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Revisão AP3 LIT. PORT II

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C omente ace rca da i mpor tânci a d o eroti smo na co ncepção de amor na poe si a de Camões:
O erotismo na poesi a camoni a na tem i mportâ nci a funda mental , não apenas porque já se apresenta como traço di stinti vo em um co nte xto clássico , mas porque co mp reende o e i xo ce nt ral de um sistema p oético. Ao a fi rmar a rele vâ nci a do corpo na relação amo rosa, o poeta nã o de i xa de consi derar o caráter tra nsce nde nte do amor ; C amões busca uma espéci e de elevação da alma p or mei o d a exp eriê nci a carna l, uma co nfluê ncia entre corpo e esp írito . O que e stá i mpli ca do neste mo vi me nto é uma radi cal apro va ção da exp eriên ci a amorosa co mo modo de co nstruçã o de um co nheci mento que eme nde a vi vê nci a do suje i to no m und o.
C omente e compare ca racter ística s de doi s hete rónimos de Fe r na ndo P essoa.
A ampli t ud e desta q ues tão permi te q ue o al u no a resol va de m ui tas formas di sti ntas. D estacare mos, po r ta nto , alg umas ca racter ísti cas d os he te rôni mos pessoa nos d e modo q ue o aluno possa estabelecer as relações que me l ho r l he conve nha. Á l varo de C a mpos, o po eta de i nfluê ncia f ut urista , é o heterôni mo mode rni sta por e xce lênci a; a s ua escrita aborda ques tões da vi d a na ci dad e mode rna , sendo ai nda o me ntor do sensa ci oni sm o , doutri na e s tética queconsi stia em, po eti camente, sentir t udo de todas as manei ras p ossívei s. Rica rdo Rei s é o hete rôni mo clássi co, composi tor de o des, c u ja escrita de pend or epi curista prop un ha uma vi da de e q uil íb rio . A lber to C aei ro, o m estre dos he terô ni mos, é o poe ta do campo, a utodi data, mais pa gão q ue o p rópri o paga ni smo, prop un ha uma esté ti ca d e de sapeg o à razão e d e afir mação da i manê ncia.
 D i scurse sobre o papel d a figu ra fe mi ni na na poesi a de Cesári o V erde:
O al u no p ode destacar do i s tipos fundame ntais de fi gura femi nina na p oesi a de C esári o V erde. A p ri nc ípi o, podemos trata r do protóti po da fem m e fatale , a t ípi ca burg uesa, es no be e entedi ada , porém sed utora. E m op osi ção a e ste tipo , em poemas como “O sen ti mento dum oci denta l” , enco nt ramos a fig ura da mul her t rabal had ora. O aspecto doe nte e fragi li za do que , m ui tas ve zes, apresenta esta persona cond i z com uma cond i ção so ci al desp ri vi legi ad a; po r out ro lado, po dem se re ve lar como m ul heres for tes, representa ntes q ue são da classe t rabal ha dora, caso das vari nas no referi do poema .
Ap onte as p rincip ai s di ferença s e ntre os mo vi mentos literários da re vista presença e do neorrea lismo:
Enqua nto a poesi a da revi sta presença apo nta for te i nf l uê nci a da Geração de Orpheu (P essoa, S á -Car ne i ro), re vela ndo , a partir de no mes como o d e José Régi o, u ma e scri ta d e i nte resse s ubje ti vo e i ntimista , a poe si a neo rreali sta , em oposição à presença , busca va uma es téti ca mais co mpro meti da co m q uestões de ca ráter soci al. O e nga jame nto po l íti co d e que se i nve s tia a p oesi a do neorrea li smo di fere nci a -se ve ementeme nte da ge ração de presença, a q ual apostava em uma escrita de i nvestig ação da nature za psi cológi ca do ser huma no.
Questão 1:O aluno deve destacar tanto aspectos estruturais, como as subdivisões das cantigas de amor em cantigas de maestria e cantigas de refrão, assim como reconhecer características básicas no que tange ao uso da voz lírica masculina (que a diferenciará notav elmente das cantigas de amigo). A ambintação palaciana e os temas relativos à abordagem calaleiresca do amor cortês devem ser igualmente apontados, dentre os quais o aluno pode elencar a idealização da figura feminina, o amor adúltero, a relação de servidão amorosa entre vassalo e suserana, de modo a destacar a obediência ao código amoroso como obediência a um código de linguagem que deve ser dominado para obtenção de êxito na conquista amorosa. A poesia de D . Dinis é exemplar no que diz respeito a este gênero de cantigas
Questão 2: A cantiga de amigo é caracterizada, sobretudo, pelo uso da voz lírica feminina. A questão autoral proposta pela pergunta diz respeito ao labor ficcional implicado neste aspecto, posto se tratarem de homens a compor tais cantigas. Ora, este traço já demarca uma característica concernente à concepção moderna de poesia, a qual co mpreende a construçãopoética como fingimento. A forte carga erótica presente nas cantigas de amigo apontam para um deflagrado flerte deste gênero com a cultura pagã e os seus modos de entendimento do corpo como elemento fundamental de participação da exper iência mística. A ambientação no lar e a presença de temas do universo da mulher são decorrentes da própria perspectiva assumida por este gênero no que diz respeito ao uso da voz lírica feminina. As cantigas de João Zorro são exemplares deste gênero
Questão 3: A afir mação de Helder Macedo aponta paraum caráter rvolucionário da poesia de Camões, em pleno século XVI. Em oposição a uma perspectiva filosófica que fundamentava a experiência amorosa em um plano ideal, deflagrando a evidente espeiritualização do amor, o poeta quinhen tista aposta em uma confluência entre corpo e espírito, de modo que a sua idealização do amor compreende a vivência do amor tendo em vista a sua parcela material, corpórea. Neste s entido, a lírica camoniana, que é sobretudo lírica amorosa, dá-nos testemunho de um poderoso exercício de humanidade, na m edida em que, ass umindo a parte finita e precária do homem (o corpo), apresenta um quadro de composição da exper iência amorosa tendo em vista suas inerentes contradições e limitações.
 Questão 4: Para responder esta questão, o aluno deve apresentar os argumentos que apontem para a relação entre a plenitude amorosa e a morte. O episódio de Inês descreve uma cena de sacrifício amoroso, de modo que a plenitude almejada só pode ser alcançada com a imolação de um corpo amante; aliás, é neste sentido que se funda a dimensão trágica do episódio, pois o amor de Pedro e Inês, e a força simbólica que a narrativa desta história ganha, só pode se consumar no post-mortem. A sagração de Inês rainha, após a morte, consubstancia plenitude amorosa e expeiência do trágico n'Os Lusíadas

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