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1 TEORIA GERAL CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS NOTA DE AULA 01 Profª Marlene Pinheiro Introdução: Direitos Humanos é uma temática que levanta muita polêmica no mundo. O mesmo cenário é visto no Brasil; A Ditadura Brasileira “adiou” uma abordagem mais profunda do tema “Direitos Humanos” em nossa sociedade; Associar “Direitos Humanos” a um indivíduo em concreto é uma visão errônea. Sujeita à parcialidade na aplicação do “que é de direito”; Geralmente, invocam-se os Direitos Humanos na defesa de grupos considerados “vulneráveis” ou minoritários: crianças, idosos, negros, indígenas, mulheres, deficientes físicos, LGBTT, etc.; Constituição Federal Brasileira de 1988 é considerada a nossa “pedra” democrática formal, garantidora dos Direitos Fundamentais dos indivíduos sob a competência do Estado Brasileiro; O maior bem da humanidade é a vida. Depois (em uma escala imaginária de valores) vêm as liberdades públicas e privadas; Crimes contra a vida são os mais repudiados, condenados e denunciados pelas organizações internacionais de Direitos Humanos; O Brasil já foi cenário de vários atos repudiados mundialmente: Chacina da Candelária (06/1993), Eldorado dos Carajás (04/1996), Favela Naval (03/1997), etc.; Maior violador dos Direitos Humanos é o Estado: omisso ou ativo; Mídia Complementar Indicada: Mas afinal o que é que são os direitos humanos? https://www.youtube.com/watch?v=Ka9Y7QY2zTM Conceito dos Direitos Humanos: Importância da pessoa humana; Importância da análise da pessoa humana e suas relações com o Estado e a Sociedade; Preservação da vontade humana = democracia; Os Direitos Humanos não são só compostos por leis, mas, também, por raízes sociológicas, filosóficas, históricas, econômicas, antropólogas e religiosas. São as mesmas bases para a democracia e a cidadania; Base dos Direitos Humanos: Direito Natural. Ideia dos Direitos Humanos: proteção à espécie humana e àquilo que a cerca; Proteção pode ser herdada, conquistada, etc.; 2 Os Direitos Humanos podem ser retroagidos em casos extremos: guerras, revoluções, etc.; Onde não há democracia, não há Direitos Humanos; Aplica-se a norma (interna ou externa) mais favorável ao vulnerável. História dos Direitos Humanos: Os direitos humanos surgiram e surgem com a própria organização da sociedade; Código de Hamurabi – 1ª primeira compilação de direitos (1700 a.C.); PERÍODO AXIAL – 1ª Declaração dos Direitos Humanos. Ciro II, Babilônia, 539 a.c. PERÍODO CLÁSSICO – Grécia Antiga, surgimento do conceito cidadania. Roma Antiga, surgimento da res publica (coisa pública). S. Tomás de Aquino: jusnaturalista; PERÍODO IDADE MÉDIA - Magna Carta – Inglaterra, rei João Sem Terra (1215): limitação dos poderes do rei; PERÍODO IDADE MODERNA - Três grandes movimentos sociais: a Declaração de Direitos (Bill of Rights), de 1689; a Declaração de Independência dos EUA, em 1776; e a Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789; Habeas Corpus Act (1679): 1º Instrumento normativo de proteção do indivíduo contra abusos à sua liberdade de locomoção; Um marco (definitivo) histórico inicial dos direitos humanos é questionável: “o bom povo da Virgínia” Declaração de Virgínia (1776) ou Déclaration dês droits de l’homme et du citoyen - Assembléia Nacional francesa (1789)? Assembléia Nacional francesa (1789): reivindicação dos direitos naturais e imprescritíveis (liberdade, propriedade, segurança, resistência à opressão) que formam toda a associação política legítima; PERÍODO IDADE CONTEMPORÂNEA - Sociedade das Nações (1919): Fim da Primeira Guerra Mundial. Inspirado pelo Tratado de Versalhes. Não consegue evitar a Segunda Guerra Mundial (1939). Extinção oficial em 1946; Segunda Guerra Mundial: Grande apelo internacional. Muitas baixas civis. Utilização de armamentos de guerras considerados “desleais”, “injustos”, etc. Questionamentos sobre as relações entre os seres humanos e o Estado. 60 milhões de mortos (maior parte civil). 40 milhões de refugiados (focados ou voluntários); EUA, URSS, Inglaterra e países aliados iniciaram os diálogos em relação à criação de uma nova organização mundial; Conferência de São Francisco (1945): Apresentação da Carta da Organização das Nações Unidas (Carta de São Francisco). Criação formal da Organização das Nações Unidas (ONU); Marco Histórico da doutrina moderna é a criação das Nações Unidas (1945); Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948): documento oficial que visa ordenar uma posição mundial sobre a proteção dos direitos humanos; Primeiro sistema regional foi a Convenção Européia de Direitos Humanos (1950); Natureza Jurídica da Declaração era de recomendação. Sem sanção, necessidade de aderência/ratificação; 3 Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966) e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966): ambos de natureza vinculante e de atuação específica; Pacto de São José da Costa Rica (1969): Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Sistema Regional Americano de Proteção dos Direitos Humanos; Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Direitos dos Povos (1981); Termo (Tratado (uso genérico) é utilizado para nomear Convenções, Protocolos, Pactos, etc. Identidade: Há diferenças doutrinárias entre: Direitos Humanos, Direitos Humanos Fundamentais e Direitos do Homem; Direitos Humanos: estudo do direito internacional dos direitos humanos, base doutrinária mais moderna, a partir da criação da ONU e OEA, em constante evolução e produção; Direitos Humanos Fundamentais: estudo do direito interno (pátrio) – no caso do Brasil, os artigos 1º a 6º da Constituição Federal de 1988 e leis infraconstitucionais; Princípio da Dignidade Humana: Dignidade Humana é um superprincípio. É a base de tudo; Art. 1º, III, CF/88 – A Dignidade Humana é um dos cinco fundamentos da base constitucional, e seu alcance é dentro de todo o ordenamento jurídico brasileiro; Doutrina moderna: a dignidade da pessoa humana é considerada o piso mínimo existencial e corresponde aos direitos sociais elencados no art. 6º da CF/88; Reserva do Possível: argumentação de ente político (Estados, Municípios, etc.) contra a implementação do piso mínimo. Destaca a insuficiência orçamentária para implementação da tal. Há uma Dimensão tríplice e uma proporcionalidade a serem observadas pela Reserva do Possível: Disponibilidade dos recursos; disponibilidade jurídica dos recursos materiais e humanos e, perspectiva de um titular de direito a prestação social. Características dos Direitos Humanos: Inerência: os Direitos Humanos pertencem ao ser humano (família humana – Declaração Universal dos Direitos Humanos); Universalidade: independente das características físicas, religião, gênero, nacionalidade, sexualidade, etc., todos são cobertos pela proteção dos Direitos Humanos; Transnacionalidade: os Direitos Humanos não são limitados por localidades, eles estão presentes em todos os locais; 4 Indivisibilidade: Não há “meio-direito”, ou “uma parte do direito”; Sem hierarquia: Não há divisão hierárquica entre os direitos civis e políticos e os direitos econômicos, sociais e culturais; Interdependência: os direitos fundamentais estão vinculados uns aos outros, não podendo ser vistos como elementos isolados, mas sim como um todo. Por exemplo: a liberdade de locomoção está relacionada à garantia do habeas corpus e ao devido processo legal; Historicidade: os Direitos Humanos são formados ao longo de toda umahistória, assentada em nossa sociedade. Processo lento e contínuo; Indisponibilidade: impossibilidade de dispor de algum Direito inserido nos Direitos Humanos; Inalienabilidade: impossibilidade de vender de algum Direito inserido nos Direitos Humanos; Imprescritibilidade: não há um “prazo de validade” para os Direitos Humanos; Irretroatividade(!):um direito humano alcançado, teoricamente, não pode retroagir.
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