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CONCRETO DRENANTE Definição Concreto drenante ou permeável é um concreto com baixo teor de finos, sendo um material altamente poroso. Motivação Ciclo Hidrológico Impactos da urbanização Controle da drenagem urbana Medidas de regulamentação Ilhas de calor Sustentabilidade e Certificação LEED Ciclo hidrológico •Após a Precipitação: •Infiltração •Evaporação •Interceptação •Escoamento Superficial •O volume de águas no escoamento superficial depende das características do solo Impactos da urbanização •Processo de urbanização: acelerado e de forma desordenada •2012 – 84,4% da população brasileira era urbana •Aumento da impermeabilização e dos picos de vazão Impactos da urbanização Controle da drenagem urbana Princípios Modernos Novas ocupações não podem aumentar a vazão de pico Planejamento do conjunto da bacia Evitar transferência dos impactos para jusante Redes de drenagem bem dimensionadas podem deixar de funcionar adequadamente devido ao aumento da impermeabilização de trechos à montante Implementar medidas de regulamentação Medidas de Controle na Fonte Adotadas no loteamento ou no lote Uso de pavimentação permeável: Concreto Drenante Controle da drenagem urbana Medidas de regulamentação •Desenvolvimento de planos diretores: controle da permeabilidade do solo •Lei 11.228 de 1992 – Prefeitura da cidade de São Paulo •Taxa de máxima de impermeabilização do lote: 85% •Lei 1.620 de 1997 – Prefeitura da cidade de Niterói •Taxa de máxima de impermeabilização do lote: 90% •Lei Complementar n.º 70 de 2004 – Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro •Taxa de máxima de impermeabilização do lote: 80% para maioria das regiões Ilhas de calor •Fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização. •Temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais próximas. Ilhas de calor Causas Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas; Falta de áreas revestidas de vegetação; Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiros e galerias, o que reduz o processo de evaporação, assim não usando o calor, e sim absorvendo; Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos; Poluição atmosférica que retém a radiação do calor; Utilização de energia pelos veículos de combustão Sustentabilidade e certificação LEED O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. Aplicação do concreto drenante é contada como créditos no sistema LEED devido a: Incorporação de agregados reciclados Efeito de redução no aquecimento das cidades (Ilhas de calor) Manutenção da permeabilidade do solo (controle da drenagem urbana) Histórico Primeiro registro em 1852 => construção de casas na Inglaterra; Até meados da década de 50 => finalidade estrutural, sendo denominado NFC (‘non-fines concrete’); A partir dos anos 80 => deixa de apresentar finalidade estrutural, sendo alvo de novos estudos devido à sua característica de permeabilidade. Atualmente, é muito utilizado na Europa, nos Estados Unidos, Japão e Austrália. Testemunho de NFC extraído de uma casa na década de 50 Fonte: Ibracon. Características Redução de conteúdos de materiais finos Material altamente poroso com baixo peso específico Etapa de um sistema de drenagem Comportamento isolante Térmico - acústico Porosidade Porosidade varia de 15 a 20% Dividida em: Poros da pasta Ar retido Poros da estrutura granular Permeabilidade Em função: -Forma do agregado -Curva granulométrica -Dimensão máxima do agregado graúdo -Quantidade de pasta -Nível de compactação aplicado Na faixa de 15 a 40 mm/s para CPCP sem capacidade estrutural Na faixa de 1 a 10 mm/s melhor desempenho estrutural Permeabilidade Para uma avaliação da permeabilidade em campo ASTM C1701/C (2009) Princípio do permeâmetro de carga variável - Avalia o tempo necessário para o material absorver um volume específico de água Para avaliação da permeabilidade em laboratório ACI 522 Permeâmetro de carga variável Permeâmetro de carga constante - Avalia o volume de água que atravessa em um determinado tempo. Lei de Darcy Densidade Baixo peso específico na ordem de 1600 e 2100 kg/m³ Densidade Resistência à compressão Permeabilidade Densidade Permeabilidade Resistência à compressão Fluidez Problemas de trabalhabilidade Pesquisas: concretos convencionais com alta fluidez Concreto drenante: slump quase zero Reduzido teor de finos Dificuldade de obter alta fluidez com a simples incorporação de aditivo superplastificante Fluidez •HPPC: Concreto poroso de alta performance •Aditivos superplastificantes + agentes coesivos = aumento da fluidez Artigo sobre o Concreto poroso de alta performance – Malaysia – 2012. Fluidez •HPPC •Apresenta boa trabalhabilidade •Elimina necessidade de vibração para compactação do concreto permeável Slump test do Concreto Poroso Convencional e do de Alta Performance Características Mecânicas •Resistência a compressão na literatura: 5MPa a 30MPa •Estudos na Universitat Politecnica de Catalunya: até 50MPa •NBR 16416:2015: resist. a compressão mín.: 35MPa Características Mecânicas •Aditivos e adições •Fibras de polipropileno: bastante usado no concreto permeável •Estudos mostram que a utilização do látex pode aumentar em até 50% a resistência à compressão •Resistência à tração •Uso apropriado de aditivos permite alcançar até 5MPa de resistência a tração por compressão diametral. Fibras de polipropileno Características térmicas •Elevada porosidade interconectada •Passagem de ar •Efeito de convecção entre o ar e o concreto •Condutividade térmica: chega ser 65% menor •Concreto drenante: 0,7 a 1,7 W/mK •Concreto convencional: > 2 W/mK Concreto Drenante Materiais Cimento, aditivos e adições Devido às aplicações do CPCP → Constante contato com meio agressivo Cimento Portland resistente a: •Danos térmicos, lixiviação, descalcificação e outros Materiais cimentantes para aumento de durabilidade do CPCP: •Sílica ativa, cinzas volantes, metacaulim, entre outros Aditivos químicos para melhora da trabalhabilidade e resistência com já mencionado anteriormente Materiais Agregados Divisão em duas frações: FINA e GROSSA Fração FINA descartada → redução do teor de argamassa → espaços vazios → permeabilidade Quando o objetivo nº1 for resistência e secundário permeabilidade: •Mantêm-se uma parte da fração FINA do agregado •Para diminuir a perda de permeabilidade → Redução da relação cimento/agregado, ou seja, substituir parte do aglomerante por areia Materiais Em geral: Fração GROSSA + quantidade apropriada de pasta = Concreto Permeável Sugestão: curvas glanulométricas entre 3,75 – 19 mm Comum o uso de Brita 0, Brita 1, ou combinações das duas Experiência mostra excelente resposta com granulometria de 2-5 e 5-8mm Granulometria descontínua: maior permeabilidade Agregados reciclados: acréscimo de permeabilidade e diminuição de propriedades mecânicas Materiais Água Relação a/c varia de 0,25 – 0,35, evitando segregação Controle de extrema importante Mesmo requisitos definidos para o concreto convencional Dosagem ACI 211.3R-02, apêndice 6: Método de dosagem de CPCP com slump zero 1º Passo: Elege-se a permeabilidade e resistência à compressão desejada 2º Passo: Obtenção da porosidade Dosagem 3º Passo: Relação da porosidade com a quantidade de pasta Duas curvas: Limites de compactação → Pouco Compacto e Muito Compacto Para mesma % de porosidade, um CPCP muito compacto necessidade de menos cimento Dosagem 4º Passo: Definir relação a/c na faixa de 0,25 – 0,35 Relação a/c baixa → agregados não se aderem Relação a/c adequada → partículas aderidas sem segregação Relação a/c alta → pasta escorre sobre as partículas e prejudica a permeabilidade Dosagem Trata-se de uma atualização e generalização feita pela Escola Politécnica da USP (EPUSP) de um método desenvolvido pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Dados de entrada: fck, dmáx dos agregados e consistência do concreto Obtêm-se: proporção de agregado por unidade de cimento e fator a/c A dosagem do concreto drenante também pode ser feita pelo método brasileiro para dosagem de concretos estruturais, denominado: Método IPT/EPUSP Dosagem Resultado final: Diagrama de 4 quadrantes com 3 "leis de comportamento" Método IPT/EPUSP Lei de Abrams: fck é em função da relação a/c Lei de Lyse: slump é em função da relação agregados secos/cimento e a/c Lei de Molinari: consumo de cimento está relacionado com o valor do traço seco Dosagem Trata-se de uma atualização e generalização feita pela Escola Politécnica da USP (EPUSP) de um método desenvolvido pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Dados de entrada: fck, dmáx dos agregados e consistência do concreto Obtem-se: proporção de agregado por unidade de cimento e fator a/c A dosagem do concreto drenante também pode ser feita pelo método brasileiro para dosagem de concretos estruturais, denominado: Método IPT/EPUSP Aplicações Garagens Projeto USP Calçadas Pátios comerciais ou residenciais Ruas de baixo tráfego Muros de arrimo Quadra de esportes Estacionamento na sede do Environmental Protection Agency (EPA), em New Jersey,EUA. Aplicações Garagens Projeto USP Calçadas Pátios comerciais ou residenciais Ruas de baixo tráfego Muros de arrimo Quadra de esportes Bloco de concreto permeável da empresa Rocla para uma área de estacionamento da Eurobodalla Shire Council (Australia). Muro de 8 metros de altura, construído em 5 semanas com 194 blocos. Aplicações Bases permeáveis abaixo de pavimentos de alta resistência (camadas-base) Tubulação de drenagem Isolamento térmico de paredes (alta porosidade) e barreiras acústicas (possui boas propriedades acústicas) Parques e praças Tubulação de drenagem feita em concreto permeável no parque Hindmarsh (Kiama, Australia) com estudo da Universidade de Tecnologia de Sydney. Aplicações Bases permeáveis abaixo de pavimentos de alta resistência (camadas-base) Isolamento térmico de paredes (alta porosidade) e barreiras acústicas (possui boas propriedades acústicas) Parques e praças Projeto Bettman Nature Preserve - Parque em Cincinnati onde se utilizou concreto drenante executar quase 300 metros de caminhos verdes Aplicações Segundo o gerente de pesquisa da Votorantim Cimentos e um dos integrantes do CB-18 na ABNT, Luiz de Brito Braga Vieira, o concreto drenante é usado em trechos de barragens que precisam permitir a passagem de água; Ele foi largamente utilizado nas barragens de Tucuruí e Água Vermelha, que não são completamente estanques, apresentando trechos drenantes a fim de evitar a erosão das margens; Ele também pode ser usado em barragens nas redes de drenagem junto aos maciços rochosos, sob as galerias de inspeção. Projeto Fatores a serem considerados: Quantidade de chuva esperada Capacidade de infiltração do solo Fragilidade do solo a ação da água Características do pavimento como a declividade do terreno (A declividade do pavimento deve ser de no máximo 5%. Nas áreas no entorno do pavimento, devem ser evitadas declividades superiores a 20%) Nível do Lençol Freático Risco de contaminação de Aquífero Projeto Execução de concreto drenante Tipo 1: Pavimento drenante com infiltração total no solo Execução Tipo 2: Pavimento drenante com infiltração parcial no solo Execução Tipo 3: Pavimento drenante sem infiltração no solo Execução Etapas de 1 a 8 comuns ao concreto moldado in loco e aos blocos intertravados Limpeza do terreno e abertura da caixa de pavimentação Terraplenagem Execução Execução de pavimento em concreto drenante Compactação do subleito Espalhamento e compactação dos solo de reforço e nivelamento Instalação da rede de drenagem Execução Execução de pavimento em concreto drenante Assentamento da manta geotêxtil Espalhamento das camadas de brita Execução Execução de pavimento em concreto drenante Compactação das camadas de brita Execução das guias e sarjetas Execução Execução de pavimento em concreto drenante moldado in loco (9) Espalhamento do concreto permeável; (10) Nivelamento de 15 a 20 mm acima das guias, utilizando régua vibratória ou manualmente; (11) Compactação do concreto com rolo compactador; (12) Execução das juntas de dilatação a cada 6m com profundidade de ¼ da espessura da placa de concreto ; (13) Cura e proteção do concreto fresco e se recomenda proteção com manta plástica; Execução Execução de pavimento intertravado Rejunte dos blocos com pedrisco Assentamento dos blocos de concreto Vantagens Proteção do sistema de drenagem; Reduz o pico das cheias, possibilitando diminuir a necessidade do sistema de drenagem urbano; Reduz velocidade e quantidade do escoamento superficial; Possibilita a reutilização da água da chuva; Realimenta o aquífero subterrâneo; Vantagens Atua como filtro, impedindo que impurezas e metais pesados atinjam o lençol freático; Auxilia na redução do aquecimento das áreas urbanas; Facilita a sobrevivência da arborização localizada em áreas pavimentadas, por permitir a chegada de ar e água até as raízes das plantas. Diminui custos de manutenção, uma vez que é eficaz com pouca ou nenhuma manutenção por um período entre 20 e 40 anos Desvantagens Pouca perícia dos engenheiros e contratantes com relação a tecnologia; O pavimento poroso envolve um risco de falha considerável (devido à colmatação ou má construção); Tem a tendência de tornar-se obstruído, se inapropriadamente instalado ou mantido; Há o risco de contaminação do aqüífero, dependendo das condições do solo e da suscetibilidade do aquífero. Normatização •Norma vigente: 16416:2015 •Requisitos e procedimentos de execução de pavimentos permeáveis de concreto •Engloba todos os tipos de pavimentos permeáveis •Ajudará a dar qualidade aos pavimentos permeáveis executados Utilização no Mundo Decorativa de concreto permeável para os Jogos Olímpicos de 2008, Pequim ,China Utilização no Brasil Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH - TEC) CasaE- Casa de Eficiência Energética da BASF - SP Casa de Ecoeficiência – funciona como catálogo vivo da BASF e seus parceiros; aplica soluções acessíveis da BASF e seus parceiros com o objetivo de reduzir o custo total das obras, garantindo economia de tempo, recursos e custos. Utilização no Brasil Utilização no Brasil Utiliza concreto drenante com 87% de permeabilidade nas calçadas e estacionamento, que recolhem água da chuva para reutilização Utiliza o Elastopave - composto aglutinante de poliuretano que, misturado com cascalhos ou pedras, constrói superfícies altamente permeáveis, fortes e duráveis Casa E - BASF Manutenção Duração do sistema: 10 anos (aproximadamente) Consequências da falta de manutenção: Diminuição da permeabilidade do concreto Diminuição da capacidade de armazenamento do concreto (3 a 5%) Colmatação: Preenchimento dos vazios do concreto. Manutenção - Colmatação Obstrução causada por escoamento superficial Manutenção - Colmatação Obstrução causada por atividades que geram pequenos detritos Manutenção - Colmatação Obstrução causada por resíduos da própria região (ex: árvores) Manutenção - Métodos Constantes Manutenção por pressão d’água Solta ou enfraquece a ligação dos detritos com o concreto Restabelece 80% a 90% da permeabilização original Pressão de aproximadamente 3.000 psi Manutenção - Métodos Constantes Manutenção por pressão d’água Manutenção - Métodos Constantes Manutenção por aplicação de vácuo Método mais rápido que o jato d’água Remove de forma eficiente somente as partículas da superfície Manutenção - Métodos de reabilitação Concreto moldado in loco Retirada de 3 ou 4 cm da camada mais externa, substituindo-a. Sistema pré-moldado Substituição dos blocos (trincas, colmatação, etc) Virar os blocos para o lado oposto (retrolavagem) Obrigado!
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