Buscar

agencia caixa economica curitiba

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
 
DEIVID DOS SANTOS DIAS 
PEDRO FURTADO GONÇALVES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA 
PROCEL EDIFICA EM EDIFÍCIOS COMERCIAIS JÁ EXISTENTES: 
ESTUDO DE CASO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL DE CURITIBA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
 
DEIVID DOS SANTOS DIAS 
PEDRO FURTADO GONÇALVES DA SILVA 
 
ORIENTADOR: PROF. VILSON R. G. R. DA SILVA, M.SC. 
CO-ORIENTADOR: ANDERSON BRAGAGNOLO, ENG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA 
PROCEL EDIFICA EM EDIFÍCIOS COMERCIAIS JÁ EXISTENTES: 
ESTUDO DE CASO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL DE CURITIBA. 
Trabalho de graduação apresentado à 
disciplina de Projeto de Graduação 
como requisito parcial à conclusão do 
curso de Graduação de Engenharia 
Elétrica da Universidade Federal do 
Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
DEIVID DOS SANTOS DIAS 
PEDRO FURTADO GONÇALVES DA SILVA 
 
 
ESTUDO DE VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA 
PROCEL EDIFICA EM EDIFÍCIOS COMERCIAIS JÁ EXISTENTES: 
ESTUDO DE CASO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL DE CURITIBA. 
 
Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Projeto de Graduação como 
requisito parcial à conclusão do curso de Graduação de Engenharia Elétrica da 
Universidade Federal do Paraná. 
 
 
 
Prof. Vilson R. G. R. da Silva, M.Sc. 
 
 
 
Prof. Ewaldo Luiz de Mattos Mehl, Dr. 
 
 
 
Prof. Clodomiro Unsihuay Vila, Dr. 
 
 
 
Curitiba 
2010 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico o presente Trabalho de Conclusão de Curso as seguintes pessoas: 
meus pais – José e Neusa – por me darem a luz e moldar o caráter que tenho 
hoje, além do imenso esforço para que pudesse chegar à tão sonhada graduação; 
meu irmão – Diego – por estar sempre ao meu lado em todos os momentos de 
minha vida, sorrindo, na maioria das vezes; meu tio – Clédison – por ser, talvez, a 
pessoa que mais acreditou em meu potencial ao longo dos anos e a todos meus 
familiares que, de alguma forma, contribuíram para que hoje eu tivesse o orgulho 
de dizer que sou um “Engenheiro Eletricista”. 
Meu eterno agradecimento a todos! 
Deivid dos Santos Dias 
 
 
Dedico o presente Trabalho de Conclusão de Curso as seguintes pessoas: 
meus pais – Emerson e Dulce – por me criarem, darem-me educação e condições 
para que pudesse chegar onde quis chegar; ao resto da família pelo apoio e 
experiências; aos colegas que se mostraram companheiros e deram força nos 
momentos difíceis; aos colegas de faculdade e estágio que me ajudaram a 
entender muitos dos conhecimentos e experiências do ensino superior e a 
superar as dificuldades dessa etapa final. 
Pedro Furtado Gonçalves da Silva 
 
AGRADECIMENTOS 
 
“A Deus, pela dádiva da vida, ao Prof. Vilson Roiz, M.Sc. pela ajuda na definição 
do tema do TCC, orientação e revisão, ao co-orientador Anderson Bragagnolo 
pela ajuda durante a elaboração do TCC, e aos colegas de estágio e faculdade 
pelo companheirismo demonstrados durante esse período.“ 
 
EPÍGRAFE 
 
“Nenhum lugar é tão longe, desde que se queira ir.” 
Clédison Aparecido dos Santos 
 
Deivid dos Santos Dias 
 
”As pessoas boas devem amar seus inimigos.” 
Roberto Gomes Bolaños 
 
Pedro Furtado Gonçalves da Silva 
 
RESUMO 
Este trabalho foi dividido em duas partes: Na primeira parte foi 
caracterizado a proposta do programa PROCEL Edifica e suas normas para 
etiquetagem de eficiência energética em edificações; Na segunda etapa foi 
analisado um estudo de caso realizado em um prédio comercial de Curitiba, que 
por razões de sigilo não foi identificado. A intenção de incluir o estudo de caso foi 
verificar como se aplicam as normas do programa PROCEL Edifica em edifícios 
comerciais e a viabilidade de realizar tais medidas em edificações já construídas. 
Foram avaliadas nesse estudo as etiquetagens parciais de envoltória, iluminação 
e refrigeração da área comum do edifício, e de alguns conjuntos comerciais se 
utilizando das plantas arquitetônicas do prédio e medições in loco. A intenção 
deste trabalho foi divulgar o programa PROCEL Edifica que é relativamente 
recente, como proposta da própria Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, 
e avaliar que tipo de melhoria pode ser feita para adequar o edifício aos conceitos 
de eficiência energética discutidos no programa. 
Ao final damos a conclusão técnica do trabalho, demonstrando que a área 
estudada possui Nível E em eficiência energética, e salientamos a dificuldade da 
aplicação dos parâmetros do programa a edifícios prontos e com alguns anos de 
construção. 
 
Palavras Chave: eficiência energética, PROCEL Edifica, envoltória, 
iluminação, refrigeração. 
 
ABSTRACT 
This work was divided in two parts: in the first part, we sumarized and 
explain the goals of the program PROCEL Edifica, and its rules and guidances to 
label a comercial building by its Energetical Efficiency. In the second part a study 
of case was analysed, in a comercial building located in the city of Curitiba, that 
was not identified because of sigil reasons. The goal of including a study of case 
was to check if the pratical rules of the program and its application is viable, in a 
building already built, in spite of the program was developed for under-construction 
buidings. This part of the work also comprehend the analysis of the parcial labels 
of envoltory, illumination and refrigeration applied to the building`s main hall and 
some comercial rooms that we could have access to. The intentions of this work 
are to make the program, which was recently elaborated, better-known; and to 
evaluate what kinds of improvements could be made to the building, in order to get 
better labels and to raise its energetical efficiency as a whole. At the end we give 
the technical conclusion of the work, demonstrating that the area of study has 
Level E of energetical efficience, and we emphasize on the difficiulties of applying 
the rules and guidances of the program to an existent building. 
 
Keywords: Energetical efficiency, PROCEL Edifica, envoltory, illumination 
refrigeration. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1.1 - PROCEL selo 23 
Figura 1.2 - Agência da Caixa Econômica Federal em Curitiba 25 
Figura 1.3 - ENCE obtida pela Agência da Caixa Econômica Federal em 
 Curitiba 25 
Figura 2.1 - Objetivos do Programa PROCEL Edifica 34 
Figura 2.2 - Objetivos específicos do TCC 37 
Figura 3.1 - Zoneamento bioclimático brasileiro 47 
Figura 3.2 - Ambientes com apenas uma zona de iluminação 48 
Figura 3.3 - Ambientes com três zonas de iluminação 48 
Figura 4.1 - Método Prescritivo 50 
Figura 4.2 - Método de Simulação 50 
Figura 4.3 - Componentes do projeto S3E 51 
Figura 4.4 - Exemplo de cobertura aparente vista do logradouro principal 55 
Figura 4.5 - Exemplo de cobertura não aparente vista do logradouro principal 56 
Figura 4.6 - Fluxograma de escolha de equação de IC 59 
Figura 4.7 - Ilustração do cálculo de IC 62 
Figura 4.8 - Exemplo de divisão de circuitos 64 
Figura 4.9 - Faixa de temperatura de controle 71 
Figura 4.10 - Exemplo de um sistema com recuperação de calor 73 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 3.1 – Etapas do Projeto e Atividades Desenvolvidas 39 
Tabela 4.1 – Tabela síntese dos pré-requisitos da envoltória 53 
Tabela 4.2 – Transmitância térmica da cobertura 54 
Tabela 4.3 – Síntesedas exigências para transmitância térmica máxima das 
 paredes exteriores 54 
Tabela 4.4 – Relação entre PAZ e FS 56 
Tabela 4.5 – Síntese de agrupamento das zonas bioclimáticas 58 
Tabela 4.6 – Fator de forma máximo e mínimo por zona bioclimática 58 
Tabela 4.7 – Parâmetros de IC máximo 60 
Tabela 4.8 – Parâmetros de IC mínimo 60 
Tabela 4.9 – Comparação de parâmetros nas equações IC 61 
Tabela 4.10 – Limite dos intervalos dos índices de eficiência 62 
Tabela 4.11 – Relação entre pré-requisitos e níveis de eficiência 63 
Tabela 4.12 – Relação entre áreas de ambientes e áreas de controle 
 independente 63 
Tabela 4.13 – Eficiência mínima de condicionadores de ar para classificação dos 
 níveis A e B 68 
Tabela 4.14 – Eficiência mínima de condicionadores de ar para classificação do 
 nível C 69 
Tabela 4.15 – Eficiência mínima de condicionadores de ar para classificação no 
 nível D 70 
Tabela 4.16 – Equivalente numérico para cada nível de eficiência (EqNum) 74 
Tabela 4.17 – Equivalentes numéricos para ventilação natural 76 
Tabela 4.18 – Classificação geral 76 
Tabela 6.1 – Parâmetros para o cálculo de ICenv, ICmáxD e ICmín 89 
Tabela 6.2 – Índices máximos e mínimos de IC 89 
Tabela 6.3 – Dados da iluminação na área comum 90 
Tabela 6.4 – Dados da iluminação nos ambientes da Sala#1 91 
Tabela 6.5 – Dados da iluminação dos ambientes da Sala#2 91 
Tabela 6.6 – Análise da iluminação na área comum 91 
Tabela 6.7 – Análise da iluminação dos ambientes na Sala#1 92 
 
Tabela 6.8 – Análise da iluminação dos ambientes da Sala#2 92 
Tabela 6.9 – Ponderação final entre as áreas dos conjuntos 93 
Tabela 6.10 – Dados dos aparelhos e das salas 94 
Tabela 6.11 – Modelos de ar-condicionado usados na Sala#2 95 
Tabela 6.12 – Etiquetagens e áreas analisadas 96 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 17 
 1.1. AMBIENTAÇÃO 17 
 1.2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 18 
 1.3. PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
 – PROCEL 20 
 1.3.1. PROCEL SELO 22 
 1.3.2. PROCEL EDIFICA 23 
 1.4. MOTIVAÇÃO 26 
 1.4.1. RELEVÂNCIA DO TEMA 27 
 1.4.2. DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA 29 
2. OBJETIVOS 30 
 2.1. OBJETIVOS GERAIS 32 
 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 34 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 39 
 3.1. METODOLOGIA DE PESQUISA 39 
 3.2. TRABALHOS ANTERIORES 40 
 3.3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 41 
 3.3.1. ABERTURA 41 
 3.3.2. ABSORTÂNCIA TÉRMICA 41 
 3.3.3. AMBIENTE 42 
 3.3.4. ÂNGULOS DE SOMBREAMENTO AHS E AV S 42 
 3.3.5. ÁREA DE PROJEÇÃO DA COBERTURA E ÁREA DE PROJEÇÃO 
 DO EDIFÍCIO 42 
 3.3.6. ÁREA ÚTIL E ÁREA TOTAL 43 
 3.3.7. CAPACIDADE TÉRMICA 43 
 3.3.8. CICLO ECONOMIZADOR 43 
 3.3.9. COBERTURAS NÃO APARENTES 43 
 3.3.10. DENSIDADE DE POTENCIA DE ILUMINAÇÃO 43 
 3.3.11. EDIFÍCIOS COMERCIAIS OU DE SERVIÇOS 44 
 3.3.12. ENVOLTÓRIA 44 
 3.3.13. FACHADA E ORIENTAÇÃO 44 
 
 3.3.14. FATOR ALTURA E FATOR DE FORMA 45 
 3.3.15 FATOR SOLAR 45 
 3.3.16. INDICADOR DE CONSUMO 45 
 3.3.17. PAFT E PAZ 45 
 3.3.18. PAREDES EXTERNAS 46 
 3.3.19. RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO 46 
 3.3.20. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA 46 
 3.3.21. ZONA BIOCLIMÁTICA 46 
 3.3.22. ZONA DE CONFORTO 47 
 3.3.23. ZONA DE ILUMINAÇÃO 47 
 3.3.24. ZONA TÉRMICA 48 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 49 
 4.1. MATERIAIS UTILIZADOS 49 
 4.2. SOFTWARES UTILIZADOS 50 
 4.3. METODOLOGIA APLICADA 52 
 4.3.1. ENVOLTÓRIA 52 
 4.3.1.1. PRÉ-REQUISITOS 52 
 4.3.1.2. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA 53 
 4.3.1.2.1. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DA COBERTURA 53 
 4.3.1.2.2. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DAS PAREDES 54 
 4.3.1.3. CORES E ABSORTÂNCIA DA SUPERFÍCIE 55 
 4.3.1.4. ILUMINAÇÃO ZENITAL 56 
 4.3.1.5. DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA 57 
 4.3.2. ILUMINAÇÃO 62 
 4.3.2.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS 63 
 4.3.2.2. CONTRIBUIÇÃO DA LUZ NATURAL 64 
 4.3.2.3. DESLIGAMENTO AUTOMÁTICO DO SISTEMA 64 
 4.3.2.4. ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA DE 
 ILUMINAÇÃO 65 
 4.3.3. CONDICIONAMENTO DE AR 66 
 4.3.3.1. CONDICIONADORES DE AR DO TIPO JANELA OU SPLIT66 
 4.3.3.2. SISTEMAS DE CONDICIONAMENTOS DE AR NÃO 
 REGULAMENTADOS PELO INMETRO 67 
 
 4.3.3.3. CONTROLE DE TEMPERATURA POR ZONA 71 
 4.3.3.4. CONTROLES E DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE 
 VENTILAÇÃO 72 
 4.3.3.5. RECUPERAÇÃO DE CALOR 73 
 4.3.4. PROCEDIMENTO GERAL PARA DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE 
 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 73 
5. ESTUDO DE CASO 78 
 5.1. FASE EXPLORATÓRIA 78 
 5.2. DESCRIÇÃO DO CASO 79 
 5.3. ANÁLISE SISTEMÁTICA 80 
 5.3.1. QUANTO À ENVOLTÓRIA 81 
 5.3.2. QUANTO À ILUMINAÇÃO 83 
 5.3.3. QUANTO AO CONDICIONAMENTO DE AR 84 
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 87 
 6.1. RESULTADOS OBTIDOS 87 
 6.1.1. ENVOLTÓRIA 87 
 6.1.2. ILUMINAÇÃO 90 
 6.1.3. CONDICIONAMENTO DE AR 93 
 6.1.3.1. ÁREA COMUM 93 
 6.1.3.2. SALA#1 94 
 6.1.3.3. SALA#2 95 
 6.1.3.4. ETIQUETAGEM PARCIAL DO EDIFÍCIO PARA 
 CONDICIONAMENTO DE AR 96 
 6.1.4. ETIQUETAGEM DO EDIFÍCIO ANALISADO 96 
 6.2. DISCUSSÕES 97 
 6.2.1. ASSIDUIDADE QUANTO À BIBLIOGRAFIA 97 
 6.2.2. ASSIDUIDADE QUANTO AOS OBJETIVOS 98 
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 99 
 7.1. RESULTADOS ESPERADOS VERSUS RESULTADOS OBTIDOS 99 
 7.2. RECOMENDAÇÕES E PROSPECÇÕES 102 
8. BIBLIOGRAFIA E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 104 
ANEXOS 106 
 
 
Lista de Siglas e Abreviaturas 
 
Aabertura – Área de Abertura 
AaberturaO – Área de Abertura Oeste 
ABILUX – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação 
ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 
ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e 
Aquecimento 
AC – Área de Piso dos Ambientes Condicionados 
Aenv – Área da Envoltória 
Afachada – Área de Fachada 
AfachadaO – Área de Fachada Oeste 
AHS – Ângulo Horizontal de Sombreamento 
AHSL – Ângulo Horizontal de Sombreamento Leste 
AHSN – Ângulo Horizontal de Sombreamento Norte 
AHSO – Ângulo Horizontal de Sombreamento Oeste 
AHSS – Ângulo Horizontal de Sombreamento Sul 
ANC - Área de Piso dos Ambientes Não Condicionados de Permanência 
Prolongada 
Apcob – Área de Projeção Horizontal da Cobertura 
Ape – Área de Projeção Horizontal do Edifício 
APT – Área de Piso dos Ambientes de Permanência Transitória 
Atot – Área total de piso 
AU – Área Útil 
AVS – Ângulo Vertical de Sombreamento 
AVSL – Ângulo Vertical de Sombreamento Leste 
AVSN – Ângulo Vertical de Sombreamento Norte 
AVSO – Ângulo Vertical de Sombreamento Oeste 
AVSS – Ângulo Vertical de Sombreamento Sul 
C – Capacidade Térmica 
Cepel – Centro de Pesquisa de Energia Elétrica 
CETRAGUA – Centro de Tecnologias Sociais para Gestão da Água 
 
CONPET – Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de 
Petróleo e do Gás Natural 
CT – Capacidade Térmica de Componentes 
CTCL – Centro de Tecnologia do Carvão Limpo 
DPIA - Densidade de Potência de Iluminação Absoluta 
DPIR - Densidade de Potência de Iluminação Relativa 
DPIRF - Densidade de Potência de Iluminação Relativa Final 
DPIRL - Densidade de Potência de Iluminação Relativa Limite 
ELETROS – Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletro-EletrônicosENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia 
Env – Envoltória 
EqNum – Equivalente Numérico 
EqNumCA – Equivalente Numérico do Sistema de Condicionamento de Ar 
EqNumDPI – Equivalente Numérico de Iluminação 
EqNumEnv – Equivalente Numérico de Envoltória 
EqNumV – Equivalente Numérico de Ambientes Não Condicionados e/ou 
Ventilados Naturalmente 
FA - Fator Altura 
FANTENP – Faculdade de Tecnologia de Nova Palhoça 
FF - Fator de Forma 
FFmín - Fator de Forma Mínimo 
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos 
FS - Fator Solar 
GEF – Global Environment Facility 
ICenv - Indicador de Consumo da envoltória 
ICmáxD – Limite Máximo do Indicador de Consumo da envoltória 
ICmín – Limite Mínimo do Indicador de Consumo da envoltória 
IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor 
Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia 
IPCC – Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas 
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
K – Índice de Ambiente 
LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações 
 
MME – Ministério de Minas e Energia 
PA – Potência e Cada Unidade Condicionadora 
PAFO - Percentual de Área de Abertura na Fachada Oeste 
PAFT - Percentual de Área de Abertura na Fachada Total 
PAZ - Percentual de Abertura Zenital 
POC – Percentual de Horas Ocupadas com Conforto 
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica 
PT – Pontuação Total 
RAC-C – Regulamento de Avaliação da Conformidade do Nível de Eficiência 
Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos 
RGR – Reserva Global de Reversão 
RTQ-C – Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de 
Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso 
UFPR – Universidade Federal do Paraná 
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 
UV – Ultra-violeta 
VAV – Volume de Ar Variável 
Vtot – Volume total 
ZB – Zona Bioclimática 
 
 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. AMBIENTAÇÃO 
Qualquer atividade em uma sociedade moderna somente torna-se viável 
com o uso intensivo de uma ou mais formas de energia. Essa energia provém de 
várias fontes como a água, o gás natural, carvão, petróleo, vento e até mesmo a 
luz do sol. O consumo de energia é necessário para todas as atividades, sejam 
elas residenciais comerciais ou industriais. Ao longo dos anos, a energia elétrica 
se destacou frente às demais, pela facilidade de geração e transmissão. A partir 
do momento que as máquinas elétricas passaram a ter uma importância elevada 
na sociedade, passa a haver uma preocupação com a geração dessa energia. 
Porém o consumo de energia se mostra desigual no mundo. Países ditos 
industrializados consomem quase 75% dos recursos energéticos do planeta, 
enquanto que a maior parte da população vive fora desses países. Grande parte 
da energia gerada vem da queima de combustíveis fósseis, aumentando a 
emissão de gases poluentes e do efeito estufa ao longo dos últimos anos. 
Para o crescimento econômico é necessário que o cenário energético de 
um país esteja no mesmo ritmo do crescimento ou então o setor de energia torna-
se um “gargalo”, impedindo que haja desenvolvimento de todos os setores. Com a 
ascensão de países emergentes, o consumo se dará maior nestes países e todo 
um investimento em infra-estrutura se tornará importante. 
Estima-se que a demanda energética venha a duplicar nos próximos 25 
anos e com isso um problema surge: o esgotamento das fontes de energia e a 
questão ambiental que a geração de energia está envolvida. 
Na questão ambiental, especialistas do Painel Intergovernamental Sobre 
Mudanças Climáticas – IPCC – calculam que a temperatura da Terra aumente 
entre 1,4 e 5,8 graus centígrados até o ano de 2100. As conseqüências seriam 
dramáticas: expansão dos desertos, secas, tempestades etc. 
Dentro do âmbito da engenharia que estuda entre outras áreas o uso 
consciente da energia, surge o conceito de eficiência energética, aplicado em 
tudo que se relaciona com geração, transmissão, distribuição e uso de energia. 
18 
 
Programas, metodologias e técnicas são desenvolvidos de forma rápida 
para que possam ser aplicados com o intuito de um uso mais racional dos 
recursos energéticos. 
A nível nacional é recente o famoso “Apagão” de 2001 que trouxe muitos 
prejuízos a economia brasileira pelo descaso ao setor energético dos anos 
anteriores. Porém, tal situação serviu para alertar autoridades que um 
investimento massiço no sistema de energia era fundamental para o que país 
pudesse acompanhar o desenvolvimento que vinha apresentando na última 
década. Sendo assim criaram-se vários programas de uso consciente de energia 
que buscavam atender todos os setores da população, desde um usuário 
doméstico até grandes indústrias. 
O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL – e o 
Programa nacional da Racionalização do uso dos derivados de petróleo e do gás 
natural – CONPET – são os dois principais programas brasileiros no combate ao 
desperdício de energia. Destes dois organismos partem grande parte dos 
programas de conscientização para toda a nação como: Programa Brasileiro de 
Etiquetagem Veicular, Programa Petrobrás de Eficiência Energética, Prêmio 
Nacional de Conservação e do Uso Racional de Energia, EconomizAR, 
TransportAR, Programa Procel Edifica, entre outros. 
Independente do programa ou da ação que seja realizada, o intuito é 
sempre o mesmo, ou seja, promover o uso adequado de energia, que não seja 
impactante ao meio ambiente e que favoreça o desenvolvimento econômico e 
sustentável. 
Diante disso o conceito de Eficiência Energética vem sendo bastante 
difundido entre os especialistas da área e pretende-se, então, que toda a 
comunidade seja adepta deste conceito. 
 
1.2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 
O processo de globalização e a instauração de uma economia altamente 
competitiva vêm exigindo das empresas e da população maior eficiência em suas 
atividades. O uso eficiente da energia elétrica não significa apenas uma redução 
nas despesas, mas também redução nos impactos ambientais. Além disso, a 
19 
 
eficiência energética muitas vezes está ligada a melhoria na qualidade do 
ambiente de trabalho e do processo produtivo. 
Assim, é eficiente quem realiza um serviço ou produz um bem com 
quantidades inferiores de energia; é eficiente quem usa a tecnologia a favor de 
processos produtivos mais eficientes; é eficiente a indústria que busca 
alternativas menos poluentes, sem com isso baixar sua produtividade; enfim, é 
eficiente quem pensa de forma racional. 
Enquanto a demanda por energia cresce, e os esforços para aumentar as 
fontes renováveis e não renováveis de energia, os projetos de eficiência 
energética surgem como uma opção paralela. 
Ao invés de agir na geração, o conceito de eficiência energética age na 
redução do consumo, tendo como metas substituir aparelhos ineficientes por 
eficientes, criar ambientes onde se possa aproveitar melhor a luz solar, e que 
possuam uma refrigeração natural aprimorada de modo a evitar gastos com 
refrigeradores e sistemas de ar-condicionado. Atingidas essas metas, evitar-se-á 
o desperdício e estimular-se-á o uso consciente de energia elétrica nas 
instalações que compreendem residências, prédios comerciais e industriais. 
Desperdícios esses que ocorrem tendo em vista que aparelhos eficientes 
energeticamente são produtos de maior qualidade, e que normalmente 
encarecem uma instalação. 
Um exemplo que ocorre freqüentemente na iluminação é o caso de uma 
lâmpada incandescente comum tem uma eficiência de 8% (ou seja, 8% da 
energia elétrica usada é transformada em luz e o restante aqueceo meio 
ambiente). A eficiência de uma lâmpada fluorescente compacta, que produz a 
mesma iluminação, é da ordem de 32%. O projetista de eficiência energética tem 
então a tarefa de analisar o custo-benefício, ou seja, se o investimento elevado 
em aparelhos eficientes trará o retorno desejado. 
A partir das crises do petróleo na década de 70, o governo brasileiro tem se 
preocupado com a situação energética do país e a sua dependência em relação 
às importações. Desde então se presenciaram ações cíclicas do governo visando 
a racionalização do uso da energia, inicialmente através da participação do 
Ministério das Minas e Energia (MME), da Financiadora de Estudos e Projetos 
(FINEP), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e empresas públicas, 
20 
 
sendo num primeiro instante totalmente direcionado para as indústrias e 
transportes, durante toda a década de 1970 até a segunda metade da década de 
1980. Nessa fase as atenções estavam voltadas para a redução de desperdícios 
e a substituição do petróleo pela energia elétrica nas indústrias e emprego do 
álcool combustível no lugar da gasolina, sendo estes últimos com preços 
subsidiados pelo governo como forma de incentivo ao seu uso. 
La Rovere (1994) cita em seus estudos que em 1989, o mundo vivenciou a 
redução do preço do barril de petróleo e no Brasil houve uma estagnação dos 
investimentos na área da Conservação de Energia e nas pesquisas de novas 
fontes de energia, juntamente com as adequações das políticas de preços da 
eletricidade e do álcool. Como conseqüência as indústrias retornaram ao uso do 
petróleo e seus derivados, o mesmo ocorrendo com a frota nacional de veículos 
automotores. 
A Guerra do Golfo em 1991 trouxe à tona novamente a questão da 
dependência do petróleo e no plano nacional as dificuldades presentes nas 
empresas de energia, principalmente as de eletricidade (estatais endividadas e 
sem capital para investimentos), levaram o país mais uma vez a rever a sua 
condição estratégica perante a energia, visando-se um desenvolvimento 
sustentável, dando-se início a um novo ciclo de programas de Conservação de 
Energia. 
Em resumo, o conceito de Eficiência Energética vai além do que a própria 
definição sugere, ou seja, a eficiência não está atrelada unicamente ao fato de se 
substituir aparelhos que consomem muita energia elétrica por àqueles que 
consomem menos, mas sim na conscientização de preservação do meio em que 
vivemos para que possamos ter um futuro garantido em que todos possam 
usufruir de uma qualidade de vida aceitável. 
 
1.3. PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 
ELÉTRICA – PROCEL 
 
O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL – 
promove a racionalização do consumo de energia elétrica, para combater o 
desperdício e reduzir os custos e os investimentos setoriais, aumentando a 
21 
 
eficiência energética. Criado pelo governo federal, em 1985, é executado pela 
Eletrobrás, com recursos da empresa, da Reserva Global de Reversão (RGR) e 
de entidades internacionais. 
Em 25 anos de existência, o PROCEL ajudou a economizar 28,5 milhões 
de MWh, consumo equivalente a 16,3 milhões de residências e à energia gerada 
por uma hidrelétrica de capacidade instalada de 6.841 MW, que teria um custo 
aproximado de R$ 19,9 bilhões. Para atingir esse resultado, o investimento 
realizado foi de R$ 1 bilhão, proveniente da Reserva Global de Reversão (R$ 628 
milhões), Eletrobrás (R$ 359 milhões) e Programa de Eficiência Energética (R$ 
37,5 milhões), iniciativa que uniu o Global Environment Facility (GEF), do Banco 
Mundial (Bird), e a Eletrobrás. 
Instituído em 1993, o Selo PROCEL de Economia de Energia indica ao 
consumidor, no ato da compra, os produtos que apresentam os melhores níveis 
de eficiência energética dentro de cada categoria. O objetivo é estimular a 
fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o 
desenvolvimento tecnológico e a redução de impactos ambientais. 
Também desde 1993, o programa promove o Prêmio Nacional de 
Conservação e Uso Racional de Energia, conhecido como Prêmio PROCEL, que 
reconhece o empenho e os resultados obtidos pelos agentes atuantes no 
combate ao desperdício de energia. Concedido anualmente, o Prêmio PROCEL 
visa estimular a sociedade a implementar ações que efetivamente reduzam o 
consumo de energia elétrica. [1] 
O PROCEL conta com os seguintes subprogramas: 
- PROCEL Avaliação (Resultados das Ações de Eficiência Energética); 
- PROCEL Edifica (Eficiência Energética em Edificações); 
- PROCEL Educação (Informação e Cidadania); 
- PROCEL EPP (Eficiência Energética nos Prédios Públicos); 
- PROCEL GEM (Gestão Energética Municipal); 
- PROCEL Indústria (Eficiência Energética Industrial); 
- PROCEL Info (Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética) 
- PROCEL Marketing (Conscientização e Informação); 
- PROCEL Reluz (Eficiência Energética na Iluminação Pública); 
- PROCEL Sanear (Eficiência Energética no Saneamento Ambiental); 
22 
 
- PROCEL Selo (Eficiência Energética em Equipamentos) 
 
1.3.1. PROCEL SELO 
 
O PROCEL Selo foi instituído por Decreto Presidencial em 8 de dezembro 
de 1993. É um produto desenvolvido e concedido pelo PROCEL, coordenado pelo 
Ministério de Minas e Energia – MME, com sua Secretaria-Executiva mantida 
pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobrás. 
Os critérios para concessão do PROCEL SELO são determinados por uma 
comissão técnica composta de representantes das seguintes entidades: 
- PROCEL/Eletrobrás, na condição de Coordenador; 
- Cepel - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica; 
- Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia; 
- IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor; 
- ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica; 
- ELETROS - Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletro-Eletrônicos; 
- ABILUX - Associação Brasileira da Indústria de Iluminação; 
- ABRAVA - Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e 
Aquecimento; 
Esses critérios tomam como base os dados de consumo obtidos em 
medições realizadas nos laboratórios de referência indicados pelo Programa 
Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro. 
 O programa realiza a etiquetagem de aparelhos baseados na sua 
eficiência e rendimento. Assim, os aparelhos elétricos e eletrodomésticos são 
submetidos a testes e ensaios em laboratórios idôneos, e recebem uma 
classificação, que pode variar entre A e E, conforme apresentado na Figura 1.1 
abaixo. [1] 
23 
 
Figura 1.1 - PROCEL Selo 
 
Fonte: RTQ-C 
 
O objetivo dessa etiquetagem do PROCEL nos aparelhos é orientar os 
consumidores, para que sempre procurem aparelhos com etiquetagem tendendo 
a marca A, pois assim eles saberão que estão usando produtos de maior 
qualidade que utilizam a energia elétrica com maior eficiência. 
 
1.3.2. PROCEL EDIFICA 
 
Definição: O Procel Edifica é o Plano de Ação para Eficiência Energética 
em Edificações e visa construir as bases necessárias para racionalizar o consumo 
de energia nas edificações no Brasil. Em uma de suas vertentes de ação – 
Subsídios à Regulamentação - são determinados os parâmetros referenciais para 
verificação do nível de eficiência energética de edificações. [1] 
O Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações – PROCEL 
EDIFICA foi instituído em 2003 pela ELETROBRÁS/PROCEL e atua de forma 
conjunta com o Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as 
24 
 
universidades, os centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, 
tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil.A etiqueta do PROCEL Edifica é o resultado de cinco anos de pesquisa. O 
desenvolvimento da metodologia ficou sob a responsabilidade de uma comissão 
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro 
– e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações – LabEEE – e teve 
um financiamento da Eletrobrás de cerca de 1 milhão de reais. 
A idéia do programa é promover a etiquetagem de edifícios segundo a 
forma com que ele utiliza a energia elétrica. Em 2009 os seguintes edifícios foram 
etiquetados no Brasil: Centro de Tecnologias Sociais para Gestão da Água – 
CETRAGUA, Sede da Caixa Econômica Federal de Bélem/PA, Agência da Caixa 
Econômica Federal do bairro Jardim das Américas em Curitiba/PR, Faculdade de 
Tecnologia de Nova Palhoça – FANTENP e Centro Tecnológico do Carvão Limpo 
– CTCL/SATC. 
As Figuras 1.2 e 1.3 ilustram a Agência da Caixa Econômica Federal em 
Curitiba e sua respectiva ENCE obtida, um dos primeiros edifícios a receber a 
etiqueta. Segundo dados fornecidos pelo próprio LabEEE, esta Agência da Caixa 
obteve nível A em eficiência de envoltória, nível B para eficiência em iluminação e 
nível C de eficiência em Condicionamento de Ar, sendo que na ponderação 
destes três níveis a Agência conseguiu o nível A de eficiência em todo prédio, 
mostrando que o projeto está em conformidade com o que propõe o programa. 
Vale lembrar que a nota final foi bonificada por um programa de reutilização da 
água. 
25 
 
Figura 1.2. Agência da Caixa Econômica Federal em Curitiba 
 
Fonte: Manual de aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C 
 
Figura 1.3. ENCE obtida pela Agência da Caixa Econômica Federal em 
Curitiba 
 
Fonte: RTQ-C 
26 
 
A etiqueta avalia três características do edifício: a envoltória, a parte física 
do edifício; o sistema de iluminação, a iluminação interna do edifício de acordo 
com as diferentes atividades exercidas pelo usuário; e o sistema de 
condicionamento de ar, que avalia o tipo de sistema utilizado e sua eficiência nas 
diferentes áreas do edifício. 
A nota da etiqueta varia de 1, para os menos eficientes - representado pela 
letra E, a 5 para os mais eficientes - representado pela letra A. Um imóvel com a 
etiqueta A tem um consumo 40% menor que um com a etiqueta E. 
A Figura 1.3 serve também como exemplo de etiqueta que o Inmetro 
fornece aos edifícios inspecionados e mostra que a etiquetagem do edifício 
completo é função das etiquetagens individuais de iluminação, condicionamento 
de ar, e, sobretudo, a envoltória, sendo esta a análise mais criteriosa e complexa 
a ser feita. A maneira como as normas são aplicadas será discutida 
detalhadamente nos Capítulos 4 e 5 do presente trabalho. 
O sistema será testado por cinco anos, a partir disso, a classificação 
poderá evoluir da etiqueta (análise de consumo) para o selo, que indicará o 
consumo de energia nas edificações, tornando-se uma espécie de atestado de 
qualidade do prédio. Nesta etapa, a classificação pode se tornar obrigatória. [1] 
 
1.4. MOTIVAÇÃO 
 
Dentro do contexto apresentado pelo Programa PROCEL Edifica, este foi o 
objeto principal de escolha que definiu o tema deste Trabalho de Conclusão de 
Curso - TCC. 
A escolha do tema, antes de mais nada, partiu da idéia de que um TCC 
deva ser importante para a comunidade e contribuir na formação do graduando. A 
idéia primária partiu de conversas com professores para um levantamento da 
linha de pesquisa que cada professor possui dentro do corpo docente do 
Departamento de Engenharia Elétrica. Formulou-se, então, um escopo para que 
se pudesse confrontar os temas propostos pelos professores com as alusões que 
os graduandos tinham e, com isso, a escolha de um professor orientador. 
27 
 
Assim sendo, as idéias do professor Vilson Roiz vieram a corroborar com a 
intenção de trabalho dos graduandos e após conversas, foi possível determinar 
alguns temas que pudessem ser interessantes para pesquisa. 
Foi graças ao professor orientador que tivemos contato com o livro “Guia 
para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso” que nos 
ajudou muito na firmação do tema. 
Martins, G. A. e Lintz, A., autores do livro supracitado definem uma 
metodologia para se obter um tema ou problema de pesquisa. 
É de citação dos autores: 
“... A busca do assunto/tema a ser focalizada pela monografia deve ser 
orientada de forma que se sinto algum tipo de atração pelo objeto de estudo. [...] 
A escolha de um tema que esteja ligado à área de atuação profissional, ou que 
faça parte da experiência pessoal do estudante, torna o trabalho de 
desenvolvimento monográfico muito mais interessante e eficiente. [...] 
Recomendamos que os alunos-autores conversem com seus professores, pois, 
muitas vezes, eles possuem idéias interessantes e linhas de pesquisas que 
podem vir a ser desenvolvidas em conjunto...” 
Para melhor entendimento do processo motivacional da elaboração do 
presente trabalho, os itens 1.4.1 e 1.4.2 explanam de forma mais profunda os dois 
pontos fundamentais adotados como referência na escolha do tema. 
 
1.4.1. RELEVÂNCIA DO TEMA 
 
Os mesmos autores citados anteriormente definem o que são os chamados 
“predicados” de um bom tema de pesquisa. 
Segundo os autores, a escolha de um tema profícuo para a pesquisa 
científica deve atender, simultaneamente, a três quesitos: 
 - Viabilidade: a questão da viabilidade do tema escolhido está relacionada 
às evidências empíricas que permitem observações, testes e validações dos 
possíveis achados da investigação, bem como as condições de prazo, custos e 
potencialidade do pesquisador. 
 - Importância: o tema é importante quando, de alguma forma, está 
relacionado a uma questão que polariza, ou afeta, um segmento substancial da 
28 
 
sociedade. Ou ainda, está direcionado a uma questão teórica que merece 
atenção: isto é, melhor definição, maior precisão etc. 
 - Originalidade: um tema é original quando há indicadores de que seus 
resultados irão causar alguma surpresa. Isto é, se há possibilidades de se 
encontrar novos resultados ainda não disseminados no ambiente científico-
profissional. O original, em síntese, é a leitura do aluno-autor sobre o tema 
pesquisado. É evidenciado pelo valor da reconstrução racional e lógica do tema 
escolhido. [19] 
 
O autor ainda apresenta uma equação que auxilia na escolha de um bom 
tema: 
 
 
Sendo: 
V – Viabilidade 
I – Importância 
O – Originalidade 
 
Dá, então, a nota de 1 a 10 a cada um dos termos da equação e se a 
média M for maior ou igual a 5,0, tem-se uma boa escolha de tema. 
Partindo do conceito apresentado pelos autores e com reuniões feitas com 
o professor orientador, chegamos à seguinte conclusão para as variáveis da 
equação: Viabilidade – nota 7; Importância – nota 9 e Originalidade – nota 6. 
Resultando em uma média de M = 7,23, evidenciando a relevância e a escolha 
correta do tema proposto. 
Além do mais, a escolha procurou ser objetiva e pontual, não abrangendo 
muitos tópicos, não envolveu questões que envolvam juízos de valor e os 
graduandos estão em plena capacidade de explicar e desenvolver todas as 
etapas envolvidas. 
 
 
 
 
29 
 
1.4.2. DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA 
 
Seguindo com o conceito de que a escolha de um bom tema para o 
trabalho seja aquele que contribua de alguma forma com a sociedade, partimos 
do ponto que o próprio Programa PROCEL Edifica é um instrumento que precisa 
ser divulgado para que possa ser difundido. 
A etiquetagem de imóveis é um instrumento fundamental para que os 
consumidores e utilizadores de imóveis façam escolhas conscientes na altura dacompra ou aluguel. 
Em evento do SINDUSCON/SP, o presidente do INMETRO, João Jornada, 
afirmou que “aderir as normas do PROCEL edifica traz vantagens para a 
construtora por ter em mãos um produto diferenciado”. O presidente do Comitê 
Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS acredita que, dentro de alguns 
anos, as construtoras que não aderirem à conservação energética ficarão fora do 
mercado. Ele prevê que “o menor custo de operação e o aumento da vida útil do 
imóvel compensarão largamente o pequeno custo a mais da construção 
sustentável”. 
Com a divulgação do programa PROCEL Edifica, espera-se que os novos 
edifícios sejam construídos nas normas para se atingir a etiquetagem elevada, 
fazendo com que os consumos de energia prediais sejam cada vez mais 
eficientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
2. OBJETIVOS 
 
O Capítulo 1 faz a introdução dos assuntos tratados no presente trabalho. 
O termo “Eficiência Energética” é recorrente e pode ser considerado a essência 
de toda a estruturação do projeto. A motivação, tratada no item 1.2, é justificada 
pela necessidade do uso racional de energia, e mais, uma energia limpa que 
venha de fontes renováveis. 
Durante muito tempo a sociedade utilizou as fontes de energia de uma 
forma ineficiente, esgotando em grande parte os recursos naturais. Na atualidade, 
com um novo pensamento, programas de conscientização procuram incentivar a 
participação de cada pessoa no processo de economia de energia. 
A atividade de combate ao desperdício de energia elétrica é tão importante 
quanto à de geração, transmissão e distribuição dessa energia. Vale a pena 
recordar que a energia economizada é a energia disponível mais barata com a 
qual uma sociedade pode contar, sendo um ótimo negócio para o país. 
O controle do desperdício, além de atingir esse objetivo, é uma forma 
eficiente de preservar o meio ambiente, estabelecendo, ao mesmo tempo, uma 
relação eficaz de custo e efeito. Estudos recentes indicam que edificações 
comerciais e de serviços, com uma média de 100 funcionários, podem 
economizar aproximadamente R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 por mês na conta de 
energia com a adoção de medidas adequadas que venham a reduzir o consumo 
de energia e a demanda de potência sem comprometer a produtividade ou a 
qualidade de suas atividades. Pode-se dizer que existe uma relação direta entre o 
porte da edificação (e de sua ocupação) e o montante a ser economizado, o que 
pode chegar a um valor considerável. 
Para a implementação de ações visando a economia de energia em uma 
edificação, torna-se necessário o estabelecimento de um programa ou 
planejamento específico. 
A importância de se planejar procedimentos deve-se ao fato de que 
qualquer ação isolada tende a perder seu efeito ao longo do tempo, por melhores 
resultados que venha a apresentar. Desta forma, é fundamental o engajamento 
de todos, buscando-se um objetivo comum através do esforço coletivo. 
31 
 
Além disso, um programa de economia de energia exige iniciativa e 
criatividade, além de ações que demandam mudanças de hábito, o que é um 
obstáculo a ser vencido em virtude da própria resistência natural das pessoas às 
mudanças comportamentais. 
Para que os objetivos de eficientização possam ser alcançados, a 
elaboração de um programa de economia de energia em uma edificação deve 
resultar do esforço dos diversos setores envolvidos, de forma que fique claro para 
todos que economia de energia 
- Não significa racionamento; 
- Não implica em redução de qualidade de vida, conforto e segurança; 
- Não pode comprometer a produtividade ou a produção de quaisquer das 
atividades humanas; 
- Significa eliminar desperdícios inteligentemente; 
- Significa utilização racional, tendo em mente que, ao utilizar energia, devemos 
gastar apenas o necessário, buscando o máximo desempenho com o mínimo 
consumo; 
- Significa atitude moderna, aplicada ao mundo desenvolvido, como medida lógica 
e consciente de utilização de eletricidade; 
- Significa maximizar investimentos já realizados no sistema elétrico; 
- Significa reduzir custos para o Estado e para o consumidor; 
- Amplia, no tempo, os recursos renováveis e não renováveis ainda disponíveis 
no planeta; 
- Contribui decisivamente para minorar os impactos ambientais; 
- Amplia a matriz de desenvolvimento econômico, através da maior 
disponibilização dos montantes de energia não mais desperdiçados; 
- Melhora a competitividade internacional dos produtos e serviços desenvolvidos 
no Brasil; 
- Enfatiza valores fundamentais, especialmente em um país em fase de 
desenvolvimento, que não pode desperdiçar seus recursos (sabe-se que um dos 
fatores de crescimento dos países desenvolvidos foi exatamente a utilização 
racional economia de energia). 
Em síntese, um programa de economia de energia elétrica deve pautar-se 
pela otimização da utilização da eletricidade através da orientação, 
32 
 
direcionamento, implementação de ações e controles sobre os recursos 
econômicos, materiais e humanos disponíveis, objetivando minimizar os índices 
globais e específicos da quantidade de energia necessária para obtenção do 
mesmo resultado. 
 
2.1. OBJETIVOS GERAIS 
 
Dentro deste cenário de elaboração de um programa eficaz que venha a 
contribuir de forma generalizada para o uso racional de energia e sua 
conseqüente economia, surgem programas, ora promovidos por iniciativa estatal, 
ora por iniciativas privadas, que vêem a contribuir no processo de eficiência 
energética. 
Neste âmbito aplica-se o Programa PROCEL Edifica, ao qual o presente trabalho 
aborda e toma como base de estudo. 
O PROCEL Edifica é o Plano de Ação para Eficiência Energética em 
Edificações e tem como objetivo construir as bases necessárias para racionalizar 
o consumo de energia nas edificações do Brasil. Em uma de suas vertentes de 
ação – Subsídios à Regulamentação - são determinados os parâmetros 
referenciais para verificação do nível de eficiência energética de edificações. 
Nesta vertente desenvolveu-se o Regulamento Técnico da Qualidade do 
Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos 
(RTQ-C) e seus documentos complementares, como o Regulamento de Avaliação 
da Conformidade do nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de 
Serviços e Públicos (RAC-C), ambos publicados pelo Inmetro, e o Manual para 
aplicação do RTQ-C. [1] 
A aplicação da metodologia de tais documentos – RTQ-C, RAC-C e Manual 
para aplicação do RTQ-C – visa, então, o processo de etiquetagem de um 
estabelecimento predial comercial, seja este público ou privado, nas normas da 
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE. 
A etiqueta, propositalmente semelhante àquelas presentes em 
eletrodomésticos e notadamente conhecida pela população, é o produto final de 
uma avaliação criteriosa de toda estrutura civil e elétrica do estabelecimento. O 
modelo da ENCE é apresentado na Figura 1.1, do item 1.3.1. 
33 
 
A etiquetagem do edifício é voluntária e aplicável a edifícios com área útil 
superior a 500 m², como citado anteriormente no Capítulo 1, item 1.1.2.1, porém 
trata-se do início de um processo que se deva difundir ao ponto de ser aplicável 
como forma de lei, regulamentada pelos órgãos oficiais responsáveis. 
Este processo de implementação do Programa de Etiquetagem para 
Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos será, em breve, ampliado para 
edificações residenciais. Desde o ano de 2007 o Regulamento Técnico da 
Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R) 
está em desenvolvimento, estando previsto sua implementação para o correnteano. Assim como o RTQ-C, o documento deverá ser complementado pelo RAC-R 
e por um Manual de aplicação do RTQ-R. Além dos documentos sobre a 
etiquetagem de edificações residenciais, são gerados outros documentos e 
recursos para facilitar a difusão dos conhecimentos relativos aos regulamentos, 
tanto comercial como residencial. São publicações de artigos acadêmicos em 
revistas especializadas, divulgação na mídia jornalística e apoio a eventos 
relacionados ao tema. O portal do PROCEL Info (www.PROCELinfo.com.br) e o 
sítio eletrônico do LabEEE (www.labeee.ufsc.br) contêm material adicional para 
divulgação do assunto. Estão previstas planilhas eletrônicas que serão 
disponibilizadas para download gratuito, cartilhas para os laboratórios de inspeção 
sobre procedimentos de medição, lista das perguntas mais freqüentes (FAQ) para 
consulta e fórum para discussão entre os envolvidos com os cursos de 
capacitação dos laboratórios de inspeção. Estão também previstas avaliações 
entre os laboratórios como parte do programa de capacitação e como 
desenvolvimento do conhecimento, incluindo as atualizações dos regulamentos. 
Estas atualizações estão previstas para ocorrer de forma periódica. As versões 
futuras dos regulamentos irão permitir que inovações sejam incorporadas, 
métodos de avaliação sejam melhorados e que o nível de eficiência ótimo seja 
gradualmente elevado de forma a acompanhar a evolução tecnológica. [1] 
De forma a ilustrar os objetivos gerais do Programa PROCEL Edifica, é 
apresentado abaixo um Fluxograma, na Figura 2.1. 
34 
 
 
Figura 2.1 – Objetivos do Programa PROCEL Edifica 
 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Uma pesquisa é fundamentada e metodologicamente construída 
objetivando a resolução ou o esclarecimento de um problema. O problema é o 
ponto de partida da pesquisa. Da sua formulação dependerá o desenvolvimento 
da sua pesquisa e logicamente, a definição de seus objetivos. 
Gewandsznajder (1989, p.4), para ilustrar o processo de pesquisa e 
obtenção de objetivos, faz uma descrição das atividades de um médico 
esclarecedoras à compreensão do que consiste um problema e o que são as 
hipóteses de pesquisa. Observe a descrição: 
35 
 
“Cláudia, uma menina de oito anos, foi levada ao médico com dor de garganta, 
febre e dificuldades de engolir. O médico constata, imediatamente que há uma 
doença, mas ainda não sabe sua causa: ele percebe que há um problema a ser 
resolvido. Provavelmente, devido a seus estudos e sua prática, ele imagina 
rapidamente uma explicação para a doença. Neste caso, a criança talvez esteja 
com uma infecção na garganta. Desse modo, ele formula uma hipótese para 
resolver o problema. Passa então a procurar outros sinais de infecção: observa a 
garganta da criança, mede sua temperatura, talvez mande examinar em 
laboratório o material recolhido da garganta da menina, etc. Se a criança estiver 
com uma infecção, sua garganta estará inflamada, o termômetro deverá indicar 
febre e o exame de laboratório acusará a presença de germes causadores da 
doença. O médico estará então realizando observações e experiências para testar 
sua hipótese. Finalmente, ele analisa os resultados dos testes para chegar a uma 
conclusão. Os exames poderão indicar ou não a presença de uma infecção. Caso 
a hipótese de infecção se confirme, ela será aceita, pelo menos provisoriamente, 
e o médico receitará os medicamentos adequados para combater a doença. Se 
os testes não indicarem infecção, outras hipóteses terão que ser testadas ou 
talvez alguns testes tenham que ser refeitos. Desse modo, a hipótese poderá ser 
confirmada ou refutada pela experiência.” 
A percepção de um problema, então, é o que leva ao raciocínio que gera a 
pesquisa, para o início da pesquisa devem-se ter objetivos que se pressupõem 
serem alcançados ao final do trabalho, e nesse processo você formula hipóteses, 
soluções possíveis para o problema identificado. [20] 
Para Mager, 1997, o(s) objetivo(s) de um trabalho é(são) uma(s) 
coleção(ões) de palavras, figuras e diagramas que devem expressar o que o autor 
pretende que os resultados atinjam. 
Apresenta as seguintes características: 
- É relacionado com o resultado final, não com a avaliação do processo para 
atingir tal resultado; 
- É específico e mensurável; 
A qualidade de objetivos usáveis está relacionada com a utilização de 
frases com verbos de menor ambigüidade e subjetividade possível. As frases 
36 
 
devem descrever o que os pesquisadores serão aptos a fazer, ou seja, descrever 
as ações e condições de realizar após a realização da atividade correspondente. 
A qualidade dos objetivos implica em ter três características desejáveis, 
que devem constituir resposta às seguintes perguntas: 
- O que se irá realizar? 
- Sob quais condições são necessárias para realização? 
- Quão bem o objetivo poderá se realizar? 
As características que devem constituir resposta às perguntas 
mencionadas são as seguintes: 
- Desempenho; 
- Condições; 
- Critério. 
Por vezes, não é necessária condição específica ou critério indicado, no 
entanto, quanto mais informações objetivas forem especificadas, mais 
apropriados poderão ser definidos os objetivos do trabalho. [21] 
A relevância e motivação que conduziram a escolha do tema para 
elaboração do presente trabalho são detalhadas no Capítulo 1, item 1.2. A partir 
dos conceitos citados acima e da certeza de se tratar de uma escolha de tema 
condizente com a conjuntura atual do país, determinaram-se tópicos que serão os 
objetivos específicos do trabalho. 
Dando continuidade à proposta apresentada pelo governo federal ao 
elaborar o Programa PROCEL Edifica, a idéia de se produzir um Trabalho de 
Conclusão de Curso – TCC – com base nas diretrizes apresentadas no RTQ-C, 
RAC-C e Manual para aplicação do RTQ-C tem como objetivos específicos os 
seguintes pontos: 
- Disseminação do Programa PROCEL Edifica; 
- Aplicação do programa a um estabelecimento já construído e de relevância para 
a comunidade; 
- Verificação da conformidade da metodologia apresentada no Manual de 
aplicação do RTQ-C para edifícios já existentes; 
- Proposta de eficientização do sistema energético do edifício escolhido, caso 
necessário; 
37 
 
- Obtenção da ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – para o 
edifício analisado. 
Para melhor compreensão é apresentado ao seguir a Figura 2.2, com o 
organograma dos objetivos específicos. 
 
Figura 2.2 – Objetivos Específicos do TCC 
 
 
Aplicando a idéia de Mager citada anteriormente, a elaboração dos 
objetivos do trabalho não se relaciona diretamente com a metodologia que será 
aplicada. Todos os tópicos são mensuráveis e produzem dados reais sobre o 
caso estudado. E sua qualidade é verificada pelo uso das três características 
elaboradas em forma de questionamento citadas acima, ou seja, desempenho, 
condições e critérios são fatores que persistirão ao longo de todo 
desenvolvimento do TCC. 
Uma melhor abordagem ao desempenho, condições e critérios é 
apresentada no Capítulo 4 – Materiais e Métodos. 
É importante salientar que como todo trabalho de pesquisa, seja um estudo 
de caso, revisão bibliográfica ou ambos, os objetivos podem não ser alcançados 
da forma esperada, o que não significa no fracasso de todo projeto, mas sim 
numa revisão do desenvolvimento do trabalho ou até, na elaboração de novos 
objetivos a partir dos inicialmente estipulados, dando continuidade ao tema e 
levantando novos problemas a serem resolvidos. 
38 
 
Ao final, no Capítulo 7 – Conclusões, é apresentado um resumo dos dados 
obtidos e um confrontamento com os objetivos abordados no presenteCapítulo, 
sendo assim, a possível análise real do TCC. 
 
 
39 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
3.1. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
O conceito de eficiência energética bem como o PROCEL Edifica são 
temas que vêm se destacando apenas na última década, devido a crise 
energética iniciada em 2001 com o chamado “apagão” do Sistema Elétrico 
Brasileiro. 
Para o PROCEL Edifica, por se tratar de um programa recente, a 
bibliografia existente sobre o tema é relativamente escassa, aumentando a 
relevância de se produzir um material sobre o mesmo. No entanto, para o início 
das atividades foi necessário se definir etapas de estudo, para auxiliar cada passo 
da pesquisa. As etapas seguidas estão descritas na Tabela 3.1 a seguir. 
 
Tabela 3.1 – Etapas do Projeto e Atividades Desenvolvidas 
Etapas do 
Projeto 
Atividade 
Desenvolvida 
Primeira Etapa Leitura de normas 
Segunda 
Etapa 
Coleta de dados 
Terceira Etapa Cálculos e Análises 
Etapa Final 
Resultados e 
Conclusões 
 
Na primeira etapa verificou-se a parte teórica do estudo. Foram tomadas 
como base as normas vigentes do programa, descrita nos documentos RTQ-C, 
RAC-C e Manual para aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C, assim como 
a Norma técnica de iluminação NBR5413, além da bibliografia de apoio, descrita 
no Capítulo 8 – Bibliografia. 
Na segunda etapa, foram coletas informação referentes à envoltória do 
edifício, a iluminação e a refrigeração. Tal coleta de dados envolveu medições no 
local, a análise de plantas civis, diagramas elétricos, parametrização dos 
equipamentos luminotécnicos e refrigeradores. Os passos para aplicar as normas 
do programa PROCEL Edifica e a metodologia usadas nesse estudo são 
descritos ao decorrer do trabalho, mais especificamente nos Capítulos 4 e 5. 
40 
 
Na terceira etapa foram feitas as análises e processamentos dos dados 
levantados, os cálculos, e discussão de resultados, chegando a uma posterior 
etiquetagem do edifício. 
A última etapa é uma conclusão sobre a importância do programa, 
aplicabilidade das normas e sugestões para melhoria da eficiência do edifício. 
 
3.2. TRABALHOS ANTERIORES 
 
O trabalho “Estudo e Regulamentação da Etiquetagem Energética para 
edifícios comerciais e públicos: Um Estudo de Caso no Edifício de Engenharia 
Elétrica da UFPR”, elaborado pelos alunos PAULO RENATO DE SOUZA JUNIOR 
e MARCOS EJCZIS HENRIQUES apresenta um estudo da etiquetagem de um 
prédio público, no caso o edifício de Engenharia Elétrica da UFPR. No estudo 
apresentado, o prédio recebeu a etiquetagem B, que foi considerado satisfatório 
pelos autores, por se tratar de um edifício que não foi construído seguindo normas 
recentes e que ainda com algumas alterações poderia melhorar sua classificação. 
[22] 
 
A obra Eficiência Energética na Arquitetura mostra a conscientização dos 
futuros arquitetos em projetar edificações que sejam eficientes energeticamente, 
aproveitando melhor a luz solar, a captação de chuvas, entre outros. Essa obra foi 
patrocinada pelo PROCEL. Os autores citam que o Brasil é um dos países que 
não possuem uma norma vigente de eficiência energética em edificações, 
caracterizando um subdesenvolvimento nessa área, e também a importância de 
um bom projeto de edificação, na fase de concepção arquitetônica. [1] 
Além dos trabalhos citados, destaca-se também os edifícios que já 
possuem a ENCE no país, elaboradas por entidades públicas, como o LabEEE-
UFSC, com o objetivo de difundir o programa, bem como testar sua metodologia 
na prática. 
41 
 
3.3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
Nos próximos itens os conceitos básicos serão discutidos. Esses conceitos 
estão descritos no Manual de aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C do 
programa PROCEL edifica e dizem respeito aos três quesitos que são analisados 
para a etiquetagem do imóvel. No item 4.3 será relatado como esses conceitos se 
enquadram na metodologia prática de etiquetagem. Salienta-se que no presente 
trabalho, os conceitos são definidos de forma resumida, apenas para que o 
prosseguimento do estudo possa se dar com a compreensão necessária dos 
termos utilizados. Para um detalhamento recomenda-se a leitura do Volume 2 – 
RTQ-C, do programa PROCEL Edifica. 
 
3.3.1. ABERTURA 
 
Abertura: todas as áreas da envoltória do edifício, com fechamento 
translúcido ou transparente (que permite a entrada da luz), incluindo janelas, 
painéis plásticos, clarabóias, portas de vidro (com mais da metade da área de 
vidro) e paredes de blocos de vidro. Exclui-se vãos sem fechamentos e elementos 
vazados como cobogós. 
 
3.3.2. ABSORTÂNCIA TÉRMICA 
 
Absortância à radiação solar (α): Quociente da taxa de radiação solar 
absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar incidente sobre esta 
mesma superfície. É uma propriedade do material referente a parcela da radiação 
absorvida pelo mesmo, geralmente relacionada a cor. A NBR15220-2 apresenta 
uma lista de absortâncias para algumas cores e materiais. 
 
42 
 
3.3.3. AMBIENTE 
 
Ambiente: espaço interno de um edifício, fechado por superfícies sólidas 
tais como paredes ou divisórias, teto, piso e dispositivos operáveis tais como 
janelas e portas. 
 
3.3.4. ÂNGULOS DE SOMBREAMENTO AHS E AVS 
 
AVS - Ângulo Vertical de Sombreamento: ângulo formado entre dois planos 
que contêm a base da abertura: o primeiro é o plano vertical na base da folha de 
vidro (ou material translúcido), o segundo plano é formado pela extremidade mais 
distante da proteção solar horizontal até a base da folha de vidro (ou material 
translúcido). 
 
AHS - Ângulo Horizontal de Sombreamento: ângulo formado entre 2 planos 
verticais: o primeiro plano é o que contém a base da folha de vidro (ou material 
translúcido), o segundo plano é formado pela extremidade mais distante da 
proteção solar vertical e a extremidade oposta da base da folha de vidro (ou 
material translúcido). 
 
3.3.5. ÁREA DE PROJEÇÃO DA COBERTURA E ÁREA DE PROJEÇÃO 
DO EDIFÍCIO 
 
Apcob: área da projeção horizontal da cobertura, incluindo terraços cobertos 
ou descobertos, medido em m²; 
Ape: Área da projeção horizontal do edifício (quando os edifícios são de 
formato uniforme) ou área de projeção média dos pavimentos, excluindo subsolos 
(no caso de edifícios com formato irregular), medido em m². 
 
43 
 
3.3.6. ÁREA ÚTIL E ÁREA TOTAL 
 
AU - Área Útil: para uso neste regulamento, a área útil é a área realmente 
disponível para ocupação, medida entre os paramentos internos das paredes que 
delimitam o ambiente, excluindo garagens, medida em m²; 
Atot - Área total de piso: soma das áreas de piso fechadas de construção, 
medidas externamente em m². 
 
3.3.7. CAPACIDADE TÉRMICA 
 
Capacidade térmica (C): Quantidade de calor necessária para variar em 
uma unidade a temperatura de um sistema, [J/K]. 
Capacidade térmica de componentes (CT): Quociente da capacidade 
térmica de um componente pela sua área, [J/m2K]. 
 
3.3.8. CICLO ECONOMIZADOR 
 
O economizador é um equipamento de controle da entrada de ar externo 
para utilização no sistema de condicionamento do ar. Ele compara 
constantemente os valores de temperatura interna e temperatura externa, 
realizando um controle do ar que entra no ambiente baseado na necessidade. 
 
3.3.9. COBERTURAS NÃO APARENTES 
 
Coberturas sem possibilidade de visualização por pedestres situados na 
calçada do logradouro do edifício. No caso do edifício ter acesso a mais de uma 
rua ou avenida, deve-se considerar o logradouro principal. 
 
3.3.10. DENSIDADE DE POTENCIA DE ILUMINAÇÃO 
 
DPIA - Densidade de Potência de IluminaçãoAbsoluta (W/m
2): razão entre 
o somatório da potência de lâmpadas e reatores e a área de um ambiente; 
44 
 
DPIR - Densidade de Potência de Iluminação Relativa [(W/m
2)/100lux]: DPIA 
para cada 100 lux produzidos pelo sistema de iluminação artificial para uma 
iluminância medida no plano de trabalho; 
DPIRF - Densidade de Potência de Iluminação Relativa Final 
[(W/m2)/100lux]: DPIR obtida após o projeto luminotécnico, no final da vida útil do 
sistema de iluminação, que corresponde a um período de 24 meses; 
DPIRL - Densidade de Potência de Iluminação Relativa Limite 
[(W/m2)/100lux]: limite máximo aceitável de DPIR. 
 
3.3.11. EDIFÍCIOS COMERCIAIS OU DE SERVIÇOS 
 
Aqueles usados com finalidade que não a residencial ou industrial, tais 
como escolas; instituições ou associações de diversos tipos, incluindo prática de 
esportes; tratamento de saúde de animais ou humanos, tais como hospitais, 
postos de saúde e clínicas; vendas de mercadorias em geral; prestação de 
serviços, etc. As atividades listadas nesta definição não excluem outras não 
listadas. 
 
3.3.12. ENVOLTÓRIA 
 
Env: Planos externos da edificação, compostos por fachadas, empenas, 
cobertura, brises, marquises, aberturas, assim como quaisquer elementos que os 
compõem. 
 
3.3.13. FACHADA E ORIENTAÇÃO 
 
Fachada: superfícies externas verticais ou com inclinação superior a 60° 
em relação à horizontal. Inclui as superfícies opacas, translúcidas, transparentes 
e vazadas, como cobogós e vãos de entrada. 
Fachada oeste: fachada cuja normal à superfície está voltada para a 
direção de 270° em sentido horário a partir do norte geográfico. Fachadas cuja 
orientação variar de +45° ou -45° em relação a essa orientação serão 
consideradas como fachadas oeste para uso neste regulamento. 
45 
 
3.3.14. FATOR ALTURA E FATOR DE FORMA 
 
FA - Fator Altura: razão entre a área de projeção do edifício e a área de 
piso (Apcob/Atot); 
FF - Fator de Forma: razão entre a área da envoltória e o volume do 
edifício (Aenv/Vtot). 
 
3.3.15 FATOR SOLAR 
 
FS - Fator Solar: razão entre o ganho de calor que entra num ambiente 
através de uma abertura e a radiação solar incidente nesta mesma abertura. Inclui 
o calor radiante transmitido pelo vidro e a radiação solar absorvida, que é re-
irradiada ou transmitida, por condução ou convecção, ao ambiente. Normalmente 
é um item fornecidos pelos fabricantes para seus produtos. 
 
3.3.16. INDICADOR DE CONSUMO 
 
ICenv - Indicador de Consumo da envoltória: é o parâmetro para avaliação 
comparativa da eficiência da envoltória. 
 
3.3.17. PAFT E PAZ 
 
PAFT - Percentual de Área de Abertura na Fachada total (%): É calculado 
pela razão da soma das áreas de abertura de cada fachada pela área total de 
fachada da edificação. Refere-se exclusivamente a aberturas em paredes 
verticais com inclinação superior a 60° em relação ao plano horizontal, tais como 
janelas tradicionais, portas de vidro ou sheds, mesmo sendo estes últimos 
localizados na cobertura. Exclui área externa de caixa d’água no cômputo da área 
de fachada, mas inclui a área da caixa de escada até o ponto mais alto da 
cobertura (cumeeira). 
PAZ - Percentual de Abertura Zenital (%): Percentual de área de abertura 
zenital na cobertura. Refere-se exclusivamente a aberturas em superfícies com 
46 
 
inclinação inferior a 60° em relação ao plano horizontal. Deve-se calcular a 
projeção horizontal da abertura, acima desta inclinação. 
 
3.3.18. PAREDES EXTERNAS 
 
Superfícies opacas que delimitam o interior do exterior da edificação; esta 
definição exclui as aberturas. 
 
3.3.19. RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO 
 
É um indicador que relaciona os benefícios de um projeto e seus custos, 
sempre em valores monetários. 
 
3.3.20. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA 
 
Transmitância térmica (W/(m²K)): transmissão de calor em unidade de 
tempo e através de uma área unitária de um elemento ou componente 
construtivo, neste caso, de componentes opacos das fachadas (paredes externas) 
ou coberturas, incluindo as resistências superficiais interna e externa, induzida 
pela diferença de temperatura entre dois ambientes. A transmitância térmica deve 
ser calculada utilizando o método de cálculo da NBR 15220-2 (ABNT, 2005) ou 
determinada pelo método da caixa quente protegida da NBR 6488 (ABNT, 1980). 
 
3.3.21. ZONA BIOCLIMÁTICA 
 
Região geográfica homogênea quanto aos elementos climáticos que 
interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano. A Figura 
3.1 apresenta o zoneamento bioclimático brasileiro. 
 
47 
 
Figura 3.1 - Zoneamento bioclimático brasileiro 
 
Fonte: RTQ-C 
 
3.3.22. ZONA DE CONFORTO 
 
Zona onde existe satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as 
condições térmicas do ambiente. Para especificar a hipótese de conforto adotada, 
utilizar uma das seguintes normas: ASHRAE Standard 55/2004 ou ISO 
7730/2005. 
 
3.3.23. ZONA DE ILUMINAÇÃO 
 
Uma zona de iluminação é a parcela do ambiente que apresenta uma 
mesma densidade de potência de iluminação (DPI), resultado de uma malha 
uniforme de distribuição das luminárias com potência e fluxo luminoso idênticos. A 
Figura 3.2 apresenta dois ambientes com uma zona de iluminação, com uma 
malha uniforme de distribuição de luminárias. A Figura 3.3 mostra um ambiente 
48 
 
com três zonas de iluminação. Nota-se que as áreas hachuradas não apresentam 
a mesma distribuição que o resto do ambiente, suas luminárias estão mais 
espaçadas, resultando em uma DPI diferente. 
 
Figura 3.2 - Ambientes com apenas uma zona de iluminação 
 
 
Fonte: Manual de aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C 
 
Figura 3.3 - Ambientes com três zonas de iluminação 
 
Fonte: Manual de aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C 
 
3.3.24. ZONA TÉRMICA 
 
Espaço ou grupo de espaços dentro de um edifício condicionado que são 
suficientemente similares, onde as condições desejadas (temperatura) podem ser 
mantidas usando um único sensor (termostato ou sensor de temperatura). 
 
49 
 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Todo trabalho científico parte do pressuposto que seus resultados sejam de 
confiança e que retratem fielmente o objetivo do estudo realizado. Para tanto é 
necessário que se defina uma metodologia de trabalho, com formas definidas de 
coleta, processamento e análise de dados. Mesmo assim, erros são inerentes em 
tudo que se relaciona com medições e observações. A melhor forma de se 
diminuir estes erros é, então, o uso de materiais confiáveis, de fontes seguras e 
reconhecidas no ambiente científico. 
Este capítulo retrata estes dois pontos importantes no preparo de um 
trabalho de conclusão de curso – Materiais e Métodos – explicando cada item 
definido como tema de estudo. 
 
4.1. MATERIAIS UTILIZADOS 
 
O Programa PROCEL Edifica, como descrito nos capítulos anteriores, 
baseia-se na análise de critérios estipulados no “Manual para aplicação dos 
regulamentos: RTQ-C e RAC-C”. Para aplicação de tais critérios é necessário o 
levantamento de dados técnicos referentes à estrutura do edifício analisado. 
Sendo assim, o trabalho contou como principais materiais utilizados os 
quatro volumes disponibilizados pela ANEEL, para o Programa PROCEL Edifica: 
- Volume 1 - Etiquetagem de edifícios comerciais, de serviços e públicos; 
- Volume 2 – RTQ-C; 
- Volume 3 – RAC-C; 
- Volume 4 - Manual para aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C. 
Vale a pena ressaltar que toda sistemática não ficou restrita ao uso dos 
quatro volumes descritos acima, mas também com uma vasta bibliografia 
especializada, sugerida peloprofessor orientador e que também deu apoio 
técnico em todas as análises realizadas. A completa lista bibliográfica utilizada 
para realização do presente trabalho pode ser encontrada no Capítulo 8 – 
Bibliografia. 
Além dos materiais bibliográficos citados, também merecem destaque: 
- Plantas baixas de todas as áreas analisadas do edifício estudado; 
50 
 
- Diagramas unifilares e plantas elétricas de todas as áreas analisadas; 
- Especificações dos componentes elétricos (cabos, lâmpadas e demais sistemas 
de iluminação); 
- Especificações dos sistemas de condicionamento de ar das áreas de interesse. 
Demais materiais, tais como multímetros, trenas, planilhas e cadernetas de 
anotações subtendem-se como auxiliadores na coleta dos dados. 
 
4.2. SOFTWARES UTILIZADOS 
 
A regulamentação RTQ-C, estabelece dois métodos de avaliação da 
ENCE: 
- Método prescritivo: procedimento analítico onde são aplicadas equações que 
recebem como entrada informações relativas às características da envoltória 
(arquitetônicas / construtivas), iluminação e condicionamento de ar. A pontuação 
obtida determina a classificação de eficiência da edificação (A, B, C, D ou E). A 
Figura 4.1 abaixo resume o método. 
 
Figura 4.1 – Método prescritivo 
 
 
- Método de simulação: consiste em comparar o desempenho termoenergético da 
edificação real com edificações de referência (A, B, C e D). Para tanto é 
necessário realizar a simulação dos modelos (real e de referência) por meio de 
um software especializado. A Figura 4.2 abaixo resume o método. [23] 
 
Figura 4.2 – Método de simulação 
 
51 
 
O processo de certificação realizado através da simulação não descarta o 
método prescritivo. Ele é utilizado para comprovar que, em certos casos, a 
utilização de parâmetros diferentes que os determinados no RTQ-C geram uma 
maior economia de energia, mantendo o conforto do ambiente. [1] 
Em setembro de 2009 o LabEEE – UFSC lançou o projeto S3E, que 
objetiva a construção de um simulador de eficiência energética em edificações. 
Trata-se de um serviço gratuito para auxiliar no processo de obtenção da ENCE. 
A simulação do consumo energético de edificações é uma ferramenta 
poderosa no desenvolvimento de projetos eficientes. Os softwares existentes são 
de difícil utilização e não fornecem uma orientação específica para a ENCE/RTQ-
C. Sendo assim, o uso da simulação ainda está restrito aos centros de pesquisa e 
poucas empresas de consultoria. 
O objetivo do Projeto S3E é facilitar o uso da simulação por meio da 
disponibilização de uma ferramenta simples e acessível, tendo a web como forma 
de acesso e o software “EnergyPlus” como core de simulação. 
A Figura 4.3 abaixo ilustra os principais componentes da ferramenta 
proposta. A interface web recebe as informações do usuário; o banco de dados 
fornece informações necessárias para as simulações; o EnergyPlus executa as 
simulações; o módulo de avaliação da ENCE analisa os resultados da simulação 
visando a etiquetagem; e o gerenciador do sistema controla o fluxo de 
informações entre os componentes. [23] 
 
Figura 4.3 – Componentes do projeto S3E 
 
52 
 
Sendo assim, como apoio computacional, utilizaram-se as duas 
ferramentas citadas acima: 
- Projeto S3E / Webprescritivo (disponível em www.labeee.ufsc.br); 
- Software EnergyPlus 
Demais softwares, como planilhas e editores de textos, subtendem-se 
como auxiliadores no processamento de dados. 
 
4.3. METODOLOGIA APLICADA 
 
O Manual para aplicação dos regulamentos: RTQ-C e RAC-C propõe que 
seja aplicada uma metodologia específica para cada um dos três critérios – 
Envoltória, Iluminação e Condicionamento de Ar - avaliados no processo de 
classificação energética e obtenção da ENCE. 
A análise da Envoltória se apresenta como a mais importante, pois é a que 
determina o nível máximo que pode ser obtido pelo edifício analisado. Por 
exemplo, mesmo que a classificação da Iluminação e de Condicionamento de Ar 
obteve Nível A, se a Envoltória obtiver Nível C em sua análise, a classificação 
energética geral será Nível C. 
 
4.3.1. ENVOLTÓRIA 
 
4.3.1.1. PRÉ-REQUISITOS 
 
A envoltória deve estar de acordo com pré-requisitos específicos para cada 
nível de eficiência. Quanto mais elevado o nível, mais restritivos são os requisitos 
a serem atendidos. A Tabela 4.1 apresenta uma síntese dos pré-requisitos da 
envoltória exigidos por nível de eficiência. 
 
53 
 
Tabela 4.1 – Tabela síntese dos pré-requisitos da envoltória 
Nível de 
Eficiência 
Transmitância 
térmica da 
cobertura de 
paredes exteriores 
Cores e 
absortância de 
superfícies 
Iluminação 
zenital 
A X X X 
B X X 
C e D X 
 
Ao analisar os pré-requisitos referentes à cobertura, também devem ser 
analisados os pisos de áreas sem fechamentos laterais localizadas sobre 
ambiente(s) de permanência prolongada. Deve-se incluir no item: áreas 
externas sem fechamentos laterais, os pilotis e as varandas cuja área de piso seja 
superior a 25% de Ape. Quanto ao pré-requisito referente à transmitância devem 
ser consideradas apenas as transmitâncias de superfícies em contato com a área 
interna, superfícies como platibandas não entram no cálculo da transmitância. 
 
4.3.1.2. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA 
 
É o primeiro quesito na análise de eficiência da envoltória. Este pré-
requisito distingue coberturas e paredes exteriores ao exigir diferentes limites de 
propriedades térmicas para cada caso. 
 
4.3.1.2.1. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DA COBERTURA 
 
Para cada nível de eficiência (A, B, C ou D), o RTQ-C apresenta duas 
transmitâncias térmicas máximas, de acordo com o condicionamento dos 
ambientes do último pavimento ou de uma edificação térrea. A primeira refere-se 
às coberturas de ambientes condicionados artificialmente e a segunda às 
coberturas de ambientes não condicionados. Também define que a transmitância 
térmica considerada seja uma média ponderada das diversas transmitâncias 
existentes quando a cobertura é composta por diferentes materiais e, portanto, 
por diferentes transmitâncias para o mesmo tipo de ambiente: com 
condicionamento ou sem condicionamento. 
 
54 
 
A Tabela 4.2 resume os níveis de transmitância térmica para cada nível de 
eficiência. 
 
Tabela 4.2 – Transmitância térmica da cobertura 
Nível de Eficiência 
Ambientes 
condicionados 
artificialmente 
Ambientes não 
condicionados 
A 1,0 W/m²K 2,0 W/m²K 
B 1,5 W/m²K 2,0 W/m²K 
C e D 2,0 W/m²K 2,0 W/m²K 
 
4.3.1.2.2. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DAS PAREDES 
 
Os limites de desempenho mínimos dos pré-requisitos dos níveis A e B 
para as paredes exteriores dividem-se em dois agrupamentos de zonas 
bioclimáticas, ao contrário da cobertura que varia conforme o condicionamento do 
ambiente. Para as zonas bioclimáticas 7 e 8, o limite de transmitância térmica 
varia ainda de acordo com a capacidade térmica do material, visto que a inércia 
térmica apresenta participação significativa no desempenho térmico de 
edificações nestas zonas. 
Para os níveis C e D não há pré-requisitos envolvendo transmitância 
térmica das paredes. 
A Tabela 4.3 apresenta a síntese das exigências para transmitância 
térmica máxima das paredes exteriores. 
 
Tabela 4.3 – Síntese das exigências para transmitância térmica máxima das 
paredes exteriores 
Zonas Bioclimáticas 
Transmitância térmica máxima para os níveis A 
e B 
ZB 1 a 6 3,7 W/m²K 
ZB 7 e 8 
2,5 W/m²K para paredes 
com 
capacidade térmica 
máxima de 80 kJ/m²K 
3,7 W/m2K para paredes 
com 
capacidade térmica 
superior a 80 kJ/m2K 
 
55 
 
4.3.1.3.

Outros materiais