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TCC_RobertoAPJ

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO CONSTRUTIVO PASSIVHAUS (CASA PASSIVA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2018 
 
ROBERTO ANTONIO PEREIRA JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO CONSTRUTIVO PASSIVHAUS (CASA PASSIVA) 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade 
do Sul de Santa Catarina como requisito 
parcial à obtenção do título de Engenheiro 
Civil. 
 
 
 
Orientador: Professor Roberto de Melo Rodrigues, Esp. 
 
 
 
 
Palhoça 
2018 
 
ROBERTO ANTONIO PEREIRA JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO CONSTRUTIVO PASSIVHAUS (CASA PASSIVA) 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi 
julgado adequado à obtenção do título de 
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma 
final pelo Curso de Engenharia Civil da 
Universidade do Sul de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Gostaria de agradecer primeiramente meus pais, Maria de Fátima e Roberto por 
todo o esforço empregado na minha criação, pelas lições valiosíssimas de trabalho, 
honestidade e respeito que foram base para minha formação de caráter. 
A família Medeiros que esteve ao meu lado por grande parte dessa nova tentativa 
de me tornar engenheiro sempre me incentivando a continuar, mesmo nos momentos mais 
difíceis. 
Ao professor especialista Roberto de Melo Rodrigues pela paciência e dedicação 
na realização deste trabalho. 
E por fim, a todos os familiares e amigos que de uma maneira ou de outra 
contribuíram para que eu chegasse até aqui, meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“...Então, eu me lembro do rosto de cada um que me 
trouxe até aqui...” 
(Bob Dylan, 1967). 
 
RESUMO 
Este estudo tem como objetivo apresentar o método construtivo Passivhaus e verificar a 
viabilidade de aplicação ao clima e mercado brasileiro, bem como, descrever detalhadamente 
o método Passivhaus e os parâmetros de controle que envolvem o seu desenvolvimento. Este 
trabalho se utilizará da metodologia de pesquisa exploratória e tem como objetivo 
proporcionar maior familiaridade com o assunto, torná-lo mais explícito. Por fim, percebeu-se 
que este tipo de construção deve priorizar a melhoria de desempenho fundamental para a 
obtenção de alta qualidade e custos reduzidos através da escolha de processos e materiais 
sustentáveis eficientes. As práticas que buscam reduzir os desperdícios e elevar a qualidade 
do serviço dos trabalhadores da obra precisam ser planejadas de modo a assegurar os 
benefícios ambientais e da ecoeficiência. 
 
 
Palavras-chave: Construção sustentável. Casas Passivas. Passivhaus. Casa Ecológica. 
 
ABSTRACT 
This study aims to present the Passivhaus construction method and verify the feasibility of 
application to the Brazilian market and climate, as well as to describe in detail the Passivhaus 
method and the control parameters that involve its development. Finally, it was realized that 
this type of construction should prioritize the performance improvement fundamental to 
obtaining high quality and reduced costs through the choice of efficient processes and 
sustainable materials. Practices that seek to reduce waste and raise the quality of service for 
construction workers need to be planned to ensure environmental benefits and eco-efficiency. 
 
 
Keywords: Sustainable construction. Passive houses. Passivhaus. Ecological house. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12 
1.1 TEMA E DEMILITAÇÃO .......................................................................................... 12 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 13 
1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 13 
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................. 14 
1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 14 
1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 14 
1.5 ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO ...................................................................... 15 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 15 
2.1 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................... 15 
2.2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE .............................................................. 17 
2.2.1 Principais Certificações Ambientais Utilizadas no Brasil ........................................ 21 
3 METODOLOGIA DO TRABALHO ............................................................................. 31 
3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 31 
3.1.1 Congresso Casa Passiva Brasil ................................................................................. 31 
3.1.2 Definição da linha de estudo a partir da revisão bibliográfica ................................ 32 
4 CASAS PASSIVAS “PASSIVHAUS” ............................................................................. 33 
4.1 HISTÓRICO .................................................................................................................. 33 
4.2 DEFINIÇÃO .................................................................................................................. 34 
4.3 DEFINIÇÃO OFICIAL DA NORMA PASSIVHAUS ..................................................... 37 
4.3.1 Design solar passivo e paisagem ............................................................................... 39 
4.3.2 Alto grau de isolamento térmico ............................................................................... 40 
4.3.3 Redução de pontes térmicas .................................................................................... 42 
4.3.4 Estanqueidade (airtightness) .................................................................................... 45 
4.3.5 Janelas Isoladas ......................................................................................................... 47 
4.3.6 Ventilação .................................................................................................................. 49 
4.3.7 Aquecimento de espaço ............................................................................................. 50 
4.3.8 Iluminação e eletrodomésticos .................................................................................. 51 
4.4 CARACTERÍSTICAS DAS CASAS PASSIVAS .......................................................... 51 
4.5 CONSTRUÇÃO ENERGIA ZERO ................................................................................ 52 
4.5 DISCUSSÃO: CASAS PASSIVAS NO BRASIL .......................................................... 53 
4.6 CASAS ECOLÓGICAS: UMA PROXIMIDADE BRASILEIRA .................................. 53 
 
4.7 DOS MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................. 55 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 60 
5.1 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 60 
5.2 RECOMENDAÇÕES .................................................................................................... 60 
REFERENCIAS ................................................................................................................. 6212 
1 INTRODUÇÃO 
 
A sustentabilidade e economia de energia é um assunto que vem dominando todos 
os setores e com a construção civil não é diferente, métodos construtivos mais eficientes se 
multiplicam todos os anos e com o avanço da tecnologia, uma construção sustentável com 
uma grande vida útil pode ser obtida com valores muito próximos dos métodos construtivos 
tradicionais de mercado. 
Dentro desse escopo, o método construtivo alemão Passivhaus (Casa Passiva), 
ganha cada vez mais força por ser um método que tem parâmetros de construção e de 
utilização das edificações sempre visando a sustentabilidade e a economia de energia. 
Além disso, é relevante considerar que Wassouf (2015) destaca que a arquitetura 
passiva é um tipo de construção que se adapta as condições climáticas do seu entorno e existe 
desde a antiguidade. Sendo um método que confere certificados de sua instituição as 
edificações que cumprem os seus exigentes parâmetros construtivos e assim oferece 
condições confortáveis que podem ser mantidas durante o ano todo com o consumo mínimo 
de energia. (DALBEM, 2015). 
Até os dias atuais, já foram construídas mais de 50 mil edificações certificadas 
com o método Passivhaus no mundo, em praticamente todas as zonas climáticas, todas 
certificadas e documentadas no Passivhaus Institute (MCLEOD, 2015). 
Razão pela qual motivou-se a realização dessa pesquisa, trazendo informações 
relevantes sobre o referido método construtivo, conforme destaca-se no decorrer dessa 
pesquisa. 
 
 
1.1 TEMA E DEMILITAÇÃO 
 
Apresentar o método construtivo Passivhaus, sua aplicação voltada para climas 
tropicais como o brasileiro, a relação dos materiais utilizados em outras partes do mundo e os 
materiais disponíveis no mercado brasileiro. 
Este trabalho não apresentará um estudo de caso por ainda não ter sido construída 
no Brasil nenhuma edificação certificada pelo Instituto Passivhaus. 
 
 13 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 
 
Os novos métodos construtivos sempre surgem como alternativa e visam suprir 
deficiências e melhorar performances dos métodos tradicionais, visando a eficiência nos 
custos. Com o método Passivhaus, a ideia do instituto é certificar uma edificação que cumpra 
a numerosa lista de exigências construtivas e de consumo energético, independente da 
condição climática onde é construída. 
Diante desse contexto, esse trabalho de conclusão de curso visa responder o 
questionamento sobre o método Passivhaus aplicado ao mercado brasileiro, pois se trata de 
uma certificação concebida inicialmente para uma edificação Europeia com necessidades 
diferentes do clima brasileiro. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
Ter um equipamento de ar condicionado em casa já não é mais considerado um 
item de luxo e sim um item de primeira necessidade. Somente em 2010, foram vendidos 
aproximadamente 4 milhões de unidades de ar condicionado do tipo Split Hight-wall 
(ABRAVA, 2015). Com esse aumento de consumo de energia para conforto térmico e as 
edificações brasileiras ainda sendo construídas de forma tradicional, este trabalho busca uma 
alternativa construtiva que vem encontro ao conforto térmico que uma crescente parcela da 
população busca, sem perdas de energia e aumento de gastos como contrapartida. 
A eficiência energética é um tema recorrente em todos os setores, por isso é 
importante analisar as tendências de regiões mais desenvolvidas como a Europa, que de fato, 
têm grande influência em normas e tendências na construção civil do Brasil. 
Em 2002, a União Europeia publicou a primeira edição do Energy Perfomance of 
Buildings Directive (EPBD), que tem como objetivo garantir em todos os estados membros da 
União que as construções serão Nearly-ZEB ou nZEB, edifícios com consumo próximo de 
zero. A meta é que até o final de 2018, novos edifícios públicos ocupados ou próprios deverão 
ter consumo próximo a zero e até o final de 2020 esta regra valerá para todas as novas 
edificações. Sendo assim cada país deverá definir suas metodologias, de acordo com as suas 
condições nacionais, regionais ou locais. (DALBEM, 2015). 
 14 
A ideia deste trabalho surgiu com a observação do crescimento da popularidade 
deste método construtivo no mundo, e com essa tendência da sustentabilidade e a eficiência 
energética, faz sentido investigar se métodos como este se provam viáveis no nosso mercado 
interno. 
Assim sendo, torna-se relevante para a sociedade porque traz informações 
inovadoras e trata de uma reflexão sobre o uso desse método construtivo pelos brasileiros. 
Podendo servir de base para inúmeras inovações na área da construção no Brasil. 
Para a comunidade acadêmica a pesquisa se torna relevante, porque traz 
informações que servem de base para realização de estudos futuros, bem como, para aumento 
do conhecimento sobre o tema. 
E em beneficio particular, essa pesquisa aumenta o conhecimento do autor sobre 
as construções sustentáveis, oferecendo ideias inovadoras e proporcionando que o autor se 
torne um profissional com mais experiência nessa temática. 
 
1.4 OBJETIVOS 
1.4.1 Objetivo geral 
Apresentar o método construtivo Passivhaus e verificar a viabilidade de aplicação 
ao clima e mercado brasileiro. 
 
1.4.2 Objetivos Específicos 
-Apresentar sistemas construtivos que certificam edificações no Brasil atualmente 
dentre elas, instituições governamentais e privadas; 
-Descrever detalhadamente o método Passivhaus e os parâmetros de controle que 
envolvem o seu desenvolvimento; e 
-Comparar os materiais utilizados em outros países com materiais disponíveis no 
Brasil com performance similar; 
 
 15 
1.5 ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO 
 
O trabalho está dividido em cinco capítulos. 
O primeiro capítulo apresenta considerações iniciais acerca do tema escolhido 
para este trabalho, delimitação do tema, problema, objetivos e justificativa. 
O segundo capitulo traz a fundamentação teórica com exemplos de 
sustentabilidade na construção civil e uma breve apresentação dos selos de certificação 
atuantes no Brasil. 
O terceiro capítulo é a apresentação da estrutura deste trabalho com a metodologia 
e a proposta de estrutura. 
O quarto capitulo apresenta-se em um primeiro momento as definições e 
informações sobre as Casas Passivas para posteriormente detalhar os 5 princípios básicos de 
uma construção Passivhaus: Alto grau de isolamento térmico, redução de pontes térmicas, 
estanqueidade, janelas isoladas e ventilação. O capítulo aborda também a discussão da casa 
passiva no Brasil, as possíveis adversidades encontradas em relação ao clima e a relação 
brasileira com as construções ecológicas. 
O quinto capitulo apresenta as conclusões e a sugestão de trabalhos futuros. 
 
 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Será apresentada a sustentabilidade na construção civil, os principais selos de 
sustentabilidade atuantes hoje no mercado brasileiro e uma breve introdução do assunto 
principal deste trabalho, o método construtivo Passivhaus. 
 
2.1 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
A década de 70 foi um marco dentro da sustentabilidade, com a crise do petróleo 
foi a primeira vez na história da humanidade que se percebeu que os recursos em suas mãos 
 16 
eram finitos. Nessa década, o custo de produção de energia a partir do petróleo alcançou 
níveis extraordinários, e a solução para este problema foi começar a se pensar em redução de 
consumo e, por consequência, de gastos. Todo esse esforço foi concentrado na primeira 
grande reunião para se discutir o desenvolvimento sustentável: A convenção de Estocolmo de 
1972 (VIEIRA, 2014). 
Já na década 80, a busca por redução do consumo de energia nem sempre foi feita 
da melhor forma possível. Muitas edificações tiveram seu sistema de ventilação e sua 
iluminação reduzida sem nenhum conceito prévio, o que ocasionou doenças que desapareciam 
quando as pessoas deixavam os edifícios. Em 1984, a Organização Mundial de Saúde fez o 
primeiro estudosistematizado para analisar estas ocorrências, designando-as de Síndrome do 
Edifício Doente (Building Sick Syndrome) (VIEIRA, 2014). 
Nos anos 90 foi quando o tema de sustentabilidade ganhou mais maturidade, com 
o conceito tendo a visão ampliada não somente para economia de energia e sim em toda a 
cadeia produtiva como, água, extração de matéria-prima, resíduos sólidos e líquidos, poluição 
atmosférica, saúde e segurança, fauna, flora, etc. Em 1992, ocorreu a Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Rio-92. Foi também nessa época que 
surgiu o primeiro sistema de certificação ambiental de edifícios: Sistema BREEAM. 
(VIEIRA, 2014) 
No fim da década de 90, mais precisamente em 1998, nasceu nos Estados Unidos 
um dos certificados mais conhecidos nos dias atuais e de maior aplicação a nível mundial: 
Sistema LEED. 
A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) foi 
criada pelo U.S. Green Building Council (USGBC). É um certificado de eficiência da 
construção que analisa a eficiência energética, hídrica e a redução dos gases do efeito estufa, é 
um certificado criado com o diferencial de possuir pré-requisitos nas áreas de impacto 
ambiental. 
Nos dias atuais existem diversos certificados sustentáveis que podem ser mais 
concentrados no país, ou difundidos mundialmente. Tem-se exemplos do certificado 
Minergie-ECO, que é uma norma que tem grande adesão na Suíça, mas que vem ganhando 
mercado no resto da Europa, e o próprio certificado Passivhaus, tema deste estudo. 
Segundo Wassouf (2015), uma característica comum em normas deste tipo é o 
fato de terem sido desenvolvidas por organizações privadas. Quando essas normas atingem 
um certo reconhecimento, construindo um número mínimo de edificações que seguem seus 
preceitos, as autoridades regionais ou nacionais outorgam-lhe o reconhecimento oficial. Isso 
 17 
ocorre, evidentemente, após se comprovar o bom funcionamento do método aplicado na 
edificação. 
 
2.2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 
Os aspectos ambientais que asseguram o alcance da sustentabilidade é 
consequência dos desafios impostos pelo desenvolvimento econômico e social juntamente 
com o uso indiscriminado dos recursos naturais. De acordo com Pavezzi Netto e Silva (2011, 
p. 12) “baseando-se na configuração atual da sociedade humana, o estágio de clímax nesse 
ecossistema está sujeito aos interesses antrópicos”. Os autores relatam que nos ecossistemas 
naturais a manutenção da biodiversidade é bastante complexa, pois envolvem teias 
alimentares relacionadas com o equilíbrio entre a produção e o consumo de energia, 
favorecendo a minimização de mudanças ambientais por fatores bióticos. 
Diante disso, constata-se que nos ecossistemas urbanos há a carência de 
mecanismos responsáveis por controlar o consumo de energia, exigindo o desenvolvimento de 
ações e comportamentos que visam reduzir a sua concentração no ambiente, bem como a 
demanda energética com relação ao consumo humano. Neste ponto, sabe-se que as mudanças 
ambientais por elementos bióticos e a manutenção da biodiversidade é obtida de modo a 
assegurar o bem-estar dos cidadãos. 
Conforme relata John (1999), a Construção Civil é o setor responsável pelo 
consumo de maior volume de recursos naturais, mantendo um percentual de recursos 
extraídos de 15 a 50%, além de seus produtos serem mantidos como os principais 
consumidores de energia. Com isso, identifica-se que um dos maiores desafios da Construção 
Civil é superar o conflito existente entre desenvolvimento e preservação do meio ambiente, 
planejando e viabilizando projetos que assegura a sustentabilidade. 
De acordo com Rocheta e Farinha (2007, p. 02): 
 
A construção consome cerca de 50% de materiais extraídos da natureza. A não 
consideração deste facto reflete a inconsciência da esgotabilidade dos recursos e a 
convicção de que a tecnologia pode resolver todos os problemas. É, portanto, 
importante, não esquecer, a escassez dos recursos naturais não renováveis pelo que é 
necessário preservá-los e recorrer a materiais que promovam menores impactes 
ambientais. 
 
 18 
Mediante estes fatos, entende-se que a Construção Civil é uma das principais 
fontes de resíduos, exigindo que as empresas implementem medidas que visam à gestão dos 
resíduos de construção e demolição, abrangendo os ideais ambientais que priorizam o alcance 
da sustentabilidade. Isto torna-se um desafio, pois o desenvolvimento sustentável na 
Construção Civil implica em processos e técnicas permanentes, orientados por ações 
diversificadas e extração de matérias primas alternativas que estão de acordo com todas as 
fases do projeto. Adam (2001, p. 24) afirma que a construção sustentável é “um conjunto de 
estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e construção em si que reduzem o 
impacto ambiental e visam a um menor consumo de energia, à proteção dos ecossistemas e 
mais saúde para os ocupantes”. 
Salgado, Chatelet e Fernandez (2012, p. 83) “para a construção sustentável devem 
atender ao tripé que define a própria sustentabilidade, incluindo aspectos ambientais, sociais e 
econômicos”. O princípio geral da construção sustentável permanece voltado para a redução 
das consequências geradas pelo avanço da urbanização, buscando-se minimizar a poluição do 
ar, economizar o uso de energia, reduzir o consumo de água, eliminar a liberação de materiais 
que sejam nocivos ao ambiente, aperfeiçoar as condições de segurança das construções, 
oferecer qualidade de vida aos seres humanos no seu ambiente. 
 
Quadro 1 – Temas para alcançar a sustentabilidade na Construção Civil 
 Subtemas 
Temas ambientais - Evitar poluição; 
- Proteção e melhoria da biodiversidade; 
- Melhoria de eficiência energética; e 
- Uso eficiente de recursos. 
Temas sociais - Respeito à equipe de funcionários; 
- Relacionamento com comunidades locais; e 
- Estabelecimento de parcerias. 
Temas econômicos - Aumento de produtividade e lucro; 
- Melhoria no projeto (produto oferecido); e 
- Monitoramento e relato de desempenho versus metas. 
Fonte: Salgado, Chatelet e Fernandez (2012, p. 83) 
 
 19 
Zangalli Jr (2013) afirma que a garantia da sustentabilidade pela Construção Civil 
precisa ser discutida a partir de duas concepções de cidades, o modelo compacto que parte da 
produção sustentável do espaço urbano; e o modelo disperso fundamentado no modo de 
produção capitalista. A problemática deste entendimento envolve a possibilidade de 
consolidar efetivamente os projetos orientados pelos princípios ambientais, que não servem 
apenas como instrumento de atração econômica, promovendo ainda mais o consumo e o 
enriquecimento de capital. O autor relata ainda que as certificações ambientais surgem como 
uma tentativa de orientar as construções a obter funcionalidades ecológicas e sustentáveis, 
promovendo o conceito ambiental. 
Embora isto seja evidenciado e seja comprovado que as certificações ambientais 
possam ser mantidas como instrumentos importantes para tornar o espaço urbano mais 
adequado e menos agressivo ao meio ambiente, muitas das certificações ambientais também 
atendem a necessidade estratégica e propósito de especulação imobiliária, deixando em 
segundo plano os reais danos ambientais e sociais provocados pelas construções a longo 
prazo. 
 
Zangalli Jr (2013, p. 300) ressalta que: 
 
Certamente a procura pelos “selos verdes” não emerge da preocupação com o meio 
ambiente, ou com os ideais de equidade social, mas sim na articulação simbólica 
criada pelos ideais de consumo. Na produção do espaço, indissociavelmente, são 
produzidos um conjunto material e um conjunto simbólico, ora para valorizar, ora 
para desvalorizar os empreendimentos. Dessa forma, quando analisamos a produção 
do espaço necessariamente necessita-se a análise do conjunto simbólico que se 
materializa junto com cada empreendimento. 
 
As práticas realizadas pelas construtorasno planejamento urbano e seus 
empreendimentos, agregam apenas um conjunto simbólico ambiental, não indo de encontro à 
articulação da sociedade e natureza, resumindo-se apenas em diferenciais inseridos no 
mercado de competitividade cada vez mais acirrado. O atendimento das diretrizes que rondam 
o protecionismo ambiental das legislações não surge para proteger o meio ambiente em 
primeira instância, mas para satisfazer a lógica consumerista e garantir com que gerações 
futuras possam ser ainda beneficiadas. 
Bickel (2013, p. 26) afirma que: 
 20 
 
[...] o setor da construção civil incrementa o resultado global da produtividade 
econômica do país, elevando o produto interno bruto, ao diversificar as operações 
produtivas e de investimentos financeiros. Essa atuação garante a geração de 
benefícios econômicos diretos, indiretos e futuros para proprietários e investidores, 
os quais estão relacionados como agentes da produção propriamente dita, 
incorporação, mercado de crédito imobiliário e de títulos financeiros. Nesse contexto 
socioeconômico, concepções utilitaristas e economicistas, muito presentes e 
reforçadas na atualidade socio produtiva do setor da construção civil, favorecem a 
intensificação da segregação econômica e socioespacial. 
 
Segundo Rattner (2009) infelizmente, o Estado perdeu o monopólio e se encontra 
a mercê dos processos desestruturadores, não exercendo sua função de organizador do espaço 
urbano, fazendo com que o conceito de sustentabilidade seja reduzido ao sentido do 
“ecologicamente correto”, bem como do “economicamente viável”, priorizando o 
desenvolvimento das metrópoles. Diante disso, compreende-se que a sustentabilidade na 
Construção Civil só poderá ser alcançada quando houver o esgotamento do paradigma 
capitalista em razão da integração entre os espaços urbanos, cidadãos, economia e meio 
ambiente. 
Yunes e Juliano (2010) relatam que a sustentabilidade se relaciona com os 
preceitos de Educação Ambiental e Bioecologia do desenvolvimento humano, pois priorizam 
a construção de um novo paradigma de relações entre os cidadãos, possibilitando 
transformações nos processos de produção e socialização. Contudo, isto envolve a formação 
de pessoas que buscam enfrentar a exploração dos recursos naturais crescentes e a degradação 
da humanidade e de seu espaço de convívio. 
Segundo Octaviano (2010), no Brasil, a construção civil é um dos ramos de maior 
potencial na redução do impacto ambiental a partir da prática de princípios, técnicas e 
materiais sustentáveis, disponibilizados pela crescente evolução tecnológica e de 
comportamento. No entanto, não é isso que acontece. Conforme relata Jacobi (2005) as 
tensões entre o desenvolvimento urbano e a conservação do meio ambiente persistem na 
sociedade em decorrência de vieses economicistas e faltas de especificações e debates sobre 
esta questão, promovendo seguramente as construções sustentáveis. 
No contexto do desenvolvimento sustentável, o conceito transcende a 
sustentabilidade ambiental, para abraçar a sustentabilidade econômica e social, que enfatiza a 
adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades (MMA, 2015). 
Teoricamente, segundo o discurso institucional, a sustentabilidade assumiu um lugar na área 
 21 
da construção, tendo em conta seu papel organizador no espaço geográfico urbano. O conceito 
diz respeito à criação de modelos de construção civil para enfrentamento dos problemas 
ambientais desta época, sem ter que renunciar a tecnologias ou conforto de aquisições que 
atendam às necessidades e desejos dos clientes. 
Ao abordar sobre as dimensões da sustentabilidade, Mendes (2009) afirma que a 
marcha do desenvolvimento sustentável se mantém a um ritmo acelerado atualmente no 
aspecto econômico e social, sendo possível desenvolver projetos eficientes e que respeitem os 
valores ambientais. No entanto, o autor ainda relata que esse enfoque não garante a 
sustentabilidade, já que nem sempre estes projetos respeitam as particularidades locais e 
outras dimensões que proporcionam o desenvolvimento. Isto engloba não apenas explicações 
teóricas, mas, sobretudo aplicações práticas, envolvendo todos os recursos utilizados e seus 
custos. O ritmo depende, pois, da relação custo-lucro, e não da relação preservação-
sustentabilidade. 
Assim, pelo discurso institucional, compreende-se que o custo não é pensado 
apenas como gasto na construção. A transição de uma construção para uma construção 
sustentável levaria a marca do custo ambiental e do custo no longo prazo, ou seja, uma 
economia de custos significa que seriam poupados gastos a partir de uma escolha pela 
construção que emprega recursos diferenciados, pensados para gerar menor impacto 
ambiental e para adoção de soluções que não esgotariam as reservas que o planeta possui. 
2.2.1 Principais Certificações Ambientais Utilizadas no Brasil 
 
No Brasil, a preocupação com sustentabilidade também teve outro ponto 
marcante, além da crise do petróleo dos anos 70, foi a crise energética com o famoso apagão 
do início dos anos 2000. Várias medidas foram tomadas a partir daquela época como, por 
exemplo, o desenvolvimento de fontes de energia limpa e um início da sustentabilidade dentro 
da construção civil. 
Em fevereiro de 2018 um estudo foi feito por várias entidades e divulgado pela 
Engebanc Real Estate no qual indica que os edifícios corporativos com práticas sustentáveis 
têm uma vacância menor que os edifícios “comuns”. Enquanto um edifício com prática 
sustentável apresentou uma taxa de vacância de 20,6% no terceiro trimestre de 2017, um 
edifício comum apresentou uma taxa de vacância de 32% no mesmo período. 
 22 
Algumas entidades governamentais criaram selos de incentivo a economia de 
energia e a construção sustentável, esses selos juntamente com outras certificações 
internacionais, hoje figuram entre as principais orientações dentro desse meio sustentável. 
 
2.2.1.2 Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) Geral 
Incluindo todos os sistemas possíveis de avaliação (envoltória, iluminação e 
condicionamento de ar). Pode ser fornecida para o edifício completo, para blocos de edifícios, 
para pavimentos ou conjuntos de salas, exemplificada na figura 1 que se apresenta. 
 
 
Figura 1 - Selo Procel (ENCE) 
 
Fonte: http://www.procelinfo.com.br/ 
 
2.2.1.3 Etiqueta Nacional de Conservação de Energia Parcial da Envoltória 
Deve ser obtida para a envoltória completa, e é obrigatória para a obtenção de 
qualquer outra ENCE parcial. A envoltória é composta pelas fachadas e cobertura, incluindo 
as aberturas envidraçadas e os vãos (PROCEL, 2010). 
 23 
A envoltória é o ponto mais crítico do programa por proporcionar as condições 
ideais para o bom funcionamento das outras áreas analisadas no programa. De modo geral, 
aproximadamente 20% da carga térmica de um sistema de ar condicionado representa a 
transmissão através da envoltória. Isso considerando superfícies opacas e superfícies 
transparentes. 
 
Figura 2 - Selo Procel Envoltória. 
 
Fonte: http://www.procelinfo.com.br/ 
 
 
 
2.2.1.3.1 Etiqueta Nacional de Conservação de Energia Parcial da Envoltória e do sistema 
de iluminação 
É uma certificação parcial que analisa a eficiência da iluminação natural do 
ambiente e a economia que ela traz a edificação, pode ser fornecida para o edifício completo, 
para blocos de edifícios, para pavimentos ou conjuntos de salas (PROCEL, 2010). 
 24 
Com a iluminação sendo umas das grandes consumidoras de energia de uma 
edificação, faz sentido uma etiqueta que contemple somente essa área de consumo, claro que 
sempre acompanhada da certificação da envoltória. 
 
Figura 3 - Selo Procel Envoltória e Iluminação. 
 
Fonte: http://www.procelinfo.com.br/ 
 
2.2.1.3.2 Etiqueta Nacional de Conservação de Energia Parcial da Envoltória e do sistema 
de ar condicionado 
Diretamente relacionado com a envoltória, o sistemade ar condicionado eficiente 
também depende de janelas bem posicionadas e com aproveitamento de luminosidade, mas 
sem troca de calor com o ambiente externo, podendo gerar mais ciclos de funcionamento do 
sistema de ar condicionado (PROCEL, 2010). 
A exemplo da etiqueta do sistema de iluminação, a etiqueta para o sistema de ar 
condicionado pode ser fornecida para o edifício completo, para blocos de edifícios, para 
pavimentos ou conjuntos de salas. 
 25 
 
Figura 4 - Selo Procel Envoltória e condicionamento de ar 
 
Fonte: http://www.procelinfo.com.br/ 
 
2.2.1.3.3 Organismo de inspeção acreditado (OIA) 
Os Selos são emitidos pela Eletrobrás após a avaliação realizada por um 
Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) pelo Inmetro, com escopo de Eficiência Energética 
em Edificações. 
Esse sistema de etiquetagem, se provou bastante eficiente para o programa Procel 
para eletrodomésticos, o que facilita o apelo quanto ao consumidor assimilar este selo para 
outras áreas do programa (PROCEL, 2010). 
 
 
 26 
2.2.1.4 Certificação Aqua 
A Certificação Aqua de construção sustentável foi desenvolvida em 2008 a partir 
da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) e adaptada às 
necessidades brasileiras. Suas bases foram desenvolvidas considerando as normas técnicas e a 
regulamentação presentes no Brasil (FCVA, 2011) 
O processo de certificação traz exigências de um Sistema de Gestão do 
Empreendimento (SGE) que permitem o planejamento, a operacionalização e o controle de 
todas as etapas de seu desenvolvimento, partindo do comprometimento com um padrão de 
desempenho definido e traduzido na forma de um perfil de Qualidade Ambiental do Edifício 
(VANZOLI, 2015). 
Um dos diferenciais desta certificação é o acréscimo de mais uma fase de análise 
que o Procel Edifica não possui, por exemplo: o pré-projeto. Portanto, são 3 fases de análise 
para a certificação Aqua: pré-projeto, projeto e execução. 
A avaliação da qualidade ambiental do edifício é feita para cada uma das 14 
categorias de preocupação ambiental e gera uma classificação de acordo com o gráfico da 
imagem 5. Para a edificação conseguir o certificado, deve no mínimo alcançar os índices 
abaixo. 
 
Figura 5 - Requisitos mínimos para certificação Aqua 
 
Fonte: https://vanzolini.org.br/aqua/certificacao-aqua-em-detalhes/ 
 
 
No Brasil, a certificação Aqua foi desenvolvida e adaptada pela Fundação 
Vanzoli, a certificação Aqua já está em atividade há 10 anos no Brasil (VANZOLI, 2015) 
Segundo a Fundação Vanzoli (2015), os principais benefícios do selo Aqua-HQE 
são:Economia direta no consumo de água e de energia elétrica; Menores despesas 
condominiais gerais – água, energia, limpeza, conservação e manutenção; Maior valorização 
 27 
do empreendimento ao longo do tempo; Menor demanda sobre as infraestruturas urbanas; 
Menor demanda de recursos hídricos; Redução da poluição; Melhores condições de saúde nas 
edificações; Melhor aproveitamento da infraestrutura local; Menor impacto à vizinhança; 
Melhor qualidade de vida; Melhor gestão de resíduos sólidos e Melhor gestão de riscos. 
A certificação Aqua não se limita somente a edificações e sim a empreendimentos 
no geral. É possível encontrar dentro do programa diretrizes e recomendações para a 
certificação também para loteamentos, sem distinção de tamanho, método, contexto territorial 
ou destinação. Essa área do programa é denominada de Aqua- Bairros e Loteamentos (FCVA, 
2011). 
Aqua- Bairros e loteamentos visa à realização de empreendimentos integrados a 
seus territórios, com impactos os mais controlados possíveis sobre o meio ambiente, levando-
se em conta o conjunto de seu ciclo de vida, de modo a favorecer o desenvolvimento 
econômico e social, bem como a promover a qualidade de vida (FCVA, 2011). 
Todos os processos de certificação Aqua são voluntários e participativos, necessita 
de um engajamento por parte do empreendedor em geral, superando os desafios e agindo com 
transparência quando há mais envolvidos, como é o caso da certificação Aqua- Bairros. 
Com a visita do presidente da França em 2013, surgiu a ideia de internacionalizar 
a certificação Aqua, então a Fundação Vanzoli assinou um acordo de cooperação com o 
Cerway, desenvolvedora do HQE, para realinhar o programa brasileiro nos mais elevados 
padrões do HQE, por isso desde 2014 o programa é chamado de Aqua-HQE (FCVA, 2014). 
Atualmente a certificação HQE está presente em 10 países, possui cerca de 266 
mil empreendimentos certificados em todo mundo. Já a Aqua possui 215 edificações 
certificadas, sendo que entre elas, 114 também receberam o certificado HQE, após o acordo 
de cooperação entre a Fundação Vanzoli e o Cerway (FCVA, 2011). 
2.2.1.5 Selo Casa Azul 
O Selo Casa Azul é uma classificação socioambiental de edificações que são 
diretamente financiadas pela Caixa. Foi uma boa intenção encontrada pela Caixa de promover 
a consciência do uso dos recursos naturais nas construções e a melhoria da qualidade da 
habitação. A principal missão do selo é reconhecer projetos que adotam soluções eficientes na 
construção, uso, ocupação e manutenção dos edifícios. (CEF, 2010). 
 28 
São 53 critérios de avaliação, divididos em 6 categorias: Qualidade Urbana; 
Projeto e Conforto; Eficiência Energética; Conservação de Recursos Materiais; Gestão da 
Água e Práticas Sociais. 
2.2.1.5.1 Qualidade urbana 
A forma como se dá o planejamento de empreendimentos habitacionais define as 
alterações ambientais que ocorrerão durante a construção e a ocupação do empreendimento 
(CEF, 2010). 
Como o Selo Casa Azul tem grande caráter social, a escolha da área a ser 
construída deve ser levada em consideração a relação do empreendimento e o que tem ao seu 
redor, o que pode trazer impactos positivos aos futuros moradores sempre visando a 
segurança, a saúde e o bem-estar dos mesmos (CEF, 2010). 
Portanto, é importante para a avaliação deste critério a existência de infraestrutura, 
serviços, equipamentos comunitários e comércio disponíveis no entorno do empreendimento. 
 
2.2.1.5.2 Projeto e conforto 
Essa categoria trata dos aspectos do projeto do empreendimento e a concepção do 
projeto, considerando principalmente as condições climáticas, as características físicas e 
geográficas locais (CEF, 2010). 
Com essa relação da edificação e o seu entorno, as considerações relevantes são a 
orientação solar, os ventos dominantes locais e elementos que sejam relevantes para o 
aquecimento ou resfriamento natural da edificação, sempre visando minimizar os impactos 
energéticos que a edificação pode trazer durante a sua construção bem como sua utilização 
(CEF, 2010). 
Dentro dessa categoria de avaliação, alguns itens são obrigatórios como o 
paisagismo, que é o auxílio no conforto térmico e visual do empreendimento, trazendo um 
controle da umidade com o uso de sombreamento vegetal e uso de elementos paisagísticos 
(CEF, 2010). 
Mais exemplos de itens obrigatórios são: local para coleta seletiva, equipamentos 
sociais e esportivos e o desempenho térmico. 
 29 
O desempenho térmico está ligado a ideia da passividade na edificação, ou seja, a 
adaptação no clima onde se está inserida, trazendo como consequência um maior conforto aos 
moradores (CEF, 2010). 
2.2.1.5.3 Eficiência energética 
Uma medida eficiente de eficiência energética se inicia pela instalação de 
medidores individuais de energia, isso tornará o futuro morador mais consciente do próprio 
consumo, vendo quando há necessidade de tomar medidas mais econômicas assim podendo 
monitorar a evolução do seu próprio consumo (CEF, 2010). 
Abaixo, os critérios de avaliação para a área de eficiência energética do Selo 
Azul: Lâmpadas de baixo consumo- áreas privativas; Dispositivos economizadores – áreas 
comuns; Sistema de aquecimento solar; Sistema de aquecimento a gás; Medição 
individualizada- gás; Elevadores eficientes; Eletrodomésticos eficientese Fontes alternativas 
de energia. 
2.2.1.5.4 Conservação de recursos de materiais 
O exercício da construção depende de um fluxo constante de materiais, é 
importante observar o ciclo de materiais, desde a limpeza do terreno, cortes e aterros, resíduos 
do uso com limpeza e manutenção e até um fluxo desnecessário de materiais em patologias 
que podem ser evitadas (CEF, 2010). 
De acordo com a Caixa (2010), objetivo dessa etapa de avaliação é a redução das 
perdas de materiais e a inserção de itens industrializados que são mais eficientes quanto a 
diminuição da geração de resíduos durante a construção, então, deve constar no projeto 
executivo a indicação de utilização de itens industrializados como, por exemplo, lajes, 
fachadas, divisórias internar e vigas. 
A utilização de materiais que constam na lista do programa PBQP-H (Programa 
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) é uma recomendação do programa, e 
quando isso não for possível, recomenda-se utilizar produtos com certificados de qualidade 
emitidos por entidades certificadoras com notória reputação ou por processo de seleção de 
fornecedores que inclua a análise da qualidade dos produtos (CEF, 2010) 
2.2.1.5.5 Gestão da água 
 30 
A gestão da água é indispensável para um uso mais sustentável e o programa 
contempla tanto a gestão da água potável como também a gestão das águas pluviais para 
evitar inundações. Dentro da avaliação do programa, o empreendimento deve contemplar: O 
suprimento de água potável; A gestão de águas pluviais e o esgotamento sanitário. 
A gestão da água pluvial visa diminuir o uso de água potável para utilização em 
atividades que não necessitam de água potável e também evitar a poluição difusa. No 
esgotamento sanitário, pode ser considerado duas situações: o sistema pode ser ligado à rede 
pública de coleta de esgoto sanitário ou o edifício dispõe de sistema local de tratamento de 
esgoto (CEF, 2010) 
Nos critérios de avalição do programa constam os seguintes itens: Medição 
individualizada (item obrigatório); Dispositivos economizadores- bacias sanitárias (item 
obrigatório); Dispositivos economizadores- arejadores; Dispositivos economizadores – 
registros reguladores de vazão; Aproveitamento de águas pluviais; Retenção de águas 
pluviais; Infiltração de águas pluviais e Áreas permeáveis. 
 
2.2.1.5.4 Práticas sociais 
A categoria prática sociais procura promover a sustentabilidade através das ações 
que abrangem os envolvidos na elaboração do projeto, construção e ocupação das edificações. 
Essas ações visam a consciência ambiental e também ajudam a combater a desigualdade 
social (CEF, 2010). 
Como o programa Selo Azul foi criado visando as edificações de caráter social, 
esse critério de avaliação, apesar de não fazer parte diretamente do impacto ambiental da 
edificação avaliada, acaba se tornando um item importante justamente pelo legado que pode 
ser deixado através dessas atividades e integração entre os envolvidos no projeto como um 
todo (CEF, 2010). 
Os critérios de avaliação das práticas sociais, entre itens obrigatórios, podem ser 
conferidos a abaixo: Educação para a gestão de RCD (Item obrigatório); Educação ambiental 
dos empregados (Item obrigatório); Desenvolvimento pessoal dos empregados; Capacitação 
profissional dos empregados; Inclusão de trabalhadores locais; Participação da comunidade na 
elaboração do projeto; Orientação aos moradores (Item obrigatório); Educação ambiental dos 
moradores; Capacitação para a gestão do empreendimento; Ações para mitigação de riscos 
sociais e Ações para a geração de emprego e renda. 
 31 
3 METODOLOGIA DO TRABALHO 
Este trabalho se utilizará da metodologia de pesquisa exploratória e tem como 
objetivo proporcionar maior familiaridade com o assunto, torná-lo mais explícito e construir 
hipóteses (GIL, 2002). 
Segundo Gil (2002), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em 
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, portanto, 
realizou-se uma pesquisa bibliográfica de forma a identificar os principais pontos do método 
construtivo Passivhaus, sua aplicação em climas quentes e a possibilidade de se encaixar no 
mercado atual brasileiro. 
Este trabalho se propõe a explorar o método Passivhaus em detalhes construtivos 
na forma de revisão bibliográfica, comparar com os métodos tradicionais de construção no 
Brasil e levantar questionamentos sobre a viabilidade deste sistema no universo da construção 
civil brasileira. 
O Passivhaus Institute possui um sistema detalhado de projeto, com um conjunto 
de planilhas Excel de pré-dimensionamento que possibilita identificar possíveis gargalos da 
execução, esse conjunto de planilhas chamado Passive House Planning Package (PHPP) 
também será explorado neste trabalho. 
 
3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
A revisão bibliográfica foi o ponto central deste trabalho e forneceu conhecimento 
que auxiliou na análise e conclusão deste trabalho. Foi realizado um estudo em uma 
plataforma digital da página oficial do Instituto Passivhaus que acrescentou muito, 
juntamente com todo o material pesquisado, mas com um viés didático voltado para o 
treinamento de interessados no assunto, dentre profissionais e estudantes. 
 
3.1.1 Congresso Casa Passiva Brasil 
Em 2016 foi realizado na Universidade de Pelotas o congresso “Casa Passiva 
Brasil” com o objetivo de explorar a possibilidade de adaptação do sistema Passivhaus à 
 32 
realidade do clima brasileiro, todas as apresentações ficaram à disposição na página da 
Universidade e foram utilizadas como ponto de partida deste trabalho. 
 
3.1.2 Definição da linha de estudo a partir da revisão bibliográfica 
Este estudo tem como foco central o método Passivhaus em seus detalhes 
construtivos, ressaltando a importância da concepção de um projeto e os parâmetros de 
controles sugeridos pelo Instituto Passivhaus. Isso garante o bom funcionamento da 
edificação como um todo, desde o conforto térmico dos habitantes até a saúde dos mesmos 
com a ventilação mecânica para troca de impurezas do ar devido ao alto índice de isolamento 
dessas edificações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
4 CASAS PASSIVAS “PASSIVHAUS” 
 
Neste capitulo apresenta-se o método construtivo Passivhaus em seus detalhes, 
com os parâmetros exigidos para a certificação oficial do Passive House Institute e suas 
principais vantagens em relação ao método de construção tradicional brasileiro. 
 
4.1 HISTÓRICO 
O padrão Passivhaus originou-se de uma conversa em maio de 1988 entre Bo 
Adamson, da Universidade de Lund, na Suécia, e Wolfgang Feist, do Institut für Wohnen und 
Umwelt (Instituto de Habitação e Meio Ambiente, Darmstadt, Alemanha). 
Mais tarde, seu conceito foi desenvolvido através de uma série de projetos de 
pesquisa, auxiliados pela assistência financeira do estado alemão de Hessen (PEREIRA, 
2015). 
Muitas das primeiras 'Casas Passivas' foram baseadas em pesquisas e na 
experiência de construtores norte-americanos durante a década de 1970, que - em resposta ao 
embargo de petróleo - procuraram construir casas que usassem muito pouca ou nenhuma 
energia. Esses projetos usualmente utilizavam o sol como fonte de calor e o termo "casa 
passiva" possivelmente derivava das características solares passivas dessas casas, como a 
Casa de Conservação de Saskatchewan e a Casa Leger em Pepperell, Massachusetts 
(NASCIMENTO, 2010) 
Em setembro de 1996, o Passivhaus-Institut foi fundado em Darmstadt para 
promover e controlar os padrões da Passivhaus. Desde então, milhares de estruturas 
Passivhaus foram construídas, para um número estimado de 25.000+ a partir de 2010. A 
maioria está localizada na Alemanha e na Áustria, com outras em vários países do mundo 
(ALVES, 2014) 
Em 1996, depois que o conceito foi validado no Instituto em Darmstadt, com 
aquecimento de espaço em 90% menor do que o necessário para um novo edifício padrãona 
época, foi criado o Grupo de Trabalho de Casas Passivas Econômicas. Esse grupo 
desenvolveu o pacote de planejamento e iniciou a produção dos componentes inovadores que 
haviam sido usados, principalmente os vidros e os sistemas de ventilação de alta eficiência. 
 34 
Enquanto isso, outras casas passivas foram construídas em Stuttgart (1993), Naumburg, 
Hesse, Wiesbaden e Colônia (1997) (ALVES, 2014). 
Os produtos desenvolvidos para o padrão Passivhaus foram posteriormente 
comercializados durante e após o projeto CEPHEUS patrocinado pela União Europeia, que 
comprovou o conceito em cinco países europeus no inverno de 2000-2001. Na América do 
Norte, o primeiro Passivhaus foi construído em Urbana, Illinois, em 2003, e o primeiro a ser 
certificado foi construído em 2006 perto de Bemidji, Minnesota, em Camp Waldsee das 
Aldeias de Línguas Concordia Alemãs. O primeiro projeto de retrofit passivo dos EUA, o 
artesão reformado O'Neill house em Sonoma, Califórnia [19] foi certificado em julho de 
2010. 
A primeira Casa Passiva da Irlanda foi construída em 2005 por Tomas O'Leary, 
um designer e professor da Casa Passiva. A casa foi chamada 'Out of the Blue'. Após a 
conclusão, Tomas se mudou para o prédio. 
A primeira casa pré-fabricada passiva padronizada do mundo foi construída na 
Irlanda em 2005 pela Scandinavian Homes, uma empresa sueca que desde então construiu 
mais casas passivas na Inglaterra e na Polônia 
A primeira casa passiva certificada na região de Antuérpia, na Bélgica, foi 
construída em 2010. Em 2011, a cidade de Heidelberg, na Alemanha, iniciou o projeto 
Bahnstadt, que era visto como a maior área de construção de casas passivas do mundo. Uma 
empresa no Catar estava planejando a primeira Casa Passiva do país em 2013, a primeira na 
região. 
. 
4.2 DEFINIÇÃO 
A definição do conceito Passivhaus, conforme Wassouf (2015), geralmente uma 
construção de padrão supereconômico de energia, caracteriza-se pelos seguintes conceitos 
fundamentais: Alto grau de isolamento térmico; Redução de pontes térmicas; Estanqueidade 
(airtightness); Janelas isoladas e Ventilação (Recuperação de calor do ar). 
Estes princípios podem ter os seus parâmetros predeterminados já no projeto 
graças a uma ferramenta criada pelo Passive House Institute chamada PHPP (Passive House 
Planning Package), esta ferramenta consiste em uma série de tabelas de Excel com os 
formulas criadas para facilitar a escolha de materiais de acordo com a eficiência dos 
parâmetros Passivhaus (MCLEOD et al., 2015). A primeira construção passiva foi realizada 
 35 
na cidade de Darmstadt no ano de 1991 e continua sendo monitorada até os dias atuais e se 
mantém com os mesmos parâmetros de eficiência energia dimensionados no projeto inicial. 
(PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
Um dos exemplos mais utilizados para melhor entender o conceito Passivhaus é a 
comparação entre a garrafa térmica e a cafeteira, enquanto a garrafa térmica mantém a 
temperatura do café com um eficiente sistema de isolamento térmico, a cafeteira necessita de 
energia elétrica constante para manter a temperatura do café (FEIST, 2014). 
 
Figura 6 – Comparação para compreensão do assunto 
 
Fonte: FEIST (2014) 
 
Uma edificação passiva deve atingir um consumo máximo de 15 kWh/m²a para 
aquecimento no inverno e o mesmo parâmetro para resfriamento no verão, a energia primaria 
consumida pela edificação é limitada a 60 kWhPOR/m²a incluindo aquecimento, 
resfriamento, agua quente, aparelhos domésticos e eletroeletrônicos, ou seja, consumo total 
(PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
Com o controle rígido da estanqueidade, se espera de uma edificação certificada 
como Passivhaus, uma estanqueidade na ordem de 0,6h-1 com uma diferença de pressão entre 
o interior e o exterior da construção de 50Pa (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
Segundo Wassouf (2015), com exceção da estanqueidade, o restante dos 
parâmetros exigidos para a certificação pode ser obtido através do uso da planilha PHPP 
(Passive House Planning Package) ainda na fase de projeto. 
A escolha pela construção passiva, além do conforto e economia de energia, 
aumenta a vida útil da edificação com a diminuição de patologias relacionadas a umidade nas 
paredes e na estrutura, infiltrações, entre outros (FEIST, 2014). 
Os custos de construção passiva já foram mais altos, hoje na Europa, com a 
construção passiva mais consolidada, pode se chegar a 10% a mais de custos na construção do 
que uma construção convencional, inclusive até mais barato que o tradicional, como foi o 
 36 
caso de um alojamento para 40 estudantes em Viena construído em 2015, certificado pelo 
Passive House Institute (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
 
Figura 7 – Construção PopUp – GreenFlex Solutions 
 
Fonte: https://www.better-bee.com/blog/economical-passive-house-for-students-in-record-time/ 
 
Este alojamento para estudantes quebrou o recorde por ser construído em uma 
semana, chamada de PopUp – GreenFlex Solutions, foi alocada em Viena e será removida 
após cumprir seu propósito, mudando de local conforme a necessidade. Isso prova que uma 
construção passiva pode ser construída e descontruída com rapidez, baixo custo e ainda 
respeitar os padrões de rendimento Passivhaus (CONBOY, 2015). 
Como todo método novo de construção, a consolidação na curva de aprendizado e 
a disponibilidade de componentes já foram superados e nos dias atuais o custo de construção 
já não tem o mesmo peso na decisão entre construir uma casa pelo método tradicional ou pelo 
método passivo (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
No gráfico 1, em amarelo são as primeiras construções passivas com o ano de 
construção no eixo x e o custo em Euros no eixo y. Pode-se notar a constante queda no custo 
com o passar dos anos, resultado de experiencia e disponibilidade de equipamentos no 
mercado. 
 
 
 
 
 37 
 
Gráfico 1 – Construções Passivas e Ano de Construção 
 
Fonte da foto: https://elearning.passivehouse.com/mod/book/view.php?id=356 
 
Hoje no Brasil com a primeira casa passiva construída no último mês de julho, 
estamos no início da curva de aprendizado, ainda é um sistema novo para os brasileiros e os 
materiais necessários como o sistema de ventilação mecanizado ainda precisam ser 
importados, elevando o custo para quase o dobro de uma construção tradicional feita hoje no 
Brasil (AZEVEDO, 2018). 
4.3 DEFINIÇÃO OFICIAL DA NORMA PASSIVHAUS 
 
A aplicação dos conceitos descrito nos capítulos acima se baseiam na definição 
oficial da norma Passivhaus, que segundo Wassouf (2015), é um edifício que pode garantir o 
conforto climático fornecendo energia para a calefação e/ou refrigeração apenas por meio de 
ventilação. Esse fluxo de ventilação é o mínimo necessário para garantir a higiene dos 
cômodos (30 m²/hora por pessoa no uso habitacional). 
Embora algumas técnicas e tecnologias tenham sido desenvolvidas 
especificamente para o padrão Passive House, outras, como a superinsulação, já existiam, e o 
conceito de projeto de construção solar passiva remonta à antiguidade. Havia outras 
experiências anteriores com padrões de construção de baixa energia, notavelmente o padrão 
 38 
alemão Niedrigenergiehaus (casa de baixa energia), bem como de edifícios construídos para 
os exigentes códigos de energia da Suécia e Dinamarca (NASCIMENTO, 2010). 
A norma Passivhaus exige que o edifício preencha os seguintes requisitos: O 
edifício deve ser projetado para ter uma demanda anual de aquecimento e resfriamento, 
conforme calculado com o Pacote de Planejamento Passivhaus não superior a 15 kWh / m 2 
(4.755 BTU / pés quadrados; 5.017 MJ / m²) por ano em energia de aquecimento ou 
resfriamento ou ser projetado com um pico de carga de calor de 10 W / m 2 (1,2 hp / 1000 sq 
ft). 
O consumo total de energia primária (fonte de energia para eletricidade, etc.) 
(energia primária para aquecimento, água quente e eletricidade) não deve ser superior a 60 
kWh/ m 2 (19.020 BTU / pés quadrados; 20,07 MJ / m²) por ano. 
O edifício não deve vazar mais ar do que 0,6 vezes o volume da casa por hora (n 
50 ≤ 0,6 / hora) a 50 Pa (0,0073 psi), conforme testado por uma porta do soprador ou, 
alternativamente, quando examinado a área da superfície do gabinete. taxa de vazamento deve 
ser inferior a 0,05 pés cúbicos por minuto. 
Além disso, a carga de calor específica para a fonte de aquecimento na 
temperatura de projeto é recomendada, mas não obrigatória, para ser menor que 10 W / m² 
(3,17 btu / h · ft²). 
Esses padrões são muito mais altos do que casas construídas com a maioria dos 
códigos de construção normais. Para comparações, veja a seção de comparações 
internacionais. 
Acredita-se que os parceiros nacionais do “consórcio para a promoção de casas 
passivas europeias” tenham alguma flexibilidade para adaptar esses limites localmente. 
Ao atingir os padrões da Passivhaus, os edifícios qualificados são capazes de 
dispensar os sistemas de aquecimento convencionais. Embora este seja um objetivo básico do 
padrão Passivhaus, ainda será necessário algum tipo de aquecimento e a maioria dos edifícios 
da Passivhaus incluem um sistema para fornecer aquecimento suplementar. Normalmente, 
isso é distribuído pelo sistema de ventilação de recuperação de baixo volume necessário para 
manter a qualidade do ar, e não por um sistema convencional de aquecimento de ar forçado 
hidrônico ou de grande volume, conforme descrito na seção de aquecimento de ambientes 
(PEREIRA, 2015) 
Nos edifícios Passivhaus, a redução de custos resultante da distribuição do 
sistema de aquecimento convencional pode ser utilizada para financiar a modernização da 
envolvente do edifício e o sistema de ventilação de recuperação de calor. Com um design 
 39 
cuidadoso e crescente concorrência no fornecimento de produtos de construção Passivhaus 
especificamente projetados, na Alemanha agora é possível construir edifícios com o mesmo 
custo daqueles construídos para os padrões normais de construção alemã, como foi feito com 
os apartamentos Passivhaus em Vauban, Freiburg (PEREIRA, 2015). 
Em média, as casas passivas são mais caras do que as construções convencionais - 
5% a 8% na Alemanha, 8% a 10% no Reino Unido e 5% a 10% nos EUA (PEREIRA, 2015) 
Tem-se como objetivo com essa normatização atingir a maior redução no 
consumo de energia de aquecimento exigido pela norma envolve uma mudança na abordagem 
do projeto e construção do edifício. O design pode ser auxiliado pelo uso do 'Pacote de 
Planejamento Passivhaus' (PHPP), que usa simulações de computador projetadas 
especificamente. 
Para alcançar os padrões, várias técnicas e tecnologias são usadas em combinação, 
conforme subitens a seguir. 
 
4.3.1 Design solar passivo e paisagem 
O projeto de construção solar passiva e o paisagismo energeticamente eficiente 
apoiam a conservação de energia da casa Passiva e podem integrá-los em um bairro e 
ambiente. Seguindo técnicas de construção solar passiva, onde os edifícios passivos são 
compactos para reduzir sua área de superfície, com janelas principais voltadas para o equador 
- sul no hemisfério norte e norte no hemisfério sul - para maximizar o ganho solar passivo. No 
entanto, o uso de ganho solar, especialmente em regiões de clima temperado, é secundário 
para minimizar os requisitos gerais de energia da casa. Em climas e regiões que precisam 
reduzir o ganho de calor solar passivo excessivo no verão, seja de fontes diretas ou refletidas, 
brise, árvores, pérgulas anexadas com videiras, jardins verticais, telhados verdes e outras 
técnicas são implementadas (VELASCO, MARRONE e ALVES, 2014). 
As casas passivas podem ser construídas a partir de materiais densos ou leves, 
mas algumas massas térmicas internas são normalmente incorporadas para reduzir as 
temperaturas máximas no verão, manter temperaturas estáveis no inverno e prevenir possíveis 
superaquecimentos na primavera ou no outono antes do ângulo mais alto do sol "sombrear" a 
parede do meio-dia exposição e penetração da janela. A cor da parede externa, quando a 
superfície permite a escolha, para a reflexão ou absorção, as qualidades de insolação 
dependem da temperatura ambiente externa predominante durante todo o ano. O uso de 
 40 
árvores decíduas e trepadeiras de parede pode ajudar em climas não a temperaturas extremas 
(VELASCO, MARRONE e ALVES, 2014). 
4.3.2 Alto grau de isolamento térmico 
Os edifícios Passivhaus empregam superinsulação para reduzir significativamente a 
transferência de calor através das paredes, telhado e piso, em comparação com edifícios 
convencionais. Uma ampla gama de materiais de isolamento térmico pode ser usada para 
fornecer os altos valores R requeridos (valores U baixos, tipicamente na faixa de 0,10 a 0,15 
W / (m² · K)). Especial atenção é dada à eliminação de pontes térmicas (NASCIMENTO, 
2010). 
Uma desvantagem resultante da espessura do isolamento da parede requerida é que, a 
menos que as dimensões externas do edifício possam ser ampliadas para compensar, a área 
interna do edifício pode ser menor em comparação com a construção tradicional. 
Na Suécia, para obter padrões passivos de casas, a espessura do isolamento seria de 
335 mm (0,10 W / (m² · K)) e o teto de 500 mm (cerca de 20 pol) (valor U 0,066 W / (m²) · 
K)). 
Entre os arquitetos e engenheiros existe a ideia que quanto maior o isolamento 
térmico, mais a edificação é prejudicada durante o verão com o problema de 
superaquecimento. Nas construções passivas, com ganhos térmicos muito bem controlados no 
verão, combinados com um sistema eficiente de ventilação noturna, o alto isolamento térmico 
melhora o desempenho energético no verão (WASSOUF,2015). 
Segundo o Passive House Institute (2018), o método Passivhaus se baseia nos 
princípios da física para o seu perfeito funcionamento. A regra básica para a transferência 
térmica se divide em 3 mecanismos sempre de um corpo quente para um corpo frio, até que os 
dois entrem em equilíbrio, são eles: Radiação (sem a necessidade de um meio de transmissão) 
Convecção (transmitido via gás ou liquido) e Condução (transmitido através de um sólido). 
Grande parte da transferência de calor em uma edificação ocorre através de 
condução. Por exemplo em elementos opacos como as paredes que entra em contato com uma 
temperatura elevada, o calor está sendo transmitido através das camadas dessa parede, a 
velocidade com que esse calor é transmitido depende da diferença de temperatura entre os 
elementos e a habilidade de certos materiais de transmitir esse calor, o que é dado pela 
condutividade térmica λ (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
 41 
Segundo Wassouf (2015), o conceito de isolamento térmico é descrito por meio 
do conceito de transmitância térmica, cuja a unidade é W/m2K (Watt por metro quadrado por 
Kelvin). O isolamento térmico típico para uma edificação Passivhaus nos países centro-
europeus está ao redor de 0,12 W/m2K, isto é, um metro quadrado deixa passar 0,12 W 
quando a diferença de temperatura entre o interior e o exterior é de 1 Kelvin. 
A imagem a seguir retrata um retrofit de uma casa no bairro do Brooklyn, Nova 
York que foi construída em 1899 e reformada nos padrões Passivhaus em 2012, essa casa é 
certificada pelo Passive House Institute e tem o ID:2558 no banco de dados das construções 
certificadas. Na imagem podemos notar o alto grau de isolamento térmico em uma tarde fria 
em Nova York em comparação as casas da vizinhança (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 
2018). 
 
Figura 8 – Retrofit casa no Brooklin 
 
Fonte: www.passivehouse-database.org ID 2558 
 
Figura 9 – Retrofit casa no Brooklin (visão térmica em uma tarde fria) 
 
Fonte: www.passivehouse-database.org ID 2558 
 
 42 
 
4.3.3 Redução de pontes térmicas 
 
As pontes térmicas são perdas de energia na junção ou na falta de uniformidade 
dos elementos construtivos, essa deficiência provoca trocas térmicas indesejadas.Existem 
dois tipos de pontes térmicas: pontual ou linear. As pontes térmicas lineares costumam ter 
mais impacto que as pontuais (WASSOUF, 2015). 
Pontes térmicas são, na maioria dos casos, a grande razão de perdas térmicas em 
edificações com baixo consumo de energia (MCLEOD et al., 2015). Dentro de um sistema 
como o Passivhaus, esse tipo de falha pode ser decisivo entre atender os parâmetros ou não do 
Passivhaus Institute. 
Se não tiver a atenção adequada, podem contribuir em até 50% da transmitância 
térmica dentro de uma construção Passivhaus (MCLEOD et al., 2015). 
Uma construção é considerada livre de pontes térmicas quando atinge um índice 
de menor que 0,01W/mK de condutividade térmica, na prática, isso quer dizer que o envelope 
da edificação está sem nenhuma interrupção (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
Segundo Feist (2014), um exemplo de redução de ponte térmica está na 
construção de uma sacada, feita simplesmente estendendo a laje do ambiente e essa 
construção acaba levando a troca de temperatura entre os ambientes interno e externo, 
levando a um caso de ponte térmica, mesmo que as paredes e janelas tenham um bom 
isolamento térmico. A melhor saída para evitar essa ponte térmica seria a construção de uma 
sacada com fixação externa, independente da laje. 
Devido às quebras de isolamento produzidas, as pontes térmicas conduzem a 
gastos energéticos acrescidos, podendo ser responsáveis por uma parcela importante das 
perdas que ocorrem através da envolvente. Não é eficiente, nem inteligente, isolar 
termicamente as zonas correntes dos elementos e depois descuidar as zonas das pontes 
térmicas (VALÉRIO, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
Figura 10– Exemplo de ponte térmica 
 
Fonte: household_mold-Jonathan Hatch_httpswww.howtocleanthings.comhow-to-clean-mold 
 
A umidade de condensação nos edifícios é muito problemática, originando gastos 
adicionais em manutenção, problemas de durabilidade dos materiais, redução do conforto e o 
aparecimento de fungos e bolores que podem levar à insalubridade do ar e do restante 
ambiente envolvente (VALÉRIO, 2007). A recomendação do Passive House Institute (2018) 
para minimizar as pontes térmicas é que sejam seguidas 3 regras simples: 
 
1- Regra da conexão: Camadas de isolamento nas conexões de componentes de 
construção se fundem uma sobre a outra por toda a superfície. Manter o 
isolamento linear. 
 
Figura 11 – Detalhamento do encontro de duas paredes com pilar (com isolamento 
exterior), 
 
Fonte: Renata Dalbem, Conceito Passivhaus aplicado ao clima brasileiro 
 
 44 
 
2- A camada de isolamento não deve ser interrompida ou compensada, se puder 
ser evitada, melhor. 
 
Figura 12 – Sacada feita com a laje a esquerda e estrutura independente a direita. 
 
Fonte: Passive House Institute 
 
 
3- Se uma penetração for inevitável, a condutividade térmica e a seção 
transversal do material penetrante devem ser as mais baixas possíveis. 
Usar betão poroso/leve ou madeira, ou ainda melhor, purenit ou foamglass. 
 
O melhor controle de pontes térmicas é feito através da regra criada pelo instituto 
Passivhaus, a regra do lápis, em que é feito o contorno de todo o projeto indicando que todas 
as possíveis pontes térmicas estão pensadas e solucionadas (FEIST, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Figura 13 – Regra do lápis, contorno do projeto 
 
Fonte: International Passive House Association 
 
As pontes térmicas devem ser identificadas e corrigidas ainda na fase de projeto, a 
execução deve ser acompanhada de perto por um especialista para depois, em testes, tudo sair 
conforme o projeto. A principal regra de prevenção na fase de projeto é que o isolamento não 
deve ser interrompido (VICENTE, 2016). 
 
4.3.4 Estanqueidade (airtightness) 
A penetração do ar na edificação se dá por conta da diferença de pressão. Essas 
diferenças de pressão podem ser por decorrência da ação do vento ou também pelo chamado 
efeito chaminé, esse efeito ocorre quando o ar se movimenta pela diferença de temperatura e o 
ar quente sobe por conta de sua baixa densidade (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
A construção de envelopes sob o padrão Passivhaus deve ser extremamente 
hermética, se comparada à construção convencional. Eles precisam atender 0,60 ACH50 
(trocas de ar por hora a 50 pascals) com base no volume do prédio, ou 0,05 CFM50 / sf (pés 
cúbicos por minuto a 50 pascals, por pé quadrado da área de superfície do recinto do edifício). 
Para atingir essas métricas, a melhor prática recomendada é testar o compartimento da 
barreira de ar do prédio com uma porta do soprador no meio da construção, se possível 
(PEREIRA, 2015) 
 46 
A eficiência da estanqueidade do ar é fundamental para a baixa demanda energética 
de uma construção, proporcionando economia energética, menores riscos de desenvolverem 
condensações de ar em suas superfícies, assim como a proteção acústica do meio externo 
(TAVARES, 2016). 
A casa passiva é projetada para que a maior parte da troca de ar com o exterior seja 
feita por ventilação controlada através de um trocador de calor, a fim de minimizar a perda de 
calor (ou ganho, dependendo do clima), evitando vazamentos de ar não controlados 
(NASCIMENTO, 2010). 
 A estanqueidade à passagem de ar pode ser confundida muitas vezes com a 
capacidade da edificação em respirar. De certa forma, janelas e outras aberturas devem ser a 
maneira de um edifício realizar a troca de fluxo energético com o meio externo, mas nunca 
através de suas vedações opacas, que podem causar patologias em sua estrutura, além de 
pontes energéticas não desejadas (WASSOUF, 2015). 
Outra razão é que o padrão de casa passiva faz uso extensivo de isolamento, o que 
geralmente requer um gerenciamento cuidadoso dos pontos de umidade e orvalho. Isto é 
conseguido através de barreiras de ar, vedação cuidadosa de todas as juntas de construção no 
envelope do edifício e vedação de todas as penetrações de serviço (PEREIRA, 2015). 
Um teste prático efetuado para comprovar a estanqueidade da edificação é o Blower 
Door, desenvolvido ainda nos anos 70 como ferramenta de pesquisa, o teste blower door 
consiste em ventilador potente instalado na porta de entrada em um painel e movimenta o ar 
controlando a pressão interna da edificação. Esse equipamento cria uma versão exagerada das 
possíveis falhas de estanqueidade que pode ser percebida com ajuda máquinas de fumaça ou 
câmeras infravermelhas (KEEFE, 2010). 
Os testes de estanqueidade ao ar devem possuir resultados semelhantes em suas 
diferentes fases de projeto. Os mesmos devem ser comparados, visando otimizar a remediação 
in loco na camada estanque ao ar caso haja diferenças de resultados no volume de ar trocado 
entre os meios (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Figura 14 – Teste do Blower Door 
 
Fonte: International Passive House Association 
 
Em climas frios, onde o controle à estanqueidade do ar faz parte de técnicas bastante 
consolidadas, o mercado de materiais estanques ao ar e seus sistemas de integração entre os 
diferentes sistemas construtivos (fitas, espumas, etc.) é bastante difundido. Em climas 
quentes, a estanqueidade ao ar na elaboração de uma edificação, apesar de reduzir a demanda 
por refrigeração consideravelmente, não possui a mesma importância dada em climas frios 
(TAVARES, 2016). 
 
4.3.5 Janelas Isoladas 
Sendo o elo fraco no sistema de envelopamento da edificação, as esquadrias 
merecem atenção especial na construção passiva e é essencial que tenha uma excelente 
instalação. Dependendo do clima, os níveis de isolamento e as características dos vidros 
variam de acordo com a necessidade. Em climas frios como da Europa central, o vidro triplo é 
necessário para todas as esquadrias, já em climas quentes o vidro duplo já atende a demanda 
da casa passiva (FEIST, 2014). 
 48 
As esquadrias têm extrema importância em uma edificação Passivhaus,a influência 
das janelas na perda de energia é enorme. Apesar de representar somente 8% do envelope 
total de uma edificação, as janelas são responsáveis por cerca de 40% das perdas de energia 
total da construção (CBIC, 2018). 
O Passive House Institute certifica diferentes componentes da construção: 
esquadrias, vidros, detalhes construtivos de janelas etc. Recentemente, foi estabelecido um 
sistema de classificação energética para as janelas adequado às esquadrias de menor espessura 
que deixam entrar maior radiação para o interior (WASSOUF, 2015). 
Para atender aos requisitos da norma Passivhaus, as janelas são fabricadas com 
valores R excepcionalmente altos (valores U baixos, geralmente de 0,85 a 0,70 W / (m² · K) 
para toda a janela, incluindo a estrutura). Estes normalmente combinam vidro transparente 
com painel triplo (com um bom coeficiente de ganho de calor solar, revestimentos de baixa 
emissividade, argônio lacrimogêneo preenchido ou cheio de gás de krypton, e espaçadores de 
vidro isolante com borda morna) com vedações de ar e esquadrias de vidro térmicas 
especialmente desenvolvidas (PASSIVE HOUSE INSTITUTE, 2018). 
Segundo o Passive House Institute (2018), o isolamento do marco é vital. Nos dias 
atuais existem uma grande variedade de esquadrias certificadas pelo Passive House Institute, e 
também em uma variedade de materiais: Madeira, PVC, Alumínio com Thermo-Brake e 
Madeira com alumínio. 
 
Figura 15 – Janela de PVC com vidro triplo. 
 
Fonte da foto: double-glazed-windows_httpswww.oridow.comdouble-the-benefits-with-double-glazed-upvc-
windows 
 49 
Tratando-se de climas tropicais quentes e úmidos, não é necessário o uso desses 
extremos, porém janelas com elevada resistividade térmica garantem uma menor absorção 
térmica do edifício, possibilitando o mesmo de sair das normas de orientação passiva, com 
maiores aberturas para a direção sul (Hemisfério Sul) (TAVARES, 2016). 
 
4.3.6 Ventilação 
O uso de ventilação natural passiva é um componente integral do projeto de 
residências passivas onde a temperatura ambiente é propícia - seja por ventilação singular ou 
cruzada, por uma abertura simples ou reforçada pelo efeito de empilhamento de menor 
entrada com janelas de saída maiores e / ou claraboias operáveis por clerestórios (PEREIRA, 
2015). 
Quando o clima ambiente não é propício, sistemas de ventilação com recuperação 
mecânica de calor, com taxa de recuperação de calor superior a 80% e motores 
eletronicamente comutados de alta eficiência (ECM), são empregados para manter a 
qualidade do ar e recuperar calor suficiente para dispensar sistema de aquecimento central. 
Como os edifícios projetados passivamente são essencialmente estanques ao ar, a 
taxa de troca de ar pode ser otimizada e cuidadosamente controlada em cerca de 0,4 mudanças 
de ar por hora. Todos os dutos de ventilação são isolados e vedados contra vazamentos 
(PEREIRA, 2015). 
Alguns construtores da Passivhaus promovem o uso de tubos de aquecimento da 
terra (tipicamente ~ 200 mm de diâmetro, ~ 40 m de comprimento a uma profundidade de 1,5 
m). Eles são enterrados no solo para atuar como trocadores de calor terra-ar e pré-aquecer (ou 
pré-resfriar) o ar de admissão para o sistema de ventilação. No tempo frio, o ar aquecido 
também impede a formação de gelo no permutador de calor do sistema de recuperação de 
calor. Preocupações sobre esta técnica surgiram em alguns climas devido a problemas com 
condensação e mofo. Alternativamente, um trocador de calor de terra a ar pode usar um 
circuito de líquido em vez de um circuito de ar, com um trocador de calor (bateria) no ar de 
alimentação (PEREIRA, 2015). 
 50 
4.3.7 Aquecimento de espaço 
Além de usar o ganho solar passivo, os edifícios Passivhaus fazem uso extensivo de 
seu calor intrínseco de fontes internas - como calor desperdiçado da iluminação, produtos da 
linha branca (grandes aparelhos) e outros dispositivos elétricos (mas não aquecedores 
dedicados) - além do calor corporal das pessoas e outros animais dentro do edifício. Isso se 
deve ao fato de as pessoas, em média, emitirem calor equivalente a 100 watts de energia 
térmica irradiada. 
Juntamente com as medidas abrangentes de conservação de energia tomadas, isso 
significa que um sistema convencional de aquecimento central não é necessário, embora 
algumas vezes sejam instaladas devido ao ceticismo do cliente (PEREIRA, 2015) 
Em vez disso, as casas passivas têm, por vezes, um elemento de aquecimento e / ou 
arrefecimento de 800 a 1.500 watt duplo integrado ao duto de ar de alimentação do sistema de 
ventilação, para uso durante os dias mais frios. É fundamental para o projeto que todo o calor 
necessário possa ser transportado pelo baixo volume de ar normal necessário para a 
ventilação. Aplica-se uma temperatura máxima do ar de 50 ° C (122 ° F), para evitar qualquer 
possível cheiro de chamuscar da poeira que escapa dos filtros no sistema. 
O elemento de aquecimento de ar pode ser aquecido por uma pequena bomba de 
calor, por energia térmica solar direta, solar geotérmica anualizada ou simplesmente por um 
queimador a gás natural ou a óleo. Em alguns casos, uma bomba de micro-calor é usada para 
extrair calor adicional do ar de exaustão, usando-o para aquecer o ar de entrada ou o tanque de 
armazenamento de água quente. Pequenos fogões a lenha também podem ser usados para 
aquecer o tanque de água, embora seja necessário cuidado para garantir que a sala na qual o 
fogão está localizado não sobreaqueça (NASCIMENTO, 2010). 
Além da recuperação de calor pela unidade de ventilação de recuperação de calor, 
uma casa passiva bem projetada no clima europeu não deve precisar de nenhuma fonte de 
calor suplementar se a carga de aquecimento for mantida abaixo de 10 W / m². 
Como a capacidade de aquecimento e a energia de aquecimento exigida por uma casa 
passiva são muito baixas, a fonte de energia específica selecionada tem menos implicações 
financeiras do que em um edifício tradicional, embora as fontes de energia renováveis estejam 
bem adaptadas a cargas tão baixas. 
Os padrões de casas passivas na Europa determinam uma demanda de energia de 
aquecimento e resfriamento de espaço de 15 kWh / ano / m² de área de piso tratada e demanda 
de pico de 10 W / m². (Ou, em unidades imperiais, 4,75 kBTU / sf / ano e 3,2 BTU / sf / h 
 51 
respectivamente). Além disso, a energia total a ser usada nas operações do edifício, incluindo 
aquecimento, resfriamento, iluminação, equipamentos, água quente, etc. está limitado a 120 
kWh / ano / m² de área de piso tratada. (Ou, em unidades imperiais, 38,0 BTU / sf / ano). 
 
4.3.8 Iluminação e eletrodomésticos 
Para minimizar o consumo total de energia primária, as muitas técnicas passivas e 
ativas de iluminação natural são a primeira solução diurna a ser empregada. Para dias de baixa 
luminosidade, espaços sem luz do dia e noturnos, o uso de projetos de iluminação sustentável 
e criativa usando fontes de baixa energia pode ser usado. Fontes de baixa energia incluem 
lâmpadas fluorescentes compactas de 'voltagem padrão', iluminação de estado sólido com 
lâmpadas LED, diodos emissores de luz orgânicos, díodos emissores de luz PLED - polímero, 
filamento elétrico de 'baixa voltagem' - Lâmpadas incandescentes compactas, Lâmpadas de 
xenônio e halogênio (NASCIMENTO, 2010). 
Circulação exterior movida a energia solar, segurança e iluminação paisagística - 
com células fotovoltaicas em cada equipamento ou conectando a um sistema central de 
painéis solares, estão disponíveis para jardins e necessidades externas. Os sistemas de baixa 
tensão podem ser usados para iluminação mais controlada ou independente, enquanto ainda 
usam menos eletricidade do que as luminárias e luminárias convencionais. Os sensores de 
tempo, detecção de movimento e operação com luz natural reduzem ainda mais o consumo de 
energia e a poluição luminosa em um ambiente Passivhaus (VELASCO, MARRONE

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