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César Henrique de Queiroz Porto
Rodrigo de Castro Rezende
HISTÓRIA
César Henrique de Queiroz Porto
período
º1
História Antiga I
Montes Claros/MG - 2013
César Henrique de Queiroz Porto
Rodrigo Castro Rezende
2ª edição atualizada por 
César Henrique de Queiroz Porto
História Antiga i
2ª EDIÇÃO
2013
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
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Coordenadora da UAB/Unimontes
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Autores
César Henrique de Queiroz Porto
Doutor em História pela Universidade de São Paulo – USP; Mestre em História pela 
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Atualmente é professor de História Moderna 
pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes.
Rodrigo Castro Rezende
Mestre em História Social da Cultura pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. 
Atualmente é professor de História da África pelo Departamento de História da Universidade 
Estadual de Montes Claros - Unimontes.
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Mesopotâmia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 Formação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.3 Primeiros habitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
1.4 Localização geográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
1.5 Sumérios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
1.6 Acádios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
1.7 Amoritas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
1.8 Assírios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
1.9 Caldeus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Egito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
2.2 Formação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
2.3 Primeiros habitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.4 Localização geográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.5 Divisão: reinos antigos, médio e império . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
2.6 Legado Egípcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
Fenícia e Pérsia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . .35
3.1 Fenícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
3.2 Pérsia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . .41
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
9
História - História Antiga I
Apresentação
Olá acadêmicos! Esta é a disciplina intitulada História Antiga I.
Em nossa disciplina, vamos falar muito da História dos Homens desde os primórdios, sobre-
tudo no Oriente Antigo. Hoje, utilizamos vários instrumentos que os antigos inventaram. Já repa-
rou? Religião, política, escrita, dança e outros aspectos são utilizados por nós, mas existiam desde 
a Antiguidade. Os povos da Antiguidade Oriental formaram imensos impérios e “plantaram” as 
primeiras sementes para a formação da História. Sumérios, Babilônios, Hebreus, Egípcios e outros 
povos formaram sociedades das mais complexas e brilhantes.
Vamos ver a ementa de nossa disciplina? Ela contém o seguinte conteúdo: Fenômeno Ci-
vilização Instituições Básicas; Gênese, Expansão, Crise e Decadência das Civilizações do Médio 
Oriente; Influências recíprocas e Legado dessas Civilizações ao Conjunto da História Mundial.
Veja quanto assunto interessante! Nesta disciplina, vamos estudar a política, a cultura, a so-
ciedade, a culinária, as visões de mundo, a arte, entre outros aspectos. Esses povos inventaram 
tanta coisa importante!
Discutindo a ementa da disciplina, percebemos que é destes temas que a História trata, pois 
propõe estudar os fatos históricos que contextualizam o surgimento da vida em sociedade e 
quais os principais aspectos destas civilizações que influenciam o nosso mundo.
São apresentadas as formas de governos existentes no Oriente Antigo, como, por exemplo, 
os códigos de Hamurabi e Manu, que são os mais antigos do mundo. Isso significa que, tal como 
hoje, os homens tiveram a necessidade de criar normas e regras que regessem suas sociedades. 
A influência desses códigos no Direito de vários países contemporâneos é extrema.
Quanto às questões religiosas, destaca-se que havia diversas religiões, a maioria politeísta. 
Os egípcios acreditavam que existia vida pós- morte e, por isso, mumificavam seus faraós. Os di-
versos povos da Mesopotâmia ressaltavam o caráter divino de seus reis. Ao passo que os hebreus 
adoravam a um só deus – Yáhwéh. Assim, a necessidade de entender as religiões do Oriente An-
tigo aumenta ainda mais, pois todas essas religiões, de um modo ou de outro, influenciaram as 
religiões atuais.
A disciplina “História Antiga” objetiva, primordialmente, desenvolver um “olhar crítico”, que 
possibilite a compreensão da complexidade do contexto da Antiguidade no qual se inseriram os 
indivíduos e as organizações sociais que influenciaram o mundo de hoje. Nesta disciplina, bus-
camos apresentar a História Antiga como uma das mais importantes do curso de História, pois, 
a partir da mesma, pode-se enfocar o contexto histórico da Antiguidade para entender o surgi-
mento das diversas instituições contemporâneas. Por este viés, salienta-se a importância desta 
disciplina.
É indiscutível que o conhecimento científico estimula a atitude crítica e, por isso, contribui 
para o exercício da cidadania nas sociedades contemporâneas.
Ao proceder assim, a História oferece à sociedade - políticos, organizações civis, movimen-
tos sociais, minorias - enfim, aos atores sociais, elementos de melhor compreensão crítica da sua 
realidade histórica.
A disciplina tem como objetivos:
•	 Discutir a formação da cultura e da sociedade das civilizações orientais;
•	 Discutir a formação da cultura egípcia numa perspectiva temporal e temática;
•	 Estimular a reflexão sobre a experiência política da Antiguidade Oriental.
Significativamente, você vai perceber que a História é muito importante para a investigação 
do processo educacional nas sociedades modernas. Buscamos evidenciar nesta disciplina que o 
conhecimento histórico da escola habilita o educador a compreender a sua função e, sobretudo, 
a orientar convenientemente a análise dos problemas pedagógicos.
Assim, vocês, acadêmicos de História, deverão ter em mente que a disciplina é muito impor-
tante para sua formação humanística/artística/científica e para maior compreensão da organiza-
ção social e do processo educativo.
Esta disciplina tem três unidades. O texto está estruturado a partir do desenvolvimento das 
unidades e subunidades. Você deverá perceber que as questões para discussão e reflexão são 
muito importantes, e acompanham o texto, bem como as sugestões para transitar do ambiente 
de aprendizagem para o fórum, para acessar bibliotecas virtuais na web, etc. 
A leitura dos textos complementares indicados também é importante, pois mostra os pos-
síveis desenvolvimentos e ampliações para o estudo e a discussão. São recursos que você pode 
10
UAB/Unimontes - 1º Período
explorar de maneira eficaz, pois buscam promover atividades de observação e de investigação 
que permitem desenvolver habilidades próprias da análise sociológica e exercitar a leitura e a 
interpretação de fenômenos sociais e culturais.
Ao planejar esta disciplina, consideramos que essas questões e sugestões seriam fundamen-
tais, de forma a familiarizar os acadêmicos, gradativamente, com a visão e procedimentos pró-
prios da disciplina.
Agora é com vocês. Explorem tudo, abram espaços para a interação com os colegas, para o 
questionamento, para a leitura crítica do texto, bem como para as atividades e leituras comple-
mentares.
Bom estudo!
Os autores.
11
História - História Antiga I
UnidAde 1
Mesopotâmia
César Henrique de Queiroz Porto
Rodrigo Castro Resende
1.1 Introdução
A primeira unidade destaca as civilizações que constituíram a Mesopotâmia, considerada o 
berço da humanidade. Várias realizações que marcaram o cotidiano do homem antigo são atri-
buídas a esses povos. Podemos destacar, por exemplo, o aparecimento da escrita e a invenção da 
roda como elementos fundamentais que destacam a precocidade das realizações técnico-cultu-
rais que exerceram enorme influência sobre a vida humana.
1.2 Formação
A Mesopotâmia, localizada no vale fluvial 
entre os rios Tigre e Eufrates, pode ser dividi-
da em duas regiões: Alta Mesopotâmia, área 
montanhosa e ocupada desde a Pré-história, 
e Baixa Mesopotâmia, paragem mais fértil, po-
rém, pouco adequada à agricultura primitiva, 
em que as chuvas exerceram papel importan-
te. Esta última localidade foi mais tardiamente, 
se comparada à Alta Mesopotâmia, ocupada, 
com data provável entre o V milênio e o ano 
de 3500 a.C. no período denominado Ubaid.
Entre os anos de 3500 e 3100 a.C., a fase 
arqueológica de Uruk (inserir Dica), foi mar-
cada pelos primórdios da urbanização e pelo 
surgimento da escrita, muito provavelmente 
a cuneiforme. Esses desenvolvimentos se con-
solidaram de fato no Período Inicial do Bronze 
(3100-2100 a.C.), iniciado com a fase Jemdet-
-Nasr. Segundo Ciro Flamarion Cardoso, as 
primeiras formas de governo na Mesopotâmia 
foram as cidades-estados e somente no ano 
2371 a.C. houve a primeira tentativa frustrada 
de unificação da região. Apesar da existência 
do Império Assírio, no I milênio a.C., este “[...] 
era governado através da extensão das insti-
tuições típicas das cidades - Estados” (CARDO-
SO, 2005, p.30).
Os primeiros povos que foram atraídospara a Mesopotâmia tiveram nos rios Tigre e 
Eufrates suas grandes recompensas. Apesar 
desses rios terem cheias mais irregulares que 
o rio Nilo, do Egito, elas fazem com que haja 
o depósito de aluviões – limo misturado ao 
cal – favorecendo a fertilização das terras para 
o cultivo. Contudo, havia a necessidade de se 
construir barreiras e diques, além de canais 
para fazer escoar e armazenar as águas para o 
período de baixa dos rios.
Embora as tentativas de conter e armaze-
nar as águas dos rios Tigre e Eufrates tenham 
sido uma constante na Mesopotâmia, o fato 
de a região ser plana dificultava o escoamento 
e barragem deles. Então, como garantir a vida 
numa região em que os rios poderiam a qual-
quer momento destruir as plantações e, até 
mesmo, as casas? A solução para este proble-
ma podia advir da necessidade própria para 
se viver na região. Dois métodos foram utiliza-
dos: a migração ocasional das cheias dos rios, 
em que os habitantes se dirigiam para regiões 
PARA SAbeR mAiS
Você sabia que Uruk foi 
uma cidade antiga da 
Suméria – posterior Ba-
bilônia – situada a leste 
do Eufrates, na linha do 
antigo canal Nil, numa 
região pantanosa, a cer-
ca de 225 quilômetros 
sul-sudeste de Bagdá. O 
próprio nome moderno 
Iraque é derivado de 
Uruk.
Fonte: Disponível em < 
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Uruk>. Acesso em 
22 de janeiro de 2013.
◄ Figura1: Escritas no 
Oriente Próximo Antigo
Fonte: MC EVEDY, 1990, 
p.41.
12
UAB/Unimontes - 1º Período
mais afastadas, esperando que as águas do Ti-
gre e Eufrates se acalmassem e seguissem seu 
curso normal, e o esforço coletivo para a cria-
ção de canais, seguidos de um grande sistema 
de regadio. Parece que, na verdade, o segun-
do método só aconteceu tardiamente, o que, 
de alguma forma, vem questionar a “Hipótese 
Causal Hidráulica”, de Karl Marx.
Para Marx, a existência de civilizações na 
região da Crescente Fértil só foi possível graças 
ao sistema de centralização do poder que, em 
última instância, favoreceu o surgimento de 
métodos para conter e armazenar as águas dos 
rios Tigre e Eufrates. Apenas com esse recurso, 
sob a tutela de um soberano, seriam admissí-
veis a fixação humana e a formação de cidades-
-estados. Cardoso, contrariando a tese de Marx, 
mostra um conjunto documental em que as 
construções para conter os Rios surgiram de-
pois da povoação. Neste caso, as “[...] obras que, 
seja como for, só foram iniciadas muito poste-
riormente à urbanização e ao surgimento da 
civilização, o que desmente a ‘Hipótese Causal 
Hidráulica’” (CARDOSO, 2005, p.36).
1.3 Primeiros habitantes
Os primeiros povos a habitarem a região 
da Mesopotâmia foram os sumérios e os acá-
dios. Sobre a origem dos sumérios há duas 
hipóteses: a primeira, de origem imprecisa, 
baliza que os sumérios alcançaram a crescente 
fértil através do mar; ao passo que a segunda, 
utilizando fontes arqueológicas, afirma que os 
sumérios são originários de uma região a sudo-
este do atual Irã (Elam ou Susiana). Os acádios, 
cuja língua é um desdobramento semítico, tem 
como gênese provável o oeste iraniano.
Esses dois povos tiveram influências im-
portantíssimas na região, sobretudo, na Baixa 
Mesopotâmia. A região foi dividida das se-
guintes formas: os sumérios povoaram a re-
gião Sul, no país denominado de Sumer, daí o 
nome Suméria, enquanto os acádios fincaram 
terreno ao Norte (país de Akkad, ou Acádia). 
Todavia, as migrações, fruto de crises de fome, 
guerras, invasões, entre outros motivos, favo-
receram a mistura etnolinguística desses po-
vos com outros que migraram a posteriori para 
essa região. Amorritas, Arameus, Amorreus, 
Caldeus, Cassitas, Elamitas foram alguns dos 
povos que invadiram a região e criaram um 
novo cenário etnolínguístico.
Outros povos, como já foi discutido aci-
ma, migraram para a região da Mesopotâmia 
mais tardiamente. Amorritas, Hititas, Assírios e 
Caldeus representam importantes civilizações 
que se fixaram na Crescente Fértil. Os Amorri-
tas, por volta do ano 2000 a.C., alcançaram a 
região da Babilônia e, por isso, foram conheci-
dos como babilônios. Destacamos o primeiro 
Império Babilônico, região de grande impor-
tância comercial, e o seu soberano-legislador, 
Hamurabi, que projetou o famoso código de 
Hamurabi.
Advindos da Ásia Menor, no ano de 1700 
a.C., os Hititas se estableceram próximos à 
Mesopotâmia e, cem anos depois, domina-
ram os babilônios e criaram um grande Impé-
rio, cuja capital era Hatusa. Anos mais tarde, 
utilizando a estrutura deixada pelos Hititas, 
os assírios se fixaram na região. Os assírios 
tiveram notável influência na Mesopotâmia 
e, no século IX a.C., tinham se espalhado por 
toda a Crescente Fértil.
1.4 Localização geográfica
A Mesopotâmia está localizada na parte 
oriental da Crescente Fértil, cercada pelos rios 
Tigres e Eufrates. Atualmente, compõe esta re-
gião os países Iraque, Síria, Turquia, entre ou-
tros. O nome Mesopotâmia é de origem grega 
e, possivelmente, foi Heródoto o primeiro a 
PARA SAbeR mAiS
Você sabia que o 
código de Hamurabi foi 
transcrito em tabuinhas 
e influenciou a legis-
lação de vários povos 
do oriente próximo na 
antiguidade?
Figura 2: Código de 
Hamurabi
Fonte: Disponível em 
<http://www.direitoshu-
manos.usp.br/counter/
Doc_Histo/texto/mi2ha-
mcode.gif> acesso em 18 
ago. 2012. 
►
13
História - História Antiga I
utilizá-lo. Seu significado é: região entre rios. 
Sendo meso=meio e potamo=rio. O Tigre e 
o Eufrates nascem nas montanhas gélidas da 
contemporânea Armênia e desembocam para-
lelamente no golfo Pérsico.
A região da Mesopotâmia é predominan-
temente montanhosa e os rios Tigre e Eufrates 
têm suas cheias em março e maio e baixam en-
tre junho e setembro. À medida que se aproxi-
ma do sul dos rios, o relevo se torna mais pla-
no, sendo a planície a localidade com maior 
quantidade de húmus. Assim, a área mais ao 
norte é formada por montanhas e planaltos e, 
portanto, menos fértil e desértica, o que favore-
ce o pastoreio. Ao contrário, a Média e a Baixa 
Mesopotâmia são áreas de planícies aluvionais, 
irrigadas pelas vazantes periódicas dos rios, fa-
zendo com que as terras se tornassem férteis, 
atraindo povos à sedentarização. Entretanto, as 
condições climáticas, metade do ano seco, me-
tade úmido, e do solo –pantanoso – acabaram 
por dificultar os trabalhos agrícolas, fazendo 
com que houvesse um interessante sistema de 
construção de diques e reservatórios de água.
1.5 Sumérios
Pode-se falar que este povo constituiu a base da vida sociocultural da mesopotâmia, pois os 
fundamentos da civilização que se originou naquela região foram moldados a partir da experiên-
cia sumeriana. Diante disso, faz-se necessário explorarmos o advento dos sumérios na mesopotâ-
mia, bem como suas principais realizações político-econômicas e culturais.
1.5.1 Breve história
A chegada dos Sumérios. Os sumérios 
chamavam seu país de ‘ken.gi(r)’ - terra civi-
lizada - seu idioma de ‘emergir’ e a si mesmos 
chamavam de ‘sag.gi 6.ga’ - cabeças escuras. O 
idioma sumério não é semítico, sendo uma lin-
guagem aglutinante, como finlandês e japonês. 
Ou seja, este termo designa uma tipologia de 
idiomas que contrasta com linguagens de in-
flexão, como os idiomas indo-europeus.Numa 
linguagem aglutinante (ou aglutinativa), as pa-
lavras do idioma são compostas por elos que 
se combinam entre si, em geral em sequências 
bastante longas. Em idiomas de inflexão, o ele-
mento básico (raiz) da palavra pode variar, daí 
ser chamado de inflexão. A Baixa Mesopotâmia 
é datada de aproximadamente 3500 a.C. Tribos 
provenientes das regiões adjacentes mais a les-
te se misturaram com os primeiros habitantes 
da região. A civilização que surgiu a partir des-
sa interação desenvolveu a escrita cuneiforme, 
cujo nome deriva dofato dos sinais serem gra-
vados em argila mole, na forma de cunha.
Os Sumérios praticamente fundaram as 
bases das civilizações mesopotâmicas. Na agri-
cultura, desenvolveram um sistema de canais 
para a drenagem de áreas alagadas e a irriga-
ção de terras. Esse desenvolvimento, por sua 
vez, permitiu o surgimento de uma série de ci-
dades-estados de importância regional como 
Ur, Uruk, Eridu e Lagash.
Além da água e comida encontradas em 
abundância na região, outro fator que expli-
ca a sedentarização dos Sumérios era a segu-
rança com que viviam na Mesopotâmia, pois 
aquela área era cercada por algumas cadeias 
montanhosas ao norte e a oeste, pelo Golfo 
Pérsico ao sudoeste, e pelo deserto da Síria ao 
sul e a leste. Isso lhes dava uma grande pro-
teção contra ataques de outros povos que vi-
viam nas proximidades dali.
Os sumérios foram os responsáveis pelos 
primeiros templos e palácios monumentais; 
pelas primeiras cidades- estados; e, embora 
haja controvérsias, pela invenção da escrita. 
Se os sumérios não são os responsáveis pela 
invenção da escrita, podem ter criado a conta-
bilidade.
Contudo, as cidades-estados sumerianas 
não conseguiram estabelecer um domínio que 
unificasse a região sob controle de um único 
centro de poder. Em grande parte do período 
de sua civilização, as rivalidades e disputas in-
GLOSSÁRiO
Suméria: Derivado do 
nome babilônico para 
Sul da Babilônia.
◄ Figura 3: Mapa das 
Cidades-estados 
Sumerianas.
Fonte: Disponível em 
<http://www.vnc.qld.edu.
au/enviro/sumer/sumer-
map.gif> acesso em 06 de 
janeiro de 2008
14
UAB/Unimontes - 1º Período
ternas acabaram impedindo a formação de um 
Estado forte e poderoso o suficiente para atuar 
como um centro, cujo poder unificasse a re-
gião. No entanto, algumas cidades exerceram 
uma hegemonia temporária como Lagash e Ur.
Por volta de 2500 a.C., tribos de nômades 
provenientes do deserto da síria e que falavam 
uma língua semítica iniciaram a ocupação de 
territórios ao Norte da Suméria e acabaram 
dominando as cidades- Estados da região.
1.5.2 O legado sumério
Os sumérios foram extremamente impor-
tantes para a História da Humanidade. Primei-
ro porque, como vimos, podem ter inventado 
a escrita; segundo, porque podem ter criado a 
roda a 6000 anos atrás.
Interessante é que a escrita dos sumérios 
era particularmente de uso deles. Assim, eram 
apenas as classes mais abastadas que poderiam 
escrever e sabiam ler. O nome cuneiforme deri-
va da forma como a escrita era gravada – cunha 
– sobre tabletes de argila com pinça. Por outro 
lado, a roda teve um caráter tipicamente militar. 
Foi o desenvolvimento de carros de combates 
que fez com que a roda fosse inventada.
Os sumérios também tiveram grande im-
portância dentro do campo da engenharia. 
Inventaram diques e barragens, impedindo 
enchentes e inundações nas suas cidades, pró-
ximas ao Tigre e Eufrates, e escoavam as águas 
para as lavouras. Tudo isso em canais.
1.5.3 Religião
A religião suméria era formada por inú-
meros deuses. Acreditavam os sumérios que o 
universo era governado por vários deuses, que 
tinham a forma humana, porém eram imortais 
e com poderes diversos. Esses seres, segundo 
acreditavam, eram invisíveis aos olhos dos mor-
tais e guiavam e controlavam o cosmo de acor-
do com um plano pré- estabelecido e leis rigo-
rosamente elaboradas.
Contudo, havia quatro divindades princi-
pais entre os sumérios: An, deus do céu; Ki, deu-
sa da terra; Enlil, deus do ar e Enki, deus da água. 
Formavam os quatro elementos e foram os cria-
dores do planeta. Os deuses concebiam o me, 
conjunto de regras e leis universais imutáveis 
que todos os seres eram obrigados a obedecer.
Logo abaixo dessas divindades em impor-
tância estavam três divindades celestiais: Nan-
na, deus da Lua; Utu, deus Sol e Inanna, rainha 
dos céus. Inanna era também deusa do amor, 
da procriação e da guerra. Nanna era o pai de 
Utu e Inanna. Outro deus de grande importân-
cia era Ninurta, a divindade do violento e des-
trutivo vento sul. Um dos deuses mais queridos 
era o deus-pastor Dumuzi; originalmente era 
um governante mortal cujo casamento com 
Inanna assegurou a fertilidade da terra e a fe-
cundidade procriadora.
1.6 Acádios
Os acádios são povos de origem semita que se beneficiaram do legado sumeriano. Suas po-
pulações vão se misturar com os sumérios e contribuirão para o enriquecimento da vida social 
dessa área do Oriente Médio.
1.6.1 Fontes
A maioria dos registros sobre Acádia se 
constitui de fontes indiretas: Bíblia, vestígios ar-
queológicos de outras civilizações, entre outros.
A maioria das fontes sobre a história do 
império acadiano está preservada em plaque-
tas escritas cerca de quinhentos anos após os 
eventos, durante o período Babilônio Antigo (c. 
1800-1600). São cópias das inscrições reais ori-
ginais dos primeiros soberanos acádios, como 
Lugalzagesi de Uruque, Sargão, Rimuch, Mani-
chtusu e Naram-Sin, abrangendo um período 
que vai de c. 2370 a 2223 (LEICK, 2003, p.108).
Esses semitas já estavam absorvendo a 
cultura sumeriana. No entanto, após a con-
15
História - História Antiga I
quista das cidades-estados sumerianas, o pro-
cesso de assimilação cultural avançou com os 
conquistadores absorvendo elementos da civi-
lização dos conquistados. Como exemplo des-
se processo, podemos destacar que os acádios 
passaram a escrever a sua língua (de origem 
semita) em caracteres cuneiformes.
O que ocorre, então, é que tudo quanto 
envolveu a história de Acádia só pode ser ana-
lisado através dos escritos de outros povos, ou, 
de outro modo, pelos vestígios que os acádios 
produziram e que estavam de posse de outras 
civilizações, como, por exemplo, as moedas 
que os acádios enviavam para seus vizinhos ao 
fazer comércio.
1.6.2 Propaganda
Um dado muito interessante sobre a Acá-
dia está no fato de que, normalmente, os ob-
jetos de valor (moedas, pulseiras, colares, etc.) 
eram dedicados aos deuses e aos reis acadia-
nos. Isso, meu caro leitor, tem duas consequ-
ências importantes para nós: a primeira, os 
vestígios arqueológicos, na maioria das vezes, 
tratam da política e da religiosidade locais, 
pois é possível determinar o tempo de du-
ração de um governante ao acompanhar as 
imagens dos reis cunhadas nas moedas, como 
também é provável saber qual culto a determi-
nado deus está vigorando em um exato mo-
mento; segundo, as inscrições nesses objetos 
serviam, entre outras coisas, para efeitos pro-
pagandísticos. Neste caso, o aluno deve en-
tender que a propaganda política é tão antiga 
quanto a História da Humanidade.
Os acádios também usavam os escribas 
como ideólogos, i.e., como aqueles que fun-
damentavam uma ideologia. Geralmente, jus-
tificavam o poder de um rei e/ou de um deus. 
Além disso, a inauguração dos templos e palá-
cios era seguida de desfiles, festivais e rituais, 
tudo dedicado a determinados deuses, que 
recebiam o depósito de despojos de guerra. 
Assim, eles fortaleciam as “propagandas” que 
eram feitas.
1.6.3 Funções políticas
a. en
Toda a política acadiana está ligada à re-
ligiosidade. No início, o maior cargo existente 
era o do en, que era uma espécie de governa-
dor. Aos poucos, o en passou de administrador 
público para uma função religiosa, ligado, so-
bretudo, à fertilidade, sendo que um indivíduo 
só poderia ocupar esse cargo se estivesse ca-
sado com a deusa Inanna. O matrimônio era 
feito em um ritual pelo sacerdote da deusa e 
consistia, basicamente, em obrigações e fideli-
dade do en para com a deusa.
b. Lugal
Existia também a função de Lugal, que na 
Era Uruque foi uma espécie de supervisor su-
bordinado ao en. No final desse período, trans-
formou-se em um líder espiritual e religioso:
A ascensão da casa patriarcal, a acumu-
lação de capital na forma de terraprodutiva 
e de produção artesanal especializada e a 
crescente secularização do poder político fa-
cilitaram a ascensão de líderes individuais. A 
rivalidade entre cidades-estados e sua vulne-
rabilidade às incursões de bando de malfeito-
res externos tornaram imperativos os investi-
mentos em armamento e treinamento militar. 
O lugal beneficiou-se dos conflitos e das pos-
sibilidades de pilhagem ampliando o número 
de seus partidários. Ele também comandava 
instituições, e as pessoas deviam-lhe especial 
fidelidade, como mostram alguns nomes de 
pessoas. A instituição primária associada com 
o lugal era o é – usualmente traduzido como 
“palácio”. (LEICK, 2003, p.112).
Neste caso, o(a) acadêmico(a) deve per-
ceber que o lugal tinha uma função que foi 
crescendo em importância e, gradativamen-
te, ele foi secularizando o poder, ou seja, foi 
tornando-o mais político que religioso. Isso 
contribuiu para que o lugal se tornasse um 
indivíduo importante dentro da sociedade 
de Acádia, pois começou a formar uma rede 
clientelar entre algumas pessoas.
c. A relação entre ensi e lugal
Em Churupaque, uma outra cidade-es-
tado, a autoridade local ostentava o título de 
ensi. Como se fosse o líder incontestado dessa 
região. Contudo, o ensi deveria submissão ao 
lugal, o que pode significar que o ensi era um 
soberano da região, ao passo que o lugal, o co-
mandante de uma área maior.
Em outros momentos, lugal deixa de ser 
um líder burocrático e/ou religioso e adota 
uma postura mais de líder carismático.
ATiVidAde
Buscar em dicionário e 
enciclopédias a defini-
ção de vestígios arqueo-
lógicos. Depois debater 
com os colegas.
PARA SAbeR mAiS
Você sabia que hoje, os 
nossos líderes utilizam 
desse artifício para 
conseguir nossos votos. 
O que informa que a 
propaganda sempre foi 
importante para aque-
les que estão no poder.
16
UAB/Unimontes - 1º Período
d. estado Acadiano
O estado acadiano tem uma importância 
significativa na vida do antigo Oriente Próxi-
mo. Foi um dos principais e primeiros estados 
a serem formados naquela região.
Acádia foi o primeiro estado a ter um go-
verno supra-regional nesta área. A adminis-
tração acadiana não se limitava a uma região 
apenas, mas a várias. O poder acadiano se es-
palhou por sua área, mas também por outras. 
Acrescenta, ainda, o fato de o governo aca-
diano ser o primeiro a dinamizar a adminis-
tração nos dois extremos da Mesopotâmia. 
O crescimento do poder de Acádia na Meso-
potâmia fez com que fosse necessário um go-
verno dinâmico, capaz de assegurar sua lide-
rança em regiões geograficamente distantes. 
Assim, Acádia conseguiu desenvolver esse 
tipo de governo.
O poder do lugal era extremamente im-
portante, como vimos. Porém, além de ser um 
líder político-administrativo, o lugal era, antes 
de tudo, um líder carismático. Seu poder não 
se estendia ao povo apenas pelo aspecto polí-
tico, mas inclui-se aí a questão da predileção do 
povo por determinada autoridade do soberano, 
que era também uma espécie de líder religioso.
Por último, destaca-se que o Estado Aca-
diano foi o primeiro a fazer propagandas com 
intuito de manipular a população e o primei-
ro a implantar um comércio internacional. As-
sim, pode ser que o Direito Internacional ou, 
pelo menos, o início dele tenha surgido com 
os acádios.
1.6.4 Sargão e seus sucessores
De acordo com os estudos arqueológicos, 
o primeiro rei de Acádia foi Sargão (2340-2284 
a.C.). Sargão, na verdade, parece ter incorpo-
rado várias cidades-estados, sendo Acádia a 
capital. Então, esse rei unificou praticamente 
toda a região, administrando as principais ci-
dades-estados da Suméria através de suas tro-
pas e representantes.
Temos poucas informações sobre os ante-
cessores de Sargão, mas parece que seu nome 
era Sharru kan e Sargão vem do acadiano sarru 
kenu, o que significa “verdadeiro e legítimo rei”.
Existem várias hipóteses para a ascensão 
de Sargão ao poder. Destacaremos aqui ape-
nas três: a primeira diz que Sargão era filho de 
um hortelão que alcança a função de copeiro 
no reinado de Ur-Zababa. Os deuses, insatis-
feitos com o Governo desse rei, pedem sua de-
posição e indicam Sargão ao trono; a segunda 
hipótese afirma que a mãe de Sargão era uma 
sacerdotisa de en e, por isso, de sangue real, 
fazendo com que Sargão chegasse ao poder 
por fazer parte da nobreza local.
Deve-se destacar que essas duas hipóteses 
têm um aspecto em comum: a História de Sar-
gão se confunde com a do israelita Moisés. Ve-
jamos a História de Sargão:
BOX 1
O nascimento de Sargão
Sargão, o poderoso rei, de Agade, eu sou.
Minha mãe foi uma substituída, meu pai eu não conhe'ci. O(s) irmão(s) de meu pai ama-
vam as montanhas.
Minha cidade é Azupiranu, que está situada às margens do Eufrates.
Minha mãe substituída concebeu-me, secretamente ela me fez nascer.
Ela me colocou numa cesta de junco, com betume ela selou minha tampa.
Ela me jogou ao rio que não me cobriu.
O rio me conduziu e me levou até Akki, o tirador de água. Akki, o tirador de água, retirou-
-me quando mergulhava seu já[r]ro.
Akki, o tirador de água, [tomou-me] como seu filho (e) criou-me.
Akki, o tirador de água, nomeou-me seu jardineiro. Enquanto eu era jardineiro, Ishtar 
concedeu-me (seu)
amor,
E, por quatro e [...] anos eu exerci a realeza.
O [povo] cabeça-negra eu comandei, eu gov[ernei]; Poderosas [mon]tanhas com enxós 
de bronze eu
conquistei,
As cordilheiras mais altas eu escalei, Os vales eu [atrav]essei,
As [terra]s do mar três vezes circundei. Dilmun minha [mão] cap[turou],
PARA SAbeR mAiS
Hoje existe isso tam-
bém. O prefeito coman-
da uma região menor 
que o governador que, 
por sua vez, tem uma 
área menor que a do 
presidente.
GLOSSÁRiO
Oriente próximo: O ter-
mo é usado por arque-
ólogos, geógrafos e his-
toriadores, e refere-se 
à região que engloba a 
Anatólia, que é a porção 
asiática da Turquia, 
o Levante que com-
preende Síria, Líbano, 
Jordânia, Chipre, Israel 
e territórios Palestinos, 
Mesopotâmia, que é o 
Iraque, e Transcaucásia 
que engloba Georgia, 
Armênia e Azerbaijão.
Nos contextos políticos 
e jornalísticos, essa 
região é normalmente 
considerada como com-
preendida no Oriente 
Médio, enquanto os 
termos Oriente Próximo 
são preferíveis nos con-
textos arqueológicos, 
geográficos e históricos.
Fonte: Disponível em 
<http://www.signifi-
cados.com.br/oriente-
-proximo/>. Acesso em 
23 de abril de 2013.
ATiVidAde
Discuta com seus 
colegas e com o pro-
fessor a definição de 
líder carismático. Após 
a discussão, dê três 
exemplos desse tipo de 
liderança na história da 
humanidade.
17
História - História Antiga I
[Ao] grande Der eu [subi], eu [...],
[...] eu alterei e [...].
Qualquer seja o rei que possa vir depois de mim, [...], Deixe que ele c[omande, deixe que 
ele governe] o [po]vo cabeça-negra;
[Deixe que ele conquiste] poderosas [montanhas] com enxó[s de bronze],
[Deixe] que ele escale as cordilheiras mais altas, [Deixe que ele atravesse os vales mais 
profundos], [Dilmun deixe que sua mão capture],
[Deixe que lê suba [ao] grande Der e [...]! [...] da minha cidade, Aga[de...]
[...] ... [...].
(Restante quebrado). 
Fonte: PINSKY, 2003, p.49-50.
Assim como Moisés, Sargão foi jogado ao 
rio quando criança. Estava em um cesto e al-
guém o criou. Ainda, Sargão não conheceu o 
pai e sua mãe era uma “substituída”, tal qual a 
de Moisés. Porém, o que poucos sabem, meus 
queridos acadêmicos, é que a História de Sargão 
é bem anterior a de Moisés. Podendo significar 
que, ou essa história-lenda existia entre os povos 
da Mesopotâmia e vizinhos, acrescentando aí os 
judeus, ou os Hebreus se espelharam na lenda 
e/ou história de Sargão para contar a de Moisés. 
Seja como for, ambas são muito parecidas.A última hipótese afirma que Sargão ven-
ceu Lugalzegesi no Sul, unificando, dessa ma-
neira, a Suméria.
Com isso, construiu Acádia, que se tornou 
capital, e reinou por cinquenta e seis anos, 
muito tempo para um rei da Antiguidade.
Os sucessores de Sargão nem de longe 
conseguiram a fama de Sargão. Os filhos Ri-
mush e Manishtusu sofreram várias tentativas 
de levantes, que foram sufocadas, mas jamais 
terminaram. Entre 2260 e 2223 a.C., subiu ao 
trono Naram-Sin, filho de Manishtusu que con-
seguiu lembrar as grandes conquistas do avô, 
mas, mesmo assim, foi representativamente 
inferior a Sargão.
Por volta de 2150 a.C., os guti, nômades 
provenientes do leste, acabaram desintegran-
do a unidade do Reino Acádio-sumeriano. 
Embora algumas cidades-estados sumerianas 
tenham recuperado parte de seu antigo es-
plendor, como primeiramente Lagash e pos-
terior Ur, novas invasões levavam ao colapso 
qualquer tentativa de reorganização, retoman-
do a unidade político-administrativa.
1.7 Amoritas
Após um curto período de renascimen-
to de algumas cidades sumerianas, a baixa 
mesopotâmia voltou a ser castigada por inva-
sões de nômades. Os amoritas, de origem se-
mita, se estabelecem na cidade de Babilônia, 
por volta de 2000 AC., e acabam absorvendo 
a influência cultural da civilização acádio–su-
meriana. Até então, essa cidade não exerceria 
nenhum papel de destaque na região. Sob o 
governo de Hamurabi, a baixa mesopotâmia 
foi conquistada, e a cidade de Babilônia pas-
sou a exercer a hegemonia política, se tornan-
do o principal centro comercial e religioso.
Para organizar a administração, Hamurabi 
redigiu um abrangente código de leis. Rei le-
gislador, o soberano empregou a atividade le-
gislativa para centralizar o governo.
1.7.1 O código de Hamurabi
Esse código de leis era baseado no direito 
sumério. Dividia a sociedade em três grupos 
fundamentais: nobres ( religiosos e seculares), 
mercadores e agricultores, agrupados conjun-
tamente, e, por fim, os escravos. Três modelos 
de justiça eram aplicados a cada grupo. No 
interior do grupo prevalecia a igualdade jurí-
dica. Um dos princípios do Código era a lei de 
Talião, que prescrevia rigorosas punições para 
os crimes. Era o princípio do “olho por olho, 
dente por dente”.
Após a morte de Hamurabi, o império Ba-
bilônico entrou em decadência. Revoltas de 
cidades dominadas, aliadas a novas invasões, 
levaram ao colapso do poder Babilônico. Ini-
cialmente, a região foi dominada pelos Cassi-
tas. Posteriormente Assírios submetem a cida-
de ao seu império.
18
UAB/Unimontes - 1º Período
1.8 Assírios
Os assírios, originados a partir de uma 
mesclagem de povos da região mesopotâmi-
ca, tiveram um papel excepcional na remode-
lagem da Mesopotâmia. A expansão militar 
dos assírios ocorreu no governo de Assurbalit 
I (1463 a 1328 a.C.). Sob a proteção do deus 
Assur, os líderes assírios dominaram uma vas-
ta região da Mesopotâmia.
O povo assírio viveu na antiga Mesopotâ-
mia, região compreendida entre os rios Tigre 
e Eufrates. Sua capital, nos anos mais prós-
peros, foi Nínive, numa região que hoje per-
tence ao Iraque. O Império assírio abrange o 
período de 1700 a 610 a.C., mais de mil anos. 
Antes de se tornarem um grande império na 
Mesopotâmia, os assírios se libertaram do po-
der sumério, conquistando grande parte do 
seu território. Todavia, foram logo dominados 
pelos babilônios. Em 1240 a.C, empreenderam 
a conquista da Babilônia e, a partir daí, come-
çaram a alargar as fronteiras do seu Império 
até atingirem o Egito, no norte da África. No 
governo de Tiglatpileser I, cerca de 1112 a.C., 
os assírios dominaram toda a região que se 
estendia do Mediterrâneo até as montanhas 
da atual Armênia. Apesar de os assírios serem 
um povo belicoso, geralmente, seus domínios 
eram efêmeros. As revoltas dos povos domina-
dos, não raro, fizeram com que os assírios re-
tornassem para sua região de origem.
A força militar assíria era surpreendente 
e, com frequência, surpreendia seus inimi-
gos. Utilizando carros de guerras, sua pesada 
infantaria, com escudos e couraças pesados, 
abria caminho para a penetração dos assírios. 
Além disso, as armas de ferro, introduzidas 
entre os assírios a partir de 1200 a.C., foram 
um fator decisivo em suas conquistas.
Em meados do século IX a.C., Assurna-
sirpal II, rei assírio, havia anexado vastos ter-
ritórios ao sul e ao norte de seus domínios. 
Seus sucessores anexaram Damasco e sub-
meteram a Fenícia e o reino de Israel. Anos 
mais tarde foi a vez da Babilônia ser atacada e 
dominada pelo Império assírio. No reinado de 
Sargão II (722 a 705 a.C.), os assírios domina-
ram o Egito e derrotaram os medos, na região 
que hoje compõe parte do Irã.
Muito embora os assírios tenham sido um 
povo belicamente poderoso, no campo da po-
lítica eles não conseguiam manter seu poder. 
Os maus-tratos que os assírios provocavam 
nos povos que derrotavam, não raro, ocasiona-
vam insurreições. Desse modo, os povos ven-
cidos acabaram por se juntar em torno de um 
intento comum: derrotar os assírios.
Foi assim que Caldeus e Medos lidera-
ram a revolta dos babilônios contra os assí-
rios; conquistaram, saquearam e destruíram 
Nínive, capital assíria, em 612 a.C., formando 
sobre a hegemonia caldéia o Segundo Impé-
rio babilônico, tendo em Nabucodonosor, o 
auge de seu domínio.
A economia assíria era baseada na agri-
cultura, no comércio, mas, sobretudo, nos 
espólios de guerras. A tecnologia de época 
permitiu que os assírios tivessem um arado 
de ferro, carros de guerra, lanças e armas que 
os demais povos não conheciam.
A sociedade assíria era dividida em, 
praticamente, duas camadas: aristocracia 
guerreira e sacerdotes; e os artesãos e cam-
poneses. A primeira camada assegurava a 
propriedade da terra, ao passo que os tribu-
tos e impostos eram pagos pela camada me-
nos abastada.
1.9 Caldeus
A civilização dos caldeus é um desdobramento da queda do Império Assírio. Os caldeus 
eram um povo de origem semita que vivia no sul da mesopotâmia. Juntamente com os Medos, 
povos conquistados pelos assírios, unem-se na tentativa de se libertar do domínio assírio. Os 
caldeus formaram o Segundo Império Babilônico, que se estendeu do ano 612 a 539 a.C.
PARA SAbeR mAiS
Você sabia: se um nobre 
arrancava o olho de um 
igual, a lei impunha que 
o seu olho também fos-
se removido. Entretanto, 
se arrancasse o olho de 
uma pessoa de classe 
inferior (um mercador, 
por exemplo) tinha 
que pagar apenas uma 
multa específica.
GLOSSÁRiO
medos: foram uma das 
tribos de origem ariana 
que migraram da Ásia 
Central para o planalto 
Iraniano, posteriormen-
te conhecida como 
Média, e, no final do 
século VII a.C., fundaram 
um reino centrado na 
cidade de Ecbátana.
Fonte: Disponível em 
<http://povosdaan-
tiguidade.blogspot.
com/2010/03/medos.
html> acesso em 20 de 
abril de 2013.
19
História - História Antiga I
A figura mais marcante do Império Babilônio foi, sem dúvida, Nabucodonosor II, cujo reina-
do foi de 604 a 562 a.C. O reinado de Nabucodonosor II foi conhecido como a “era de prosperida-
de” dos Caldeus.
Temos a reconstrução da cidade e a fomentação de um belíssimo jardim, posteriormente 
conhecido com os Jardins Suspensos da Babilônia. Além disso, temos a construção do zigurate, 
ou, como aparece nos textos bíblicos, da Torre de Babel.
A política externa de Nabucodonosor II também marcou o seu período no trono. Dominou o 
Egito e, em 598 a.C., atacou o reino de Judá e destruiu Jerusalém. Muitos hebreus foram levados 
cativos para a Babilônia.
BOX 2
Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Eis que virarei contra vós as armas de guerra que 
estão nas vossas mãos, com que vós pelejais contra o rei de Babilônia e contra os caldeus, 
que vos têm cercado fora dos muros; e ajuntá-los-eisno meio desta cidade. [...].
E ferirei os habitantes desta cidade, assim os homens como os animais; de grande pesti-
lência morrerão.
E, depois disto, diz o Senhor, entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo, 
e os que desta cidade restarem da pestilência, e da espada, e da fome na mão de Nabuco-
donosor, rei de Babilônia, e na mão de seus inimigos e na mão dos que buscam a sua vida; e 
feri-los-á a fio de espada; não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericórdia
Fonte: Bíblia Online – Livro de Jeremias - Capítulo 21, Versículos: 4, 6 e 7. Disponível em: <http://www.chamada.com.
br/biblia/index.php?act=ler&cap=21&livro=Jer&from=concord&ver=ACRF&modo=0> acessado em janeiro de 2009.
Com a morte de Nabucodonosor II, os sacerdotes ganharam espaço no cenário político, di-
minuindo a autoridade do rei e favorecendo os ataques externos. Por volta de 539 a.C, Ciro II, rei 
dos medos e dos persas, ataca e conquista a Babilônia.
GLOSSÁRiO
Cassitas: grupo tribal 
cuja população vivia a 
leste do rio Tigre. Para 
muitos autores a origem 
dos Cassitas é ainda 
desconhecida. Alguns 
autores, sugerem uma 
origem indo – européia.
▲
Figura 4: Jardins 
suspensos da Babilônia
Fonte: Disponível em 
<http://www. bussolaes-
colar.com.br> acesso em 
26 ago. 2008.
20
UAB/Unimontes - 1º Período
Referências
CARDOSO, Ciro Flamarion. Antiguidade Oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1997.
CARDOSO, Ciro Flamarion et all. modo de Produção Asiático: nova visita a um velho conceito. 
Rio de Janeiro: Campus, 1990.
CHEILIK, Michael. História Antiga: dos seus primórdios à queda de Roma. Rio de. Janeiro: Jorge 
Zahar, 1984. 
GARELLI, Paul. O Oriente Próximo Asiático: das origens às invasões dos povos do mar. São 
Paulo: Edusp, 1982.
GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. Petrópolis: Vozes, 2001.
KRAMER, Samuel Noah. A História Começa na Suméria. Lisboa: Publicações Europa - América, 
1997.
LEICK, Gwendolyn. mesopotâmia: a invenção da cidade. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2003.
McEVEDY, Colin. Atlas da História Antiga. São Paulo: Verbo, 1990. 
PINSK, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Atual, 1987.
21
História - História Antiga I
UnidAde 2
Egito
Rodrigo Castro Resende
2.1 Introdução
Nesta unidade iremos estudar a emergência da civilização do Egito Antigo e suas notáveis 
realizações culturais. Acima de tudo, serão estudados seus aspectos políticos, sua economia e 
sociedade, bem como a religiosidade de seu povo. Além disso, será destacado também o im-
portante papel exercido pelo Rio Nilo na vida coletiva dessa brilhante civilização que, até hoje, 
tem impressionado a humanidade através de seu rico e importante legado.
2.2 Formação
O Egito, de acordo com Heródoto, é uma “dádiva do Nilo”. Sem o Nilo e suas cheias, a civiliza-
ção egípcia jamais teria se formado. Neste caso, o povoamento no país dos faraós se formou atra-
vés das condições atmosféricas que afetam o rio Nilo na Abissínia, região ao sul do atual Cairo e 
nascente do rio. Em função da desertificação acelerada do Saara, vários nômades acabaram por 
procurar a região do Nilo para se instalar.
Como as águas do Nilo eram fáceis de serem contidas em reservatórios, prezados acadêmi-
cos, os povos que ali se instalaram formaram rapidamente comunidades. O historiador Ciro Fla-
marion Cardoso descreve as condições de povoamento do Nilo desse modo: “Em circunstâncias 
tão favoráveis, o sistema hidráulico de irrigação por tanques desenvolvido na Antigüidade foi 
bem mais simples do que o da Mesopotâmia” (CARDOSO, 2004, p.23).
De início, as comunidades de camponeses permaneceram independentes e autônomas. 
Esta situação se reflete na multiplicidade de divindades e cultos, muitos descendendo da divin-
dade local de uma vila comunitária isolada. Mesmo quando essas comunidades se agruparam 
em unidades maiores, mantiveram sua independência religiosa até quase o fim do período Pré-
-Dinástico.
Com o desenvolvimento das colheitas e das técnicas de retenção do Nilo, os “nomos” ou os 
spats foram se juntando e formaram dois grandes reinos: o do Alto Egito e o do Baixo, que mais 
adiante se unificaram e constituíram um só reino com um só faraó no comando.
Novamente, Ciro Flamarion Cardoso escreve sobre o assunto:
Não há dúvida, porém, de que a unificação definitiva haja resultado de uma 
conquista que progrediu no sentido sul- norte, pois a Arqueologia confirma su-
ficientemente tal asseveração. Um certo ‘Escorpião’, rei ou chefe de uma confe-
deração tribal, reuniu sob o seu poder o território que se estende de Hierakôm-
polis, ao sul, até Tura, ao norte de onde depois surgiria a cidade de Mênfis, sem 
chegar a tomar o Delta (CARDOSO, 2004, p.48).
Na figura 5, vocês podem notar como eram as formas de cultivo no Egito. Essas cenas são 
ótimas para vermos como aconteciam o cultivo, a irrigação, a semeadura e a colheita de trigo no 
Egito Antigo.
PARA SAbeR mAiS
Vocês sabiam que a 
maioria das populações 
antigas necessitava de 
rios para sobreviver? 
O rio amazonas é o 
maior do mundo com 
água potável. Será que 
haverá alguma disputa 
por ele?
GLOSSÁRiO
nomos: Palavra grega 
que significa pequenas 
províncias instaladas ao 
longo do Nilo.
PARA SAbeR mAiS
Alguém aqui já plantou 
e colheu alguma coisa? 
Se sim, reflita sobre o 
que se alterou.
22
UAB/Unimontes - 1º Período
Conforme percebemos na figura acima, a vida cotidiana no Egito se confunde com o próprio 
Nilo. Além disso, resguardadas as transformações do Egito durante os séculos, essa civilização 
durou nada menos que trinta e cinco séculos, 3500 anos, atravessando os mais variados domí-
nios estrangeiros (líbios, etíopes, assírios, persas, macedônios e romanos). Assim, o Egito conhe-
ceu períodos áureos e de retração, mas nunca deixou de ser uma importante civilização do “Mun-
do Antigo”.
2.3 Primeiros habitantes
Existem algumas teses a respeito dos primeiros habitantes do Egito. A primeira hipótese 
explica que o Egito se formou a partir da fusão de hamitas (brancos), semitas ou proto-semitas, 
originários da Ásia, e negróides, possivelmente, advindos da região sul do Nilo. Outros autores 
atestam que, na verdade, os primeiros habitantes do Nilo chegaram da Mesopotâmia e se mistu-
raram aos hamitas, por volta de 3300 a 3100 a.C. E uma terceira tese, mais aceita, afirma que os 
habitantes iniciais do Egito eram nômades camitas que formaram clãs ao longo do Nilo e depois 
começaram a se juntar.
Todavia, mesmo os estudos arqueológicos encontrando-se em estado bem avançado, é pra-
ticamente impossível identificar as etnias que formaram o Egito. Só para se ter uma ideia, existe 
uma grande corrente teórica que ressalta as influências da África Negra no Egito ou, quando não, 
a África Negra foi o receptáculo de uma cultura egípcia que havia desaparecido, acreditem, na 
pátria dos faraós.
A esse respeito, por exemplo, Alberto da Costa e Silva fala:
Os grupos dominantes núbios egipcianizaram-se rapidamente. Mas adotaram 
de preferência os modelos de um Egito do passado. Do Egito do Antigo Impé-
rio. Ficaram, como pode ocorrer quando se absorve uma cultura alheia, presos 
a modos de vida que já tinham deixado de vigorar na terra que lhes dera ori-
gem (SILVA, 1996, p.112).
O certo é que pelo Egito passaram uma infinidade de povos: acádios, assírios, romanos, gre-
gos, hebreus, fenícios, núbios, persas, medos, entre outros. Ou seja, o Egito é fruto, assim como 
todas as demais civilizações, de misturas múltiplas. Cada povo, com suas diversas etnias, deixou 
uma “contribuição” genética e cultural, fazendo do Egito uma plêiade de fisionomias e costumes.
Assim, falar de raça pura, como muitos afirmam, mesmo que se trate de um povo da An-
tiguidade, está errado. Esses povos se misturavam; tomavam de empréstimos as religiões e os 
costumes uns dosoutros; casavam entre si. Por isso, formavam populações, a princípio, mestiças.
Figura 5: Cenas da vida 
agrícola do Egito.
Fonte: CARDOSO, 2004, 
p.30-31.
►
GLOSSÁRiO
Hamitas: Povos afri-
canos que pertencem 
à raça caucasóide, 
originária da Europa. 
São chamados afro-me-
diterrâneos por causa 
de suas características 
físicas e da região em 
que vivem. A maioria 
dos hamitas é alta e 
possui nariz pequeno e 
pele amorenada. 
Fonte: Disponível em 
<http://www.klickescri-
tores.com.br/enciclo/
encicloverb/0,5977,
POR-4108,00.html> 
acesso em 20 de abril 
de 2013.
Camitas: ” seriam os 
povos escuros da Etió-
pia, da Arábia do Sul, da 
Núbia, da Tripolitânia, 
da Somália (na verdade, 
os africanos do Velho 
Testamento) e algumas 
tribos que habitavam a 
Palestina antes que os 
hebreus as conquistas-
sem. 
Fonte: Disponivel 
em <http://www.
espacoacademico.com.
br/032/32rwpraxedes.
htm> acesso em 20 de 
abril de 2013.
ATiVidAde
Comparar a duração de 
tempo da História do 
Egito com a História do 
Brasil. Será que a Histó-
ria do Brasil começou 
mesmo com a chegada 
dos portugueses?
23
História - História Antiga I
2.4 Localização geográfica
Até o IX milênio a.C. a região do atual 
Egito era formada por uma paisagem ver-
dejante e um clima úmido. Não se sabe ao 
certo por qual motivo, mas, já neste milênio, 
a região se tornou desértica e seca. Isso não 
apenas alterou a vida humana, mas também 
a animal. Os animais que viviam espalhados 
por todo Egito foram obrigados a migrar para 
o Nilo: única região propícia à fixação de de-
terminados animais.
Geograficamente, o Egito pode ser dividi-
do em três: o Delta (maior extensão de terras 
aráveis, formadas por pastos e pântanos); o 
Vale (faixa de terra arável, contendo manchas 
pantanosas); e o Deserto. As cheias do Nilo são 
menos violentas e mais regulares que as do Ti-
gre e Eufrates, favorecendo ainda mais o povo-
amento em regiões limítrofes ao rio.
Além de ser uma região muito fértil, o Egi-
to, em quase toda sua extensão, apresenta um 
clima quente e úmido. Acrescenta-se, ainda, o 
fato do Nilo, após percorrer quase 7.000 quilô-
metros, desaguar no mar Mediterrâneo, o que, 
posteriormente, facilitou o comércio entre os 
“povos do mar” e o interior egípcio. A vazante 
do Nilo acontece no verão e deixa uma grande 
quantidade de húmus. Ao término do verão, o 
rio volta ao seu curso normal e deixa uma terra 
fértil e propícia à agricultura. Esse sistema de 
cheia do Nilo auxiliou os egípcios na vida que 
se formava, permitindo a colheita em até duas 
vezes ao ano.
Além da fertilidade do Nilo contribuir para 
a fixação dos povos que para lá migraram, ha-
via um outro aspecto geográfico que tornava o 
Egito um ponto interessante para o povoamen-
to: os obstáculos geográficos. As terras egípcias 
eram cercadas pelo mar Mediterrâneo e por 
uma série de cordilheiras ao norte, por cataratas 
ao Sul, a oeste e a leste pelo deserto. Essa con-
formação geográfica serviu de proteção natu-
ral para os egípcios e, além disso, permitiu que 
houvesse prosperidade entre sua população.
Como acontece no Brasil, em que as es-
tações do ano não são muito perceptíveis, em 
função do calor, o mesmo ocorria com o Egito. 
Todavia, os egípcios conseguiram dividir o ano 
em três estações de quatro meses cada uma: o 
período da inundação (julho a outubro); da se-
meadura (novembro a fevereiro); e da colheita 
(março até junho).
Na verdade, o processo de que os egípcios 
não tinham conhecimento se dava da seguinte 
forma: no inverno, nas montanhas da região da 
Abissínia, formava-se uma grande camada de 
gelo e, consequentemente, as águas do Nilo 
diminuíam: períodos de semeadura e colheita. 
No verão, havia o degelo e escoamento para o 
Nilo, fazendo com que houvesse as cheias e as 
vazantes.
◄ Figura 6: O império 
egípcio na 12ª dinastia
Fonte: PARKER, 1995, p.58.
24
UAB/Unimontes - 1º Período
2.5 Divisão: reinos antigos, médio 
e império
A historiografia relacionada aos estudos que envolvem o antigo Egito elaborou uma divisão 
política visando facilitar o entendimento da história política dessa civilização milenar. Apesar de 
nem todos os historiadores adotarem essa periodização, optamos por uma divisão da história do 
antigo Egito nesses três períodos: reinos antigos, médios e império.
2.5.1 As eras do Antigo Egito
A história egípcia é rica e cheia de deta-
lhes, o que nos força a escrever apenas os as-
pectos mais relevantes dessa civilização. São 
trinta e cinco séculos de história, com encon-
tros com diversos povos; mudanças religiosas, 
políticas, geográficas; e feitos dos mais diver-
sos. O Egito é, sem dúvida, um dos berços da 
Humanidade. Assim, restringiremos ao perío-
do que vai do período Dinástico até o início da 
conquista Alexandrina (2900 a 332 a.C.).
Com a formação do Egito, acontece tam-
bém uma série de mudanças nos povos do 
Nilo: aceitação de um governo único, já que 
os povos viviam espalhados em vários mini-
-reinos; criação de uma escrita universal – o 
hieróglifo e a convenção de um estilo artístico 
próprio. Assim, as condições de vida no Egito 
melhoraram e foi possível viverem juntos.
2.5.2 Dinástico primitivo ou pré-dinástico
O período Dinástico Primitivo correspon-
de às três primeiras dinastias históricas do Egi-
to e ocupa o período de 2920 a 2575 a.C. Este é 
o período de formação da organização política 
e fiscal que encontramos no Reino Antigo. So-
bre a formação do Egito existem diversas teo-
rias. Vejamos algumas delas:
A primeira diz que havia sempre, para 
qualquer decisão, uma reunião nos Zazat pela 
população. Todavia, como a população deveria 
trabalhar para a manutenção e existência do 
Spat, escolhia-se um chefe militar para orga-
nizar os exércitos e representar determinada 
porção de indivíduos nos Zazat. Como as vitó-
rias ocorriam, o prestígio e as terras anexadas 
por esses homens aumentavam. Logo, a figura 
desse chefe militar se tornava uma verdadeira 
autoridade. Ele era exemplo de conquistador e 
herói. Isso fez com que o chefe militar, gradati-
vamente, se transformasse em um rei.
A segunda hipótese informa que, por vol-
ta de 3400 a.C., uma onda migratória vinda da 
Mesopotâmia, acredita-se que eram acadia-
nos, sobretudo, alcançou o Delta do Nilo e, 
através das guerras ou com a força do comér-
cio, começou a unificar a região.
Com todas essas conquistas e guerras, 
a religião egípcia sofre diversas transforma-
ções. Ocorre a sobreposição de divindades; 
havia a existência de um deus superior, mas, 
ao mesmo tempo, divindades menores eram 
idolatradas. Enfim, construiu-se, a partir da 
guerra, um panteão de deuses no Egito. No 
ano de 2980 a.C, mais ou menos, os reinos do 
sul se uniram e formaram o Alto Egito, cujo 
deus supremo era
Seth. Na região do Delta, os spats se junta-
ram e formaram outro grande aglomerado, o 
Baixo Egito, sendo Hórus o deus nacional.
Na cidade de Hierakonpolis, no Alto Egi-
to, um rei, conhecido como Escorpião-rei, 
avançou com suas tropas sobre o Baixo Egito, 
mas, inicialmente, não o conquistou. O méri-
to da unificação total do Egito ficou por con-
ta de Narmer (Menés para o historiador grego 
Mâneton).
Parece que Narmer partiu do Alto Egito 
e conquistou a região do Delta, tornando-se 
o primeiro faraó do Egito. Uma curiosidade: 
mesmo vencendo os povos do Baixo Egito, 
Narmer não instituiu o culto a Seth como o na-
cional, mas sim o de Hórus, que, como vimos, 
era o deus-supremo do Baixo Egito e, portan-
to, não o da região de Narmer.
PARA SAbeR mAiS
Vocês sabiam que o 
hieróglifo pode ser a 
escrita conhecida mais 
antiga do mundo? 
Qual a idade da língua 
portuguesa? Será que 
nossa língua é tão anti-
ga quanto o hieróglifo 
ou não?
PARA SAbeR mAiSHoje escolhemos 
representantes para 
decidir por nós. Estes 
são denominados de 
deputados, vereadores, 
prefeitos, senadores, go-
vernadores, presidentes, 
etc. Contudo, damos o 
nome a isso de demo-
cracia representativa, 
pois não decidimos, es-
colhemos, sim, alguém 
para decidir por nós.
PARA SAbeR mAiS
Para aprofundar os seus 
conhecimentos veja o 
filme o Escorpião- Rei.
25
História - História Antiga I
Isso pode parecer um caso típico de uma 
política bem elaborada por Narmer. Ele não 
apenas instituiu o deus do Baixo Egito, como 
também casou-se com a princesa dessa área, 
na tentativa de firmar ainda mais a aliança. 
Acrescentamos, ainda, que Narmer construiu 
a capital em Mênfis, uma região quase na divi-
sa entre o Alto e o Baixo Egito. Contudo, com a 
imposição do deus Hórus, houve uma série de 
insurreições e a primeira dinastia acabou sendo 
finalizada com a morte do faraó Qa’a.
As II e III dinastias foram marcadas por uma 
série de revoltas pelos povos do Delta, Baixo 
Egito. Eles não aceitaram a dominação dos po-
vos do Alto Egito e, tampouco, poderiam con-
ceber o culto ao deus Seth. Assim, a saída foi, 
para acalmar os ânimos do Baixo Egito, instituir 
o culto a Hórus, algo que havia sido feito por 
Narmer. Com o culto a Hórus tornando-o nacio-
nal, a figura de Seth foi atrelada a algo maligno, 
pois os habitantes do Delta o associaram às 
mortes que haviam ocorrido na região.
2.5.3 Reino antigo
O Reino Antigo correspondeu às dinastias 
IV a VIII entre 2575 e 2134 a.C. Esse foi o perío-
do de construção das três pirâmides de Guiza, 
as mais famosas do Egito. Nesse período, o po-
der tornava-se hereditário, e, ao mesmo tem-
po, os “nomos” conquistavam certa autonomia.
Com a unificação do Egito, os faraós per-
ceberam a necessidade de aumentar suas 
fronteiras. Apesar do nível político alcançado, 
o exército egípcio ainda era formado por cam-
poneses que eram obrigados a servir. As vitó-
rias egípcias ocorriam mais pelo grande con-
tingente populacional do que por possuírem 
um exército forte e bem treinado.
Acredita-se que as primeiras tentativas de 
expansão militar tenham ocorrido na Núbia, 
pois a região era rica em metais preciosos, so-
bretudo, ouro. Com o domínio sobre a Núbia 
assegurado, a próxima investida foi o Sinai. Tal-
vez, pelo mesmo motivo: metais, só que, des-
◄ Figura 7: Coroamento 
do Faraó por Seth e 
Hórus
Fonte: Disponível em 
<http://1.bp.blogspot.
com/_1_YUAd7nlc4/SjMB-
05PocbI/AAAAAAAAAgI/
sa-ceeEgKok/s400/Seth_
horus.jpg> acesso em 20 
de janeiro de 2008.
26
UAB/Unimontes - 1º Período
sa vez, cobre e turquesa. Com a conquista do 
Sinai, o Egito abre uma rota comercial no mar 
Vermelho, integrando-o ao Oriente Médio.
Ao submeterem regiões maiores e mais 
promissoras, a grande investida egípcia deve-
ria ser os povos nômades e semi-nômades. A 
expansão do Egito sobre esses povos ficou co-
nhecida como a conquista dos oásis. Era inte-
ressante a pacificação desses indivíduos, pois, 
não raro, os nômades atacavam as vilas egíp-
cias mais afastadas, dificultando a estabilidade 
interna.
O Egito não apenas atacava, mas tam-
bém era atacado. A Líbia foi uma dessas re-
giões que tentava dizimar a força egípcia. Por 
isso, na tentativa de assegurar o poder na re-
gião, o Egito investiu contra a Líbia, conquis-
tando-a e aumentando ainda mais o seu po-
der e seu território.
Não se sabe ao certo se foram os egípcios 
que atingiram Creta ou se foram os cretenses 
que chegaram ao Egito, mas o fato é que na VI 
dinastia havia comércio entre os dois povos. 
Assim, as conquistas egípcias tiveram como 
resultado a formação de um grande império. 
Apesar da pouca capacidade bélica dos exérci-
tos egípcios, a partir de então, o Egito possuía 
uma guarda nacional capaz de defendê-lo de 
possíveis invasões.
Com a formação do Egito, houve a neces-
sidade de alterar a forma política que antes era 
baseada nos “nomos”, com reuniões nas Zazat 
e com participação de uma espécie de Conse-
lho dos Anciãos – Saru, para uma forma de go-
verno centralizada.
Contudo, o poder do faraó era fragmen-
tado no Egito. Quer dizer, os “nomos”, que 
eram dominados, apesar de obedecerem aos 
faraós, possuíam seus chefes, intitulados como 
nomarcas. Estes eram uma espécie de gover-
nadores ou rei de seu Spat.
Além desse tipo de divisão do poder, ha-
via ainda uma outra: um governante do Alto 
Egito e um no Baixo Egito, que, depois do fa-
raó, eram os que maior poder tinham. Esses 
cargos eram denominados de Tjati, que fun-
cionavam como uma espécie de vizir.
A forma de sucessão ao trono no Egito 
era transmitida de uma maneira muito singu-
lar: era matrilinear. O faraó era o único no Egito 
a possuir mais de uma mulher. Suas mulheres 
eram divididas em três categorias: concubinas, 
secundárias e a Grande mulher do faraó.
As mulheres estrangeiras e outras de pe-
queno status social eram transformadas em 
concubinas; as princesas estrangeiras, filhas de 
grandes sacerdotes, esposas do faraó morto, 
eram transformadas em esposas secundárias; 
e a Grande Mulher, que era a esposa principal. 
Acredita-se que poderia ser a irmã e prima do 
faraó, mas, em alguns casos, mulheres de ca-
tegoria social menos abastada foram tomadas 
e elevadas a essa condição. Apenas os filhos 
dessa Grande Mulher poderiam se tornar o fa-
raó. Caso o faraó não tivesse filhos com essas 
mulheres, era escolhida alguma prole das es-
posas Secundárias para lhe suceder ao trono.
Com tanta riqueza e poder, ninguém ima-
ginaria que o Egito pudesse entrar em deca-
dência. Historiadores e arqueólogos se ques-
tionam sobre a possível queda desse império, 
e as teorias são as mais diversas, muito em 
função do lapso temporal entre o fato – queda 
do Egito – e os historiadores e arqueólogos.
Apresentaremos três teorias que são, via 
de regra, as menos imperfeitas: a primeira, 
Pepi II (Neferkará Phiops II) Governou por 90 
anos, representando o Deus Hórus comprome-
tendo a política militar egípcia, já que apenas 
o faraó poderia liderar expedições punitivas e 
conquistadoras. Isso fez com que na Núbia e 
no Sinai ocorressem suas autonomias, assim 
como não teria como combater os líbios. Para 
agravar a situação, Pepi II teria vivido mais do 
que seus filhos e esposas, não deixando her-
deiros legais. Isso acarretou a mudança de Di-
nastia, pois a mesma havia perdido a legitimi-
dade havendo disputas dinásticas no Reino e, 
também, fora dele.
A segunda teoria resulta de um provável 
resfriamento do centro da África, entre os sé-
culos XXIII e XXII a.C. Tal fenômeno climático 
foi capaz de reduzir o degelo das montanhas 
em que nasce o Nilo, afetando a agricultura 
egípcia. Como não havia estoque de comida, o 
faraó não pôde enviar suprimentos para as co-
lônias mineiras do Sinai e da Núbia e, tampou-
co, fomentar expedições militares para com-
bater os insurretos. Assim, não tendo comida 
nem ouro, o comércio internacional acabou 
por declinar e o Egito entra em um momento 
de enfraquecimento bélico e econômico.
A última teoria ressalta que os monarcas 
da IV Dinastia se sentiam tão superiores, em 
função de serem concebidos como deuses, 
que desenvolveram práticas protecionistas a 
favor da família real. Todos os cargos públicos 
foram ocupados por pessoas dessa família, 
evitando a ascensão de indivíduos de outras 
origens. Talvez, como forma de garantir que 
sua família fosse perpetuada na condição de 
grande soberana do Egito para todo o sempre, 
os faraós da IV Dinastia desenvolveram uma 
revolução religiosa. Essa revolução consistiu 
basicamente em intensificar o culto a uma di-
vindade antiga: Ra, de Heliópolis.
Neste caso, o acesso ao clero de Ra só era 
permitido aos membros da realeza. Todavia, 
como o culto a Ra acabou ganhando força no 
Egito, seus sacerdotesreivindicavam terras 
GLOSSÁRiO
núbia: É a região 
situada no vale do rio 
Nilo que atualmente é 
partilhada pelo Egito e 
pelo Sudão, mas onde, 
na antiguidade, se 
desenvolveu o que se 
pensa ser a mais antiga 
civilização negra de 
África, que deu origem 
ao reino de Kush.
Fonte: Disponivel em 
<http://pt.wikipedia.
org/wiki/N%C3%BAbia> 
acesso em 07 de abril 
de 2013.
27
História - História Antiga I
para garantir a legitimidade do faraó, enfra-
quecendo, assim, o próprio Egito. Com a as-
censão da V Dinastia, ocorre o conflito. Quem 
dominava o clero de Ra eram membros da di-
nastia anterior e, como o poder político havia 
mudado de mãos, o sacerdócio de Ra começa 
a pressionar o poder central. A transformação 
na representação do faraó promovida pelos 
sacerdotes de Ra foi fantástica. Antes, o faraó 
era o deus vivo, o próprio Hórus, agora, o faraó 
era o filho de Hórus, Ra, diminuindo seu poder 
e seu status.
Na tentativa de alterar essa situação, os 
faraós da VI Dinastia passaram a favorecer os 
nomarcas, para conseguir uma aliança e supe-
rar o poder do clero de Ra. Porém, isso foi o 
último erro faraônico, uma vez que os recur-
sos destinados a financiar a expansão eram 
agora doados aos nomarcas. Estes, por sua 
vez, ao invés de garantir sustentação política 
ao faraó, se fizeram, aos poucos, pequenos 
reis em seus próprios Spat. O faraó viu seu po-
der ruir e aí, talvez entre o longo governo de 
Pepi II, que, por ter visto o faraó morrer sem 
deixar herdeiros legítimos, teria precipitado 
uma crise que já se arrastava lentamente des-
de o período de maior poder dos faraós do 
Antigo Império.
2.5.4 Primeiro período intermediário
O Egito tornou-se descentralizado no Pri-
meiro Período Intermediário, que compreende 
as IX, X e a primeira parte da XI dinastia (2134-
2040 a.C.). Marca esse período a fome, a de-
sorganização e as invasões asiáticas. Aos pou-
cos formaram dois reinos: Herakleópolis, em 
fayum, e Tebas. No primeiro, houve a expulsão 
dos nômades asiáticos do Delta. Contudo, a 
XI dinastia tebana os derrotou e, por volta de 
2040 a.C., impôs nova unificação ao Egito.
O período que se iniciou com a VII Dinas-
tia foi marcado por disputas pelo poder e cri-
ses, quase ininterruptas, fazendo com que a 
força dessa Dinastia fosse ínfima. A VIII Dinas-
tia também não conseguiu se fortalecer e se 
manter por muito tempo no poder.
Por volta do ano de 2170 a.C., chega ao 
poder a IX Dinastia, cuja capital era Herakle-
ópolis, que gradativamente retoma sua au-
toridade central. Submeteu as populações 
do Baixo Egito e derrotou os líbios. Contudo, 
paralelamente, no Alto Egito, por volta dessa 
mesma data, estabeleceu-se um novo Reino 
unificado, sendo sua capital Tebas.
A unificação do Egito é contada de ma-
neira diferente pelos povos que viviam no Alto 
e Baixo Egito. No caso do Baixo Egito, a IX e a 
X Dinastias conseguiram obter o apoio dos 
Nomarcas na luta contra os povos invasores: 
líbios e hebreus e, por isso, ascenderam como 
uma monarquia. Em se tratando do Alto Egi-
to, no entanto, a situação parece ter sido bem 
diferente, Mentuhotep I parece ter sido um no-
marca da região de Tebas que, através de sua 
força militar, herdada em parte das forças mi-
litares faraônicas do Antigo Império, iniciou a 
submissão dos nomarcas do Alto Egito.
Por volta de 2133, talvez mais tarde, o Egi-
to era novamente composto de dois Reinos: 
o Alto Egito e o Baixo Egito, e ambos estavam 
prontos para se enfrentar rumo a uma nova 
unificação.
2.5.5 Reino médio
O milênio inicial da História do Egito é 
marcado também pela política isolacionista 
do Egito. Excetuando alguns casos, o Egito se 
fechou para outros povos. Além disso, o fa-
raó tornou-se a autoridade religiosa, militar, 
civil e judiciária. Todavia, com o crescimento 
do Egito, houve uma maior complexidade da 
administração e o faraó teve que delegar atri-
buições a sacerdotes e funcionários, fazendo 
com que o poder eclesiástico crescesse de for-
ma substancial. Acrescenta-se ainda que não 
havia um exército profissional. Em caso de ne-
cessidades, o faraó convocava os camponeses 
para defender o Egito. Isso fez com que o Es-
tado egípcio, durante a VI dinastia, recrutasse 
estrangeiros como soldados.
A partir da primeira metade do II milê-
nio, temos a formação do Reino Médio e do 
Segundo período intermediário. O Reino Mé-
dio (2040 a 1640 a.C.) – corresponde à segun-
da parte da XI dinastia, incluindo da XII a XIV, 
é marcado pela transferência da capital para 
Iti-taiú, em fayum, no Delta. A mudança ocor-
reu quando o tjati Amenemhat tomou o poder 
como Amenemhat I (1976 – 1947 a.C.), havendo 
a sucessão ao trono pela hereditariedade.
Amenemhat, que não tinha origem nobre, 
filho do sacerdote Senuseret, era vizir e general 
do faraó Mentuhotep IV, pertencente a XI dinas-
tia. Para alguns estudiosos, Mentuhotep IV esco-
28
UAB/Unimontes - 1º Período
lheu Amenemhat como seu sucessor pelo fato 
de o Egito viver uma desorganização política 
no período e uma desestruturação dos nomos 
e, assim, fazendo-se pertinente o comando de 
um faraó dotado de conhecimentos militares. 
Seja como for, Amenemhat restabelece os li-
mites dos nomos e reconstrói a administração 
egípcia. O Egito foi dividido em quatro regiões 
para melhor controlar as possíveis insurrei-
ções dos chefes de províncias – os nomarcas.
2.5.6 Segundo período intermediário
Por volta de 1640 a.C., os hicsos tomam 
o poder no Egito e iniciam o Segundo Perí-
odo Intermediário (1640-1550 a.C.), compre-
endendo a XV e XVI dinastias. Uma das con-
sequências do domínio hicso no Egito foi a 
independência da Núbia. Como os hicsos não 
dominaram todo o Egito, sobretudo, a região 
ao Sul, os núbios conseguiram autonomia e se 
separaram da autoridade faraônica.
Além disso, como a África Central passou 
por um período de resfriamento, no Primeiro 
Período Intermediário, o faraó, na tentativa de 
conduzir melhor os diques do Nilo, concen-
trou a administração desses em suas mãos. 
Contudo, como o poder faraônico estava em 
queda, os diques ficaram por conta do desti-
no e a fome e a pobreza se espalharam pelo 
Egito. Seja como for, o fato é que existem rela-
tos de fome extrema assolando o Egito em to-
das as partes, sobretudo no Alto Egito. É com-
preensível que, com o fracasso da agricultura, 
os homens se voltassem para o extermínio 
dos animais como forma de busca por alimen-
tos. Porém, depois que os animais de criação 
se esgotaram e que os poucos animais dispo-
níveis também já haviam rareado, não sobra-
ram alternativas a algumas populações além 
do extermínio mútuo, em outras palavras, o 
canibalismo.
Parece que houve uma dissensão entre 
os hicsos e uma facção fundou a XVI Dinastia 
no Delta ocidental. Na região do Alto Egito, 
em Tebas mais precisamente, os sacerdotes 
de Amon, organizados e ainda com algum po-
der, começaram a lutar contra os hicsos, no-
meando, em 1650 a.C., Nebkheperrá Inyotef VII 
como faraó.
Em 1580 a.C, os hicsos são derrotados 
pelo faraó Amósis que, conhecedor da cavala-
ria inserida no Egito pelos hicsos, transforma 
seu país na maior potência mundial da Anti-
guidade. Além disso, a capital volta para Tebas, 
e Tutmósis III, da XVIII dinastia, expande o Egito 
até o Eufrates, na Mesopotâmia.
Deve-se acrescentar que os hicsos manti-
veram um forte contato com o Oriente, fazen-
do com que o Egito recebesse o conhecimen-
to tecnológico oriental: bronze, gado zebu, 
frutas, legumes, mas, principalmente, o cava-
lo como carro de guerra, marcando de forma 
decisiva a ampliação dos contatos egípcios no 
exterior.
2.5.7 Reino novo
A segunda metade do II milênio, denomi-
nado de Reino Novo, representou “o auge da 
riqueza e do refinamento da civilização faraô-
nica; integram-no as

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