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Apg 17: cedo demais 1. Compreender a embriologia do sistema respiratório. 2. Analisar as diferentes fases do desenvolvimento pulmonar e as características histológicas e celulares dessas fases. 3. Compreender as funções e a composição do líquido surfactante › Primórdio do sistema respiratório inferior (sulco laríngeo traqueal), desenvolve-se caudalmente ao quarto par de bolsas faríngeas › Divertículo respiratório (broto pulmonar) na 4ª semana (Protuberância na parede ventral do intestino anterior) › Aparecimento e localização depende do aumento do ácido retinoico produzido pelo mesoderma adjacente - TBX4 no endoderma do tubo intestinal no local do divertículo (induz a formação do broto, seu crescimento e diferenciação em pulmões) › Revestimento interno: origem endodérmica (laringe, traqueia, brônquios e pulmões) › Tecido cartilaginoso, muscular e conjuntivo: mesoderma visceral esplâncnico (traqueia e pulmões) › Divertículo se alonga, sua extremidade distal se alarga para formar um broto respiratório › Divertículo se separa da faringe primitiva, mas mantém comunicação com ele pela entrada da laringe primitiva › Inicialmente o broto faz comunicação aberta com o intestino anterior › Expansão caudalmente do divertículo faz a separação das pregas traqueoesofágicas do intestino (preenchido com mesoderma esplâcnico) › Pregas traqueoesofágicas se fusionam para formar o septo traqueoesofágico (separa esôfago e traqueia), primórdio respiratório mantem comunicação com a faringe (orifício faríngeo) › Revestimento interno: endoderma › Cartilagens e músculos: mesênquima do quarto e sexto arcos faríngeos › O mesênquima da extremidade craneal do tubo laringotraqueal prolifera rapidamente, produzindo o par de eminencias aritenoides › As eminencias crescem em direção a língua, convertendo a abertura em forma de fenda (glote primitiva) em abertura laríngea em forma de T, reduzindo a luz em desenvolvimento a uma fenda estreita ** quando o mesênquima (derivado das células da crista neural) dos dois arcos se transforma nas cartilagens tireóidea, cricóidea e aritenóidea, o formato característico do orifício laríngeo no adulto pode ser reconhecido › Quando as cartilagens se formam, epitélio laríngeo prolifera rapidamente, causando oclusão temporária do lúmen › Vacuolização e recanalização (10ª semana) produzem os ventrículos laríngeos (recessos laterais que são limitados por pregas teciduais que se diferenciam em pregas vocais falsas e verdadeiras) › A epiglote origina-se da parte caudal da eminencia hipofaringea (pela proliferação do mesênquima das extremidades ventrais do 3º e 4º arco faríngeos) › A parte rostral dessa eminencia forma o terço posterior/parte faríngea da língua › Músculos laríngeos inervados pelo nervo vago, laríngeo superior os derivados do quarto arco, e laríngeo recorrente do sexto arco. › Na separação do intestino anterior, o broto pulmonar forma a traqueia e duas invaginações laterais: brotos brônquicos principais › 5ª semana: brotos se alargam para formar os brônquios principais direito e esquerdo › Brônquio principal direito: três brônquios secundários (três lóbulos) maior e orientado mais verticalmente. Superior supre o lóbulo superior. Inferior se divide em médio e inferior › Brônquio principal esquerdo: dois brônquios secundários (2 lóbulos) › Crescimento caudal e lateral: pulmões se expandem para a cavidade corporal › Canais pericardioperitoneais: espaços para os pulmões (são estreitos), se encontram de cada lado do intestino anterior e gradualmente são preenchidos pelo crescimento dos pulmões › Pregas pleuroperitoneais e pleuropericárdicas separam os canais pericadioperitoneias da cavidade peritoneal e pericárdica (espaços restantes formam as cavidades pleurais primitivas) › Mesoderma que cobre o exterior dos pulmões torna- se a pleura visceral › Camada de mesoderma somático que cobre a superfície interna da parede corporal, torna-se a pleura parietal (mesoderma somático) › Espaço entre a pleura parietal e a visceral é a cavidade pleural › Brônquios secundários se dividem repetidamente de modo dicotomizado formando: (7ª semana) › Pulmão direito: 10 brônquios terciários (segmentares) › Pulmão esquerdo: 8 brônquios terciários ** segmentos broncopulmonares do pulmão adulto ** ate o fim do sexto mês, estabeleceram-se aproximadamente 17 gerações de subdivisões ** antes que a árvore brônquica chegue a sua configuração final, formam-se seis divisões adicionais durante a vida pós-natal. › A ramificação é regulada por interações espiteliomesenquimais entre endoderma dos brotos pulmonares e o mesoderma visceral que o cerca › Sinais para a ramificação: emitidos do mesoderma (família do fator de crescimento de fibroblasto) ** Enquanto todas essas novas subdivisões estão ocorrendo e a árvore brônquica está se desenvolvendo, os pulmões adotam uma posição mais caudal, de modo que, no nascimento, a bifurcação da traqueia é oposta à quarta vértebra torácica. • Período Pseudoglandular (6-16 semanas) › Histologicamente: se assemelha a uma glândula exócrina sem vasos sanguíneos, predomínio de bronquíolos terminais › Respiração não é possível (fetos que nascem nesse período são incapazes de sobreviver) • Período Canalicular (16-26 semanas) › A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais torna- se altamente vascularizada › 24ª semana cada bronquíolo terminal deu origem a dois ou mais bronquíolos respiratórios, cada um dos quais, então, se dividindo em três a seis passagens tubulares (ductos alveolares) › Epitélio prismático vai se tornando mais pavimentoso › A respiração é possível ao final dessa fase porque alguns sacos terminais (alvéolos primordiais) já se desenvolveram nas extremidades dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar esta vem vascularizado **Feto nascido em 24 -26 semanas sobrevive se receber tratamento intensivo, mas frequentemente morre porque seu sistema respiratório e outros sistemas ainda estão imaturos • Período do Saco Terminal (26 semanas- nascimento) › Desenvolve-se muito mais sacos terminais › Epitélios mais delgados › Capilares fazem saliência dentro dos alvéolos em desenvolvimento › Barreira hematoaerea: contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais (possibilitando trocas gasosas adequada para sobrevivência) › 26ª semana: sacos terminais revestidos por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica (pneumócitos tipo I), por meio das quais acontece as trocas gasosas. › Rede capilar prolifera no mesênquima em torno dos alvéolos em desenvolvimento (junto com capilares linfáticos) › Entre as células epiteliais pavimentosas se encontram células epiteliais secretoras, arredondadas: pneumócitos tipo II (secretam o surfactante pulmonar) • Período alveolar (32 semanas – 8 anos) **momento exato em que o período de saco terminal acaba e o período alveolar começa depende da definição do termo alvéolo › O que diferencia do saco terminal é a relação do epitélio (tipo I) com o endotélio sanguíneo (intensa relação) › Início: cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos terminais de paredes delgadas, separadas por tecido conjuntivo frouxo **sacos terminais = futuros ductos alveolares › Membrana alveolocapilar: é delgada para possibilitar trocas gasosas Transição placenta-trocas gasosas autônomas: 1. Produção adequada de surfactante nos sacos alveolares 2. Transformação dos pulmões em órgãos de trocas gasosas 3. Estabelecimento paralelo das circulações pulmonar e sistêmica ** alvéolos maduros: 95% desenvolve-se na vida pós- natal › Alvéolos primitivo: pequenas protuberâncias nas paredes dos bronquíolos respiratórios e nos sacos terminais. › Após nascimento: alvéolos primitivos se alargam como os pulmões se alargam.Maior parte do aumento de tamanho resulta do aumento de número de bronquíolos respiratórios e de alvéolos primitivos, em vez de um aumento no tamanho dos alvéolos ** desenvolvimento alveolar completo com três anos de idade (novos alvéolos adicionados ate 8 anos) ** ~ 150milhoes de alvéolos primordiais no recém- nascido (300milhoes entre 3-8 anos) Fatores essenciais para o desenvolvimento normal do pulmão: 1. Espaço torácico adequado para o crescimento 2. Volume adequado de líquido amniótico 3. Movimentos respiratórios fetais **antes do nascimento ocorrem movimentos respiratórios fetais que exercem força suficiente para causar aspiração de algum liquido amniótico. Ocorre somente na fase de rápido movimento dos olhos durante o sono. Serve para estimular o desenvolvimento pulmonar (gradiente de pressão entre pulmões e liquido). Os movimentos aumentam mais perto do nascimento. Quando a respiração começa no nascimento, a maior parte do líquido nos pulmões é absorvida rapidamente pelo sangue e pelos capilares linfáticos, e um pequeno volume provavelmente é expelido pela traqueia e pelos brônquios durante o parto. Surfactante permanece depositado como um revestimento fosfolipídico fino sobre as membranas celulares alveolares. Com a entrada de ar nos alvéolos durante a primeira respiração, o revestimento de surfactante evita o desenvolvimento de uma interface ar-água (sangue) com altas tensões superficiais. Sem a camada gordurosa de surfactante, os alvéolos colapsariam durante a expiração (atelectasia) › Ao nascimento, metade dos pulmões está preenchida com líquidos (cavidade amniótica, pulmões, glândulas traqueais) que contém alta concentração de cloreto, pouca proteína, algum muco das glândulas brônquicas e surfactante das células alveolares epiteliais (tipo II) › Aeração ao nascimento ocorre pela rápida substituição do liquido intra-alveolar por ar Liquido pulmonar é drenado por: 1. Boca e nariz, devido a pressão sobre o tórax no parto 2. Para capilares pulmonares e artérias e veias pulmonares 3. Para vasos linfáticos › Composição: mistura complexa de fosfolipídios e proteínas › Secretado pelos pneumócitos tipo II › O ar inalado e difundido para os pulmões, ao ser expirado, devido a umidade, pode promover a calabação dos pulmões ** Condição anormal de um órgão em que suas paredes, geralmente separadas, passam a entrar em contato uma com a outra ou se ligam › Forma um filme monomolecular sobre as paredes internas dos sacos alveolares e reduz a tensão superficial na interface ar-alvéolo = facilita a expansão dos sacos alveolares terminais › A produção começa com 20 semanas, níveis adequados ao fim do período fetal ** concentrações de surfactante aumentam na 34ª semana: fosfolipídios entram no líquido amniótico e agem sobre os macrófagos na cavidade amniótica. Uma vez que tenham sido “ativados”, esses macrófagos migram através do cório para o útero, onde começam a produzir proteínas do sistema imunológico, incluindo a interleucina-1β (IL-1β). O aumento da expressão dessas proteínas resulta no aumento da produção de prostaglandinas, que causam as contrações uterinas. Assim, pode ser que sinais do feto precipitem o início do trabalho de parto e o nascimento Pseudoglandular 5-16 semanas Ramificação continua a formar bronquíolos terminais. Não há bronquíolos respiratórios nem alvéolos Canalicular 16-26 semanas Cada bronquíolo terminal se divide em dois ou mais bronquíolos respiratórios, que se dividem em três a seis ductos alveolares Saco terminal 26-nascimento Os sacos terminais (alvéolo primitivo) se formam e fazem contato próximo com capilares sanguíneos Alveolar 8 meses- infância Os alvéolos maduros apresentam contatos epitelioendoteliais (capilares) bem desenvolvidos Referências: MOORE, K.L. & Persaud, V. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. SADLER, T. W. Langman Embriologia Médica.
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