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I. Poder Judiciário (Término): Na aula anterior definimos das funções do Poder Judiciário, falamos um pouco da aplicação das leis ao caso concreto substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses de forma definitiva por meio do instituto da Coisa julgada em razão do Princípio das Segurança Jurídica. Além desta possui outras como o controle de constitucionalidade para o controle da força normativa da Constituição e da ordem constitucional. Falamos ainda que o Poder Judiciário tratada da defesa dos direitos fundamentais e busca a concretização de tais direitos. Trata ainda do conflito entre os demais poderes (Poder Executivo e Poder Legislativo). Falamos ainda, sobre legislação judicial, súmula vinculante, mandado de injunção, ativismo judicial. Depois organizamos o Poder Judiciário no contexto da Constituição Federal: organização, composição, competências, dividimos em dois grandes grupos: justiça comum e justiça especial. Esta aula, para terminar o tópico Poder Judiciário, trataremos da Justiça do Trabalho, Conselho Nacional de Justiça, Auto governo dos Tribunais e do quinto constitucional. 1.1. Justiça do Trabalho: Ela surge no Brasil em 1934, estando contida no Ministério do Trabalho. A Constituição de 1937 retirou a Justiça do Trabalho do patamar de órgão ligado ao Ministério do Trabalho e, portanto, órgão do Poder Executivo, e a colocou como órgão do Poder Judiciário. Com a Constituição de 1988 manteve-a como órgão do Poder Judiciário, e hoje não há mais dúvidas sobre o fato dela fazer parte deste Poder e não do Poder Executivo. Os juízes classistas desapareceram por meio da EC nº 21. 1.1.1.Órgãos da Justiça do Trabalho: INTENSIVO Ii PODER JUDICIÁRIO INTENSIVO II Disciplina: Direito Administrativo Profª. Fernanda Marinela Data: 05-07-2012 Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; IV- Juízes do Trabalho. Como podemos ver, o TST é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, que tem sede em Brasília e jurisdição por todo território nacional, julgando os recursos dos 25 TRT espalhados pelo Brasil. 1.1.2. Composição do TST (art.11-A): O TST é composto de 27 juízes que são chamados de ministros. Que em sua maioria (21) é oriunda da magistratura trabalhista, mais especificamente dos TRT.Conforme podemos observar no dispositivo abaixo exposto: Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Quanto a este assunto vale destacar que ao mencionar que os membros são escolhidos dentre brasileiros, aqui está abrangendo os brasileiros natos ou naturalizados, diferente do disposto para ministro do STF, uma vez que este último está na linha sucessória presidencial. A escolha feita pelo Presidente da República, neste caso, não é feita de forma livre e sim vinculada as categorias dispostas na Constituição. Os TST são compostos por 27 membros, dos quais, vinte um membros são escolhidos dentre membros do TST oriundos da magistratura trabalhista constantes de lista tríplice encaminhada ao Presidente. Da mesma forma, os 6 restantes (1/5 dos membros- daria aproximadamente a dízima periódica 5,66.., assim, redonda-se para o primeiro número superior- 6) 3 serão escolhidos dentre os listados pela OAB e 3 serão escolhidos dentre os listados pelo MPT em listas encaminhadas ao Presidente. Cabe ainda ressaltar, que a escolha feita pelo Presidente deve ser submetida a aprovação do Senado por maioria absoluta de seus membros. 1.1.3. Composição do TRT: Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Cabe destacar sobre o assunto que atualmente temos 25 TRT espalhados pelo território nacional e que eles foram criados com a meta de ter um em cada Estado da federação. Entretanto, cabe ressaltar que em São Paulo há dois TRT e que Estados como Acre e Amapá não sediam nenhum TRT. O concurso para juiz do trabalho é regional feito pelo TRT de cada Região. Cabe ressaltar que a promoção do advogado que adentrou pelo quinto constitucional no TRT não o qualifica para pleitear novamente como membro do TRT na lista tríplice de escolha dos membros do TST, isso porque neste caso somente entra na lista membros da carreira da magistratura do trabalho (quem adentrou no TRT como juiz substituto por meio de concurso jurídico). Pelo quinto constitucional no TRT adentram dois membros: um membro do MPT e um membro da advocacia. No entanto, os outros cinco são oriundos da carreira da magistratura e constantes de lista tríplice feita pelo próprio TRT. 1.2. CNJ: Os atos do STF não estão sujeitos a apreciação do Conselho Nacional de Justiça. 1.2.1.Composição (art.103-B da CF): Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com tribunal; IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; IX - um juiz dotrabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. Ele tem sede em Brasília, mas não tem jurisdição nacional. Quanto ao assunto cabe ressaltar que a natureza jurídica do órgão é de órgão administrativo, portanto, não exerce jurisdição (não está no art.92, §1º da CF) e nem é órgão de controle externo ao Poder Judiciário. Na época da introdução do CNJ no texto constitucional, por meio da Emenda Constitucional 45/2004, a Associação dos Magistrados do Brasil impetrou uma ADI alegando a inconstitucionalidade a criação do órgão por entendê-lo como um órgão de controle externo ao Poder Judiciário, ofendendo o art.2º da CF que trata da independência do Poder Judiciário e de sua autonomia. Entretanto, ela foi julgada improcedente pelo STF, o considerando constitucional por não considerá-lo um órgão de controle externo ao Poder Judiciário, dai não ofende a independência do Poder Judiciário. Os principais argumentos utilizados nesta decisão foram: que o CNJ não exerce jurisdição por ser órgão administrativo, e ainda, o fato de a composição do CNJ ser formada por 9 membros do Poder Judiciário, maioria dos membros (15 membros), por isso não se tratando de controle externo. Na composição do CNJ temos 15 membros, dos quais temos 9 membros do Poder Judiciário, 1 membro do MPU, 1 MPE, 2 advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem, 1 (um) cidadão indicado pela Câmara e 1 cidadão indicado pelo Senado.E Todos tem que ser aprovados pelo Senado Federal por maioria de votos. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com A importância dos dois cidadãos de notório saber jurídico e reputação ilibada, é a democratização da participação no CNJ, cabe ressaltar que não são representantes da Câmara e do Senado, mas apenas por eles indicados. Ressalte-se ainda, que o Ministro do STF é o Presidente do CNJ, enquanto que o Ministro do STJ acima mencionado será o Corregedor- Geral. Quanto ao assunto, o STF decidiu que o Corregedor-Geral do CNJ tem competência concorrente com os demais corregedores dos tribunais estaduais. 1.2.3. Competência do CNJ (§4ª do art.103 da CF): §4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro- Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo- Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 1.3. Quinto Constitucional (art.94 da CF): O STF não tem como um dos critérios de escolha de seus membros o quinto constitucional, uma vez que a escolha de seus membros é livre pelo Presidente da República. Mais nos demais tribunais temos a adoção de tal critério de ingresso no 2º grau de jurisdição dos diversos ramos da Justiça. 1.3.1. Objetivo: democratizar o Poder Judiciário. 1.4. Auto-governo dos Tribunais (art.96 da CF): A independência do Poder Judiciário prevista no art2º da CF é minudenciada no art. 96 da CF, que pode ser resumida nas seguintes prerrogativas: a) Eleger sem órgão diretivo, logo, poderá gerir seus assuntos internos sem ingerência externa; b) Organizar as suas secretarias e serviços auxiliares. Outro exemplo desta garantia de auto-governo está na previsão das garantias ou predicativos ofertados aos magistrados, pois elas existem em razão da garantia da independência funcional da Magistratura, não se tratando de privilégio individual do titular do cargo, mas antes uma garantia da própria existência do Poder Judiciário como Poder. 1.4.1. Garantias da Magistratura (art.95 da CF): a) Vitaliciedade: é a garantia alcançada pelo magistrado em primeiro grau, após 2 anos de efetivo serviço, contados a partir da posse. O magistrado que goze desta garantia só poderá perder o cargo em razão de Sentença Penal Condenatória com o transito em julgado. a.1.Vitaliciedade X Estabilidade: A estabilidade é adquirida após 3 anos de efetivo serviço, enquanto a vitaliciedade é Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com adquirida após 2 anos de efetivo serviço, contados da posse. O servidor público ou agente político que goze de estabilidade pode perder o cargo em razão de processo administrativo disciplinar. Por outro lado, o magistrado vitalício só pode perder o cargo em razão de Sentença Penal Condenatória com transito em Julgado. b. Inamovibilidade: o magistrado que goze desta garantianão poderá ser removido pelo Tribunal sem sua anuência, salvo se por interesse público, desde que seja a remoção aprovada pela maioria absoluta dos membros do Tribunal(art.93,VIII da CF). O servidor público ou agente político poderá ser removido ex officio, desde que haja oportunidade e conveniência da Administração Pública. c.Irredutibilidade de vencimentos: “Mexer na subsistência de alguém é mexer na consciência” citação do livro “O federalista”. Logo, podemos dizer que esta é a garantia da tranqüilidade dos magistrados no momento de decisão, como as demais é prerrogativa para o exercício do cargo. Essa garantia tem exceção quando a remuneração ultrapassa a de Ministro do Supremo, caso em que deverá se readequar o teto constitucional. ________________________________________________________________ • Poder Executivo: Como foi anteriormente combinado, passaremos a analisar se os agentes políticos que cometem crime de responsabilidade (Lei nº 1.079⁄1950; Decreto-Lei nº 201⁄1967, podem concomitantemente responder por crime de improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92). Entretanto, antes de respondermos a questão, faz-se necessário a análise da competência para julgamento dos agentes políticos por crime comum e por crime de responsabilidade. O crime comum praticado pelo Presidente da República e Vice-Presidente ele será julgado pelo STF (art.102,I, b) da CF), já pela prática de crime de responsabilidade por ele cometido é de responsabilidade do Senado Federal. Pela prática de crime comum praticado os governadores serão julgados pelo STJ (art.105,I, a) da CF),cabe ressaltar que no dispositivo que trata do tema explicita-se o governador e não se fala no vice-governador. O Vice-Governador pela pratica de crime comum não é julgado pelo STJ, dependerá da previsão da Constituição Estadual. Conforme o abaixo exposto: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; (grifos nossos) Entretanto, quando o Vice-Governador substitui ou sucede o Governador, surgiu a dúvida se ele não se submeteria por isso ao julgamento do STJ. Depende se for sucessão (ex: morte, impeachment etc.) que é definitivo ele será julgado pelo STJ, se for caso de simples substituição (ex: no caso de viagem), que é temporário, ele não submeterá ao julgamento do STJ, e sim da autoridade dita como competente pela Constituição Estadual. Várias Constituições Estaduais determinam que, em caso de crime comum, para que o STJ receba a denúncia contra o governador seria necessário a autorização da Assembléia Legislativa do Estado. O professor entende que isso seria inconstitucional.E, quanto a isso, existem várias ADIN´s discutindo o tema, vide o item “2.1 Relação de ADI’ s relacionadas ao tema”. Assim, se a Constituição Estadual que isso dispõe não foi julgada inconstitucional pelo STF, há uma presunção de constitucionalidade de seus preceitos,assim, o STJ antes de receber a denúncia precisa pedir autorização aos Parlamentos Estaduais. O governador pode ser preso preventivamente, mas o STJ só pode receber a denúncia se houver autorização do Parlamento Estadual. Crime de responsabilidade praticado por governador, por essa prática, ele será julgado por um Tribunal misto, composto por 5 desembargadores, 5 Deputados Estaduais e presidido pelo Presidente do Tribunal do Estado (art.78, parágrafo terceiro da Lei nº 1079/1950). Algumas Constituições estaduais dispõe que este Tribunal misto deve ser composto por 7 deputados estaduais e 7 desembargadores e presidido pelo Presidente do TJE. Ora, quem prevalece quanto a competência para o estabelecimento de normas de processo e julgamento de agentes políticos por crime de responsabilidade é, conforme a Súmula nº 722 do STF, é o disposto na Lei 1079/50 que é lei federal, pois a competência sobre o estabelecimento de tais regras é de competência da União. Súmula nº 722 do STF: Competência Legislativa - Definição dos Crimes de Responsabilidade - Estabelecimento das Normas de Processo e Julgamento. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. Assim, não cabe aos Estados membros regular os processos e os julgamentos de crime de responsabilidade do governador, sendo esta competência da União que o faz por meio da Lei nº 1079/1950. E se a Constituição Estadual prevê processo diverso será esta disposição tida como inconstitucional. O Chefe do Executivo municipal (prefeito) é julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado (art.29 da CF), não necessitando da autorização da Câmara para isso. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com O TJE julga prefeito pela prática de crime estadual (art.29 da CF), se o crime for federal, a competência é do Tribunal Regional Federal, se for eleitoral será de competência do TER, conforme o disposto na Súmula 702 do STF. O prefeito pode ser preso, não necessitando da autorização da Câmara de Vereadores para que a denúncia seja aceita pelo Tribunal de Justiça do Estado. O prefeito, pela pratica de crime de responsabilidade, deve ser julgado pela Câmara Municipal (art.4º da Lei nº 201 de 1967). Assim, os agentes políticos acima analisados, que são responsabilizados pela pratica de crime de responsabilidade poderão também ser submetidos as sanções por crime de improbidade administrativa (Lei nº 8429/92)? Na época do Governo Fernando Henrique, alguns Ministros pegaram uma avião da FAB e foram de férias passar o final de semana em Fernando de Noronha, em decorrência disso o MPF ajuizou contra tais Ministros uma Ação contra improbidade administrativa (prevista na Lei nº 8429/92). Um ministro foi condenado por improbidade administrativa, mas ele entrou com recurso alegando que Ministro somente poderia se submeter a julgamento por crime de responsabilidade (Lei 1079/1950) e não a sanção por ato de improbidade administrativa. O STF julgou a Reclamação 2138, na qual considerou que agente político que responde por crime de responsabilidade não pode ser submetido as sanções por improbidade administrativa. O STJ, em 13 de abril2012, pacificou o entendimento de que o Governador pode sim submeter-se concomitantemente as sanções por crime de responsabilidade (art.4º do Decreto Lei nº 201/1967) e as sanções por improbidade administrativa (Lei 8429/92). Vide material de apoio. O professor entende que a posição do STJ sobre o tema é a mais acertada, uma vez que nos termos do art. 37, §4º da CF, dispõe que o agente ao ser sancionado por crime de improbidade administrativa que tem natureza cível, não se exime de responder por outras formas de ação cabíveis, e sendo o crime de responsabilidade uma infração político- administrativa, com ela não se confunde, e as instancias não podem se confundir. O professor também é contra o teor da Reclamação 2138 do STF por entender que não devemos criar obstáculosa responsabilização do agente político que comete ilícito, pois vivemos uma era de republicanismo, em que temos o dever cívico de sermos honestos, não se compatibilizando tais valores a decisão. _______________________________________________________________________ II. Ministério Público (art.127 da CF): O MP é uma função essencial da Justiça porque não há processo sem partes e o Poder Judiciário é dotado pela Inércia da Jurisdição, então, necessita de um órgão que seja responsável pela provocação da jurisdição. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com 2.1.1. Abordagem histórico-constitucional da natureza jurídica da instituição: Ao longo da história constitucional o Ministério Público passou por muitas mudanças quanto ao tratamento constitucional. A Constituição de 1824 não tratou desta instituição, mas o Código de Processo Penal do império de 1832 dispunha sobre a figura do “Promotor de Acusação”. A Constituição de 1891 dispunha que o Promotor-Geral da República será escolhido dentro dos Ministros do STF. A Constituição de 1934 dispunha que o MP era previsto no capítulo que tratava de atividade de cooperação governamental e por isso, defende-se que ele fora tratado como órgão vinculado ao Poder Executivo. A Constituição de 1937, apesar de não fazer referência direta ao MP, muitos doutrinadores entendem que ele permaneceu como órgão do Poder executivo. A Constituição de 1946 tratou o MP como órgão independente. A Constituição de 1967 o MP estava contido dentro do Poder Judiciário. A Constituição de 1969 o MP estava contido dentro do Poder Executivo. Tecnicamente, o Poder é uno, indivisível, que se manifesta por meio de órgão independente com funções específicas (divisão de funções). Na Venezuela temos cinco órgãos exercentes do Poder. Na França o Judiciário é dependente do Poder Executivo. Quanto a posição do MP na Constituição Federal de 1988, os doutrinadores adotaram as seguintes posições: 1ª Posição: O MP faz parte do Poder Executivo (minoritária). 2ª Posição: O art.2º da Constituição não fala do MP como Poder e por isso doutrinadores como José Afonso da Silva, entendem que ele deve se enquadrar como órgão do Poder Executivo. 3ª Posição: O MP é instituição extrapoder, não é Poder, pois não contido no art.2º da CF88, mas é órgão exercente de Poder, uma vez que tem atribuições e garantias de Poder.É a posição adotada por Alexandre de Morais e em algumas decisões do STF. 2.1.2. Organização do MP: O MP se estrutura em dois diferentes grupos respeitando a garantia da autonomia dos membros da federação. O MPU que é órgão vinculado a União e o MPE ligado aos Estados membros, conforme as pessoas jurídicas com capacidade política, sendo que o Município por não ter um Poder Judiciário próprio não tem também a respectiva representação do MP. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com 2.1.2.1. Composição do MPU: O MPU é formado por quatro ramos ou categorias, que são o MPF, MPT, MPM e MPDFT, conforme o disposto no art.128 da CF. 2.1.2.2.Chefias: O MPU é chefiado pelo Procurador-Geral da República e escolhido pelo Presidente dentre os membros com mais de 35 anos (art.128,§1º da CF). Observa-se que até a Constituição de 1988 um advogado poderia ser Procurador-Geral da República, pois era um cargo de livre escolha do Presidente da República. Assim como, até 1988 poderia ser afastado ad nutum pelo Presidente da República. Atualmente, somente pode ser afastado com a aprovação do Senado por maioria absoluta. O PGR é o Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público. O PGR tem mandato de 2 anos permitindo-se reconduções (quantas o Presidente desejar), desde que para cada uma, tenha a aprovação do Senado por maioria absoluta de seus membros. O MPT é chefiado pelo Procurador-Geral do Trabalho. O MPM é chefiado pelo Procurador-Geral Militar. O MPDFT é chefiado Pelo Procurador-Geral do MPDFT. O MPF não tem um Procurador-Geral próprio, pois seu Chefe é o próprio PGR. Assim, sendo ele chefe administrativo do MPU e MPF. O Procurador Geral do Trabalho e o Procurador Geral Militar são escolhidos pelo PGR de uma lista tríplice de nomes encaminhados pelo MPT e MPM, para um mandado de 2 anos, permitida uma única recondução. O Procurador Geral do MPDFT não é escolhido pelo PGR e sim pelo Presidente da República, para um mandato de 2 anos com uma única recondução (§3º do art.128 da CF). Os Procuradores do MPF oficiam perante o juiz federal, quando promovidos a Procuradores Regionais da República oficiam perante o TRF.Após a promoção a Subprocurador Geral da República oficiará perante o STJ, e dentre os subprocuradores o presidente escolhe aquele que oficiará perante o STF. 2.1.2.3.MPDFT diferenças com o MPE: O MPDFT está contido como um dos ramos do MPU, não possuindo um MP próprio como os Estados da federação, isso porque é um ente da federação híbrido com prerrogativas de Estados e de Municípios. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com Outrossim, podemos dizer que ele é um ente que tem menos autonomia do que o Estado membro, pois não pode inclusive ser dividido em municípios, nem tendo MP próprio. 2.1.2.4. Composição do MPE: O MPE é constituído por promotores de justiça que atuam perante o juiz de direito (em 1º grau de jurisdição) e perante o Tribunal de Justiça do Estado (em 2º grau) funciona o Procurador Geral de Justiça. O chefe do MPE é o Procurador-Geral de Justiça, que não pode ser confundido com o Procurador-Geral do Estado que é o representante da AGU no Estado. O Procurador geral de Justiça é escolhido pelo Governador do Estado dentre os listados (lista tríplice) pelo próprio MPE. O mandato do PGJ é de 2 anos, permitida uma única recondução por mais 2 anos. O PGJ não precisa ser aprovado pelo Poder legislativo Estadual (Assembléia Legislativa), inclusive sendo inconstitucional a Constituição Estadual que imponha isso como condição de elegibilidade do PGJ. 2.1.2.5. Membros do MP junto aos Tribunais de Contas: Este ministério Público está contido no MPE ou no MPU? O STF entende que é um MP próprio dentro dos Tribunais de Conta. Assim, dentro do TCU temos um próprio e dentro dos TCE cada um tem o seu.Logo, é um MP especial de contas. 2.1.2.6.Funções do MP (art.127 da CF): a) Instituição permanente: conforme o princípio da permanência o MP não pode ser extinto por PEC, pois seria uma afronta ao texto constitucional. b) Função Essencial ao Estado: O estado Juiz necessita ser provocado pelo Princípio da Inércia, assim o advogado e o MP são essenciais como agentes desta provocação necessária para a atuação da jurisdição. c) Defesa da ordem jurídica: a ordem jurídica é composta de um conjunto de princípios aplicáveis ao estado em dado tempo, logo o MP é o responsável por defender a obediência a tais princípios. d) Defesa do Regime democrático: A democracia etimologicamente falando, é a dominação do povo_ o povo domina. O regime democrático não significa apenas a eleição, pois ela é uma conseqüência da democracia. O Regime Democrático além do exercício dos direitos políticos, a defesa da liberdade e Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.comtatianaconcursos@hotmail.com da igualdade e dignidade da pessoa humana. e) a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art.127,IX da CF): Interesse está no sentido de posição jurídica necessária a satisfação de uma necessidade (direito). Os direitos sociais são em regra os contidos no art.6º da CF, ou seja, o direito a educação, saúde, lazer, trabalho, moradia. Os interesses individuais indisponíveis estão esclarecidos no rol do art.129 da CF, mas cabe ressaltar que não é um rol taxativo, mas meramente exemplificativo. De forma que outras funções que dele decorrerem tem que guardar a mesma essência, ou seja, natureza jurídica. 2.1.2.7. Princípios Institucionais do MP (§ 5º do art.127, da CF): a) Unidade: só existe um MP. No momento em que um membro do MP fala, é a instituição que está se pronunciando, mas cabe ressaltar que a unidade se dá dentro da própria instituição e dentro de cada ramificação. b) Indivisibilidade: possibilidade de substituição de uns pelos outros. Assim, um Promotor oferece a denúncia, outro substitui. Ela se dá também dentro da unidade, o promotor de Justiça de Pernambuco não pode ser substituído pelo promotor do MPDFT por exemplo. c) independência funcional: é a ausência de subordinação hierárquica no exercício das atribuições constitucionais. Garante ao cidadão que seja indicado por promotor de justiça imparcial. Além dos princípios acima expostos, temos como Princípio implícito o do Promotor Natural, muito embora não haja unanimidade quanto a sua existência. Ela é uma garantia fundamental do cidadão que só será processado por um membro do MP previamente constituído, inclusive decorrente do disposto no art.5º, inc. LXV da CF, conforme a doutrina majoritária. Cabe ressaltar que a independência funcional é para o membro do MP, ou seja, trata-se da autonomia para o exercício do cargo, enquanto que a autonomia funcional, prevista no §2º do art.127 da CF é a autonomia de funcionamento da própria instituição. Como vimos aos membros do MP aplicam-se as mesmas garantias dadas a magistratura, qual sejam, a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de remuneração, com os mesmos contornos anteriormente abordados. Na Itália o MP é chamado de magistratura requerente e a magistratura propriamente Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com dita é chamada de magistratura judicante, logo, não havendo muitas diferenças quanto a importância e funções das duas instituições. 2.1.2.8. Poder de investigação e a PEC nº 37: Ao longo da história, houve muitos debates sobre o poder de investigação do MP, pois há quem advogue no sentido de que somente a polícia judiciária teria esta competência de modo exclusivo e possibilitar ao MP esta função seria comprometer seu mister. O STJ e STF até o presente momento posiciona-se no sentido de autorizar o MP a proceder investigações como suporte necessário ao cumprimento do seu mister, qual seja a denúncia consubstanciada de fatos antijurídicos. Entretanto, cabe ressaltar que há a tramitação da PEC nº 37 na qual é proposto que a investigação policial seja feita com exclusividade pela polícia judiciária. 2. Materiais Selecionados pelo Professor: 2.1. Relação de ADI´s relacionadas ao tema: As ADI´s que tratam da inconstitucionalidade de normas de Constituições Estaduais que prevêem a necessidade de autorização prévia da Assembléia para processar o governador são as seguintes: Acre (nº 4764)- Relator Min. Celso de Mello Amapá m(nº 4765)- Relator Ministro Luiz Fux. Alagoas (nº 4766)- Relator Ministro Luiz Fux. Amazonas (nº 4771)- Min. Joaquim Barbosa. RJ (nº 4772) Relator Ministro Luiz Fux Goiás (nº 4773) Relator Ministro Luiz Fux Ceará (nº 4775) Relator Ministro Luiz Fux Baia (nº 4777) Relator Ministro Luiz Fux. Paraíba (nº 4778) Relator Ministro Rosa Weber. MS (nº 4781) Relator Ministro Joaquim Barbosa. Pará (nº 4790) Min. Ricardo Lewandowski Paraná (nº 4791) Relator Ministro Cezar Peluso. Espírito Santo (nº 4792) Relator Min. Carmen Lúcia. Pernambuco (nº 4793) Relator Min. Gilmar Mendes. Mato Grosso (nº 4797) Relator Min. Celso de Mello. Piauí (nº 4798) Relator Min. Celso de Mello RN (nº 4799) Relator Min. Joaquim Barbosa Rondônia (nº 4800) Relator Min. Joaquim Barbosa. Ressalta-se que as ADI´s nº 4771,4777, 4778, 4781, 4790, 4792, 4800 receberam rito abreviado do art.12 da Lei nº 9868/1999. No entanto, em nenhuma foi apreciado pedido Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com liminar. 2.2. Destaque dos art. 2º a 4º do Decreto- lei nº 201/1967: Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as seguintes modificações: I - Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no prazo de cinco dias. Se o acusado não for encontrado para a notificação, ser- lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a defesa, dentro no mesmo prazo. II - Ao receber a denúncia, o Juiz manifestar-se-á, obrigatória e motivadamente, sobre a prisão preventiva do acusado, nos casos dos itens I e II do artigo anterior, e sobre o seu afastamento do exercício do cargo durante a instrução criminal, em todos os casos. III - Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados. O recurso do despacho que decreta a prisão preventiva ou o afastamento do cargo terá efeito suspensivo. § 1º Os órgãos federais, estaduais ou municipais, interessados na apuração da responsabilidade do Prefeito, podem requerer a abertura do inquérito policial ou a instauração da ação penal pelo Ministério Público, bem como intervir, em qualquer fase do processo, como assistente da acusação. § 2º Se as previdências para a abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-Geral da República. Art. 3º O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do substituído, ainda que tenha cessado a substituição. Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato. 2.3. Destaque dos art.74 a 79 da Lei 1079/1950: Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes nesta lei. DA DENÚNCIA, ACUSAÇÃO E JULGAMENTO Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia Legislativa, por crime de responsabilidade. Art. 76.A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los com a indicação do local em que possam ser encontrados. Nos crimes de que houver prova testemunhal, conterão rol das testemunhas, em número de cinco pelo menos. Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o Governador, por qualquer motivo, houver deixado definitivamente o cargo. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.comtatianaconcursos@hotmail.com Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a Assembléia Legislativa por maioria absoluta, decretar a procedência da acusação, será o Governador imediatamente suspenso de suas funções. Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que determinar a Constituição do Estado e não poderá ser condenado senão a perda do cargo, com inabilitação até cinco anos para o exercício de qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça comum. par. 1º Quando o tribunal de julgamento for de jurisdição mista serão iguais, pelo número, os representantes dos órgãos que o integrarem, excluído o Presidente, que será o Presidente do Tribunal de Justiça. par. 2º Em qualquer hipótese, só poderá ser decretada a condenação pelo voto de dois terços dos membros de que se compuser o tribunal de julgamento. par. 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, porém, o julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal será feita - a dos membros dos membros do legislativo, mediante eleição pela Assembléia; a dos desembargadores, mediante sorteio. par. 4º Esses atos deverão ser executados dentro em cinco dias contados da data em que a Assembléia enviar ao Presidente do Tribunal de Justiça os autos do processo, depois de decretada a procedência da acusação. Art. 79. No processo e julgamento do Governador serão subsidiários desta lei naquilo em que lhe forem aplicáveis, assim o regimento interno da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça, como o Código de Processo Penal. Parágrafo único. Os Secretários de Estado, nos crimes conexos com os dos governadores, serão sujeitos ao mesmo processo e julgamento. 2.4. Reclamação nº 2138 do STF: Processo: Rcl 2138 DF Relator(a): NELSON JOBIM Julgamento:12/06/2007 Órgão Julgador:Tribunal Pleno Publicação:DJe-070 DIVULG 17-04-2008 PUBLIC 18-04-2008 EMENT VOL-02315-01PP-00094 Parte(s):UNIÃOADVOGADO-GERAL DA UNIÃO JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 14ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL RELATOR DA AC Nº 1999.34.00.016727-9 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Ementa RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CRIME DE RESPONSABILIDADE. AGENTES POLÍTICOS. I. PRELIMINARES. QUESTÕES DE ORDEM. I.1. Questão de ordem quanto à manutenção da competência da Corte que justificou, no primeiro momento do julgamento, o conhecimento da reclamação, diante do fato novo da cessação do exercício da função pública pelo interessado. Ministro de Estado que posteriormente assumiu cargo de Chefe de Missão Diplomática Permanente do Brasil perante a Organização das Nações Unidas. Manutenção da prerrogativa de foro perante o STF, conforme o art. 102, I, c, daConstituição. Questão de ordem rejeitada. I. 2. Questão de ordem quanto ao sobrestamento do julgamento até que seja possível realizá-lo em conjunto com outros processos sobre o mesmo tema, com participação de todos os Ministros que integram o Tribunal, tendo em vista a possibilidade de que o pronunciamento da Corte não reflita o entendimento de seus atuais membros, dentre os quais quatro não têm direito a voto, pois seus antecessores já se pronunciaram. Julgamento que já se estende por cinco anos. Celeridade processual. Existência de outro processo com matéria idêntica na seqüência da pauta de julgamentos do dia. Inutilidade do sobrestamento. Questão de ordem rejeitada. II. MÉRITO. II.1.Improbidade administrativa. Crimes de responsabilidade. Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabilidade na Lei nº 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. II.2.Distinção entre os regimes de responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públicos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei nº 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, (disciplinado pela Lei nº 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do disposto no art. 102, I,c, da Constituição. II. 3.Regime especial. Ministros de Estado. Os Ministros de Estado, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I, c; Lei nº 1.079/1950), não se submetem ao modelo de competência previsto no regime comum da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992). II. 4.Crimes de responsabilidade. Competência do Supremo Tribunal Federal. Compete exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar os delitos político- administrativos, na hipótese do art. 102, I, c, da Constituição. Somente o STF pode processar e julgar Ministro de Estado no caso de crime de responsabilidade e, assim, eventualmente, determinar a perda do cargo ou a suspensão de direitos políticos. II. 5.Ação de improbidade administrativa. Ministro de Estado que teve decretada a suspensão de seus direitos políticos pelo prazo de 8 anos e a perda da função pública por sentença do Juízo da 14ª Vara da Justiça Federal - Seção Judiciária do Distrito Federal. Incompetência dos juízos de primeira instância para processar e julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com contra agente político que possui prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, por crime de responsabilidade, conforme o art. 102, I, c, da Constituição. III. RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 2.5.AREsp 113436 STJ Dados Gerais Processo: AgRg no AREsp 113436 SP 2011/0264523-5 Relator(a): Ministro BENEDITO GONÇALVES Julgamento: 10/04/2012 Órgão Julgador:T1 - PRIMEIRA TURMA Publicação: DJe 18/05/2012 Ementa ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EMRECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.SUBMISSÃO DOS AGENTES POLÍTICOS À LEI N. 8.429/1992. SÚMULA N. 83 DOSTJ. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO DE LEI TIDO POR VIOLADO.SÚMULA N. 284 DO STF. 1. O recurso especial que se quer admitido foi interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,que entendeu correto o recebimento da petição inicial de ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida contra ex-prefeito. Alega-se violação da Lei n. 8.429/1992 e do Decreto-Lei n. 201/1967, por se entender que a lei de improbidade não pode será plicada aos agentes políticos. Suscita-se, ainda, que a aceitação da prova colhida em inquérito civil viola o art. 332 do CPC. 2. A indicação do dispositivo de lei federal que se considera violado ou cuja interpretação é objeto de divergência entre os Tribunais pátrios é condição de admissibilidade do recurso especial,cuja ausência atrai a aplicaçãodo entendimento contido na Súmula n.284 do STF. Assim, o recurso especial não merece conhecimento quantoà alegação de violação da Lei n. 8.429/1992 e do Decreto-Lei n.201/1967.3. Não se verifica violação do art. 332 do Código de Processo Civil- CPC, em razão de a ação civil pública estar apoiada em prova colhida em inquérito civil, porquanto, à luz da jurisprudência pacífica do STJ, "o inquérito civil, como peça informativa, tem por fim embasar a propositura da ação, que independe da prévia instauração do procedimento administrativo. Eventual irregularidade praticada na fase pré-processual não é capaz de inquinar de nulidade a ação civil pública, assim como ocorre na esfera penal, se observadas as garantias do devido processo legal, da ampla defesa edo contraditório" (REsp 1.119.568/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 23/09/2010); e porque "inexiste ilegalidade na propositura da Ação de Improbidade com base nas apurações feitas em Inquérito Civil público, mormente quando as provas colimadas são constituídas por documentos emitidos pelo Poder Público e os depoimentos das testemunhas foram novamente colhidos na esfera judicial" (REsp 401.472/RO, Rel. Ministro Herman Benjamin,Segunda Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com Turma, DJe 27/04/2011).4. Agravo regimental não provido. Retirado: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21778145/agravo-regimental-no- agravo-em-recurso-especial-agrg-no-aresp-113436-sp-2011-0264523-5-stj 2.6.Condição de agente político não livra ex-prefeito de ação de improbidade : A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve entendimento, já pacificado no STJ, de que os agentes políticos estão submetidos à Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92), ao julgar o agravo regimental interposto pelo ex-prefeito Mário Bulgarelli, de Marília (SP). O Ministério Público de São Paulo propôs ação civil pública contra Bulgarelli, sob o argumento de que ele nomeou e manteve servidores em cargos em comissão prestando serviços em outros órgãos. Assim, para o MP, a conduta de Bulgarelli violou princípios constitucionais da administração pública – o princípio da moralidade e o da legalidade. O ex-prefeito sustentou, em sua defesa, a inaplicabilidade da Lei 8.429 e a imprestabilidade do inquérito civil, por se tratar de prova nula, e também a ilegitimidade do MP para a propositura da ação. Entretanto, a juíza recebeu a petição inicial e determinou o processamento da ação civil pública. No STJ, a defesa de Bulgarelli reforça os seus argumentos no sentido da inaplicabilidade da Lei 8.429, por entender que a Lei de Improbidade não pode ser usada contra agentes políticos. Para o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, a ação civil pública está baseada em prova colhida em inquérito civil. À luz da jurisprudência pacífica do STJ, disse o ministro, “o inquérito civil, como peça informativa, tem por fim embasar a propositura da ação, que independe da prévia instauração do procedimento administrativo. Eventual irregularidade praticada na fase pré-processual não é capaz de inquinar de nulidade a ação civil pública, assim como ocorre na esfera penal, se observadas as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório”. O ministro lembrou ainda posicionamento da Corte Especial do STJ, no sentido de que, “excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo presidente da República, cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal, não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções, por ato de improbidade, previstas no artigo 37. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza”. A decisão da Turma se deu por maioria. O ministro Napoleão Nunes Maia Filho divergiu do entendimento do relator. Site retirado: Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto =105354. 2.7. AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 113.436 - SP (2011/0264523-5) RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : MÁRIO BULGARELI ADVOGADO : MARÇO ANTÔNIO MARTINS RAMOS AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇAO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SUBMISSAO DOS AGENTES POLÍTICOS À LEI N. 8.429/1992. SÚMULA N. 83 DO STJ. AUSÊNCIA DE INDICAÇAO DO DISPOSITIVO DE LEI TIDO POR VIOLADO. SÚMULA N. 284 DO STF. 1. O recurso especial que se quer admitido foi interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que entendeu correto o recebimento da petição inicial de ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida contra ex-prefeito. Alega-se violação da Lei n.8.429/1992 e do Decreto-Lei n. 201/1967, por se entender que a lei de improbidade não pode ser aplicada aos agentes políticos. Suscita-se, ainda, que a aceitação da prova colhida em inquéritocivil viola o art. 332 do CPC. 2. A indicação do dispositivo de lei federal que se considera violado ou cuja interpretação é objeto de divergência entre os Tribunais pátrios é condição de admissibilidade do recurso especial, cuja ausência atrai a aplicação do entendimento contido na Súmula n. 284 do STF. Assim, o recurso especial não merece conhecimento quanto à alegação de violação da Lei n. 8.429/1992 e do Decreto-Lei n. 201/1967. 3. Não se verifica violação do art. 332 do Código de Processo Civil - CPC, em razão de a ação civil pública estar apoiada em prova colhida em inquérito civil, porquanto, à luz da jurisprudência pacífica do STJ, "o inquérito civil, como peça informativa, tem por fim embasar a propositura da ação, que independe da prévia instauração do procedimento administrativo. Eventual irregularidade praticada na fase pré-processual não é capaz de inquinar de nulidade a ação civil pública, assim como ocorre na esfera penal, se observadas as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório" (REsp 1.119.568/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 23/09/2010); e porque "inexiste ilegalidade na propositura da Ação de Improbidade com base nas apurações feitas em Inquérito Civil público, mormente quando as provas colimadas são constituídas por documentos emitidos pelo Poder Público e os depoimentos das testemunhas foram novamente colhidos na esfera judicial" (REsp 401.472/RO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 27/04/2011). 4. Agravo regimental não provido. ACÓRDAO Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, vencido o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão e Teori Albino Zavascki votaram com o Sr. Ministro Relator. Licenciado o Sr. Ministro Arnaldo Esteves Lima. Brasília (DF), 10 de abril de 2012 (Data do Julgamento) MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator Retirado:http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21778145/agravo-regimental-no- agravo-em-recurso-especial-agrg-no-aresp-113436-sp-2011-0264523-5-stj/inteiroteorMaterial elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com tatianaconcursos@hotmail.com
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