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10/10/2017 Óleos Essenciais no Controle de Doenças de Plantas - Óleos Essenciais | O Guia do Brasil
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Óleos Essenciais no
Controle de Doenças de
Plantas
Escrito por Eduardo Alves
Agrônomo e Professor Associado do Departamento de Fitopatologia da UFLA
 
Óleos essenciais (OEs) produzidos pelo metabolismo secundário de plantas têm
sido vistos como fontes de substâncias químicas de atividades biológicas
intensas. Estudos realizados têm indicado o potencial dos mesmos no controle
de �topatógenos, tanto por sua ação fungitóxica direta, como pela capacidade
de indução de resposta de defesa da planta (Schwan-Estrada, 2003). Assim
sendo, a exploração da atividade biológica de compostos presentes em OEs de
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Cercosporiose
em cafeeiro
Oídio da soja Mancha
bacteriana do
tomateiro
Antracnose
em bananas
Stenocarpella
maydis em
milho
plantas tem constituído em mais uma forma potencial de controle de doenças
em plantas. Vários trabalhos são encontrados na literatura sobre o uso de OEs
no controle de �topatógenos. A maioria absoluta trata de seus efeitos diretos
sobre os �topatógenos, principalmente in vitro, mas é também observada sua
ação como indutores de resistência, levando as plantas a elevarem a produção
de �toalexinas, PR-proteínas e outros compostos de defesa, indicando a
presença nestes compostos de substâncias com características eliciadoras, que
podem ter baixo impacto ao ambiente.
 
 
 
 
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Como exemplo da efetividade de OEs no controle direto sobre �topatógenos
pode-se citar o trabalho desenvolvido por Pereira et al. (2011) que evidenciaram
uma atividade direta na inibição do crescimento micelial de Cercospora co�eicola
por parte de OEs de árvores de chá (Melaleuca alternifolia), canela (Cinnamomum
zeylanicum), capim-limão (Cymbopogon citratus), citronela (Cymbopogon nardus L.),
cravo-da-índia (Sizygium aromaticum L.), eucalipto (Corymbia citriodora Hook), nim
(Azadirachta indica) e tomilho (Thymus vulgaris L.), além do efeito direto atuando
na inibição do crescimento micelial. Esses autores demonstraram também que
os OEs de canela e citronela reduziram a incidência e a severidade da
cercosporiose em cafeeiro. A atividade direta de OEs sobre �topatógenos
também foi documentada por Roswalka et al. (2008), que relataram um efeito
fungitóxico por parte do OE de cravo-da-índia, com uma inibição registrada de
100% no crescimento micelial de Glomerella cingulata e C. gloeosporioides.
Analogamente, tal atividade também foi relatada em pesquisas mais recentes,
realizadas por Perina et al. (2013) os quais observaram que OEs de citronela (C.
nardus) capim-limão (C. citratus) e eucalipto (C. citriodora) associados ao leite em
pó como solvente, apresentaram um controle da ordem de 67 a 74% na
severidade do oídio da soja. De forma semelhante, Teixeira et al. (2013)
relataram uma redução na incidência de Stenocarpella maydis em sementes de
39,0% e 28% alcançadas com os OEs de cravo-da-índia e canela
respectivamente. No controle de doenças pós-colheita, os OEs também têm
mostrado ser efetivos em goiaba, manga, mamão e banana, contra antracnose,
tanto diluídos em leite em pó 1% quanto associados a películas de amido a 2%
em revestimento de frutos.
A indução de resistência em plantas contra patógenos também tem sido
bastante pesquisada nos últimos anos, tanto na indução de �toalexinas como
de PR-proteínas sendo, sendo que em alguns exemplos de estudos de Pereira et
al. (2011) utilizando OEs das espécies C. zeylanicum e C. nardus, foram
observadas a inibição do desenvolvimento e elongação da hifa do patógeno
Cercospora co�eicola em folhas de cafeeiro (Co�ea arabica L.) inoculadas aos dois
dias após a aplicação, sugerindo a ativação de respostas de defesa da planta e a
atividade preventiva desses OEs. Cientes desses dados, Pereira et al. (2012)
estudaram o efeito do OE de citronela (C. nardus) no controle e na ativação de
respostas de defesa do cafeeiro contra a ferrugem e a cercosporiose do
cafeeiro. Dessa forma, esses autores demonstraram que o OE de citronela
controlou a ferrugem e a cercosporiose com e�cácias de 47,2% e 29,7%,
respectivamente e aumentou as atividades das enzimas peroxidase e quitinase
em mudas de cafeeiro após 336 horas após pulverização, respectivamente.
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Além de doenças fúngicas, as doenças bacterianas apresentam desa�os para o
controle, principalmente no que concerne à agricultura orgânica, na qual o uso
de produtos químicos é proibido. Nesse contexto, Lucas et al. (2012) estudaram
o potencial do OE de cravo-da-índia (S. aromaticum) na redução da mancha
bacteriana do tomateiro e a ativação de respostas bioquímicas de defesa de
plantas. Com isso, os autores obtiveram um controle da mancha bacteriana do
tomateiro de 53,0% por parte do OE de cravo-da-índia. As resistências induzidas
em plantas, pelos OEs de cravo-da-índia, foram evidenciadas pelo aumento da
atividade das enzimas β-1,3-glucanases, quitinases, peroxidases iniciada logo
nas primeiras horas após a pulverização, e, do aumento do teor de lignina aos
12 dias após as pulverizações. Esses resultados levaram os autores a sugerir o
uso de OE de cravo-da-índia como um potencial indutor de resistência em
tomateiro.
As doses de óleos essenciais com efeitos no controle de doenças em plantas
têm variado de 0,1 a 1 %, dependendo da espécie da planta do qual o OE foi
obtido e da doença a ser controlada. Também tem sido observado que doses
maiores podem causar �totoxidez em plantas.
Referências
– Lucas GC, et al (2012) Indian clove essential oil in the control of tomato
bacterial spot. Journal of Plant Pathology, v. 94, p. 45-51.
– Pereira RB, et al. Potential of essential oils for the control of brown eye spot in
co�ee plants. Ciência e Agrotecnologia, v.35, p.115-123, 2011.
– Pereira RB, et al. Citronella essential oil in the control and activation of co�ee
plants defense response against rust and brown eye spot. Ciência e
Agrotecnologia, v.36, p. 383-390, 2012.
– Perina FJ, et al. Essential oils and whole milk in the control of soybean powdery
mildew. Ciência Rural v. 43, p. 1938-1944, 2013.
– Rozwalka LC, et al. Extratos, decoctos e óleos essenciais de plantas medicinais
e aromáticas na inibição de Glomerella cingulata e Colletotrichum
gloeosporioides de frutos de goiaba. Ciência Rural v.38, p. 301-307, 2008.
– Schwan-Estrada, K R F Potencial de extrato e óleos essenciais de vegetais como
indutores de resistência: plantas medicinais. In: II Reunião brasileira sobre
indução de resistência em plantas contra �topatógenos, São Pedro. Anais. São
Pedro: USP 2003. p. 147. 2003.
– Teixeira GA, et al. Essential oils on the control of stem and ear rot in maize.
Ciência Rural v.43, p.1945-1951, 2013.
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