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Artigo da Série: O motivo das guerras 
www.ideiaviva.jimdo.com.br 
MESOPOTÂMIA 
O MOTIVO DAS GUERRAS 
Fabio Daniel Teixeira de Lima 
(engenheirocivil000@gmail.com) 
Ciências Sociais – História 
 
 
Resumo 
Este documento visa estabelecer uma conexão entre a cultura de diferentes civilizações 
mesopotâmicas, no que se refere a razão que as levaram a entrar em conflito uns com os outros, 
bem como a inter-relação intrínseca entre essas razões. Através de pesquisas em obras literárias, 
artigos e outros documentos, pode – se chegar à conclusão de que as guerras possuem motivos 
entrelaçados desde a origem das civilizações humanas. 
 
Palavras – Chave: guerra, civilizações, Cidade-Estado, Suméria, Assíria, Babilônia, povo 
Caldeu. 
 
Introdução 
Este artigo tem o intuito de apresentar, na linha do tempo da história humana, algumas guerras 
que ocorreram em diferentes regiões da Mesopotâmia, bem como demonstrar as razões que as 
levaram a serem executadas. Para isso, serão apresentadas as civilizações gênese de toda 
história, assim como, de forma breve, suas culturas e costumes, pois esses são fatos que 
contribuíram em grande parte para que uns prevalecessem sobre outros no campo de batalha. 
 
Mesopotâmia 
A Mesopotâmia nos remete a um lugar onde hoje está situado o atual Iraque. Cercado por dois 
rios o Tigre e o Eufrates, ela foi o lugar de sedentarização de muitos povos devido a fertilidade 
da terra causada pelos rios. Cada povo construiu suas Cidades – Estado, chamadas assim porque 
possuíam independências umas das outras, e assim estabeleceram seus padrões de vida. Com a 
formação do Estado, a sociedade passou a ser dividida em classes sociais, onde a nobreza era a 
classe que possuía os melhores cargos, e os camponeses cuidavam das terras e tinham que pagar 
impostos, trabalhando gratuitamente para o Estado e entregando a ele parte do que produziam[2]. 
 
A Suméria era uma região ao sul da Mesopotâmia, formada por várias Cidades – Estado (Ur, 
Uruque, Nipur, Lagaxe, Quixe, Eridu). Seu destaque é dado por se acreditar, segundo pesquisas, 
que foi a primeira civilização a utilizar a escrita, pois foram encontrados inúmeros de seus 
documentos na cidade de Uruque, cuja data se dá por volta de 3200 a.C. Esses documentos se 
tratavam de tabuas de argila em forma de cunha com uma serie de sinais pictográficos[1]. 
 
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Figura 01 - Na imagem, a região da Suméria e suas Cidades-Estado 
 
Acredita-se que a escrita na região tenha surgido com a necessidade de anotar todas as 
transações comerciais e financeiras do Estado, o que permitiu a organização mais aprimorada 
das ações realizadas, com isso o estado ganha mais vantagem, abrindo portas para o 
desenvolvimento intelectual dando maior fortalecimento ao Estado[2]. 
Por volta de 2000 a.C. a Babilônia tornou-se a Cidade – Estado de maior poder em toda 
Mesopotâmia, isso aconteceu devido ela está situada em uma região onde os rios Tigres e 
Eufrates quase se tocavam. Por ali, passavam mercadores de várias regiões e os babilônicos 
instalaram impostos na região arrecadando altos valores, isso permitiu o desenvolvimento 
econômico na região. Entre os reis da Cidade-Estado o que mais se destacou foi Hamurabi, ele 
venceu diversas disputas entre os povos sumérios expandindo ainda mais o domínio babilônico 
em toda Mesopotâmia, além de ter sido o primeiro a criar no Estado regras e leis, baseados na 
lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”), chamou de Código de Hamurabi esse conjunto 
de leis[2]. Isso permitiu o florescimento da ordem nas sociedades que se sucederam em diversas 
regiões do mundo. 
Porém o império estava com os dias contados, pois, havia um reino que olhava a região com 
cobiça e desejo de dominação, o império Assírio, localizado ao norte da Mesopotâmia nas 
proximidades do rio Tigre, seria o próximo a usurpar o domínio das nações mesopotâmicas. 
Militarizados, os assírios possuíam a arte da guerra a seu favor, e eram conhecidos pela 
violência a que submetiam seus prisioneiros de guerra. Era uma forma de deixar claro aos seus 
adversários e aos vencidos o destino daqueles que desafiassem sua autoridade e poder. 
A violência era brutal, o povo assírio chegava a realizar massacres de diversas formas, que 
variavam desde esfolação, mutilação, decepação de partes do corpo até encravamento de estaca 
no ânus e no umbigo, até mesmo execução[3], [4]. Geralmente, tais ações eram realizadas na 
presença dos povos vencidos, com o intuito de amedronta – los para que pudessem obedecer e 
pagar os impostos cobrados. 
A imagem a seguir demostra uma dessas ações, onde alguns agentes militares esfolam 
prisioneiros que estão presos pelas mãos, sem chance de escapatória. 
 
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Figura 02 – militares assírios esfolando prisioneiros de guerra 
 
De um ponto de vista cultural, pode ser aproveitado um aspecto importante do Império Assírio. 
Assurbanipal foi um dos reis mais destacado por construir uma enorme biblioteca na capital 
assíria Nínive, abrigando diversos tabletes de argila com escrita cuneiforme. 
 As nações estavam aterrorizadas com os feitos macabros da nova liderança imperial, e esta, 
nem imaginava que o momento de glória estava prestes a chegar ao fim. Quando os Caldeus, 
um povo que séculos antes haviam se instalado na Babilônia, resolveram usar a guerra, sob o 
domínio do rei Nabucodonosor, como um instrumento de revolta e libertação dos assírios e para 
dominar inúmeras regiões da Mesopotâmia. Eles invadiram Nínive e a incendiaram, de forma 
que nem as crianças foram poupadas do extermínio. E dominaram regiões longínquas onde hoje 
estão situados o Líbano, a Síria e Israel[2]. 
 Após a Babilônia ter retornado a supremacia, ainda sob o império de Nabucodonosor, a cidade 
foi desenvolvida com a construção de enormes prédios, chamados zigurates, onde o mais 
destacado reunia arvores frutíferas e outras plantas exportadas da Pérsia, abrigando jardins de 
forma a ficarem suspensos nos degraus dos zigurates, conhecido como Jardins suspensos da 
Babilônia, foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Após o falecimento do 
rei, o destino do império estava fadado ao fim, sendo dominado mais tarde pelos Persas. 
 
 
Figura 03 – imagem de um antigo zigurate da Mesopotâmia 
 
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Conclusão 
 A união de povos em diversas regiões mesopotâmicas resultou no florescimento de um grande 
número de Cidades – Estado e impérios, formando as nações gêneses de toda história. Mais 
tarde, a invenção da escrita propiciou o desenvolvimento de alguns povos e aos poucos se 
disseminou por diversas áreas de toda a região. 
Apesar de cada Cidade – Estado possuir campos nos seus arredores e outros meios de produção 
econômica, o que favorecia a vida e desenvolvimento, os governantes tinham o desejo de 
ampliar seus domínios, aumentar seus poderes e crescerem seus reinos em relação aos demais. 
De que forma fariam isso? O estabelecimento de um acordo não daria certo. O único jeito seria 
utilizar um recurso arriscado, um embate, onde se podia perder ou ganhar, seria utilizar a guerra 
para conseguir seus objetivos. 
 No campo de batalha, o outro lado também utilizava o artificio, porém, com a necessidade de 
defender seus domínios, inclusive seu povo. Aquele que perdesse seria dominado, fadado a 
pagar altos impostos e sofrer outras injustiças, além dos guerreiros se tornarem prisioneiros de 
guerra, que em alguns casos, sofriam terríveis massacres para que seu povo fosse aterrorizado. 
Assim, muitos povosforam dominados, enquanto outros expandiam seus territórios e cresciam 
economicamente, com suas vitórias. Também, com a dominação, era possível construir uma 
sociedade com diversificado aspecto cultural, seja na construção de monumentos, templos 
religiosos, bibliotecas, e outras diversas obras que ajudariam o progresso da nação, pois agora 
contavam com um grande número de escravos prisioneiros de guerra. 
Apesar de todos esses fatores causados pela guerra, houve casos em que povos dominados se 
rebelaram contra o império que os dominavam, executando com êxito a missão de sucumbir o 
império e usurpar o trono, dominando assim diversas regiões. 
Diante dos fatos mencionados, concluímos que ao utilizar as guerras, a maioria dos povos 
possuíam a intenção de dominar territórios, expandir-se, desenvolvesse de forma mais rápida e 
eficaz, embora tenha sido usada também para fins de defesa e revolta, mas que intrinsecamente 
possuíam essas mesmas intenções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
[1 ] Origens do ensino. Disponível em 
http://www.pucrs.br/edipucrs/digitalizacao/colecaoeducacao/origensdoensino.pdf#page=173 
[3] A Assíria na história bíblica. Disponível em 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/g201012/assiria-na-historia-biblica/ 
[4] Origem dos Assírios. Disponível em 
 http://historiadomundo.uol.com.br/assiria/origens-assirios.htm 
 
Bibliografia Consultada 
[2] Mario Schmidt. História Crítica. 1 edição. São Paulo, 2009.

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