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Economia Política - Prof. Sylvio Puga e Neuler Almeida

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) 
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS (ESO) 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS (MODALIDADE PRESENCIAL 
MEDIADO) 
 
 
 
 
 
 
ECONOMIA POLÍTICA 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Sylvio Mário Puga 
Prof. Msc. Neuler André S. de Almeida 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus 
2012 
 
 
 
2 
 
 
 
 
APOSTILA ECONOMIA POLÍTICA 
I - EMENTA: A gênese da Economia Política: O contexto histórico da Economia 
Política; Produção e Consumo; Distribuição e Troca; A Teoria do Valor em 
Marx; A Teoria marxista da reprodução do capital. A transformação de valores 
em preços de produção. Teoria Marxista das Crises. Teoria marxista da renda 
da terra. Teoria marxista do capital financeiro. 
 
Objetivos do curso 
• O aluno estará apto a compreender os conceitos básicos da Economia 
Política; 
• O aluno estará apto a identificar as principais Teorias Marxistas sobre a 
produção, consumo, trabalho e valor; 
• O aluno estará apto a analisar a relação entre capital e trabalho a partir 
da Economia Política em nível Nacional Regional e Internacional. 
 
Introdução 
 O que se pode e o que se deve entender exatamente por “economia 
política”, nos dias de hoje? No século XIX, não haveria dúvida em relação ao 
seu significado: a expressão era usada para designar uma determinada área 
do conhecimento, ou campo da ciência, voltada para o estudo dos problemas 
da sociedade humana relacionados com a produção, acumulação, circulação e 
a distribuição de riquezas, bem como para as proposições de natureza prática 
a eles associadas. 
 Em sua Contribuição à crítica da Economia Política, Karl Marx no 
capitulo intitulado “Apontamento para uma história da mercadoria” ele afirma 
textualmente que a economia política clássica “começa na Inglaterra, com 
Adam Smith e na França, com Willian Petty e termina na Inglaterra com David 
Ricardo. Em qualquer caso no entanto – seja no dos que simplesmente 
 
 
3 
 
preservam a antiga designação para tratar dos problemas da “economia 
moderna”, com as melhores intenções, pretendem avançar no conhecimento 
da interação entre o aspecto social, econômico e político da sociedade 
humana. 
Na busca de tentar entender um pouco melhor o que é a Economia 
Política, sua importância e contribuição para o desenvolvimento do senso 
critico referente à politica econômica adotada pelos governos e o 
comportamento da dinâmica das economias que regem as sociedades 
modernas. Foi assim, que elaboramos esta apostila que serve de suporte para 
as aulas teóricas desta disciplina cujo, intuito é que esta apostila sirva de 
ferramenta para o acompanhamento das aulas pelos alunos de economia do 
interior do estado. 
 
 
4 
 
Unidade 1 A gênese da Economia Política: O contexto histórico da 
Economia Política 
 A Economia Política 
� Formação Social: é um termo que designa uma sociedade 
historicamente determinada, um todo social em um momento de sua 
existência. 
 A FS é uma combinação particular, específica, de vários modos de 
produção puros. Assim, a FS constitui por si mesma uma unidade complexa na 
qual domina um certo modo de produção, que determina o caráter dos outros. 
Economia Política: É a ciência social que estuda a produção, a distribuição e 
o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as 
necessidades humanas. 
� Problema econômico fundamental: Os desejos e necessidades de 
uma sociedade são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção 
dos bens e serviços que devem atendê-los são limitados. 
� O que produzir: o dilema da escolha que a sociedade terá que fazer, 
diante do leque de possibilidades de produção; 
� Como produzir: sociedade terá que escolher também quais os recursos 
produtivos que serão utilizados para a produção dos bens e serviços 
elegidos dado o nível tecnológico existente; 
� Para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como os 
seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua 
produção, ou seja, se todos participarão igualmente desses resultados 
ou, em caso contrário, quais deles serão os mais ou menos 
beneficiados. 
 
� A maneira como esses problemas são resolvidos depende do modo de 
produção predominante (sistema econômico). 
 
 
5 
 
O contexto social da escola mercantilista 
� Doutrina econômica que apareceu entre a idade média e o período de 
triunfo do “laissez-faire”, embora as datas variem em países e regiões 
diferentes. 
� Revolução Comercial: conjunto de mudanças que marca a transição da 
economia estática e contrária ao lucro, dos fins da Idade Média, para o 
dinâmico regime capitalista do século XV e seguintes. 
Causas da Revolução Comercial 
� A conquista do monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades 
italianas; 
� o desenvolvimento de um lucrativo comércio entre as cidades italianas e 
os mercadores da Liga Hanseática, no norte da Europa; 
� a introdução de moedas de circulação geral, como o ducado veneziano 
e o florim toscano; 
� a acumulação de capitais excedentes, frutos das especulações 
comerciais, marítimas ou de mineração; 
� a procura de materiais bélicos e o estímulo dado pelos novos monarcas 
ao desenvolvimento do comércio, afim de criar mais riquezas tributáveis; 
e 
� a procura de produtos oriundos do extremo Oriente 
� Essa combinação de fatores deu aos homens do começo da 
Renascença novos horizontes de opulência e poder e dotou-os com 
parte do equipamento necessário à expansão dos negócios. 
� Era inevitável a insatisfação com o acanhado ideal das corporações 
medievais, que proibia o comércio lucrativo. 
 A essência da Escola Mercantilista 
 
 
6 
 
� Os mercantilistas consideravam o ouro e a prata como a forma mais 
desejável de riqueza. 
� Para acumular esse metal, propunham a obtenção de excedente de 
exportações, necessárias para um País que deseja receber pagamentos 
em moeda. 
� Os mercantilistas promoveram o nacionalismo. “O lucro de um homem 
representa o prejuízo de outro. (...) Nenhum homem pode receber lucros 
exceto pelo prejuízo de outros” (Michel de Montaigne) 
� O nacionalismo mercantilista implicava em militarismo. 
� Ênfase sobre as exportações e relutância em importar. 
� Os capitalistas mercantes acreditavam na dominação e exploração de 
colônias e no monopólio do comércio em seu próprio benefício. (As 
colônias eternamente dependentes). 
� Para promover seus interesses comerciais, os mercantilistas 
acreditavam no livre comércio dentro do país , isto é, opunham-se a 
impostos internos, taxas e outras restrições sobre o movimento de bens, 
o que não quer dizer que eram favoráveis à entrada de qualquer pessoa 
no ramo do comércio. 
� O mercantilismo favorecia a existência de um governo centralizado forte 
para garantir a regulamentação dos negócios. (garantir regulamentação 
nacional uniforme). 
� Embora o mercantilismo promovesse riqueza para a nação, não 
encorajava a riqueza para a maioria da população. 
A Quem serviu a Escola Mercantilista? 
� Aos capitalistas mercantes; 
� Aos Reis e a seus seguidores imediatos; 
� Aos mais poderosos e fortalecidos, que possuíam monopólios, 
detinham privilégios e outros favores oficiais; 
 
 
7 
 
Validade, utilidade e adequação, na época 
� Com o rápido crescimento do comércio que exigia uma maior circulação 
e a existência de um deficiente sistema bancário, justificavam a 
acumulação metalista; 
� Sem um sistema de finanças internacionais desenvolvido, a acumulação 
de metais preciosos desempenhou um importante papel na efetuação 
dos pagamentos internacionais; 
� O uso da teoria quantitativa da moeda; 
� Mudanças de atitude em relação aos comerciantes e à prática do lucro;� Promoção do nacionalismo; 
Como fomos influenciados pelo Mercantilismo? 
� Desenvolvimento do sistema bancário que superou a necessidade de as 
trocas basearem-se em moedas de ouro ou prata; 
� Os bens de capital passaram a ser a ser itens mais importantes de 
riqueza do que o ouro e a prata; 
� O crescimento conseguido desencadeou grandes transformações e 
mudanças de comportamentos; 
� Atualmente existem políticas e idéias que se assemelham às 
mercantilistas: 
� O Nacionalismo 
� Protecionismo 
� Garantias de monopólios para encorajar novos investimentos. 
Os Autores Mercantilistas 
 
 
� Comerciante Inglês, nascido em Londres e reconhecido como um dos 
mais destacados membro
� Foi um ativo e próspero comerciante na Itália e Oriente, onde fez grande 
riqueza. Regressou a Londres, onde foi membro do conselho e diretor 
da Companhia das Índias Orientais.
� Em 1621 publicou “
Indies”. 
� principal tese: “enquanto as exportações totais excedessem as 
importações totais, a drenagem de espécies de um país em qualquer 
ramo de comércio não importava”;
� Analisando o balanço de pagamentos totais, foi quem primeiro incluiu 
itens invisíveis. 
GERARD MALYNES 
� Mercador no comércio exterior;
� Não sendo bem sucedido, passou uma temporada na prisão de 
devedores; 
� Comissário britânico de comércio na Bélgica;
 
 
 
 
Comerciante Inglês, nascido em Londres e reconhecido como um dos 
membro da escola mercantilista. 
Foi um ativo e próspero comerciante na Itália e Oriente, onde fez grande 
riqueza. Regressou a Londres, onde foi membro do conselho e diretor 
da Companhia das Índias Orientais. 
Em 1621 publicou “A Discourse of Trade from England unto t
principal tese: “enquanto as exportações totais excedessem as 
importações totais, a drenagem de espécies de um país em qualquer 
ramo de comércio não importava”; 
Analisando o balanço de pagamentos totais, foi quem primeiro incluiu 
Mercador no comércio exterior; 
Não sendo bem sucedido, passou uma temporada na prisão de 
Comissário britânico de comércio na Bélgica; 
Thomas Mun 
(1571-1641) 
8 
Comerciante Inglês, nascido em Londres e reconhecido como um dos 
Foi um ativo e próspero comerciante na Itália e Oriente, onde fez grande 
riqueza. Regressou a Londres, onde foi membro do conselho e diretor 
A Discourse of Trade from England unto the East 
principal tese: “enquanto as exportações totais excedessem as 
importações totais, a drenagem de espécies de um país em qualquer 
Analisando o balanço de pagamentos totais, foi quem primeiro incluiu 
Não sendo bem sucedido, passou uma temporada na prisão de 
 
 
9 
 
� Assessor governamental nas questões de comércio e da moeda. 
� Embora achasse que o comércio e tráfico fossem saudáveis, elaborou 
uma lista dos que estavam isentos de serem mercadores; 
� Defendia a regulamentação dos bens para assegurar a boa qualidade; 
� Tinha pavor da superpopulação e por isso defendia o apoio aos 
mercadores que objetivassem descobrir novas terras; 
� Mais dinheiro, elevados preços bons negócios 
 
 
� Escritor inglês que tratou dos temas políticos e econômicos. 
� Entre sus obras sobre estas materias, se destaca: Discourses on the 
Publick Revenues and on the Trade of England (2 vols. 1698), em que 
estuda amplamente o comércio regional da África, Indias Orientais e 
ilhas do Pacífico. 
� Passou grande parte de sua vida ocupando cargos governamentais 
relacionados à arrecadação de impostos e ao controle de importações e 
importações; 
� Membro do Parlamento 
� Embora se mostrasse um iluminista ou um eclético, que tentou combinar 
o novo com o velho, não passava de um mercantilista ortodoxo; 
 CHARLES DAVENANT 
(1656-1714) 
 
 
10 
 
� Reagiu contra o Ato do Sepultamento em Mortalha de Lã; 
� Defendeu o benefício do valor completo; 
� Preferia as guerras dentro do país às no exterior; 
� Defendeu a regulamentação governamental dos negócios. 
 
 
� Marques de Seignelay 
� Ministro das Finanças (1661), 
� Controlador Geral (1665), 
� Superintendente das Artes e Manufaturas (1664), 
� Secretário de Estado 
� Representa o coração e a alma do mercantilismo na França, que por 
isso passou a chamar-se de COLBERTISMO; 
� Defensor da acumulação de metais preciosos; 
 JEAN BAPTISTE COLBERT 
(Reims, 1619-Paris, 1683) 
 
 
11 
 
� Acreditava que a força do estado depende de suas finanças, que 
depende da arrecadação de impostos; 
� Apoiava a expansão de exportações, redução de importações e leis que 
impedissem a saída de ouro do País; 
� Arquinacionalista e Militar, acreditava que apenas quatro atividades 
eram importante: agricultura, comércio, guerra em terra e guerra no mar; 
� As Colônias eram importantes como mercado e fontes de matérias-
prima; 
� Era necessária uma grande navegação e marinha mercante; 
� Um país só fica mais rico às custa de outros; 
� O comércio é uma guerra contínua e amarga entre nações em busca de 
vantagens econômicas; 
� Defendeu a regulamentação governamental dos negócios com fortes 
características feudais; 
 
 
� Foi marinheiro, físico, professor de anatomia, inventor, pesquisador e 
membro do parlamento, estatístico e grande proprietário de terras; 
� Defensor do pleno emprego; 
 SIR WILLIAM PETTY 
(1623-1687) 
 
 
12 
 
� Apoiava um comércio exterior mais livre, para evitar o contrabando; 
� Apoiava a sôbre taxa nas importações de bens de consumo que 
eram produzidos internamente; 
� Apoiava a produção mais que o comércio 
A Escola Fisiocrata 
� Foi desenvolvida na França entre 1756 - 1776 
� Teve como marco inicial a publicação do Artigo de Quesnay intitulado 
Grande Encyclopédie; 
� Apesar de ter subsistido formalmente por apenas duas décadas, 
provocou influências por muito mais tempo. 
O Contexto Social da Escola 
� Sobre a proibição de importação de mercadorias. A respeito escreve 
Nicholas Bardon, na obra A Discourse of Trade: 
“ A proibição do comércio é a causa de sua 
decadência, pois todos os produtos estrangeiros são 
trazidos pela troca com as mercadorias locais, 
assim, proibindo-se qualquer mercadoria 
estrangeira, impede-se o fabrico e exportação de 
parte correspondente da mercadoria nacional, que 
pela primeira costumava ser trocada. Os artífices e 
mercadores que trabalham em tais mercadorias 
perdem seu comércio...” 
� Sobre o argumento da balança de comércio. A respeito escreveu Dudley 
North, no livro Discourse Upon Trades: 
“Não há muito, houve grande agitação com 
pesquisas sobre a balança de exportação e 
importação, e com a balança de comércio, como 
diziam. Imaginava-se que, se trouxéssemos mais 
 
 
13 
 
mercadorias do que mandávamos para fora, 
estávamos a caminho da ruína. Pode parecer 
estranho ouvirmos dizer, hoje, que todo o mundo é, 
quanto ao comércio, apenas uma nação ou um povo, 
e que as nações são como pessoas... ... Que não 
pode haver comércio sem lucro para o público, pois 
quando não há lucros, o comércio é abandonado... 
... Quando nenhuma lei pode estabelecer prêmios, 
ao comércio, pois estes devem vir por si mesmos. 
Equanto essas leis são baixadas em qualquer país, 
constituem um empecilho ao comércio, e, portanto, 
são prejudiciais”. 
� Sobre a política mercantiliste dos monopólios, escreveu Joseph Tucker: 
“Nossos monopólios, companhias públicas e 
companhias por ações são um prejuízo e destruição 
para o comércio livre... Toda a nação sofre em seu 
comércio, e fica privada do comércio com mais de 
três quartos do Globo, para enriquecer alguns 
diretores ambiciosos. Eles se enriquecem dessa 
forma, ao passo que o público se torna pobre”. 
� Sobre a noção mercantilista da importância que para um país tinhao 
estoque de ouro e prata, escreveu David Hume: 
 “Um grande tesouro não traz vantagens duradouras 
para um país... ... Em conseqüência do comércio 
internacional, todo país com um dinheiro metálico 
consegue o volume de ouro que estabelece seus 
preços de modo a equilibrar as importações e as 
importações... ... Se considerarmos qualquer reino 
em si, é evidente que a maior ou menor abundância 
de dinheiro não tem importância: pois o preço das 
mescadoris é sempre proporcional à abundância do 
dinheiro”. 
 
 
14 
 
As Estruturas 
� A estrutura econômica desenvolvida pelo Colbertismo, 
principalmente pela regulamentação detalhada da produção; 
� A indústria foi prejudicada em seu desenvolvimento em função dos 
impostos e tarifas e pedágios internos, que dificultava o movimento 
das mercadorias; 
� A agricultura vivia sobrecarregada pelas condições impostas pela 
nobreza que era a proprietária das terras; 
� As guildas continuaram a ser um grande obstáculo ao impedir a 
entrada de mão-de-obra especializada em certas ocupações; 
� A escola Fisiocrata foi assim uma reação contra uma sociedade 
corrupta e decadente e a um mercantilismo com fortes características 
feudais. 
� Controle demasiado da indústria estimulou a luta pela ausência total 
de controle. 
� Turgot escrevendo sobre Gournay: 
“Espantou-se ele ao verificar que um cidadão não 
podia fazer nem vender nada sem ter comprado o 
direito disso, conseguido, por alto preço, sua 
admissão numa corporação... Nem havia imaginado 
que um Reino onde a ordem de sucessão fora 
estabelecido apenas pela tradição... O governo teria 
condescendido em regulamentar, por leis expressas, 
o comprimento e largura de cada peça de tecido, o 
número de fios de que deve ser formada, e 
consagrar com o selo da legislatura quatro volumes 
in-quarto cheios desses detalhes importantes, bem 
como deixar numerosas leis ditadas pelo espírito 
monopolista. Não o surpreendeu menos ver o 
governo ocupar-se da regulamentação de preços de 
 
 
15 
 
cada mercadoria, proibindo um tipo de indústria com 
a finalidade de fazer florescer outro... E julgar que 
assegurava a abundância do cereal, tornando a 
situação do agricultor mais incerta e desgraçada do 
que a de todos os outros cidadãos”. 
� Surpreso com a regulamentação excessiva, Gourmay queria ver a 
França livre dela e imaginou a famosa frase: 
laissez-faire, laissez-passer 
...que tornou-se o lema dos fisiocratas franceses 
A essência da Escola 
� Os fisiocratas desenvolveram a idéia da ordem natural: Na esfera 
econômica, o direito natural das pessoas era desfrutar seu próprio 
trabalho, desde que isso fosse coerente com o direito dos outros; 
� Oposição a quase todas as restrições feudais, mercantilista e 
governamentais; 
� A indústria, o comércio e as profissões eram úteis mais estéreis. 
Somente a agricultura era produtiva, pois criava um excedente, um 
produto líquido acima dos custos de produção; 
� Somente os proprietários de terras deveriam pagar impostos, porque 
a agricultura era a única que gerava excedente; 
� Condenava o consumo de produtos de luxo. Era um ato que 
dificultava a acumulação de capital; 
� Consideravam a economia como um todo e analisavam o fluxo 
circular da riqueza. 
A quem a Escola Serviu? 
� À indústria 
� À agricultura 
 
 
16 
 
� Ao comércio interno de grãos 
� Às exportações de produtos agrícolas 
� Às importações de produtos manufaturados. 
 
A utilidade da Escola 
 
� Ao considerar a sociedade como um todo e analisando as leis que 
governam a circulação de riqueza, fundaram a Economia como ciência; 
Os Autores da Escola 
 
 
 
� Médico; 
� Interessou-se por economia em 1750, depois que conheceu Vicent 
de Gournay (1712-1759), que era inspetor da qualidade de produtos 
de acordo com as marcas registradas e é considerado o autor da 
famosa frase laissez-faire, laissez-passer; 
 FRANÇOIS QUESNAY 
 (1694-1774) 
 
 
17 
 
� A sociedade era análoga ao organismo físico. A circulação de 
riqueza de riqueza e de bens na economia era como a circulação do 
sangue no corpo; 
� Tableu Economique (1758): precursor da análise da renda nacional. 
 
A Escola Clássica 
O contexto social da escola 
� O período de influência da Escola Clássica pode ser datado de 1776, 
com a publicação da obra de Adam Smith, a 1871, quando Stanley 
Jevons e Carl Menger publicaram os trabalhos que deram origem à 
teoria neoclássica. 
� No Século XVII, a Inglaterra ocupava uma posição inferior à da Holanda 
em comércio, e inferior à França em produção manufatureira. 
� Em meados do Século XVIII, a Inglaterra assumiu supremacia em 
comércio e indústria. 
� A Revolução Industrial, que em seqüência à Revolução Comercial, que 
foi o ponto de partida de rápidas e decisivas mudanças no campo 
econômico, não só ampliou ainda mais a esfera dos grandes 
empreendimentos comerciais mais ainda se estendeu aos domínios da 
produção. 
� Em síntese, podemos dizer que a Revolução Industrial compreendeu: 
1) A mecanização da indústria e da agricultura; 
2) A aplicação da força motriz à industria; 
3) O desenvolvimento do sistema fabril; 
4) Um sensacional aceleramento dos transportes e das comunicações; 
5) Um considerável acréscimo do controle capitalista sobre quase todos os 
ramos de atividades econômicas. 
 
 
18 
 
 
 
O Esquema Egoísta de Thomas Hobbs 
� O Sistema Egoísta de Hobbs pode ser sintetizado na afirmação de 
um estado natural no qual cada comportamento humano somente 
possui como objetivo a mera autoconservação, ou egoísmo, de cada 
indivíduo, e do qual, se alguma vez se tornar possível sua realização 
integral, decorreria uma guerra geral e desagregadora entre os 
seres humanos. 
Consequência dessa filosofia moral no terreno da política: 
� Se os atos humanos não possuem outro objetivo natural que não o 
egoísmo, torna-se impossível a constituição da sociedade sem a 
intervenção coercitiva do Estado; 
� A política não é considera simplesmente como a atividade 
ordenadora de uma sociedade que extrai seu próprio fundamento e 
seu próprio princípio de uma tendência natural e espontânea dos 
homens no sentido da construção de um tecido de relações 
recíprocas estáveis; 
� A política converte-se no meio ao qual todos os homens são 
encaminhados pelo temor, como contrapartida a uma tendência 
natural à desagregação. Ou seja, a política chega a ser a própria 
fonte da vida social. Portanto, inexiste uma sociedade civil que, em 
Thomas Hobbes 1588–1679 
 
 
19 
 
sua ordem natural, preceda logicamente ao Estado; ao contrário, é 
exatamente em virtude da constituição desse Estado que a 
sociedade se forma; 
� Conseqüentemente, a sociedade subsiste apenas enquanto os 
homens renunciem à própria liberdade, ou seja, segundo Hobbes, 
enquanto o homem renuncie às suas próprias tendências centrífugas 
e destrutivas em favor da autoridade estatal, qualquer que seja a 
forma pela qual esta venha a se configurar constitucionalmente. 
 
 
� Segundo Locke é da natureza do homem um estado 
essencialmente bom, logo a existência de contrastes, independente 
de uma perversidade natural, tem a ver com uma espécie de avareza 
da natureza física. 
� O Estado, assim, não é mais a fonte da sociedade civil, mas a 
simples garantia da PROPRIEDADE, que cada ser humano pode 
conquistar através do seu próprio trabalho – A propriedade privada 
torna-se o único argumento da moral econômica. 
� A realidade do Estado, diferente da existente no Sistema Egoísta, 
não implica na alienação da liberdade por parte dos seres humanos. 
Essa realidade configura o instrumento através do qual a 
LIBERDADE pode se desenvolver de forma plena, constituindo-se 
numa garantia contra qualquertentativa de desordem. 
John Locke (1632–1704) 
 
 
20 
 
� O Estado limita suas funções à contínua conservação da ordem da 
sociedade civil; 
� O estado não tem condições de superar os limites impostos pela 
natureza física, do qual deriva a possibilidade de desordem. 
� Existência de um fenômeno não eliminável, os EXCLUÍDOS, cuja 
existência é explicada por uma menor capacidade de conquista de 
uma propriedade por intermédio do trabalho. 
� A lógica do Estado de Locke resume-se na convivência entre a 
bondade natural e a desigualdade natural. 
Os Autores da Escola Clássica 
 
 
� Filho de um comissário da alfândega, nasceu na cidade portuária de 
Kirkaldy, na Escócia. 
� Estudou Ciência Moral e Política e Línguas. 
� Foi professor de Filosofia Moral por 12 anos, no Glasgow College, 
em 1751. 
� Principais obras: 
� The Theory of Moral Sentiments (1759) 
 ADAM SMITH (1723-1790) 
 
 
21 
 
� An Inquiry into the Nature and Cause of the Wealth of Nations ( 
1776) 
� Com Smith o dualismo psicológico do ser humano (ser bom e avarento), 
já antevisto por Locke e desenvolvido pelos filósofos ingleses, torna-se o 
problema mais importante do discurso filosófico; 
� Separa o comportamento humano em duas áreas: de um lado, a moral, 
na qual a utilidade dos indivíduos e da sociedade é obtida através do 
exercício da simpatia. De outro lado, a econômica na qual, a mesma, 
utilidade é obtida através do exercício do egoísmo. 
� O conflito entre as duas faculdades, para ser evitado, exige uma 
condição: Ninguém, na busca de seus próprios interesses, impeça aos 
demais a obtenção de seus respectivos interesses, ou seja, todos são 
livres para usufruir de suas propriedades, desde que não prejudique 
alguém – Princípio do Direito Natural. 
� Existe, assim, o direito de comer, de estudar, de trabalhar, mas não se 
contempla o direito ao alimento, ao lugar de trabalho, ao estudo, razão 
pela qual, em relação à comunidade, a pessoa tem o direito de não ser 
impedida, mas não tem o direito de ser sustentada. – Toda ajuda ao 
mais fraco não é exigível pelo mais fraco como direito, mas só 
possível de ser implorada como esmola. 
� A competição reprime o egoísmo e a busca da satisfação individual 
promove a riqueza social. A sociedade, assim, seria conduzida por uma 
mão invisível de um Deus Benevolente – O MERCADO 
A Riqueza das Nações 
A Divisão do Trabalho 
“Um maior aproveitamento das forças produtivas do trabalho e da maior parte 
da habilidade, destreza e julgamento com que é sempre dirigido, ou aplicado, 
parece ter sido o efeito da divisão do trabalho”. 
Motivos da eficiência da divisão do trabalho: 
 
 
22 
 
� Cada trabalhador desenvolve destreza crescente no desempenho de 
uma tarefa simples; 
� Poupa-se tempo se o trabalhador não precisa mudar o tipo de trabalho 
que realiza; 
� Pode-se inventar maquinaria para aumentar a produtividade, uma vez 
que as tarefas foram simplificadas e rotinizadas com a divisão do 
trabalho. 
� O lado obscuro da divisão do trabalho: estupidifica a mente e embrutece 
a personalidade. 
“... em toda a sociedade desenvolvida e 
civilizada, este é o estado em que os 
operários pobres, isto é, a maior parte do 
povo, deve necessariamente cair, a menos 
que o governo tome algumas medidas para 
impedir isto”. 
� O governo deveria promover a educação das pessoas comuns em 
escolas paroquiais gratuitas e possivelmente obrigatórias. 
As leis econômicas de uma sociedade livre. 
a) Valor: 
1. Valo-de-uso: expressa a utilidade de um objeto particular. 
2. Valor-de-troca: expressa o poder de compra de outros bens que a posse 
daquele objeto contém 
� O valor de um bem para a pessoa que o possui, caso deseje trocar por 
outros bens, é igual a quantidade de trabalho que lhe permita adquirir ou 
comandar. 
� O trabalho é a medida real do valor-de-troca de todos os bens. 
� Contradição do valor-trabalho: produção que evitam grandes 
investimentos e garantem o mesmo retorno para seu trabalho. 
 
 
23 
 
� Em uma sociedade em que os investimentos de capital se tornam 
importantes, os bens são trocados normalmente por outros bens, por 
dinheiro ou por trabalho a um valor suficiente para cobrir salários, lucros 
e aluguéis. 
� A quantidade de trabalho que um bem pode comprar excede a 
quantidade de trabalho envolvida em sua produção pelo montante de 
lucros e aluguéis. O valor é influenciado pelo custo de produção. 
b) Preço de mercado 
1. Preço natural: é um preço a longo prazo, que é o menor preço ao qual 
os empresários continuam a vender seus bens. Quando um bem é 
vendido ao seu preço natural, haverá receita exatamente suficiente para 
pagar as taxas naturais de salário, lucros e rendas. 
2. Preço real ou de mercado: depende da oferta e da procura a curto prazo 
e tenderá a flutuar em torno do preço natural. 
c) Salários 
� Conflito na determinação dos salários. 
� Taxa salarial mínima: deve ser aquela que permita ao trabalhador com 
sua família sobreviver e perpetuar a oferta de trabalho. 
� A variação da riqueza nacional determina a demanda por trabalho e o 
salário. 
d) Lucro 
� Todo investimento está exposto ao risco de perda, de forma que a 
menor taxa de lucro deve ser suficiente para compensar essas 
perdas e ainda deixar um excedente para o empresário. 
1. Lucro bruto: inclui a compensação pela perda e o excedente. 
2. Lucro líquido: corresponde apenas ao excedente, a receita líquida do 
negociante. 
 
 
24 
 
� Concorrência e salários podem reduzir o lucro. 
e) Renda 
� Na terminologia clássica, a renda é um preço pago pelo uso da terra. É o 
preço mais alto que o rendeiro pode pagar após a dedução dos salários, 
da depreciação do capital, dos lucros médios e de outras despesas de 
produção. 
� Preços altos, rendas elevadas. Preços baixos, rendas baixas. Mas Smith 
havia afirmado que a renda da terra entra no preço do produto. Que 
contradição. 
 
Desenvolvimento econômico 
� A maquinaria e a divisão do trabalho aumentavam a produção de 
riqueza. 
� O comércio é significativo, porque permite a especialização do trabalho, 
que é limitado pelo tamanho do mercado. Portanto, mercados em 
ampliação aumentam a produtividade. 
� Os que vivem de salários seriam mais beneficiados, não pela grande 
riqueza, mais pela riqueza crescente. 
 
 
DAVID RICARDO 
(1772 - 1823) 
 
 
25 
 
� Pensador dedutivo (do geral para o particular) que fazia 
generalizações vastas, as quais denominava de leis econômicas (leis 
que regulavam a distribuição de metais preciosos no mundo; leis que 
governavam o intercâmbio internacional de bens; leis que 
governavam a distribuição da renda. 
� Mudou a ênfase da análise econômica da produção para a 
distribuição. Da noção de que a produção e a divisão do trabalho 
determinavam o bem-estar da nação, para a de que a distribuição 
era o problema principal. Apontava como problema-chave a divisão 
da produção da terra entre três classe: proprietários de terras, 
capitalistas e trabalhadores. 
� Para Ricardo, o otimismo de Smith sobre um mundo em constante 
aperfeiçoamento era errôneo, visto que a pressão populacional 
forçaria as pessoas ao trabalho em solos cada vez mais pobres e ao 
cultivo mais intensivo dos solos melhores o que faria cair a 
produtividade empobrecendo o mundo a longo prazo. Logo, o 
problema central pareceria ser a questão de como e por que certo 
padrão de distribuição de produção limitada se desenvolvia entre 
números sempre crescentes de pessoas. 
� Principal obra: On the Principles of Political Economy and 
Taxation. 
Algumas questões relevantes 
Salário e Lucros 
� Preço Natural do trabalho: é o preço que permite aos trabalhadores 
subsistirem e perpetuarem sem mudançaem seu número e depende 
do preço das necessidades vitais requeridas pelos trabalhadores e 
por suas famílias. 
� Se o custo de vida subir os salários também sobem. Se cair os 
salários também caem. 
� O preço de mercado do trabalho depende da oferta e da procura. 
 
 
26 
 
 
A Lei de Ferro dos Salários: No longo prazo o trabalhador somente recebe 
um salário de subsistência. 
 
� As taxas de lucro em áreas empresariais diferentes dentro de um 
mesmo país tendem a igualar-se. 
� Lucros e salários variam inversamente devido : Salários mais elevados 
devem sair dos lucros em vez de serem transferidos para preços mais 
elevados. (igualdade de troca e balanço internacional de pagamentos). 
A Lei dos Rendimentos decrescentes 
� Com a aproximação do final das guerras napoleônicas, fazendeiros e 
donos de terras temiam a entrada de grão, em abundância, na 
Inglaterra, com baixos preços e por isso solicitavam ao Parlamento 
maior proteção em nome do bem-estar geral 
� Os empresários faziam oposição às elevadas tarifas para a importação 
de cereais baseados nos argumentos de Ricardo: 
“Se os salários tendem para um nível mínimo 
de subsistência, então, preços mais baixos 
para os grãos e para o pão manterão os 
salários baixos, reduzindo, desta forma, os 
custos de produção dos empresários e 
permitindo aos bens ingleses competirem 
mais eficientemente em mercados externos”. 
� Sacrificar os interesses dos senhores de terras para beneficiar os 
empresários, gerou a Teoria da Renda. 
� Renda: “é a porção do produto da terra paga a seu proprietário pelo uso 
dos poderes originais e indestrutíveis do solo”. 
� Essa definição foi modificada por Ricardo ao incluir o retorno sobre os 
investimentos de capital, a longo prazo, conseguido com o uso da terra e 
com o aumento de sua produtividade. 
 
 
27 
 
� A Renda deriva do uso de terras de diferentes qualidades ou do cultivo 
intensivo da terra em virtude da Lei dos Rendimentos Decrescentes: 
“Se unidades sucessivas de trabalho e capital 
forem adicionadas a um pedaço de terra, 
enquanto a tecnologia permanece constante, 
cada unidade adicional de investimento 
acrescentará menos à produção do que as 
unidades anteriores”. 
� Todo aumento no preço do grão cria renda e toda redução diminui 
renda. 
� A renda é, assim um retorno diferencial e um excedente sobre os 
custos. 
� A renda é determinada pelo preço, mas não é determinante do preço. 
� A taxa de lucro é determinada pela taxa de lucro sobre a terra 
marginal. Não se paga renda sobre essa terra e o produto total é 
dividido entre empregadores e empregado. Se os salários sobem os 
lucros caem, e vice-versa. 
� Se a taxa de lucro na indústria for maior do que a da terra marginal 
cultivada o capital fluirá para a indústria e a nova terra marginal 
passa a ser a de melhor qualidade. 
� Se a agricultura for mais lucrativa que a indústria, o capital fluirá para 
a agricultura, e a terra de pior qualidade seguinte tornar-se-á a terra 
marginal cultivada. 
� Grande conflito entre senhores de terra e o restante da sociedade.À 
medida que a população aumentava, aumentando a procura por 
alimentos, elevava os preços. Terra mais pobre será cultivada e terra 
melhor será cultivada de maneira intensiva, elevando as rendas e os 
salários e reduzindo os lucros. 
 
 
28 
 
“Todas as classes, portanto, exceto os 
senhores de terra, serão prejudicadas 
pelo aumento no preço dos cereais”. 
 
 
Principais contribuições: 
� A Teoria da População 
� A Teoria da saturação dos mercados ou da superprodução. 
Principais Obras: 
1. An Essay on the Principle of Population 
2. Principles of Political Economy 
3. A Summary View of the Principle of Population 
“A população, quando não controlada, aumenta 
geometricamente; os meios de subsistência 
aumentam, na melhor das hipóteses, apenas 
aritmeticamente”. 
 THOMAS R. MALTHUS 
 (1766-1834) 
 
 
29 
 
 
Os controles populacionais preventivos: 
1) Que reduziam a taxa de nascimento (restrições morais): as pessoas 
que poderiam sustentar filhos deveriam adiar o casamento ou nunca 
casar-se: a conduta anterior ao casamento deveria ser estritamente 
casta. 
2) Que aumentavam a taxa de mortalidade: a fome, a miséria, as 
epidemias e as guerras. Estes controles deveriam ser tratados como 
fenômenos ou leis naturais, males necessários para limitar a população 
e como punição àqueles que não haviam praticado a restrição moral. 
A pobreza e a miséria deveria, assim, ser encarada como uma punição à 
classe inferior, ou seja, a todos aqueles que não restringiram sua 
multiplicação, o que sugere uma conclusão política altamente significativa: 
não deve haver auxílio governamental aos pobres. Auxiliá-los permitiria 
que mais crianças sobrevivessem, piorando, desta forma, o problema da 
fome. 
Proposição à Lei dos Pobres: 
“Refleti muito sobre a questão das leis dos 
pobres, e espero ser perdoado por aventurar-
me a sugerir uma forma para sua abolição 
gradual. ... Devemos, por justiça e honra, 
formalmente destruir o direito dos pobres de 
reivindicar sustento”. 
 
 
30 
 
� Lei dos Pobres: Foi criada com a finalidade de proporcionar conforto 
aos pobres. A responsabilidade na organização e execução da Lei era 
da Igreja (1536) 
� Lei Speenhamland: garantia ao homem um mínimo de subsistência, 
independente de sua contribuição em impostos. Era baseada no preço 
do pão e no número de filhos de cada família. 
Apesar de teoricamente ser uma grande conquista social, a Lei Speenhamland 
foi criada durante a expansão da Revolução Industrial e, portanto, não teve o 
êxito esperado por seus mentores. As características competitivas do período 
exigiam o rompimento de qualquer entrave que impedisse a disseminação do 
trabalho livre e ao proclamar que nenhum homem deveria temer a fome porque 
a paróquia local se responsabilizaria em oferecer sustento a ele e à sua família 
por menos que ganhasse, a referida Lei foi duramente criticada - por significar 
a fixação do trabalhador à sua micro-região de origem e por representar um 
impedimento à formação de um proletariado industrial nas regiões mais 
urbanizadas. 
Em 1834, para atender aos ditames do Liberalismo, o sistema de proteção 
social foi revisto na Poor Law Amendment Act, que transformou um auxilio 
aos necessitados que antes era universal, em seletivo e residual. Essa Lei 
revisionista permitiu a formação de um mercado de trabalho mais competitivo e 
desprotegido, abrindo espaço para a ampliação do processo de industrialização 
e para a consolidação de uma economia de mercado. Ou seja, o conceito de 
renda mínima como um direito de cada cidadão foi bruscamente abolido e aos 
pobres, voltou a ser atribuída a responsabilidade de garantir sua própria 
sobrevivência. 
A Lei da Superprodução 
Princípios básicos: 
a) O ilimitado desejo humano por bens; 
b) A necessidade de obtenção de lucro na produção; 
 
 
31 
 
c) a existência de um mercado consumidor que não elimine o lucro e nem 
aumente os custos. 
A questão, então, resume-se em: quem consumirá o excedente? 
1. Os trabalhadores não podem porque os lucros desapareceriam. 
2. Os capitalistas não o fariam por não ser parte de seus hábitos 
3. Os senhores de terras e seus serviçais seriam os responsáveis por esse 
consumo, pois o uso de outras rendas que não a da terra, tais como 
salários, juros e lucros, elevam os custos de produção, que devem ser 
mantidos baixos para que o País mantenha sua posição na competição 
comercial. Por isso a defesa da “Lei dos Cereais”. 
� Ao governo deveria ser proibido o consumo improdutivo, tais como a 
remuneração pelos serviços públicos. 
� A sociedade deveria considerar sagrada a propriedade privada. 
� Não deveria serpermitida uma redistribuição da riqueza por meio de 
tributação excessiva. 
� A guerra deveria ser considerada como um instrumento para eliminar a 
superprodução. 
A essência da Escola Clássica 
� A doutrina clássica é frequentemente chamada de liberalismo 
econômico. 
� Baseia-se na liberdade pessoal, na propriedade privada, na iniciativa 
individual e no controle individual da empresa, apoiadas na doutrina 
do laissez-faire; 
Principais características: 
� O primeiro princípio da Escola Clássica era o laissez-faire. O melhor 
governo é aquele que menos governa. As forças do mercado 
competitivo livre orientam a produção, a troca e a distribuição. A 
 
 
32 
 
economia era considerada auto ajustável e tendia para o pleno emprego, 
sem a intervenção governamental; 
� Com exceção de Ricardo, enfatizava a harmonia de interesses; 
� Ressaltava a importância de todas as atividades econômicas, 
especialmente a indústria; 
� Visava a promoção do máximo crescimento e desenvolvimento 
econômico e a crença do desejo individual inato de acumular riqueza 
como um fim em si mesmo; 
� Os Clássicos consideravam a economia como um todo – a abordagem 
macroeconômica. 
A validade da Escola Clássica em sua época. 
� A doutrina clássica foi uma racionalização das práticas adotadas pelos 
empresários. A concorrência era um fenômeno crescente e a indicação 
dela como grande reguladora da economia era um ponto de vista válido. 
Promoveu a empresa de negócios. 
� No início da industrialização a maior necessidade da sociedade era 
concentrar recursos na maior expansão possível da produção. A 
elevação do setor privado acima do setor público serviu a esse 
propósito. Qualquer crescimento do setor público teria exigido maior 
tributação, desviando recursos da formação de capital privado. 
Como a utilidade da Escola Clássica influenciou épocas posteriores? 
� A doutrina do laissez-faire sucumbiu quando as flutuações das 
empresas abalaram o equilíbrio da sociedade capitalista e quando a 
concorrência cedeu lugar a estruturas de mercado alteradas, 
caracterizadas pelo quase-monopólio, pelo oligopólio, pelas indústrias 
regulamentadas e assim por diante. 
� Menosprezo a mudanças tecnológicas futuras; 
� Comércio Internacional que prejudica aos menos desenvolvidos. 
 
 
33 
 
A Escola Socialista 
O Contexto social do Socialismo 
1) Destruição da antiga economia agrícola, quase artesanal dos vilarejos; 
2) Surgimento de grandes fábricas; 
3) Aglomeração dos trabalhadores, nas proximidades das fábricas, em favelas 
onde a forma de vida era caracterizada pela miséria, a fome, as doenças, os 
crimes e os vícios; 
4) Os acidentes industriais traziam miséria, sem nenhuma compensação para 
as famílias dos aleijados ou mortos; 
5) Não existiam direitos políticos para os assalariados e os sindicatos eram 
proibidos; 
6) A pobreza das massas parecia cada vez mais opressiva à medida que as 
grandes fortunas se multiplicavam. 
7) A Revolução Industrial não conduziu ao paraíso. 
O Socialismo Utópico 
� Fundadores: Saint-Simon, Charles Fourier, Robert Owen, Sismondi e 
Proudhon 
� Idéia básica: 
� consideravam injusta e irracional a economia de mercado capitalista 
competitiva; 
� crença em que o mundo todo adotaria seus conceitos de arranjos 
sociais; 
� substituição da luta de classe pela fraternidade universal. 
Principais Autores 
 
 
34 
 
 
 
� Desenvolveu suas idéias antes de o movimento político da classe 
trabalhadora na França tomar forma. Portanto, não apelou aos 
trabalhadores pelo confronto com os empregadores. 
� Tomou a produção, e não a propriedade, como base para a sua nova 
sociedade, fazendo do trabalho e a indústria os elementos centrais. 
� Propôs um Parlamento industrial constituído por três câmaras: 
1) Invenção: composta por artistas e engenheiros, planejaria as obras 
públicas. 
2) Revisão: comandado por cientistas, examinaria os projetos e controlaria 
a educação. 
3) Execução: composta pelos líderes das indústrias, realizaria os projetos e 
controlaria o orçamento. 
� Primeira proposta de uma economia centralmente planejada e 
governada por uma elite educada. 
� Insistia no fato de que a nova ética era necessária para restringir o 
egoísmo anti-social dos ricos e para impedir uma ascensão 
anárquica dos pobres. 
� A defesa de uma indústria de larga escala ajudou a inspirar grandes 
bancos, ferrovias, rodovias e enormes empreendimentos industriais. 
HENRI CONTE DE SAINT-SIMON 
(1760-1825) 
 
 
35 
 
� Não defendia a apropriação da propriedade privada, o que o afastava 
do ideário socialista. 
 
 
� Foi um socialista utópico, que adquiriu numerosos seguidores, embora 
não possa ser considerado um revolucionário, dirigindo seus apelos, 
usualmente, aos ricos e ao rei. 
Críticas ao capitalismo: 
� A concorrência multiplicava o desperdício na venda, pois os 
comerciantes retêm ou destroem os bens para elevar seus preços. 
� O comércio era perniciosa e corrupto e demonstrava cruamente a 
pobreza moral e material do mundo burguês; 
� Denunciava a proteção aos agentes da fome e da peste; 
� Via o progresso das finanças , um sistema de extorsão e as falências 
indiretas como a arte de devorar o futuro. 
� Relacionava o espírito mercantil com seques comerciais e à patifaria; 
� Via a corretagem como algo que usurpava todos os frutos da 
sociedade. 
 CHARLES FOURIER 
 (1772-1837) 
 
 
36 
 
� A solução de Fourier para os problemas sociais: a organização de 
comunidades cooperativas denominadas FALANGES. 
� A Falange era um sistema cooperativo de habitação e produção, 
base de um novo tipo de indivíduo inteiramente nobre. 
� As Falanges forneceriam segurança social vitalícia e para os 
primeiros estágios de uma sociedade ideal deveria ser praticado o 
garanteísmo, que consistia na segurança de que cada pessoa 
receberia um mínimo de subsistência, segurança e conforto. 
Funcionamento de uma Falange: 
1. Cada associação combinaria trezentas famílias (1.800 pessoas) em 
nove milhas quadradas de terra. 
2. Todos viveriam em uma habitação com três andares. 
3. A produção agrícola e artesanal predominaria. 
4. Se as pessoas vivessem juntas com honra e conforto, seriam eliminados 
os roubos e as despesas para a proteção contra os mesmos. 
5. O trabalho coletivo melhoraria as condições climáticas, e menor 
quantidade de roupas seria necessária. 
� A falange resolveria o principal problema, que não era de 
desigualdade de riqueza, mas de insuficiência. 
� Apelou aos capitalistas que financiassem tal projeto, com base em 
retornos satisfatório. 
 
 
37 
 
 
 
Economista e Historiador e um dos primeiros a atacar diretamente a 
economia clássica, embora tenha sido um ardente seguidor de Adam Smith. 
Principais obras: 
1) History of the Italian Republucs of the Middle Ages 
2) History of the Franch 
3) New Principles of Political Economy 
� Pressuposto básico: A empresa capitalista não restringida, em lugar de 
produzir os resultados esperados, conforme o previsto pelos clássicos, 
conduzira à miséria e ao desemprego. 
� Principais contribuições teórica: Argumentando a respeito da 
possibilidade de superprodução e crise, contribuiu com o 
desenvolvimento das seguintes teorias: 
 1) Teoria dos ciclos econômicos 
 2) Teoria do imperialismo econômico 
 3) Teoria da distribuição da riqueza 
� Acreditava que quando os salários estão ao nível de subsistência, maior 
quantidade de fundos de capital se tornam disponíveis para investimento 
em máquinas. Portanto, a produção de bens manufaturados aumenta, 
 Sismonde de Sismondi 
(1773-1842) 
 
 
38 
 
enquanto a procura por bens de consumo diminui. Como conseqüênciadesenvolvem-se crises de superprodução periódicas que liquidam uma 
grande parte do capital investido nas indústrias de larga escala. 
� A crise de superprodução pode ser agrava pelos banqueiros quando 
estes aumento o crédito. 
� Questionando o argumento clássico de que a maior produção agregada 
possível necessariamente corresponde a maior felicidade para o povo, 
advogava: 
1. A necessidade da intervenção estatal para garantir ao trabalhador um 
salário de subsistência e um mínimo de segurança social. 
2. Melhor distribuição da riqueza, alegando que seria preferível uma 
produção menor, porém bem distribuída. 
 À medida que a concentração de riqueza diminui, cada vez mais, o 
mercado interno, a indústria é, cada vez mais, compelida a abrir-se para 
mercados externos, o que necessariamente resulta em guerras 
nacionalistas, logo o Imperialismo Econômico seria inerente ao capitalismo. 
 
 
� Por muitos é considerado o mais espetacular e famoso dos socialistas 
utópicos. 
 Robert Owen 
 (1771-1858) 
 
 
39 
 
� Suas principais idéias estão contidas em um ensaio intitulado “A New 
View of Society and Other Writings”. 
� Principal tese: “A natureza humana é moldada para melhor ou para pior 
de acordo com a conjuntura”. 
� Uma vez que o caráter é formado pelas circunstâncias, as pessoas não 
são responsáveis por seus atos, e deveriam ser moldadas para a 
bondade em vez de serem punidas pela maldade. Ou seja “a criação de 
melhores condições geraria pessoas melhores”. 
� Chocou o mundo quando ao denunciar que todas as religiões existentes 
ensinavam que as pessoas eram responsáveis por suas maldades em 
vez de atribuir o mal a uma má conjuntura. Assim a reforma social era 
preferível à reforma moral. 
� Tentou materializar suas idéias convertendo a Fiação New Lanark em 
uma comunidade-modelo; 
1. pressionando o governo a empregar os pobres em vilas de 
cooperação; 
2. criando uma comunidade cooperativa modelo (a Colônia de New 
Harmony), através da qual pensava eliminar o capitalismo e o sistema 
competitivo. 
� Suas idéias, também, contribuíram para: 
1. incentivar o desenvolvimento dos sindicatos; 
2. Incentivar o cooperativismo de consumo, este baseado no National 
Equitable Labour Exchange, que era um mercado em que os produtos 
poderiam ser trocados com base em notas que representassem o tempo 
e trabalho. Assim esperava eliminar o dinheiro e os lucros, males sociais 
gêmeos, colocando produtores e consumidores em contato direto. 
 
 
40 
 
 
 
� Foi um socialista utópico francês que teve um importante papel na 
Revolução de 1848, quando suas idéias foram colocadas em prática 
devido à associação entre liberais e socialistas, na tentativa de derrubar 
a monarquia. 
� Principais Idéias: 
1. criação de associações profissionais de trabalhadores de um mesmo 
ramo de produção e das Oficinas Nacionais, financiadas pelo Estado; 
2. divisão do lucro entre o Estado, os associados e para outros fins. 
� Como líder do proletariado 
1. exigia que o Estado se apoderasse do sistema econômico para garantir 
trabalho e justiça para todos. Porém, os liberais e os socialistas 
romperam relações e o Estado fechou as Oficinas Nacionais, começou a 
perseguir os socialistas e anulou todas as reformas feitas em benefício 
da classe operária. 
Principais contribuições: 
� A popularização das idéias socialistas; 
� Pressupondo a solidariedade de toda a comunidade, advogava o 
planejamento econômico estatal para o pleno emprego; 
 Louis Blanc 
 (1811-1882) 
 
 
41 
 
� Advogava a necessidade de o Estado ser a fonte do capital inicial 
para as cooperativas de trabalhadores e assim tornar-se o banqueiro 
dos pobres. 
 
 
De origem pobre, promoveu o anarquismo como movimento de massa. O 
anarquismo, que não significa desordem, mas a ausência de um chefe, um 
soberano. O Estado deveria ser totalmente suprimido, assim como a polícia 
e os tribunais porque, segundo ele, estes eram meios de opressão. Deste 
modo, o poder político seria o resultado da combinação entre os 
trabalhadores. 
Principais Obras: 
� O que é a propriedade? 
� Sistema das Contribuições Econômicas ou Filosofia da Miséria 
 
Propriedade é roubo. 
� A grande propriedade que permitia a seu proprietário viver sem trabalhar 
com o recebimento de renda, juros e lucro dos produtores. Assim, 
defendeu a demolição da grande propriedade capitalista que, segundo 
ele, estava na origem da exploração do proletariado e da desigualdade. 
 Pierre-Joseph Proudhon 
 (1809-1865) 
 
 
42 
 
A cada trabalhador deveria ser dada uma pequena propriedade, e estes, 
por sua vez, organizar-se-iam em cooperativas. 
� A liberdade individual e a justiça eram os objetivos por ele proclamados. 
O socialismo científico - O marxismo 
 
 
Biografia 
� 05/05/1818, Trier (Alemanha) (*) 
� 14/03/1883, Londres (Inglaterra) (†) 
� Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de 
Bonn e Berlim, mas sempre demonstrou mais interesse pela história e 
pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como 
jornalista em Colônia, assinando artigos racial-democratas que 
provocaram uma grande irritação nas autoridades do país. 
� Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria 
pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich, um dos mais importantes, 
um dos mais influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou 
ater mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as 
nações quando trabalhava como jornalista. 
 Karl Heinrich Marx 
(1818-1883) 
 
 
43 
 
� Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westplalen), 
foi morar em Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão 
principal dos hegelianos de esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu 
Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a vida. 
� Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. 
Nesta época, redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de 
Hegel". Depois, contra os adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com 
Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia alemã" (texto publicado após a 
sua morte). 
� Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o 
economista intensificou os contatos com operários e participou de 
organizações clandestinas. Em 1848, Marx e Engels publicaram o 
"Manifesto do Partido Comunista", o primeiro esboço da teoria 
revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista. 
� Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um 
movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de 
uma sociedade sem classe e sem Estado. No mesmo ano, foi expulso 
da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde lançou a "Nova Gazeta 
Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos operários. 
� Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na 
miséria. Foi na capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus 
estudos de economia e de história e passou a escrever artigos para 
jornais dos Estados Unidos sobre política exterior. 
� Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", 
que mais tarde receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais 
tarde, publica o primeiro volume de sua obra-prima, "O Capital". 
� Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria 
conhecido em todo o mundo, Karl Marx participou ativamente da 
definição dos programas de partidos operários alemães. O segundo e o 
terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em 
1885 e 1894. 
 
 
44 
 
� Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny 
(1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março. Foi então que Engels 
reuniu toda a documentação deixadapor Marx para atualizar "O 
Capital". 
� Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua 
época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história 
da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e 
políticas transformou as nações e criou blocos hegemônicos. Muitas de 
suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx 
exerceu enorme influência sobre a história. 
 
 
Biografia 
� 28/11/1820, Barmen (Alemanha) 
� 05/08/1895, Londres (Reino Unido) 
 
� Junto com Karl Marx, Friedrich Engels realizou uma obra marcante na 
filosofia e na política, cuja característica principal foi a elaboração das 
teorias do materialismo histórico. 
 
� Engels era filho de um rico industrial alemão e soube analisar a 
sociedade de forma muito eficiente, como poucos antes dele. 
 Friedrich Engels 
(1820-1895) 
 
 
45 
 
 
� Na juventude, ficou impressionado com a miséria dos trabalhadores das 
fábricas de sua família, uma delas em Manchester, Inglaterra. 
 
� Engels completou e publicou o segundo e o terceiro volumes de O 
Capital, principal obra teórica do socialismo, após a morte de Marx. Com 
grande capacidade crítica e estilo claro - ao contrário do de seu parceiro, 
escreveu sozinho algumas das obras mais importantes do marxismo, 
como "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado". 
 
� Ao mesmo tempo, tentou ir além de sua área de conhecimento, 
provando que os fundamentos do marxismo poderiam ser encontrados 
também nas ciências biológicas. Para isso, escreveu obras como "A 
Dialética da Natureza" e "O Papel do Trabalho na Transformação do 
Macaco em Homem", que não têm o menor fundamento científico, como 
se sabe atualmente. 
 
� O filósofo cursou a escola secundária, abandonando-a um ano antes de 
se formar: seu pai insistiu em que fosse trabalhar nos negócios da 
família. Passou os três anos seguintes (1838-41) nos escritórios da 
empresa de exportação em Bremen. 
 
� Sob o pseudônimo de Friedrich Oswald, escreveu artigos que lhe 
abriram as portas do Clube de Doutores, freqüentado por Marx. 
 
� Interessou-se pelo movimento dos "Jovens Hegelianos", intelectuais 
esquerdistas como o teólogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista 
Max Stirner que cultivavam a dialética do filósofo alemão Hegel: o 
conceito de que o progresso racional e as mudanças históricas resultam 
do conflito de idéias e classes opostas, concluindo numa nova síntese. 
 
� Rejeitavam, portanto, a interpretação oficial e conservadora da filosofia 
hegeliana que justificava a Monarquia prussiana (décadas mais tarde, 
 
 
46 
 
em 1871, Guilherme, rei da Prússia, receberia a coroa do recém 
unificado Império Alemão). 
 
� De 1841 a 1842, Engels serviu como voluntário num regimento de 
artilharia em Berlim. A experiência foi útil na derrotada revolução de 
1848 na Alemanha, contra o poder feudal dos junkers (grandes 
proprietários de terras). 
 
� Em Manchester, em 1842, Engels passou a viver com Mary Burns, uma 
operária irlandesa sem instrução. Quando Mary morreu em 1863, Engels 
exigiu que Marx se desculpasse por ter recebido a notícia com 
indiferença. 
 
� Engels endossou sua nova interpretação materialista da História, após 
reencontrar Marx em Bruxelas (1845). Ambos montaram o fundamento 
de uma nova teoria, a do socialismo científico, em oposição ao 
socialismo religioso, idealista e utópico. Os dois fundadores do 
comunismo procuraram uma organização revolucionária alemã 
socialista. Engels e Marx convenceram o Segundo Congresso 
Comunista em Londres a adotar suas posições. Eles foram indicados 
para escrever uma declaração política: "O Manifesto do Partido 
Comunista", de 1848. 
 
� Após a derrota da Revolução de 1848, Marx e Engels tiveram de sair da 
Alemanha e ir para a Inglaterra. Para sustentar-se e ajudar Marx, Engels 
trabalhou como subordinado nos escritórios da Ermen & Engels, em 
Manchester. Novamente foi bem-sucedido como homem de negócios. 
 
� Assim pôde também sustentar Marx, sua mulher e as duas filhas, 
enquanto o filósofo se dedicava exclusivamente aos estudos. Ou melhor, 
talvez nem tanto, Afinal, Marx engravidou a empregada de sua família. 
Para evitar o escândalo, Engels assumiu a paternidade da criança. 
 
 
47 
 
A teoria do valor 
� Toda coisa útil pode ser considerada sob duplo aspecto, segunda 
qualidade e quantidade: Como valor-de-uso e valor-de-troca. 
 
“A riqueza das sociedades onde rege a 
produção capitalista configura-se em imensa 
acumulação de mercadorias, e a mercadoria, 
isoladamente considerada, é a forma 
elementar dessa riqueza”. 
 
� Como valor-de-uso revela-se pela utilidade determinada pelas 
propriedades materialmente inerentes à mercadoria e só existe através 
dela. 
 
“A mercadoria é, antes de mais nada, um 
objeto externo, uma coisa que, por suas 
propriedades, satisfaz necessidades 
humanas, seja qual for a natureza, a origem 
delas, provenham do estômago ou da 
fantasia. Não importa a maneira como a coisa 
satisfaz a necessidade humana, se direta, 
como meio de subsistência, objeto de 
consumo, ou indiretamente, como meio de 
produção”. 
� Como valor de troca, revela-se, de início na relação quantitativa entre 
valores-de-uso de espécies diferentes, nas proporções em que se 
trocam. Essa relação muda no tempo e no espaço. 
 
Qualquer mercadoria se troca por outra, nas diversas proporções. Logo: 
1) Os valores-de-troca vigentes da mesma mercadoria expressam, todo, 
um significado igual; 
2) O valor-de-troca só pode ser a maneira de expressar-se, a forma de 
manifestação de uma substância que dele se pode distinguir. 
 
 
48 
 
� Trabalho humano concreto ou útil: chamamos simplesmente de 
trabalho útil aquele cuja utilidade se patenteia no valor-de-uso do seu 
produto ou cujo produto é um valor-de-uso. Sob esse ponto de vista será 
considerado sempre associado a seu efeito útil. 
� No conjunto formado pelos valores-de-uso diferentes ou pelas 
mercadorias materialmente distintas, manifesta-se um conjunto 
correspondente de trabalhos úteis diferentes – a divisão social do 
trabalho. 
� A divisão social do trabalho é, assim, condição para que exista a 
produção de mercadorias, embora, reciprocamente, a produção de 
mercadorias não seja condição necessária para a existência da divisão 
social do trabalho. 
� Trabalho humano abstrato ou homogêneo: É uma objetividade 
impalpável, ou seja, massa pura e simples de trabalho humano em geral 
ou do dispêndio de força de trabalho humano, sem consideração pela 
forma como foi despendida. 
 
No processo de troca os produtos passam a representar apenas a força de 
trabalho humana, gasta em sua produção, o trabalho humano que nele se 
corporificou. Assim, como configuração dessa substância social que lhes é 
comum, são valores, valores-mercadorias 
 
Todo trabalho é: 
1. Dispêndio de força humana de trabalho, no sentido fisiológico, e, nessa 
qualidade de trabalho humano igual ou abstrato, cria o valor das 
mercadorias; 
2. Dispêndio de força humana de trabalho, sob forma especial, para um 
determinado fim, e, nessa qualidade de trabalho útil e concreto, produz 
valores-de-uso. 
 
� A grandeza do valor: é o tempo de trabalho socialmente necessário 
para produzir-se um valor-de-uso qualquer, nas condições de 
produção socialmente normais, existentes, e com o grau social médio 
de destreza e intensidade do trabalho. 
 
 
49 
 
� Como valores, as mercadorias são apenas dimensões definidas do 
tempo de trabalho que nelas se cristaliza. 
 
Para criar mercadoria, é mister não só produzir valor-de-uso, mas 
produzi-lo para outros, dar origem a valor-de-uso social. O produto, para se 
tornar mercadoria, tem de ser transferido a quem vai servir como valor-de-uso por meio da troca. Nenhuma coisa pode ser valor se não é objeto útil. 
Se não é útil, tampouco será o trabalho nela contido, o qual não conta como 
trabalho e, por isso, não cria nenhum, valor. 
 
As formas do valor 
 
a) Forma simples, singular ou fortuita 
 20 metros de linho = 1 casaco 
 20 metros de linho valem 1 casaco 
Os dois pólos da expressão do valor: 
 1) a forma relativa do valor: a mercadoria cujo valor é expresso 
 2) a forma equivalente do valor: a mercadoria através da qual se 
expressa o valor 
b) Forma total ou extensiva do valor: o valor de uma mercadoria é expresso 
em inúmeros outros elementos do mundo das mercadoria. 
c) Forma geral do valor: imprime à mercadoria eleita o caráter de 
equivalente geral, ou seja a mercadoria equivalente geral expressa o 
valor de todos os outros elementos do mundo das mercadorias. 
d) Forma dinheiro do valor: mercadoria determinada, com cuja forma 
natural se identifica socialmente a forma equivalente. 
e) Forma preço: é a expressão simples e relativa do valor de uma 
mercadoria, através de uma mercadoria que já esteja exercendo a 
função de mercadoria-dinheiro. 
 
 
50 
 
Como o Dinheiro se transforma em Capital 
� A FÓRMULA GERAL DO CAPITAL 
1. A circulação das mercadorias é o ponto de partida do capital; 
2. Todo capital novo, para começar, surge no mercado de mercadorias. 
3. Dinheiro que é dinheiro se distingue do dinheiro que é capital, através da 
diferença na forma de circulação. 
A forma Simples da circulação das mercadorias: 
M - D - M 
A forma da circulação do capital: 
D - M - D 
O que ambas tem em comum? 
1. Ambos os circuitos se decompõem nas mesmas duas fases: 
M–D (VENDA) 
D-M (COMPRA) 
2. Em cada uma das duas fases se defrontam os mesmos elementos 
materiais, mercadoria e dinheiro e os mesmos personagens 
econômicos, um comprador e um vendedor; 
3. Cada um dos dois circuitos constitui a unidade das mesmas fases 
antitéticas; 
4. Em ambos os casos essa unidade é efetivada pela intervenção de três 
contratantes: um que apenas vende, outros só compra e o terceiro 
compra e vende alternadamente. 
O que as distingue? 
� A sucessão inversa de ambas as fases opostas de circulação; 
 
 
51 
 
� Na circulação da mercadoria o dinheiro é gasto de uma vez por 
todas, enquanto na circulação do capital, o comprador gasta dinheiro 
para fazer dinheiro como vendedor; 
� Na forma M - D - M a mesma peça de moeda muda de lugar duas 
vezes, enquanto que em D - M - D quem muda de lugar duas vezes e 
a mesma mercado; 
� Na circulação simples das mercadorias, a dupla mudança de lugar da 
mesma peça de dinheiro ocasiona sua transferência definitiva de 
uma mão para outra, já na circulação D - M - D, a dupla mudança 
da mesma mercadoria ocasiona a volta do dinheiro a seu ponto de 
partida; 
� Na circulação M - D - M, o dispêndio do dinheiro nada tem a ver com 
o seu retorno. Em D - M - D, ao contrário, a volta do dinheiro é 
determinada pela maneira como foi despendido; 
� Em M - D - M, o objetivo final é o valor-de-uso, enquanto que em D - 
M - D o objetivo é o valor-de-troca. 
� Comprar para vender, ou mais precisamente comprar para vender 
mais caro é a forma particular do capital mercantil D - M - D’; 
� O Capital industrial também é dinheiro que se converte em mais 
dinheiro, através de fatos que ocorrem fora da esfera da circulação, 
entre a compra e a venda, não ocorrendo nenhuma mudança na 
forma de movimento: 
D-M...p...M’-D’; 
� No capital que rende juro, o Capital Bancário, a circulação D - M - 
D’ é abreviada pelo desaparecimento do estágio intermediário: D - 
D’; 
� Portanto D - M - D’ é a forma geral do capital conforme ele 
aparece diretamente na circulação. 
 
 
 
52 
 
Compra e venda da Força de Trabalho 
� D’- D = ∆D (mais-valia ou excedente) 
� Para extrair valor do consumo de uma mercadoria, nosso possuidor de 
dinheiro deve ter a felicidade de descobrir, dentro da esfera de 
circulação, no mercado, uma mercadoria que possua a propriedade 
peculiar de ser fonte de valor: a capacidade de trabalho ou a força de 
trabalho. 
� Força de Trabalho: é o conjunto das faculdades físicas e mentais, 
existentes no corpo e na personalidade viva de um ser humano, as quais 
ele põe em ação toda vez que produz valor-de-uso de qualquer espécie. 
Para que a força de trabalho seja mercadoria é necessário algumas 
condições: 
1) Enquanto for e por ser oferecida ou vendida como mercadoria no 
mercado pelo próprio possuidor , pela pessoa da qual ela é a força de 
trabalho; 
2) A continuidade dessa relação exige que a força de trabalho seja vendida 
por tempo determinado; 
3) O dono da força de trabalho não pode vender mercadoria em que 
encarne trabalho, e é forçado a vender sua força de trabalho que só 
existe nele mesmo; 
� Quem quiser vender mercadorias que não seja sua força de trabalho, 
tem de possuir meios de produção; 
� Para transformar dinheiro em capital, o possuidor de dinheiro tem 
que encontrar o trabalhador livre no mercado de trabalho. 
� Como se determina o valor da força de trabalho? Pelo tempo de 
trabalho socialmente necessário à sua produção e, por 
consequência, à sua reprodução; 
Processo de Trabalho e Processo de Valorização 
 
 
53 
 
Processo de Trabalho 
� A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. A realização do 
que antes era apenas potencialmente capacidade de trabalho em 
valor-de-uso, sob o controle do capitalista. 
� É muito importante não esquecer que a produção do valor-de-uso 
pode ser realizada independentemente do capitalista. Faz parte da 
natureza do homem, pois o processo de trabalho é o processo de 
produzir as satisfações. 
� Trabalho: é um processo em que participam o homem e a natureza, 
processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, 
regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. 
Elementos componentes do processo de trabalho: 
a) O objeto de trabalho: a matéria a que se aplica o trabalho.Todas as 
coisas que o trabalho apenas separa de sua conexão imediata com seu 
meio natural são objetos de trabalho fornecidos pela natureza. 
b) Matéria-prima: é todo o objeto de trabalho filtrado através de trabalho 
anterior. 
c) Os meios de trabalho: é uma coisa ou um complexo de coisas que o 
trabalhador insere entre si mesmo e o objeto de trabalho e lhe serve 
para dirigir sua atividade sobre esse objeto. 
d) O próprio trabalho. 
Material acessório: é todo material consumido pelo meio de trabalho ou 
adicionado à matéria-prima para modificá-la materialmente, ou ainda para 
facilitar a execução do próprio trabalho. 
� O mesmo produto pode servir de matéria-prima de processos de 
trabalho muito diversos. 
� O mesmo produto pode no processo de trabalho servir de meio de 
trabalho e de matéria-prima. 
 
 
54 
 
� Um produto que existe em forma final para consumo pode tornar-se 
matéria-prima. 
� Um valor-de-uso pode ser considerado matéria-prima, meio de 
trabalho ou produto, dependendo inteiramente da sua função no 
processo de trabalho, da posição que nele ocupa, variando com essa 
posição a natureza do valor-de-uso. 
� O processo de trabalho é um processo de consumo produtivo cujo 
resultado é um produto distinto do consumidor, por consumir os 
meios através dos quais funciona a força de trabalho posta em ação. 
� Consumo individual: é o processo que gasta os produtos como 
meios de vida do indivíduo e tem como produto o próprio 
consumidor. 
� O processo de trabalho, quando ocorre como processo de consumo 
da força de trabalho pelo capitalista, apresenta dois fenômenos 
características: 
1. O trabalhador trabalha sobo controle do capitalista, a quem 
pertence seu trabalho; 
2. O produto é propriedade do capitalista, não do produtor imediato, o 
trabalhador. 
O processo de valorização 
� O capitalista objetiva produzir mercadoria e não apenas o valo-de-
uso. 
� Como a mercadoria é a unidade de valor-de-uso e valor o processo 
de produzi-la tem de ser um processo de trabalho e, ao mesmo 
tempo, um processo de produzir valor. 
Para 10Kg de fio: 
10Kg de algodão....................R$ 10,00 
Fusos......................................R$ 2,00 
 
 
55 
 
sub-total R$ 12,00................24 horas 
Força de trabalho....................R$ 3,00................ 6 horas 
Total R$ 15,00................30 horas 
Para 20 Kg de fio 
20Kg de algodão................R$ 20,00.........R$ 20,00 
Fusos..................................R$ 4,00 ........R$ 4,00 
Sub-total R$ 24,00 R$ 24,00 
Força de trabalho................R$ 3,00..........R$ 6,00 
Total R$ 27,00..........R$ 30,00 54 horas..60 horas 
Mais-Valia Absoluta e Mais-Valia Relativa 
I. Capital Constante e Capital Variável 
� Capital Constante: é a parte do capital que se converte em meios de 
produção, isto é, em matéria-prima, materiais acessórios e meios de 
trabalho e que, portanto, não muda a magnitude do seu valor no 
processo de produção. 
� Capital Variável: é a parte do capital convertida em força de trabalho 
e que por isso muda de valor no processo de produção. Ou seja, 
reproduz o próprio equivalente e, além disso, proporciona um 
excedente, a mais-valia. 
C = c + v onde C = Capital adiantado 
c = Capital constante 
 v = Capital variável 
II. A taxa da mais valia 
w = (c + v) + m onde m = mais-valia (magnitude absoluta da mais valia 
criada) 
 
 
56 
 
m/v = m’ - taxa de mais-valia = magnitude relativa da mais-valia criada 
� Tempo de trabalho necessário: é a parte do dia de trabalho na qual é 
gerado o valor diário da força de trabalho 
� Trabalho necessário: o trabalho despendido durante o tempo de 
trabalho necessário. 
� Tempo de trabalho excedente: é a parte do dia de trabalho em que o 
trabalhador opera além dos limites do trabalho necessário, que embora 
constitua trabalho, dispêndio de força de trabalho, não representa 
nenhum valor para o trabalhador. 
� Trabalho excedente: o trabalho realizado durante o tempo de trabalho 
excedente. 
Portanto: 
m/v = trabalho excedente/ trabalho necessário 
A taxa de mais-valia é, por isso, a expressão precisa do grau de exploração 
da força de trabalho pelo capital ou do trabalhador pelo capitalista. 
A Jornada de Trabalho: é o período pelo qual o trabalhador alienou sua 
força de trabalho. 
 Jornada I Jornada II jornada III 
 A......B.C A......B...C A.......B......C 
• A Jornada de trabalho não é uma grandeza constante, mas variável. 
• A parte constante é determinada pelo tempo de trabalho necessário 
• A parte variável é determinada pelo tempo de trabalho excedente 
• A jornada de trabalho é portanto determinável, mas, considerada em si 
mesma, é indeterminada. 
Limites da Jornada de trabalho: 
1) Mínimo que é indeterminado 
 
 
57 
 
2) Máximo que é determinado duplamente por um limite físico e por um 
limite moral. 
� A mais-valia absoluta: é a extraída pelo prolongamento da jornada 
de trabalho. 
� A mais-valia relativa: é a produzida pela contração do tempo de 
trabalho necessário e da correspondente alteração na relação 
quantitativa entre ambas as partes componentes da jornada de 
trabalho. 
 
 A produtividade é o principal fator determinante da mais-valia relativa. 
“Para diminuir o valor da força de trabalho, tem o 
aumento da produtividade atingir ramos industriais 
cujos produtos determinam o valor da força de 
trabalho...” 
� O valor da mercadoria varia na razão inversa da produtividade, mas 
a mais-valia relativa varia na razão direta da produtividade do 
trabalho. 
� O valor absoluto da mercadoria não interessa, por si mesmo, ao 
capitalista que a produz. Só lhe interessa a mais-valia nela inserida e 
realizável através da venda. 
Taxa e Massa da Mais-Valia 
 
M = (m/v) * v 
M = f(t´/t)*n 
 
� Não é qualquer quantidade arbitrária de dinheiro ou de valor que se 
pode transformar em capital. 
 
 
58 
 
� O montante mínimo de valor de que tem que dispor um possuidor de 
dinheiro ou de mercadorias, para virar capitalista muda de acordo com 
diferentes estágios da produção capitalista e, em determinado estágio 
de desenvolvimento, difere nos diferentes ramos de produção, segundo 
as condições técnicas de cada um. 
Formas de Organização e Controle: Fordismo e Taylorismo 
� Os manuais de engenharia de produção, de ergonomia e de 
psicologia industrial, estão permeados da ideologia taylorista, 
traduzida explicitamente pelos seus princípios ou implicitamente 
pelos seus pressupostos. 
� A administração tradicional: Funcionava com os mecanismos de 
iniciativa e incentivo. O administrador deveria induzir o trabalhador a 
usar a atividade, o melhor esforço, os conhecimentos tradicionais, a 
habilidade, a inteligência e a boa vontade, ou seja, sua INICIATIVA no 
sentido de dar maior rendimento ao patrão. O administrador deveria, 
para isso, fornecer um INCENTIVO, que poderia assumir várias formas. 
� Crítica à administração tradicional: A persuasão (incentivo) do 
operário só poderia ter efeito quando se tivesse o controle do trabalho. 
Logo a administração não poderia depender da iniciativa operária, 
mesmo porque os métodos de trabalho ainda guardavam algumas 
tradições das corporações de ofício e, portanto, eram obsoletas em face 
das necessidades econômicas de aumentar o excedente naquele 
momento histórico. 
� A Administração científica: é um marco no desenvolvimento das 
técnicas de gestão e controle do trabalho. “A administração científica 
consiste fundamentalmente em certos princípios gerais ou numa 
filosofia, aplicável de muitos modos, mas a descrição do que algumas 
pessoas acreditam ser o melhor meio de implantar esses princípios 
gerais não deve ser, absolutamente, confundida com os princípios em 
si”. 
Os Princípios 
 
 
59 
 
1) A interferência e disciplina do conhecimento operário sob o comando da 
gerência.”À gerência é atribuída ... A função de reunir os conhecimentos 
tradicionais que no passado possuíam os trabalhadores e então 
classificá-los, tabulá-los, reduzi-los a normas, leis ou fórmulas, 
grandemente úteis ao operário para execução do seu trabalho diário”. 
Estudos de tempos e movimentos para identificar o tempo ótimo para 
realizar uma tarefa. Estava eliminada a iniciativa do operário na escolha 
do melhor método. 
2) Tratava da seleção e treinamento. Não se desejam qualidades 
profissionais, mas habilidades pessoais específicas para atender à 
exigência do trabalho. A par da seleção estava a necessidade de treinar 
o indivíduo, não em uma profissão, mas de modo que executasse uma 
tarefa conforme a gerência indicasse. 
3) O planejamento e o controle do trabalho. Para cada uma das funções da 
produção deveria existir especialistas responsáveis (disciplina, 
reparação, métodos, preparação do trabalho etc.). Surgimento dos 
departamentos de PCP, TeM, CQ, AI, Ferramentaria etc. Surge a 
“Tarefa”ou a “Ordem de Produção” como elemento central da 
programação do trabalho. 
Ford e a linha de montagem 
� Henry Ford (1863 – 1947) 
� Somente em 1913, dez anos após a inauguração da Ford Motor 
Company, que Ford aplicaria

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