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FACULDADE DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL SEMESTRE: 3º (TERCEIRO) CARGA HORÁRIA: QUATRO AULAS SEMANAIS TURNO: NOTURNO PROFESSOR: JOSÉ NATANAEL FERREIRA PERÍODO: 1° SEMESTRE 2014 PLANO DE AULA DIREITO CONSTITUCIONAL II DIREITOS DE NACIONALIDADE AULA N° 8 Contextualização e conceitos de direitos de nacionalidade Os direitos de nacionalidade na Constituição Federal de 1988 Da natureza do direito de nacionalidade Formas de aquisição de nacionalidade Noções sobre polipátridas e apátridas A vedação à discriminação entre brasileiros natos e naturalizados Hipótese de perda da nacionalidade brasileira Questões Referências bibliográficas DIREITO CONSTITUCIONAL II AULA N° 8 DIREITOS DE NACIONALIDADE Contextualização e conceitos de direitos de nacionalidade O termo nacionalidade está unido ao conceito de nação, o qual, por sua vez, assenta-se, paralelamente, aos conceitos de povo, de território e ao de Estado, e todos possuem significados equívocos, polissêmicos, a depender do contexto que deles se serve, ou da linha doutrinária que se segue, mas, em síntese, pode-se conceituar: — Estado= segundo Machiavel, em O Príncipe, “...Todos os Estados, todos os domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados...”. Então, Estado seria a entidade jurídica e política dotada de soberania, que, em determinado tempo (mesmo que seja por tempo indeterminado), exerce jurisdição sobre o povo e a população de determinado território;[1: BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10ª ed. — São Paulo :Malheiros, 1999 p. 62] — território: o espaço geográfico sobre o qual o Estado exerce sua jurisdição sobre o povo e a população que nele habitam. “...São partes do território a terra firme, com as águas aí compreendidas, o subsolo e a plataforma continental, bem como o espaço aéreo...”;[2: BONAVIDES, op. cit., p. 88] — população: “...Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas, fazem parte da população. É por conseguinte a população sob esse aspecto um dado essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico de sujeição ao poder estatal. [...] A população é conceito puramente demográfico e estatístico...”;[3: BONAVIDES, op. cit., p. 68] — povo: “...é o vínculo do indivíduo ao Estado através da sua nacionalidade ou cidadania [...] o povo exprime o conjunto de pessoas vinculadas de forma institucional e estável a um determinado ordenamento jurídico [...] Fazem parte do povo tanto os que se acham no território como fora deste, no estrangeiro, mas presos a um determinado sistema de poder ou ordenamento normativo, pelo vínculo de cidadania...”;[4: BONAVIDES, op. cit., p. 68 e 77] — nação: seria a consciência moral de pertencer, de integrar, a uma sociedade natural de homens (no sentido amplo de pessoas, de indivíduos do gênero humano). Assim, “...nação é “uma sociedade natural de homens, com unidade de território, costumes e língua, estruturados numa comunhão de vida e consciência social” [...] Uma grande agregação de homens, sã de espírito e cálida de coração, cria uma consciência moral que se chama nação...”;[5: BONAVIDES, op. cit., p. 85] — cidadania: “...é a prova de identidade que mostra a relação ou vínculo do indivíduo com o Estado. É mediante essa relação que uma pessoa constitui fração ou parte de um povo. [...] O status civitatis ou estado de cidadania define basicamente a capacidade pública do indivíduo, a soma dos direitos políticos e deveres, como os de fidelidade à Pátria, prestação de serviço militar e observância das leis do Estado. Sendo a cidadania um círculo de capacidade conferido pelo Estado aos cidadãos, este poderá traçar-lhe limites, caso em que o status civitatis apresentará no seu exercício certa variação ou mudança de grau [...] é um status que define o vínculo nacional da pessoa, seus direitos e deveres em presença do Estado e que normalmente acompanha cada indivíduo por toda a vida. Três sistemas determinam a cidadania: o jus sanguinis (determinação da cidadania pelo vínculo pessoal), o jus soli (a cidadania se determina pelo vínculo territorial) e o sistema misto (admite ambos os vínculos). Na terminologia do direito constitucional brasileiro ao invés da palavra cidadania, que tem acepção mais restrita, emprega-se com o mesmo sentido o vocábulo nacionalidade...”.[6: BONAVIDES, op. cit., p. 77] — nacionalidade: “...é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado...”. A nacionalidade, hodiernamente, é definida pelo Direito positivo, seja constitucional (como no Brasil), seja infraconstitucional, como acontece em países como a França.[7: SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2002, p. 318] — direitos de nacionalidade: o regramento positivo, com status constitucional, que delineia o status do indivíduo como cidadão de determinado Estado, e que lhe faculta participar e integrar, diretamente ou por representação, a vida política e o governo desse mesmo Estado. Entende-se que o direito à nacionalidade (ao menos a uma nacionalidade) compõe o complexo de direitos que integram a dignidade humana. O direito à (a uma) nacionalidade integra o rol de direitos fundamentais. Sem a nacionalidade, que o faça cidadão de algum Estado, o apátrida não é cidadão de Estado nenhum e, em tese, não possui proteção jurídica em nenhum Estado, sendo diminuído no rol de direitos que lhe integram a sua dignidade e a sua condição de ser humano. Cassar a nacionalidade de uma pessoa é, em última instância, torná-la menos humana, é, causar-lhe danos emocionais e jurídicos, é, na forma da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, da Organização das Nações Unidas – ONU, ofender os direitos humanos daquela pessoa a quem se nega esse seu direito de ser nacional de algum Estado. Os direitos de nacionalidade na Constituição Federal de 1988 A Constituição Federal brasileira de 1988 (CF/88) define os direitos de nacionalidade entre os seus artigos 12 a 13: Art. 12. São brasileiros: I – nato: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiroque: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios Da natureza do direito de nacionalidade Atualmente, o conceito de nacionalidade, de nacional, é jurídico. Trata-se de matéria constitucional, e são raros os Estados que possuem tratativa do assunto em legislação ordinária. No Brasil, é a Constituição Federal que disciplina quem são os nacionais, quem são os cidadãos brasileiros, e, por conseguinte, quem são os estrangeiros. Formas de aquisição de nacionalidade — primária (de origem, ou originária): deriva do nascimento, e o elo ou é sanguínio ou é geográfico-territorial, “...ou porque se determina qual a ligação de sangue à massa dos nacionais de um Estado, ou a ligação à ocorrência do nascimento em território de um Estado, ou qual a relação tida por suficiente pelo Estado de que se trata que o nascimento firme o laço de nacionalidade...”. A forma de aquisição da nacionalidade originária brasileira está designada artigo 12, I, da Constituição Federal:[8: SILVA, op. cit., p.319] — jus sanguinis = vínculo de sangue —jus solis = vínculo com o território Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; — secundária (de adquirida, voluntária, ou derivada): dá-se em momento posterior ao nascimento, por ato voluntário da pessoa e do Estado (da pessoa, ao manifestar a vontade de ser nacional de certo Estado, e, desse Estado em questão, ao manifestar a vontade de ter aquela pessoa como seu nacional). Dá-se pela naturalização, “...ou porque, ao nascer, a pessoa tenha outra, ou outras nacionalidades, e não ainda a de que se trata, ou porque entre a aquisição da nacionalidade (secundária) e a data do nascimento medeie lapso de tempo em que o indivíduo não teve nacionalidade...”. [9: SILVA, op. cit., p. 319] A forma de aquisição da nacionalidade secundária brasileira consta do artigo 12, II, da Constituição Federal: Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. A lei requerida pela Constituição Federal para regular a aquisição da nacionalidade secundária (naturalização) trata-se da Lei Federal nº 6.815/1980, que, especificamente, cuida do assunto a partir do seu artigo 111. A concessão da naturalização é discricionária do Estado, e, no Brasil, é competência exclusiva do Poder Executivo (Lei nº 6.815/1980, art. 111). Art. 111. A concessão da naturalização [...] é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Justiça. Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ser registrado como permanente no Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; VI - bom procedimento; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e VIII - boa saúde. § 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois anos. § 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: I - ter filho ou cônjuge brasileiro; II - ser filho de brasileiro; III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça; IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola. Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V. Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta dias, quando se tratar: I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade; ou II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos. Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesa. Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça. Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do artigo 116, só produzirá efeitos após a entrega do certificado e confere ao naturalizado o gozo de todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a Constituição Federal atribui exclusivamente ao brasileiro nato. Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquemno Brasil sem que satisfaçam às exigências desta Lei. Art. 124. A naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizando estava anteriormente sujeito em qualquer outro país. Noções sobre polipátridas e apátridas —polipátridas= refere-se à pessoa que possui mais de uma nacionalidade, dada à conjunção de sua situação de nascimento àqueles critérios que definem a nacionalidade primária (jus sanguinis e jus solis). Caso dos descendentes de italianos que nascem em solo brasileiro: o Brasil adota o critério do ius solis, então, eles são brasileiros, possuem a nacionalidade brasileira, porém, como a Itália adota o critério do ius sanguinis (são italianos os descendentes de italianos, por vínculo de consangüinidade), eles também são italianos, possuem a cidadania italiana: são polipátridas. —apátridas (heimatlos): são os “sem pátrias”, os que não possuem nacionalidade. Essa situação extrema pode se dar tanto em decorrência política, geralmente decorrentes de países que não respeitam a integridade da pessoa humana, e que possibilitam a cassação da cidadania de um seu nacional. Porém, também pode ocorrer em situação de conflito de critérios de determinação da cidadania. O exemplo clássico de apátridas se dá com o inverso do exemplo anterior: um filho de pais brasileiros residentes na Itália, que não estejam a trabalho do Brasil. Essa criança não será italiana, porque a Itália adota o critério do ius sanguinis, e ela não possui vínculo de ascendência italiana; e também não será brasileira, porque o Brasil adota o critério do ius solis, e como a criança nasceu em solo italiano, brasileiro não será. Para sanar essa situação, o texto constitucional, alterado pela Emenda Constitucional nº 54/2007, determina que serão brasileiros: Art. 12. São brasileiros: I – natos c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; A vedação à discriminação entre brasileiros natos e naturalizados Para todos os efeitos, e também porque a Constituição Federal louva a dignidade da pessoa humana e veda qualquer tipo de discriminação (art. 1º, III; cc. art. 3º, IV, e com art. 5º, XLI), a “...lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição...” (art. 12, § 2º). Não obstante essas disposições, a Constituição pode excepcionar-se a si mesma, e, nesse caso, ela o faz no §3º desse mesmo artigo 12: § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. Hipótese de perda da nacionalidade brasileira O Brasil é membro da Organização das Nações Unidas – ONU desde 1948, e subscritor da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, a qual, em seu artigo XV, assenta: Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Entende-se que o direito à nacionalidade (ao menos a uma nacionalidade) compõe o complexo de direitos que integram a dignidade humana, é por essa razão que, no Brasil, não há pena de cassação da nacionalidade. Entretanto, a Constituição Federal apresenta hipótese de perda da nacionalidade brasileira; Art. 12. São brasileiros: § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade [...] A hipótese de perda da nacionalidade por sentença judicial em virtude de atividade nociva ao interesse nacional refere-se ao estrangeiro que adquiriu a nacionalidade brasileira por naturalização (nacionalidade secundária), na forma da Lei Federal nº 6.815/1980. Mesmo na hipótese de o brasileiro ter adquirido a nacionalidade de um outro Estado, a Constituição apresenta ressalvas a essa hipótese, possibilitando a ele manter a nacionalidade brasileira a par daqueloutra: Art. 12. São brasileiros: § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Questões Esclareça o que se entende por nacionalidade secundária. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Esclareça o que se entende por nacionalidade primária. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ O que significa ser um apátrida? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Segundo o texto constitucional, é possível a um brasileiro nato perder a sua nacionalidade brasileira? Fundamente. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Os cargos de Ministros do Superior Tribunal de Justiça – STJ são privativos de brasileiros natos? Fundamente. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ O cargo de Ministro da Justiça é privativo de brasileiros natos? Fundamente. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Referências bibliográficas BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28ª ed. —São Paulo : Malheiros, 2013 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2002 _______. Aplicabilidade das normas constitucionais. 8ª ed. — Malheiros : São Paulo, 2012 TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional.2ª ed. — São Paulo : Saraiva, 2002,
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