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1 INFILTRAÇÃO Eng. Walter Corrêa Carvalho Junior, Esp. GPA – CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS Conteúdo da Aula Fatores que interferem na infiltração; Grandezas Características Infiltração Método de Horton Método do Soil Conservacion Service (SCS) 2 • Passagem da água através da superfície do solo, ocupando os poros existentes no solo. • Importante para: – crescimento da vegetação – abastecimento dos aquíferos (mantém vazão dos rios durante as estiagens) – reduzir escoamento superficial, cheias, erosão • Todos temos noções qualitativas sobre a capacidade de infiltração dos solos • O solo arenoso é mais permeável que o solo argiloso • Um solo fofo é mais permeável que um solo compactado • O afofamento do solo melhora a sua permeabilidade Infiltração • O solo é uma mistura de materiais sólidos, líquidos e gasosos. • Na mistura também encontram-se muitos organismos vivos (bactérias, fungos, raízes, insetos, vermes) • figura extraída de Para entender a Terra Água no solo 3 • Normalmente analisada do ponto de vista do diâmetro das partículas que compõe o solo: Diâmetro (mm) Classe 0,0002 a 0,002 Argila 0,002 a 0,02 Silte 0,02 a 0,2 Areia fina 0,2 a 2,0 Areia grossa Parte sólida do solo A infiltração somente pode ocorrer naturalmente enquanto houver água disponível para infiltrar. Ex: Precipitação ou armazenamento nas depressões do terreno • Infiltração – Os perfis dos solos são divididos em camadas superpostas, normalmente paralelas e acompanhando a topografia, denominadas horizontes – Estes horizontes apresentam diferentes características, especialmente com relação ao processo de infiltração INFILTRAÇÃO Fonte: Dep. Ciências da Terra/Portugal (2008) 4 FATORES QUE INTERFEREM Florestas: maior interceptação; maior profundidade de raízes. Maior interceptação = escoamento demora mais a ocorrer. Maior profundidade de raízes = água consumida pela evapotranspiração pode ser retirada de maiores profundidades do solo. Cobertura Vegetal Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS 5 Ciclo hidrológico sem processo de urbanização Fonte: Curso de Aperfeiçoamento em Gestão de Recursos Hídricos – UFAL (2010) Substituição de florestas por lavoura/pastagens Urbanização: telhados, ruas, passeios, estacionamentos e até pátios de casas Modificação dos caminhos da água • Aumento da velocidade do escoamento (leito natural rugoso x leito artificial com revestimento liso) • Encurtamento das distâncias até a rede de drenagem (exemplo: telhado com calha) Uso do solo Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS 6 Agricultura = compactação do solo • Redução da quantidade de matéria orgânica no solo • Porosidade diminui • Capacidade de infiltração diminui • Raízes mais superficiais: Consumo de água das plantas diminui Uso do solo Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS Ciclo hidrológico em área urbanizada Fonte: Curso de Aperfeiçoamento em Gestão de Recursos Hídricos – UFAL (2010) 7 Solos arenosos = menos escoamento superficial Solos argilosos = mais escoamento superficial Solos rasos = mais escoamento superficial Solos profundos = menos escoamento superficial Tipos de solos Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS Características físicas da bacia Tipo de solo: Rochoso Solo residual (maduro) Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS 8 Rochas do sub-solo afetam o comportamento da bacia hidrográfica. Rochas porosas tem a propriedade de armazenar grandes quantidades de água (rochas sedimentares – arenito). Rochas magmáticas tem pouca porosidade e armazenam pouca água, exceto quando são muito fraturadas. Bacias com depósitos calcáreos tem grandes cavidades no sub-solo onde a água é armazenada. Geologia Fonte: Adaptado de Collischonn - UFRGS Características da vazão de acordo com a permeabilidade do solo 9 INFILTRAÇÃO Grandezas características • Infiltração – conceitos e grandezas características – A capacidade de infiltração (IC) varia com a umidade do solo • A capacidade de infiltração está relacionada com a disponibilidade de espaço nos poros do solo • Um solo úmido contém água preenchendo parte dos poros, diminuindo a capacidade de sucção da matriz porosa • Antes do início da chuva, o solo encontra-se seco ou com baixa umidade e a quantidade de água necessária para que haja o preenchimento dos poros é alta • Após o início da chuva, os poros vão sendo preenchidos, o que promove a diminuição da capacidade de infiltração • Quando a chuva cessa, a água nos poros mais próximos à superfície do terreno vai sendo consumida por evaporação ou evapotranspiração, aumentando a capacidade de infiltração do solo • Portanto, existe um limite para a capacidade de infiltração, que ocorre quando o solo encontrar-se completamente seco INFILTRAÇÃO 10 INFILTRAÇÃO IR Neste intervalo, P < IC IR = P IC diminui com o aumento da umidade nas camadas superficiais do solo P > IC IR = IC IC diminui com o encharcamento do solo na superfície e o aumento da umidade nas camadas inferiores Escoam. Sup. = P – IR P = 0 IR = 0 IC aumenta com o ressecamento do solo na superfície • f = taxa de infiltração (mm/hora) • fc = taxa de infiltração em condição de saturação (mm/hora) • fo = taxa de infiltração inicial (mm/hora) • t = tempo (horas) • = parâmetro que deve ser determinado a partir de medições no campo (1/hora) • e = número de euler é a base dos logaritmos naturais dado por: Sendo x qualquer número natural tefcfofcf Equação de Horton (1930) Esse conceito assume que a parcela de infiltração é geralmente maior no início e decai ao longo da precipitação até atingir um patamar constante. Utilizado em bacias urbanas. 11 Indicação de valores aproximados para fórmula de Horton através da classificação de solo do SCS 12 EXEMPLO • Dada a chuva a seguir, determine a parcela infiltrada e a chuva excedente pelo método de HORTON. Considere o solo tipo B que possui os seguintes parâmetros: • fo = 200 • fc = 12 • K = 2 kte k fcfo tfcf 1. Tempo (hora) Precipitação Total (mm) Potencial Infiltração (mm) Potencial Infiltração em dt (mm) Qtidade Infiltrada (mm) Chuva Excedente (mm) 0,50 5,00 1,00 20,00 1,50 30,00 2,00 22,00 2,50 15,00 Infiltração pelo Método de Horton 13 • Estabelece relações entre a precipitação, o deflúvio superficial, o grau da vegetação, tipo e ocupação do solo. Muito utilizado para zonas rurais e quando não se dispõe de dados hidrológicos. • Q é o escoamento superficial (mm) • P é a precipitação (mm) • S é a retenção potencial do solo (mm) Equação de SCS (Soil Conservacion Service) SP SP SP Q 2,0; 8,0 2,0 2 Se P ≤ 0,2S → P = 0 Curve Number (CN) • É o número da curva de escoamento superficial e depende do tipo e uso do solo. O CN varia de 0 a 100, conforme tabelas. • S é a retenção potencial do solo em mm 254 25400 4,25 10 1000 CN S S CN 14 Grupo de Solo Característica Solo A Solos com baixa capacidade de produção de escoamento superficial, com alta infiltração. Ex: Solos arenosos profundos com pouco silte ou argila (até 8%) SoloB Solos com menor permeabilidade que a classe anterior, sendo solos arenosos menos profundos ainda com baixo teor de argila total (até 20%). Camada de solo mais densa e com maior presença de humus. Solo C Solos que produzem escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo da mesma. Solos barrentos do tipo franco-argiloso e pouco profundo. Solo D Solos que contém argila expansivas, com baixa capacidade de infiltração e as maiores condições de escoamento. Mais de 40% de argila total em sua composição e profundidade até 50 cm. Camada de solo quase impermeável ou horizonte de seixos rolados. Fonte: Tucci (2001) apud Carvalho (2008) - Adaptado • V a lo re s d e C N p a ra c o n d iç õ e s d e u m id a d e I I S R – S u lc o s R e to s ; C – c u lt iv o c o m c u rv a d e n ív e l; T - t e rr a c e a m e n to 15 Valores Médios de CN Fonte: Adaptado de Collischonn – UFRGS (2008) 16 Condição de saturação do solo (umidade do solo) • Condição I – Solos secos. As chuvas dos últimos 5 dias não ultrapassam 15 mm. • Condição II – Situação média em período chuvoso. Chuvas dos últimos 5 dias totalizam 15 a 40 mm. • Condição III – Solo úmido próximo da saturação. Chuvas dos últimos 5 dias superiores a 40 mm. Conversão das curvas CN para demais condições de umidade do solo 17 Exemplo Qual é a lâmina escoada superficialmente durante um evento de chuva de precipitação total P=70 mm numa bacia do tipo B e com cobertura de floretas? Verifica-se a condição P > 0,2S: 254 25400 CN S SP SP Q 8,0 2,0 2 Exercício Horas mm 0,5 5 1,0 10 1,5 20 2,0 15 2,5 10 3,0 5 Dada a precipitação, calcule a chuva efetiva para um solo com CN de 85. 0 5 10 15 20 25 0,5 1 1,5 2 2,5 3 P re c ip it a ç ã o ( m m ) Horas Hietograma 18 Horas mm Pacum Pacum Pexc 0,5 5 1 10 1,5 20 2 15 2,5 10 3 5 Resolução 254 25400 CN S SP SP Q 8,0 2,0 2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0,5 1 1,5 2 2,5 3 P re c ip it a ç ã o ( m m ) Horas Hietograma Infiltrado
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