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História do Pensamento Econômico RESUMOS ALICE DUARTE Prof.: Bruno Aidar PROVA 1: AULA 1 ATÉ AULA 6 • Aula 1 – Sociedade, Economia e HPE – Nossa obsoleta mentalidade de mercado (Karl Polanyi) Polanyi escreve após a crise de 29, desacreditando na capacidade do mercado de se autorregular, ou seja, se opõe ao liberalismo e acredita que só há mudança através da revolução (marxista) Economias antigas e primitivas: A economia está submersa, incrustada nas relações sociais, mesmo nas sociedades primitivas a economia era apenas um meio de existência e reprodução da organização social. No passado a economia era um meio para se obter uma posição social, um status, ela era acumulada, mas não era usada com usura, diferentemente dos dias atuais. Polanyi se opõe Adam Smith ao indicar uma inexistência de uma propensão natural para o comercio e a troca e defende a ideia de Aristóteles no que diz respeito ao homem não ser econômico e sim um ser social. Para ele se havia ausência do risco de passar fome e do desejo de obter lucros pela produção e pela troca nas economias primitivas os homens não buscavam o mercado. Revolução industrial e liberalismo: E economia atual para chegar no sistema autorregulado passou por grandes transformações, algumas técnicas e outras na mentalidade e nos valores dos homens, quando ocorre esse processo de transformações dessas economias podemos dizer que existe uma economia de mercado. A grande transformação da economia liberal: Começa a transformação de coisas que não eram economia em economia, uma delas e a natureza (terra) e outra o ser humano (trabalho) passam a ser comercializados, não temos mais a opção da autossubsistência. Os salários como preço de mercado da oferta e procura do trabalho e a renda como preço de mercado da oferta e procura de terra. Esses dois elementos, trabalho e terra, passam a ser regidos pelas leis do mercado. A economia passa a dominar a sociedade e é o principal motor das relações sociais e políticas. Com a economia de mercado criamos uma nova forma de sociedade agora voltada para o mercado, o medo da fome (pelos trabalhadores) e a atração pelo lucro (capitalistas) passam a manter esse sistema de mercados em funcionamento. Nessas sociedades todas as fontes de rendimentos depender das relações entre oferta e procura, nem sempre o mercado funciona, para Polanyi os mercados devem ser regulados para que a sociedade sobreviva, e necessário pontuar o grau de mercantilização de coisas que não eram mercadorias. A sociedade se torna refém do mercado (crítica ao liberalismo) Pilares do liberalismo econômico: Polanyi critica o capitalismo e acredita que a economia de mercado dependeu de um alto grau de intervenção política. Existem três leis que marcam o capitalismo e que com o seu fim garante os pilares do liberalismo: • Leis dos Pobres (1834): foram um sistema de ajuda social aos pobres em Inglaterra e Gales[3] que se desenvolveu a partir da Idade Média tardia e das leis Tudor. O fim da assistência aos pobres com a extinção de asilos. Permite a existência de mercado autorregulado de trabalho. • Lei dos Bancos (1844): essa lei garantia monopólio total ao Banco da Inglaterra imposto por lei. Uma vez criado este poder, parecia natural que ele seria usado e abusado. O fim dessa lei implica o fim do monopólio da cunhagem da moeda pelo Banco da Inglaterra. Permite a existência de mercado autorregulado de dinheiro e a instituição do padrão ouro. • Lei dos Cereais (1846): Foi uma lei que proibia a Inglaterra de negociar agricultura com outros países, foi concebida para proteger os produtores rurais ingleses ao promover a exportação e limitar a importação quando os preços caíram abaixo do ponto fixado. O fim da proteção agricultura inglesa, ou seja, o fim da Lei dos Cerais permite a existência de livre circulação internacional de mercadorias. Essas três leis formam o mercado internacional de mercadorias, o mercado de dinheiro e o mercado de trabalho, todos são autorregulados. Acreditavam que o mercado se organizava de uma forma espontânea. Economia de mercado: A proposta principal de Polanyi e criticar a ideia de buscar sempre o lucro e defende a ideia de que o ser humano e um ser social e que foi transformado em ser econômico e tem cada vez se tornado mais bidimensional, é preciso rearticular a economia as relações sociais, e necessário o controle da economia para um melhor desenvolvimento da vida social, o mundo dominado pelas forças autorreguladas do mercado e um mundo de autodestruição. Citação de Polanyi : “Os mercados existem em todas as sociedades, e a figura do mercador é conhecida em muitos tipos de civilizações. Mas os mercados isolados não se interligam para formar uma economia. A motivação do ganho era específica dos mercadores, como o eram a coragem do cavaleiro, a devoção do sacerdote e o orgulho do artesão. A ideia de universalizar a motivação do ganho nunca passou pela cabeça dos nossos antepassados. Em nenhuma época anterior ao segundo quartel do século XIX os mercados foram mais que um traço secundário na vida social” (POLANYI, 2012, p. 217; grifos Prof. Bruno). A citação acima mostra como as pessoas estão sendo dominadas pela economia, mas a busca pelo lucro e algo recente, não passava pela cabeça do cavaleiro e o mercado não era a forma dominante nas sociedades antigas. • Aula 2 – Sociedade, Economia e HPE – A história do pensamento econômico como teoria retórica (Pércio Arida) Questões Principais: • A economia é uma ciência? Não, a economia pensada como ciência sugere neutralidade e objetividade na análise econômica o que não acontece pois a economia tem suas subjetividade e recebe influencias políticas e sociais • Quais as consequências dessa visão para o estudo da HPE? Tendo a economia como ciência, a economia seria formada apenas de teorias vencedoras e as demais são descartadas, dessa forma a HPE seria apenas a história dos vencedores na qual a teoria atual sobrepõe as demais, estudantes deveriam aprender apenas a teoria atual e a HPE seria apenas curiosidades sobre o passado sem importância perto da teoria atual (superior). A teoria econômica seria separada completamente da HPE. • Qual é a relação entre teoria econômica (economia) e HPE? A teoria econômica e um progresso continuo e HPE é uma matriz que dá as diretrizes do pensamento econômico. Na visão Soft Science a teoria econômica está ligada diretamente a HPE pois as teorias atuais são baseadas no pensamento econômico anterior, ou seja, nos clássicos e estão em progresso. • Por que ler os clássicos do pensamento econômico? Por que eles não se deveriam ser lidos? Os clássicos devem ser lidos pois as teorias atuais estão baseadas neles, os clássicos dão as matrizes do pensamento econômico. Eles não deveriam ser lidos pois quando nos baseamos apenas no passada ao mudar o contexto a teoria pode não funcionar e passa a ter inexistência de novas teorias e não há evolução do pensamento. As obras do passado devem ser usadas como ponto de partida e instrumento de referências para a evolução da economia. • Evolução Cientifica: A evolução do conhecimento ocorre de forma abrupta (de revoluções) na forma que enxergamos a ciência, temos uma forma de pensar a natureza e isso se transforma completamente por um novo paradigma de acordo com Thomas Kuhn. Nessa visão a teoria econômica atual seria melhor do que todas as que já foram pensadas, a teoria vencedora. • Economia como ciência (Forma ortodoxa) No final do século XIX a economia passoua ser estuda como ciência e não só como economia política, nessa visão a economia pode ser separada completamente a posição do sujeito observador como o objeto do estudo, ou seja, há uma neutralidade da parte do observador, analise objetiva baseada em fatos. Nessa visão o papel do economista e apenas mostrar os fatos a relação econômica entre eles. Nessa visão a economia só funciona de uma forma, relacionada as ciências exatas e naturais; são desprezadas as subjetividades e a teoria atual seria o ápice da economia, as teorias passadas teriam sido superadas e HPE seria a história dos vencedores. Essa ideia deu origem a teoria HARD SCIENCE • HARD SCIENCE: Visão da paisagem econômica onde os autores acreditam que as teorias clássicas são desatualizadas e não tem importâncias na atualidade. As teorias clássicas não são necessárias para as economias atuais, não se deve avaliar o presente por meio do passado, portanto essas teorias são desatualizadas e não tem aplicações atualmente. Nessa interpretação mostra-se a lógica evolutiva da ciência mostrando que a teoria usada atualmente seria a melhor e atua por ser a evolução das anteriores, portanto estamos sempre corrigindo os erros do passado. Nesse ponto de vista o papel da HPE seria olhar o passado e contar a história das teorias vencedoras. Há uma separação total de HPE da teoria econômica. • SOFT SCIENCE: Nessa visão apesar da paisagem econômica (capitalismo) ser apenas uma, há diversas formas e visões diferentes para enxergar essa realidade. Não é possível uma visão geral de todas as perspectivas pois depende de vários fatores individuais de cada região, nessa visão a HPE fornece diferentes formas de se olhar a realidade econômica, não existe uma única teoria economia, mas diversas correntes econômicas e diversas linhagens que não se misturam apesar de as vezes sofrerem influencias umas das outras, mas de maneira geral estão separas (ex. neoclássicos, marxistas e keenesianos), a forma de enxergar a realidade é diferente. Nessa interpretação o papel do HPE é fornecer diversas matrizes do pensamento econômico e dessa forma os clássicos passam a ser importantes pois as teorias atuais foram evoluções dos clássicos, o curso de HPE analisa a perspectiva de cada autor sobre o capitalismo. Nessa visão não existe ideia de incorporação de outras teorias, não há fronteira. • Problemas da perspectiva Hard Science De acordo com Persa Arrida essa perspectiva apresenta apenas um método valido de pesquisa, os economistas não seguem as regras que se prepõe. Não tem uma resolução de fato científica, há uma retorica nos argumentos e uma ruptura entre a teoria econômica e HPE. A Economia sofre interferência da política e sociedade que torna esse método cada vez menos cientifico e mais social. Não se fala em evolução teórica pois nessa perspectiva uma teoria seria superada pela outra e não evoluída. • Problemas da perspectiva Soft Science Há uma fusão entre economia e HPE e, portanto, estamos apenas repetindo o passado, havendo a inexistência de novas teorias pois está tudo contido nas matrizes do passado e toda a teoria era dissolvida na HPE. Há o risco dessa teoria e de projetar sempre as mesmas teorias para o presente. Se o contexto muda, então o texto não pode servir e orientação para a teoria econômica. Enquanto o modelo Hard peca por falta o modelo Soft peca por excesso • Críticas ao texto de Arida o Arida supõe uma impermeabilidade dos textos e dos contextos do passado ao presente. o Implicitamente, Arida deixa como única alternativa a utilização da teoria econômica atual uma vez que o contexto completo do passado é impossível de ser alcançado (tanto pelas diferenças entre passado e presente quanto pelo trabalho incansável de reconstituição do contexto intelectual do surgimento das ideias econômicas). Portanto, Arida acaba concordando com a hard science. o Capitalismo de Marx, Schumpeter e Keynes são tão diferentes do existente no mundo atual? o Textos do passado não estão destinados apenas à reconstrução meticulosa da HPE, mas também servem como referência e como pontos de partida para análise do presente. o Arida nega o valor da soft science enquanto delimitadora das questões e teorias principais que estruturam o pensamento econômico em diferentes matrizes. Não são ideias conjunturais e vão à essência da realidade capitalista. • Aula 3 – Mercantilismo – DEYON, Pierre. O mercantilismo. (“Políticas e práticas mercantilistas”. p. 17-55.) e HECKSCHER, Eli. A época mercantilista: o tema (1931). • Por que surge a economia política? Na antiguidade economia era considerada a ciência da administração de casa, a ideia passa a ser ampliada e a economia começa a ser importante também para o Estado gerando uma ciência de acumulação de poder e uma ciência da criação e acumulação de riqueza (econômica). Na política passa a ser criado uma ciência de criação e acumulação do poder político, essas duas ciências estão interligadas e assim surge a economia política. • Mercantilismo Os principais teóricos do mercantilismo utilizam formas especificas de trata- lo, o Schmoller (1884) define o mercantilismo como uma forma de transformar um mercado regional (política econômica local) em um mercado nacional (política econômica do Estado nacional) o Heckscher (1931) define o mercantilismo como fase da história da política econômica entre a sociedade feudal e o liberalismo (sec. XVI - XVIII) o Deyon (1969): define mercantilismo como teorias e práticas de intervenções econômicas, o mercantilismo como forma de unificação territorial e administrativa, sistema de produção e de riqueza. Deyon enfatiza as partes praticas, para ele o mercantilismo foi desenvolvido na Europa moderna desde a metade do século XV até o começo da Revolução Industria. • Surgimento do mercantilismo foi profundamente dependente do aparecimento dos Estados modernos. A principal característica do estado moderno é o exército, que possibilita o monopólio da violência legitima. Apenas o estado possuía o poder das armas. Porém Estado não possuía riqueza, sem riqueza que se possa tributar não é possível realizar guerras, pois é necessário financiar os exércitos e frotas. O comercio passa a ser base para a riqueza e poder do Estado. O Estado para criar tributações precisa estimular a economia incentivando o comercio para ter riqueza tributária. Exército, tributações e comércios estão interligados por isso o mercantilismo está tão ligado aos estados nacionais. Os estados passam a lutar contra as forças de dispersão (Ex. força universal da Igreja e do Império Romano – Germânico), lutam contra as particularidades regionais, ou seja, províncias e corporações dentro dos estados e contra a depressão econômica (sec. XVII); o rei para possuir a soberania precisa lutar contra a igreja, a burguesia, a nobreza e outros. Essas políticas econômicas que estão surgindo mantem algumas semelhanças com a política feudal, entre elas a política de abastecimento (o estado procurava garantir o abastecimento da população) e a limitação da concorrência (necessidade de permissão real para comercializar dentro do Estado, o comercio é um privilégio) • Características do mercantilismo o 1 – Sistema unificador: necessidade de criar uma economia nacional homogênea em um território heterogêneo e sob disputas com outros estados. O estado passa a assumir funções econômicas anteriormente feitas pelas corporações (ex. cunhagem de moeda). O estado moderno apresenta formas limitadas de administração pública, ainda existem inúmeros entravesa livre circulação. o 2 – Sistema de Poder: o poder do estado é o alvo central do mercantilismo, a ideia principal do mercantilismo e que essas forças econômicas deviam servir os interesses do estado primeiramente e depois aos interesses privados. O estado limita a circulação de navios (Ex. atos de navegação e regime das tropas) o 3 - Sistema protecionista: a política devia evitar o excesso de mercadorias dentro do pais. Esse sistema fornece a acumulação do capital, a acumulação de riqueza no pais pois há uma diferença entre o que é importado e o que é exportado, possibilitando o acumulo. Além da questão tarifária, também se utiliza como armas de competição internacional o desenvolvimento da marinha, a multiplicação das manufaturas e das companhias de comércio. Thomas Mun (1664): “O meio ordinário de aumentar nossa riqueza e nossas espécies é o comércio exterior, para o qual é preciso sempre observar esta regra, vender mais aos estrangeiros do que lhes compramos para nosso consumo”. o 4 – Sistema monetário: a balança comercial favorável cria superávits, ou seja, entrada de recursos líquidos. Para aumentar a quantidade de ouro de um pais era necessário que se retire a mesma dos países vizinhos (Colbert – 1670). • Mercantilismo x liberalismo o Semelhanças: os dois tem uma visão amoral da econômica, não mais vinculada a religião, e as duas correntes estão interessadas na questão da riqueza e acumulação do poder econômico, as duas correntes tem uma questão principal sobre quais as formas de se atingir a prosperidade do pais e se evitar a decadência. o Diferenças: No mercantilismo o objetivo e fortalecer o estado e no liberalismo o objetivo e fortalecer o indivíduo, o estado no liberalismo favorece o acumulo de riqueza individual. • Aula 4 – Fisiocracia – COUTINHO, Maurício. Lições de economia Cap. 2: “Fisiocracia: um ramo francês nos primórdios da economia política”. p. 49-96 Os fisiocratas procuram um modelo econômico para superar o atraso Francês, o estado estava endividado e o sistema tributário é desigual, cobrava muito dos camponeses e tinha um desenvolvimento urbano fraco, o desenvolvimento do comércio das manufaturas comparado com a Inglaterra também não era suficiente, para eles a agricultura é a base da economia francesa, a taxa de urbanização era pequena, a economia Francesa não era completamente capitalista. Os fisiocratas pensam o capitalismo como algo restrito a agricultura, o papel do estado é respeitar a economia e viabilizar o comercio. A economia segue as leis naturais e o governo deve agir de acordo com as leis naturais. Com essa ideia de fortalecer o comercio eles defendiam: * livre comercio de grãos * redução da carga fiscal * obras de infraestrutura. - Antes de 1750 apesar de existir reflexões sobre os problemas econômicos não havia caráter sistemático, a economia não era objeto autônomo de reflexão e tinha abordagem pouco especifica. - Entre 1750 – 1780 homens da ciência passam a se interessar pela economia de forma sistemática visando a reprodução material na sociedade mercantil. Constitui-se um sistema de pensamento econômico, como um conjunto de conceitos de campo delimitado de investigação e com metodologia própria. • Raízes da econômica política clássica. A sociedade passa a ser pensada onde o fundamento da ordem e circulação de moeda, surge a economia política como resposta para as questões da vida material e como parte da tradição de direito natural. Surge ideais de harmonia e de natureza humana universal. Para o liberalismo o mercado autocontrola os preços e é visto (por Coutinho) como a face econômica do Iluminismo, mas ele desconsidera as políticas mercantilistas inspiradas no iluminismo. • Contexto histórico Antes de entender os fisiocratas e necessário entender a histórica da França, no final do estado XVII a França tem grande poder político militar enquanto a Inglaterra tinha passado por duas revoluções sendo a segunda a revolução gloriosa, ela começa a se tornar uma potência econômica isso favorece o capitalismo inglês. A França estava sofrendo o peso de uma sociedade absolutista, onde o estado gastava muito com a corte e não havia verba para o aparato militar, além de guerras. O Estado francês aumenta os gastos militares e administrativos criando dividas e desigualando o sistema tributário. O crescimento econômico beneficia apenas os grandes proprietários, nobreza e assalariados. o Economia predominantemente agrícola o Administração da terra era capitalista • O grupo dos fisiocratas Eles estavam preocupados em reduzir a diferença de poder entre a Inglaterra e a França, querem reformar a sociedade francesa em uma direção mais capitalista e ao fazer isso criam modelos de crescimento econômicos diferentes do modelo mercantilista, o modelo deles vai depender da agricultura. Eles atuam como um grupo unificado com método próprio e formam a primeira escola do pensamento econômico, ou seja, um conjunto de pensadores que defendiam princípios comuns. Eles aceitam a propriedade da terra como algo natural Marx: fisiocratas como os verdadeiros fundadores da economia moderna. Eram chamados de économistes na França. François Quesnay (1694-1774), era médico da corte de Luís XV. Líder dos fisiocratas, associava fluxo de mercadorias a circulação sanguínea, mas essa metáfora utilizada não é o principal para pensar economia. Para os fisiocratas o governo deveria reagir a economia fazendo uso das leis naturais. Quesnay muda a forma de relação entre o estado e a economia, para ele ao invés da economia ser dominada pelo estado, ela deve ser respeitada pelo estado. Para ele a única função do governo era facilitar as vias, e arrumar as pedras nas estradas e deixar as correntes se moverem livremente. • Contribuições dos fisiocratas Eles forneceram como principais contribuições a compreensão da ordem econômica como algo natural e racional, os fisiocratas fornecem o primeiro modelo de análise econômica e criam uma metodologia especifica para entendimento da economia utilizando dados e gráficos; eles criam uma formula articulada de pensar a economia criando a ideia de excedente econômico e produtividade do trabalho compreendendo o capital e criando uma base para a concepção de acumulo de capital. • Ideia de política econômica Há desavenças entre o antigo regime e o mercantilismo contra as medidas liberalistas de política econômica propostas pelos fisiocratas (ambos centralizadoras e autoritárias). O governo deve liberar a economia (critica ao mercantilismo) e adotar condutas para o melhor desenvolvimento da riqueza, essa ideia possui caráter transformador, prescritivo e acelerador do liberalismo proposto pelos fisiocratas. • Medidas propostas pelos fisiocratas Defendiam o livre comercio de cereais, a redução da carga tributária por meio do imposto único sobre a propriedade fundiária, a defesa da realização de obras de infraestrutura e o viés agrícola das políticas econômicas, poucas propostas para manufatura. Aula 4.2 – Fisiocracia – COUTINHO, Maurício. Lições de economia Cap. 2: “Fisiocracia: um ramo francês nos primórdios da economia política”. p. 49-96 • Conceito de excedente e pressupostos. Excedente = riqueza produzida acima de subsistência, o que sobrava depois da subsistência (valor de troca – custo de procução); (riqueza produzida – riqueza consumida) Para os fisiocratas só havia excedentes na agricultura, essa e a principal diferença entre os fisiocratas e as correntes posteriores. Como só estão considerando a agricultura, não é necessário transformar produtos diferentesem riqueza comum. Não trabalham com a teoria do valor. Para Rubens os fisiocratas só veem excedentes na agricultura, é o lugar onde há produção superior aos gastos. • Divisão da economia em três classes - Classe Produtiva: encontrada no campo, alugam as terras (arrendatários) empresários capitalistas e trabalhadores assalariados no campo. Fazem investimentos em capital fixo (instrumentos, melhorias, patrimônios) e material variável (sementes e produtos). Não possuem terra, pagam a renda da terra para o proprietário mas ganham o excedente de produção. Criam o excedente e os investimentos, gastam parte do excedente para comprara matérias primas e investir em melhorias do campo e pagam os salários. - Classe dos Proprietários: (não produz excedente) recebem renda da terra, vivem daquilo que e pago pelos produtores, e estão inclusos a coroa, o rei e funcionários públicos e dizimeiros. Pertencem a nobreza ou agentes do estado, não realizam trabalho produtivo. - Classe Estéril: (não produz excedente) mas são produtores urbanos, vivem fora da agricultura, estão inclusos o comercio, manufaturas e cidade. Eles produzem, mas não o suficiente para o excedente, apenas subsistência. * Conflitos distributivos: o Geral: cidade (indústria e comércio) x campo (agricultura) o Dentro da agricultura: proprietários de terras x produtores agrícolas o No grupo dos produtores agrícolas ou dos produtores urbanos, Quesnay não distingue entre capitalistas x trabalhadores gerando confusão entre os grupos sociais e econômicos. Os fisiocratas visam um limite para a tributação pois a partir do momento onde os recursos são reduzidos o crescimento econômico também se reduz, passando a ter uma visão de um estado rico como um estado onde os súditos são ricos. Eles defendem a livre importação pois fica mais barato para comprar os produtos manufaturados. • Consequências: - Conforme aumenta os gastos com consumo das classes mais ricas (modernizando os padrões de consumo) o investimento e reduzido. - Os fisiocratas são uma visão de todo pensamento posterior, tanto os liberais quanto os marxistas. • Para concluir •primeira análise de equilíbrio global do sistema econômico •Relações recíprocas e interdependência total entre todos os fenômenos econômicos • Desenvolvimento através da acumulação de capital. • Utilização do excedente para a formação de capital. • Desdobramentos posteriores • Busca de teoria do valor • Análise geral do fenômeno do excedente e explicação da categoria do “lucro” • Aula 5 – Adam Smith – A sociedade civil entre o Estado e o mercado - ROSANVALLON, Pierre. O liberalismo econômico: história da idéia de mercado. “A aritmética das paixões e a instituição do social”. p. 21-26 e Cap. 2: “A economia como realização da política (o mercado e o contrato) ”. Contexto: A sociedade medieval está centrada em Deus e não no homem, não tem visão do indivíduo. Não havia a ideia da consciência própria e independente, essa ordem social baseada na religião entra em crise. Essa sociedade tem uma representação de como as coisas são realizadas ligadas a Deus e isso entra em crise, o indivíduo passa a ser o ponto de partida para organizar a sociedade, esse indivíduo agora não é mais controlado pela fé (tanto a reforma protestante quanto o catolicismo não controlam mais a sociedade) se faz necessário uma nova forma para controlar essa sociedade que não está mais ligado a religião. Os filósofos daquela época começaram a estudar como era de fato o ser humano (filosófico e racional) da mesma forma começa a preocupação com a ideia de analisar o ser humano com base na moral cristã e relações bíblicas históricas. Isso influencia o direito e a filosofia política. Esse estudo revela que o ser humano é egoísta por natureza (tese principal para Maquiavel e Hobbes) não existe mais uma fé para controlar esse egoísmo, a esfera religiosa se separa da esfera social. Essa preocupação com a ordenação social gera diferentes respostas dos filósofos do sec. XVII e XVIII. • Sec. XVII - preocupação central com a passagem do estado de natureza para a sociedade civil. (o estado é capaz de organizar o egoísmo do ser humano, mas é um processo de longo prazo. O principal defensor é Hobbes) • Século XVIII: teoria do pacto fundador deixa de ser a questão principal, preocupações se voltam para a regulação da sociedade civil e para a busca da harmonia social. (Adam Smith diz que o mercado é capaz de regular a sociedade sem recorrer ao estado) • Diferentes respostas à crise da ordem tradicional: o Estado como resposta política (Hobbes, Leviatã, 1651) o Mercado como resposta econômica (Smith, Riqueza das nações, 1776). - HOBBES: O Estado como solução Ele defende o absolutismo pois achava que o rei era legal, o absolutismo era a única forma de organizar a sociedade e tirar o estado da guerra e de um conflito generalizado. Faz análise do ser humano e vê que ele é dominado pelo egoísmo e este não pode ser controlado pela nação. Para ele a paz não pode ser garantida somente pelo desejo de conservação de cada um, depende de um poder superior e geral que garanta a paz. Por meio do pacto social, há uma associação e uma submissão que permite confiar todo o poder a um único homem ou a uma assembleia de homens. O ideal para a organização social é se alcançar um estado de paz, para isso as pessoas tem que entrar em acordo e isso só acontece quando elas tem medo da morte, o medo da morte faz com que os homens entrem em acordo entre si. É necessária uma força que evite as pessoas de usar a violência. Para construir a paz é necessário um pacto entre os homens e a submissão a um único poder que controla a violência. Para ele a assembleia era uma forma de estado, ela não impedia o começo da guerra, o rei por ser uma única pessoa detentora de poder seria capaz de controlar as tendências destrutivas da ordem social. O poder absoluto é a única forma de criar o poder, por isso ele defende o absolutismo • Críticas a Hobbes A partir do final do sec. XVII Hobbes passa a ser criticado, inclusivo John Locke (pai do liberalismo político) Locke diz que não adianta fazer um pacto de submissão isso não garante a ordem social. O rei não estava submetido a nenhum poder, portanto ele poderia fazer uso da violência, não há controle para o rei pois ele está acima de todos, Locke defende que é necessária uma barreira ao poder absoluto. O liberalismo se baseia nos contra poderes para balancear o poder real. Hobbes diz que na Inglaterra o parlamento é o contra poder do poder real. No sec. XVIII Montesquieu diz que é necessário dividir os poderes em legislativo, executivo e judiciário, dessa forma um controla o outro. Locke contribui com o liberalismo também com a ideia de que a função do estado não é só a garantia a vida, na visão de Locke a função do estado passa a ser garantir a vida e a propriedade privada, outro pilar fundamental do liberalismo, a propriedade privada é criada no estado da natureza, o acumulo de poder (trabalho) gera diferenças econômicas que devem ser sancionadas pela propriedade privada. Cria uma teoria para legitimar o capitalismo moderno e o surgimento da propriedade privada. De acordo com Locke o estado ganha intervenção econômica, cria-se o conceito de propriedade privada como algo que pertence ao indivíduo e pode ser recebido como herança ou levada ao mercado. O papel do soberano é garantir a paz e a propriedade privada (sociedade civil = estado) Rousseau: filosofo iluminista que muda a visão que se tinha sobre estado de natureza, ideia do estado de natureza dohomem ser bom, sinônimo de felicidade. Quando passa para a sociedade civil o homem passa a ser ruim, perde seu contato com a natureza e com a sua essência, o estado de natureza não é um estado de guerra, o ser humano em sua origem e bom mas ele é corrompido pela civilização. Primeiro critico a modernidade e o primeiro romântico. Na visão do Rousseau se o estado de natureza não era tão ruim, não e necessário a transição do estado de natureza para o estado de sociedade civil mas sim o aprimoramento do estado de natureza para controlar os interesses humanos, e controla-los. Não e preciso fazer pacto de submissão e transferir a soberania para o rei. A soberania reside no povo e deve continuar no povo. • Adam Smith (1723-1790) - O mercado como solução: na visão de Smith o mercado resolve o dilema da articulação entre os interesses gerais e os interesses individuais, sintetizando e organizando o egoísmo humano. A economia surge como resultado de um raciocínio que vê no mercado o papel de vínculo com a ordem social, que não é baseado na religião nem no estado. Na interpretação de Smith o mercado alcança a paz tanto no plano interno quanto no externo, é possível que as pessoas não entrem em guerra em si e nem os países, no plano interno com a Filosofo Matriz do pensamento Hobbes Absolutismo Locke Liberalismo Rousseau Democrático e revolucionário Smith Liberalismo, livre mercado divisão de trabalho e externamente com o comercio internacional, isso permite a saída do estado de guerra generalizado. Ele cria uma solução para a questão do pacto social, o mercado da a associação entre os homens. Ele faz uso da metáfora da “mão invisível” não era exatamente o mercado mexendo na economia, mas que ao buscar o individual resulta em ordem social não esperada inicialmente, quando atuamos no mercado acontece um fenômeno semelhante. Ele consegue conciliar a busca individual pela liberdade com o bem comum, ou seja, a ordem social e o bem-estar de todo, a condição essencial para o pregresso. Interesses sociais ≤---≥ Interesses individuais A liberdade moderna e uma consequência de independência econômica. Para ele o mercado e uma promessa de liberdade. Se os seres humanos são tão egoístas, como e possível manter a sociedade? Como ela não se rompe? O que mantem a sociedade e a busca por interesses individuais e esta é canalizada no mercado. Os homens se unem por possuírem interesses privados. • Originalidade de Smith Ele dá uma resposta ao problema do século XVIII defendendo o liberalismo econômico e traz a ideia de que o mercado e um espaço onde se pode alcançar a harmonia social, para ele os fundamentos da sociedade estão na econômica do mercado. Antes de surgir uma economia de mercado e necessário uma sociedade voltada para o mercado. A função do estado e garantir o funcionamento da economia do mercado e deixa de ser espaço de articulação dos interesses privados. Percebe-se a ideologia fundida no Smith conserva o espaço econômico como o único espaço possível de realização do ser humano. Ao fazer isso esvazia-se os outros espaços de articulação, criando problemas para o poder político. Cria ideologia de defesa de uma sociedade voltada para o mercado, para o liberalismo. o Aula 5.2 – Adam Smith – COUTINHO, Maurício. Lições de economia cap. 3 (itens 1, 2, 3 e 5) • Crítica ao sistema mercantil: Smith critica a visão metalista da riqueza, na concepção dos mercantilismos a riqueza vinha da acumulação de metais preciosos, quando tem mais metal na economia, temos mais ouro em circulação aumentando o poder de compra da população, dado esse raciocínio surge a teoria quantitativa da moeda. Quando temos mais dinheiro em circulação as pessoas gastam mais. A oferta permanece estática e a demanda cresce, teremos uma escassez de produto ocasionando na alta dos preços dos produtos, criando assim uma diferença entre o nível de preços internos e externos. Existe uma modificação do lado monetário enquanto o lado real permanece o mesmo, o acumulo de metais preciosos não leva a geração de riqueza, só altera o padrão monetário. o Críticas internas (ao mercantilismo): Smith critica os monopólios pois não garantem o crescimento econômico para todos mas apenas para alguns, defende a livre circulação e que a concorrência maximiza o crescimento econômico, a moeda é apenas um símbolo da riqueza e depende da extração dos metais preciosos, o pais não fica mais rico acumulando metais preciosos. o Críticas Externas (ao mercantilismo): Ele critica o mercantilismo externamente pois as restrições ao comercio internacional impedem o aumento dos mercados e da divisão dos trabalhos; aumento da produção e das riquezas. o Críticas aos Fisiocratas: a principal crítica e a especificidade da teoria dos fisiocratas, ele nega que somente a agricultura gera riqueza e excedente, para ele você consegue aumentar a produtividade nas cidades e no comercio e não somente na agricultura como sugeriram os fisiocratas. Smith defende o liberalismo e desvincula esse liberalismo em termos mais amplos defendendo a liberdade da circulação de capital. RIQUEZA DAS NAÇÕES Nessa obra ele Adam Smith vai investigas de onde vem e a riqueza das nações, não só o que se tem internamente, mas o que se obtém de outros países, ele usa a ideia de trabalho comandado para adquirir riquezas de outros países. Para ele a riqueza da sociedade mercantil e expressa pela capacidade de realizar trabalho, não se vive da autossubsistência. O trabalho é a medida mais invariável do valor, a que varia menos. Conceitua riqueza como não só o que é produzido no pais, mas em todas as mercadorias que possui acesso. Riqueza: o que se obtém através do trabalho. Trabalho comandado: trabalho que se pode obter a partir das trocas. Acesso ao trabalho de outras pessoas. - Trabalho e valor: Smith se preocupa com uma medida geral de valor na economia, ele inclui na noção de trabalho o que é feito pelo sujeito e o que ele pode adquirir. O trabalho e uma força produtiva da riqueza, ele pode ser trocado por trabalho. A única coisa que não muda através o tempo e o trabalho, o trabalho sempre vai ser esforço do ser humano. A teoria do valor do trabalho realça o caráter cooperativo da sociedade baseada na divisão. - Divisão do trabalho: a divisão do trabalho aumenta a produtividade e consequentemente a riqueza, Smith avalia a fábrica de alfinetes onde um trabalhador realizava todo processo produtivo, com a divisão de trabalho divide- se essa tarefa por um número maior de trabalhadores e observa a melhora no desempenho. Para Smith é importante organizar a sociedade e os interesses e encontrar uma forma de direcionar o egoísmo humano (que busca o lucro) para algo fixo. “Todo homem vive pela troca” A. Smith Na visão de Smith a sociedade e a economia estão baseadas no trabalho, o trabalho direciona a sociedade ao progresso e em como ele se realiza (iluminista defensor da razão e do progresso), ele vincula a formação do capitalismo com o crescimento das cidades. Isso serve como justificação para incorporar regiões atrasadas ao capitalismo e para a modernização do Antigo Regime. Além da análise do valor como trabalho ele cria uma outra análise do valor, analise do valor de troca. Alguns bens podem tem grande valor de troca e pouca utilizada. Valor de uso e o que é útil individualmente, mas a riqueza da economia depende do valor de troca. Em cada produto e possível decompor em elementos de cada nível econômico. Smith cita que os trabalhadores recebem salário e os capitalistas recebem o lucroe os proprietários recebem a renda da terra, com isso temos a teoria da distribuição de renda para ver quanto cada um deles recebe. Preço Natural ≠ Preço de mercado O que interessa não é o preço de mercado, este e definido pelas condições de oferta e demanda. Se o preço de mercado foi muito diferente do preço natural ninguém produz por não ter retribuição necessário. A tendência geral e que o perco de mercado se iguale ao preço natural. Quando o sistema não e de concorrência perfeita o preço de mercado será muito maior do que o preço natural pelo impedimento da concorrência • Problema: Valor: Trabalho comandado x produto do trabalho x rendimentos do trabalho, capital e terra? Para críticos, Smith sai da teoria do valor trabalho, pois preços não se resumem mais ao trabalho produtivo. Assim, o trabalho comandado pelo trabalhador não corresponde ao esforço realizado pelo trabalhador. Ou seja, o valor é maior do que o salário ou preço natural. Crítica de Ricardo: preço do trabalho (salários pagos) x quantidade de trabalho necessária para produzir bem flutuação entre trabalho disponível (salário) e trabalho incorporado. Para Ricardo, trabalho incorporado era a verdadeira medida de valor. No final a teoria do Smith chega a alguns problemas, como por exemplo: • O que explica a renda da terra e do capital? • Os rendimentos da terra e do capital correspondem a um trabalho? • Por que o produto do trabalho não pertence integralmente ao trabalhador na economia moderna? • Todos (trabalhadores, capitalistas e proprietários de terras) seriam beneficiados pelo crescimento econômico? • Quando esse crescimento econômico poderia chegar ao fim? Aula 6.1 – DAVID RICARDO - Aula 1 – Sociedade, Economia e HPE – Nossa obsoleta mentalidade de mercado (Karl Polanyi) Economista inglês, exerce a mesma função do pai como corretor de ações e fica rico especulando na bolsa de Londres. Ricardo completa os fundamentos da economia, baseado nas teses de Adam Smith, clássica enquanto Smith da os principais temas do liberalismo. Ele coloca duas questões importantes, a primeira delas é se a economia deve ser vista como uma ciência e a segunda questão sobre como analisar o crescimento econômico. Ricardo marca uma época onde a economia passa a ser discutida publicamente, tanto no parlamento quanto na imprensa. Constrói uma economia até hoje usada, como por exemplo a teoria do comercio internacional. Ricardo junto com Adam Smith formam a base da economia clássica. • Contexto histórico. - Expansão napoleônica entre 1797 e 1815 o Bloquei continental (limitando a expansão do mercado) o Falta de recursos para o estado inglês (desordem fiscal e financeira) o Emissão de papel moeda para suprir déficit do governo (desordens monetárias). - Crise econômica pós-guerra • Questões de Ricardo. Ele procura criar uma teoria que aprofunda na economia e aprimora Adam Smith. Ele se coloca do lado da burguesia industrial. Ele diz que a economia não cresce por dois fatores, um interno e um externo Interno: o mercado não cresce, pois, a agricultura não deixa, a agricultura tira recursos que iriam para a burguesia consumindo o lucro. Externo: o mercado não vai crescer pois não há a abertura dos portos, impedindo o livre comercio. Ricardo analisa as ideias de Malthus para sua tese sobre acumulação de capital. Apesar de defenderem o liberalismo econômico, Smith é mais histórico e institucional do que Ricardo que usa um método dedutivo, a preocupação principal de Ricardo é tratar o capitalismo para todas as épocas. A teoria econômica tem diferenças históricas. Enquanto Smith tem uma visão filosófica Ricardo enxerga a economia como algo logico e sem moralidades. Ricardo abre espaço para o estudo da economia como ciência, isso reflete na forma como conceitua o objeto de estudo da economia. Diferenças Smith x Ricardo Smith Ricardo • Objeto da economia política é a investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. • Escreve em contexto histórico de persistência de formas econômicas não capitalistas (ex. produtores independentes). • Começo da Revolução Industrial inglesa, mais otimista. • Teoria econômica possui preocupação filosófica • Certeza sobre identidade natural de interesses e harmonia social • Acumulação depende de determinadas etapas e condições históricas de crescimento econômico. • Fenômenos econômicos são descritos de forma mais concreta/particularista, histórica e indutiva. • Ausência de uma teoria da distribuição • Ausência de unidade conceitual (segundo Dobb) • Teoria do valor era logicamente incompleta • Leitura agradável!! • Objetivo principal da economia política é determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre as classes sociais (capitalistas, trabalhadores e proprietários de terras). • Escreve em contexto rigorosamente capitalista (sociedade dividida em três classes). • Final da Revolução Industrial inglesa, mais pessimista. • Teoria econômica não possui preocupação filosófica e moral. • Incerteza e pessimismo sobre a questão da harmonia de interesses individuais • Acumulação depende do movimento a-histórico da taxa de lucro. Sistema econômico é subordinado aos movimentos do capital. Taxa de lucros determina o movimento e o destino histórico do processo capitalista. • Fenômenos econômicos são descritos de forma abstrata, científica e dedutiva. • Teoria integrada do valor, do lucro e da renda • Unidade conceitual (sistemas, leis) e uso de hipóteses gerais • Precisão e abstração matemática • Leitura difícil!! Ricardo abre espaço para enxergar a economia como em um ambiente de concorrência perfeita. Aula 6.2 – DAVID RICARDO - Aula 2 – TEORIA DO VALOR – COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia Política”. p. 179-215. RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. Cap. 1: “Sobre o valor”. Seção 1, p. 43-47. • Objetivo da economia política: Ricardo traz para a economia o estudo da distribuição de renda, o objetivo de Ricardo é criar uma ciência que regula a distribuição de renda, ele analisa o aspecto contraditório entre taxa de juros e renda da terra. Para ele nenhum autor antes dele teria analisando essa distribuição de rendimentos de forma satisfatória. • Objetivo da teoria de valor: Ele conceitua a economia política com o estudo da distribuição de renda, de antemão para RICARDO as condições são separadas da distribuição de renda (o que difere de Adam Smith) a forma que a riqueza se distribui não e a mesma forma que ela se produz e uma não afeta a outra. ADAM SMITH RICARDO Cria duas teorias de valor, uma para analisar o trabalho comandado (capacidade de adquirir novas mercadorias) adam Smith vincula a produção de valor com o consumo, Para ele por meio da análise de Smith nunca chegaria em uma determinação precisa da relação entre salários, lucros e renda. Ele abandona essa teoria pois a produção elas estavam unidas. Smith desenvolve uma outra teoria do valor chamada “TEORIA DO SOMATÓRIO DOS RENDIMENTOS”, que diz que em uma mercadoria podemos separar o preço natural do lucro, do salário e da renda da terra, decompondo o valor da mercadoria em três partes, mas não diz. exatamente como é feita essa divisão. As suas duas teorias se chocavam e com base nessa incoerência Ricardo constrói sua teoria.A nica solução para conciliar as duas teorias de Smith é periodizando as teorias apenas antes do capitalismo. Trabalho comandado • Valor depende do trabalho comandado • Valor depende da distribuição do produto • Inter-relação valor x distribuição • Variações nos salários, lucros e renda da terra afetam o valor de troca • Leis distintas do valor de troca conforme o tipo de sociedade (primitiva ou mercantil). • Acumulação de capital e propriedade fundiária afetam lei do valor. do valor não pode ser vinculada ao consumo realizado pelos trabalhadores. Não existe igualdade entre valor e salário. Ricardo propõe uma teoria onde a produção de mercadorias está baseada na quantidade de trabalho necessário para produzir (não em quanto de rendimento vai obter pelo trabalho) sua teoria não depende das trocas e sim da produção. Ricardo volta a análise do valor para a produção isso contribui, pois, para estudar a natureza do capitalismo e necessário entender o que se passa na produção. Trabalho contido ou incorporado • Valor depende do trabalho dispendido na produção das mercadorias • Valor depende do trabalho contido (mesmo com a existência dos lucros e salários) • Independência entre valor e distribuição • Variações nos salários, lucros e renda da terra não afetam o valor de troca. • Uma única lei de valor, independente da sociedade. Acumulação de capital e propriedade fundiária não afetam o funcionamento da lei de valor - Smith: na sociedade mercantil (capitalista), as mercadorias não são trocadas segundo a quantidade de trabalho contido nas mercadorias, pois trabalho comandado > trabalho contido. - Ricardo: na sociedade mercantil (capitalista), as mercadorias são trocadas segundo o trabalho contido, mas apenas parte do produto retorna aos trabalhadores sob a forma de salários. O restante é transformado em lucro ou renda da terra • Teoria do valor por eliminação: consiste em remover tudo que considera secundário antes de produzir sua teoria - Valor de uso não contribui para a teoria do valor Ex: ouro – água - Valor de troca depende de: escassez (oferta inelástica) – PARTE ESPECIFICA DE ALGUMAS MERCADORIAS – Ex. obras de arte O valor das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la, isso compõe a maior parte das mercadorias no universo capitalista, se aumentamos a quantidade de trabalho aumentaremos o valor dessas mercadorias. Esse conjunto de mercadorias estão relacionadas a economia em concorrência perfeita, ou seja, sem poder de mercado. O trabalho empregado na produção é invariável. • Aumento do trabalho contido Aumento do valor de troca • Redução do trabalho contido Redução do valor de troca Ricardo separa o trabalho incorporado, ou contido, como medida invariável do valor e defende que o trabalho comandado não é uma medida invariável, ele se altera ao longo das épocas, não e possível criar uma teoria bem fundamentada em cima de algo que varia ao longo do tempo, o mesmo acontece com a moeda. Ideia de teoria: para criar a teoria do valor tem que ser tirado tudo o que se altera (moeda e preço do trabalho – afetado pelo mercado-), é necessário encontrar algo invariável. Ele busca criar uma teoria relacionada a distribuição de renda. • Causas na alteração do valor: 1- Quantidade de trabalho aplicado na produção 2- Proporções diferentes do capital fixo, dependendo do setor será usado mais ou menos capital e trabalho. Ex: agricultura (Trabalho > Capital) e Industria (Capital > Trabalho) • “Efeito curioso”: quando há diferentes proporções de capital e de trabalho, isso faz com o que a teoria do valor seja diferente de acordo com as proporções de capital fixo e de capital variável, Ricardo percebe que ao aumentar a taxa de lucro e a renda da terra for constante é necessário reduzir salários, economicamente nos setores onde o capital fixo é muito e o variável é pouco, as mercadorias vão aumentar de valor e nos setores onde temos pouco capital fixo e muito variável as mercadorias vão reduzir de valor. Para solucionar é necessário a produção de uma mercadoria que serve de referência para todas as outras. o Se duas mercadorias mudam de valor relativo, qual das duas efetivamente teve seu valor alterado? o Necessidade de uma terceira mercadoria para saber se a variação das duas outras mercadorias. o Medida invariável permite referir as alterações do valor relativo entre duas mercadorias a uma única causa (o trabalho dispendido). • Restrições à teoria do valor de Ricardo. o Para que variação do valor relativo das mercadorias seja igual ao trabalho dispendido exige condições de produção iguais entre diferentes mercadorias. o Se condições de produção variam, então não há medida invariável de valor. o Teoria Ricardiana do valor só é válida para proporções iguais de capital fixo/capital variável e para capitais com durabilidade idêntica. o Crítica de Malthus: análise de Ricardo abarca número limitado de mercadorias, logo teoria do valor como trabalho contido é uma teoria parcial e não geral. Capital fixo: não se altera em curto prazo (estrutura e tecnologia) Capital variável: se altera facilmente (mão de obra) • Aula 6.3 – DAVID RICARDO - Aula 3 – Acumulação COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia Política”. De um ponto de vista especifico o debate da renda da terra de Ricardo está relacionado a lei dos cereais, a legislação protecionista de importação de grãos na Inglaterra e a discussão sobre as relações entre agricultura e indústria, renda da terra e lucros se opondo à forma econômica e política entre proprietários de terras e capitalistas. • Teoria da renda diferencial da terra Teoria de Malthus: o Crescimento populacional >> oferta de alimentos crise de crescimento Questão de Ricardo: quais são os efeitos dessa situação sobre a indústria e a taxa de lucros? Há uma maior demanda por alimentos o que gera necessidade de ocupar novas terras o que gera uma renda fundiária (renda da terra) que vai produzir os lucros, ao reduzir a taxa de lucro da agricultura, reduz a taxa de lucro geral da economia, Ricardo generaliza o processo para toda a economia. • renda fundiária [determina] tx lucro da agricultura tx lucro geral distribuição de rendimentos OBS: O lucro é o resultado da dinâmica entre a renda da terra, o que movimenta o sistema econômico é a renda da terra. • Fase inicial: o Demanda por alimentos é suprida pelo cultivo das terras de maior fertilidade e melhor localização o Terras praticamente ilimitadas o Inexistência de renda da terra o Lucro é todo do capitalista Nessa etapa não existe renda da terra e todo lucro gerado por essa economia vai para a mão dos capitalistas, Ricardo está pensando em um sistema onde há uma separação entre o proprietário de terra (recebe a renda da terra), que nesse momento inicial não recebem a renda da terra, e o agricultor que aluga a terra e investem na agricultura (recebem o lucro) • Fase posterior o Cultivo das terras menos férteis e mais longínquas o Exige maior quantidade de capital para a mesma produção agrícola o Redução da taxa de lucro o Tx lucro inicial – Tx lucro atual = origem da renda da terra o Cultivo da terra na 2ª fase origina renda diferencial sobre a terra na 1ª fase (ocupação inicial) o Ocupação de terras menos férteis ↓ progressiva da tx lucro e ↑ renda da terraComo as terras são menos férteis é necessários mais investimentos, isso faz com que a taxa de lucro obtida seja menor, por se investe mais. Para Ricardo é criado um sistema de diferentes taxas de lucros (terras mais férteis > lucro e terras menos férteis < lucro) , na primeira fase todo lucro é absorvido pelo produtor, enquanto na segunda fase uma parte de lucro vai para o proprietário de terra (a renda da terra) Resumo: no início tem-se um impulso dado pelos alimentos que leva a ocupação de terras mais férteis, quando acabam as terras férteis passam a ocupar as terras menos férteis, com isso temos a diminuição de rendimentos físicos, com a diminuição da taxa de lucro na agricultura temos a diminuição geral da taxa de lucro econômica, e aumentando a renda da terra. • ↑ Demanda alimentos ↓ Terras férteis e próximas ↑ Ocupação lotes menos férteis ↓ Rendimentos físicos • ↓ Tx lucro na agricultura ↓ Tx geral de lucros • ↑ Renda da terra • Consequências: Ricardo mostra como a renda da terra e os lucros são completamente opostos (antagônicos) no modelo de desenvolvimento econômico, conforme se aumenta a renda da terra os lucros são reduzidos na economia, a ideia de renda da terra é aplicada como sendo uma aplicação surgida entre as diferenças entre a produtividade, e possível generalizar o modelo e citar que os lucros seriam regulados pela produtividade da pior máquina. Detalhe: Ricardo sempre parte do mais especifico para o mais geral, isso acontece também com a taxa de lucro, para ele pelo processo de concorrência, para que realize todos os investimentos é necessária uma rentabilidade mínima no setor menos produtivo. • Tx lucro pior terra tx lucro agricultura tx lucro geral • Solução para redução de taxas de lucro: o Defesa do livre-comércio (importação e exportação) de cereais o Redução dos salários e aumento da produtividade não são considerados por Ricardo. o Ricardo é contra a Lei dos Cereais e a favor do livre comercio, pois assim estaria em um modelo para mudar a produtividade agrícola. Além disso temos 3 condições (renda da terra, lucro e salários) com a redução dos salários as taxas de lucros voltar a crescer, mas a redução passa a ser inviável pois esses salários são apenas para subsistências. • Salários: o Salários permanecem no nível de subsistência o Variam em função das oportunidades de emprego e da oferta populacional o Ajuste final depende do nível de subsistência o Se preço dos alimentos aumenta exige aumento dos salários reduz proporção dos lucros o Mais uma vez determinação fica a cargo das condições agrícolas Para o Ricardo a renda da terra é o motor principal, na sua visão se a população crescesse muito e o salário não acompanha as pessoas vão morrer e isso reduz a oferta de mão de obra, por outro lado se o salário cresce mais do que a população a população vai aumentar e isso reduz o salário. Na interpretação de Ricardo o salário fica uma constante, o que varia é a renda da terra e o lucro. Para Marx os três estão variando mesmo a renda da terra variando menos. • Legado de Ricardo Cria uma análise de longo prazo o que é muito importante, mas ao mesmo tempo ele deixa de lado as flutuações de curto prazo que também afetam a economia. Ricardo cria para a economia esse modelo abstrato e dedutivo, criando uma nova forma de pensar na economia, a economia vira uma lógica. Ricardo ao fazer a análise da renda da terra dá início ao que chamamos de analise marginalista, pensando em acréscimos adicionais (a margem), ele está na origem do desenvolvimento posterior de Marx e da teoria da classe. Ele cria a teoria dos rendimentos decrescentes, e traz a questão da análise da concorrência como ponto central de estudo na economia, ele aplica a questão da concorrência para diferenciar os preços de mercado dos preços normais, e os seus respectivos lucros. Smith enfatiza a importância da concorrência, mas como analise Ricardo mostra de forma mais clara. PROVA 2: AULA 7 ATÉ AULA 10. • Aula 7.1 – KARL MARX - Aula 1 DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Marx vive em um sistema político novo onde objetiva-se a igualdade (1818 – 1883) vive em época de revolução burguesa, onde há a divisão dos grupos (trabalhadores e burguesia) fim do antigo regime e em pensamento influenciado por vários ideais. Coloca em questão a liberdade e a igualdade e se seria possível a existência de liberdade e igualdade em sistemas capitalistas, procura desmontar a ilusão da burguesia. • 1ª fase: formação inicial. Período onde ele está na Alemanha e está completamente absorvido pelo pensamento alemão, Marx começa seus estudos sobre o direito, mas estuda filosofia e história para complementar seus estudos, faz a crítica a filosofia dos direitos do rei. De forma geral a ideia de Hegel (mais avançado em economia política) é que a sociedade se evolui em direção a uma sociedade mais racionalizada. Marx se aproxima da economia pois enxerga a economia como núcleo da sociedade civil, para entender a sociedade civil é necessário entender a sociedade econômica. Essa primeira fase está muito carregada com filosofia e é inicialmente deixada de lado no estudo do autor. • 2ª fase: preparação para a escrita d’O Capital Marx é expulso de vários países pois é extremamente radical, primeiramente vai para França, vai para Bélgica e para Londres, em 1848 acontecem revoluções por volta de toda Europa, nessa época Marx e Engels escrevem o Manifesto Comunista. Observa as transformações na economia de Londres e tem boa parte de sua obra sobre o capital financeiro e mantem contato com essa realidade que não tinha na Alemanha. Marx estuda história e economia e passa a possuir um amplo conhecimento econômico. Teorias sobre a mais valia: conjunto de escritos de Marx, • 3 fase: 1867 – 1 volume: O Capital (Marx Vivo) 1885 – 2 volume: 1894 – 3 Volume: organizado por Engels. Objetivos: critica a liberdade e igualdade no capitalismo, até onde a liberdade afeta a igualdade e onde a igualdade limita a liberdade, por meio de análise histórica, o objetivo principal de sua obra “ O capital” e mostrar as tendências centrais da economia capitalista e verificar as contradições e conflitos existentes no capitalismo. Para Schumpeter, Marx é o último dos economistas clássicos e o fundador da nova economia política. Marx estuda a economia e procura saber os limites dessa forma economia, faz isso por meio da inserção da economia política clássica na economia política nova, critica a ideia de Ricardo de se criar uma economia para todas as épocas pois isso só é valido na economia capitalista moderna. * critica da igualdade e da liberdade no capitalismo * mostra a especificidade histórica do modo de produção capitalista (MPK) e apontar as tendências do funcionamento desse modo de produção. * Refundar criticamente a economia política. • Sentido mais comum: crítica ao pensamento econômico burguês • Sentido mais específico: apontar os limites desse pensamento, propondo uma linguagem ciente da especificidade e historicidade do MPK (ex.: crítica da Razão Pura de Kant). Apropriação crítica: Marx se apropria do pensamento criado pela burguesia que é simultaneamente revolucionário (em método) e conservadores (em sua visão de mundo). • Economia política inglesa (Ricardo) • Método dialético hegeliano. o Transição das instituições humanas frente as contradições, para Hegel a transformação da sociedade está sempre ocorrendo para ele nada é definitivo. Sobre esse método Marx define asociedade como transitória e a economia está sempre em transformação e critica a teoria de Ricardo apenas como uma parte histórica da economia. Para Marx o que move a história são os interesses materiais, Marx e Hegel criticam o idealismo. Dialética Materialista: • Recusa do Idealismo: realidade material como base para análise (por oposição ao Espírito e a Ideia de Hegel). Realidade concreta não é a realização do Espírito, do pensamento (Hegel), mas a consciência é a percepção do mundo concreto (Marx/Engels). Não é a consciência que determina o ser, mas o contrário, o ser determina a consciência. • Recusa ao materialismo restrito: homens são produtos de circunstancias, mas é possível modificar através da consciência, para Marx ao apoiar as práticas revolucionarias ele acredita que é necessário interpretar e pensar para mudar o mundo. • Recusa a postura contemplativa da filosofia: busca do mundo concreto e prática para alcançar a verdade objetiva das coisas • Recusa da ideia naturalizada de indivíduo humano: o indivíduo isolado e atemporal não existe, mas apenas o conjunto de relações sociais e históricas. Indivíduo isolado é uma invenção moderna O trabalho de Marx é situar historicamente o que a economia clássica liberal acredita ser eterna. Desnaturalizando as categorias de análise econômica. Conceito de modo de produção: Na opinião de Marx a ideia de modo de produção permite articular a economia com as outras esferas de existências e a economia e o núcleo central dos modos de produção. A ideia de modo de produção articula as conexões econômicas com a relações de superestrutura, relações políticas culturais e ideológicas. Na visão de Marx essa ideia de modo de produção depende do técnico e das relações essenciais entre capital e trabalho. Método dialético no Capital (Kosik): O capital não é uma obra meramente econômica pois para Marx a economia está entrelaçada com a sociologia, história e a filosofia. Na totalidade “O Capital” não deseja conhecer todos os aspectos da realidade e nem oferecer um quadro total da realidade em seus aspectos, Marx retira os elementos idealistas da ideia de totalidade e transforma em uma dialética materialista, pois está preocupado unicamente com a realidade. A teoria materialista o “todo social é formado pela estrutura economia, e é ela que cria as conexões da vida social. “ O Capital é descrição da economia moderna, mas também representa a totalidade que ordena todos os fatores econômicos, sociais, políticos, jurídicos e culturais do modo de produção capitalista. No mundo moderno, economia é o núcleo estruturante da realidade humana Marx parte do abstrato para o concreto não deve ser o ponto de partida, mas o resultado das determinações abstratas. • Aula 7.2 – KARL MARX - Aula 2 DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. • Ricardo na visão de Marx. o Contribui para uma abordagem científica da análise econômica. o Consegue elaborar uma visão teórica uniforme e completa dos fundamentos gerais do sistema capitalista. o Descobre as contradições econômicas entre as classes, expondo as origens dos conflitos em sua análise. Para Marx, Ricardo e os outros economistas clássicos consideram o modo de produção capitalista (MPK) como algo eterno e natural, não aprofunda a questão da especificidade do capitalismo. Logo, tarefa da crítica da economia política é delimitar a especificidade histórico do MPK. 1. Mercadoria como ponto de partida • Antes do MPK (economia antiga, feudalismo, escravismo) • Apropriação do excedente é realizada de forma coercitiva e/ou via mecanismos que não são de mercado. • Uso de formas políticas, jurídicas, legais e/ou militares de extração do excedente. • MPK • Liberdade: apropriação do excedente é realizada de forma livre (sem coerção). • Igualdade: trocas entre equivalentes, ou seja, trocas são realizadas por seus valores naturais. Economia vulgar transforma toda economia de troca em economia capitalista, marxismo deve apontar a especificidade do MPK. Quais são os pressupostos para a criação do MPK? • Difusão da economia mercantil • Difusão de uma economia monetária Predomínio do trabalho assalariado: venda livre da força de trabalho. Era o aspecto principal para Marx. • MPK depende inicialmente de uma economia voltada exclusivamente para a produção de valor de troca, ou seja, de uma economia mercantil. • Mercadoria como forma concreta do produto do trabalho, concreto econômico mais simples, forma celular das relações fundamentais do MPK (Kosik). É o ponto de partida abstrato para o conhecimento da totalidade desenvolvida do MPK (Kosik) Mercadoria como forma concreta do produto do trabalho, concreto econômico mais simples, forma celular das relações fundamentais do MPK (Kosik). É o ponto de partida abstrato para o conhecimento da totalidade desenvolvida do MPK (Kosik). 2. Economia monetária • Moeda como facilitador das trocas, meio de pagamento, padrão de valor e forma equivalente geral. • Moeda permite completar o circuito de intercâmbio das mercadorias: M – D – M. • Assim como Ricardo, Marx vê a moeda metálica como uma mercadoria qualquer que pode ser relacionada ao valor gerado na produção dos metais preciosos. 3. Trabalho assalariado • Economia mercantil e monetária não é suficiente para caracterizar o MPK. Não há, por ex., MPK na antiguidade ou na Idade Média pois as relações de trabalho não são de trabalho livre. • Para existir trabalho assalariado, deve haver: • Força de trabalho despojada de terras e de outros meios de produção (processo do cercamentos na Inglaterra). • Subsistência do proletariado depende da venda da força de trabalho em troca de um salário. • Relações contratuais de trabalho são livres. • Força de trabalho deve ser uma mercadoria vendida em um mercado segundo as leis de concorrência. Distinções de Marx. • 1ª Distinção • Atividade de produção: contribui para a produção do excedente • Atividade de apropriação (ou exploração): não contribui para a atividade produtiva e não participa do processo produtivo em si. • Obs.: lembra distinção de Ricardo entre produção e distribuição. • 2ª Distinção • Esfera de produção: onde o trabalho produz as mercadorias. (Mais valia) • Esfera de circulação: onde as trocas são realizadas. (Não produz mais valia) • Assim como Ricardo separa produção e distribuição, Marx separa produção e circulação em sua análise. • 3ª Distinção • Trabalho: • Produz o produto total • Gera o tempo de trabalho total gasto na produção. • Força de trabalho • Definição de Marx: “agregado das capacidades físicas e mentais de um ser humano, que este põe em ação sempre que produz um valor de uso de qualquer espécie” (Marx apud Dobb, Teorias, p. 192). • Produz o produto total, mas é pago parcialmente. • Exige o tempo de trabalho necessário para pagar a força de trabalho. • MPK depende da existência de dois circuitos • Na esfera de circulação: ...M-D-M-D... • Representa a economia monetária e mercantil de forma geral • Apenas gera a troca de mercadorias por dinheiro • No capitalismo puro (concorrencial), não há ganhos nessa esfera • Na esfera da produção: D-M-D’ • Representa a especificidade do MPK • Ganho da mais-valia é realizado na esfera da produção Mais valia: O trabalhador produz valores maior do que o seu salário, esse excedente vai pra mão do capitalista. ( D’ = D + $D) onde o D é o custo com meios de produção e força de trabalho e $D é a mais valia, quanto mais o capitalista investe maior é a sua mais valia. De acordo com Marx é a mais valia que produz o desenvolvimentodo modo de produção capitalista. Para Marx o valor é produzido pelo trabalhador. • Crítica da igualdade e liberdade o O que é aparência e o que é a essência no capitalismo? Crítica para ser radical precisa ir na essência das coisas e das relações sociais. o Esfera de troca/circulação: ▪ Igualdade entre capital e trabalho ▪ Liberdade absoluta para vender força de trabalho. ▪ Relação contratual justa. ▪ Superfície/aparência das relações econômicas. o Esfera da produção: ▪ Desigualdade entre capital e trabalho. ▪ Exploração e obtenção da mais-valia. ▪ Essência das relações econômicas. ▪ Sociedade e economia burguesas oferecem apenas uma aparência de liberdade e igualdade, ocultando a desigualdade e o autoritarismo das relações sociais sob o modo de produção capitalista. Evolução da taxa de mais-valia depende da relação entre o produto gerado pela força de trabalho total x força de trabalho necessária para a produção de subsistência da própria força de trabalho. Taxa de mais-valia é resultado de determinadas condições históricas e institucionais, expressando a estrutura de repartição dos rendimentos. Logo, salário de subsistência não é determinado em um sentido físico, mas histórico e social. Elevação da taxa de mais-valia o Aumento da mais-valia absoluta: elevação do tempo de trabalho excedente com relação ao tempo de trabalho necessário para o pagamento da força de trabalho. Importante no século XIX. Aumento da jornada de trabalho, para o trabalhador produzir uma mais valia maior o Aumento da mais-valia relativa: redução do tempo de trabalho total pela elevação da produtividade no setor de produção dos bens de subsistência (= reduz tempo de trabalho necessário para o pagamento da força de trabalho). Intensificação do trabalho: impor metas de trabalho para o trabalhados cobrir o seu salário em um menor período de tempo produzindo uma maior mais valia. Ex:. Cumprimento de metas. • Aula 7.3 – KARL MARX - Aula 3 DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1996. • Marx se preocupa em explicar o que leva o capitalismo a crescer, o capitalismo não e feito para ser um sistema continuo, mas para buscar cada vez mais acumulação de riqueza (transformação da mais valia em capital), quando se cria esse sistema a moeda deixa de servir como meio de troca e se torna meio de valorização do capital e meio de gerar mais riqueza, nessa visão e errado guarda dinheiro e não investir (tio Patinhas anti-capitalista por não cria a mais valia apenas tem riqueza acumulada) para Marx esse processo de crescimento contínuo da mais valia e da acumulação de capital gera duas tendências • Concentração de capital: relação capital – trabalho o Decorrente da busca da mais valia relativa temos o aumento da produtividade, esse processo cria uma concentração crescente dos meios de produção nas mãos do capitalista aumentando a capacidade de explorar os trabalhadores. o Resultado: a acumulação e impulsionada pela competição entre os próprios capitalistas, mudanças na composição técnica do capital, ou seja, uma porção da economia cada vez mais voltada ao capital fixo e aumenta também a proporção do capital empregado nas maquinas em relação ao empregado nos salários. Conforme o capitalismo aumenta seu poder sobre o trabalhador, cria-se as bases de destruição do capitalismo pois a economia cada vez depende menos do trabalho vivo, o trabalho da máquina não cria valor na visão de Marx. A máquina para Marx ajuda a criar a mais valia relativa, mas quem cria a mais valia é o trabalhador. o Consequência: maior poder do capital sobre o trabalho: ``concentração crescente dos meios de produção e do comando sobre o trabalho``. • Centralização do capital: relação entre os capitalistas Centralização do capital São as relações entre os capitalistas, essas disputas passam pelo aumento da produtividade e pelas questões tecnológicas para aumentar sua mais valia e eliminar as concorrências, para investir em tecnologia e necessário ter mais capital, isso cria uma diferenciação entre os capitalistas. Cria-se um processo de centralização do capital favorecendo as grandes empresas pois elas conseguem realizar esses grandes investimentos. Marx diz que esse sistema favorece as bases da civilização e fortalece as relações capitalistas. A contradição do capitalismo consiste no processo de concorrência e o seu oposto: o monopólio. LIMITES A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL: 1.Contraria Ricardo e Maltos, para ele o problema do capitalismo não tem origem na população, o crescimento do capitalismo gera massa de pessoas desempregadas pois a troca do homem pela máquina. 2. Lei da queda tendencial da taxa de lucro: para Marx conforme aumenta o capital constante ele será maior do que o capital variável, essa redução da taxa de lucro na mais valia pode-se evitar por algumas medidas: reduzir valor das mercadorias que compõe o salário; diminuir o custo das maquinas 3. Miséria crescente da classe operária: Os trabalhadores ficam cada vez mais pobres, a massa de desempregados sujeita os trabalhadores a degradação social e a insegurança. Fase inicial da industrialização. Nessa visão tem se um empobrecimento e desemprego crescente. • Aula 8.1 – Neoclássicos - Aula 1 DEANE, Phyllis. A evolução das ideias econômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. • Contexto: o Década de 1850/60: consenso no pensamento econômico britânico, predomínio das ideias de Smith e Ricardo, defesa do comércio internacional e orientação do livre mercado. o Na economia política clássica temos algumas rachaduras ▪ Teoria do valor baseada no valor de uso, Nassau Senior começa a trabalhar a noção de utilidade ▪ Uso da explicação matemática (Jevons 1862) ▪ Começa a utilização da matemática para tentar explicar o comportamento econômico de maximização da satisfação, tentar calcular a subjetividade do homem. o Surge paralelamente e de forma independente em diversos países os paradigmas da teoria econômica o Propõe uma nova forma de encarar a economia, a escola neoclássica é uma outra abordagem que mantem de continuidade do pensamento clássico o ideal liberal, mas a escola neoclássica lida com isso de uma outra forma. o Com essa transformação passa a ter outros objetos na economia e coisas que antes era considerada importantes são deixadas de lado, o neoliberalismo busca o liberalismo econômico. • PRINCIPAIS TEÓRICOS o Inglaterra: Stanley Jevons (1871): teoria da matemática na econômica, desenvolve a análise da utilidade marginal no sistema ricardiano. Ele traz para economia a ideia de que é possível mensurar aspectos psicológicos e subjetivos. o Áustria: Karl Menger (1871) : cria uma nova teoria do valor que não está mais baseada na teoria do valor do trabalho mas em uma ideia subjetiva, valor é o que se considera útil, ao realizar essa atividade de avaliação cada um considera a utilidade de uma forma diferente. “Teoria subjetiva do valor dependente da utilidade marginal para a determinação da troca de bens. ” o Suíça – Léon Walras (1874): análise da utilidade marginal em termos matemáticos. • ECONOMIA PURA E ABSTRATA. o Economia como ciência e não como política, inspirados na física de Newton e o termo economia política é substituído pelo termo Economics, os neoclássicos tinham o ideal de que a economia poderia ser neutra e sem juízo de valor, era apenas instrumental e com valor para desenvolvimento técnico da economia. o Se torna uma faculdade importante nos países
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