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crimes contra a pessoa e a vida, lesões corporais

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DIREITO PENAL CONSTITUCIONAL 
Vida – Introdução
Em um primeiro momento, é necessária a delimitação do conceito de “vida humana” para o Direito Penal, bem como a distinção entre vida intrauterina e extrauterina, e seus termos inicial e final.
Dessa forma, em consonância com a adoção de um Direito Penal Constitucional, imperioso o reconhecimento de que o bem jurídico-penal vida deva abranger não só aspectos biológicos (naturais), como também normativos, de modo a partirmos da premissa que, em regra, o bem jurídico tutelado é indisponível, sendo irrelevante o consentimento da vítima.
Conceito de vida
No que concerne ao termo inicial da vida humana, para fins penais, não obstante a questão seja extremante controvertida, o melhor entendimento é no sentido da adoção da teoria conceptualista, segundo a qual o início da vida intrauterina ocorre com a nidação, ou seja, no momento em que o óvulo fecundado é fixado no útero materno. Nesse sentido, Luiz Regis Prado afirma que “a gestação tem início com a implantação do óvulo fecundado no endométrio”. (PRADO, 2010, p. 86).
Assim, poderemos diferenciar os delitos contra a vida a partir da distinção entre eliminação da vida intra ou extrauterina. No que concerne à eliminação da vida intrauterina, tipificada pelo abortamento criminoso, este poderá ser praticado pelo agente desde o momento da concepção (nidação) até o instante anterior ao início do parto, conforme se depreende da interpretação do disposto no 123, do Código Penal, que faz expressa menção de que a mãe atuaria durante o parto ou logo após.
Fins de caracterização do término da vida
Por outro lado, para fins de caracterização do término da vida extrauterina, o critério a ser adotado encontra-se previsto no Artigo 3º, da Lei nº 9434/1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento.
O término da vida extrauterina se confirma com a morte encefálica, que ocorre com a “parada das funções neurológicas segundo os critérios da inconsciência profunda sem reação a estímulos dolorosos, ausência de respiração espontânea, pupilas rígidas, pronunciada hipotermia espontânea e abolição de reflexos”. (Dicionário Médico Blakiston apud CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. v. 2. 10. ed. p. 36).
Penal
Disposições gerais - O delito de homicídio caracteriza-se pela eliminação da vida extrauterina. Por se tratar de um delito material com a admissibilidade da tentativa, a consumação ocorre com a ocorrência do resultado naturalístico. Trata-se ainda de um crime instantâneo de efeitos permanentes.
Homicídio Privilegiado – previsto no §1º do Artigo 121: Uma vez reconhecido o privilégio, a doutrina é unânime em estabelecer que se trata de direito subjetivo do réu a diminuição de pena. Por motivo de relevante valor social, pode-se entender aquilo que venha a atender os interesses da coletividade, como, por exemplo, o caso clássico apresentado na Exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal, item nº 39, que seria a morte de um traidor da pátria. Motivo de relevante valor moral seria aquele que levasse em conta os interesses do agente, como o caso do homicídio eutanásico ou de um pai que mata o estuprador da filha. A segunda parte do Artigo. 121, §1º apresenta a hipótese de o agente estar totalmente influenciado pela emoção, aliado a praticamente um ato reflexo à provocação da vítima.
Homicídio Qualificado – previsto no §2º do Artigo 121: Ainda de acordo com a Exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal, item nº 38, in verbis:
“As circunstâncias qualificativas estão enumeradas no § 2º do Artigo 121. Umas dizem com a intensidade do dolo, outras com o modo de ação ou com a natureza dos meios empregados; mas todas são especialmente destacadas pelo seu valor sintomático: são circunstâncias reveladoras de maior periculosidade ou extraordinário grau de perversidade do agente (...)”. Clique aqui e conheça mais informações sobre o homicídio qualificado.
Homicídio. Art121 do código penal 
► O homicídio qualificado e a incidência dos institutos repressores da Lei n. 8072/1990 – Lei de Crimes Hediondos. Consoante expressa previsão legal, art.1º, da Lei n. 8072/1990, o delito de “homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V)” é considerado hediondo, consumado ou tentado, de modo a incidirem todos os institutos repressores da Lei de Crimes Hediondos aos condenados pelo respectivo delito. ► Concurso de pessoas e incomunicabilidade das circunstâncias de caráter pessoal Conforme dispõe o art.30, do Código Penal, no caso de concurso de pessoas as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam. Desta forma, para que possamos analisar a comunicabilidade ou não, seja do privilégio, seja das qualificadoras, imperioso identificar a espécie de circunstância. No que concerne ao privilégio, este se caracteriza como motivo determinante do crime, logo circunstância de caráter pessoal, incomunicável. Em relação às qualificadoras, pode-se dizer que se subdividem em: motivos qualificadores determinantes, meios e modos de execução qualificadores. No que concerne aos primeiros, não há que se falar em comunicabilidade no caso de concurso de pessoas. Por outro lado, no caso de qualificadoras de natureza objetiva, ou seja, afetas aos meios e modos de execução do delito, caso o agente que concorra para o delito tenha conhecimento destas é plenamente possível a sua comunicabilidade. 
► Concurso entre o homicídio privilegiado e qualificado e a caracterização da hediondez: 
2
 O ponto nodal da questão versa sobre a possibilidade da incidência simultânea do privilégio, causa especial de diminuição de pena e a qualificadora no delito de homicídio. O entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido da possibilidade, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, como, por exemplo, os meios e modos de execução (art. 121,§2°, III, CP). Quanto a incidência ou não, no delito de homicídio qualificado-privilegiado, dos institutos repressores da Lei n.8072/1990 – Lei de Crimes Hediondos, prevaleceu o entendimento pela inaplicabilidade dos institutos repressores da Lei de Crimes Hediondos ao delito de homicídio qualificado-privilegiado, manifestou-se o Superior Tribunal de Justiça, ao utilizar a técnica de auto integração legislativa - analogia, de modo a aplicar a norma contida no art. 67, do Código Penal, segundo a qual devem preponderar os motivos determinantes do crime (privilégio), de modo a afastar a incidência da Lei de Crimes Hediondos
O delito de homicídio culposo e a natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial – prevista no §5º do Artigo 121: O perdão judicial, causa extintiva de punibilidade prevista no Artigo 107, IX, do Código Penal, configura-se como direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei, como, por exemplo, nos casos de homicídio e lesões corporais culposas (Artigo 121, §5º e Artigo 129, §8º, ambos do Código Penal).
Causa de aumento de pena – trazida pela Lei nº 12.720/2012: Historicamente falando, na época do Império, os portugueses entendiam como “milícia” as tropas que exerciam uma reserva auxiliar ao Exército, uma espécie de tropa de segunda linha. Pelo fato de a polícia militar, por muito tempo, ser considerada uma tropa reserva do exército, utilizou-se, então, a palavra “milícia” para ser feita referência à polícia militar.A lei faz menção às milícias privadas, que inicialmente eram formadas por policiais e ex-policiais que tinham por objetivo proteger comunidades localizadas em certas regiões e que cobravam valores individuais para remunerar serviços por eles prestados. Pelo fato de estarem armados, eram comuns os confrontos com pequenos criminosos e traficantes. A referida lei trouxe ao crime do homicídio uma novatio legis in pejus,ao introduzir uma causa de aumento de pena ao homicídio quando este for praticado por milícia privada quando esta estiver sob o pretexto de praticar segurança privada. A referida causa de aumento também é aplicável para os casos de o homicídio ser cometido por grupo de extermínio.
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio – Artigo 122 do Código
A autolesão e o sistema jurídico-penal vigente
A conduta sancionada é atribuída ao terceiro, que induz, instiga ou auxilia alguém a suicidar-se, pois, a partir da interpretação do Princípio da Alteridade, a Legislação Penal pátria não sanciona a conduta de destruir a própria vida por questões de Política Criminal.
Segundo Nélson Hungria apud Fernando Capez, são duas as razões de Política Criminal:
• Caráter repressivo da sanção penal (não pode recair sobre um cadáver);
• Caráter preventivo da sanção penal (a ameaça da pena queda-se inútil ante aquele indivíduo que nem sequer teme a morte).
Consumação e tentativa
No que concerne ao momento consumativo e possibilidade de caracterização da tentativa, a questão resta controvertida, ensejando dois entendimentos. O primeiro entendimento é no sentido de que, por ser um delito instantâneo e de mera conduta, os resultados lesão grave e morte são apenas condições de punibilidade.
Nesse caso, seria correto afirmar que o delito se consuma com o mero induzimento, instigação ou auxílio. (PRADO, 2010, p. 70). O segundo entendimento é no sentido de que se trata de um delito material e, por isto, os resultados lesão grave e morte são elementares do tipo.
Dessa forma, a consumação exige a ocorrência de tais resultados. Caso contrário, a conduta será atípica. (Fernando Capez. Op. Cit. p. 127).
Código Penal
Vale lembrar que, seja qual for o entendimento adotado, a tentativa é inadmissível
A figura majorada prevista no parágrafo único, inciso II do Artigo 122 do Código Penal e o alcance da expressão “menoridade da vítima”.
Pacto de Morte
Tutela-se a vida extrauterina
	
Mais uma vez, nesse caso, tutela-se a vida extrauterina, a qual será eliminada pela própria mãe do neonato durante ou logo após o parto, desde que ela esteja sob a influência do estado puerperal. Por tratar-se de crime material, consuma-se com a morte do nascituro, sendo admissível a tentativa, haja vista tratar-se de crime plurissubsistente.
Infanticídio – Artigo 123 do Código
Natureza jurídica do estado puerperal - O estado puerperal configura elementar do tipo penal e, sendo um critério fisiopsíquico, deve ser aferido mediante laudo pericial com vistas à atenuação da culpabilidade.
Para Guilherme de Souza Nucci, o estado puerperal “é o estado que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre materno (...) sendo uma hipótese de semi-imputabilidade que foi tratada pelo legislador (...) sendo o puerpério o período que se estende do início do parto até a volta da mulher às condições pré-gravidez”. (NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado, 9. ed. p. 612).
Vale lembrar que, se for retirada total ou parcialmente a capacidade de entendimento ou de autodeterminação da parturiente em decorrência do grau de desequilíbrio fisiopsíquico, aplicar-se-ão as disposições do Artigo 26, caput, ou parágrafo único do CP. (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2. ed. p. 38).
Você sabe o que é lapso temporal? Veja:
Para Genival Veloso de França, puerpério, sobreparto ou pós-parto é “o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às suas condições anteriores ao processo gestacional. Dura, em média, seis a oito semanas. Seu diagnóstico é muito importante nas questões médico-legais ligadas a sonegação, simulação e dissimulação do parto e da subtração de recém-nascidos, principalmente nos casos em que se discute a hipótese de aborto ou de infanticídio, ou ainda de parto próprio ou alheio”. (FRANÇA, 2001. p. 225).
Questões relevantes
Concurso de pessoas no delito de infanticídio: possibilidade e comunicabilidade do estado puerperal - Para fins de esclarecimentos sobre o tema, analisemos a seguinte narrativa e consectários:
Narrativa: Mãe que mata o próprio filho sob a influência do estado puerperal, e a possibilidade da interferência de conduta de terceiro. (Luiz Regis Prado)
Hipótese 1
Mãe e terceiro realizam o núcleo do tipo. Ambos respondem pelo delito de infanticídio por força do Artigo 29, CP.
Hipótese 2
Mãe mata o nascente e é ajudada pelo terceiro; ambos respondem pelo delito de infanticídio por força do Artigo 30, CP. Ele, entretanto, na condição de partícipe.
Hipótese 3
O terceiro mata a criança com a participação da mãe. Nesse caso, há a quebra da teoria unitária do concurso de pessoas, sendo o terceiro responsabilizado pelo delito de homicídio, e a mãe, infanticídio, por força do disposto no Artigo 67 do Código Penal.
Aborto – Artigo 124 a 128 do Código
Considera-se aborto a eliminação dolosa da vida intrauterina, seja por meio da expulsão do útero materno, seja por meio da interrupção dolosa da gravidez, levada a termo por terceiro – gestante (Artigo 124 do Código Penal) ou terceiro (Artigos 125 e 126 do Código Penal). É irrelevante para a caracterização do delito de aborto o estágio de desenvolvimento da gestação, bem como a capacidade de vida independente. Por se tratar de delito material, consuma-se com a morte do produto da concepção, sendo irrelevante que ela ocorra dentro ou fora do útero materno.
Aborto com e sem consentimento da gestante
Autoaborto
É possível a prática das condutas do autoaborto pela própria gestante ou do consentimento desta para que terceiro o pratique.
Na primeira modalidade, estamos diante de um delito de mão própria, ou seja, que exige, para a sua prática, a pessoalidade do sujeito ativo. Logo, não será admissível, no caso de concurso de pessoas, a coautoria, mas, somente, a participação.
Na segunda modalidade, aborto consentido, o legislador optou pelo rompimento com a teoria unitária do concurso de pessoas, sendo a conduta da gestante tipificada no Artigo 124, CP, e a do terceiro, no Artigo 126, CP.
Clique aqui para conhecer as questões controvertidas sobre cada situação.
Questões controvertidas 
Questão controvertida: Validade do Consentimento e capacidade para consentir. A menor de 18 anos pode consentir para a prática do aborto e, portanto ser a conduta do terceiro que praticar o aborto tipificado no art. 126, Código Penal. Entretanto, se a gestante for menor de 14 anos, consoante o disposto no art. 126, parágrafo único, Código Penal, o terceiro será responsabilizado pelo delito de aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante. 
Questão controvertida: No caso da conduta do auto aborto, com a participação de terceiro, no qual resulte lesões corporais graves ou a morte da gestante, qual será a responsabilização penal do partícipe? O melhor entendimento é no sentido de que o terceiro será responsabilizado pela participação na figura típica do art. 124, Código Penal em concurso formal perfeito com a modalidade culposa afeta aos resultados mais gravosos – art.121, §3º ou art. 129, §6º c.c art. 124 n.f art. 70, 1ª parte, todos do Código Penal, uma vez que o art. 127 do Código Penal é aplicável somente aos artigos 125 e 126 do mesmo diploma legal. 
Questão controvertida : gestante que tente se suicidar sem, contudo, lograr êxito nesta empreitada. Neste caso, sua conduta será incursa na figura típica do delito de aborto na modalidade tentada ou consumada, haja vista a lesão ao bem jurídico vida intrauterina e, consequente reconhecimento de que o feto é o sujeito passivo do referido delito.
Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante – Artigo 126 do CP
Como dito anteriormente, nessa figura típica, há o rompimento com a teoria unitária do concurso de pessoas no que concerne à conduta da gestante que consente com a prática do aborto, sendo sua conduta tipificada como incursa no Artigo 124,CP. Por configurar crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa), admite a ocorrência de concurso de pessoas em quaisquer de suas modalidades (coautoria ou participação).
Cabe lembrar ainda que a gestante poderá desistir da conduta mesmo após o início dos atos executórios (durante a operação), desde que antes da interrupção da gravidez, caso em que será o terceiro responsabilizado, caso prossiga com a conduta, pelo crime do Artigo 125.
Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante
Nessa figura típica, a gestante e o produto da concepção (óvulo, embrião ou feto) são sujeitos passivos da conduta praticada por terceiro. Questão de suma importância é a compreensão acerca da ausência de consentimento da gestante, podendo ser o dissenso real (nos casos de emprego de fraude, grave ameaça ou violência contra a gestante) ou presumido (nos mesmos moldes da caracterização da “vulnerabilidade” da vítima prevista no Artigo 217-A do CP – se a gestante não é maior de quatorze anos).
Caso terceiro mate a gestante ciente da gravidez, será juridicamente responsabilizado pelos dois resultados – homicídio e aborto sem o consentimento da gestante, em concurso formal imperfeito de crimes (Artigo 121 c.c. Artigo 125 n.f Artigo 70, parte final, todos do Código Penal).
Aborto qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave ou morte
A figura majorada prevista no Artigo 127, Código Penal, configura-se como figura preterdolosa e, somente, é aplicável às figuras típicas previstas nos Artigo 125 e 126, Código Penal, ou seja, ao terceiro que pratica o aborto e não à gestante, no caso de lesões corporais de natureza grave por questões de política criminal, haja vista o ordenamento jurídico não sancionar, em regra, a autolesão (princípio da alteridade).
Se em virtude dos meios empregados para provocar o aborto não houver a morte do feto, embora ocorra a lesão de natureza grave ou a morte da gestante, o melhor entendimento é no sentido de aplicar-se a figura majorada consumada, pois por ser delito preterdoloso, não há que se falar em tentativa (PRADO, Luiz Regis. Op. cit, p 92).
Abortos Necessário e Humanitário
O Artigo 128, do Código Penal apresenta causas especiais de exclusão de ilicitude e compreende os denominados aborto necessário e aborto humanitário. Possui por fundamento o disposto no item n. 41, da Exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal.
Aborto Legal
Aborto Necessário ou terapêutico
Neste caso, face à ponderação de interesses, o melhor entendimento é no sentido de que não há a exigência do consentimento da gestante e tampouco a autorização judicial para a prática do aborto. Cabe salientar que é aplicável à junta médica, no caso de erro de diagnóstico a descriminante putativa prevista no Artigo 20,§1º, CP (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. v.2. 10 ed. São Paulo: Saraiva, pp 159).
São requisitos para a sua realização que o aborto seja praticado por médico, que haja perigo para a vida da gestante e que não seja possível a outro meio para salvá-la.
ATENÇÃO
Necessidade de autorização judicial para sua realização. Acerca da discussão sobre cabe transcrever breve trecho de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:
Por outro lado, destaco que quando se trata de aborto necessário (Artigo 128, inc. I – “se não há outro meio de salvar a vida da gestante”), conforme leciona E. Magalhães Noronha (DIREITO PENAL, 2º vol., 9ª edição. fls. 61). “É ao médico que cabe a enorme responsabilidade de dizer se deve ou não sacrificar a spes personae. A ele incumbe pronunciar-se acerca da necessidade e do momento da intervenção.”. Resulta, daí, que se, no caso concreto, houver necessidade de intervenção imediata, deverá o médico responsável tomar tal decisão, sequer necessitando de autorização judicial. (Apelação Crime n. 70026698019, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Aurélio de Oliveira Canosa, Julgado em 16/10/2008).
Atividade proposta
Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do Artigo 121,§2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, desferindo pauladas no ofendido, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls. 19 do Inquérito Policial, que foram a causa de sua morte.
Na ocasião, o denunciado utilizando-se de um pedaço de madeira, uma “trama” para cerca, desferiu pauladas na vítima, quando esta tentava se retirar do pátio da residência do acusado.
Por outro lado, não se pode deixar de registrar que, momentos antes do fato, a vítima estaria embriagada no pátio da casa do réu, proferindo diversas ofensas verbais a ele e sua cunhada, além de tentar invadir sua residência e agredi-los fisicamente, razão pela qual, Adamastor Vale interpôs recurso de apelação com vistas ao reconhecimento da nulidade da decisão proferida pelo Tribunal do Júri por não ter sido formulado quesito relativo à forma privilegiada do delito, consoante entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal (Verbete de Súmula n.162).
Sucessivamente, argüiu o reconhecimento da causa de diminuição de pena (privilégio) e, conseqüente, afastamento da hediondez do delito. A partir da premissa que a tese relativa à forma privilegiada do ilícito não foi ventilada pela defesa técnica em nenhum momento processual, nem mesmo no julgamento em plenário, ocasião em que propugnou apenas pelo afastamento da qualificadora e pela absolvição, resta improcedente o pedido de nulidade da decisão. Desta forma, com base nos estudos realizados sobre a teoria da pena, o delito de homicídio e a incidência dos institutos repressores da lei de crimes hediondos (Lei nº 8072/1990), responda de forma objetiva e fundamentada se os pedidos sucessivos serão julgados procedentes.
Resposta:
O pedido é procedente , levando em conta a existência do homicidio privilegiado qualificado que vem a ocorrer quando o homicídio qualificado vem a ser praticado sob influência do disposto no parágrafo 1º do art. 121 do CP. Apesar de não ser considerado pacifíco, alguns tribunais podem admitir o homicídio privilegiado qualificado ou a desclassificação do homicídio qualificado para privilegiado. Para edfeito de diminuição da pena, neste caso o parágrafo 1º do art. 121 funciona como atenuante do 
parágrafo 2º deste mesmo artigo. 
Chave de resposta: A questão versa sobre a possibilidade da incidência simultânea do privilégio, causa especial de diminuição de pena e a qualificadora no delito de homicídio. O entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido da possibilidade, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, como, por exemplo, os meios e modos de execução. No caso em exame é perfeitamente possível que o homicídio seja qualificado pelo meio utilizado para a prática do delito (recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que as “pauladas” foram desferidas pelas costas, tornando impossível a defesa do ofendido) - Artigo 121,§2°, IV CP e privilegiado pelo domínio da violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima - Artigo 121,§1°, CP.
Clique aqui e verifique a análise deste caso, vide entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Chave de resposta 
A questão é controvertida e demanda análise cuidadosa, haja vista a previsão expressa contida no art. 1°, I da lei n. 8072/1990 de que considera-se hediondo o homicídio qualificado. Sobre o tema, manifesta-se Cezar Roberto Bitencourt (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. v.2. 11. ed São Paulo: Saraiva, 2011, p. 76), ao citar entendimento do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que, por analogia, aplicar-se-ia a norma contida no art. 67 CP, segundo a qual devem preponderar os motivos determinantes do crime (privilégio), o que afastaria a incidência da lei de crimes hediondos. O mesmo raciocínio é utilizado por Fernando Capez ao tratar dos delitos hediondos (CAPEZ, Curso de Direito Penal. v.4. 5.ed.SãoPaulo: Saraiva, 2010 , p. 203-204). Neste sentido vide entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: Ementa: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. COMUTAÇÃO. HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO. LEI Nº 8.072/90 E DECRETO Nº 7.420/10. Homicídio qualificado privilegiado não integra o rol dos crimes hediondos. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo Nº 70047561998, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Manuel José Martinez Lucas, Julgado em 25/04/2012). Ementa. AGRAVO EM EXECUÇÃO. LIVRAMENTO CONDICIONAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO. AFASTADA A HEDIONDEZ DO DELITO. FRAÇÃO DE 1/3. PROVIMENTO. A privilegiadora do § 1º do artigo 212 do Código Penal afasta a hediondez do homicídio qualificado praticado pelo agravante. Precedentes deste Tribunal. Afastada a hediondez do delito pelo qual o réu foi condenado e cumpre pena, exigível, para fins de livramento condicional, o cumprimento de apenas 1/3 da pena, fração essa que foi obtida no dia 19/07/2010, conforme expediente da folha 14. Agravo provido. (Agravo Nº 70037560885, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antônio Ribeiro de Oliveira, Julgado em 15/09/2010).
No que concerne ao entendimento dos Tribunais Superiores acerca da possibilidade do homicídio ser concomitantemente qualificado e privilegiado, o Superior Tribunal de Justiça tem se manifestado no seguinte sentido: EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO. COMPATIBILIDADE ENTRE QUALIFICADORA INSERTA NO ART. 121, § 2º, INCISO IV COM A FORMA PRIVILEGIADA. POSSIBILIDADE.I - Não há incompatibilidade, em tese, na coexistência de qualificadora objetiva (v.g. § 2º, inciso IV) com a forma privilegiada do homicídio, ainda que seja a referente à violenta emoção. (Precedentes desta Corte e do Pretório Excelso).II - Assim, a resposta afirmativa ao quesito atinente a forma privilegiada do crime de homicídio não implica a prejudicialidade do quesito que indagaria aos jurados acerca da qualificadora inserta no art. 121, § 2º, inciso IV do CP (recurso que dificultou a defesa da vítima). Recurso especial provido. (STJ - Recurso Especial 922932/SP, Quinta Turma, Rel.Min. Felix Fischer, julgado em 13/12/2007).
Tibúrcio praticou um homicídio sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima, com o uso de asfixia. Na ocasião, apesar de ser maior de dezoito e menor de 21 anos de idade, era reincidente. Confessou a autoria da infração penal perante a autoridade judiciária e no plenário do júri. Julgue os itens que se seguem, relativos à situação hipotética apresentada e à legislação a ela pertinente:
I. Tibúrcio praticou um crime de homicídio privilegiado-qualificado.
II. O homicídio privilegiado-qualificado é crime hediondo, insuscetível de comutação da pena.
III. Caso Tibúrcio venha a ser condenado pelo júri popular, o juiz presidente deverá observar o critério trifásico na dosimetria de pena, sob pena de nulidade da sentença.
IV. De acordo com a jurisprudência dominante, a circunstância atenuante da menoridade relativa não é preponderante sobre as demais.
V. No caso de condenação de Tibúrcio, reconhecidas as atenuantes da menoridade e confissão espontânea, o juiz presidente poderá fixar a pena privativa de liberdade em quantidade inferior ao mínimo previsto no tipo.
I e II
I e III
II e IV
III e IV
IV e V
Artigo 121 § 2º, III c.c §1º do CP III. Artigo 5º da Constituição c.c Artigo 68 do CP.
2
Abelardo, tomado pelo sentimento de comiseração e misericórdia, com o intuito de abreviar o sofrimento de Leopoldo, amigo desde a infância e condenado pela doença, contrata Leôncio, mediante o pagamento da quantia de R$1.000,00, para este pôr fim ao sofrimento e à vida do enfermo. Diante da situação narrada, com base nas teorias adotadas sobre concurso de pessoas, é correto afirmar que Abelardo e Leôncio responderão:
Ambos por homicídio privilegiado, pelo motivo de relevante valor moral (Artigo 121, § 1°, CP).
Ambos por homicídio qualificado pela torpeza (Artigo 121, § 2°, I, CP).
Abelardo responderá por homicídio privilegiado (Artigo 121, § 1°, CP), bem como por homicídio qualificado (Artigo 121, § 2°, I, CP) por força da comunicabilidade das circunstâncias, haja vista ter contratado, mediante pagamento Leôncio e, este, por homicídio qualificado (Artigo 121, § 2°, I, CP).
Abelardo responderá por homicídio privilegiado (Artigo 121, § 1°, CP) e Leôncio por homicídio qualificado (Artigo 121, § 2°, I, CP), pois as circunstâncias são incomunicáveis.
Ambos por homicídio qualificado-privilegiado (Artigo 121, §§ 1 e 2º, CP).
No que concerne ao privilégio, este se caracteriza como motivo determinante do crime, logo circunstância de caráter pessoal, incomunicável. Em relação às qualificadoras, categorizadas em: motivos qualificadores determinantes, meios e modos de execução qualificadores. No que concerne aos primeiros, não há que se falar em comunicabilidade no caso de concurso de pessoas. Por outro lado, no caso de qualificadoras de natureza objetiva, ou seja, afetas aos meios e modos de execução do delito, caso o agente que concorra para o delito tenha conhecimento destas é plenamente possível a sua comunicabilidade.
3
Ana e Bruna desentenderam-se em uma festividade na cidade onde moram e Ana, sem intenção de matar, mas apenas de lesionar, atingiu levemente, com uma faca, o braço esquerdo de Bruna, a qual, ao ser conduzida ao hospital para tratar o ferimento, foi vítima de acidente de automóvel, vindo a falecer exclusivamente em razão de traumatismo craniano. Acerca dessa situação hipotética, é correto afirmar, à luz do CP, que Ana.( Exame OAB/Cespe- UnB. 2009.1)
Deve responder pelo delito de homicídio consumado.
Deve responder pelo delito de homicídio na modalidade tentada.
Não deve responder por delito algum, uma vez que não deu causa à morte de Bruna.
Deve responder apenas pelo delito de lesão corporal.
Trata-se de causa superveniente, relativamente independente, que por si só foi capaz de produzir o resultado. Nesse caso, aplica-se o que dispõe o Artigo 13 § 1º do Código Penal.
4
(PC-SP – Escrivão de Polícia – 2014) A conduta de induzir, instigar ou auxiliar outra pessoa a suicidar-se, que tem como resultado lesão corporal de natureza leve.
Tem pena duplicada se cometida por motivo egoístico.
Tem pena agravada se a vítima tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Não é prevista como crime.
Tem pena aumentada se a vítima for menor de idade.
É punida com pena de 1 (um) a 3 (três) anos.
Artigo 122 do CP, no seu preceito secundário, prevê pena apenas para o caso de morte e de lesão corporal de natureza grave.
5
(Policial Rodoviário Federal – 2013) Joaquim, plenamente capaz, desferiu diversos golpes de facão contra Manoel, com o intuito de matá-lo, mas este, tendo sido socorrido e levado ao hospital, sobreviveu. Nessa situação hipotética, Joaquim responderá pela prática de homicídio tentado, com pena reduzida levando-se em conta a sanção prevista para o homicídio consumado.
Verdadeiro
Falso
Joaquim não morreu por circunstâncias alheias à vontade do agente.
6
Adalberto, auxiliar de enfermagem, durante uma festa, desejando provocar o aborto na sua ex-namorada Magnólia lhe serve um drinque que contém grande quantidade de substância abortiva. Magnólia, após ingerir a bebida sente-se mal e pede carona a Adalberto que, prontamente aceita o pedido. Durante o trajeto Adalberto, ao perceber que Magnólia ainda demonstra interesse por ele e, em decorrência da substância abortiva ingerida apresenta fortes dores abdominais, Adalberto decide levá-la rapidamente ao hospital mais próximo a fim de tentar evitar a consumação do delito inicialmente visado por ele. Ao chegar ao hospital, Magnólia foi prontamente socorrida, uma vez que Adalberto era a ele conhecido por todos. Após detalhados exames, Adalbertoquestiona a um dos médicos acerca da saúde de sua amada e de seu bebê, quando é surpreendido pela notícia de que Magnólia não se encontrava grávida, mas apenas sofrera um breve mal estar decorrente de alguma substância que ingerira na festa. Diante do caso concreto apresentado, assinale a alternativa correta em relação à conduta e respectiva responsabilização penal de Adalberto:
Será responsabilizado pelo delito de aborto sem o consentimento da gestante na forma tentada.
Será isento de pena, por exclusão de sua culpabilidade.
Sua conduta em relação ao aborto será atípica por tratar-se de crime impossível.
Sua conduta em relação ao aborto será atípica por tratar-se de arrependimento eficaz.
Será responsabilizado pelo delito de lesões corporais causadas a Magnólia.
Não havia bem jurídico a ser tutelado.
7
O agente instiga a gestante a fazer o auto aborto, mediante curetagem, e esta vem a falecer em virtude de manobras abortivas, sem que o agente quisesse o evento morte da gestante. Nessa hipótese, o agente responderá:(Juiz de Direito/SP. 171° Concurso. 1ª Fase).
Apenas pelo crime de auto-aborto na condição de partícipe.
Pelo crime de auto-aborto na condição de partícipe e homicídio culposo.
Pelo crime de auto-aborto, qualificado pela morte da gestante.
Apenas pelo crime de auto-aborto como autor.
Isso ocorre porque o Artigo 127 não é aplicável à figura típica do Artigo 124.
8
Arlete, em estado puerperal, manifesta a intenção de matar o próprio filho recém nascido. Após receber a criança no seu quarto para amamentá-la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite, Arlete vai até o berçário, e, após conferir a identificação da criança, a asfixia, causando a sua morte. Na manhã seguinte, é constatada a morte por asfixia de um recém nascido, que não era o filho de Arlete.
Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mãe. (OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado 2010.2)
Crime de homicídio, pois, o erro acidental não a isenta de responsabilidade.
Crime de homicídio, pois, uma vez que o Artigo 123 do CP trata de matar o próprio filho sob influência do estado puerperal, não houve preenchimento dos elementos do tipo.
Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa.
Crime de infanticídio, pois houve erro essencial.
Artigo 20, § 3º.
9
Anderson, ginecologista, foi procurado por Zéfira, que estava grávida de seu amante, Josenildo. Com o objetivo de esconder a traição, Zéfira solicitou que Anderson interrompesse sua gravidez mediante uma curetagem. O ginecologista, que era inimigo de Josenildo, efetuou o referido procedimento cirúrgico, causando a expulsão do embrião. Além disso, para se vingar de Josenildo, realizou outro método e retirou os dois ovários de Zéfira. Assim, pode-se afirmar:
Zéfira deve responder pelo crime de aborto provocado com o consentimento da gestante (Artigo 124 do CP), em concurso de agentes com Anderson.
Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (Artigo 126 do CP) com a causa de aumento de pena prevista no Artigo 127 do CP.
Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (Artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização de função – Artigo 129, § 2º, III do CP), em concurso formal.
Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (Artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização de função - Artigo 129, § 2º, III, do CP), em concurso material.
Anderson deve responder pelo crime de lesão corporal gravíssima (se resulta aborto).
No caso, a lesão corporal foi dolosa e por isso não é possível responsabilizar o agente pelo Artigo 127 por ser crime preterdoloso
10
(DPE-ES – Defensor Público – 2013) A respeito dos crimes contra a vida previstos no Código Penal brasileiro, assinale a opção correta.
Não se pune o aborto praticado por médico, em caso de gestação até a décima segunda semana, desde que a gestante tenha menos de quatorze anos de idade e haja consentimento de seus pais ou de seu representante legal.
Classifica-a como qualificado o crime de homicídio doloso praticado contra pessoa menor de catorze anos de idade ou maior de sessenta anos de idade.
No Brasil, como não se considera crime tentar o suicídio, não há punição para o agente que instigue ou induza a pessoa a tentar o suicídio.
O crime de infanticídio ocorre quando a mãe ou o pai mata o próprio filho, durante o parto ou logo após, por privação financeira.
O crime de aborto pode ser cometido pela própria gestante e por terceiro, sendo, nesse caso, uma a pena para o caso de o terceiro provocar o aborto com o consentimento da gestante e outra para o caso de o terceiro provocar o aborto sem o consentimento da gestante.Parte inferior do formulário.

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