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Biologia de Moluscos Bivalves

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Mytilus galloprovincialis
 e 
Cerastoderma edulis
Mexilhão
e
Berbigão
Trabalho elaborado por:
Ana Cabete nº1,
Ana Loureiro nº3,
Anabela Sardo nº4,
Cidália Cireneu nº7,
Isabel Estanqueiro nº10.
Introdução
Há muito que a apanha de bivalves tem para o homem elevada importância social, cultural e económica, pois representa uma fonte de receita significativa e com fortes tradições para várias comunidades costeiras. 
Os bivalves são todos aquáticos principalmente marinhos, mas existem também espécies de água doce que vivem em lagoas, lagos, estuários e rios.
 
A apanha é um método de pesca, em que o apanhador se desloca a pé, podendo ser utilizadas embarcações de apoio, e equipamento de mergulho em apneia. As espécies alvo, são entre outras, a amêijoa, o berbigão, o lingueirão, o mexilhão, etc.
 Os animais são recolhidos diretamente com as mãos ou utilizando utensílios simples, como a faca de mariscar, o ancinho, o sacho de cabo curto e dragas de mão.
Introdução
A aquicultura detém um papel preponderante na economia internacional, devido à sua relação com a segurança alimentar a nível mundial e é de assinalar que entre os diversos recursos explorados, a produção de moluscos encontra-se em fase de crescimento.
O mexilhão, é uma espécie com grande valor económico, sendo a principal produção em vários países da União Europeia, considerando-se Espanha como maior produtor .
Em Portugal também se produz esta espécie e de acordo com a estatística nacional, do ano de 2005, o mexilhão foi a terceira espécie mais cultivada com a produção de 276 toneladas, atrás da amêijoa com 1647 toneladas e da ostra com 522 toneladas (Direção Geral das Pescas e Aquicultura, 2007).
Caracterização Taxonómica:
Mytilus galloprovincialis, Lamark 1819
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Mytilida
Família: Mytilidae 
Género: Mytilus
Nome Comum: Mexilhão
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Caracterização Morfológica:
Anatomia externa:
A concha é formada por duas valvas iguais, unidas por um ligamento, que se articula por meio de uns pequenos dentes que formam a charneira. Na parte anterior do mexilhão, localiza-se o umbo ,que corresponde ao extremo pontiagudo da concha. A superfície externa aparece frequentemente coberta por numerosos organismos, principalmente balanos ou cracas (pequenos crustáceos). A face interna é de cor violácea e de aspecto nacarado, nela podem distinguir-se os pontos de inserção dos diferentes músculos.
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Anatomia externa
 A concha é composta fundamentalmente de cristais de carbonato de cálcio incrustados numa matriz proteica, denominada de conquiolina e está recoberta na superfície externa por uma fina película de cor, também, de natureza proteica, perióstarco.
 As valvas unem-se através do ligamento, de conquiolina, que devido à sua elasticidade, é responsável pela abertura da concha.
 O pé é um órgão musculoso, de cor laranja avermelhado, em forma de língua. No extremo posterior do pé encontra-se a glândula secretora do bisso, que é formada por uma série de filamentos, de natureza proteica, terminados em pequenos discos adesivos, com os quais o mexilhão se fixa.
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Anatomia interna:
A face interna da concha é luzidia e nacarada; o pé é alongado e percorrido por um sulco central, que abriga glândulas que segregam um líquido viscoso, que coagula para se transformar numa série de filamentos chamada bisso. É por meio desses filamentos que o mexilhão que se fixa ao substrato em que vive, sejam pedras, madeiras submersas, ou outro local onde se consiga fixar. 
Quando o habitat é desfavorável, o animal para locomover-se, quebra a âncora do bisso, por tração do pé e afrouxamento dos fios ,mediante um jogo de músculo.
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Habitat:
É encontrado no Atlântico Nordeste e costa portuguesa, em estuários e habitats oceânicos, habitando zonas rochosas entre marés, até aos 10 m de profundidade. É capturado à mão (apanha). É também produzido por aquicultura em mar aberto, tendo sido feito um forte investimento neste setor económico. O mexilhão mediterrâneo é suscetível a ondas de calor e outras formas de altas temperaturas oceânicas. As populações de M. galloprovincialis exibem uma taxa de mortalidade de 50% a 27,5°C/29°C. Em altas temperaturas, os mexilhões reduzem as taxas de filtração e a capacidade de alimentação. Isto é especialmente preocupante para a aquicultura.
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Distribuição Geográfica
O Mytilus galloprovincialis é encontrado no Atlântico Nordeste e costa portuguesa, em estuários e habitats oceânicos, mas é também cultivado em águas costeiras da Galiza, até às margens do norte do Mar Mediterrâneo. No entanto, a produção também foi relatada em alguns países mediterrâneos do sul, da Federação da Rússia, da Ucrânia e da África do Sul. Esta espécie também é produzida na China. 
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Alimentação
Alimenta-se de matéria em suspensão e fitoplâncton através de filtração.
Os mexilhões são organismos filtradores, ou seja, alimentam-se filtrando as pequenas algas e algum material orgânico que os rodeia. Um mexilhão adulto filtra por dia 5 vezes um garrafão de 20 l.
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Propriedades nutricionais
O mexilhão fornece proteínas de qualidade, facilmente digeridas, contribui com vitaminas do complexo B e minerais, sendo, um produto nutritivo e hipocalórico. Fornece elevada quantidade de ferro, tornando-o muito adequado para pessoas com anemia. As vitaminas B e minerais como o iodo e o magnésio, permitem combater estados de fadiga e impede o hipotiroidismo, sendo também um alimento interessante para crianças e atletas. Outro dos benefícios do mexilhão é o de ser um alimento saudável para o coração, já que o seu alto teor de potássio ajuda a controlar a hipertensão e a retenção de líquidos, enquanto que a maioria das suas escassas gorduras são do tipo ómega 3, que ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue.
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Espécies diferentes de mexilhão
Diferenças externas entre o Mytulis
 galloprovincis e Mytulis edulis
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Caracterização Taxonómica:
 Cerastoderma edule 
(Linnaeus,1758)
 
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Veneroida
Família: Cardiidae 
Género: Cerastoderma
Nome Comum: Berbigão
Caracterização Morfológica
Anatomia Externa
Concha: A concha do berbigão é sólida, grossa, globular e oval, podendo ter até 5 cm de comprimento, sendo a média os 3,5 cm; tem entre 22-28 linhas radiais e a superfície externa pode ser esbranquiçada, amarelada, negra ou acastanhada. Apresenta duas valvas (que podem ser total ou parcialmente calcificadas), que estão unidas por um ligamento elástico parcialmente calcificado (charneira); as valvas são fechadas por músculos adutores.
Anatomia Interna
O manto, é uma epiderme que “cola” o corpo do organismo, protegendo as partes moles, criando uma cavidade onde se encontra a massa visceral. O manto é responsável pela secreção da concha. O rebordo do manto contribui para o crescimento em diâmetro da concha, enquanto que a zona interna se encarrega do crescimento em grossura.O berbigão tem sistema excretor, e um sistema circulatório, logo também tem coração; tem sistema digestivo, sistema respiratório e tem um sistema nervoso, composto por três ou quatro pares de gânglios nervosos, por sua vez ligados a nervos, que se estendem por todo o corpo.
Sistema circulatório e Sistema excretor
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O berbigão tem um sistema circulatório aberto, ou seja o sangue não circula em vasos definidos durante todo o processo no corpo do animal. O sangue de moluscos denomina-se hemolinfa e é responsável pelo aporte de alimento, oxigénio e dejetos do metabolismo (CO2, água e excesos de nitrógeno em forma de amoníaco derivado da degradação de aminoácidos).O coração encontra-se na cavidade pericárdica e é formado por dois aurículos posteriores e um ventrículo anterior. Aos aurículos chegam os vasos branquialis com sangue
oxigenado procedente das brânquias, e passam-no ao ventrículo que o bombeia através de uma grande artéria anterior; 
Nos aurículos, as células encarregues da selecção de dejetos, os «podicitos», realizam uma filtragem do sangue, vertendo os dejetos na cavidade pericárdica, que depois é drenada por nefridios, que comportam o sistema excretor e realizam uma reabsorção seletiva, até que a urina (principalmente amoniaco) esteja pronta a ser expelida para a cavidade paleal e seja eliminada com o fluxo de água filtrada.
Sistema digestivo
 A função das brânquias na alimentação consiste em atrair as partículas em suspensão na água (plâncton e detritos orgânicos). As partículas ficam agarradas aos filamentos que formam as brânquias e são transportadas junto com o muco segregado pelo animal, até à boca com ajuda do movimento dos cílios que cobrem as brânquias. Em redor da boca encontram-se os palpos labiais, estrutura capaz de realizar uma seleção pré-ingestiva. 
 O estômago recebe o alimento ingerido e começa a digestão. O cristalino é um tipo de proteína e haste enzimática, que está no fundo do estômago e que, quando virada, facilita a entrada de alimentos embutidos no muco e liberta enzimas que participam na digestão extracelular. A glândula digestiva completa a digestão das partículas mais pequenas, enquanto o intestino cuida da digestão das partículas maiores. O intestino acaba no ânus, onde o desperdício da digestão é expulso.
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Sistema nervoso
O sistema nervoso típico dos bivalves é formado por três pares de gânglios e um par de largos cordões nervosos. Desde os gânglios cerebropleurais saem nervos dos palpos, para o músculo aductor anterior e para omanto. Os gânglios viscerais enviam nervos ao tubo digestivo, ao coração, brânquias, manto, e músculo aductor posterior. O gânglio pédio encarrega-se dos nervos do pé.
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Sistema Respiratório
 É característica a presença de brânquias, as quais são formadas por filamentos cobertos de cílios, que são fundamentais aos processos de alimentação e respiração. 
 Em relação á respiração, é nas brânquias que se realiza o intercâmbio gasoso.
 
 A estrutura branquial tem no seu interior dois vasos sanguíneos, um «aferente», que leva o sangue cheio de CO2, do corpo até ás brânquias, e outro «eferente» que devolve o sangue carregado de O2. 
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 O habitat do berbigão comum, compreende águas do Atlântico Europeu e do Mar Mediterrâneo, embora outras espécies se desenvolvam em diferentes zonas, que podem apresentar condições ambientais extremas. 
 Podemos encontrá-lo na zona infralitoral, escavando lama, areia ou cascalho, ou em estuários, rios e bancos de areia, perto de zonas de maré.
 
 O berbigão é um animal filtrante que vive enterrado a alguns centímetros acima da superfície, em áreas de areias enlameadas perto da costa. Geralmente enterra-se em areia fina da costa litoral, a uma profundidade superficial, chegando às vezes a uma profundidade excecional de 10 metros. 
Habitat:
Os berbigões comuns ou Cerastoderma edulis, são moluscos bivalves que possuem como característica principal umas estrias bastante demarcadas nas suas conchas.
 
 Como o Cerastoderma edule é capaz de suportar condições ambientais extremas, podemos encontrá-lo perto de áreas próximas à foz dos rios ou estuários, onde a salinidade é muito baixa e, acima de tudo, flutuante, devido à contribuição irregular da água fresca da terra no altos e baixos da maré. Nestas áreas também há grandes variações de temperatura porque, sendo a camada de água de pouca espessura, é aquecida rapidamente pelo sol. 
Habitat:
Distribuição Geográfica
 Podemos encontrar esta espécie desde o Mediterrâneo, Atlântico, Canal da Mancha, ou Mar do Norte, e tem uma ampla distribuição em todo o litoral da Grã-Bretanha. Por outro lado, o seu alcance abrange o Mar ocidental de Barents e a Noruega do norte, até Espanha e Portugal, e atinge o sul do Senegal na África Ocidental.
Alimentação
Os berbigões são comedores ativos de alimentos em suspensão e capturam o plâncton que filtram da água; vivem na superfície dos sedimentos, nos primeiros centímetros e são alimentados por um duplo sifão. Ingerem o alimento através da filtragem de água, através do sifão, que ejeta a areia e armazena os nutrientes; plantas minúsculas e animais encontrados no fundo arenoso são suas principais presas, sendo a sua alimentação composta por fitoplâncton, zooplâncton e partículas orgânicas.
Propriedades Nutricionais
Os berbigões contêm níveis muito baixos de gordura, especificamente entre 0,5 e 2%, proporcionando 47 calorias por 100 gramas de porção comestível e um alto valor de proteína.
As vitaminas presentes nesta espécie são principalmente dos grupos B e A. Entre os primeiros destacam-se B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e B3 (naicina), que facilitam a absorção de nutrientes energéticos, enquanto que os processos reguladores da produção de glóbulos vermelhos, hormônios sexuais e síntese de material genético. A vitamina A (retinol) está envolvida na geração e manutenção de membranas mucosas, pele e sistema ósseo.
Entre os minerais presentes nos berbigões, mencionamos os níveis de fósforo, cálcio, magnésio, ferro e potássio.
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Curiosidades
Suporta altas doses de contaminação, especialmente metais pesados, de modo que nem sempre são adequados para consumo humano. Adaptam-se a áreas de baixa salinidade, em água salobre, e como animais filtrantes, podem acumular certas substâncias tóxicas não biodegradáveis, como metais pesados ou certos poluentes. orgânicos, como pesticidas, PCB e outros organoclorados, etc., dos quais alguns são suscetíveis a perturbadores endócrinos que afetam as populações de berbigão e também as pessoas que os consomem.
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As variedades mais significativas de berbigão, para além do comum, são:
Berbigão Verde (Cerastoderma glaucum). Variedade habitual em águas do Atlântico e Mar Mediterrâneo, com um tamanho reduzido, que oscila entre as 19 e 21 nervuras.
Berbigão Espinhoso ou Marolo (Cardium aculeatum o Acanthocardia aculeata). Costas do Atlântico oriental e Mar Mediterrâneo. Nas suas tonalidades, sobressai o castanho ou avermelhado.
Berbigão Verrugoso, Corruco ou Langostillo (Cardium tuberculatum o Acanthocardia tuberculata).Presente na Costa Atlântica Europeia e Mar Mediterrâneo (Marrocos,Canárias,Grã-Bertanha). O seu tamanho é maior que no resto de espécies, alcançando os 6 cm. Vive enterrado em areias grossas e zonas de fortes correntes.
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Carneiro (Cardium echinatum ou Ancanthocardia echinatta).
 Litoral Atlântico europeu e Mar Mediterrâneo. Consumido principalmente em França.
Glans aculeata 10-20 mm Sul de Portugal a Senegal, Mar Mediterrâneo.
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Webgrafia
pt.wikipedia.org/wiki/Cerastoderma;
http://www.sealifebase.org/summary/Cerastoderma-edule.html;
http://www.cm-ilhavo.pt/uploads/document/file/2873/agenda_n_utica.pdf; https://8700-olhao.com/ria-formosa/sample-page/;
http://skaphandrus.com/pt/animais-marinhos/esp%C3%A9cie/Cerastoderma-edule;
http://3.bp.blogspot.com/-_VZWssHBTsM/VdUA1lbHopI/AAAAAAAAIGY/9-ftPatW6yo/s1600/SAM_9373.JPG;
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=138998;
http:// http://www.omare.pt/pt/especie/mytilus;
http://fazbemasaude.blogs.sapo.pt/mexilhao-as-propiedades-dos-mexilhoes-32895;
https://www.google.pt/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&ei=w9BfWr2bLsPbwQKYlZaQCQ&q;
https://ca.wikipedia.org/wiki/Mitilicultura;
https://ria.ua.pt;
http://www.fao.org;
http//practicasina2013.weebly.com;
https://invertebradosnoartropodos.weebly.com;
https://artfakta.artdatabanken.se;

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