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PROCESSO ADMINISTRATIVO

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PROCESSO ADMINISTRATIVO
I – ORIENTAÇÕES GERAIS
a) consultar o site www.guimaraespereira.com para obter o esquema correspondente a cada aula e para visualizar o cronograma das aulas, material complementar e provas de semestres anteriores
b) cadastrar-se para receber eventuais avisos, material complementar e gabarito de provas
c) os trabalhos deverão ser sempre remetidos por email (cesar@guimaraespereira.com.br), preferencialmente através do site
II – CRONOGRAMA
	DATA
	MATÉRIA
	8.8.2006
	Introdução – processo administrativo
	15.8.2006
	Necessidade de processo administrativo e princípios aplicáveis
	19.8.2006
	Reposição: regime jurídico do processo administrativo e exame de casos concretos
	29.8.2006
	Estudo dirigido: introdução ao processo licitatório
	5.9.2006
	Licitações: cabimento, princípios e modalidades
	12.9.2006
	Regime jurídico da concorrência: habilitação, julgamento, homologação e adjudicação
	19.9.2006
	Casos especiais: pregão, concessões e PPPs
	26.9.2006
	Exercícios de licitações e processo administrativo
	3.10.2006
	1ª AVALIAÇÃO
	10.10.2006
	Entrega e discussão da prova – Introdução ao processo disciplinar
	17.10.2006
	Processo disciplinar
	24.10.2006
	Processo de desapropriação
	31.10.2006
	Processo de desapropriação
	7.11.2006
	Exercícios sobre desapropriação
	14.11.2006
	Processo fiscal
	21.11.2006
	Exercícios sobre processo fiscal - Revisão
	28.11.2006
	2ª AVALIAÇÃO
	5.12.2006
	Entrega e discussão da prova
	12.12.2006
	Prova final
	19.12.2006
	Entrega das notas da prova final
III – QUESTÕES GERAIS RELEVANTES (PARA LEMBRAR E REFLETIR)
III.1 – processo administrativo e atuação do Estado: intervalo entre a lei e o ato
III.2 – contraposição entre CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO e MARÇAL JUSTEN FILHO (supremacia e indisponibilidade do interesse público xconstrução democrática e procedimentalizada do interesse público no caso concreto)
III.3 - o direito administrativo na “pós-modernidade” (a fluidez das noções; a multiplicidade dos centros de poder; a idéia de participação democrática)
III.4 - o “interesse público”, os “interesses públicos”, os “interesses coletivos”: a necessária processualização do direito administrativo como instrumento para a realização do “bem comum” (democracia como participação)
IV – IMPORTÂNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
IV.1 – apuração do interesse coletivo a ser prestigiado pela Administração
IV.2 – controle do “iter” das decisões estatais, não apenas de seus efeitos
IV.3 – contenção dos efeitos da ampliação da atuação do Estado, com aumento do seu potencial danoso
IV.4 – controle prévio: (i) direito do interessado de ser ouvido antes de atingido pelo Estado e (ii) oportunidade para que o interessado colabore, com provas e alegações, para a construção da decisão estatal
V – NOÇÃO DE PROCESSO OU PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
V.1 – sucessão encadeada de atos tendentes a um resultado conclusivo
V.2 – cada ato do processo tem existência e autonomia (“autonomia relativa”)
V.3 – conexão entre os atos em face do resultado final
V.4 – encadeamento: cada ato pressupõe o anterior e possibilita o seguinte (preclusão e coisa julgada administrativa)
V.5 – há processo ou procedimento se a norma jurídica disciplina o caminho a ser percorrido para se atingir determinado objetivo: não apenas o resultado (finalidade) é regulado, mas também os modos pelos quais esse resultado pode ser perseguido
V.6 – processo ou procedimento? aludir a processo administrativo significa (i) contraditório, (ii) revisibilidade e (iii) efeito vinculante para a Administração.
VI – PROCESSO OU PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
VI.1 – Há, no Brasil, contencioso administrativo?
VI.2 – O que significam: (i) contraditório, (ii) revisibilidade e (iii) efeito vinculante para a Administração como características do “processo administrativo”?
VI.3 – Pode-se aludir de modo intercambiável a “processo” ou “procedimento administrativo”?
VI.4 – Uma ação proposta pela Administração Pública (p. ex., ação de improbidade ou uma execução de dívida tributária) é um “processo administrativo”?
VII – DISCIPLINA NORMATIVA: DIREITO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO
VII.1 – CF, art. 5º, LIV (“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”) e LV (“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes”)
VII.2 – CF, art. 24, XI
VII.3 – Lei 9.784/99 (Art. 3º, III: “O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: (...) III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”).
VII.3 – A lei federal tem caráter de veículo de normas gerais sobre “processo”?
VII.4 – Qual o âmbito de aplicação das leis estaduais e municipais?
VII.5 – Aplica-se a lei geral aos campos disciplinados por leis setoriais (processo fiscal, processo ambiental, processo disciplinar, p. ex.)?
VIII – ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
VIII.1 – CABM: procedimentos internos e procedimentos externos
VIII.1.1 – externos: procedimentos ampliativos ou restritivos
VIII.1.1.1 – ampliativos: procedimentos de iniciativa do interessado ou de iniciativa da Administração – procedimentos concorrenciais ou não-concorrenciais
VIII.1.1.2 – restritivos: procedimentos meramente restritivos (ablativos) ou sancionatórios
VIII.2 – classificação de MJF
VIII.2.1 - concreto litigioso (instauração, precedida ou não de sindicância; notificação; defesa; instrução; julgamento; recurso – ampla defesa / contraditório / imparcialidade / dever de decidir)
VIII.2.2 - concreto não litigioso (instauração/interesse; eventual ouvida de terceiros; instrução; decisão; pedido de reconsideração, recurso ou impugnação)
VIII.2.3 - de produção de normas abstratas (etapa interna de colheita de informações; etapa externa de consulta; etapa interna de síntese; etapa interna decisória; ato regulamentar; pedido de reconsideração ou impugnação)
VIII.3 – Quando é exigível processo prévio à decisão? Só em processos sancionatórios? Só quando houver litígio? Há processo prévio à revogação ou à anulação de ato administrativo? Conclusão: Há exigência de prévio processo sempre que a conduta da Administração puder atingir o interesse jurídico de alguém.
IX – BIBLIOGRAFIA
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 20ª ed., 2006, pp. 454/491
MARÇAL JUSTEN FILHO, Curso de Direito Administrativo, 2ª ed., Saraiva, 2006, pp. 36/48 (“interesse público”) e 221/256 (bens públicos)
I – CRONOGRAMA REVISADO
	DATA
	MATÉRIA
	15.8.2006
	Necessidade de processo administrativo e princípios aplicáveis
	19.8.2006
	Reposição: regime jurídico do processo administrativo e exame de casos concretos
	5.9.2006
	Introdução ao processo licitatório
	12.9.2006
	Licitações: cabimento, princípios e modalidades
	16.9.2006
	Reposição: regime jurídico da concorrência: habilitação, julgamento, homologação e adjudicação
II – REVISÃO
II.1 – Há, no Brasil, contencioso administrativo?
II.2 – O que significam: (i) contraditório, (ii) revisibilidade e (iii) efeito vinculante para a Administração como características do “processo administrativo”?
II.3 – Pode-se aludir de modo intercambiável a “processo” ou “procedimento administrativo”?
II.4 – Uma ação proposta pela Administração Pública (p. ex., ação de improbidade ou uma execução de dívida tributária) é um “processo administrativo”?
III – DISCIPLINA NORMATIVA: DIREITO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO
III.1 – CF, art. 5º, LIV (“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”) e LV (“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes”)
III.2 – CF, art. 24, XI
III.3 – Lei 9.784/99 (Art. 3º, III: “O administradotem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: (...) III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”).
III.3 – A lei federal tem caráter de veículo de normas gerais sobre “processo”?
III.4 – Qual o âmbito de aplicação das leis estaduais e municipais?
III.5 – Aplica-se a lei geral aos campos disciplinados por leis setoriais (processo fiscal, processo ambiental, processo disciplinar, p. ex.)?
IV – ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
IV.1 – CABM: procedimentos internos e procedimentos externos
IV.1.1 – externos: procedimentos ampliativos ou restritivos
IV.1.1.1 – ampliativos: procedimentos de iniciativa do interessado ou de iniciativa da Administração – procedimentos concorrenciais ou não-concorrenciais
IV.1.1.2 – restritivos: procedimentos meramente restritivos (ablativos) ou sancionatórios
IV.2 – classificação de MJF
IV.2.1 - concreto litigioso (instauração, precedida ou não de sindicância; notificação; defesa; instrução; julgamento; recurso – ampla defesa / contraditório / imparcialidade / dever de decidir)
IV.2.2 - concreto não litigioso (instauração/interesse; eventual ouvida de terceiros; instrução; decisão; pedido de reconsideração, recurso ou impugnação)
IV.2.3 - de produção de normas abstratas (etapa interna de colheita de informações; etapa externa de consulta; etapa interna de síntese; etapa interna decisória; ato regulamentar; pedido de reconsideração ou impugnação)
IV.3 – Quando é exigível processo prévio à decisão? Só em processos sancionatórios? Só quando houver litígio? Há processo prévio à revogação ou à anulação de ato administrativo? Conclusão: Há exigência de prévio processo (regular, com garantia de ampla defesa e contraditório) sempre que a conduta da Administração puder atingir o interesse jurídico (individual, coletivo ou difuso) de alguém.
V – PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
V.1 – sentido de procedimento administrativo: não aplicabilidade (integral) das construções atinentes aos processos judiciais – atenção para a variedade de processos, cada qual com seus princípios aplicáveis
V.2 – o princípio da proporcionalidade: (a) necessidade, (b) adequação, (c) proporcionalidade em sentido estrito (ponderação de valores)
V.3 – explicitação de princípios na Lei 9.784/1999
	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (MJF)
	 
	Utilidade
	procedimentalização não pode ser apenas aparente; informalismo (particular)
	Publicidade
	vedação do sigilo; transparência
	Objetividade
	racionalidade; preclusão; coerência
	Contraditório
	vedação da atuação unilateral; alegações e provas; interesses difusos ou coletivos
	PRINCÍPIOS GERAIS
	(APLICAÇÃO LIMITADA)
	Monopólio da jurisdição
	não há processo administrativo livre de revisão jurisdicional: preclusão (faculdades das partes e auto-tutela) e coisa julgada administrativa (exigência de outro processo – motivos determinantes)
	Devido processo legal
	proteção da liberdade e propriedade, que não pode ser atingida sem processo administrativo adequadamente desenvolvido tal como predefinido em lei
	Contraditório
	participação no processo, com o direito de influenciar ativamente a decisão a ser proferida (ciência, manifestação e resposta – provas e alegações)
	Ampla defesa
	direito à tutela (pedido e defesa) – direito a provas – direito a manifestação prévia – direito à imparcialidade – direito à decisão plena
	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (CABM)
	 
	Audiência do interessado
	contraditório
	Acessibilidade aos elementos do expediente
	publicidade
	Ampla instrução probatória
	ampla defesa
	Motivação
	fundamentos fáticos e jurídicos
	Revisibilidade (duplo grau)
	direito de recorrer
	Representação e assistência
	inclusive nas diligências
	Lealdade e boa-fé
	moralidade
	Verdade material
	dever de buscar a verdade
	Oficialidade
	não nos de iniciativa do interessado
	Gratuidade
	Restritivos - modicidade de taxas.
VI – TRABALHO (ENTREGA EM 5.9.2006)
Compare e comente sucintamente os acórdãos nº 6, 7, 8 e 9 da relação abaixo, considerando o que explica Marçal Justen Filho (Curso, 1ª ed., pp. 271/72, ou 2ª ed., pp. 278/280).
VII – JURISPRUDÊNCIA
1)      ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RECREDENCIAMENTO DE UNIVERSIDADE. OFENSA AO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.
A Constituição Federal, no artigo 5º, XV, assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo, o direito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e recursos inerentes. Por sua vez, de há muito, vem-se reconhecendo o contraditório como um dos princípios basilares do Direito Administrativo, decorrência direta do princípio da legalidade. Tal reconhecimento foi ratificado com a edição da Lei nº 9.784/99, que expressamente o incluiu dentre os princípios da Administração Pública.
A impetrante não teve acesso ao processo administrativo que resultou no parecer opinando pelo seu descredenciamento. A vista posterior do relatório ali emitido não convalida a eiva pela ausência de contraditório, remanescendo, de fato, a lesão alegada.
(STJ, 1a S., MS 8.150-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 27.10.2004, DJ 29.11.2004, p. 217)
2)      ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE ADVOGADO CONSTITUÍDO E DE DEFENSOR DATIVO. PRECEDENTES DESTA CORTE. ORDEM CONCEDIDA.
Na hipótese, durante a instrução do Processo Administrativo Disciplinar, o Impetrante não contou com a presença obrigatória de advogado constituído ou defensor dativo, circunstância, que, a luz dos precedentes desta Corte de Justiça, elementar à garantia constitucional do direito à ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, quer se trate de processo judicial ou administrativo, porque tem como sujeitos não apenas os litigantes, mas também os acusados em geral. Precedente desta Corte.
(STJ, 3a S., MS 9.201-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 8.9.2004, DJ 18.10.2004, p. 186)
3)      ADMINISTRATIVO. CONCESSÃO DE USO. ALTERAÇÃO UNILATERAL. CONTRARIEDADE AO POSTULADO DA AMPLA DEFESA.
Não é razoável, tampouco compatível com os postulados da ampla defesa e da boa-fé, que a Administração, ao perceber que laborou em defeitos de previsão acerca dos aspectos versados em contrato administrativo de concessão e, por conseguinte, na formulação e execução de projeto por ela própria definido, suprima deliberadamente incentivo econômico  pré-estabelecido em benefício do concessionário.
(STJ, 2a T., RMS 14.924-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 6.9.2005, DJ 3.10.2005, p. 155)
4)      TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA INSCRIÇÃO ESTADUAL. NULIDADE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DOS POSTULADOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
É nulo ato judicial que suspende a inscrição estadual de contribuinte quando, no procedimento administrativo tributário que ensejou punição, em flagrante contrariedade aos preceitos do contraditório e da ampla defesa, não foram apreciadas as impugnações apresentadas.
(STJ, 2a T., RMS 15.204-ES, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 4.10.2005, DJ 7.11.2005, p. 166)
5)      ADMINISTRATIVO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. DECISÃO QUE REJEITA RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA MINERAL. CÓDIGO DE MINERAÇÃO, ART. 19. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO.
O Código de Mineração contém um regime recursal próprio, razão pela qual, eventual lacuna nele estabelecida, deve ser suprida por analogia, adotando-se os recursos normativos do próprio sistema especial. Nesse entendimento, o prazo para o pedido de reconsideração de decisão que rejeita o Relatório de Pesquisa Mineral é o do art. 19 do Código de Mineração, que foi preservado pelo art. 69 da Lei 9.784/99 ("Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei").
Ainda que  inaplicável o prazo previsto no art. 19 do Código de Mineração,é certo que o equívoco quanto à contagem do prazo seria escusável, dada a controvérsia jurídica a respeito, inclusive no âmbito da própria Administração, onde, conforme demonstrado nos autos, há pareceres jurídicos no sentido da tese defendida pelo impetrante. Isso, por si só, recomendaria o conhecimento do recurso tido por intempestivo, em nome do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.
(STJ, 5a T., MS 10.041-DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 25.5.2005, DJ 13.6.2005, p. 157)
6)      RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO - EXERCÍCIO DE CARGO EM  COMISSÃO NA FACULDADE DE DIREITO DE JACAREZINHO, ESTADO DO PARANÁ - INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE GABINETE NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA – POSTERIOR SUBTRAÇÃO - NECESSIDADE DE PROCEDIMENTO EM QUE  SE ASSEGURE AO SERVIDOR O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
Ainda que indevida a gratificação de representação de gabinete ao Recorrente, nos termos do art. 143, III, da Lei nº 6.174/70, do Estado do Paraná, sua subtração, após ter sido concedida e incorporada aos proventos de aposentadoria, depende de prévio procedimento administrativo, em que se assegure ao servidor o contraditório e ampla defesa. Precedentes.
(STJ, 6a T., RMS 14.777-PR, Rel. Min. Paulo Medina, j. 7.4.2005, DJ 2.5.2005, p. 417)
7)      ADMINISTRATIVO. CASA LOTÉRICA. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. RESCISÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. GARANTIA DA AMPLA DEFESA.
Ainda que contrato de permissão de serviço público seja revestido dos atributos da discricionariedade, unilateralidade e precariedade, a sua rescisão reclama o regular desenvolvimento do procedimento administrativo, no qual deve sempre ser observado o postulado da garantia de defesa.
(STJ, 2a T., AgRg no Ag 561.648-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 13.4.2004, DJ 10.5.2004, p. 249)
8)      RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO  DE APOSENTADORIA. SUSPENSÃO POR SUSPEITA DE FRAUDE.  AUSÊNCIA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES  DESTA CORTE. SÚMULA Nº 83/STF.
A suspeita de fraude não enseja o cancelamento do Benefício  previdenciário de plano, dependendo sua apuração de processo administrativo, assegurados os direitos do contraditório e da  ampla defesa. Precedentes (Recursos Especiais nºs 172.869-SP e 279.369-SP).
(STJ, 5a T., REsp 709.516-RJ, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, j. 19.5.2005, DJ 27.6.2005, p. 442)
9)      ADMINISTRATIVO - DOAÇÃO DE VEÍCULO PÚBLICO SEM PRÉVIA LICITAÇÃO - ART. 53 DA LEI 9.784/99 - ATO NULO DE PLENO DIREITO – DESNECESSIDADE DE INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO - CANCELAMENTO DO REGISTRO DE PROPRIEDADE DO VEÍCULO EM NOME DO DONATÁRIO.
A Lei 8.666/93 exige, nos casos doação de bens públicos a particular, prévia licitação.
Ato de ex-governador do Estado que, mediante decreto autônomo, doa a amigo particular veículo público é nulo de pleno direito.
A Administração, com amparo no art. 53 da Lei 9.784/99, deve anular seus próprios atos, quando eivados de nulidade, sendo desnecessária a instauração de processo administrativo, oportunizando a defesa ao donatário na hipótese dos autos, porque o ato não poderia ser convalidado, à míngua de licitação.
Registro de propriedade do veículo em nome do donatário que deve ser cancelado.
(STJ, 2ª T., REsp 685.551-AP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 1.3.2005, DJ 18.4.2005, p. 277)
 
I – PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
I.1 –explicitação de princípios na Lei 9.784/1999 (art. 2º)
I.2 – objetividade: preclusão (faculdades das partes e auto-tutela) e coisa julgada administrativa (exigência de outro processo – motivos determinantes)
	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (MJF)
	 
	Utilidade
	procedimentalização não pode ser apenas aparente; informalismo (particular)
	Publicidade
	vedação do sigilo; transparência
	Objetividade
	racionalidade; preclusão; coerência
	Contraditório
	vedação da atuação unilateral; alegações e provas; interesses difusos ou coletivos
	PRINCÍPIOS GERAIS
	(APLICAÇÃO LIMITADA)
	Monopólio da jurisdição
	não há processo administrativo livre de revisão jurisdicional
	Devido processo legal
	proteção da liberdade e propriedade, que não pode ser atingida sem processo administrativo adequadamente desenvolvido tal como predefinido em lei
	Contraditório
	participação no processo, com o direito de influenciar ativamente a decisão a ser proferida (ciência, manifestação e resposta – provas e alegações)
	Ampla defesa
	direito à tutela (pedido e defesa) –provas – manifestação prévia –imparcialidade – decisão plena
	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (CABM)
	 
	Audiência do interessado
	contraditório
	Acessibilidade aos elementos do expediente
	publicidade
	Ampla instrução probatória
	ampla defesa
	Motivação
	fundamentos fáticos e jurídicos
	Revisibilidade (duplo grau)
	direito de recorrer
	Representação e assistência
	inclusive nas diligências
	Lealdade e boa-fé
	moralidade
	Verdade material
	dever de buscar a verdade
	Oficialidade
	não nos de iniciativa do interessado
	Gratuidade
	Restritivos - modicidade de taxas.
II – JURISPRUDÊNCIA
1)      ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RECREDENCIAMENTO DE UNIVERSIDADE. OFENSA AO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.
A Constituição Federal, no artigo 5º, XV, assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo, o direito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e recursos inerentes. Por sua vez, de há muito, vem-se reconhecendo o contraditório como um dos princípios basilares do Direito Administrativo, decorrência direta do princípio da legalidade. Tal reconhecimento foi ratificado com a edição da Lei nº 9.784/99, que expressamente o incluiu dentre os princípios da Administração Pública.
A impetrante não teve acesso ao processo administrativo que resultou no parecer opinando pelo seu descredenciamento. A vista posterior do relatório ali emitido não convalida a eiva pela ausência de contraditório, remanescendo, de fato, a lesão alegada.
(STJ, 1a S., MS 8.150-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 27.10.2004, DJ 29.11.2004, p. 217)
2)      ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE ADVOGADO CONSTITUÍDO E DE DEFENSOR DATIVO. PRECEDENTES DESTA CORTE. ORDEM CONCEDIDA.
Na hipótese, durante a instrução do Processo Administrativo Disciplinar, o Impetrante não contou com a presença obrigatória de advogado constituído ou defensor dativo, circunstância, que, a luz dos precedentes desta Corte de Justiça, elementar à garantia constitucional do direito à ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, quer se trate de processo judicial ou administrativo, porque tem como sujeitos não apenas os litigantes, mas também os acusados em geral. Precedente desta Corte.
(STJ, 3a S., MS 9.201-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 8.9.2004, DJ 18.10.2004, p. 186)
3)      ADMINISTRATIVO. CONCESSÃO DE USO. ALTERAÇÃO UNILATERAL. CONTRARIEDADE AO POSTULADO DA AMPLA DEFESA.
Não é razoável, tampouco compatível com os postulados da ampla defesa e da boa-fé, que a Administração, ao perceber que laborou em defeitos de previsão acerca dos aspectos versados em contrato administrativo de concessão e, por conseguinte, na formulação e execução de projeto por ela própria definido, suprima deliberadamente incentivo econômico  pré-estabelecido em benefício do concessionário.
(STJ, 2a T., RMS 14.924-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 6.9.2005, DJ 3.10.2005, p. 155)
4)      TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA INSCRIÇÃO ESTADUAL. NULIDADE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DOS POSTULADOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
É nulo ato judicial que suspende a inscrição estadual de contribuinte quando, no procedimento administrativo tributário que ensejou punição, em flagrante contrariedade aos preceitos do contraditório e da ampla defesa, não foram apreciadas as impugnações apresentadas.
(STJ, 2a T., RMS 15.204-ES, Rel. Min.João Otávio de Noronha, j. 4.10.2005, DJ 7.11.2005, p. 166)
5)      ADMINISTRATIVO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. DECISÃO QUE REJEITA RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA MINERAL. CÓDIGO DE MINERAÇÃO, ART. 19. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO.
O Código de Mineração contém um regime recursal próprio, razão pela qual, eventual lacuna nele estabelecida, deve ser suprida por analogia, adotando-se os recursos normativos do próprio sistema especial. Nesse entendimento, o prazo para o pedido de reconsideração de decisão que rejeita o Relatório de Pesquisa Mineral é o do art. 19 do Código de Mineração, que foi preservado pelo art. 69 da Lei 9.784/99 ("Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei").
Ainda que  inaplicável o prazo previsto no art. 19 do Código de Mineração, é certo que o equívoco quanto à contagem do prazo seria escusável, dada a controvérsia jurídica a respeito, inclusive no âmbito da própria Administração, onde, conforme demonstrado nos autos, há pareceres jurídicos no sentido da tese defendida pelo impetrante. Isso, por si só, recomendaria o conhecimento do recurso tido por intempestivo, em nome do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.
(STJ, 5a T., MS 10.041-DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 25.5.2005, DJ 13.6.2005, p. 157)
6)     RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO - EXERCÍCIO DE CARGO EM  COMISSÃO NA FACULDADE DE DIREITO DE JACAREZINHO, ESTADO DO PARANÁ - INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE GABINETE NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA – POSTERIOR SUBTRAÇÃO - NECESSIDADE DE PROCEDIMENTO EM QUE  SE ASSEGURE AO SERVIDOR O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
Ainda que indevida a gratificação de representação de gabinete ao Recorrente, nos termos do art. 143, III, da Lei nº 6.174/70, do Estado do Paraná, sua subtração, após ter sido concedida e incorporada aos proventos de aposentadoria, depende de prévio procedimento administrativo, em que se assegure ao servidor o contraditório e ampla defesa. Precedentes.
(STJ, 6a T., RMS 14.777-PR, Rel. Min. Paulo Medina, j. 7.4.2005, DJ 2.5.2005, p. 417)
7)     ADMINISTRATIVO. CASA LOTÉRICA. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. RESCISÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. GARANTIA DA AMPLA DEFESA.
Ainda que contrato de permissão de serviço público seja revestido dos atributos da discricionariedade, unilateralidade e precariedade, a sua rescisão reclama o regular desenvolvimento do procedimento administrativo, no qual deve sempre ser observado o postulado da garantia de defesa.
(STJ, 2a T., AgRg no Ag 561.648-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 13.4.2004, DJ 10.5.2004, p. 249)
8)     RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO  DE APOSENTADORIA. SUSPENSÃO POR SUSPEITA DE FRAUDE.  AUSÊNCIA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES  DESTA CORTE. SÚMULA Nº 83/STF.
A suspeita de fraude não enseja o cancelamento do Benefício  previdenciário de plano, dependendo sua apuração de processo administrativo, assegurados os direitos do contraditório e da  ampla defesa. Precedentes (Recursos Especiais nºs 172.869-SP e 279.369-SP).
(STJ, 5a T., REsp 709.516-RJ, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, j. 19.5.2005, DJ 27.6.2005, p. 442)
9)     ADMINISTRATIVO - DOAÇÃO DE VEÍCULO PÚBLICO SEM PRÉVIA LICITAÇÃO - ART. 53 DA LEI 9.784/99 - ATO NULO DE PLENO DIREITO – DESNECESSIDADE DE INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO - CANCELAMENTO DO REGISTRO DE PROPRIEDADE DO VEÍCULO EM NOME DO DONATÁRIO.
A Lei 8.666/93 exige, nos casos doação de bens públicos a particular, prévia licitação.
Ato de ex-governador do Estado que, mediante decreto autônomo, doa a amigo particular veículo público é nulo de pleno direito.
A Administração, com amparo no art. 53 da Lei 9.784/99, deve anular seus próprios atos, quando eivados de nulidade, sendo desnecessária a instauração de processo administrativo, oportunizando a defesa ao donatário na hipótese dos autos, porque o ato não poderia ser convalidado, à míngua de licitação. Registro de propriedade do veículo em nome do donatário que deve ser cancelado.
(STJ, 2ª T., REsp 685.551-AP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 1.3.2005, DJ 18.4.2005, p. 277)
10)   Na sindicância, não se exige observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa quando, configurando mera fase inquisitorial, precede ao processo administrativo disciplinar. A omissão existente no Regime Jurídico dos Servidores Públicos – Lei n. 8.112/1990 – quanto ao prazo a ser observado para a notificação do acusado em processo administrativo disciplinar é sanada pela regra existente na Lei n. 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. O servidor público acusado deve ser intimado com antecedência mínima de três dias úteis a respeito de provas ou diligências ordenadas pela comissão processante, mencionando-se data, hora e local de realização do ato (arts. 41 e 69 da Lei n. 9.784/1999 e 156 da Lei n . 8.112/1990). A ilegalidade da audiência de oitiva de testemunhas e, por conseguinte, do processo administrativo disciplinar deve-se ao fato de o impetrante ter sido notificado desse ato no dia que antecedeu a sua realização, contrariando a legislação de regência e os princípios da ampla defesa e do contraditório. A Seção concedeu a segurança . (Informativo STJ, MS 9.511-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 23.2.2005).
11)   Em relação à decadência administrativa, esta Corte vinha se manifestando no sentido de que, nos termos do art. 54 da Lei no. 9.784/99, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorressem efeitos favoráveis para os destinatários decaía em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Não obstante, em recente julgamento, a Eg. Corte Especial deste Tribunal pacificou entendimento no sentido de que, anteriormente ao advento da Lei no. 9.784/99, a Administração podia rever, a qualquer tempo, seus próprios atos quando eivados de nulidade, nos moldes como disposto no art. 114 da Lei 8.112/90 e nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal. Restou ainda consignado que o prazo previsto na Lei no. 9.784/99 somente poderia ser contado a partir de janeiro de 1999, sob pena de se conceder efeito retroativo à referida Lei (EAREsp 547.668, 5ª T., Rel. Min. Gilson Dipp, j. 7.4.2005, v.u., DJ 2.5.2005) [Art. 114 da Lei 8.112/1990: “A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade”].
12)   A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos (Súmula 346 do STF).
13)   A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,  respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial (Súmula 473 do STF).
III – PROBLEMAS
1) Em 13.4.2004, o TRF-4ª Região julgou o AI 2003.04.01.049096-7, interposto contra decisão da 3ª Vara Federal de Curitiba da qual se colhem os trechos seguintes: “A encampação não é modalidade de extinção da concessão que se dá como resultado de ação punitiva ao concessionário, ao contrário do que ocorre com a caducidade que ocorrerá quando houver inexecução contratual pelo concessionário (...). Assim, acolho os embargos para esclarecer que no processo de auditoria, verificação, fiscalização, controle e apuração de eventual indenização decorrente de encampação é desnecessária a observância dos postulados do contraditório e da ampla defesa”. Indique qual deve ter sido o resultado do julgamento e quais os fundamentos jurídicos correspondentes.
2) Como se distinguem o processo jurisdicional e o processo administrativo sob o prisma da(s) relação(ões) jurídica(s) envolvida(s)?
3) O princípio da ampla defesa impede que seja realizado procedimento investigatório (sindicância) prévio à instauração do processo administrativo?4) Exame da Lei 9.784/1999
4.1 – Identifique dispositivos da Lei 9.784/1999 que realizam mais diretamente os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, em especial quanto aos seguintes tópicos: a) cabimento de manifestação ou defesa prévia; b) direito à revisão do julgamento por outra autoridade; c) direito à produção de provas; d) direito à participação em diligências; e) direito a uma decisão plena e motivada; f) direito de ser cientificado de imputações e da evolução do processo administrativo; g) outros aspectos que pareçam relevantes desses princípios.
4.2 - Tendo em vista a Lei 9.784/1999 e a disciplina constitucional da Administração Pública, responda às seguintes questões: (a) O desatendimento da intimação produz a presunção de veracidade dos fatos nela descritos? (b) Qual o tratamento dado à revogação e à anulação dos atos administrativos? (c) Há garantia de prazo mínimo antes da realização de diligências? (d) Um benefício é concedido indevidamente em janeiro de 1999 a certos servidores, que passam a perceber as vantagens pecuniárias correspondentes no mês seguinte. Todos os envolvidos estão de boa fé. A Administração pode, hoje, anular o ato administrativo de concessão do benefício? (e) Considerando o art. 54 da Lei 9.784/1999, nesta mesma situação, o Ministério Público poderia obter, por meio de uma medida judicial (p. ex., ação civil pública), a anulação do benefício objeto da pergunta anterior? (f) Qual o significado de preclusão administrativa no art. 63, § 2º, da Lei 9.784/1999?
5) Considere os acórdãos 6, 7, 8, 9 e 11 acima. Um servidor público federal passou a receber em setembro de 1997 um pagamento adicional mensal, a título de “bônus de bom comportamento”, determinado pelo seu superior hierárquico sem base em lei ou em qualquer outro ato normativo. O servidor o recebeu de boa-fé todos os meses desde então até que, em novembro de 2002, diante da flagrante ilegalidade do benefício, a autoridade máxima do órgão a que se vincula o servidor anulou sumariamente o benefício e determinou a restituição dos valores já recebidos. O servidor alegou nulidade da decisão e decadência. Deve ser anulada a decisão? Ocorreu a decadência alegada pelo servidor?
I – LICITAÇÕES - INTRODUÇÃO
I.1 – conceitos:
procedimento administrativo destinado à escolha da pessoa a ser contratada pela Administração ou a ser beneficiada por ato administrativo, com os objetivos de preservar a isonomia e assegurar a seleção do beneficiário mais adequado ao interesse público (Carlos Ari Sundfeld).
Procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção da proposta de contratação mais vantajosa, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica (MJF)
I.2 – finalidades: vantajosidade e isonomia
I.3 – licitação e processo administrativo
I.4 – licitação e contrato administrativo (ou ato administrativo)
I.5 – processos seletivos do contratado: processo licitatório propriamente dito e processo de contratação direta (dispensa ou inexigibilidade de licitação)
II – REGIME CONSTITUCIONAL
II.1 – art. 22, XXVII: competência da União para legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI,  e para as empresas públicas e sociedades de economia mista,  nos termos do art. 173, § 1o, III”
II.2 – art. 37, XXI: regime da Administração Pública: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
II.3 – art. 173, § 1o, III: regime específico das empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica.
II.4 – art. 175: exigência de licitação para a delegação (concessão ou permissão) de serviço público
III – DISCIPLINA LEGAL
III.1 – Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações); Lei nº 8.987/95 e Lei nº 9.074/95 (concessões e permissões de serviço público: regras específicas de licitação); Lei nº 10.520/2002 (Pregão); Lei nº 11.079/2004 (PPP); regras específicas das agências reguladoras (Leis nº 9.472/97 e 9.478/97)
III.2 – papel das normas gerais – espaço reservado às normas locais?
IV – PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
	CABM
	MJF
	legalidade (art. 4o)
	 
	 
	proporcionalidade
	impessoalidade
	impessoalidade
	julgamento objetivo (arts. 44 e 45)
	objetividade do julgamento
	igualdade (art. 3o, § 1o)
	 
	publicidade (art. 3o, § 3o, e art. 4o)
	publicidade
	moralidade
	moralidade e probidade
	vinculação ao edital (art. 41)
	 
	competitividade (art. 3o, § 1o, I)
	 
	motivação
	 
	contraditório e ampla defesa
	 
	 
	eficácia administrativa
V – QUEM ESTÁ OBRIGADO A LICITAR?
V.1 – art. 1o, parágrafo único, Lei 8.666/93: administração pública direta e indireta
V.2 – a situação das entidades da Administração indireta que exploram atividade econômica em sentido estrito (item III.3 acima)
V.3 – “contratações”: art. 2o – situação dos convênios e consórcios (caracterização) – descentralização
VI – APRESENTAÇÃO DAS MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO
VI.1 – Modalidades (ritos procedimentais):
a) concorrência                                 d) concurso
b) tomada de preços                                  e) leilão
c) convite                                          f) pregão comum e eletrônico (pela Internet)
VI.2 – Tipos (critérios de julgamento das propostas)
a) menor preço                                 d) maior lance
b) técnica e preço                              e) critérios próprios da concessão (Lei 8.987/95)
c) melhor técnica                               f) critérios próprios da PPP (Lei 11.079/2004)
VI – PROCEDIMENTO GERAL (“CONCORRÊNCIA”)
a) fase interna e produção do ato convocatório
b) divulgação e publicidade do ato convocatório
c) entrega dos envelopes (habilitação e proposta), abertura do primeiro envelope e julgamento da habilitação
d) publicidade da decisão de habilitação e exaurimento de recursos
e) julgamento e classificação das propostas dos habilitados
f) publicidade da decisão de julgamento das propostas e exaurimento de recursos
g) providências complementares (anulação, revogação ou homologação)
h) adjudicação
i) formalização da contratação
VII – FASE INTERNA E O ATO CONVOCATÓRIO
VII.1 – momentos do exercício da discricionariedadeVII.2 – conteúdo do edital:
a) procedimento a ser adotado: modalidade, objeto, condições para obter informações e apresentar proposta, estrutura do procedimento
b) condições de participação: requisitos, impedimentos, forma de participação, consórcios, moeda da proposta
c) critérios de julgamento: tipo, critérios objetivos de avaliação, padrão mínimo de qualidade, parâmetros para preço global e unitário
d) futuro contrato: condições da contratação, com minuta do contrato
VII.3 – limites do ato convocatório: requisitos indispensáveis e úteis (insuficiência v. excesso) – clareza – objetividade – isonomia (não discriminação nem desproporção)
VII.4 – impugnação do ato convocatório – art. 41, § 1º (geral, até 5 dias) e § 2º (licitante, até 2 dias)
VIII – MODALIDADES E TIPOS
	 
	CONCORRÊNCIA
	TOMADA DE
PREÇOS
	CONVITE
	CONCURSO
	LEILÃO
	PREGÃO
	fund. legal
	art. 22, § 1
	art. 22, § 2
	art. 22, § 3
	art. 22, § 4
	art. 22, § 5
	Lei 10.520
	características
	qualquer interessado: requisitos de habilitação são verificados em cada caso – modalidade “ordinária”
	interessados que comprovem requisitos para cadastro até 3 dias antes
	convidados (mínimo de 3) ou cadastradosque manifestem interesse até 24 horas antes
	objeto é realizado antes e avaliado por comissão de especialistas
	propostas são objeto de disputa aberta
	inversão do julgamento e habilitação; disputa aberta se houver diferença até certo limite
	Aplicação
	aplicável em qualquer caso – alienação de imóveis – licitações internacionais – concessões – valor acima de R$650 mil (outros) ou R$1,5 milhão (engenharia)
	Valor entre R$80 mil e R$650 mil (outros) ou entre R$150 mil e R$1,5 milhão (engenharia)
	valor abaixo de R$80 mil (outros) ou R$150 mil (engenharia)
	serviços artísticos ou técnicos, já realizados e com resultado passível de avaliação
	alienação de bens (móveis e, em certos casos, imóveis) pela Administração
	contratação de bens ou serviços comuns
 
pregão eletrônico e comum (ou “presencial”)
 
qualquer valor
	Exemplo
	contratação de grande obra de engenharia
	compra de equipamento até R$650 mil
	reforma de prédio público até R$150 mil
	escolha do logotipo de uma campanha pública – cadastramento de advogados pelo Poder Público
	venda de bens apreendidos pela 
Receita Federal
	compra de material de escritório
	Tipos
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
(outros tipos específicos para concessões e PPPs)
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	critério peculiar de avaliação
	maior lanço ou oferta
	menor preço
	prazos mínimos após publicação do aviso de edital ou convite
	30 dias (geral) ou 45 dias (melhor técnica ou técnica e preço ou empreitada integral)
	30 dias (melhor técnica ou técnica e preço) ou 15 dias (geral)
	5 dias úteis
	45 dias
	15 dias
	8 dias úteis
X – BIBLIOGRAFIA
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 20ª ed., 2006, pp. 492/518
MARÇAL JUSTEN FILHO, Curso de Direito Administrativo, Saraiva, 2ª ed., 2006, pp. 316/350
I – PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO (REVISÃO)
1 – A objetividade na licitação realiza-se:
(a) pela adoção, para o julgamento das propostas técnicas e comerciais, de critérios determinados e vinculados à finalidade da licitação.
(b) pela vedação de o edital prever apenas, para a aferição da qualificação econômico-financeira do licitante, que será inabilitado licitante que “não apresentar boas condições econômico-financeiras”.
(c) quando se vedam critérios secretos, sigilosos ou pessoais de julgamento.
(d) em todas as situações referidas nas alternativas anteriores.
2 – A discricionariedade na licitação:
(a) manifesta-se com maior intensidade na fixação, pelo ato convocatório (edital ou convite), do objeto do contrato a ser licitado e das condições de participação na licitação.
(b) pode estar presente, em certa medida, na revogação da licitação ou do contrato.
(c) é fortemente restringida pela auto-limitação imposta à Administração através do ato convocatório.
(d) é corretamente referida em mais de uma das alternativas acima.
3 – Como se concilia o princípio da vinculação ao instrumento convocatório com a necessidade de superação do formalismo na licitação?
II – QUEM ESTÁ OBRIGADO A LICITAR?
II.1 – art. 1o, parágrafo único, Lei 8.666/93: administração pública direta e indireta
II.2 – a situação das entidades da Administração indireta que exploram atividade econômica em sentido estrito (item III.3 acima)
II.3 – “contratações”: art. 2o – situação dos convênios e consórcios (caracterização) – descentralização
III – APRESENTAÇÃO DAS MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO
III.1 – Modalidades (ritos procedimentais):
a) concorrência                                 d) concurso
b) tomada de preços                         e) leilão
c) convite                                          f) pregão comum e eletrônico
                                                        (pela Internet)
III.2 – Tipos (critérios de julgamento das propostas)
a) menor preço                                 d) maior lance
b) técnica e preço                              e) critérios próprios da concessão
c) melhor técnica                               f) critérios próprios da PPP
IV – PROCEDIMENTO GERAL (“CONCORRÊNCIA”)
a) fase interna e produção do ato convocatório
b) divulgação e publicidade do ato convocatório
c) entrega dos envelopes (habilitação e proposta), abertura do primeiro envelope e julgamento da habilitação
d) publicidade da decisão de habilitação e exaurimento de recursos
e) julgamento e classificação das propostas dos habilitados
f) publicidade da decisão de julgamento das propostas e exaurimento de recursos
g) providências complementares (anulação, revogação ou homologação)
h) adjudicação
i) formalização da contratação
V – FASE INTERNA E O ATO CONVOCATÓRIO
V.1 – momentos do exercício da discricionariedade
V.2 – conteúdo do edital:
a) procedimento a ser adotado: modalidade, objeto, condições para obter informações e apresentar proposta, estrutura do procedimento
b) condições de participação: requisitos, impedimentos, forma de participação, consórcios, moeda da proposta
c) critérios de julgamento: tipo, critérios objetivos de avaliação, padrão mínimo de qualidade, parâmetros para preço global e unitário
d) futuro contrato: condições da contratação, com minuta do contrato
V.3 – limites do ato convocatório: requisitos indispensáveis e úteis (insuficiência v. excesso) – clareza – objetividade – isonomia (não discriminação nem desproporção)
V.4 – impugnação do ato convocatório – art. 41, § 1º (geral, até 5 dias) e § 2º (licitante, até 2 dias)
V.4.1 – Um edital de licitação municipal para compra de material escolar contém previsão no sentido de que somente podem participar do certame empresas situadas na cidade que o promove. Uma empresa de outra cidade pretende participar. Qual o caminho a seguir?
VI – MODALIDADES E TIPOS
	 
	CONCORRÊNCIA
	TOMADA DE
PREÇOS
	CONVITE
	CONCURSO
	LEILÃO
	PREGÃO
	Fund. legal
	art. 22, § 1
	art. 22, § 2
	art. 22, § 3
	art. 22, § 4
	art. 22, § 5
	Lei 10.520
	características
	qualquer interessado: requisitos de habilitação são verificados em cada caso – modalidade “ordinária”
	interessados que comprovem requisitos para cadastro até 3 dias antes
	convidados (mínimo de 3) ou cadastrados que manifestem interesse até 24 horas antes
	objeto é realizado antes e avaliado por comissão de especialistas
	propostas são objeto de disputa aberta
	inversão do julgamento e habilitação; disputa aberta se houver diferença até certo limite
	Aplicação
	aplicável em qualquer caso – alienação de imóveis – licitações internacionais – concessões – valor acima de R$650 mil (outros) ou R$1,5 milhão (engenharia)
	Valor entre R$80 mil e R$650 mil (outros) ou entre R$150 mil e R$1,5 milhão (engenharia)
	valor abaixo de R$80 mil (outros) ou R$150 mil (engenharia)
	serviços artísticos ou técnicos, já realizados e com resultado passível de avaliação
	alienação de bens (móveis e, em certos casos, imóveis) pela Administração
	contratação de bens ou serviços comuns
 
pregão eletrônico e comum (ou “presencial”)
 
qualquer valor
	Exemplo
	contratação de grande obra de engenharia
	compra de equipamento até R$650 mil
	reforma de prédio público até R$150 mil
	escolha do logotipo de uma campanha pública – cadastramento de advogados pelo Poder Público
	venda de bens apreendidos pela 
Receita Federal
	compra de material de escritório
	Tipos
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
(outros tipos específicos para concessões e PPPs)
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	critério peculiar de avaliação
	maior lanço ou oferta
	menor preço
	prazos mínimos após publicação do aviso de edital ou convite
	30 dias (geral) ou 45 dias (melhor técnica ou técnica e preço ou empreitada integral)
	30 dias (melhor técnica ou técnica e preço) ou 15 dias (geral)
	5 dias úteis
	45 dias
	15 dias
	8 dias úteis
VI.1 - É correto afirmar que as modalidades e tipos de licitação são como “módulos” que a Administração conjuga ecombina conforme a necessidade de cada caso concreto? Assim, é possível à Administração promover uma concorrência incluindo um convite inicial para três empresas, invertendo as fases de habilitação e julgamento e prevendo uma fase de lances, que serão julgados segundo um critério de maior pontuação das propostas (técnica e de preço), a qual será atribuída, de forma imotivada e individual, pelos integrantes de uma comissão de especialistas?
VII – HABILITAÇÃO
VII.1) verificação meramente documental – dispensa em face do registro cadastral, nos limites deste
VII.2) características:
	Fase
	HABILITAÇÃO JURÍDICA
	REGULARIDADE FISCAL
	QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
	QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
	Características
	situação jurídica da empresa – empresa estrangeira depende de autorização para funcionar, exceto em licitações internacionais
	- quitação dos tributos pertinentes ao objeto da licitação
- regularidade tributária, não fazendária
	- capacidade técnico-profissional e técnico-operacional
- comprovação de experiência anterior
- proibição de exigir a propriedade prévia de instalações ou equipamentos
- possibilidade de exigir quantidades mínimas (razoabilidade e proporcionalidade)
	- demonstrações financeiras exigíveis
- aferição segundo índices contábeis objetivos
- exigência de capital social ou patrimônio mínimo de até 10% do valor orçado para a contratação
VII.3) recurso com efeito suspensivo (art. 109)
VII.4) representação interna e externa (TC)
VII.5) questões práticas:
a) é possível exigir comprovação de experiência anterior da empresa, não apenas de seus profissionais (art. 30, II, e § 1º, da Lei 8.666/93)? Por quê?
b) é possível exigir que a experiência anterior de uma empresa seja comprovada por meio de apenas um atestado (ou seja, em um só contrato anterior) – art. 30, II, da Lei 8.666/93?
c) é possível exigir a apresentação de ‘demonstrações financeiras que comprovem a inexistência de situação de risco econômico-financeiro para a futura contratação’, sem qualquer especificação (art. 31, I, e § 5º, da Lei 8.666/93)?
d) é possível exigir que o licitante detenha um índice de liquidez igual ou superior a 3,0 para demonstrar sua boa situação econômico-financeira (art. 31, § 1º, da Lei 8.666/93)?
e) é possível admitir que um licitante que deixou de apresentar uma certidão negativa de falências (art. 31, II, da Lei 8.666/93) a apresente por ocasião de seu recurso administrativo contra a inabilitação (art. 109, I, ‘a’) ou em alguma fase de diligências (art. 43, § 3º)? (atentar para art. 12, IV, da Lei 11.079/2004)
VIII – JULGAMENTO
VIII.1) julgamento objetivo (arts. 44 e 45)
VIII.2) inabilitação v. desclassificação
VIII.3) desclassificação: técnicos (desconformidade) ou econômicos (preço excessivo ou inexeqüível – art. 48: > 70% da média das propostas maiores que 50% do orçamento)
VIII.4) solução para a inabilitação ou desclassificação de todos: possibilidade de correção (art. 48)
VIII.5) recursos e representações
VIII.6) problemas específicos (julgamento)
a) é válido um edital de concorrência de serviços de informática, realizada pelo Estado do Paraná, que atribui pontuação técnica ao fato de o licitante comprovar a prestação anterior de serviços para o próprio Estado do Paraná (arts. 3º e 44, § 1º, da Lei 8.666/93)?
b) é válido um edital de concorrência de serviços de publicidade que atribui pontuação técnica pela ‘criatividade’ e pela ‘beleza geral da campanha’ (art. 44 da Lei 8.666/93)?
c) a Administração pode desclassificar a proposta mais vantajosa sob o pressuposto de que ela representa fornecimento abaixo do custo do licitante (art. 48 da Lei 8.666/93)?
 
I – MODALIDADES E TIPOS
	 
	CONCORRÊNCIA
	TOMADA DE
PREÇOS
	CONVITE
	CONCURSO
	LEILÃO
	PREGÃO
	Fund. legal
	art. 22, § 1
	art. 22, § 2
	art. 22, § 3
	art. 22, § 4
	art. 22, § 5
	Lei 10.520
	características
	qualquer interessado: requisitos de habilitação são verificados em cada caso – modalidade “ordinária”
	interessados que comprovem requisitos para cadastro até 3 dias antes
	convidados (mínimo de 3) ou cadastrados que manifestem interesse até 24 horas antes
	objeto é realizado antes e avaliado por comissão de especialistas
	propostas são objeto de disputa aberta
	inversão do julgamento e habilitação; disputa aberta se houver diferença até certo limite
	Aplicação
	aplicável em qualquer caso – alienação de imóveis – licitações internacionais – concessões – valor acima de R$650 mil (outros) ou R$1,5 milhão (engenharia)
	Valor entre R$80 mil e R$650 mil (outros) ou entre R$150 mil e R$1,5 milhão (engenharia)
	valor abaixo de R$80 mil (outros) ou R$150 mil (engenharia)
	serviços artísticos ou técnicos, já realizados e com resultado passível de avaliação
	alienação de bens (móveis e, em certos casos, imóveis) pela Administração
	contratação de bens ou serviços comuns
 
pregão eletrônico e comum (ou “presencial”)
 
qualquer valor
	Exemplo
	contratação de grande obra de engenharia
	compra de equipamento até R$650 mil
	reforma de prédio público até R$150 mil
	escolha do logotipo de uma campanha pública – cadastramento de advogados pelo Poder Público
	venda de bens apreendidos pela 
Receita Federal
	compra de material de escritório
	Tipos
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
(outros tipos específicos para concessões e PPPs)
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	menor preço
melhor técnica
técnica e preço
	critério peculiar de avaliação
	maior lanço ou oferta
	menor preço
	prazos mínimos após publicação do aviso de edital ou convite
	30 dias (geral) ou 45 dias (melhor técnica ou técnica e preço ou empreitada integral)
	30 dias (melhor técnica ou técnica e preço) ou 15 dias (geral)
	5 dias úteis
	45 dias
	15 dias
	8 dias úteis
I.1 - É correto afirmar que as modalidades e tipos de licitação são como “módulos” que a Administração conjuga e combina conforme a necessidade de cada caso concreto? Assim, é possível à Administração promover uma concorrência incluindo um convite inicial para três empresas, invertendo as fases de habilitação e julgamento e prevendo uma fase de lances, que serão julgados segundo um critério de maior pontuação das propostas (técnica e de preço), a qual será atribuída, de forma imotivada e individual, pelos integrantes de uma comissão de especialistas?
II – HABILITAÇÃO
II.1) verificação meramente documental – dispensa em face do registro cadastral, nos limites deste
II.2) características:
	Fase
	HABILITAÇÃO JURÍDICA
	REGULARIDADE FISCAL
	QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
	QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
	Características
	situação jurídica da empresa – empresa estrangeira depende de autorização para funcionar, exceto em licitações internacionais
	- quitação dos tributos pertinentes ao objeto da licitação
- regularidade tributária, não fazendária
	- capacidade técnico-profissional e técnico-operacional
- comprovação de experiência anterior
- proibição de exigir a propriedade prévia de instalações ou equipamentos
- possibilidade de exigir quantidades mínimas (razoabilidade e proporcionalidade)
	- demonstrações financeiras exigíveis
- aferição segundo índices contábeis objetivos
- exigência de capital social ou patrimônio mínimo de até 10% do valor orçado para a contratação
II.3) recurso com efeito suspensivo (art. 109)
II.4) representação interna e externa (TC)
II.5) questões práticas:
a) é possível exigir comprovação de experiência anterior da empresa, não apenas de seus profissionais (art. 30, II, e § 1º, da Lei 8.666/93)? Por quê?
b) é possível exigir que a experiência anterior de uma empresa seja comprovada por meio de apenas um atestado (ou seja, em um só contrato anterior) – art. 30, II, da Lei 8.666/93?
c) é possível exigir a apresentação de ‘demonstrações financeiras que comprovem a inexistência de situação de risco econômico-financeiro para a futura contratação’, sem qualquer especificação (art. 31, I, e § 5º, da Lei 8.666/93)?
d) é possível exigir que o licitante detenhaum índice de liquidez igual ou superior a 3,0 para demonstrar sua boa situação econômico-financeira (art. 31, § 1º, da Lei 8.666/93)?
e) é possível admitir que um licitante que deixou de apresentar uma certidão negativa de falências (art. 31, II, da Lei 8.666/93) a apresente por ocasião de seu recurso administrativo contra a inabilitação (art. 109, I, ‘a’) ou em alguma fase de diligências (art. 43, § 3º)? (atentar para art. 12, IV, da Lei 11.079/2004)
III – JULGAMENTO
III.1) julgamento objetivo (arts. 44 e 45)
III.2) inabilitação v. desclassificação
III.3) desclassificação: técnicos (desconformidade) ou econômicos (preço excessivo ou inexeqüível – art. 48: > 70% da média das propostas maiores que 50% do orçamento)
III.4) solução para a inabilitação ou desclassificação de todos: possibilidade de correção (art. 48)
III.5) recursos e representações
III.6) problemas específicos (julgamento)
a) é válido um edital de concorrência de serviços de informática, realizada pelo Estado do Paraná, que atribui pontuação técnica ao fato de o licitante comprovar a prestação anterior de serviços para o próprio Estado do Paraná (arts. 3º e 44, § 1º, da Lei 8.666/93)?
b) é válido um edital de concorrência de serviços de publicidade que atribui pontuação técnica pela ‘criatividade’ e pela ‘beleza geral da campanha’ (art. 44 da Lei 8.666/93)?
c) a Administração pode desclassificar a proposta mais vantajosa sob o pressuposto de que ela representa fornecimento abaixo do custo do licitante (art. 48 da Lei 8.666/93)?
IV – HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
IV.1) fase controladora: homologação, anulação ou revogação
IV.2) recurso (sem efeito suspensivo)
IV.3) efeitos da adjudicação: direito à não-preterição (art. 50) ou direito ao contrato? (Lei 10.520: direito de ser convocado no prazo previsto no edital)
V – CASOS PRÁTICOS
V.1) Edital de Rondônia (Edital de Concorrência Pública nº 005.2004/CPL/PVH 1543/04)
10.9 Será desclassificada a proposta que venha a ser considerada inexeqüível pela Comissão de Licitação, quando esta concluir que a proponente não seria capaz de executar o contrato com os preços unitários ofertados.
(TCU, acórdão 2188/2005 – 1ª Câmara, julgado na sessão de 20/09/2005)
V.2) Edital do Ministério das Minas e Energia (trecho do acórdão 1531/2005 do TCU)
2. Por meio do Despacho de fls. 87/88, determinei (...) a oitiva dos responsáveis para que se pronunciassem sobre as seguintes irregularidades:
2.1 - modificação do Edital sem a reabertura do prazo inicialmente estabelecido, infringindo o art. 21, § 4º, da Lei nº 8.666/1993;
2.2 - exigência de atestado de capacidade técnica operacional capaz de demonstrar que, numa única contratação, a empresa licitante já prestou serviços da mesma complexidade do objeto licitado, não sendo aceita a apresentação conjunta de atestados concernentes a contratações de menor porte (fl. 8); e
2.3 - exigência de comprovação de capacidade técnica operacional inferior, quantitativamente, em cerca de 20% do total a ser executado, uma vez que o objeto a ser licitado refere-se ao fornecimento, instalação e assistência técnica de um conjunto de switches de borda, contendo 1.128 portas (fl. 30), enquanto que o Edital determina que a licitante demonstre já ter fornecido, instalado e assistido tecnicamente um conjunto de switches de borda, contendo 900 portas (fl. 8).
(...)
19. Primeiramente, gostaríamos de comentar a interpretação dada pela Comissão de Licitação Permanente - CPL às disposições do § 4º do art. 21 da Lei nº 8.666/1993 abaixo transcrito:
'Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.'
20. Segundo a Comissão, apesar de suprimida a exigência da carta do fabricante como documento de habilitação, que constava na alínea 'e' do item 4.1.10 do Edital, e de publicado o aviso de retificação - DOU de 10/06/05 (fl. 83) - na mesma data de abertura das propostas, a exclusão da mencionada alínea não afetou em absolutamente nada a elaboração das propostas, e por isso, os prazos não necessitavam ser reabertos, com a publicação dessa alteração editalícia (fl. 79).
V – PROBLEMA (TRABALHO PARA ENTREGAR ATÉ 26.9.2006)
A cláusula transcrita abaixo foi extraída de concorrência promovida pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre (DNIT) no Porto de Paranaguá. Foi objeto de exame pelo TCU em decisão de 2005:
9.2.3 São os seguintes serviços e respectivas quantidades mínimas, em obras portuárias marítimas, a serem comprovadas pela licitante:
(...)
a) Construção de cais com extensão mínima de (...);
b) Recuperação de cais com extensão mínima de (...);
c) Fabricação e execução de estacas de concreto protendido com diâmetro (...);
d) Execução de derrocagem subaquática em volume mínimo de (...);
e) Dragagem em volume não inferior (...);
f) Aterro hidráulico em volume não inferior (...);
9.2.4 A comprovação de todas as exigências definidas no item 9.2.3 acima deverá ser feita pela apresentação de no máximo 3 (três) atestados, sendo que, as quantidades previstas em cada uma das alíneas de “a” a “f” deverá ser atendida em um único atestado, ou seja, não será admitido o somatório de quantidades de mais de um atestado para cada alínea.
Está transcrito o extrato da justificativa apresentada pelo diretor do DNIT para esta cláusula, que foi impugnada perante o TCU. Com base no exame da cláusula e das justificativas, indique fundamentadamente (a) as razões pelas quais pode haver sido impugnada essa cláusula e (b) qual seria a decisão adequada.
“ANÁLISE DE AUDIÊNCIA
4. O Sr. Wildjan da Fonseca Magno, ex-diretor de Infra-Estrutura Aquaviária do DNIT, apresentou tempestivamente às f. 05/18 , vol. 10, as suas razões de justificativa para a audiência promovida por meio do Ofício 169 - 1ª Secex, de 21/03/2003, que analiso a seguir:
I- itens que consistem em restrição à competição e afrontam (...):
a) estabelecimento do limite de três atestados para a comprovação da execução anterior dos seis itens de serviços principais da contratação, objeto do item 9.2.4 do edital;
Justificativa:
4.1 Os principais argumentos trazidos pelo Sr. Wildjan da Fonseca Magno em sua defesa foram:
‘Nesse sentido, a limitação ao número de atestados em apenas 3 (três) mostra-se suficiente e adequada a esta Comissão de Licitação, para a comprovação de capacidade técnico-operacional das empresas licitantes, vez que o contrário, um número maior de atestados, comprometeria a segurança da contratação, diante da natureza e complexidade para a execução das obras do Edital, conforme já se teve oportunidade de destacar.
Vale lembrar, ainda, que é praxe em licitações desse porte a exigência de atestação em número limitado de atestados, como condição da qual não se pode abrir mão.
...
Os quantitativos exigidos para a qualificação técnica-operacional das licitantes são correspondente, em média, a 30% ou 40% das quantidades a serem executadas no futuro contrato.
...
Assim, se fosse permitido o somatório das quantidades entre os atestados ou se fosse reduzida ainda mais exigência, certamente a Administração Pública teria o risco de contratar licitante sem a devida qualificação técnica, colocando em risco futuro contrato.
Ampliar a quantidade de atestados comprometeria a avaliação de capacidade operacional das licitantes, pois tratam-se de serviços interdependentes e que precisam ser realizados simultaneamente. Permitir a utilização de 4, 5 ou 6 atestados não possibilitaria a avaliação da capacidade de gerenciamento desses serviços.’”
I – HABILITAÇÃO
I.1) recurso com efeito suspensivo (art. 109) e representações
I.2) questões práticas:
a) é possível exigir comprovação de experiência anterior da empresa, não apenas de seus profissionais (art. 30, II, e § 1º, da Lei 8.666/93)? Por quê?
b) é possível exigir que a experiência anterior de uma empresa seja comprovada por meio de apenas um atestado (ou seja, em um só contratoanterior) – art. 30, II, da Lei 8.666/93?
c) é possível exigir a apresentação de ‘demonstrações financeiras que comprovem a inexistência de situação de risco econômico-financeiro para a futura contratação’, sem qualquer especificação (art. 31, I, e § 5º, da Lei 8.666/93)?
d) é possível exigir que o licitante detenha um índice de liquidez igual ou superior a 3,0 para demonstrar sua boa situação econômico-financeira (art. 31, § 1º, da Lei 8.666/93)?
e) é possível admitir que um licitante que deixou de apresentar uma certidão negativa de falências (art. 31, II, da Lei 8.666/93) a apresente por ocasião de seu recurso administrativo contra a inabilitação (art. 109, I, ‘a’) ou em alguma fase de diligências (art. 43, § 3º)? (atentar para art. 12, IV, da Lei 11.079/2004)
II – JULGAMENTO
II.1) julgamento objetivo (arts. 44 e 45)
II.2) inabilitação v. desclassificação
II.3) desclassificação: técnicos (desconformidade) ou econômicos (preço excessivo ou inexeqüível – art. 48: > 70% da média das propostas maiores que 50% do orçamento)
II.4) solução para a inabilitação ou desclassificação de todos: possibilidade de correção (art. 48)
II.5) recursos e representações
II.6) problemas específicos (julgamento)
a) é válido um edital de concorrência de serviços de informática, realizada pelo Estado do Paraná, que atribui pontuação técnica ao fato de o licitante comprovar a prestação anterior de serviços para o próprio Estado do Paraná (arts. 3º e 44, § 1º, da Lei 8.666/93)?
b) é válido um edital de concorrência de serviços de publicidade que atribui pontuação técnica pela ‘criatividade’ e pela ‘beleza geral da campanha’ (art. 44 da Lei 8.666/93)?
c) a Administração pode desclassificar a proposta mais vantajosa sob o pressuposto de que ela representa fornecimento abaixo do custo do licitante (art. 48 da Lei 8.666/93)?
III – HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
III.1) fase controladora: homologação, anulação ou revogação
III.2) direito ao devido processo legal (prévia manifestação)
III.3) recurso contra a revogação (sem efeito suspensivo)
III.4) efeitos da adjudicação: direito à não-preterição (art. 50) ou direito ao contrato? (Lei 10.520: direito de ser convocado no prazo previsto no edital)
 
IV – PROCEDIMENTO ESPECÍFICO (PREGÃO “COMUM” E ELETRÔNICO)
IV.1) Lei 10.520/2002, Decretos 3.555/2000 e 5.450/2005
IV.2) inversão das fases de julgamento e habilitação
IV.3) edital e recebimento de propostas: iguais aos da concorrência
IV.4) fase de propostas escritas e fase de propostas por lances (diferença pregão eletrônico e comum: 10% ou três melhores v. todos têm acesso à fase de lances)
IV.5) habilitação apenas do vencedor
IV.6) efeitos da inabilitação: segue-se a ordem das propostas – negociação com o novo vencedor para reduzir o preço
V – CONTRATAÇÃO DIRETA
V.1 – dispensa de licitação (art. 24) – casos taxativamente previstos
V.2 – inexigibilidade de licitação (art. 25) – casos previstos exemplificativamente
V.3 – procedimento (art. 26)
VI – LICITAÇÃO PARA AS PPPs (Lei 11.079/2004)
a) PPPs em sentido amplo e em sentido estrito (concessão patrocinada e concessão administrativa)
c) processo licitatório: (1) fase interna (estudos prévios), (2) fase externa: (i) concorrência-pregão, (ii) fase de saneamento de defeitos, (iii) inversão de fases de habilitação e julgamento
VI – LEGISLAÇÃO
Lei 8.666/93
Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
§ 1o  É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;
 
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - ...
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
II - (Vetado).
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciaispara o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado).
§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9o ...
§ 10. ...
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
§ 4o ...
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.
 
Art. 44.  No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1o  É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2o  ...
§ 3o  Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
§ 4o  ...
Art. 45.  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso        § 2o  No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.
§ 3o  ...
§ 4o  ...
§ 5o  É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
 
Lei 11.079/2004:
Art. 12. O certame para a contratação de parcerias público-privadas obedecerá ao procedimento previsto na legislação vigente sobre licitações e contratos administrativos e também ao seguinte:
I – o julgamento poderá ser precedido de etapa de qualificação de propostas técnicas, desclassificando-se os licitantes que não alcançarem a pontuação mínima, os quais não participarão das etapas seguintes;
II – o julgamento poderá adotar como critérios, além dos previstos nos incisos I e V do art. 15 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os seguintes:
a) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração Pública;
b) melhor proposta em razão da combinação do critério da alínea a com o de melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital;
III – o edital definirá a forma de apresentação das propostas econômicas, admitindo-se:
a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou
b) propostas escritas, seguidas de lances em viva voz;
IV – o edital poderá prever a possibilidade de saneamento de falhas, de complementação de insuficiências ou ainda de correções de caráter formal no curso do procedimento, desde que o licitante possa satisfazer as exigências dentro do prazo fixado no instrumento convocatório.
§ 1o Na hipótese da alínea b do inciso III do caput deste artigo:
I - os lances em viva voz serão sempre oferecidos na ordem inversa da classificação das propostas escritas, sendo vedado ao edital limitar a quantidade de lances;
 II – o edital poderá restringir a apresentação de lances em viva voz aos licitantes cuja proposta escrita for no máximo 20% (vinte por cento) maior que o valor da melhor proposta.
§ 2o O exame de propostas técnicas, para fins de qualificação ou julgamento, será feito por ato motivado, com base em exigências, parâmetros e indicadores de resultado pertinentes ao objeto, definidos com clareza e objetividade no edital.
Art. 13. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que:
I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
II – verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor;
III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 2o (segundo) lugar, e assim, sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no edital;
IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.
I – CONTRATAÇÃO DIRETA
I.1 – dispensa de licitação (art. 24) – casos taxativamente previstos
I.2 – inexigibilidade de licitação (art. 25) – casos previstos exemplificativamente
I.3 – procedimento (art. 26)
II – LICITAÇÃO PARA AS PPPs (Lei 11.079/2004)

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