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Contabilidade de Custos 
Profª.Esp. Kamilla Martins de Moura Mota 
 
ABC – CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES 
 A empresa encontra‐se em um processo interativo constante com o meio ambiente, obtendo 
recursos, transformando‐os em produtos e atendendo os seus objetivos econômicos e sociais. 
Esse processo de transformação da empresa pode ser analisado por meio de uma abordagem 
dedutiva, ou seja, partindo‐se do processo de transformação total, é possível  identificar uma 
hierarquia de processo menores que compõem o processo total. Esses processos analíticos são 
as atividades.  
Fundamentalmente,  o  sistema  ABC  parte  da  premissa  de  que  as  diversas  atividades 
desenvolvidas pela empresa geram custos, e que os diversos produtos consome/utilizam essas 
atividades. 
A filosofia do modelo ABC consiste em que as atividades da organização devem ser o centro de 
análise e  controles: as atividades  são as que  consomem  recursos, e os produtos utilizam as 
atividades. 
A crença fundamental por trás desta abordagem do Custeio Baseado em Atividades é de que o 
custo é CAUSADO e suas causas podem ser gerenciadas, refletindo‐se desta forma nos custos. 
Quanto mais perto se chega de relacionar os custos às suas causas, mais úteis são as informações 
contábeis para orientar as decisões gerenciais da empresa. 
Pode‐se definir atividade como um conjunto de tarefas coordenadas e combinadas, cujo fim é 
agregar  valor  a  um  objeto  mediante  a  aplicação  de  recursos  durante  a  execução  de  seus 
processos. 
Exemplos  de  atividades  são:  a  manutenção,  a  preparação  de  um  pedido,  a  estocagem,  o 
recebimento da matéria‐prima etc. São as verdadeiras unidades de interesse do modelo ABC. 
Assim, o ABC (Activity Based Consting) é considerado um sistema de custeio que se utiliza da 
discriminação de atividades para a atribuição de  custos, passando pela  sua  acumulação em 
centro de atividade, tendo como elo de ligação entre a acumulação e os produtos ou serviços o 
Cost‐Drive,  ou  seja,  o  direcionador  de  custos,  que  deve  manter  relação  com  a  atividade 
desenvolvida.  Apura‐se  o  custo  das  diversas  atividades  sendo  esses  custos  alocados  aos 
produtos via direcionadores específicos. 
São exemplos de direcionadores, as unidades produzidas, horas‐máquina, horas de mão‐de‐
obra, número de ordens de serviço, superfície ocupada etc. 
O Custeio Baseado em Atividades (ABC), incorpora o conceito de que um negócio é constituído 
por  uma  série  de  processos  inter‐relacionados,  e  que  esses  processos,  por  sua  vez,  são 
constituídos por atividades que convertem insumos em resultados. 
Assim, esta forma de custeio busca organizar todas as  informações de custos por atividades, 
atividades  estas  desenvolvidas  na  organização  com  maior  grau  de  contribuição  para  os 
resultados. 
Características: 
 1. utiliza bases específicas (em grande número) na alocação dos custos para cada atividade;  
Contabilidade de Custos 
Profª.Esp. Kamilla Martins de Moura Mota 
 
2. não está preocupado em  segregar  custos e despesas, mas procura  separar os gastos que 
adicionam valor ao produto, do que não adicionam;  
3. não é centrado em números;  
4. procura analisar aspectos físicos das atividades, analisar fatos e processos;  
5. os custos ABC precisam ser interpretados como custos a médio e a longo prazo;  
6. volta‐se para os processos da gestão empresarial, adequando‐se gradativamente ao sistema 
de informação contábil ao nível gerencial;  
7. tem como objetivo desenvolver uma sistemática de alocação de custos que permita avaliar a 
eficiência (valor agregado) das atividades que consumiam os recursos e produziam os CIF. 
 
Vantagens:  
A vantagem básica do ABC é proporcionar uma forma mais precisa de encarar despesas e custos 
indiretos,  incluindo os  gerados  fora do  chão de  fábrica,  e não  tipicamente ponderados nos 
cálculos de custos produto a produto atividades como marketing, distribuição e manutenção.  
1. obtêm um quadro que explica “por que” e “como” os custos são incorridos;  
2. separa os custos que agregam e não valor ao produto;  
3. percebe desperdícios e a geração dos custos;  
4. avalia as possibilidades de influência e modificações dos geradores de custos. 
Desvantagens:  
1. não encontra viabilidade em empresas de pequeno/médio porte; 
 2. muito burocrático;  
3.  transforma  custos  fixos  em  variáveis  –  tendo  em  vista  que  as  tecnologias  modernas  de 
produção tem aumentado os custos fixos proporcionalmente aos custos variáveis, esse método 
de custeio conduzirá a resultados proporcionalmente mais errados. 
Quando utilizar o ABC? 
 Quando a entidade apresentar grande quantidade de recursos  indiretos em seu processo de 
produção;  quando  a  entidade  tiver  significativa  diversificação  em  produtos,  processos  de 
produção e clientes. 
Obs: o ABC, em sua forma mais detalhada, pode não ser aplicável na prática, em virtude de exigir 
um número excessivo de informações gerenciais que podem inviabilizar sua aplicação. O custo 
da coleta e manipulação detalhada teria que  justificar o seu benefício. Numa fábrica pode‐se 
detectar mais de cem atividades que contribuem para o custo indireto. 
Lógica de Operacionalização: O Custeio Baseado em Atividades, por tomar como base a Análise 
dos Processos Empresariais, reconhece as exigências diferenciadas que os produtos fazem da 
estrutura produtiva da empresa ou organização (são os Custos da Complexidade). Ex. BIG fazia 
3 cores de canetas, azul, preta e vermelha, hoje faz várias cores. 
A partir de Bases de Alocação ou Direcionadores de Custos (Cost Drivers), relaciona os custos 
dos produtos às ATIVIDADES que os geraram ou contribuíram para sua elaboração.

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