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Multipolarização política

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Multipolarização política
O avanço dos processos que caracterizam a globalização gerou o aumento da interação política e econômica entre os países, contribuindo para a formação de uma série de fóruns internacionais que discutem assuntos de interesse comum, em escala global. Entre esses fóruns de debate, destacam-se o Grupo dos Oito (G8) e o Grupo dos 20 financeiro (G20).
Um dos aspectos mais evidentes da globalização é o aumento das relações comerciais em escala mundial. Nesse contexto, ganhou notoriedade a Organização Mundial do Comércio (OMC), instituição internacional que visa fiscalizar e regulamentar o comércio mundial. Além de estabelecer regras e fiscalizar o seu cumprimento, a OMC resolve conflitos entre os países-membros, gerenciando os acordos e estabelecendo punições àqueles que os descumprem, sempre buscando a redução das práticas protecionistas. Também organiza rodadas de negociações em favor da ampliação dos acordos comerciais internacionais.
O G20 financeiro inclui tanto países industrializados como países emergentes.
Já o G20 comercial inclui apenas países emergentes. 
O G20 comercial foi criado em 2003, numa das reuniões da Rodada Doha. Composto por 23 países em desenvolvimento – África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia, Zimbábue, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão, Tailândia, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela –, é um dos grupos mais influentes nas negociações agrícolas da OMC; afinal, ele representa 60% da população rural, 21% da produção agrícola e 18% das exportações mundiais.
Dentre suas reivindicações, destacam-se a eliminação dos subsídios agrícolas e maior acesso aos mercados dos países desenvolvidos.
Geopolítica do militarismo
Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram artefatos nucleares sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. E desse modo nefasto, o mundo tomou conhecimento de uma arma com poder de destruição até então inimaginável, que matou quase instantaneamente dezenas de milhares de pessoas. Os sobreviventes, expostos à radioatividade, sofreram queimaduras, cegueira, surdez e posteriormente desenvolveram cânceres.
De lá pra cá, a produção de artefatos bélicos nucleares prosseguiu, e hoje nove países detêm essa tecnologia militar. Observe o mapa a seguir.
O arsenal bélico nuclear é uma peça importante na estrutura da geopolítica do militarismo. Mas não é a única.
Após a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética iniciaram a Guerra Fria (1945-1989), período marcado por fortes tensões entre essas superpotências que disputavam novas áreas de influência e acumularam armas de elevado poder de destruição. Com o fim dessas disputas, no início da década de 1990, imaginava-se que a corrida pela obtenção de armas seria reduzida e que novas perspectivas nas relações entre as nações seriam estabelecidas. No entanto, o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos em 11 setembro de 2001, realizado pela rede terrorista Al Qaeda, deu início a uma nova corrida armamentista e abriu espaço para novas ações militares.
Em 2012, os gastos militares em escala mundial foram de 1,75 trilhão de dólares, o equivalente a 2,5% do PIB global. Nos últimos anos, a crise econômica mundial iniciada em 2008 determinou uma redução dos gastos militares nos EUA, na Europa Ocidental e Central, no Canadá e no Japão. No entanto, outras regiões, como Ásia Oriental, Oriente Médio, norte da África e Europa Oriental, aumentaram seus gastos.
Dentre as maiores potências militares, destacam-se aquelas que possuem armas atômicas. Estados Unidos e Rússia são as maiores potências nucleares, e outros sete países possuem esse tipo de armamento: Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel. Vale destacar que o governo israelense nunca confirmou oficialmente que possui esse tipo de armamento.
O Tratado de Não Proliferação Atômica (TNP) é um acordo internacional que visa coibir a produção e disseminação desse tipo de armamento.
Potências emergentes
Em 2001, o relatório elaborado pelo grupo financeiro Goldman Sachs indicava alguns países com elevado potencial de expansão econômica, lançando assim a sigla BRIC, alusiva às iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
Esse estudo destacava que esses países em conjunto representam a quarta parte da área terrestre e possuem 40% da população mundial, além de serem detentores de diversos recursos naturais e de um imenso mercado consumidor, fatores que alavancam suas economias a ponto de torná-los peças fundamentais na economia mundial. A China e a Índia destacam-se como produtores mundiais de bens e serviços, enquanto o Brasil e a Rússia são grandes fornecedores de matérias-primas agrícolas e energéticas para o planeta.
BRIC não é um bloco econômico, mas uma sigla que reúne países com características semelhantes. Desde 2006 esses países realizam encontros periódicos com a intenção de aproximarem suas economias, visando assim ampliar sua influência planetária de forma conjunta. Em 2011, a África do Sul (South Africa, em inglês) foi convidada a participar desse grupo, que então passou a ser conhecido como BRICS.
Fases da integração econômica
Ao longo do século XX, principalmente após a Primeira Guerra Mundial, surgiu o chamado capitalismo financeiro, conhecido também como capitalismo monopolista. Nas fases anteriores, o comércio e a indústria eram as principais atividades econômicas, diferentemente dessa atual etapa do capitalismo, em que a circulação financeira realizada nos bancos e nas bolsas de valores tem papel de destaque.
Atualmente é muito comum ocorrer fusão entre o capital bancário e a produção industrial, permitindo a formação de empresas com grande poder financeiro, capazes de produzir em regiões distantes da área de origem. Essas empresas são chamadas de transnacionais, por transporem as fronteiras originais e produzirem em outros países.
A economia é um dos setores mais importantes da globalização. É verdade que há muitos séculos se estabelecem relações financeiras e comerciais entre diferentes lugares, porém, nas últimas décadas esse processo ganhou uma proporção gigantesca, fato facilmente verificável na atuação de empresas, governos e organismos internacionais, que agem cada vez mais sob a perspectiva de um mercado global. Atualmente, os países mantêm entre si estreitas relações monetárias, com investimentos feitos em praticamente todos os cantos do planeta, além das intensas trocas de bens e serviços.
Um dos fatores que possibilitou o desenvolvimento da globalização econômica foi o grande avanço tecnológico nos meios de comunicação. Computadores, internet, telefones celulares permitem que as trocas de informação entre empresas e organismos ocorram com mais rapidez e eficiência, facilitando a organização de atividades produtivas e possibilitando a ampliação das trocas financeiras entre vários mercados.
Hoje é crescente o fluxo de capitais, tanto de investimentos produtivos como de investimentos financeiros, especialmente o chamado capital especulativo que circula nas principais bolsas de valores.
O neoliberalismo, com sua política de desregulamentação dos mercados, e os paraísos financeiros, com a lavagem de dinheiro, são mais dois dados que participam dos fluxos da economia no mundo globalizado.
Blocos econômicos 
A formação de blocos econômicos tornou-se uma prática comum a partir da década de 1990. Com o fim da Guerra Fria e a expansão da globalização, os governos nacionais perceberam que uma maior aproximação de outros mercados faria com que suas economias alcançassem um melhor desempenho.
 Nem todos os blocos econômicos apresentam as mesmas características, e, em razão disso, recebem diferentes denominações: Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum e União Econômica e Monetária.
Numa Zona de Livre Comércio, o objetivo é realizar uma gradativa liberalização do fluxo de mercadorias e de capitais entre os países quecompõem o bloco.
Já a União Aduaneira é um estágio transitório entre a Zona de Livre Comércio e o Mercado Comum. Estabelece a redução das tarifas alfandegárias entre os países-membros, além de definir uma “Tarifa Externa Comum” (TEC), imposta aos países que não fazem parte da organização.
O Mercado Comum, além de apresentar as mesmas características das associações anteriores, também estabelece a livre circulação de pessoas e a padronização das legislações econômica, trabalhista, fiscal e ambiental. Até 1998, a União Europeia caracterizava-se como um Mercado Comum. Naquele ano, o bloco iniciou o processo de adoção de uma moeda única (euro), fato que exigiu a criação do Branco Central Europeu e a convergência das políticas macroeconômicas. Desde então a União Europeia é considerada uma União Econômica e Monetária.
UE
Buscando ampliar suas bases econômicas após a Segunda Guerra Mundial, alguns países da Europa desenvolveram gradativamente um processo de unificação comercial. Por meio de organizações, as nações europeias ampliaram a prática do livre comércio – estabelecendo a comercialização isenta, total ou parcialmente, de taxações alfandegárias entre seus integrantes. Assim surgiram organizações como Benelux (Bélgica, Nederland – ou Países Baixos – e Luxemburgo), em 1944, e a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), em 1952.
 O sucesso do CECA levou seus membros a ampliarem seus objetivos de integração. Por meio da CEE ou MCE (Comunidade Econômica Europeia ou Mercado Comum Europeu), criada a partir do Tratado de Roma (1957), foi estabelecido o livre comércio de mercadorias, serviços e mão de obra entre os seus integrantes. Dessa forma, de 1957 a 1972, seis países integravam o MCE – Alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e Itália. Gradativamente, esses países ampliaram suas relações comerciais e fortaleceram suas economias. Isso motivou outros países a pedirem adesão ao bloco, que, assim, foi ampliando o número de membros.
No começo da década de 1990, os membros do Mercado Comum Europeu resolveram aumentar suas relações comerciais, políticas e econômicas. Assim, na cidade de Maastricht, localizada na Holanda, foi firmado o acordo que, entre outras medidas, estabeleceu um cronograma para a implantação de uma moeda única (euro) e ampliou as facilidades para a circulação de mercadorias, capitais e pessoas. Em janeiro de 1993 o Mercado Comum Europeu passou a ser chamado deUnião Europeia.
Em 2009, foi assinado mais um acordo entre os integrantes do bloco. Firmado na capital portuguesa, o Tratado de Lisboa amplia e unifica o quadro jurídico da organização, além de modernizar e reformar seu modo de funcionamento.
Comércio Exterior 
Dentre os fatores que promoveram a ampliação do comércio mundial nas últimas décadas, destacam-se a formação de blocos econômicos e os avanços promovidos pela Revolução Técnico-Científico-Informacional. Os blocos promovem maior integração entre a economia dos países-membros, facilitando as trocas comerciais e outras atividades político-sociais. Já a Revolução Técnico-Científico-Informacional promoveu um grande avanço tecnológico nas comunicações e nos transportes, assim permitindo maior integração comercial em escala global.
Com a expansão do comércio internacional, surgiu a necessidade de uma organização mundial que estabelecesse regras e assegurasse o cumprimento destas. Assim surge, em 1947, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, de General Agreement on Tariffs and Trade). Nos anos 1990 essa organização passou a ser denominada WTO, ou, em português, OMC(Organização Mundial de Comércio). Algumas importantes nações atrasaram sua adesão à OMC, como China e Rússia, que, respectivamente, aderiram às regras da organização em 2001 e 2012. As negociações na OMC são importantes, pois nelas os países signatários da organização estabelecem regras e punições que vigorarão no comércio internacional. A última rodada foi a que começou em Doha, e nela se destacam as divergências entre países desenvolvidos e emergentes em relação aos subsídios agrícolas.

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