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Caderno Do Professor Filosofia 1ª série do ensino médioEM 1S

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1a SÉRIE 
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1
FILOSOFIA
Ciências Humanas
V
alid
ad
e: 2014 – 2017
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR 
filosofia
ENSINO MéDIO
5a SéRIE/6o ANO
VOLUME 1
Nova edição
2014-2017
São Paulo
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR 
filosofia
ENSINO MéDIO
1a SéRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014-2017
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
São Paulo
FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 1 06/11/13 17:07
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e 
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta 
Coordenadora de Gestão da 
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de 
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação, 
Monitoramento e Avaliação 
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e 
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e 
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o 
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 2 06/11/13 17:07
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que 
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula 
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com 
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — 
Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste pro-
grama, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos 
diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de 
formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por 
uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do 
 material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. 
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São 
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades 
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, 
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade 
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas 
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam 
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a 
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. 
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu 
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar 
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. 
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Orientação sobre os conteúdos do volume 5 
Por que estudar Filosofia? Linhas teóricas da proposta 7
Situações de Aprendizagem 9
Situação de Aprendizagem 1 – Criando uma imagem crítica da Filosofia 9 
Situação de Aprendizagem 2 – Como funciona o intelecto? Introdução ao empirismo e ao 
criticismo 17 
Situação de Aprendizagem 3 – Instrumentos de pesquisa em História da Filosofia 23 
Situação de Aprendizagem 4 – Áreas da Filosofia 28 
Situação de Aprendizagem 5 – Introdução à Filosofia da Ciência 40
Situação de Aprendizagem 6 – Introdução à Filosofia da Religião – Deus e a Razão 50
Situação de Aprendizagem 7 – Introdução à Filosofia da Cultura – Mito e Cultura 58
Situação de Aprendizagem 8 – Introdução à Filosofia da Arte – Nietzsche 67
Quadro de conteúdos do Ensino Médio 71
Gabarito 72
SumáriO
FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 4 06/11/13 17:07
5
Filosofi a – 1a série – Volume 1
OriEntAÇÃo SoBrE oS contEúdoS do VoLuME
Prezado professor,
As sugestões contidas neste Caderno devem 
ser avaliadas por você e consideradas, sempre, 
em função da experiência adquirida na convi-
vência com os alunos nos ambientes em que são 
desenvolvidas suas atividades docentes. 
Como problema inicial, propomos uma 
questão didático-metodológica própria à Filo-
sofi a: ensinar Filosofi a ou ensinar a fi losofar?
Como você bem sabe, ambas são perguntas 
de difícil resposta e implicam escolhas que vão 
orientar todo o desenvolvimento do trabalho 
docente. A resposta não deve ser procurada 
nos debates eruditos sobre Filosofi a, nem no 
ato de fi losofar sobre tudo, mas considerando, 
principalmente, nosso públi co-alvo: os alunos 
da escola pública. 
O que parece certo, porém – e esta é a nossa 
escolha –, é que precisamos chegar à História 
da Filosofi a a partir de questões presentes, e não 
o inverso, como habitualmente acontece. Assim, 
nossos adolescentes podem chegar a uma 
melhor compreensão dos problemas apresenta-
dos pela vida. Sem isso, nenhum filósofo ou 
conceito filosófico terá sentido para eles. O 
primeiro conceito fi losófi co para se trabalhar em 
sala de aula é a vida das pessoas que ali estão 
– do professor ao aluno.
É claro que, para bem trabalhar essa ques-
tão, temos de recorrer aos conhecimentos e às 
estratégias sugeridas pelos fi lósofos, encontra-
dos na História da Filosofi a e que devem ser 
utilizados para desenvolver o pensamento 
crítico, indispensável à promoção da dignidade 
humana. Que sentido pode ter Karl Marx para 
quem não associa as ideias desse autor ao can-
saço causado pelo excesso de trabalho? Que 
sentido pode ter Hannah Arendt se não a asso-
ciarmos às violências que caracterizam – e 
comprometem – a condição humana? Que 
sentido tem John Locke quando dissociado da 
corrupção que nos agride todos os dias?
Para favorecer essa produção de sentidos, 
propõe-se uma abordagem dialógica: ouvir os 
alunos e ser ouvido por eles; dialogar com base 
no que se ouve na sala de aula e se lê nos textos 
fi losófi cos; ler com os alunos e promover ou 
provocar a leitura investigativa; refl etir e fazer 
que eles coloquem suas vidas em meio à dis-
cussão fi losófi ca; fi nalmente, escrever, como 
forma de expressão dessa refl exão.
Neste volume propomos oito situações de 
aprendizagem, a saber: 1) Criando uma ima-
gem crítica da Filosofi a; 2) Como funciona o 
intelecto? Introdução ao empirismo e ao criti-
cismo; 3) Instrumentos de pesquisa em Histó-
ria da Filosofia; 4) Áreas da Filosofia; 5) 
Introdução à Filosofi a da Ciência, com desta-
que para o pensamento de Karl Poppere Tho-
mas Kuhn, bem como os tipos de raciocínio, 
como indução e dedução; 6) Introdução à 
Filosofi a da Religião – Deus e a Razão.
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6
O uso da racionalidade relacionada à exis-
tência de Deus é de particular importância, 
razão pela qual esse tópico deve ser abordado 
com extremo cuidado, a fim de evitar toda e 
qualquer manifestação que possa censurar a 
liberdade de escolha do aluno. Aqui certa-
mente aparecerão, com maior destaque, as 
influências e os conhecimentos prévios dos 
alunos. Cabe a você, professor, assegurar o 
respeito de todos os posicionamentos. O res-
peito à diversidade é, neste caso, essencial; 7) 
Introdução à Filosofia da cultura – mito e 
cultura; e 8) Introdução à Filosofia da arte 
– Nietzsche.
Metodologia e estratégias
Os temas deste Caderno devem ser estuda-
dos principalmente com base na análise de 
textos – leitura, interpretação, compreensão, 
síntese, associação, classificação, comparação, 
organização, caracterização, estabelecimento de 
relações e conclusão – e na realização de pesqui-
sas extraclasse. É essencial sempre valorizar a 
participação dos alunos em sala.
Avaliação
Em relação às propostas de avaliação, compre-
endemos que, além da correção do conteú do, ela 
deva ser um diagnóstico completo do processo de 
ensino-aprendizagem e um estímulo aos alunos 
para que eles próprios possam analisar seu desem-
penho. A avaliação só se reveste de significado se 
for capaz de proporcionar o aprimoramento das 
atividades pedagógicas, tanto por parte do pro-
fessor quanto do aluno. Trata-se de um momento 
de reflexão para ambos e deve fazer parte do 
processo de aprendizagem. Os procedimentos de 
avaliação visam, sobretudo, ao desenvolvimento 
da capacidade de leitura, reflexão e escrita, fun-
damentada em conteúdos conceituais da Filoso-
fia. Além disso, tais conteúdos devem se constituir 
como instrumentos para desenvolver conteúdos 
procedimentais e atitudinais, pois esta proposta 
está comprometida com uma escola que promove 
o desenvolvimento das competências e habilida-
des dos alunos – o que inclui a formação de cida-
dãos críticos e participativos, comprometidos com 
o universo social em que estão inseridos.
Bom trabalho!
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7
Filosofia – 1a série – Volume 1
Por QuE EStudAr FiLoSoFiA? 
LinhAS tEóricAS dA ProPoStA
Para trabalhar essa questão com os alunos, 
você pode dividi-la em duas partes; na primeira, 
oriente uma discussão sobre: O que é Filosofia?. 
Na segunda, diretamente relacionada ao coti-
diano da escola, proponha um debate sobre a 
importância da disciplina no currículo escolar: 
Para que serve o estudo da Filosofia?. Como você 
sabe, há várias respostas para essas questões, 
pois, para cada grande filósofo, a Filosofia é algo 
diferente. Por isso, a fim de evitar a construção 
de um mosaico de definições, nossa proposta 
será orientada pelas indicações dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio 
(PCN-EM) para o ensino de Filosofia.
o que é Filosofia?
Uma discussão sobre o que é Filosofia pre-
cisa, de início, considerar que seu estudo no 
Ensino Médio difere muito daquele que é 
desenvolvido na universidade, de caráter essen-
cialmente acadêmico.
Nas faculdades de Filosofia, ouve-se com 
frequência que existem várias filosofias e que elas 
nem sempre convivem de forma harmônica; é o 
caso, por exemplo, do platonismo, do aristote-
lismo, do racionalismo, da hermenêutica, do 
marxismo, da dialética, do realismo, do estrutu-
ralismo, do pós-modernismo, entre outras. Em 
um curso de graduação, justifica-se o aprofunda-
mento em uma ou em outra filosofia, segundo os 
autores ou problemas que mais sensibilizam os 
alunos – o que, muitas vezes, se deve às influên-
cias exercidas pelos próprios professores.
As questões que abrem nossa proposta 
possuem como objetivo básico levar os alunos 
a perceber o sentido cultural e político da 
Filosofia e a importância de seu ensino para a 
formação deles. Em resumo, fazer que perce-
bam que estudar Filosofia, mais do que obri-
gação escolar, é um direito e uma conquista.
Como ponto de partida, orientamos as 
Situações de Aprendizagem propostas neste 
Caderno pelas seguintes definições:
A Filosofia é “uma reflexão crítica a res-
peito do conhecimento e da ação, a partir da 
análise dos pressupostos do pensar e do agir 
e, portanto, como fundamentação teórica e 
crítica dos conhecimentos e das práticas”.
PCN + Ensino Médio: orientações educacionais 
complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Ciências Humanas e suas tecnologias. p. 44. Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ciencias 
Humanas.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013.
Com base na definição dada, é possível pen-
sar na segunda parte do problema levantado no 
início desta seção, para avaliarmos – professo-
res e alunos – qual é a importância de se estudar 
Filosofia no Ensino Médio.
Para que serve o estudo da Filosofia?
Essa é uma pergunta de difícil resposta, pois 
pressupõe que tudo tem de ter uma utilidade, 
um uso prático, como estudar Matemática ape-
nas para não ser enganado no momento do 
troco. Em geral, essa questão não se embasa em 
uma discussão filosófica; ela procede das neces-
sidades imediatas da ordem mercadológica. De 
qualquer forma, a questão existe e pode ser uma 
ponte para o diálogo.
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8
instrumento Reflexão crítica
Objetos Conhecimento Ação
Objetivo Produção da cidadania
Em vez de expormos o histórico do conceito 
e a crítica a uma concepção de cultura restrita 
e utilitarista, vamos destacar a importância do 
ensino da Filosofia no Ensino Médio para a 
formação do cidadão na profunda dimensão 
ético-política, o que pode ser amparado nos 
próprios argumentos contidos nos PCN, nos 
quais se afirma:
Por que estudar Filosofia?
Com base nas considerações até aqui apre-
sentadas, é possível afirmar que a reflexão crítica 
sustentada pela Filosofia (o instrumento) visa 
auxiliar o adolescente (conhecimento/ação) no 
processo de formação da cidadania (objetivo), 
o que pode ser assim esquematizado:
Em resumo, o objetivo de se estudar Filoso-
fia é o conhecimento de seu instrumento, ou 
seja, a reflexão crítica, que consiste em fazer o 
pensamento voltar-se sobre si mesmo e sobre o 
mundo, de modo a apropriar-se de experiências 
e engajar-se na transformação da própria vida.
Os objetos de trabalho são o conhecimento 
e a ação. A reflexão crítica deve considerar a 
produção teórica da Filosofia, seus textos, os 
problemas abordados e seus métodos. Ao 
mesmo tempo, deve tratar de questões da 
ação humana sobre seus conhecimentos e 
sobre o mundo. Pedagogicamente, divididos 
ou unidos, os objetos devem ser alvo cons-
tante de crítica reflexiva.
A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da ati-
vidade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, 
condições indispensáveis para a formação de cidadania plena!
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – parte IV. p. 45. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013.
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9
Filosofia – 1a série – Volume 1
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 1 
CRIANDO UMA IMAgEM CRítICA DA FIlOSOFIA
No geral, os alunos têm grande dificuldade 
de pensar de forma abstrata, até mesmo pelo 
mundo imagético que os cerca. No entanto, é 
possível incentivá-los a desenvolver essa capa-
cidade por meio da construção de uma imagem 
crítica da disciplina. Inicialmente, vamos ouvi-
-los sobre o que pensam da Filosofia em rela-
ção a outras disciplinas;em seguida, cabe 
dialogar com eles a respeito do conceito de 
Filosofia; depois, pode-se apresentar o con-
ceito de reflexão utilizando a análise do espe-
lho; na sequência, temos a leitura de trechos de 
Aristóteles e Platão; por fim, é hora de promo-
ver o diá logo com base nesses textos.
todas essas sugestões, entretanto, devem 
ser avaliadas por você, professor, que conhece 
melhor os limites e as possibilidades de suas 
condições de trabalho. É possível, por exem-
plo, dilatar ou reduzir o tempo dedicado a 
cada atividade, bem como acrescentar ou 
modificar procedimentos. Enfim, faça as 
adaptações que julgar necessárias para atingir 
seus objetivos docentes. 
SituAçõeS de APrendizAgem
Conteúdos e temas: desenvolvimento dos conceitos básicos de Filosofia, reflexão e reconhecimento 
do intelecto.
competências e habilidades: dominar diferentes linguagens e compreender diferentes fenômenos 
do conhecimento. A proposta procura incentivar as competências que possibilitam reconhecer 
manifestações histórico-sociais do pensamento, além de incentivar as práticas do trabalho em 
equipe, da pesquisa, da sistematização e apresentação de conceitos e informações e da exposição 
oral e escrita. Durante sua realização, os alunos podem ser incentivados a selecionar, organizar 
e identificar informações, bem como desenvolver a capacidade de produção de textos, associando 
questões atuais a referências extraídas da História da Filosofia.
Sugestão de estratégias: orientar o trabalho em grupos, a realização da pesquisa, a coleta e a 
sistematização das informações. Do momento de ouvir os alunos até que eles possam escrever, o 
acompanhamento questionador e investigativo é fundamental. O exercício constante de propor 
questões e ajudar os alunos a responder a elas é uma das chaves da investigação filosófica.
Sugestão de recursos: um espelho de tamanho médio e alguns textos selecionados.
Sugestão de avaliação: registros sobre a participação nas discussões. A leitura do texto produzido 
pelos alunos e a sua reescrita devem ser consideradas.
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10
o que lembra o quê?
Matemática
Inglês
História
geografia
Biologia
Língua Portuguesa
Educação Física
Arte
Filosofia
Física
Química
Sociologia
Quadro 1.
Sondagem e sensibilização – 
ouvir e dialogar
Inicialmente, e com o objetivo de que 
os alunos conheçam e fixem concei-
tos que serão trabalhados ao longo 
deste volume, você pode propor a atividade de 
Pesquisa Individual que consta no Caderno do 
Aluno sobre as expressões “Intelecto”, “Refle-
xão crítica”, “Filosofia” e “Cidadania”.
Em seguida, você pode pedir aos alunos que 
preencham o quadro a seguir. Oriente-os a 
evitar respostas que possam causar constran-
gimento, como “Arte lembra o professor 
chato”, ou respostas muito específicas, como 
“Matemática lembra o número 3”; neste caso, 
seria melhor responder “Matemática lembra 
números e cálculos”.
Depois de observar as anotações feitas no 
Caderno dos alunos, você deve preencher o 
mesmo quadro na lousa, lembrando que o 
mais importante nele são as indicações sobre 
Filosofia, pois a intenção é investigar o que os 
alunos pensam da disciplina. 
De posse das respostas, faça à classe algu-
mas perguntas, de maneira que todos possam 
responder oralmente; você pode modificar ou 
acrescentar outras questões. Esta atividade 
também está proposta no Caderno do Aluno, 
na seção Preparação para discussão, na qual 
os alunos poderão registrar suas respostas.
a) O que você pensa a respeito da Filosofia?
b) Como você imagina que é o trabalho de 
um filósofo? Você conhece ou já ouviu 
falar de um filósofo? Qual é o seu nome e 
o que ele escreveu?
FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 10 06/11/13 17:07
11
Filosofia – 1a série – Volume 1
A seguir, apresentamos algumas respostas 
obtidas em nossas experiências de aulas de 
Filosofia com alunos do Ensino Médio.
 f “Um conhecimento inútil, não serve para 
trabalhar ou arrumar emprego e não dá 
dinheiro.” A essa ideia, bastante recor-
rente, é possível opor argumentos contra o 
reducionismo da vida humana ao trabalho. 
Ressalte que somos mais do que o dinheiro 
pode pagar. Além disso, lembrando que a 
Filosofia é uma importante manifestação 
da cultura, você pode questionar a classe a 
respeito da subordinação mecânica à utili-
dade mercadológica.
 f “Um conhecimento profundo demais e que 
não somos capazes de entender.” De fato, 
a Filosofia é um conhecimento profundo, 
mas, desde que se dê o primeiro passo, é 
possível caminhar longas distâncias.
 f “Um curso para passar o tempo, pois não 
reprova.” Aqui, você pode lembrar que 
exercitar o pensamento é uma ótima opor-
tunidade para se desenvolver. Mas, como 
está em jogo também o modo como se 
passa o tempo, é possível pedir aos alunos 
que avaliem o que é melhor: viver a vida 
como uma pedra, apenas sofrendo a ero-
são do tempo, como um animal selvagem, 
à procura somente do que serve de ime-
diato, ou como um ser humano, capaz de 
crescer e se desenvolver conscientemente.
 f “Um conhecimento alienado, incapaz de 
dialogar com a realidade.” Embora essa 
ideia seja muito comum, não é difícil mos-
trar que a Filosofia se preocupa, sim, com a 
realidade, pois fazem parte de suas preocu-
pações questões muito importantes, como 
o aborto e a eutanásia, ou como deve ser a 
justiça para lutar contra as injustiças, como 
deve ser um bom político, como identificar 
a corrupção moral ou como avaliar, etica-
mente, as aplicações da Ciência.
 f “Um conhecimento de gente revoltada, 
que não gosta de religião, moral ou das 
coisas como elas deveriam ser.” Sobre isso, 
reconhecido o direito das pessoas de serem 
agnósticas ou ateias, é importante dizer 
que a Filosofia não pode ser associada com 
revoltas contra as religiões ou contra a reli-
giosidade. A Filosofia é crítica na medida em 
que procura pensar todos os lados de uma 
questão. No caso da religião, ela busca supe-
rar as visões superficiais que, por exemplo, 
classificam as pessoas como boas e honestas 
só por irem diariamente à igreja ou ao tem-
plo, sem considerar suas atitudes cotidianas. 
Mais ainda: a Filosofia se permite refletir 
sobre uma explicação divina para as injus-
tiças sociais, como a fome e a violência, o 
que pode ser estendido ao campo da moral: 
por exemplo, devemos julgar os outros sem 
saber o que acontece com eles de verdade? 
É possível ignorar que uma pessoa conside-
rada honesta e boa na frente dos amigos e da 
família, tenha, em outras situações, atitudes 
vergonhosas, desonestas, maldosas e, conse-
quentemente, condenáveis?
 f “Um conhecimento que ajuda a gente a ser 
feliz, uma terapia de grupo.” Não é difí-
cil encontrar na Filosofia consolo e refle-
xão, que podem nos animar, estimular e 
fortalecer. Mas é preciso informar que, às 
vezes, a Filosofia trata de questões difíceis, 
principalmente quando descobrimos que 
temos responsabilidades maiores. O lado 
terapêutico da Filosofia existe; no entanto, 
há também a exigência de trabalho e enga-
jamento por um mundo melhor. Ela deve 
fazer bem ao indivíduo e ao grupo, mas 
isso nem sempre é prazeroso.
 f “Uma lição de moral, já que o padre e o pastor 
não podem vir à escola.” A reflexão ética não 
é um exercício normativo; a imagem da Filo-
sofia moralista normativa deve ser colocada 
em questão por imperativos éticos. Por exem-
plo, é uma norma moral respeitar e obedecer 
ao pai e à mãe. Entretanto, o que deve ser feito 
quando o filho é colocado em uma situação 
de violência pelos pais? Ou o irmão por outro 
irmão? O cidadão de que a sociedade precisa 
para tornar-se melhor deve ser capaz de fazer 
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12
um discernimento ético sobre questões como 
essas, não sereduzir a um inconsciente cum-
pridor de preceitos morais.
 f “Um jeito de viver.” Você deve se lembrar 
de que, na faculdade, muitos colegas se 
decepcionaram porque não encontraram 
na Filosofia uma solução para suas vidas. 
Apesar de termos filósofos muito religio-
sos, a Filosofia não é uma espécie de reli-
gião; ela é uma reflexão. Quando ouvimos 
uma pessoa falar “a minha filosofia de 
vida”, ela está se referindo ao seu jeito de 
encarar as coisas, e não à Filosofia mesmo, 
que é uma reflexão crítica e metódica.
Ver e ouvir – o espelho
Preparação
Para esta etapa, é necessário que você dis-
ponha de um espelho de tamanho médio para 
usar em sala. 
Questões para investigação
Procure dividir a classe, no máximo, em cinco 
grupos. Assim que os grupos estiverem formados, 
escreva, na lousa, as seguintes questões, também 
formuladas no Caderno do Aluno:
a) O que se vê no espelho?
b) O que o espelho não pode refletir?
c) Como e para que o espelho é utilizado?
Passe o espelho para cada grupo e peça que 
anotem as questões e entreguem as respostas 
em uma folha separada. Sugerimos que as res-
postas sejam apresentadas por meio de tópicos. 
Por exemplo, para a questão “Como e para que 
o espelho é utilizado?”:
 f Ver se o cabelo está penteado;
 f Ver se temos espinhas no rosto.
Comentários sobre as questões
Com o espelho na mão e com as respostas 
dos alunos, você pode discutir as questões: 
O que se vê no espelho?
Comece falando sobre como funciona o 
espelho: a luz branca, que contém todas as 
cores, parte de sua fonte, por exemplo, o Sol 
ou a lâmpada, e atinge os objetos. Os objetos 
absorvem a luz, que é composta das cores do 
arco-íris; se o objeto aparece com a cor ama-
rela, por exemplo, é porque absorveu os raios 
de todas as outras cores e refletiu a amarela; 
o mesmo ocorre com as outras cores. Se o 
objeto aparece preto, é porque absorveu todas 
as cores, e, se aparece branco, é porque não 
absorveu nenhuma cor. Seria interessante 
mostrar o conceito com as cores da sala: a 
camiseta verde, o boné azul, o batom verme-
lho etc.
Então, quando vemos as cores na realidade, 
o que vemos é a reflexão da luz, em diferentes 
partes que correspondem a elas. É verdade que 
o físico explicaria isso com mais detalhes, por 
meio das leis da óptica; afinal, a Filosofia sem-
pre aprendeu muito com a Física e com as 
outras ciências.
O espelho não deixa a luz atravessá-lo, pois 
possui um revestimento opaco. Como a luz não 
pode passar, ela vai e volta, integralmente. É 
bom lembrar que o olho vê apenas a luz que 
toca os objetos. Se o espelho reflete ou “rejeita” 
toda a luz, mostra todas as cores, e é por isso 
que, quando olhamos para ele, vemos a ima-
gem completa. A esse fenômeno damos o nome 
de reflexo.
O que o espelho não pode refletir?
Um espelho não pode mostrar os objetos 
que a luz não atinge. Por isso, não existe reflexo 
no escuro. Ele também não pode mostrar o que 
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Filosofia – 1a série – Volume 1
não está à sua frente ou o que está escondido, 
nem os seres invisíveis a olho nu, como o ar e 
os micróbios. Ele não pode refletir a si mesmo. 
E também não pode mostrar o passado nem o 
futuro; ele só mostra o presente.
Como e para que o espelho é utilizado?
Trata-se de um excelente momento para 
pensar o espelho do ponto de vista estético. E 
por que não usar o espelho para ensinar a 
refletir?
Ler
Preparação
Prepare biografias curtas de Aristóteles e 
Platão. Apresente aos alunos os dados rele-
vantes. Você pode salientar algumas curiosi-
dades, pois isso cativa a atenção e pode 
levá-los a se identificar com alguns dos filó-
sofos, despertando-lhes a curiosidade e a 
vontade de aprofundar o estudo. Essa prática 
pode, também, aproximar os alunos da His-
tória da Filosofia, fazendo-os chegar até ela 
pelos exemplos, e não pela memorização de 
nomes, datas e sínteses esquemáticas.
O mais importante, porém, é destacar que 
esses filósofos podem ajudar a pensar sobre a 
capacidade reflexiva dos seres humanos.
Depois disso, apresente para os alunos os 
textos selecionados a seguir. Caso julgue neces-
sário, acrescente outros textos que considere 
importantes, extraindo-os, por exemplo, de seu 
material didático. É fundamental que os alunos 
tenham contato com esses excertos.
Na Filosofia, a palavra “alma” apresenta 
várias possibilidades de entendimento e con-
ceitos, elaborados, por exemplo, pelos pré-
-socráticos, a escola pitagórica, Platão, Santo 
Agostinho, Descartes, entre outros filósofos. 
Está presente também nas concepções da 
ciência moderna, da neurociência, da teologia 
etc. Do ponto de vista teológico, muitos alu-
nos associam a espírito, parte não material, 
invisível do ser humano, e a faculdades men-
tais, morais, afetivas do homem, entre outras 
compreensões possíveis. Daí a necessidade de 
o professor tratar a palavra “alma” com 
muita atenção, uma vez que ela adquire con-
ceito muito específico, peculiar e próprio na 
filosofia aristotélica.
Professor, os textos a seguir, bem 
como as atividades referentes a 
eles, encontram-se no Caderno do 
Aluno. Peça aos alunos que sublinhem as 
palavras que desconhecem no texto, procu-
rem seu significado e as transcrevam no 
final do Caderno do Aluno, na seção Meu 
vocabulário filosófico.
Ao considerarmos que o conhecimento 
de qualquer tipo é algo a ser honrado e valo-
rizado, um tipo que talvez seja, em razão de 
sua maior exatidão ou por dizer respeito a 
objetos mais belos e elevados, digno de 
maior valor do que qualquer outro, em 
ambos os casos deveríamos naturalmente 
colocar o estudo da alma em primeiro lugar. 
O conhecimento da alma certamente contri-
bui muitíssimo para o avanço da verdade em 
geral e, acima de tudo, para a nossa compre-
ensão da Natureza, já que a alma é, em certo 
sentido, o princípio da vida animal. Nosso 
objetivo é captar e compreender primeiro 
sua natureza essencial e, segundo, suas pro-
priedades; destas, algumas são compreendi-
das como afetos próprios da alma em si, 
enquanto outras são consideradas como 
sendo ligadas ao animal, já que este a car-
rega em si mesmo.
ARISTÓTELES. Da alma. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico. 
gov.br/download/texto/ps000011.pdf>. 
Acesso em: 12 jul. 2013. tradução Eloisa Pires.
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Comentário sobre os textos
Como estamos iniciando o estudo da 
Filosofia por meio do conceito de reflexão e 
vimos que o espelho não mostra tudo o que 
acontece na vida natural e na cultura 
humana, você pode chamar a atenção dos 
alunos para o fato de que Platão e Aristóte-
les trazem em seus textos a preocupação com 
a alma, com a virtude, com a capacidade de 
conhecimento, ou seja, com palavras ou con-
ceitos que fazem parte da experiência 
humana e exigem esforço de reflexão que se 
distingue da reflexão constatada com a ajuda 
do espelho.
 f Como podemos afirmar que existem a alma, 
a virtude, a capacidade de conhecimento?
 f O que fazemos para refletir sobre esses 
conceitos?
Em diferentes culturas e momentos históri-
cos, o ser humano formulou entendimentos 
distintos sobre virtude, alma e conhecimento.
 f O que os alunos do Ensino Médio, presentes 
na aula de Filosofia, entendem por alma?
 f Onde formularam suas representações 
sobre alma e virtude? Nas igrejas, na famí-
lia, na escola? Com a ajuda do cinema? 
Da televisão?
Diferentemente do corpo, o intelecto é 
inteligível. Mas, assim como o corpo, ele pode 
ser melhorado. Esta reflexão deverá conduzir 
o aluno a compreender que a sofisticação do 
seu pensamento pode promover o desenvolvi-
mento consciente de cuidados com seu corpo.
Como argumentar que existem a alma e virtu-
des como solidariedade e justiça, e quesomos 
capazes de pensar e de conhecer o mundo em que 
vivemos?
Uma conversa com os alunos sobre essas 
questões pode ajudar a problematizar a dife-
rença entre a reflexão do espelho e a reflexão 
intelectual.
As respostas dos alunos podem ser registra-
das para aprofundamento posterior à atividade 
que se segue.
escrever
A partir daqui, pode-se propor uma com-
paração entre os conceitos de reflexão intelec-
tual e reflexão no espelho. Uma boa estratégia 
é dar continuidade às questões propostas na 
atividade com o espelho. 
O quadro seguinte pode ser um exercício 
prático para realização em sala de aula. Con-
vém preenchê-lo por etapas, discutindo o seu 
conteúdo. A atividade está presente no Cader-
no do Aluno, com o seguinte enunciado: Em 
que os aspectos da reflexão de uma imagem no 
espelho se assemelham aos aspectos da reflexão 
intelectual ou deles diferem? Preencha o quadro 
a seguir:
Pois nada mais faço do que persuadir a 
todos, jovens e anciãos, a não se preocupa-
rem com si mesmos ou com suas posses, 
mas acima de tudo e principalmente a se 
preocuparem com o mais profundo aper-
feiçoamento da alma. Digo a vocês que a 
virtude não é dada pela riqueza, mas que, 
de fato, a virtude gera riqueza e também 
todos os bens dos homens, públicos e tam-
bém privados.
PlAtãO. Apologia de Sócrates. Disponível em: 
<http://ia700301.us.archive.org/ 
22/items/apologyphaedoan00longgoog/
apologyphaedoan00longgoog.pdf>. Acesso 
em: 21 out. 2013. tradução Eloisa Pires.
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15
Filosofia – 1a série – Volume 1
Preenchido o quadro, peça aos alu-
nos que destaquem uma das afirma-
ções contidas nele e, na sequên cia, 
redijam um texto de 15 linhas, tentando 
explicá-la para um interlocutor imaginário, 
que deve ser identificado no texto. Assim, 
pensando no destinatário, eles poderão 
expressar-se com mais clareza. O texto deve 
contemplar a comparação entre a reflexão do 
espelho e a reflexão intelectual. Como são 
poucas linhas, a tarefa pode ser realizada na 
própria aula ou como lição de casa, de 
acordo com a proposta do Caderno do Aluno, 
a critério do professor. 
Avaliação da Situação 
de Aprendizagem
Observe as produções do aluno e a correção 
dos textos escritos com o objetivo de verificar a 
capacidade de organização para o estudo; veri-
fique se todas as atividades foram concluídas.
Propostas de questões para avaliação
As questões 1, 2, 3 e 4 propostas a 
seguir estão no Caderno do Aluno 
na seção Você aprendeu? e a ques-
tão 5 está disponível apenas para o professor. 
Essas atividades podem ser utilizadas no for-
mato de avaliação em processo. Por meio delas, 
espera-se que o aluno reflita com mais proprie-
dade sobre as três principais indagações (o que 
é?, como é?, por que é?) que caracterizam a 
atitude filosófica.
1. Registre uma situação do dia a dia na 
qual um jovem precise realizar uma refle-
xão. Pode ser uma situação real, recupe-
rada com a ajuda da memória, ou uma 
situação fictícia, inventada para este 
exercício.
Espera-se que o aluno elabore situações cotidianas cujos 
personagens reflitam sobre as relações que produziram tais 
situações, assim como hipóteses sobre desfechos e solu-
ções possivelmente encontradas.
reflexão do espelho reflexão intelectual
Necessita somente de luz. A reflexão intelectual precisa de ideias e conhecimento.
Apenas reflete o que está à sua frente. O intelecto pode refletir sobre coisas escondidas ou ausentes, assim como pessoas que moram longe e de quem gostamos.
Apenas reflete as imagens do presente.
Reflete sobre coisas do passado e pensa o futuro. Em relação ao 
presente, ela trata dos sentidos, dos valores e das interpretações 
que fazemos do que podemos ver e do que apenas percebemos 
da realidade.
Apenas reflete o que é visível. Reflete sobre coisas “invisíveis”, ou abstratas, como o amor, a saudade ou as ideias, sem esquecer, obviamente, a Filosofia.
Caso não funcione direito, pode ser descartado. É possível melhorá-la por meio do conhecimento. 
Não pode refletir a si mesmo. Pode refletir sobre si mesma.
Quadro 2.
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16
2. Destaque um conteúdo que você estudou 
na 8a série/9o ano, de qualquer uma das dis-
ciplinas, e elabore uma ou duas perguntas 
para reflexão sobre esse conteúdo. 
Espera-se que o aluno registre perguntas que permitam o 
questionamento sobre origens, finalidades ou sentidos relati-
vos aos conteúdos destacados.
3. Releia o seguinte texto e apresente um argu-
mento a favor da afirmação de Platão e um 
argumento para questionar esta afirmação: 
que, em geral, utilizamos para defender 
a ideia de que a alma existe, elabore seu 
argumento particular em relação a essa 
ideia, fazendo referência às experiências 
familiares, escolares ou religiosas que, 
na sua história de vida, favoreceram essa 
elaboração.
Espera-se que o aluno recupere experiências coerentes com 
a necessidade de apresentar argumentos favoráveis à ideia de 
que a alma existe.
Proposta de situação 
de recuperação
Oriente os alunos em recuperação a reto-
mar o quadro comparativo entre reflexão do 
espelho e reflexão intelectual. Solicite que sele-
cionem um dos temas apresentados como 
exemplo para a reflexão intelectual: amor e 
saudade. Em seguida, eles deverão apresentar 
argumentos que demonstrem a existência desse 
tema. Para muitos alunos, refletir sobre a exis-
tência de um tema de sua experiência de vida 
poderá facilitar o conteúdo trabalhado nesta 
Situação de Aprendizagem.
recursos para ampliar 
a perspectiva do professor 
e do aluno para a 
compreensão do tema
Livros 
lORIERI, Marcos. Filosofia: fundamentos e 
métodos. São Paulo: Cortez, 2002 (Docência 
em formação). livro que permite uma visão 
ampla do trabalho do professor, com várias 
indicações metodológicas.
MAtOS, Olgária. Filosofia: a polifonia da 
razão – Filosofia e educação. São Paulo: 
Scipione, 1997 (Pensamento e ação no magis-
tério). livro que dialoga com a tradição 
filosófica e o objetivo da formação cidadã.
Pois nada mais faço do que persuadir a 
todos, jovens e anciãos, a não se preocupa-
rem com si mesmos ou com suas posses, 
mas acima de tudo e principalmente a se 
preocuparem com o mais profundo aper-
feiçoamento da alma. Digo a vocês que a 
virtude não é dada pela riqueza, mas que, 
de fato, a virtude gera riqueza e também 
todos os bens dos homens, públicos e tam-
bém privados. 
PlAtãO. Apologia de Sócrates. 
Disponível em: <http://ia700301.us.archive.org/ 
22/items/apologyphaedoan00longgoog/
apologyphaedoan00longgoog.pdf>. Acesso 
em: 21 out. 2013. tradução Eloisa Pires.
Espera-se que o aluno demonstre capacidade de distinguir 
a ideia central defendida por Platão, a saber, que a riqueza 
pode derivar da virtude e que a virtude não deriva da riqueza, 
argumentando em defesa dessa ideia, e que revele, também, 
capacidade de problematizar essa afirmação com questões 
que relativizem essa assertiva.
4. Selecione um problema social atual e viven-
ciado por determinados grupos de jovens 
brasileiros e apresente questões para uma 
reflexão crítica sobre ele.
Espera-se que o aluno elabore questões que permitam a 
contextualização e as diversas perspectivas que cercam o 
problema selecionado.
5. Considerando a conversa que manti-
veram em classe sobre os argumentos 
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Filosofia – 1a série – Volume 1
A primeira Situação de Aprendizagem tratou 
do reconhecimento do intelecto. A segunda 
pretende aprofundar esse reconhecimento. O 
objetivo geral desta Situação de Aprendizagem 
é que o aluno compreenda o intelecto como um 
objeto de estudo, que pode ser entendido. Para 
alcançar esse objetivo, na primeiraetapa, vamos 
abordar o empirismo a partir do funcionamento 
de aparelhos de rádio, da televisão ou do celular, 
na segunda etapa, leremos o texto de John 
Locke; na terceira, o foco é o texto de Kant 
sobre os conhecimentos apriorísticos.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 2 
COMO FUNCIONA O INtElECtO? 
INtRODUçãO AO EMPIRISMO E AO CRItICISMO
Conteúdos e temas: os conceitos básicos são Filosofia, reflexão e reconhecimento do intelecto, 
empirismo, tipos de conhecimento e criticismo.
competências e habilidades: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é estimular o exercício e 
o desenvolvimento de habilidades como a compreensão da dinâmica da aprendizagem e a leitura 
da ordem dos argumentos de um texto filosófico. Por meio dessa proposta, procura-se incentivar 
o desenvolvimento de competências relacionadas à sistematização de ideias e sua diferenciação. 
Na realização das atividades, os alunos podem organizar os argumentos de um texto filosófico e 
associar questões atuais a referências extraídas da História da Filosofia.
Sugestão de estratégias: além das aulas expositivas, você deve orientar o trabalho de leitura com 
base na visualização do equipamento de comunicação. A leitura contínua dos textos como exercício 
da descoberta de uma ordem argumentativa constitui uma boa estratégia.
Sugestão de recursos: aparelho de rádio, televisão ou telefone celular, sites e textos selecionados.
Sugestão de avaliação: como toda a tarefa é realizada em sala de aula, a observação e as anotações 
a respeito da participação são fundamentais. A ordenação de argumentos deve ser considerada 
como espaço de visualização das capacidades de leitura e escrita do aluno. Em relação às 
competências e habilidades, espera-se que o aluno seja capaz de ler textos filosóficos, compreender 
suas estruturas e ordenar suas ideias.
Sondagem e sensibilização – 
ouvir e dialogar 
O rádio, a televisão e o celular
Para desenvolver esta Situação de Aprendiza-
gem, você precisará de um aparelho de 
rádio, televisão ou celular, de preferência quebra-
dos, para que se possa observar o seu interior.
Professor, há, no início da Situação de 
Aprendizagem no Caderno do Aluno, a solici-
tação para que o aluno represente o funciona-
mento do rádio, da televisão ou do celular por 
meio de um desenho e mostre como tais apa-
relhos decodificam e reproduzem o sinal.
Como introdução, apresente uma pequena 
biografia intelectual de John locke. Em seguida, 
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18
após mostrar o rádio, a televisão ou o celular 
aos alunos, você pode propor as questões for-
muladas a seguir, também reproduzidas no 
Caderno do Aluno. Procure sempre comparar 
o funcionamento do aparelho ao da inteligência 
humana. É importante, nas discussões, conside-
rar a proposta teórica do empirismo, assim 
como as questões já trabalhadas sobre o conhe-
cimento do intelecto, ou da alma intelectiva, 
baseando-se nos textos filosóficos anteriores. Os 
alunos deverão responder às seguintes questões, 
com ajuda do debate em sala de aula:
a) Como o rádio, a televisão e o celular cap-
tam, decodificam e reproduzem sinais?
Procure enfatizar o seu funcionamento graças à captação 
(via satélite, por exemplo) de sinais externos, por meio de 
antenas e cabos. Lembre-se de que o aparelho decodifica os 
sinais, transforman do-os em som e/ou imagens. Finalmente, 
pergunte-lhes o que acontece quando removemos a antena 
do rádio ou da televisão.
b) Como o intelecto, ou pensamento humano, 
capta os sinais do mundo?
A inteligência humana capta os sinais do mundo não por 
antenas, mas sim pelos órgãos dos sentidos: ouvidos, olhos, 
língua, pele e nariz. Quando sentimos o mundo, nós o capta-
mos. Os cheiros, os sons, os sabores, as cores e as temperatu-
ras, tudo é interpretado pela inteligência. 
Além disso, podemos partilhar o que captamos com os 
outros. Assim, a interpretação não se reduz a uma ativi-
dade da mente isolada e entra em contato com o mundo 
real, onde vivem outras pessoas. Por exemplo, se está calor 
e minha pele está sentindo o Sol, eu posso fazer esse 
comentário para outra pessoa e ela pode confirmar. São as 
experiên cias interpretadas pelos seres humanos que dizem 
o que é verdadeiro ou não. A isso damos o nome de sen-
sibilidade, porque nossa inteligência, ou nosso intelecto, 
necessita da experiência para entender o mundo.
c) É possível saber como o nosso pensamento 
funciona, do mesmo modo que o técnico 
conhece o funcionamento de um aparelho 
de rádio, televisão ou celular?
Sim, é possível saber como nossa inteligência funciona e como 
ela aprende. Para isso existe a reflexão, que consiste em fazer 
a inteligência olhar para si mesma. Ao olharmos para nós 
mesmos, conseguimos perceber os componentes de nossa 
maneira de pensar, pois existem várias peças (ou partes) em 
nós, assim como no rádio, na televisão ou no celular. O técnico 
deve aprender como funciona cada uma das peças do rádio, da 
televisão ou do celular para perceber onde serão necessários 
os ajustes. Do mesmo modo, ao refletir, podemos aprender o 
funcionamento de cada “peça” da nossa inteligência, ajustá-la, 
se necessário, e, assim, desenvolver nossa inteligência.
Podemos comparar o rádio, a televisão e o 
celular com o intelecto. Esta atividade está 
proposta também no Caderno do Aluno, na 
questão 2 da seção leitura e análise de texto:
O rádio, a televisão ou o celular O entendimento ou o intelecto
Capta o mundo pela antena ou cabo. Capta o mundo pelos cinco sentidos.
Analisa e interpreta o sinal. Analisa e interpreta as experiências.
Depois de interpretar o sinal, transforma-o 
em imagem ou som.
Depois de interpretar as experiências, transforma-as em ideias.
Só interpreta o sinal destinado a ele. Interpreta tudo o que aparece aos sentidos e pode experimentar outras coisas.
Não aprende nada com o que capta. Aprende ou pode aprender com tudo o que capta.
Não pode refletir sobre o que capta. Pode refletir sobre o que consegue captar e, inclusive, transmitir para outras pessoas os conhecimentos.
Quadro 3.
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Filosofia – 1a série – Volume 1
O trabalho do filósofo é parecido com o do 
técnico que conserta aparelhos de rádio, televi-
são ou celular. Comparativamente, o filósofo 
tem de conhecer as partes para poder melhorar 
o funcionamento da inteligência. Isso significa 
que a Filosofia pode nos auxiliar a desenvolver 
ideias mais claras e a melhor sintonizá-las.
Ler – Parte 1
Utilize a pequena biografia de John 
Locke, com dados básicos sobre o 
autor, já apresentada aos alunos, 
para trabalhar o texto a seguir, que pode ser 
acompanhado pelo Caderno do Aluno, em 
Leitura e análise de texto. Nesta seção, há 
também atividades específicas para a análise 
dos trechos. Peça aos alunos que sublinhem 
as palavras que desconhecem, procurem seu 
significado e as transcrevam no final do 
Caderno do Aluno, na seção Meu vocabulário 
filosófico. Caso julgue necessário, acrescente 
outros textos e atividades que considerar 
importantes para o desenvolvimento deste 
conteúdo, extraindo-os, por exemplo, de seu 
material didático. 
Suponhamos, então, que a mente seja, como dissemos, uma folha em branco, vazia de elementos, 
sem qualquer ideia: – Como ela é preenchida? De onde vem essa vasta coleção que a imaginação aguda 
e ilimitada do homem nela inscreveu com uma variedade quase infinita? De onde vem todo o material 
para a razão e o conhecimento? A isso eu respondo, em uma palavra, da experiência. Nela está funda-
mentado todo nosso conhecimento; e dela, em última análise, ela própria se deriva. Nossa observação 
empregada seja sobre objetos externos sensíveis ou sobre operações internas de nossas mentes percebidas 
e refletidas por nós mesmosé o que fornece nossa compreensão com todo material de pensamento. 
Essas são as duas fontes de conhecimento a partir das quais derivam todas as ideias que temos, ou 
podemos ter, naturalmente. 
Primeiro, nossos Sentidos, conhecedores de objetos sensíveis particulares, realmente transmitem 
para a mente inúmeras percepções sobre coisas, de acordo com os vários meios dentro dos quais esses 
objetos os afetam. E, assim, obtêm-se as ideias que temos sobre amarelo, branco, calor, frio, macio, 
duro, amargo, doce e todas aquelas que denominamos qualidades sensíveis; quando digo que os sentidos 
transmitem à mente, quero dizer que eles transmitem à mente, a partir de objetos externos, aquilo que 
produz nela tais percepções. A esta grande fonte da maioria das ideias que temos, dependentes unica-
mente de nossos sentidos, e da qual deriva nosso entendimento, eu denomino sensação. 
Segundo, a outra fonte da qual a experiência fornece entendimento com ideias é a percepção de 
operações de nossas próprias mentes dentro de nós, empregadas sobre as ideias que têm; operações as 
quais, quando a alma chega a refletir e considerar, verdadeiramente fornecem o entendimento com 
outro conjunto de ideias, que não poderiam existir a partir de coisas externas. E tais são percepção, 
pensamento, questionamento, crença, racionalidade, conhecimento, vontade e todas as diferentes formas 
de ação de nossas mentes.
Essa fonte de ideias, todo homem traz dentro de si; e, apesar de não ser um sentido, já que não tem 
nada a ver com objetos externos, ela se parece muito com um e pode ser adequadamente denominada 
como sentido interno. Mas, como denominei o outro sensação, logo denomino este como reflexão, 
sendo as ideias proporcionadas por ele apenas existentes por meio da reflexão da mente em suas próprias 
operações dentro de si mesma.
lOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ 
download/texto/gu010616.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013. tradução Eloisa Pires.
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20
Depois da leitura, organize grupos de cinco 
alunos. Coloque os tópicos a seguir na lousa, 
para que possam ser copiados, e faça um sor-
teio para distribuí-los entre os grupos.
1. A mente é vazia de ideias.
2. Como se adquire conhecimento?
3. A experiência é o fundamento de todos os 
conhecimentos.
4. Como a experiência pode ensinar?
5. Os sentidos fazem que as ideias entrem na 
mente.
6. tipos de experiências dos sentidos: branco, 
amarelo, quente, frio, duro, amargo.
7. A mente percebe as suas operações pela 
reflexão.
8. tipos de percepções: pensar, duvidar, crer, 
raciocinar.
Distribuídos os tópicos, comente que os tex-
tos, de modo geral, procuram defender uma 
ideia. Para isso, cria-se um raciocínio. Os racio-
cínios são feitos de argumentos, que mostram 
ideias que defendem uma ideia central.
Sobre um filme, por exemplo, podemos 
pensar:
 f ideia central: aquele filme é ótimo;
 f argumento 1: porque tem ideias interessantes;
 f argumento 2: porque é fácil de compreender;
 f argumento 3: porque estabelece relações com 
outros filmes e ideias importantes para mim;
 f argumento 4: porque é agradável de assistir;
 f argumento 5: porque atribui a homens e mu-
lheres valores semelhantes quanto às expecta-
tivas sociais (não reduz os homens à riqueza 
nem as mulheres à beleza);
 f argumento 6: porque foi comentado por 
vários autores importantes ao longo de 
muitos anos e pode ser discutido com pes-
soas interessantes pela internet.
Todos os argumentos, ou motivos, ou por-
quês foram elencados de modo a permitir a 
defesa da ideia central. Lembre-se de que todo 
texto é uma defesa de uma ou mais ideias. A 
ideia central do texto que apresentamos pode 
ser resumida nesta frase: “Nascemos sem conhe-
cimento algum e vamos aprendendo pelas aná-
lises das experiências”.
Na sequência, peça aos grupos para procu-
rar, no texto, trechos que combinem com a 
frase que lhes coube. Cada uma delas resume 
argumentos que estão no texto. Quando encon-
trarem, no texto, algo semelhante à frase que 
possuem, terão, então, o argumento. Você pode 
pedir que ordenem as frases segundo o texto. 
Assim, eles poderão perceber a construção de 
um raciocínio textual.
Ler – Parte 2
Professor, esta etapa será baseada nas 
ideias do texto “Da distinção entre o 
conhecimento puro e o empírico”. 
Com o objetivo de que os alunos conheçam e 
assimilem conceitos que serão trabalhados neste 
trecho e ao longo da segunda parte desta Situa-
ção de Aprendizagem, você pode pedir, previa-
mente, que realizem a pesquisa sobre as 
expressões “Experiência”, “Conhecimentos a 
priori”, “Conhecimentos a posteriori”, “Sensa-
ção” e “Reflexão”, proposta na seção Pesquisa 
individual do Caderno do Aluno. Recomenda-
mos a apresentação inicial de uma pequena bio-
grafia de Immanuel Kant, nos moldes das 
sugeridas anteriormente.
O texto a ser trabalhado e que está 
reproduzido a seguir pode ser acom-
panhado também no Caderno do 
Aluno, em leitura e análise de texto. Após a 
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21
Filosofia – 1a série – Volume 1
leitura, peça aos alunos que sublinhem as 
palavras que desconhecem, procurem seu sig-
nificado e os transcrevam no final do Caderno 
do Aluno, na seção Meu vocabulário filosó-
da distinção entre o conhecimento puro e o empírico
Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência; pois de que outro modo 
poderia a nossa faculdade de conhecimento ser despertada para o exercício, não fosse por meio de objetos 
que estimulam nossos sentidos e, em parte, produzem representações por si mesmos, em parte colocam em 
movimento a atividade de nosso entendimento, levando-a a compará-las, conectá-las ou separá-las e, assim, 
transformar a matéria bruta das impressões sensíveis em um conhecimento de objetos chamado experiência? 
No que diz respeito ao tempo, portanto, nenhum conhecimento antecede em nós à experiência, e com esta 
começam todos. 
Ainda, porém, que todo nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso surge ele apenas 
da experiência. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento por experiência fosse um 
composto daquilo que recebemos por meio de impressões e daquilo que nossa própria faculdade de 
conhecimento (apenas movida por impressões sensíveis) produz por si mesma; uma soma que não 
podemos diferenciar daquela matéria básica enquanto um longo exercício não nos tenha tornado atentos 
a isso e aptos a efetuar tal distinção. 
Aquela expressão não é suficientemente determinada, contudo, para designar de maneira adequada o 
sentido integral da questão posta. Pois, se costuma dizer, de muitos conhecimentos derivados de fontes da 
experiência que nós somos capazes ou participantes deles a priori, na medida em que não os derivamos 
imediatamente da experiência, mas sim de uma regra universal que, no entanto, tomamos emprestada da 
própria experiência. Assim, diz-se de alguém que solapou os fundamentos de sua casa que ele poderia saber 
a priori que ela cairia, i.e., ele não precisava esperar pela experiência em que ela de fato caísse. Inteiramente 
a priori, contudo, ele não poderia mesmo sabê-lo. Pois teria que aprender antes, por meio da experiência, 
que os corpos são pesados e, por isso, caem quando lhes é retirado o suporte. 
 No que segue, portanto, entendermos por conhecimento a priori aqueles que se dão não independen-
temente desta ou daquela, mas de toda e qualquer experiência. A eles se supõem os conhecimentos empí-
ricos ou aqueles que só são possíveis a posteriori, i.e., por meio da experiência.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. tradução Fernando Costa Mattos. 2. ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: 
Editora Universitária São Francisco, 2013. p. 45-46.
fico. Aproveiteeste momento para esclarecer 
dúvidas e introduzir novas ideias. Peça tam-
bém que identifiquem qual é a principal tese 
do texto.
Comentário sobre o texto
Nesse trecho, Kant nos mostra como a Filo-
sofia é importante para entender o funciona-
mento da nossa inteligência. Afinal, como 
podemos melhorar algo que não sabemos 
como funciona? Ninguém aprende a dirigir 
bem um carro sem ter alguma noção de como 
ele funciona. Assim é com o rádio, a televisão 
e o celular e com a nossa inteligência. Kant 
explica que o conhecimento que temos pode 
ser posterior à experiência (conhecimento a 
posteriori) ou anterior a ela (conhecimento 
a priori).
Quando pensamos sobre o funcionamento da 
nossa inteligência, fazemos uma reflexão crítica. 
Agora podemos entender um pouco mais o con-
ceito de Filosofia como “uma reflexão crítica a 
respeito do conhecimento e da ação, por meio 
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da análise dos pressupostos do pensar e do agir 
e, portanto, como fundamentação teórica e crí-
tica dos conhecimentos e das práticas”.
Traduzindo para uma linguagem mais sim-
ples, podemos dizer que a Filosofia consiste em 
analisar como nós pensamos a respeito do 
conhecimento e da ação. Nossa inteligência 
está bem equipada para pensar os conhecimen-
tos? Nossa inteligência está bem equipada para 
pensar as ações?
exercício
Após essas discussões, peça aos alunos que 
desenhem um robô que tenha peças com as 
seguintes funções externas: capturar sons, 
imagens, temperatura, tipo de superfície 
(áspera, lisa, mole, dura), cheiros e sabores.
Em seguida, oriente-os a desenhar os com-
ponentes para o computador desse robô, lem-
brando que cada peça deve ter uma função 
interna correspondente às seguintes funções 
externas: analisar a quantidade, analisar a 
qualidade, analisar as relações e julgar os 
valores.
Avaliação da Situação 
de Aprendizagem
Você pode avaliar a Situação de Aprendiza-
gem com base na participação em aula e na 
verificação dos Cadernos dos alunos.
Com o objetivo de alcançar as habilidades 
de reflexão e organização do pensamento, por 
meio do conhecimento do próprio intelecto, 
procure observar, como na Situação de Apren-
dizagem anterior, se os alunos fizeram todos os 
exercícios e se os textos propostos estão regis-
trados no Caderno. O Caderno deve ser a orga-
nização do estudo filosófico do aluno. No caso 
da redação, a avaliação consiste em aferir a 
capacidade de leitura, reflexão e escrita.
Proposta de questões para avaliação
É importante destacar que as ques-
tões 1, 2 e 3 propostas a seguir 
estão dispostas no Caderno do 
Aluno na seção Você aprendeu? e a questão 4 
está disponível apenas para o professor. Essas 
atividades podem ser utilizadas no formato de 
avaliação em processo. Por meio delas espera-
-se que o aluno possa identificar alguns concei-
tos elaborados por Kant e Locke, ao tratarem 
da natureza do nosso conhecimento.
1. Destaque o nome de um filme ou pro-
grama de televisão que você considera 
bom e argumente a respeito de sua qua-
lidade. Analise os seus argumentos e res-
ponda: Quais são os critérios que o levam 
a afirmar que um filme ou um programa 
tem qualidade? 
Espera-se que o aluno reflita sobre os próprios argumentos, 
identificando critérios de qualidade de um filme ou de um 
programa de televisão. O professor deve estar atento para o 
fato de que essa questão exige dois movimentos do aluno: 
elaborar argumentos e identificar critérios de qualidade.
2. Para Kant, o que são conhecimento a priori 
e conhecimento a posteriori?
O aluno deve ser capaz de responder, de forma clara e con-
cisa, que a priori é o conhecimento adquirido sem a neces-
sidade da experiência e que a posteriori é o conhecimento 
ao qual se chega depois da experiência.
3. Destaque a diferença central entre as ideias 
apresentadas no texto de Locke e no de Kant.
Espera-se que o aluno identifique que, segundo Locke, 
todo novo conhecimento se origina da experiência, 
enquanto, para Kant, o conhecimento é uma soma 
daquilo que recebemos da impressão dos sentidos (a 
posteriori) e daquilo que a nossa faculdade de conhecer 
lhe adiciona (a priori). 
4. Apresente uma relação de conhecimentos 
que você já elaborou sobre uma de suas ati-
vidades antes mesmo de tê-la vivenciado. 
Espera-se que o aluno selecione uma atividade do seu 
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Filosofia – 1a série – Volume 1
cotidiano, como um esporte, uma atividade artística, um 
trabalho voluntário ou profissional, uma tarefa doméstica, e 
identifique conhecimentos apriorísticos, ou seja, conheci-
mentos que foram acionados e que já haviam sido elabora-
dos antes mesmo de ele a vivenciar.
Proposta de situação de recuperação
Como na Situação de Aprendizagem ante-
rior, releia com os alunos os textos filosóficos 
que apresentaram dificuldade de compreen-
são. Essa leitura possibilitará ao professor 
identificar as deficiências conceituais e forne-
cer uma explicação mais detalhada para os 
conceitos que não foram bem apreendidos. 
Além da leitura, pode-se pedir aos alunos que 
tentem explicar os excertos, escrevendo 
pequenos textos sobre eles – e reescrevendo, 
quando necessário.
recursos para ampliar a perspectiva 
do professor e do aluno para a 
compreensão do tema
Site
DOMíNIO Público. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 12 
jul. 2013. Este site oferece para download obras 
filosóficas integrais.
A Filosofia é dividida em áreas específicas, 
segundo os principais interesses do conheci-
mento filosófico. Neste tópico, vamos discutir 
algumas áreas com o propósito de oferecer aos 
alunos uma visão mais abrangente e elementos 
que lhes permitam fazer pequenas pesquisas 
para a construção de textos filosóficos. Para 
esse fim, selecionamos os seguintes tópicos: 
Elementos de História da Filosofia, Epistemo-
logia, Teoria do Conhecimento, Ética, Política 
e Estética.
A construção de textos depende sempre da 
pesquisa como forma de estímulo para a curio-
sidade, a leitura e a reflexão crítica. No entanto, 
é comum a pesquisa escolar reduzir-se a mera 
cópia de textos de qualidade duvidosa, princi-
palmente pelo mau uso dos recursos da inter-
net. Então, o que fazer? Como a pesquisa é 
fundamental para o desenvolvimento autô-
nomo do educando, sugerimos dar a ele algu-
mas ferramentas de pesquisa em História da 
Filosofia, de modo especial pela elaboração de 
biografias.
A sugestão de trabalhar com as biografias 
baseia-se na consideração de que, ao se estudar 
História da Filosofia, deve-se colocar a Filosofia 
na história, isto é, compreender que a Filosofia 
está intimamente ligada a uma tradição, que tem 
objetos e problemas próprios, mas, ao mesmo 
tempo, está inserida em épocas e lugares.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 3 
INStRUMENtOS DE PESQUISA EM HIStóRIA DA FIlOSOFIA
Conteúdos e temas: os conceitos básicos a ser desenvolvidos são: História da Filosofia, História, 
biografia, características da Filosofia Antiga, características da Filosofia Medieval, características 
da Filosofia Moderna e características da Filosofia Contemporânea.
competências e habilidades: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é o de estimular o exercício 
e o desenvolvimento de habilidades como a compreensão e a leitura de um texto filosófico. Por 
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Sondagem e sensibilização – 
ouvir e dialogar
Proponha algumas questões, como, por 
exemplo: Você conhece alguma pessoa com 
sabedoria? Como ela fala e procura resolver as 
coisas que acontecem?
O importante, neste momento, é que os 
alunos percebam a íntima ligação entre pes-
soas sábias e a tentativa de resolver problemas 
existentes em sua vida cotidiana.Como forma de introduzir os alunos no 
estudo da História da Filosofia, oriente-os 
sobre o que é uma pesquisa biográfica, tema a 
ser aprofundado em um segundo momento 
nesta Situação de Aprendizagem. Você pode 
sensibilizá-los por meio de questões sobre 
algum filósofo selecionado por você. Pergunte 
aos alunos: Quais foram as principais preocu-
pações deste filósofo? Quais são os principais 
elementos de seu pensamento? Quando e onde 
ele viveu? Quais foram suas influências e a 
quem ele inspirou?
A seguir, aprofundaremos o tratamento a 
ser destinado a cada uma dessas questões.
Períodos da história da Filosofia – 
Ouvir e escrever
Para trabalhar a época em que viveu um filó-
sofo, deve ser considerada a sua posição na divi-
são clássica da História da Filosofia: Filosofia 
Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna 
e Filosofia Contemporânea. Além disso, mesmo 
respeitando essa tradição, convém considerar a 
especificidade de cada autor, evitando generali-
zações. Importa, aqui, levar em conta o contexto 
histórico-social em que viveu o pensador.
É necessário, portanto, subsidiar os alunos 
com uma visão geral sobre cada uma dessas 
divisões, explicadas nas sínteses apresentadas 
a seguir.
Filosofia Antiga 
trata-se do início da Filosofia, da formula-
ção de seus primeiros problemas. A Filosofia 
Antiga abrange um período que vai do final do 
século VI a.C. até o século VII d.C. tendo 
como espaços iniciais as cidades-Estado da 
grécia, também desenvolveu-se em várias cida-
des do Império Romano, inclusive no Norte da 
África. Os escritos da época sobre os quais 
meio desta proposta, procura-se incentivar o desenvolvimento de competências relacionadas à 
sistematização de ideias e sua diferenciação. 
Sugestão de estratégias: elaborar uma linha do tempo da História da Filosofia a fim de orientar 
o trabalho de pesquisa passo a passo.
Sugestão de recursos: caso decida-se fazer a pesquisa em sala de aula, serão necessários livros 
didáticos de Filosofia, com títulos variados, enciclopédias, dicionários de Filosofia e, se possível, 
acesso à internet.
Sugestão de avaliação: se a tarefa for realizada em sala de aula, a observação e as anotações a 
respeito da participação oral são fundamentais. Para o exercício de pesquisa, o foco é a leitura 
investigativa e o debate esclarecedor. Em relação às competências e habilidades, espera-se que os 
alunos sejam capazes de ler diversos textos filosóficos de modo investigativo.
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Filosofia – 1a série – Volume 1
temos conhecimento foram produzidos, em 
geral, em grego e latim, mas os espaços cultu-
rais em que se desenvolveram eram bastante 
heterogêneos. Muitos textos dos pensadores 
desse período acabaram se perdendo, restando-
-nos apenas alguns livros e fragmentos.
Filosofia Medieval
A Filosofia Medieval desenvolveu-se no 
período que vai do século VIII ao século XIV. 
Seus espaços foram, principalmente, os mos-
teiros e ordens religiosas europeias, onde a 
Igreja Católica tinha hegemonia.
Entretanto, houve manifestações filosóficas 
fora do mundo cristão, em especial no mundo 
árabe e judeu. A Filosofia desse período foi uma 
das áreas do conhecimento que ajudaram a 
fomentar a criação das universidades. Sua prin-
cipal discussão era a relação entre fé e razão, ou 
seja, a tentativa de separar o que pertenceria a 
Deus (a teologia) e o que pertenceria aos homens.
Filosofia Moderna
Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna 
se estende até o final do século XVIII, no con-
tinente europeu. Nessa época, a Europa foi 
palco do desenvolvimento do capitalismo, da 
formação dos Estados nacionais, das grandes 
navegações e dos processos de colonização e 
formação dos impérios. A Igreja Católica per-
deu a hegemonia para o protestantismo e para 
as ideias que incentivavam a liberdade do 
homem em relação à religião. Sua principal 
discussão era a preocupação com o homem 
racional e livre, com as mudanças na política e 
com a esperança nas ciências empíricas.
Filosofia contemporânea
A Filosofia Contemporânea estende-se do 
final do século XVIII até os nossos dias. É possí-
vel dizer que seus objetos de estudo se inspiram 
na Revolução Francesa e na Revolução Indus-
trial, com a crescente desumanização do processo 
social de produção. Seu espaço central ainda é a 
Europa, mas cada vez mais atinge outros espaços, 
como, por exemplo, os Estados Unidos da 
América.
Após sua explanação sobre a divisão clás-
sica dos períodos da História da Filosofia, peça 
aos alunos que preencham o quadro que consta 
no Caderno do Aluno, destacando: o contexto 
histórico geral (incluindo as datas e as subdi-
visões do período), os principais problemas 
filosóficos, as principais escolas filosóficas e os 
grandes filósofos do período.
Pesquisa biográfica – 
refletir e dialogar
Agora, você pode retomar a pesquisa de 
biografias, orientando os alunos sobre as fon-
tes em que elas devem ser embasadas. Enfatize 
a importância de consultar boas enciclopé-
dias, dicionários de Filosofia, livros didáticos 
e paradidáticos, além de revistas especializa-
das. Caso seja possível em sua escola, reco-
mende o uso da internet, mas assegure-se de 
que suas orientações serão seguidas, especial-
mente para evitar a cópia pura e simples de 
conteúdos não entendidos.
A atividade Lição de casa do 
Caderno do Aluno propõe a reali-
zação de uma pesquisa biográfica 
sobre a vida de um filósofo indicado pelo pro-
fessor orientada pelas perguntas a seguir:
a) Quando e onde o filósofo viveu? Quais fo-
ram os fatos mais marcantes da vida dele?
Esta questão é fundamental para conhecer o pensamento 
de um autor. É importante dizer com o que o filósofo mais 
se ocupou com base nas áreas da Filosofia, tais como Ética, 
Política, Metafísica, Epistemologia, Teoria do Conheci-
mento, Religião, Lógica e outras. Em seguida, é necessário 
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apresentar, resumidamente, como se caracterizaram essas 
preocupações e como ele tentou respondê-las.
b) Ele se inspirou em quem? E influenciou 
quem?
Espera-se, como resultado da pesquisa, que o autor seja 
apresentado em relação à tradição filosófica. Por exemplo, a 
escola filosófica da qual o pensador participou e as influên-
cias que foram recebidas ou exercidas por ele. Quando for 
o caso, registrar seus oponentes, além de filósofos e pessoas 
importantes que foram inspirados por ele. 
c) O que ele pensou sobre:
 f Ética 
 f Política
 f Teoria do Conhecimento
O resultado da pesquisa deve refletir, em linhas gerais, o 
pensamento do autor em três áreas capitais da Filosofia. É 
desejável que o aluno perceba, em certa medida, possíveis 
relações e conexões entre elas: entre política e ética, entre 
ética e teoria do conhecimento, ou entre teoria do conhe-
cimento e política.
d) Além dessas informações, você encontrou 
alguma outra curiosidade a respeito da 
vida dele?
Espera-se que essa “curiosidade” vá além de questões sobre 
a vida pessoal do filósofo, embora estas possam, eventual-
mente, ser interessantes. De preferência, a atenção deve 
ser dirigida para sua vida pública: por exemplo, que Jean-
-Paul Sartre pronunciou conferências no Brasil em 1960; que 
Michel Foucault manifestou seu apoio à revolução iraniana 
em 1979; que Aristóteles foi tutor de Alexandre, o grande etc. 
Respondidas essas questões, o aluno conse-
guirá situar o filósofo em questão em meio à 
tradição filosófica.
Neste momento, solicite a Pesquisa 
individual proposta no Caderno 
do Aluno, que poderá auxiliar na 
apreensão do conteúdo.
O primeiro exercício da atividade propõe que 
os alunos identifiquem o filósofo a partir de pis-
tas sobre seus principais pensamentos e, em 
seguida, completemas palavras cruzadas com o 
nome de cada filósofo identificado na atividade. 
No segundo exercício, os alunos são provocados 
a pensar sobre os assuntos que acreditam valer a 
pena refletir. Este pode ser um interessante ponto 
de partida para um debate.
Para finalizar a Situação de Aprendizagem, 
você pode propor aos alunos que realizem uma 
nova pesquisa biográfica, dessa vez em grupo. 
Faça um sorteio entre nomes como Platão, 
Aristóteles, Santo Agostinho, René Descartes, 
Baruch Espinosa, David Hume, Voltaire, 
georg W. F. Hegel, Friedrich Nietzsche, 
Karl Marx, Kant, Martin Heidegger, Sartre, 
Hannah Arendt e outros que considerar fun-
damentais. Procure contar aos alunos alguns 
fatos interessantes sobre a vida desses filósofos 
para estimular a curiosidade deles.
Você pode debater com eles os resultados da 
pesquisa e, por fim, orientá-los a redigir, em folha 
avulsa, um texto de aproximadamente duas pági-
nas, contemplando as questões estudadas.
Avaliação da Situação de 
Aprendizagem
Ao avaliar a Situação de Aprendizagem, 
procure observar a participação e a dedicação 
de cada aluno na elaboração das pesquisas e 
do texto.
Propostas de questões para avaliação
As questões 1, 2 e 3 propostas a 
seguir estão dispostas no Caderno 
do Aluno, na seção Você apren-
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Filosofia – 1a série – Volume 1
deu?, e a questão 4 está disponível apenas 
para o professor. Essas atividades também 
podem ser utilizadas no formato de avaliação 
em processo. Por meio de tais atividades, 
espera-se que o aluno possa compreender a 
História da Filosofia considerando a cul-
tura, o período, o pensamento e a tradição 
filosófica.
1. Quais são as principais características da 
Filosofia Antiga?
O aluno deve considerar que se trata do princípio da Filo-
sofia, que seus espaços iniciais foram as cidades-Estado da 
Grécia, mas sua influência se espalhou por várias cidades 
do Império Romano. Os escritos da época sobre os quais 
temos conhecimento foram redigidos, em geral, em grego 
e latim antigos, mas é importante lembrar que os espaços 
culturais nos quais se desenvolveram eram muito hetero-
gêneos. Além disso, muitos textos do período se perderam 
no tempo.
2. Por que a técnica, ou a evolução da tec-
nologia, é um tema tratado pela Filosofia 
Contemporânea?
Uma possível resposta pode considerar a desumanização 
gerada pela técnica ou ainda a liberação do homem com 
respeito a tarefas mecânicas. Problematizar essa evolução 
pode abarcar reflexões sobre seus aspectos positivos e nega-
tivos para a humanidade.
3. Escolha um dos filósofos que você pesqui-
sou nesta Situação de Aprendizagem e des-
taque a principal preocupação filosófica 
defendida por ele.
Os alunos devem associar adequadamente uma das ideias do 
filósofo selecionado e justificar sua seleção de forma coerente.
4. Complete as lacunas do texto a seguir, 
utilizando as seguintes palavras: tradição, 
tempo, História, cultura e pensamento.
A História da Filosofia não pode ser feita sem considerar-
mos a História de uma maneira geral. O lugar onde vive o 
filósofo, sua cultura e os problemas do seu tempo, somados 
ao conhecimento da tradição filosófica, ajudam a criar um 
novo pensamento filosófico.
Proposta de situação de recuperação
Caso os alunos não tenham apresentado um 
bom desenvolvimento, sugerimos a realização 
de uma pesquisa sobre as características de 
cada período da divisão clássica da Filosofia.
recursos para ampliar a perspectiva 
do professor e do aluno para a 
compreensão do tema
Livro
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. 
Dicionário básico de Filosofia. 5. ed. Rio de 
Janeiro: zahar, 2008. Um dicionário para o 
leitor não especializado, com linguagem aces-
sível e conceitos claros.
Sites
CONSCIêNCIA. Disponível em: <http://
www.consciencia.org>. Acesso em: 15 jul. 
2013. Site com diversos conteúdos sobre a 
História da Filosofia.
PORtAl brasileiro da Filosofia. Disponível 
em: <http://www.filosofia.pro.br>. Acesso 
em: 15 jul. 2013. Site com textos e vídeos, 
com conteúdo claro, avaliado por doutores 
em Filosofia. Há vários textos indicados para 
professores.
MUNDO dos filósofos. Disponível em: <http://
www.mundodosfilosofos.com.br>. Acesso em: 
15 jul. 2013. Site com conteúdo simples, obje-
tivo e claro. Um bom lugar para se pesquisar a 
História da Filosofia.
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SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 4 
ÁREAS DA FIlOSOFIA
Esta Situação de Aprendizagem tem como 
objetivo oferecer recursos para que os alunos 
possam iniciar pesquisas sobre Filosofia e 
capacitá-los a construir textos filosóficos.
Tendo isso em vista, serão abordadas as 
áreas da Filosofia de modo amplo e, em 
seguida, a metafísica de Aristóteles. Nos dois 
casos, a estratégia consiste na realização de 
exercícios, elaborados para que o aluno desen-
volva a escrita e o raciocínio filosófico. As 
últimas etapas serão dedicadas a uma introdu-
ção à lógica, igualmente fundamentada em 
exercícios.
Conteúdos e temas: os conceitos básicos a ser desenvolvidos são: áreas da Filosofia, Metafísica, 
lógica, Ética, Epistemologia,teoria do Conhecimento, Estética, Filosofia da História e Política.
competências e habilidades: esta Situação de Aprendizagem visa estimular o desenvolvimento de 
diversas habilidades, como selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações, re-
presentados de diferentes formas. O que se procura com esta proposta é incentivar competências 
que possibilitem reconhecer manifestações ordenadas do pensamento e dos problemas da Filosofia. 
Durante a realização, pode-se incentivar os alunos no desenvolvimento das estruturas lógicas do 
pensamento e promover a descrição sistemática e reflexiva dos objetos e do mundo circundante.
Sugestão de estratégias: orientar os trabalhos de leitura e pesquisa e desenvolver exercícios em 
sala de aula.
Sugestão de recursos: textos para leitura e sites. Como se trata de aulas expositivas, utilize a lousa 
para colocar apontamentos e exercícios.
Sugestão de avaliação: como toda a tarefa é realizada em sala de aula, a observação e as anotações 
a respeito da participação oral são fundamentais. Os exercícios sobre Metafísica e lógica são 
centrais nesta Situação de Aprendizagem e podem ajudar os alunos a desenvolver o raciocínio e 
a elaboração de textos.
Sondagem e sensibilização – 
ouvir e dialogar
Para o início desta Situação de Aprendi-
zagem, você pode propor algumas questões, 
como: Qual é a melhor maneira de jogar fute-
bol? Qual é a melhor maneira de namorar? 
Qual é a melhor maneira de pensar?
O importante é que os alunos percebam que 
o pensamento exige treino e habilidade, e que 
cabe à Filosofia ajudar a estimular o exercício 
de pensar.
Ler e refletir – 
Áreas da Filosofia
Professor, a fim de trazer subsídios 
para o desenvolvimento das ativida-
des seguintes, você pode propor o 
exercício da seção Pesquisa individual, presente 
no Caderno do Aluno. É solicitado aos alunos 
que façam uma pesquisa na internet, em dicioná-
rios de Filosofia, na biblioteca de sua escola ou 
cidade sobre o significado das palavras e expres-
sões: “Política”, “Ética”, “Estética”, e “Filosofia 
da História”. É importante orientá-los quanto à 
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Filosofia – 1a série – Volume 1
necessidade de fontes qualitativas e criteriosas 
para que a tarefa seja bem fundamentada.
Após a pesquisa, propomos uma aula expo-
sitiva, com o objetivo de dar aos alunos uma 
visão mais ampla das áreas da Filosofia. Para 
desenvolver esta etapa, apresentamos, para cada 
área da Filosofia, algumas perguntas introdu-
tórias, sugestões de resposta, uma proposta de 
conceito e um excerto filosófico.

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