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Profa. Andressa A. P. de França DESENVOLVIMENTO DA APARELHO RESPIRATÓRIO BROTOS PULMONARES • 4ª semana: – Broto pulmonar ou divertículo respiratório (intestino anterior – ventral) a partir do orifício laringotraqueal – Estimulado pelo aumento de ácido retinóico • Epitélio de revestimento e glândulas (laringe, traquéia, brônquios e pulmões): Origem endodérmica • Tecidos cartilaginosos, muscular e conjuntivo: Origem mesodérmica (mesoderma esplâncnico que reveste o intestino anterior) • Pregas traqueoesofágicas se desenvolvem no divertículo laringotraqueal, aproximam-se uma da outra e se fundem formando uma divisória, o septo traqueoesofágico • O septo divide parte cefálica do intestino anterior em: – Porção ventral = Tubo laringotraqueal (primórdio da laringe, traquéia, brônquios e pulmões) e – Porção dorsal (primórdio da orofaringe e do esôfago) • Divertículo laringotraqueal se separa da faringe primitiva, e mantém uma comunicação com esta através do orifício laríngeo DESENVOLVIMENTO DA LARINGE • Epitélio da laringe origina-se do endoderma do tubo laringotraqueal • Cartilagem e músculos se originam do mesênquima do 4º e 6º par de arcos faríngeos • Mesênquima do tubo laringotraqueal prolifera e forma o par de saliências aritenóides – Saliências crescem em direção a língua convertendo a abertura em forma de fenda em glote primitiva, no orifício laríngeo em forma de T Cartilagens tireoidea, cricoidea, e aritenoidea • Epitélio laríngeo se prolifera rapidamente e causa oclusão temporária do lúmen, que depois é vacuolizado e recanalizado, formando dois recessos laterais, os ventrículos laríngeos • Ventrículos laríngeos se formam e são limitados por pregas da membrana da mucosa que formam as pregas vocais (cordas) e as pregas vestibulares • Músculos laríngeos inervados pelo NC X (nervo vago) – Laríngeo superior: inerva os derivados do 4º arco – Laríngeo recorrente: inerva os derivados do 6º arco TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES • Broto pulmonar: 4ª semana, se divide em 2 evaginações, os brotos brônquicos • Brotos crescem dentro dos canais pleurais (pericardioperitoneal) – 5ª semana se alargam e formam os brônquios principais direito e esquerdo • Brônquios primários subdividem-se em brônquios secundários – Direita (forma 3 brônquios secundários): • Brônquio secundário superior supre lobo superior do pulmão • Brônquio secundário inferior se subdivide em 2 brônquios, um para o lobo médio e outro para lobo inferior. – Esquerda (forma 2 brônquios secundários): • 2 brônquios secundários suprem os lobos superior e inferior – Cada brônquio secundário se ramifica progressivamente Brotos pulmonares se expandem para a cavidade corporal, dentro dos canais pericardioperitoneais Pregas pleuroperitoneais e pleuropericárdicas separam os canais pericardioperitoneais da cavidade peritoneal e da pericárdica, formando as cavidades pleurais primitivas • Brônquios secundários se dividem repetidamente: – 10 brônquios terciários (segmentares) no pulmão direito – 8 brônquios terciários (segmentares) no pulmão esquerdo • Até 6º mês – 17 subdivisões na vida intrauterina • 6 divisões adicionais na vida pós-natal CORRELAÇÕES CLÍNICAS • Atresia esofágica associada ou não a fístulas traqueoesofágicas (FTE) – Complicação comum: poliidrâmnio – acima de 2.000 mL (excesso de líquido amniótico; líquido engolido não passa para o estômago/intestinos) Mais comum (90% dos casos) FTE tipo H (4% dos casos) Outras variações (1% dos casos, cada) Atresia esofágica isolada (4% dos casos) MATURAÇÃO DO PULMÃO • É dividida em 4 períodos: – Período pseudoglandular – Período canalicular – Período do saco terminal – Período alveolar • Período Pseudoglandular (5ª a 16ª semana) – Pulmão se desenvolve assemelha-se a uma glândula exócrina – 17ª semana todos elementos principais do pulmão já se formaram – exceto os envolvidos com as trocas gasosas – Respiração não é possível - os fetos que nascem durante este período são incapazes de sobreviver • Período Canalicular vai da 16ª à 26ª semana – Segmentos cefálicos dos pulmões amadurecem mais rápido que os caudais – Luz dos brônquios e bronquíolos terminais tornam-se maior e o tecido pulmonar fica altamente vascularizado – Bronquíolos terminais se ramificam, formando 2 ou 3 bronquíolos respiratórios, e esse se dividem formando 3 a 6 ductos alveolares (A) – Células cubóides revestem os bronquíolos pulmonares • Período do saco terminal se inicia no final do 6º ou início do 7º mês e dura até o nascimento – Ductos alveolares terminam em sacos alveolares em contato com capilares vizinhos (B) – Células cubóides se tornam achatadas (células alveolares) – Constituição da membrana respiratória (Citoplasma do pneumócito tipo I, lâmina basal dessa célula, lâmina basal do capilar e citoplasma da célula endotelial) • Período alveolar vai do 8º mês até a infância – Quantidade de sacos terminais aumenta gradualmente – Células alveolares epiteliais do tipo I (pneumócitos do tipo I) tornam- se mais achatadas e os capilares se projetam para dentro dos sacos alveolares – Células alveolares epiteliais do tipo II (pneumócitos do tipo II) se desenvolvem e formam surfactante • Surfactante ↑ após 34ª semana e seus fosfolipídios entram no líquido amniótico e estimulam macrófagos da cavidade amniótica • Macrófagos migram do córion para o útero e produzem IL-1β – Estimula produção de prostaglandinas que estimulam contração uterina (pode precipitar o parto) • Movimentos respiratórios fetais começam antes do parto – Aspiração do líquido amniótico – Estimulação do desenvolvimento pulmonar e condicionamento da musculatura respiratória • Após parto, líquido é absorvido pelo sangue e vasos linfáticos e parte pode ser expelido no parto – Surfactante permanece como sobre as membranas alveolares CORRELAÇÕES CLÍNICAS • Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido (SARRN) = “Doença da membrana hialina” – Alterações do líquido surfactante – Alvéolos parcialmente colapsados – 20% das mortes entre recém-nascidos – Tratamento com surfactante artificial / tratamento da gestante em trabalho de parto prematura com glicocorticóides para estimular a produção fetal de surfactante
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