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Equilíbrio Líquido-líquido Amanda Anielly Mói, 19111-4 Beatriz Caroline da Costa, 19196-5 Bruna Ferraz Tonholo, 19198-1 Gustavo Dutra de Sa Benini,19330-0 João Paulo Correa, 19333-4 Mariah Sanches Freitas, 19549-5 Profª Dr.ª Mônica Maria Gonçalves Engenharia Química, 9º Semestre São João da Boa Vista – 05 de abril de 2017 sumÁrio 1. Objetivo 3 2. Introdução 3 3. Fundamentação teórica 3 4. Materiais e Métodos 6 4.1. Materiais 6 4.2. Métodos/Procedimento 6 4.3. Materiais 7 4.4. Métodos/Procedimento 7 5. Resultados e discussão 8 5.1. Discussão dos resultados. 11 6. Conclusão 12 7. Referências Bibliográficas 12 1. Objetivo Obter experimentalmente os dados referentes ao equilíbrio líquido-líquido da curva binodal e das linhas de amarrações do sistema ternário água - ácido acético - acetato de etila. 2. Introdução Dados do equilíbrio líquido-líquido são fundamentais para o estudo dos processos de separação por extração. Num processo de extração líquido-líquido adiciona-se um solvente parcialmente miscível com a mistura original (constituída por diluente e soluto), porém capaz de solubilizar o soluto. A escolha do melhor solvente e das condições ótimas de operação do processo de extração podem ser determinadas através da simulação de uma coluna de extração por estágios, onde são empregados modelos dos coeficientes de atividade para calcular o equilíbrio líquido-líquido. 3. Fundamentação teórica Os dados de equilíbrio líquido-líquido são representados, usualmente, num gráfico denominado diagrama ternário. Estes gráficos representam isotermas numa pressão suficiente para manter o sistema inteiramente líquido. O uso de tais diagramas demonstra as relações de fase nos sistemas líquidos ternários. Diagramas de fases são mapas que permitem prever a microestrutura de um material em função da temperatura e composição de cada componente, e fase é uma porção homogênea do material que tem propriedades físicas ou químicas uniformes. Nos casos de sistemas de três componentes, heterogêneos, é viável fixar a temperatura e a pressão variando somente as composições do sistema, este sendo representado mediante a utilização de um triângulo equilátero, no qual cada um dos vértices indica um dos componentes puros e em cada lado deste triângulo faz-se a leitura de composição do sistema ternário. A solubilidade de dois líquidos miscíveis pode ser significativamente alterada com a adição de um terceiro componente. Este componente sendo solúvel em apenas um dos outros dois compostos, a solubilidade mútua dos dois líquidos diminui. Entretanto, quando este terceiro componente é dissolvido em qualquer um dos outros dois, a solubilidade mútua aumenta. A prática realizada tem finalidade de traçar o diagrama de equilíbrio. Faz-se a construção de uma curva binodal, ou curva de solubilidade, para uma temperatura através das relações de solubilidade do sistema de três componentes. Os tipos de curvas binodais são vários e geralmente são caracterizados pelo número de pares parcialmente miscíveis. Os três tipos básicos são: Tipo I: Um par parcialmente miscível. Tipo II: Dois pares parcialmente miscíveis. Tipo III: Três pares parcialmente miscíveis. Adiciona-se um solvente parcialmente miscível, em um processo de extração líquido-líquido, com a mistura original (diluente + soluto) capaz de solubilizar o soluto. A escolha do solvente e das condições de operação deste processo de extração pode ser determinada através da simulação de uma coluna de extração por estágios, na qual são aplicados modelos dos coeficientes de atividade para o cálculo do equilíbrio líquido-líquido e modelos de regressão UNIQUAC. Esses modelos possuem parâmetros de interação intermolecular que necessitam ser previamente determinados a partir de dados experimentais do equilíbrio líquido-líquido, isto é, precisam-se conhecer as linhas de amarração experimentais envolvendo solvente e mistura do diluente mais soluto. Determina-se uma linha de amarração através de análise. Agita-se a mistura heterogênea em uma célula por trinta minutos à temperatura constante, após, deixa-se decantar até atingir o equilíbrio, tiram-se amostras de cada uma das fases, analisa-se e determinam-se suas composições, obtendo-se uma linha de amarração. Repete-se o procedimento para diferentes proporções dos componentes, assim, determinando várias linhas de amarração ao longo da região de duas fases. A prática inclui as relações de solubilidade de um sistema de três componentes com a finalidade de se traçar as linhas de amarração para uma determinada temperatura, pré-estabelecida. Analisa-se o sistema através da titulação. Dessa forma, pode-se determinar somente a composição do ácido em cada uma das fases, para cada concentração de ácido. As demais composições são conhecidas através da curva binodal do sistema. 4. Materiais e métodos Este experimento foi realizado em duas partes, primeiramente a parte para determinação da curval binodal e em seguida a parte para determinação das linhas de amarração. A seguir serão descritos cada uma delas separadamente. 4.1. Materiais Agitadores Célula Água destilada Acetato de etila Ácido acético Banho termostático Proveta Buretas 4.2. Métodos/ Procedimento Colocou-se 100 ml de água destilada em um Becker, adicionando-se acetato de etila até turvar. Usando a bureta com acido acético, adicionou-se cerca de 4 ml deste componente para tornar a mistura homogênea novamente. Com a mistura homogênea, tornou-se a adicionar o acetato de etila até turvar novamente, repetindo-se esse processo 6 vezes. Repetiu-se o mesmo procedimento com outro Becker, mas inicialmente adicionando-se cerca de 100 ml de Acetato de Etila, em seguida adicionando-se água destilada até turvar, e cerca de 4 ml de Acido Acético para tornar a mistura homogênea, repetindo-se também por 6 vezes. 4.3. Materiais Agitadores Elemeyers Buretas Água destilada Ácido Acético Acetato de Etila Banho termostático Proveta Balança Indicador Hidróxido de sódio 4.4. Métodos/ Procedimento Colocou-se em cada agitador cerca de 100 ml de solução aquosa de ácido acético, nas composições de 5, 10, 15, 20, 25% em volume, adicionou-se cerca de 100 ml de acetato de etila em cada um e colocou-os sob agitação média por 30min; e em seguida deixou-se decantar durante 30min. Atingido o equilíbrio, separou-se 10 elemeyers e pesou-os, dois para cada composição de ácido acético, sendo um para fase aquosa e outro para fase orgânica. Assim, retirou-se 10 ml da fase aquosa (superior) e 10 ml da fase orgânica (inferior), e colocou-se nos elemeyers de acordo com a sequência dos agitadores, pesando-os também logo em seguida. Depois titulou-se com NaOH e fenolftaleína como indicador, e na fase orgânica adicionou-se 5 ml de etanol para evitar a formação de duas fases e inibir a hidrolise alcalina do acetato durante o experimento. 5. Resultados e discussão Foram utilizadas duas células para fazer o experimento, realizando seis medições em cada uma delas. Na primeira usou-se água como base, adicionando Acetato de Etila até que a mistura ficasse leitosa, e Ácido acético para homogeneizá-la; e na segunda, Acetato de Etila como base, adicionando água para tornar a mistura leitosa, e Ácido acético para homogeneizá-la. Os volumes utilizados de cada componente estão dispostos na tabela abaixo: Ponto Água (ml) Acetato de Etila (ml) Ácido Acético (ml) 1 100 6 4,6 2 100 8,4 9 3 100 15 21 4 100 20 24 5 100 24,8 32,4 6 100 40,6 72,4 7 4,6 100 10,6 8 5,2 100 8,6 9 3,4 100 8,2 10 14,8 100 2,4 11 7,2 100 3,2 12 7,6 100 2,2 Tabela 1: Volume de água, Acetato de Etila e Ácido acético a 20ºC. Transformação das unidades dos valores da Tabela 1 de ml para g: Dados: 1 ml= 1cm³ ρ Água – 0,998 g/cm³ ρ Acetato de Etila– 0,901 g/cm³ ρ Acido Acético – 1,049 g/cm³ Para cálculo da transformação de unidadesfoi utilizada a fórmula: m = ρ. V Ponto Água (ml) Acetato de Etila (ml) Ácido Acético (ml) Massa total (g) 1 99,800 5,406 4,825 110,031 2 99,800 7,568 9,441 116,809 3 99,800 13,515 22,029 135,344 4 99,800 18,020 25,176 142,996 5 99,800 22,345 33,988 156,133 6 99,800 36,581 75,948 212,329 7 4,591 90,100 11,119 105,810 8 5,189 90,100 9,021 104,310 9 3,393 90,100 8,602 102,095 10 14,770 90,100 2,518 107,388 11 7,186 90,100 3,357 100,643 12 7,585 90,100 2,308 99,993 Tabela 2: Massa de cada componente em g. Encontrou-se a porcentagem de cada componente através das seguintes fórmulas: % Água = (Massa água/Massa Total) *100 % Acetato de Etila = (Massa Acetato/ Massa Total) *100 % Ácido acético= (Massa Ácido/ Massa Total) *100 Ponto Água (ml) Acetato de Etila (%) Ácido Acético (%) 1 99,800 4,913 4,385 2 99,800 6,479 8,082 3 99,800 9,986 16,276 4 99,800 12,602 17,606 5 99,800 14,311 21,768 6 99,800 17,228 35,769 7 4,591 85,153 10,508 8 5,189 86,377 8,648 9 3,393 88,251 8,425 10 14,770 83,901 2,345 11 7,186 89,524 3,336 12 7,585 90,106 2,308 Tabela 3: Porcentagem de água, Acetato de Etila e Ácido acético. Parte 2: Determinação das linhas de amarração Depois de adicionados os volumes necessários de Ácido acético e Acetato de Etila nas células, e esperar o tempo de agitação e decantação, atingindo o equilíbrio, retirou-se 10 ml de cada uma das fases (aquosa e orgânica), e pesou-as, como pode-se observar na tabela abaixo: Fase aquosa Fase orgânica % Massa do erlenmeyer (g) Massa do erlenmeyer + amostra (g) Massa amostra (g) Massa do erlenmeyer (g) Massa do erlenmeyer + amostra (g) Massa amostra (g) 5 35,702 45,664 9,962 40,463 49,476 9,013 10 38,766 48,746 9,980 39,866 48,996 9,130 15 38,847 44,859 10,012 46,521 55,717 9,196 20 42,294 53,335 10,041 40,595 49,851 9,256 25 36,168 46,203 10,035 33,493 42,823 9,330 Tabela 4: Massa das amostras de fase aquosa e fase orgânica em g. Posteriormente, fez-se a titulação com uma solução padronizada de NaOH para determinar a concentração do Ácido acético, sendo que para a titulação da fase orgânica adicionou-se 5 ml de etanol para evitar a formação de duas fases e inibir a hidrólise alcalina do acetato de etila durante o procedimento. O volume de NaOH gasto na titulação encontra-se na tabela abaixo: % Fase aquosa (ml) Fase orgânica (ml) 5 2,8 3,7 10 5,0 5,1 15 7,3 8,4 20 9,4 9,2 25 13,8 11,7 Tabela 5: Volume de NaOH gasto na titulação em ml. Cálculo para obtenção da concentração (porcentagem) de Ácido acético em cada uma das fases: % Ácido acético: (120*(V NaOH (l)/Massa alíquota))*100 % % Hac (Fase aquosa) % Hac (Fase orgânica) 5 3,373 4,926 10 6,0 6,703 15 8,749 10,961 20 11,234 11,927 25 16,502 15,048 Tabela 6: Concentração de Ácido acético em cada fase (aquosa e orgânica). Através dos cálculos realizados e os valores expressos nas tabelas 3 e 6, foi possível a construção do diagrama a seguir, o qual representa o equilíbrio liquido-liquido do acido acético. Gráfico 1: Diagrama de equilíbrio para o ácido acético experimental Gráfico 2: Diagrama de equilíbrio para o ácido acético teórico 5.1. Discussão dos resultados A comparação dos diagramas ternários obtidos experimentalmente e teoricamente demonstra uma clara certeza de que o diagrama é do tipo 1, onde existem somente dois componentes que são insolúveis entre si em uma dada proporção (no caso o Acetato de Etila e a Água). Porém, ao fazer a avaliação da tabela de desvios médios, as fortes discrepâncias observadas (principalmente para a composição do Acetato de Etila) permitem a formulação de duas hipóteses: Os modelos não foram capazes de representar adequadamente a região bifásica; Os dados experimentais carregavam muitos erros práticos, adventos de diversas dificuldades, como, por exemplo, a de garantir que o volume adicionado do componente da rodada fosse exatamente o necessário para que a composição da mistura ficasse em cima da curva binodal. a ponto de perderem a representatividade física diante dos modelos teóricos, tornando-se assim, questionáveis. 6. Conclusão O experimento realizado foi de grande aprendizado e de certa forma aceitável. O diagrama de equilíbrio obtido experimentalmente aproximou-se bem do digrama teórico, embora apresente pequenas divergências e ressalta-se que foi necessária a exclusão de dois pontos da curva binodal, que se encontravam um pouco fora do esperado. Este experimento, quando conduzido de maneira apropriada, permite a determinação precisa das curvas de equilíbrio líquido-líquido entre misturas parcialmente miscíveis. 7. Referências bibliográficas LEVENSPIEL, O., Engenharia das reações químicas, Vol. 1. 2ª edição. Editora Blucher, São Paulo, 1974. VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. 6ª edição. Editora LTC (Livros técnicos e Científicos), Rio de Janeiro, 2012.
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