva legal, conforme estabelece o art. 62 da Constituição, com redação dada pela EC 32/2001, que dispõe sobre a proibição da edição de medida provisória em matéria penal, seja ela prejudicial (o que já era pacífico em sede jurisprudencial) ou mesmo favorável ao réu. Segundo a doutrina, o texto constitucional é cristalino e não autoriza conclusão em sentido contrário.
Por fim, segundo Capez, nenhuma outra fonte subalterna pode gerar a norma penal, uma vez que a reserva de lei proposta pela Constituição é absoluta, e não meramente relativa. Nem seria admissível que restrições a direitos individuais pudessem ser objeto de regramento unilateral pelo Poder Executivo. Assim, somente a lei, na sua concepção formal e estrita, emanada e aprovada pelo Poder Legislativo, por meio de procedimento adequado, pode criar tipos e impor penas.
Pode-se afirmar que fere o princípio da reserva legal a criação de crimes e a cominação de pena por meio de medida provisória?
Sim... o tema várias vezes já foi explorado em concursos, medida provisória jamais pode criar crimes ou estabelecer penas, sob pena de ferir o princípio da reserva legal. 
Podemos afirmar que princípio da legalidade e princípio da reserva de lei são sinônimos?
Resposta
Fique esperto, as expressões não são sinônimas, a legalidade abrange várias espécies normativas, como leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Tal princípio tem previsão no 5°, II da Constituição Federal (II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei)- princípio da legalidade em sentido amplo.
Por sua vez, o princípio da reserva legal (legalidade estrita) possui um sentido mais restrito, abrange apenas lei ordinária ou complementar aprovada pelo Congresso Nacional, previstono art. 5º XXXIX (não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal). 
Como as medidas de segurança não são penas, podemos afirmar que não estão submetidas ao princípio constitucional da reserva legal em matéria penal?
Errado, para a doutrina majoritária, bem como as principais bancas de concursos, tal princípio também se aplica às medias de segurança, ao argumento de que a Constituição Federal proclama que não há “crime” sem lei anterior ou “pena” sem prévia cominação legal; ao fazê-lo, porém, emprega tais vocábulos como sinônimos de “infração penal” (crime ou contravenção penal) e “sanção penal” (pena ou medida de segurança).
O que vem a ser o princípio da fragmentariedade?
Tal princípio impõe que o Direito Penal deva ser fragmentário, ou seja,deve tipificar o menor número de condutas dentre as inúmeras observadas na sociedade. Neste sentido, somente as condutas capazes de atingir bens jurídicos mais valorizados pela sociedade devem ser tipificadas (criminalizadas).
Importante notar que o princípio da fragmentariedade guarda estreita relação com o da intervenção mínima, que assevera que o Direito Penal só se faz presente quando absolutamente necessário.
O que vem a ser o princípio da subsidiariedade?
Preceitua o princípio da subsidiariedade que o Direito Penal deve atuar de forma subsidiária (Direito Penal de ultima ratio), isto é, somente deve ser utilizado quando insuficientes as demais formas de controle social, como família, igreja e, principalmente, outros ramos do direito como o civil (multas) e o administrativo (sanções administrativas e multas).
O princípio da intervenção mínima (fragmentariedade) estabelece a atuação do direito penal como ultima ratio, orientando e limitando o poder incriminador do Estado.
Assim, podemos afirmar que, com base em nesse princípio, deve ser criminalizada o maior número de condutas possível para melhor proteção da sociedade?
Errado, é justamente o contrário, o princípio da intervenção mínima preconizando que a criminalização de uma conduta somente se justifica quando constitui meio necessário para a proteção dos bens jurídicos mais relevantes para a sociedade, como vida, dignidade sexual, a administração pública etc. 
O que se entende por princípio da ofensividade?
Segundo o princípio da ofensividade, não haverá crime que não cause lesão efetiva ou ao menos ameaça concreta ao bem jurídico tutelado, tal princípio também é conhecido pelo brocardo latino nullum crimen sine injuria.
Em outras palavras, trata-se da exigência do resultado jurídico concreto na avaliação da tipicidade penal.
O que é o princípio da exteriorização ou materialização do fato?
Segundo tal princípio, também conhecido por "nullum crimen sine actio", o Estado somente pode incriminar condutas humanas VOLUNTÁRIAS, isto é, atos.  Logo, estabelece tal princípio que ninguém poderá ser punido por seus desejos, pensamentos, meras cogitações ou estilo de vida.
O que preceitua o princípio da pessoalidade ou intranscendência da pena?
É princípio que estabelece que a pena somente pode ser aplicada ao autor do fato, não podendo atingir terceiros (filhos, pais...ninguém mais). Tem assento constitucional no art. 5º, XLV (nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido). 
Em suma, de acordo com este princípio a pena aplicada só pode ser cumprida pelo réu condenado, não podendo ser transferida a um sucessor ou coautor do delito.
O que se entende pelo tão falado princípio da insignificância?
Quando analisamos um fato típico*, devemos verificar a tipicidade formal (adequação do fato à norma incriminadora) e a tipicidade material (desvalor da conduta e efetiva lesão causada ao bem juridicamente protegido). Nesta última que incide o princípio da insignificância, que acaba afastando o próprio crime. Ou seja, ainda que a conduta seja formalmente típica, se esta conduta não atingir expressivamente o bem jurídico, o julgador pode considerar a conduta atípica.
Segundo a doutrina, o Direito Penal, num ambiente jurídico fundado na dignidade da pessoa humana, em que a pena criminal não constitui instrumento de dominação política ou submissão cega ao poder estatal, mas um meio para a salvaguarda dos valores constitucionais expressos ou implícitos, não deve criminalizar comportamentos que produzam lesões insignificantes aos bens juridicamente tutelados.
* Veremos detalhadamente sobre fato típico quando analisarmos o conceito analítico de crime.
Podemos afirmar que o princípio da insignificância é uma excludente de ilicitude?
Não, TRATA-SE DE EXCLUDENTE DE TIPICIDADE, torna o fato atípico por lhe faltar tipicidade material. A conduta é formalmente crime, mas não ofende significativamente o bem jurídico protegido.
Segundo os Tribunais Superiores, quais os requisitos para a aplicação do princípio da insignificância?
1- Mínima ofensividade da conduta do agente;
2-Nenhuma periculosidade social da ação;
3- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
4- Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Utilize essa ferramenta mnemônica para guardar as iniciais dos requisitos (se você tiver um amigo mineiro fica mais fácil). MI-NE-R-IN.
O princípio da insignificância é aplicável nos crimes contra a administração pública?
Devemos ter cuidado ao responder... Para o STF1 é aplicável, pois considera tratar de um princípio geral do direito. Já o STJ2 não, considera este tribunal que o bem jurídico tutelado é a moralidade administrativa, que jamais pode ser considerada insignificante.
1- Princípio da insignificância e Administração Pública. A 2ª Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para reconhecer a aplicação do princípio da insignificância e absolver o paciente ante a atipicidade da conduta. Na situação dos autos, ele fora denunciado pela suposta prática do crime de peculato, em virtude da subtração de 2 luminárias de alumínio e fios de cobre. HC 107370 SP, 26.4.20112-(...)
2- Quanto à aplicação do princípio da insignificância, Vasco Della Giustina ressaltou que a jurisprudência do STJ firmou entendimento de ser inaplicável tal princípio aos delitos praticados contra a administração pública, uma vez que, nesses casos, além da proteção patrimonial, deve prevalecer o resguardo da moral administrativa.HC 109639 SP, 27 09 2011.
Aplica-se o princípio da insignificância nos caso de crimes caso falsificação de moeda?
Aqui as jurisprudências do STF e do STJ caminham juntas, entendem que não se aplica o princípio da insignificância, ainda que a nota falsificada seja de ínfimo valor. Entendem os tribunais se tratar de delito contra a fé pública, que são incompatíveis com a aplicação de tal princípio, pois nesses casos, sempre há interesse estatal na repressão do crime.
Sabemos que as leis penais são classificadas em LEI PENAIS INCRIMINADORAS e NÃO INCRIMINADORAS. A incriminadora possui um preceito primário (a ação ou omissão ilícita) e um secundário (sanção penal).
Como são chamada as leis penais que não possuem o preceito primário completo?
São as chamada de LEIS PENAIS EM BRANCO, são leis cujo preceito primário é incompleto, embora o preceito secundário seja determinado. A lei penal em branco necessita de complemento de outra norma, já existente ou futura, da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Segundo Binding, "a lei penal em branco é um corpo errante em busca de sua alma".
O que se entende por lei penal em branco em sentido amplo (imprópria, homogênea ou homóloga)?
É a lei cujo complemento do preceito primário é formulado pela mesma instância legislativa que elaborou a lei penal em branco, como visto, o Poder Legislativo da União.
Ex.: O art. 237 do Código Penal pune quem contrai casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta. Esses impedimentos estão previstos no art. 1.521, I a VII, doCódigo Civil. (Código Penal e Código Civil, ambas leis ordinárias). 
Qual a diferença entre lei penal em branco em sentido amplo (imprópria, homogênea ou homóloga) e a lei penal em branco homovitelínea?
A diferença é que na primeira, homóloga, o complemento do preceito primário deve ser formulado pela mesma instância legislativa que formulou a lei penal em branco, no Brasil, somente o Poder Legislativo da União.
Já a homovitelínea estará presente quando a norma que a complementa for da mesma instância legislativa (Poder Legislativo) e estiver na mesma estrutura normativa da descrição típica.
Ex.: os crimes funcionais e o conceito de funcionário público integram a mesma estrutura (Código Penal). No caso em tela, lei penal em branco complementada pela própria lei penal. 
O que é a Lei penal em branco heterovitelínea?
A lei penal homogênea heterovitelínea é aquela em que a norma complementar se origina da mesma instância legislativa (Poder Legislativo), sendo que a lei penal em branco é complementada por lei extrapenal.
Ex.: Art. 184 do CP prevê como crime a violação dos direitos autorais, mas a definição desses direitos estão em lei extrapenal.
O que é lei penal em branco em sentido estrito (própria ou heterogênea)?
É aquela em que a complementação do preceito primário é em instância legislativa diversa da que formulou a lei penal em branco, em outras palavras, por norma não originada do poder legislativo.
Exemplo: Crime de tráfico ilícito de drogas (art. 33 da Lei no 11.343/ 06) no qual o preceito primário do tipo penal não discrimina as espécies de drogas proibidas, tendo esta função o Poder Executivo, no caso por meio de Portaria da ANVISA , em específico a nº 344/ 98 , (instância diversa do Poder Legislativo).
O que é a lei penal em branco inversa ou ao avesso?
São as que, embora o preceito primário esteja completo, e o conteúdo perfeitamente delimitado, o preceito secundário, isto é, a cominação da pena, fica a cargo de uma norma complementar. Se o complemento for um ato normativo infralegal, referida norma será reputada inconstitucional, pois somente a lei pode cominar pena.
Quais são as características da lei Penal?
As características são:
1- Exclusividade;
2- Imperatividade;
3- Impessoalidade;
4- Generalidade.
Vimos que as características da lei Penal são exclusividade, imperatividade, impessoalidade e generalidade. O que quer dizer cada um desses princípios?
O princípio da exclusividade estabelece que somente a lei penal pode definir crimes e as respectivas penas.
O princípio da imperatividade se traduz na autorização estatal de aplicação da sanção a quem descumprir mandamento previsto na lei penal.
O princípio da impessoalidade estabelece que a lei é criada para ser aplicada a uma situação concreta, mas dirige-se abstratamente a fatos futuros. Ressalvando-se as leis de anistia e abolitio crimines.
O princípio da generalidade quer dizer que o preceito primário da lei penal dirige-se a todas as pessoas abstratamente, ao passo que as sanções, preceito secundário, apesar de também se dirigir a todos, mais especificamente se destinam aos juízes, encarregados de aplicá-lo nos casos concretos.
Quanto à origem ou ao sujeito, como pode ser classificada a interpretação da lei penal?
Classificam-se em interpretação autêntica, judiciária (ou jurisprudencial) e doutrinária.
A interpretação judiciária ou jurisprudencial é a realizada pelos juízes e tribunais ao aplicar a norma aos casos concretos. Por seu turno, a interpretação doutrinária é a realizada pela doutrina, ou seja, pelos teóricos do direito.
Mas quem realiza a interpretação autêntica?
Como o próprio nome sugere, a interpretação autêntica é a realizada pelo próprio legislador, ou seja, por quem elaborou a norma.
Divide-se ainda em autêntica textual, quando ocorre no próprio texto da lei, e em interpretação autêntica posterior, quando uma norma posterior lhe dá a devida interpretação.
A exposição de motivos do Código Penal se trata de uma interpretação autêntica?
Não, a Exposição de Motivos do Código Penal deve ser encarada como interpretação doutrinária, e não autêntica, por não fazer parte da estrutura da lei.
O que é a interpretação analógica?
A interpretação analógica consistente em estabelecer uma regra geral, seguida de hipóteses casuísticas, nas quais o juiz deve se basear na aplicação da lei. Exemplo recorrente utilizado pela doutrina é a hipótese do art. 121, § 2º, IV, do CP, in verbis, "à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”.
Segundo a doutrina, tal método exige do magistrado a fundamentação de suas escolhas quando não vinculadas ao texto expresso na lei. 
A Interpretação Analógica e a Analogia são sinônimos?
Não, a analogia não é uma forma de interpretação, mas sim uma forma de suprir lacunas legais, é a técnica de aplicar uma lei que regula determinado fato a outro não regulado.
Por seu turno, a interpretação analógica consistente em estabelecer uma regra geral, seguida de hipóteses casuísticas, nas quais o juiz deve se basear na aplicação da lei. 
A analogia é vedada no Direito Penal?
Cuidado! Na verdade  uma espécie de analogia é proibida, a chamada analogia in malam partem, que é aquela utilizada para prejudicar o réu. Seria um exemplo deste tipo de analogia considerar o crime de associação para o tráfico como crime hediondo. Repelindo tal entendimento, o STJ entendeu pela impossibilidade de tal analogia, confira: "O crime de associação para o tráfico não integra a listagem legal de crimes equiparados a hediondos. Impossível analogia in malam partem com o fito de considerá-lo crime dessa natureza" (STj-HC177.220 Rj,6ª T, j. 02 06 2011).
A analogia in bonam partem pode ser aplicada no Direito em benefício do réu em situações de omissão legislativa. 
Três são as teorias que buscam definir o tempo do crime:
(1) Teoria da atividade: considera praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do resultado.
(2) Teoria do resultado: considera o momento da produção do resultado.
(3) Teoria mista: considera tanto o momento da conduta como o do resultado. Nesse diapasão, que teoria foi adotada pelo nosso Código Penal?
Foi adotada a teoria da ação, conforme podemos extrair do art. 4º do Código Penal. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Considere a seguinte situação: Tício, adolescente com dezessete anos e onze meses de idade, a tiros de revólver, atinge seu desafeto, e este vem a falecer dois meses depois em consequência do disparo, assim Tício, por já contar com mais de 18 anos (sendo já maior de idade) estará sujeito às normas do Código Penal?
Errado, vimos que o Brasil adota a teoria da ação, como na data do disparo Tício era adolescente, será julgado nos termos das normas estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Sabemos que, em regra, os fatos praticados na vigência de uma lei devem ser regidos por ela, (tempus regit actum). Qual é a exceção prevista no Direito Penal?
A exceção está prevista na Constituição e no próprio Código (CF, art. 5°, XL,e CP, art. 2°), possibilitando a nova lei mais benéfica ao réu seja aplicada retroativamente (aplicação da lei penal a fato ocorrido antes de sua vigência) ou que continue a ser aplicada após revogada, desde que ainda não esgotadas as consequências jurídicas do fato.
O que se entende por conflito de leis no tempo?
É a situação que ocorre quando uma lei é alterada, mas as consequências jurídicas continuam por ela regida.
Exemplo: alguém é condenado por um crime, cumpre pena, neste curso, a pena é reduzida por outra lei.
Como é solucionado o conflito de leis no tempo?
É solucionado pelo art. 5°, XL, da CF: "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu". Importante destacar que é dessa norma constitucional, extrai-se os seguintes princípios:
Princípio da irretroatividade da Lei penalmais gravosa;
Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica.
Lei excepcional é aquela vigente em situação transitória emergencial, como em épocas de guerra, calamidade pública, tragédias naturais, e persistirá enquanto não cessar a situação que motivou a sua criação. Nessa linha de raciocínio, o que é uma lei temporária?
É a que possui a vigência previamente determinada, são leis autorrevogáveis e criadas para atender situações anômalas. Oportuno aqui trazer o teor do art. 3° do CP, que diz; "a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". Trata-se de excepcional hipótese de ultra-atividade da lei mais gravosa, sob pena de não ostentar a coercitividade necessária.
De acordo com o princípio da irretroatividade, podemos afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo disposição expressa em lei?
Errado, tratando de lei penal mais benéfica (novatio legis in mellius - lex mitior) retroagirá para beneficiar o réu, conforme a previsão no p. único do art. 2º do CP, in verbis: "a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado".
O que se entende por Abolitio Criminis?
Trata-se da descriminalização de uma conduta. Tal fato tem previsão no art. 2º do CP, confira:" Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória".
Determinados crimes podem atingir o território de dois ou mais países, o estudo da lei penal no espaço busca estabelecer as hipótese de aplicação da lei penal brasileira, considerando tais premissas, qual a teoria adotada pelo Código Penal?
O Código Penal adotou, como regra, a TEORIA DA TERRITORIALIDADE, conforme podemos verificar no caput do 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
A partir da leitura do caput do artigo 5ª do CP (Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional), podemos dizer que seria possível a aplicação de lei estrangeira em nosso território?
Correto, segundo CAPEZ, a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções internacionais. Tal situação é denominada de INTRATERRITORIALIDADE, que quer dizer a aplicação da lei estrangeira no território brasileiro.
Sabendo que a teoria adotada é a da territorialidade, podemos dizer que sua aplicação é absoluta?
Não, perceba que o próprio caput do art. 5º do CP ressalva as hipóteses em que não será aplicada a lei brasileira, vejamos: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Para a doutrina, o art. 5º é temperado pelo princípio da intraterritorialidade, que permite que em algumas hipóteses a lei penal estrangeira seja aplicada no território brasileiro. (exemplo: imunidades diplomáticas).
O que quer dizer o princípio do pavilhão ou bandeira?
Tal princípio estabelece que as embarcações e aeronaves privadas são extensões do território do país em que se achem registrados ou matriculados, nas hipóteses em que estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente, sendo aplicado em tais situações a lei do país cujo pavilhão (bandeira) o veículo ostentar.
De acordo com o princípio da bandeira pavilhão, será considerado praticado no estrangeiro o homicídio ocorrido no interior de aeronave mercantil de bandeira brasileira, durante sobrevôo em alto-mar.
Errado, tal princípio estabelece que as embarcações e aeronaves privadas são extensões do território do país em que se achem registrados ou matriculados, nas hipóteses em que estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente, assim, aplica-se a lei brasileira.
O § 1º do art. 5º diz que para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional:
As embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem;
As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Assim, acaso seja cometido um crime a bordo de um navio mercante brasileira em águas argentinas, deverá ser aplicada a lei penal brasileira?
Errado, navio mercante não é de natureza pública, e não estando a serviço do governo brasileiro, não será considerado extensão do território brasileiro. Aqui também não cabe falar em princípio do pavilhão ou da bandeira, haja vista que tal princípio se aplica às situações em que o navio/ aeronave se encontra em alto mar ou espaço aéreo correspondente. No caso em análise, aplicar-se-á a lei penal argentina. 
Acaso um peruano, a bordo de uma embarcação da Marinha Mercante Brasileira, ancorada em porto holandês (local onde, em tese, não se pune o aborto), contribua para que sua esposa, boliviana, pratique o abortamento, o território brasileiro não será considerado local de ocorrência da conduta, pois o navio estava ancorado em águas estrangeiras.
Correto, navio da marinha mercante brasileira em águas estrangeiras não é extensão do território brasileiro.
A tripulação de determinado navio japonês de propriedade privada, quando a embarcação já se encontrava em águas territoriais brasileiras, percebeu a presença de um passageiro clandestino que, jogado ao mar antes de a embarcação atracar no porto de Salvador, morreu afogado. Em tal situação, a partir dessa situação hipotética, deve ser aplicada ao caso a lei penal do país de origem do navio, já que não se trata de embarcação que estava a serviço de país estrangeiro.
Errado, deve ser aplicada a lei brasileira, já que o navio, de propriedade privada, é considerado extensão do território brasileiro. (art. 5ª, §2°- É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional (...) Nesse caso, deve ser aplicada a lei penal ainda que todos sejam de nacionalidade estrangeira.
Se em um barco pesqueiro brasileiro de propriedade particular ocorrer um homicídio em águas territoriais estrangeiras, será aplicada a lei brasileira?
Errado, nessa situação, o crime não ocorreu no território brasileiro, em regra, não seria aplicada a lei brasileira. Seria aplicada a lei brasileira se o crime ocorresse em águas internacionais, pois estas não estão sob a soberania de qualquer país.
Mário comete um crime de homicídio a bordo de um navio brasileiro de grande porte em alto mar, que faz o trajeto direto entre Santos (São Paulo Brasil) e Cape Town (África do Sul). Podemos dizer que Mário será processado e julgado pela justiça de qual comarca?
Primeiramente há que se destacar que o crime fora cometido no território brasileiro por extensão, confira: Art. 5º, §1º in fine:Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar(destacamos). Por fim, a comarca competente será o lugar do último porto em que o navio tocou, conforme prevê o Código de Processo Penal, confira:Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processadose julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
O art. 6º do CP trata do lugar do crime e tem a seguinte redação:Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Podemos dizer então que o Brasil adotou a teoria da ubiquidade?
Correto, para definir o lugar do crime o CP adotou a teoria mista ou da ubiquidade, sendo considerado o lugar do crime tanto o local da ação ou omissão quanto o local do resultado.
O que se entende pelo princípio da extraterritorialidade da lei brasileira?
É aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil, está previsto no art. 7º do CP. Veja o que diz o artigo. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimesa) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.
As formas de aplicação do princípio da extraterritorialidade dividem-se em incondicionada e condicionada, as incondicionadas não subordinam qualquer condição para a aplicação da lei brasileira, ao passo que as condicionadas estabelecem algumas condições para aplicação da lei brasileira. Nesse sentido, no caso de crimes praticados contra a vida do Presidente da República, aplica-se a lei brasileira de forma incondicionada?
Correto, todas as hipóteses do inciso I do art. 7º do CP são incondicionadas, quais sejam: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Importante notar o que diz o § 1º do art. 7º: Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Imagine que um cidadão brasileiro tenha praticado o delito de genocídio na Argentina, tendo matado membros de um grupo étnico daquele país, onde foi condenado definitivamente à pena máxima de oito anos de reclusão, segundo a legislação argentina. Após ter cumprido integralmente a pena, esse cidadão, retornando ao Brasi,l não poderá mais ser julgado e condenado, por que já cumpriu pena no estrangeiro. Está correta tal afirmação?
Errado, o crime de genocídio é uma das hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, de forma que, independentemente de qualquer condição, ainda que o acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro, será aplicada a lei brasileira.
Uma brasileira, a bordo de uma embarcação estrangeira de propriedade privada registrada em um país onde não se pune o aborto, navegando em alto-mar, consente que terceiro provoque o aborto. Neste caso, quando a mulher desembarcar no Brasil poderá ser condenado por tal crime.
Errado, mesmo se tratando de fato considerado crime pela lei penal brasileira (art. 124 do CP), a prática não ocorreu em território brasileiro, mas sim em local onde não se pune o aborto, de sorte que faltará a condição disposta no art. 7°, § 2°, alínea "b", qual seja a dupla tipicidade.
Se em um barco pesqueiro brasileiro de propriedade particular ocorrer um homicídio em águas territoriais estrangeiras, não sendo julgado no respectivo país, seria possível a aplicação da lei brasileira.
Correto, seria a aplicação da extraterritorialidade condicionada, (também conhecida como princípio da representação) conforme previsto no art. 7º, II, c do CP penal, vejamos:
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (...)
II os crimes:(...)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Acaso uma pessoa seja condenada no estrangeiro e no Brasil pela prática do mesmo crime, ainda que cumpra a pena no estrangeiro, quando regressar ao Brasil, deverá cumprir a totalidade da pena imposta pela justiça brasileira.
Errado, nesses casos, em regra, para que não haja dupla punição (non bis in idem), estabelece o art. 8º do CP que "a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas".
Podemos dizer que, em decorrência da soberania do Brasil, a sentença penal estrangeira não pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado a reparar o dano causado pelo crime cometido no exterior.
Errado, a sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II sujeitá-lo a medida de segurança. (art. 9º do Código Penal).
Considerando a contagem de prazo no Código Penal, uma pena de 01 ano iniciada no dia 04 de janeiro de 2012, às 18 horas, terá seu término no dia 04 de janeiro de 2013, às 24 horas.
Errado, segundo o art. 10 do Código Penal, o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Saliente-se que o prazo no direito penal, cuja importância relaciona-se ao cumprimento da pena, favorece o acusado, uma vez que o primeiro dia é computado. Nesse sentido, a pena estaria cumprida no dia 03 de janeiro de 2013 às 24h.
O que é um crime simples?
É o correspondente à descrição básica da conduta, que não contém causa ou circunstância que o modifique.
Ex. é o homicídio simples, Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
O que é um crime qualificado?
É o tipo penal que contém uma circunstância que torna a pena mais elevada do que à correspondente ao do tipo básico.
Ex. Art. 121. Matar alguém: (...) Homicídio qualificado:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Lembre-se que o homicídio simples comina a pena de 6-20 anos.
O que é um crime privilegiado?
É aquele que possui alguma circunstânciaque torna a pena menor que a do que a do tipo básico.
Ex. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único -
Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
O crime simples é o que pode ser cometido por qualquer pessoa?
Não, este é o conceito de crime comum, no qual o tipo penal não exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo, de modo que qualquer pessoa poderá praticá-lo (ex.: homicídio, lesão corporal, calúnia, estupro, furto, roubo, estelionato).
O crime simples é aquele não contém nenhuma cláusula de aumento (qualificado) ou diminuição de pena (privilegiado).
Perceba que o crime simples se contrapõe ao crime qualificado ou ao crime privilegiado. 
Crime próprio é aquele que o tipo penal exige alguma qualidade específica do sujeito ativo.  Cite dois exemplos dessa espécie de crime.
1- Infanticídio (somente a mãe pode praticar);
2- Crimes praticados por funcionários públicos contra a administração pública (somente funcionário público praticar).*
3- Receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial, delito previsto no art. 180, § 1.º, do Código Penal (somente pode ser praticado pelo comerciante ou industrial).
* Como você verá em breve, existem alguns crimes contra a administração pública podem ser cometido por particulares. 
Crime de mão própria (de atuação pessoal ou de conduta infungível) é aquele que somente pode ser cometido pelo sujeito pessoalmente e que não admite coautoria, dê um exemplo desta espécie de crime.
1- Falso testemunho;
2- Autoaborto.
Qual a diferença entre crime próprio e crime de mão própria?
Primeiro vamos destacar uma semelhança. Em ambas as hipóteses os crimes somente podem ser cometidos por determinadas pessoas.
Agora vamos às Diferenças. No crime de mão própria a conduta somente pode ser cometida pelo sujeito pessoalmente.
A segunda é que os crimes próprios admitem coautoria, autoria mediata e participação. Por seu turno, os crimes de mão própria somente admitem o concurso de agentes na modalidade participação, uma vez que não se pode delegar a terceiros a execução do crime.
Crimes militares são aqueles previstos no Código Penal Militar.
Qual a diferença entre um crime militar próprio e crime militar impróprio?
Os crimes militares próprios são os previstos no Código Penal Militar e que não encontram descrição semelhante na legislação penal comum, como crimes de deserção e insubordinação. 
Crime militar próprio: Está previsto apenas no Código Penal Militar.
Ex.: art. 187- deserção.
Crime militar impróprio: Está previsto tanto no CPM quanto no Código Penal ou em legislação extravagante.
Ex.: o crime de furto é previsto tanto no CPM quanto no CP.
Destaca-se que a condenação anterior por crime militar impróprio gera reincidência (ex.: estupro ou furto cometidos por militar em serviço), ao passo que se a condenação definitiva anterior for por crime militar próprio, a prática de crime comum não leva à reincidência.  
O crime instantâneo é aquele que se consuma imediatamente, como por exemplo o homicídio. Por seu turno, o crime permanente é aquele em que a consumação se protrai no tempo, a exemplo do crime de sequestro.
O que é o crime instantâneo de efeitos permanentes?
É o tipo em que a consumação é imediata, mas o resultado se prolonga no tempo independente da vontade do agente. O homicídio, por exemplo, é crime instantâneo de efeitos permanentes. Sua consumação se dá no exato instante em que a vítima perde sua vida, mas os efeitos desse crime são sentidos de modo longo e duradouro (por óbvias razões).
Perceba pro fim que prorrogação dos efeitos não depende do agente, sendo inerente ao fato típico, ao contrário do que ocorre nos crimes permanentes, que o autor tem o controle da prorrogação.
Qual a diferença entre o crime permanente e o crime habitual?
Resposta
Para a caracterização do crime permanente basta única ação do agente, mas o bem jurídico permanece agredido por um período determinado pelo agente, como por exemplo no sequestro.
Já no crime habitual, para que reste configurado, há necessidade dareiteração de condutas, reveladora de um estilo de vida do agente, de forma que, se praticar a conduta somete uma vez não haverá crime, são exemplos (ex.: art. 284- curandeirismo; art. 282- exercício ilegal de medicina, arte dentária ou farmacêutica).
O CRIME COMISSIVO é aquele que descreve uma ação proibida pela norma penal (Ex. Art. 129- Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem).
O CRIME OMISSIVO PRÓPRIO é o praticado por meio de uma omissão (abstenção de comportamento), sendo que sua consumação dispensa qualquer resultado naturalístico. (Ex.: art. 135- omissão de socorro).
A par de tais informações, o que seria o crime omissivo impróprio?
Resposta
Também conhecido como comissivo por omissão, é aquele em que oomitente tem o dever jurídico de evitar o resultado, caso não o faça, deve responder pelo crime. Citando CAPEZ, é o caso da mãe que descumpre o dever legal de amamentar o filho, fazendo com que ele morra de inanição, ou do salva-vidas que, na posição de garantidor, deixa, por negligência, o banhista morrer afogado. Nestas hipóteses, ambos respondem por homicídio culposo e não por simples omissão de socorro.
Os crimes omissivos impróprios estão disciplinados no art. 13, § 2º, do CP, confira:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (...) Relevância da omissão.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
* Estudaremos este artigo de forma mais aprofundada.
Como se classifica o crime que exige somente um agente para a consumação do resultado?
Resposta
É o chamado crime monossubjetivo ou unissubjetivo, lembrando que em tais crimes é possível o concurso de pessoas.
Como se classifica o crime que exige dois ou mais agentes para que reste configurado?
Resposta
Trata-se do crime plurissubjetivo, que se divide em:
1- Conduta paralela (mesmo objetivo - ex.: quadrilha);
2- Conduta divergente (ações são dirigidas de uns contra os outros - ex.: rixa);
3- Conduta convergente (ex.: bigamia).
Podemos dizer que o crime unissubsistente ou monossubjetivo é o que se consuma com um único ato? 
Resposta
Não, importante não confundir as classificações. O crime UNISSUBSISTENTE é o que se consuma com um só ATO.
Monossubjetivo ou unissubjetivo é o que só exige um sujeito para realizar a conduta típica.
Dica: Subjetivo- Sujeito.
UnisubsiTente- aTo. 
O crime unissubsistente é o que se consuma com um único ato, nesse sentido, o que são os crimes plurissusistentes?
Resposta
São aqueles que consumam-se com a prática de um ou vários atos, como por exemplo, o crime de lesões corporais (art. 129 do CP).
Qual a diferença entre crime consumado, tentado e exaurido?
Resposta
O crime consumado ocorre quando nele se reúnem todos os elementosde sua definição legal (art. 14, I);
O Crime tentado (Tentativa) ocorre quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, II);
Por fim, o crime exaurido é quando continua lesando o bem jurídico, implicando em consequência mais grave após a consumação. Ex. Recebimento da vantagem após a extorsão mediante sequestro - o crime já havia se consumado com a exigência do sequestrador, após a consumação deste crime, ocorre o recebimento da vantagem que exaure o crime.
Como os próprios nomessugerem, o crime de ação única é aquele em que o tipo prevê apenas uma forma de conduta (um verbo), já o crime de ação múltipla, é aquele em que o tipo prevê várias formas de conduta. Cite um exemplo de cada tipo de crime.
Resposta
Crime de ação única: Art. 121. Matar alguém; Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
Crime de ação múltipla: Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça; e o mais interessante tráfico de drogas, que prevê 17 condutas alternativas que podem configurar o crime, confira:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
Os crimes materiais são aqueles em que o tipo descreve a conduta e o resultado naturalístico. Cite um exemplo de um crime de tal espécie.
Resposta
São exemplos de crimes materiais, o homicídio, leões corporais, furto, roubo, estupro dentre outros.
Os crimes formais ou de consumação antecipada são aqueles em que o tipo descreve uma conduta que possibilita a produção de um resultado naturalístico, mas este resultado não precisa ocorrer para que o crime reste configurado. Cite exemplo de tal crime:
Resposta
Exemplo de crime formal é a extorsão mediante sequestro, pois nesse crime o tipo descreve a conduta de sequestrar, bem como descreve o resultado, que é o recebimento da vantagem, mas consuma-se ainda que não haja o recebimento do resgate. 
Outros exemplos são, uso de documento falso, (Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302);  falsidade ideológica (Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante) dentre outros). 
o crime de mera conduta é aquele em que o tipo descreve apenas a conduta, da qual não decorre nenhum resultado naturalístico externo a ela. Cite um exemplo.
Resposta
Alguns exemplos de crimes de mera conduta são:
Porte ilegal de arma de fogo: Art. 14 da Lei 10.836/ 03, in verbis: Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamenta);
Crime de desobediência: Art. 330 do CP - Desobedecer a ordem legal de funcionário público;
Ato obsceno: Art. 233 do CP- Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Violação de domicílio: Art. 150 do CP-  Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências. Tal crime consuma-se no momento em que o sujeito ingressa completamente na casa da vítima (“entrar” – crime instantâneo), ou então quando, ciente de que deve sair do local, não o faz por tempo juridicamente relevante (“permanecer” – crime permanente). 
Obs.: Para alguns autores não existe diferença entre crimes formais e de mera conduta, já que em ambos não é exigida a produção de nenhum resultado naturalístico.
Qual a diferença entre crime de dano e crime de perigo?
Resposta
Preste bastante atenção que essa diferença é importantíssima.
- No crime de dano, o crime se consuma com a efetiva lesão ao bem jurídico (ex.: art. 121 - homicídio).
- No crime de perigo, consuma-se com a possibilidade de lesão ao bem jurídico (ex.: art. 132 - periclitação, crime de maus tratos.
Maus tratos: Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. 
O crime de dano consuma-se com a efetiva lesão ao bem jurídico, ao passo que o crime de  perigo estará consumado com a possibilidade de lesão. Como se subdivide o crime de perigo?
Resposta
Divide-se em crime de perigo concreto e de perigo abstrato.
Para que reste configurado o crime de perigo concreto,  há a necessidade da comprovação do perigo, como por exemplo prevê o art. 309 do CTB:
Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano.
Por seu turno, no crime de perigo abstrato presumido, há a dispensa a comprovação do perigo, como por exemplo o crime de porte de arma (Lei 10.826 2005, Art. 6º), confira:
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para (...).
O crime complexo em sentido estrito é aquele que reúne condutas típicas distintas, ou seja, consiste na fusão de crimes, como por exemplo o crime de extorsão mediante sequestro, que é a soma da extorsão (Art. 158) mais sequestro (art. 148) que dá origem ao crime de extorsão mediante sequestro (art. 159).
A par de tais informações, o que seria o crime complexo em sentido amplo?
Resposta
Crime complexo em sentido amplo (ou complexo impuro): reunião de uma conduta típica e outras circunstâncias que não são típicas.
Ex.: constrangimento ilegal (ameaça + outro fato não tipificado).
Qual a diferença entre crime mono-ofensivo e pluriofensivo?
Resposta
Para responder a pergunta temos que levar em consideração o o número de bens jurídicos protegidos, de forma que o crime será
- Mono-ofensivo: é aquele em que o tipo protege apenas um bem jurídico.
Ex.: Art. 124- praticar aborto em si ou permitir que outrem lho provoque. No aborto tutela-se a vida.
- Crime pluriofensivo: visa à proteção de mais de um bem jurídico no mesmo tipo penal.
Ex.: art. 159- extorsão mediante sequestro, a tipificação busca tutelar mais de um bem jurídico, a liberdade, a integridade corporal e o patrimônio. 
O crime funcional é aquele que possui como agente o funcionário público. Subdivide-se em próprio e impróprio, o que diferencia um do outro?
Resposta
A diferença é que, no crime funcional próprio, a condição de funcionário público é essencial para configuração do crime, não presente esta circunstância, a conduta não será crime, ou seja, a conduta será atípica.
Exemplo: Prevaricação: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Por seu turno, o crime funcional impróprio, se ausente a condição de funcionário público a conduta será típica, no entanto, a conduta caracterizará outro tipo penal.
Exemplo: Peculato: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
Qual a diferença entre crime transeunte e não transeunte?
Resposta
A diferença consiste na existência ou não de vestígios na conduta criminosa. 
São transeuntes os crimes que não deixam vestígios, o que impossibilitando a realização de perícia. Ex. crimes contra a honra.
Já o crime não transeunte é o que deixa vestígios (crimes materiais) em que a realização da perícia é essencial para a comprovação do crime.
Ex.: homicídio, lesão corporal.
O que é um crime de atentado ou de empreendimento?
Resposta
É aquele em que a própria tentativa já configura o crime, como por exemplo o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, que tem a seguinte descrição: Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo

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