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1a SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 1 FILOSOFIA Ciências Humanas V alid ad e: 2014 – 2017 MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR filosofia ENSINO MéDIO 5a SéRIE/6o ANO VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 São Paulo MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR filosofia ENSINO MéDIO 1a SéRIE VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 governo do estado de são paulo secretaria da educação São Paulo FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 1 06/11/13 17:07 Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 2 06/11/13 17:07 Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste pro- grama, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 3 12/11/13 10:34 Orientação sobre os conteúdos do volume 5 Por que estudar Filosofia? Linhas teóricas da proposta 7 Situações de Aprendizagem 9 Situação de Aprendizagem 1 – Criando uma imagem crítica da Filosofia 9 Situação de Aprendizagem 2 – Como funciona o intelecto? Introdução ao empirismo e ao criticismo 17 Situação de Aprendizagem 3 – Instrumentos de pesquisa em História da Filosofia 23 Situação de Aprendizagem 4 – Áreas da Filosofia 28 Situação de Aprendizagem 5 – Introdução à Filosofia da Ciência 40 Situação de Aprendizagem 6 – Introdução à Filosofia da Religião – Deus e a Razão 50 Situação de Aprendizagem 7 – Introdução à Filosofia da Cultura – Mito e Cultura 58 Situação de Aprendizagem 8 – Introdução à Filosofia da Arte – Nietzsche 67 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 71 Gabarito 72 SumáriO FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 4 06/11/13 17:07 5 Filosofi a – 1a série – Volume 1 OriEntAÇÃo SoBrE oS contEúdoS do VoLuME Prezado professor, As sugestões contidas neste Caderno devem ser avaliadas por você e consideradas, sempre, em função da experiência adquirida na convi- vência com os alunos nos ambientes em que são desenvolvidas suas atividades docentes. Como problema inicial, propomos uma questão didático-metodológica própria à Filo- sofi a: ensinar Filosofi a ou ensinar a fi losofar? Como você bem sabe, ambas são perguntas de difícil resposta e implicam escolhas que vão orientar todo o desenvolvimento do trabalho docente. A resposta não deve ser procurada nos debates eruditos sobre Filosofi a, nem no ato de fi losofar sobre tudo, mas considerando, principalmente, nosso públi co-alvo: os alunos da escola pública. O que parece certo, porém – e esta é a nossa escolha –, é que precisamos chegar à História da Filosofi a a partir de questões presentes, e não o inverso, como habitualmente acontece. Assim, nossos adolescentes podem chegar a uma melhor compreensão dos problemas apresenta- dos pela vida. Sem isso, nenhum filósofo ou conceito filosófico terá sentido para eles. O primeiro conceito fi losófi co para se trabalhar em sala de aula é a vida das pessoas que ali estão – do professor ao aluno. É claro que, para bem trabalhar essa ques- tão, temos de recorrer aos conhecimentos e às estratégias sugeridas pelos fi lósofos, encontra- dos na História da Filosofi a e que devem ser utilizados para desenvolver o pensamento crítico, indispensável à promoção da dignidade humana. Que sentido pode ter Karl Marx para quem não associa as ideias desse autor ao can- saço causado pelo excesso de trabalho? Que sentido pode ter Hannah Arendt se não a asso- ciarmos às violências que caracterizam – e comprometem – a condição humana? Que sentido tem John Locke quando dissociado da corrupção que nos agride todos os dias? Para favorecer essa produção de sentidos, propõe-se uma abordagem dialógica: ouvir os alunos e ser ouvido por eles; dialogar com base no que se ouve na sala de aula e se lê nos textos fi losófi cos; ler com os alunos e promover ou provocar a leitura investigativa; refl etir e fazer que eles coloquem suas vidas em meio à dis- cussão fi losófi ca; fi nalmente, escrever, como forma de expressão dessa refl exão. Neste volume propomos oito situações de aprendizagem, a saber: 1) Criando uma ima- gem crítica da Filosofi a; 2) Como funciona o intelecto? Introdução ao empirismo e ao criti- cismo; 3) Instrumentos de pesquisa em Histó- ria da Filosofia; 4) Áreas da Filosofia; 5) Introdução à Filosofi a da Ciência, com desta- que para o pensamento de Karl Poppere Tho- mas Kuhn, bem como os tipos de raciocínio, como indução e dedução; 6) Introdução à Filosofi a da Religião – Deus e a Razão. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 5 06/11/13 17:07 6 O uso da racionalidade relacionada à exis- tência de Deus é de particular importância, razão pela qual esse tópico deve ser abordado com extremo cuidado, a fim de evitar toda e qualquer manifestação que possa censurar a liberdade de escolha do aluno. Aqui certa- mente aparecerão, com maior destaque, as influências e os conhecimentos prévios dos alunos. Cabe a você, professor, assegurar o respeito de todos os posicionamentos. O res- peito à diversidade é, neste caso, essencial; 7) Introdução à Filosofia da cultura – mito e cultura; e 8) Introdução à Filosofia da arte – Nietzsche. Metodologia e estratégias Os temas deste Caderno devem ser estuda- dos principalmente com base na análise de textos – leitura, interpretação, compreensão, síntese, associação, classificação, comparação, organização, caracterização, estabelecimento de relações e conclusão – e na realização de pesqui- sas extraclasse. É essencial sempre valorizar a participação dos alunos em sala. Avaliação Em relação às propostas de avaliação, compre- endemos que, além da correção do conteú do, ela deva ser um diagnóstico completo do processo de ensino-aprendizagem e um estímulo aos alunos para que eles próprios possam analisar seu desem- penho. A avaliação só se reveste de significado se for capaz de proporcionar o aprimoramento das atividades pedagógicas, tanto por parte do pro- fessor quanto do aluno. Trata-se de um momento de reflexão para ambos e deve fazer parte do processo de aprendizagem. Os procedimentos de avaliação visam, sobretudo, ao desenvolvimento da capacidade de leitura, reflexão e escrita, fun- damentada em conteúdos conceituais da Filoso- fia. Além disso, tais conteúdos devem se constituir como instrumentos para desenvolver conteúdos procedimentais e atitudinais, pois esta proposta está comprometida com uma escola que promove o desenvolvimento das competências e habilida- des dos alunos – o que inclui a formação de cida- dãos críticos e participativos, comprometidos com o universo social em que estão inseridos. Bom trabalho! FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 6 06/11/13 17:07 7 Filosofia – 1a série – Volume 1 Por QuE EStudAr FiLoSoFiA? LinhAS tEóricAS dA ProPoStA Para trabalhar essa questão com os alunos, você pode dividi-la em duas partes; na primeira, oriente uma discussão sobre: O que é Filosofia?. Na segunda, diretamente relacionada ao coti- diano da escola, proponha um debate sobre a importância da disciplina no currículo escolar: Para que serve o estudo da Filosofia?. Como você sabe, há várias respostas para essas questões, pois, para cada grande filósofo, a Filosofia é algo diferente. Por isso, a fim de evitar a construção de um mosaico de definições, nossa proposta será orientada pelas indicações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN-EM) para o ensino de Filosofia. o que é Filosofia? Uma discussão sobre o que é Filosofia pre- cisa, de início, considerar que seu estudo no Ensino Médio difere muito daquele que é desenvolvido na universidade, de caráter essen- cialmente acadêmico. Nas faculdades de Filosofia, ouve-se com frequência que existem várias filosofias e que elas nem sempre convivem de forma harmônica; é o caso, por exemplo, do platonismo, do aristote- lismo, do racionalismo, da hermenêutica, do marxismo, da dialética, do realismo, do estrutu- ralismo, do pós-modernismo, entre outras. Em um curso de graduação, justifica-se o aprofunda- mento em uma ou em outra filosofia, segundo os autores ou problemas que mais sensibilizam os alunos – o que, muitas vezes, se deve às influên- cias exercidas pelos próprios professores. As questões que abrem nossa proposta possuem como objetivo básico levar os alunos a perceber o sentido cultural e político da Filosofia e a importância de seu ensino para a formação deles. Em resumo, fazer que perce- bam que estudar Filosofia, mais do que obri- gação escolar, é um direito e uma conquista. Como ponto de partida, orientamos as Situações de Aprendizagem propostas neste Caderno pelas seguintes definições: A Filosofia é “uma reflexão crítica a res- peito do conhecimento e da ação, a partir da análise dos pressupostos do pensar e do agir e, portanto, como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas”. PCN + Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Humanas e suas tecnologias. p. 44. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ciencias Humanas.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013. Com base na definição dada, é possível pen- sar na segunda parte do problema levantado no início desta seção, para avaliarmos – professo- res e alunos – qual é a importância de se estudar Filosofia no Ensino Médio. Para que serve o estudo da Filosofia? Essa é uma pergunta de difícil resposta, pois pressupõe que tudo tem de ter uma utilidade, um uso prático, como estudar Matemática ape- nas para não ser enganado no momento do troco. Em geral, essa questão não se embasa em uma discussão filosófica; ela procede das neces- sidades imediatas da ordem mercadológica. De qualquer forma, a questão existe e pode ser uma ponte para o diálogo. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 7 06/11/13 17:07 8 instrumento Reflexão crítica Objetos Conhecimento Ação Objetivo Produção da cidadania Em vez de expormos o histórico do conceito e a crítica a uma concepção de cultura restrita e utilitarista, vamos destacar a importância do ensino da Filosofia no Ensino Médio para a formação do cidadão na profunda dimensão ético-política, o que pode ser amparado nos próprios argumentos contidos nos PCN, nos quais se afirma: Por que estudar Filosofia? Com base nas considerações até aqui apre- sentadas, é possível afirmar que a reflexão crítica sustentada pela Filosofia (o instrumento) visa auxiliar o adolescente (conhecimento/ação) no processo de formação da cidadania (objetivo), o que pode ser assim esquematizado: Em resumo, o objetivo de se estudar Filoso- fia é o conhecimento de seu instrumento, ou seja, a reflexão crítica, que consiste em fazer o pensamento voltar-se sobre si mesmo e sobre o mundo, de modo a apropriar-se de experiências e engajar-se na transformação da própria vida. Os objetos de trabalho são o conhecimento e a ação. A reflexão crítica deve considerar a produção teórica da Filosofia, seus textos, os problemas abordados e seus métodos. Ao mesmo tempo, deve tratar de questões da ação humana sobre seus conhecimentos e sobre o mundo. Pedagogicamente, divididos ou unidos, os objetos devem ser alvo cons- tante de crítica reflexiva. A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da ati- vidade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação de cidadania plena! Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – parte IV. p. 45. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 8 06/11/13 17:07 9 Filosofia – 1a série – Volume 1 SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 1 CRIANDO UMA IMAgEM CRítICA DA FIlOSOFIA No geral, os alunos têm grande dificuldade de pensar de forma abstrata, até mesmo pelo mundo imagético que os cerca. No entanto, é possível incentivá-los a desenvolver essa capa- cidade por meio da construção de uma imagem crítica da disciplina. Inicialmente, vamos ouvi- -los sobre o que pensam da Filosofia em rela- ção a outras disciplinas;em seguida, cabe dialogar com eles a respeito do conceito de Filosofia; depois, pode-se apresentar o con- ceito de reflexão utilizando a análise do espe- lho; na sequência, temos a leitura de trechos de Aristóteles e Platão; por fim, é hora de promo- ver o diá logo com base nesses textos. todas essas sugestões, entretanto, devem ser avaliadas por você, professor, que conhece melhor os limites e as possibilidades de suas condições de trabalho. É possível, por exem- plo, dilatar ou reduzir o tempo dedicado a cada atividade, bem como acrescentar ou modificar procedimentos. Enfim, faça as adaptações que julgar necessárias para atingir seus objetivos docentes. SituAçõeS de APrendizAgem Conteúdos e temas: desenvolvimento dos conceitos básicos de Filosofia, reflexão e reconhecimento do intelecto. competências e habilidades: dominar diferentes linguagens e compreender diferentes fenômenos do conhecimento. A proposta procura incentivar as competências que possibilitam reconhecer manifestações histórico-sociais do pensamento, além de incentivar as práticas do trabalho em equipe, da pesquisa, da sistematização e apresentação de conceitos e informações e da exposição oral e escrita. Durante sua realização, os alunos podem ser incentivados a selecionar, organizar e identificar informações, bem como desenvolver a capacidade de produção de textos, associando questões atuais a referências extraídas da História da Filosofia. Sugestão de estratégias: orientar o trabalho em grupos, a realização da pesquisa, a coleta e a sistematização das informações. Do momento de ouvir os alunos até que eles possam escrever, o acompanhamento questionador e investigativo é fundamental. O exercício constante de propor questões e ajudar os alunos a responder a elas é uma das chaves da investigação filosófica. Sugestão de recursos: um espelho de tamanho médio e alguns textos selecionados. Sugestão de avaliação: registros sobre a participação nas discussões. A leitura do texto produzido pelos alunos e a sua reescrita devem ser consideradas. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 9 06/11/13 17:07 10 o que lembra o quê? Matemática Inglês História geografia Biologia Língua Portuguesa Educação Física Arte Filosofia Física Química Sociologia Quadro 1. Sondagem e sensibilização – ouvir e dialogar Inicialmente, e com o objetivo de que os alunos conheçam e fixem concei- tos que serão trabalhados ao longo deste volume, você pode propor a atividade de Pesquisa Individual que consta no Caderno do Aluno sobre as expressões “Intelecto”, “Refle- xão crítica”, “Filosofia” e “Cidadania”. Em seguida, você pode pedir aos alunos que preencham o quadro a seguir. Oriente-os a evitar respostas que possam causar constran- gimento, como “Arte lembra o professor chato”, ou respostas muito específicas, como “Matemática lembra o número 3”; neste caso, seria melhor responder “Matemática lembra números e cálculos”. Depois de observar as anotações feitas no Caderno dos alunos, você deve preencher o mesmo quadro na lousa, lembrando que o mais importante nele são as indicações sobre Filosofia, pois a intenção é investigar o que os alunos pensam da disciplina. De posse das respostas, faça à classe algu- mas perguntas, de maneira que todos possam responder oralmente; você pode modificar ou acrescentar outras questões. Esta atividade também está proposta no Caderno do Aluno, na seção Preparação para discussão, na qual os alunos poderão registrar suas respostas. a) O que você pensa a respeito da Filosofia? b) Como você imagina que é o trabalho de um filósofo? Você conhece ou já ouviu falar de um filósofo? Qual é o seu nome e o que ele escreveu? FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 10 06/11/13 17:07 11 Filosofia – 1a série – Volume 1 A seguir, apresentamos algumas respostas obtidas em nossas experiências de aulas de Filosofia com alunos do Ensino Médio. f “Um conhecimento inútil, não serve para trabalhar ou arrumar emprego e não dá dinheiro.” A essa ideia, bastante recor- rente, é possível opor argumentos contra o reducionismo da vida humana ao trabalho. Ressalte que somos mais do que o dinheiro pode pagar. Além disso, lembrando que a Filosofia é uma importante manifestação da cultura, você pode questionar a classe a respeito da subordinação mecânica à utili- dade mercadológica. f “Um conhecimento profundo demais e que não somos capazes de entender.” De fato, a Filosofia é um conhecimento profundo, mas, desde que se dê o primeiro passo, é possível caminhar longas distâncias. f “Um curso para passar o tempo, pois não reprova.” Aqui, você pode lembrar que exercitar o pensamento é uma ótima opor- tunidade para se desenvolver. Mas, como está em jogo também o modo como se passa o tempo, é possível pedir aos alunos que avaliem o que é melhor: viver a vida como uma pedra, apenas sofrendo a ero- são do tempo, como um animal selvagem, à procura somente do que serve de ime- diato, ou como um ser humano, capaz de crescer e se desenvolver conscientemente. f “Um conhecimento alienado, incapaz de dialogar com a realidade.” Embora essa ideia seja muito comum, não é difícil mos- trar que a Filosofia se preocupa, sim, com a realidade, pois fazem parte de suas preocu- pações questões muito importantes, como o aborto e a eutanásia, ou como deve ser a justiça para lutar contra as injustiças, como deve ser um bom político, como identificar a corrupção moral ou como avaliar, etica- mente, as aplicações da Ciência. f “Um conhecimento de gente revoltada, que não gosta de religião, moral ou das coisas como elas deveriam ser.” Sobre isso, reconhecido o direito das pessoas de serem agnósticas ou ateias, é importante dizer que a Filosofia não pode ser associada com revoltas contra as religiões ou contra a reli- giosidade. A Filosofia é crítica na medida em que procura pensar todos os lados de uma questão. No caso da religião, ela busca supe- rar as visões superficiais que, por exemplo, classificam as pessoas como boas e honestas só por irem diariamente à igreja ou ao tem- plo, sem considerar suas atitudes cotidianas. Mais ainda: a Filosofia se permite refletir sobre uma explicação divina para as injus- tiças sociais, como a fome e a violência, o que pode ser estendido ao campo da moral: por exemplo, devemos julgar os outros sem saber o que acontece com eles de verdade? É possível ignorar que uma pessoa conside- rada honesta e boa na frente dos amigos e da família, tenha, em outras situações, atitudes vergonhosas, desonestas, maldosas e, conse- quentemente, condenáveis? f “Um conhecimento que ajuda a gente a ser feliz, uma terapia de grupo.” Não é difí- cil encontrar na Filosofia consolo e refle- xão, que podem nos animar, estimular e fortalecer. Mas é preciso informar que, às vezes, a Filosofia trata de questões difíceis, principalmente quando descobrimos que temos responsabilidades maiores. O lado terapêutico da Filosofia existe; no entanto, há também a exigência de trabalho e enga- jamento por um mundo melhor. Ela deve fazer bem ao indivíduo e ao grupo, mas isso nem sempre é prazeroso. f “Uma lição de moral, já que o padre e o pastor não podem vir à escola.” A reflexão ética não é um exercício normativo; a imagem da Filo- sofia moralista normativa deve ser colocada em questão por imperativos éticos. Por exem- plo, é uma norma moral respeitar e obedecer ao pai e à mãe. Entretanto, o que deve ser feito quando o filho é colocado em uma situação de violência pelos pais? Ou o irmão por outro irmão? O cidadão de que a sociedade precisa para tornar-se melhor deve ser capaz de fazer FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 11 06/11/13 17:07 12 um discernimento ético sobre questões como essas, não sereduzir a um inconsciente cum- pridor de preceitos morais. f “Um jeito de viver.” Você deve se lembrar de que, na faculdade, muitos colegas se decepcionaram porque não encontraram na Filosofia uma solução para suas vidas. Apesar de termos filósofos muito religio- sos, a Filosofia não é uma espécie de reli- gião; ela é uma reflexão. Quando ouvimos uma pessoa falar “a minha filosofia de vida”, ela está se referindo ao seu jeito de encarar as coisas, e não à Filosofia mesmo, que é uma reflexão crítica e metódica. Ver e ouvir – o espelho Preparação Para esta etapa, é necessário que você dis- ponha de um espelho de tamanho médio para usar em sala. Questões para investigação Procure dividir a classe, no máximo, em cinco grupos. Assim que os grupos estiverem formados, escreva, na lousa, as seguintes questões, também formuladas no Caderno do Aluno: a) O que se vê no espelho? b) O que o espelho não pode refletir? c) Como e para que o espelho é utilizado? Passe o espelho para cada grupo e peça que anotem as questões e entreguem as respostas em uma folha separada. Sugerimos que as res- postas sejam apresentadas por meio de tópicos. Por exemplo, para a questão “Como e para que o espelho é utilizado?”: f Ver se o cabelo está penteado; f Ver se temos espinhas no rosto. Comentários sobre as questões Com o espelho na mão e com as respostas dos alunos, você pode discutir as questões: O que se vê no espelho? Comece falando sobre como funciona o espelho: a luz branca, que contém todas as cores, parte de sua fonte, por exemplo, o Sol ou a lâmpada, e atinge os objetos. Os objetos absorvem a luz, que é composta das cores do arco-íris; se o objeto aparece com a cor ama- rela, por exemplo, é porque absorveu os raios de todas as outras cores e refletiu a amarela; o mesmo ocorre com as outras cores. Se o objeto aparece preto, é porque absorveu todas as cores, e, se aparece branco, é porque não absorveu nenhuma cor. Seria interessante mostrar o conceito com as cores da sala: a camiseta verde, o boné azul, o batom verme- lho etc. Então, quando vemos as cores na realidade, o que vemos é a reflexão da luz, em diferentes partes que correspondem a elas. É verdade que o físico explicaria isso com mais detalhes, por meio das leis da óptica; afinal, a Filosofia sem- pre aprendeu muito com a Física e com as outras ciências. O espelho não deixa a luz atravessá-lo, pois possui um revestimento opaco. Como a luz não pode passar, ela vai e volta, integralmente. É bom lembrar que o olho vê apenas a luz que toca os objetos. Se o espelho reflete ou “rejeita” toda a luz, mostra todas as cores, e é por isso que, quando olhamos para ele, vemos a ima- gem completa. A esse fenômeno damos o nome de reflexo. O que o espelho não pode refletir? Um espelho não pode mostrar os objetos que a luz não atinge. Por isso, não existe reflexo no escuro. Ele também não pode mostrar o que FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 12 06/11/13 17:07 13 Filosofia – 1a série – Volume 1 não está à sua frente ou o que está escondido, nem os seres invisíveis a olho nu, como o ar e os micróbios. Ele não pode refletir a si mesmo. E também não pode mostrar o passado nem o futuro; ele só mostra o presente. Como e para que o espelho é utilizado? Trata-se de um excelente momento para pensar o espelho do ponto de vista estético. E por que não usar o espelho para ensinar a refletir? Ler Preparação Prepare biografias curtas de Aristóteles e Platão. Apresente aos alunos os dados rele- vantes. Você pode salientar algumas curiosi- dades, pois isso cativa a atenção e pode levá-los a se identificar com alguns dos filó- sofos, despertando-lhes a curiosidade e a vontade de aprofundar o estudo. Essa prática pode, também, aproximar os alunos da His- tória da Filosofia, fazendo-os chegar até ela pelos exemplos, e não pela memorização de nomes, datas e sínteses esquemáticas. O mais importante, porém, é destacar que esses filósofos podem ajudar a pensar sobre a capacidade reflexiva dos seres humanos. Depois disso, apresente para os alunos os textos selecionados a seguir. Caso julgue neces- sário, acrescente outros textos que considere importantes, extraindo-os, por exemplo, de seu material didático. É fundamental que os alunos tenham contato com esses excertos. Na Filosofia, a palavra “alma” apresenta várias possibilidades de entendimento e con- ceitos, elaborados, por exemplo, pelos pré- -socráticos, a escola pitagórica, Platão, Santo Agostinho, Descartes, entre outros filósofos. Está presente também nas concepções da ciência moderna, da neurociência, da teologia etc. Do ponto de vista teológico, muitos alu- nos associam a espírito, parte não material, invisível do ser humano, e a faculdades men- tais, morais, afetivas do homem, entre outras compreensões possíveis. Daí a necessidade de o professor tratar a palavra “alma” com muita atenção, uma vez que ela adquire con- ceito muito específico, peculiar e próprio na filosofia aristotélica. Professor, os textos a seguir, bem como as atividades referentes a eles, encontram-se no Caderno do Aluno. Peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem no texto, procu- rem seu significado e as transcrevam no final do Caderno do Aluno, na seção Meu vocabulário filosófico. Ao considerarmos que o conhecimento de qualquer tipo é algo a ser honrado e valo- rizado, um tipo que talvez seja, em razão de sua maior exatidão ou por dizer respeito a objetos mais belos e elevados, digno de maior valor do que qualquer outro, em ambos os casos deveríamos naturalmente colocar o estudo da alma em primeiro lugar. O conhecimento da alma certamente contri- bui muitíssimo para o avanço da verdade em geral e, acima de tudo, para a nossa compre- ensão da Natureza, já que a alma é, em certo sentido, o princípio da vida animal. Nosso objetivo é captar e compreender primeiro sua natureza essencial e, segundo, suas pro- priedades; destas, algumas são compreendi- das como afetos próprios da alma em si, enquanto outras são consideradas como sendo ligadas ao animal, já que este a car- rega em si mesmo. ARISTÓTELES. Da alma. Disponível em: <http://www.dominiopublico. gov.br/download/texto/ps000011.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013. tradução Eloisa Pires. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 13 06/11/13 17:07 14 Comentário sobre os textos Como estamos iniciando o estudo da Filosofia por meio do conceito de reflexão e vimos que o espelho não mostra tudo o que acontece na vida natural e na cultura humana, você pode chamar a atenção dos alunos para o fato de que Platão e Aristóte- les trazem em seus textos a preocupação com a alma, com a virtude, com a capacidade de conhecimento, ou seja, com palavras ou con- ceitos que fazem parte da experiência humana e exigem esforço de reflexão que se distingue da reflexão constatada com a ajuda do espelho. f Como podemos afirmar que existem a alma, a virtude, a capacidade de conhecimento? f O que fazemos para refletir sobre esses conceitos? Em diferentes culturas e momentos históri- cos, o ser humano formulou entendimentos distintos sobre virtude, alma e conhecimento. f O que os alunos do Ensino Médio, presentes na aula de Filosofia, entendem por alma? f Onde formularam suas representações sobre alma e virtude? Nas igrejas, na famí- lia, na escola? Com a ajuda do cinema? Da televisão? Diferentemente do corpo, o intelecto é inteligível. Mas, assim como o corpo, ele pode ser melhorado. Esta reflexão deverá conduzir o aluno a compreender que a sofisticação do seu pensamento pode promover o desenvolvi- mento consciente de cuidados com seu corpo. Como argumentar que existem a alma e virtu- des como solidariedade e justiça, e quesomos capazes de pensar e de conhecer o mundo em que vivemos? Uma conversa com os alunos sobre essas questões pode ajudar a problematizar a dife- rença entre a reflexão do espelho e a reflexão intelectual. As respostas dos alunos podem ser registra- das para aprofundamento posterior à atividade que se segue. escrever A partir daqui, pode-se propor uma com- paração entre os conceitos de reflexão intelec- tual e reflexão no espelho. Uma boa estratégia é dar continuidade às questões propostas na atividade com o espelho. O quadro seguinte pode ser um exercício prático para realização em sala de aula. Con- vém preenchê-lo por etapas, discutindo o seu conteúdo. A atividade está presente no Cader- no do Aluno, com o seguinte enunciado: Em que os aspectos da reflexão de uma imagem no espelho se assemelham aos aspectos da reflexão intelectual ou deles diferem? Preencha o quadro a seguir: Pois nada mais faço do que persuadir a todos, jovens e anciãos, a não se preocupa- rem com si mesmos ou com suas posses, mas acima de tudo e principalmente a se preocuparem com o mais profundo aper- feiçoamento da alma. Digo a vocês que a virtude não é dada pela riqueza, mas que, de fato, a virtude gera riqueza e também todos os bens dos homens, públicos e tam- bém privados. PlAtãO. Apologia de Sócrates. Disponível em: <http://ia700301.us.archive.org/ 22/items/apologyphaedoan00longgoog/ apologyphaedoan00longgoog.pdf>. Acesso em: 21 out. 2013. tradução Eloisa Pires. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 14 06/11/13 17:07 15 Filosofia – 1a série – Volume 1 Preenchido o quadro, peça aos alu- nos que destaquem uma das afirma- ções contidas nele e, na sequên cia, redijam um texto de 15 linhas, tentando explicá-la para um interlocutor imaginário, que deve ser identificado no texto. Assim, pensando no destinatário, eles poderão expressar-se com mais clareza. O texto deve contemplar a comparação entre a reflexão do espelho e a reflexão intelectual. Como são poucas linhas, a tarefa pode ser realizada na própria aula ou como lição de casa, de acordo com a proposta do Caderno do Aluno, a critério do professor. Avaliação da Situação de Aprendizagem Observe as produções do aluno e a correção dos textos escritos com o objetivo de verificar a capacidade de organização para o estudo; veri- fique se todas as atividades foram concluídas. Propostas de questões para avaliação As questões 1, 2, 3 e 4 propostas a seguir estão no Caderno do Aluno na seção Você aprendeu? e a ques- tão 5 está disponível apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no for- mato de avaliação em processo. Por meio delas, espera-se que o aluno reflita com mais proprie- dade sobre as três principais indagações (o que é?, como é?, por que é?) que caracterizam a atitude filosófica. 1. Registre uma situação do dia a dia na qual um jovem precise realizar uma refle- xão. Pode ser uma situação real, recupe- rada com a ajuda da memória, ou uma situação fictícia, inventada para este exercício. Espera-se que o aluno elabore situações cotidianas cujos personagens reflitam sobre as relações que produziram tais situações, assim como hipóteses sobre desfechos e solu- ções possivelmente encontradas. reflexão do espelho reflexão intelectual Necessita somente de luz. A reflexão intelectual precisa de ideias e conhecimento. Apenas reflete o que está à sua frente. O intelecto pode refletir sobre coisas escondidas ou ausentes, assim como pessoas que moram longe e de quem gostamos. Apenas reflete as imagens do presente. Reflete sobre coisas do passado e pensa o futuro. Em relação ao presente, ela trata dos sentidos, dos valores e das interpretações que fazemos do que podemos ver e do que apenas percebemos da realidade. Apenas reflete o que é visível. Reflete sobre coisas “invisíveis”, ou abstratas, como o amor, a saudade ou as ideias, sem esquecer, obviamente, a Filosofia. Caso não funcione direito, pode ser descartado. É possível melhorá-la por meio do conhecimento. Não pode refletir a si mesmo. Pode refletir sobre si mesma. Quadro 2. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 15 06/11/13 17:07 16 2. Destaque um conteúdo que você estudou na 8a série/9o ano, de qualquer uma das dis- ciplinas, e elabore uma ou duas perguntas para reflexão sobre esse conteúdo. Espera-se que o aluno registre perguntas que permitam o questionamento sobre origens, finalidades ou sentidos relati- vos aos conteúdos destacados. 3. Releia o seguinte texto e apresente um argu- mento a favor da afirmação de Platão e um argumento para questionar esta afirmação: que, em geral, utilizamos para defender a ideia de que a alma existe, elabore seu argumento particular em relação a essa ideia, fazendo referência às experiências familiares, escolares ou religiosas que, na sua história de vida, favoreceram essa elaboração. Espera-se que o aluno recupere experiências coerentes com a necessidade de apresentar argumentos favoráveis à ideia de que a alma existe. Proposta de situação de recuperação Oriente os alunos em recuperação a reto- mar o quadro comparativo entre reflexão do espelho e reflexão intelectual. Solicite que sele- cionem um dos temas apresentados como exemplo para a reflexão intelectual: amor e saudade. Em seguida, eles deverão apresentar argumentos que demonstrem a existência desse tema. Para muitos alunos, refletir sobre a exis- tência de um tema de sua experiência de vida poderá facilitar o conteúdo trabalhado nesta Situação de Aprendizagem. recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Livros lORIERI, Marcos. Filosofia: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002 (Docência em formação). livro que permite uma visão ampla do trabalho do professor, com várias indicações metodológicas. MAtOS, Olgária. Filosofia: a polifonia da razão – Filosofia e educação. São Paulo: Scipione, 1997 (Pensamento e ação no magis- tério). livro que dialoga com a tradição filosófica e o objetivo da formação cidadã. Pois nada mais faço do que persuadir a todos, jovens e anciãos, a não se preocupa- rem com si mesmos ou com suas posses, mas acima de tudo e principalmente a se preocuparem com o mais profundo aper- feiçoamento da alma. Digo a vocês que a virtude não é dada pela riqueza, mas que, de fato, a virtude gera riqueza e também todos os bens dos homens, públicos e tam- bém privados. PlAtãO. Apologia de Sócrates. Disponível em: <http://ia700301.us.archive.org/ 22/items/apologyphaedoan00longgoog/ apologyphaedoan00longgoog.pdf>. Acesso em: 21 out. 2013. tradução Eloisa Pires. Espera-se que o aluno demonstre capacidade de distinguir a ideia central defendida por Platão, a saber, que a riqueza pode derivar da virtude e que a virtude não deriva da riqueza, argumentando em defesa dessa ideia, e que revele, também, capacidade de problematizar essa afirmação com questões que relativizem essa assertiva. 4. Selecione um problema social atual e viven- ciado por determinados grupos de jovens brasileiros e apresente questões para uma reflexão crítica sobre ele. Espera-se que o aluno elabore questões que permitam a contextualização e as diversas perspectivas que cercam o problema selecionado. 5. Considerando a conversa que manti- veram em classe sobre os argumentos FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 16 06/11/13 17:07 17 Filosofia – 1a série – Volume 1 A primeira Situação de Aprendizagem tratou do reconhecimento do intelecto. A segunda pretende aprofundar esse reconhecimento. O objetivo geral desta Situação de Aprendizagem é que o aluno compreenda o intelecto como um objeto de estudo, que pode ser entendido. Para alcançar esse objetivo, na primeiraetapa, vamos abordar o empirismo a partir do funcionamento de aparelhos de rádio, da televisão ou do celular, na segunda etapa, leremos o texto de John Locke; na terceira, o foco é o texto de Kant sobre os conhecimentos apriorísticos. SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 2 COMO FUNCIONA O INtElECtO? INtRODUçãO AO EMPIRISMO E AO CRItICISMO Conteúdos e temas: os conceitos básicos são Filosofia, reflexão e reconhecimento do intelecto, empirismo, tipos de conhecimento e criticismo. competências e habilidades: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é estimular o exercício e o desenvolvimento de habilidades como a compreensão da dinâmica da aprendizagem e a leitura da ordem dos argumentos de um texto filosófico. Por meio dessa proposta, procura-se incentivar o desenvolvimento de competências relacionadas à sistematização de ideias e sua diferenciação. Na realização das atividades, os alunos podem organizar os argumentos de um texto filosófico e associar questões atuais a referências extraídas da História da Filosofia. Sugestão de estratégias: além das aulas expositivas, você deve orientar o trabalho de leitura com base na visualização do equipamento de comunicação. A leitura contínua dos textos como exercício da descoberta de uma ordem argumentativa constitui uma boa estratégia. Sugestão de recursos: aparelho de rádio, televisão ou telefone celular, sites e textos selecionados. Sugestão de avaliação: como toda a tarefa é realizada em sala de aula, a observação e as anotações a respeito da participação são fundamentais. A ordenação de argumentos deve ser considerada como espaço de visualização das capacidades de leitura e escrita do aluno. Em relação às competências e habilidades, espera-se que o aluno seja capaz de ler textos filosóficos, compreender suas estruturas e ordenar suas ideias. Sondagem e sensibilização – ouvir e dialogar O rádio, a televisão e o celular Para desenvolver esta Situação de Aprendiza- gem, você precisará de um aparelho de rádio, televisão ou celular, de preferência quebra- dos, para que se possa observar o seu interior. Professor, há, no início da Situação de Aprendizagem no Caderno do Aluno, a solici- tação para que o aluno represente o funciona- mento do rádio, da televisão ou do celular por meio de um desenho e mostre como tais apa- relhos decodificam e reproduzem o sinal. Como introdução, apresente uma pequena biografia intelectual de John locke. Em seguida, FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 17 06/11/13 17:07 18 após mostrar o rádio, a televisão ou o celular aos alunos, você pode propor as questões for- muladas a seguir, também reproduzidas no Caderno do Aluno. Procure sempre comparar o funcionamento do aparelho ao da inteligência humana. É importante, nas discussões, conside- rar a proposta teórica do empirismo, assim como as questões já trabalhadas sobre o conhe- cimento do intelecto, ou da alma intelectiva, baseando-se nos textos filosóficos anteriores. Os alunos deverão responder às seguintes questões, com ajuda do debate em sala de aula: a) Como o rádio, a televisão e o celular cap- tam, decodificam e reproduzem sinais? Procure enfatizar o seu funcionamento graças à captação (via satélite, por exemplo) de sinais externos, por meio de antenas e cabos. Lembre-se de que o aparelho decodifica os sinais, transforman do-os em som e/ou imagens. Finalmente, pergunte-lhes o que acontece quando removemos a antena do rádio ou da televisão. b) Como o intelecto, ou pensamento humano, capta os sinais do mundo? A inteligência humana capta os sinais do mundo não por antenas, mas sim pelos órgãos dos sentidos: ouvidos, olhos, língua, pele e nariz. Quando sentimos o mundo, nós o capta- mos. Os cheiros, os sons, os sabores, as cores e as temperatu- ras, tudo é interpretado pela inteligência. Além disso, podemos partilhar o que captamos com os outros. Assim, a interpretação não se reduz a uma ativi- dade da mente isolada e entra em contato com o mundo real, onde vivem outras pessoas. Por exemplo, se está calor e minha pele está sentindo o Sol, eu posso fazer esse comentário para outra pessoa e ela pode confirmar. São as experiên cias interpretadas pelos seres humanos que dizem o que é verdadeiro ou não. A isso damos o nome de sen- sibilidade, porque nossa inteligência, ou nosso intelecto, necessita da experiência para entender o mundo. c) É possível saber como o nosso pensamento funciona, do mesmo modo que o técnico conhece o funcionamento de um aparelho de rádio, televisão ou celular? Sim, é possível saber como nossa inteligência funciona e como ela aprende. Para isso existe a reflexão, que consiste em fazer a inteligência olhar para si mesma. Ao olharmos para nós mesmos, conseguimos perceber os componentes de nossa maneira de pensar, pois existem várias peças (ou partes) em nós, assim como no rádio, na televisão ou no celular. O técnico deve aprender como funciona cada uma das peças do rádio, da televisão ou do celular para perceber onde serão necessários os ajustes. Do mesmo modo, ao refletir, podemos aprender o funcionamento de cada “peça” da nossa inteligência, ajustá-la, se necessário, e, assim, desenvolver nossa inteligência. Podemos comparar o rádio, a televisão e o celular com o intelecto. Esta atividade está proposta também no Caderno do Aluno, na questão 2 da seção leitura e análise de texto: O rádio, a televisão ou o celular O entendimento ou o intelecto Capta o mundo pela antena ou cabo. Capta o mundo pelos cinco sentidos. Analisa e interpreta o sinal. Analisa e interpreta as experiências. Depois de interpretar o sinal, transforma-o em imagem ou som. Depois de interpretar as experiências, transforma-as em ideias. Só interpreta o sinal destinado a ele. Interpreta tudo o que aparece aos sentidos e pode experimentar outras coisas. Não aprende nada com o que capta. Aprende ou pode aprender com tudo o que capta. Não pode refletir sobre o que capta. Pode refletir sobre o que consegue captar e, inclusive, transmitir para outras pessoas os conhecimentos. Quadro 3. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 18 06/11/13 17:07 19 Filosofia – 1a série – Volume 1 O trabalho do filósofo é parecido com o do técnico que conserta aparelhos de rádio, televi- são ou celular. Comparativamente, o filósofo tem de conhecer as partes para poder melhorar o funcionamento da inteligência. Isso significa que a Filosofia pode nos auxiliar a desenvolver ideias mais claras e a melhor sintonizá-las. Ler – Parte 1 Utilize a pequena biografia de John Locke, com dados básicos sobre o autor, já apresentada aos alunos, para trabalhar o texto a seguir, que pode ser acompanhado pelo Caderno do Aluno, em Leitura e análise de texto. Nesta seção, há também atividades específicas para a análise dos trechos. Peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem, procurem seu significado e as transcrevam no final do Caderno do Aluno, na seção Meu vocabulário filosófico. Caso julgue necessário, acrescente outros textos e atividades que considerar importantes para o desenvolvimento deste conteúdo, extraindo-os, por exemplo, de seu material didático. Suponhamos, então, que a mente seja, como dissemos, uma folha em branco, vazia de elementos, sem qualquer ideia: – Como ela é preenchida? De onde vem essa vasta coleção que a imaginação aguda e ilimitada do homem nela inscreveu com uma variedade quase infinita? De onde vem todo o material para a razão e o conhecimento? A isso eu respondo, em uma palavra, da experiência. Nela está funda- mentado todo nosso conhecimento; e dela, em última análise, ela própria se deriva. Nossa observação empregada seja sobre objetos externos sensíveis ou sobre operações internas de nossas mentes percebidas e refletidas por nós mesmosé o que fornece nossa compreensão com todo material de pensamento. Essas são as duas fontes de conhecimento a partir das quais derivam todas as ideias que temos, ou podemos ter, naturalmente. Primeiro, nossos Sentidos, conhecedores de objetos sensíveis particulares, realmente transmitem para a mente inúmeras percepções sobre coisas, de acordo com os vários meios dentro dos quais esses objetos os afetam. E, assim, obtêm-se as ideias que temos sobre amarelo, branco, calor, frio, macio, duro, amargo, doce e todas aquelas que denominamos qualidades sensíveis; quando digo que os sentidos transmitem à mente, quero dizer que eles transmitem à mente, a partir de objetos externos, aquilo que produz nela tais percepções. A esta grande fonte da maioria das ideias que temos, dependentes unica- mente de nossos sentidos, e da qual deriva nosso entendimento, eu denomino sensação. Segundo, a outra fonte da qual a experiência fornece entendimento com ideias é a percepção de operações de nossas próprias mentes dentro de nós, empregadas sobre as ideias que têm; operações as quais, quando a alma chega a refletir e considerar, verdadeiramente fornecem o entendimento com outro conjunto de ideias, que não poderiam existir a partir de coisas externas. E tais são percepção, pensamento, questionamento, crença, racionalidade, conhecimento, vontade e todas as diferentes formas de ação de nossas mentes. Essa fonte de ideias, todo homem traz dentro de si; e, apesar de não ser um sentido, já que não tem nada a ver com objetos externos, ela se parece muito com um e pode ser adequadamente denominada como sentido interno. Mas, como denominei o outro sensação, logo denomino este como reflexão, sendo as ideias proporcionadas por ele apenas existentes por meio da reflexão da mente em suas próprias operações dentro de si mesma. lOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/gu010616.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2013. tradução Eloisa Pires. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 19 06/11/13 17:07 20 Depois da leitura, organize grupos de cinco alunos. Coloque os tópicos a seguir na lousa, para que possam ser copiados, e faça um sor- teio para distribuí-los entre os grupos. 1. A mente é vazia de ideias. 2. Como se adquire conhecimento? 3. A experiência é o fundamento de todos os conhecimentos. 4. Como a experiência pode ensinar? 5. Os sentidos fazem que as ideias entrem na mente. 6. tipos de experiências dos sentidos: branco, amarelo, quente, frio, duro, amargo. 7. A mente percebe as suas operações pela reflexão. 8. tipos de percepções: pensar, duvidar, crer, raciocinar. Distribuídos os tópicos, comente que os tex- tos, de modo geral, procuram defender uma ideia. Para isso, cria-se um raciocínio. Os racio- cínios são feitos de argumentos, que mostram ideias que defendem uma ideia central. Sobre um filme, por exemplo, podemos pensar: f ideia central: aquele filme é ótimo; f argumento 1: porque tem ideias interessantes; f argumento 2: porque é fácil de compreender; f argumento 3: porque estabelece relações com outros filmes e ideias importantes para mim; f argumento 4: porque é agradável de assistir; f argumento 5: porque atribui a homens e mu- lheres valores semelhantes quanto às expecta- tivas sociais (não reduz os homens à riqueza nem as mulheres à beleza); f argumento 6: porque foi comentado por vários autores importantes ao longo de muitos anos e pode ser discutido com pes- soas interessantes pela internet. Todos os argumentos, ou motivos, ou por- quês foram elencados de modo a permitir a defesa da ideia central. Lembre-se de que todo texto é uma defesa de uma ou mais ideias. A ideia central do texto que apresentamos pode ser resumida nesta frase: “Nascemos sem conhe- cimento algum e vamos aprendendo pelas aná- lises das experiências”. Na sequência, peça aos grupos para procu- rar, no texto, trechos que combinem com a frase que lhes coube. Cada uma delas resume argumentos que estão no texto. Quando encon- trarem, no texto, algo semelhante à frase que possuem, terão, então, o argumento. Você pode pedir que ordenem as frases segundo o texto. Assim, eles poderão perceber a construção de um raciocínio textual. Ler – Parte 2 Professor, esta etapa será baseada nas ideias do texto “Da distinção entre o conhecimento puro e o empírico”. Com o objetivo de que os alunos conheçam e assimilem conceitos que serão trabalhados neste trecho e ao longo da segunda parte desta Situa- ção de Aprendizagem, você pode pedir, previa- mente, que realizem a pesquisa sobre as expressões “Experiência”, “Conhecimentos a priori”, “Conhecimentos a posteriori”, “Sensa- ção” e “Reflexão”, proposta na seção Pesquisa individual do Caderno do Aluno. Recomenda- mos a apresentação inicial de uma pequena bio- grafia de Immanuel Kant, nos moldes das sugeridas anteriormente. O texto a ser trabalhado e que está reproduzido a seguir pode ser acom- panhado também no Caderno do Aluno, em leitura e análise de texto. Após a FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 20 06/11/13 17:07 21 Filosofia – 1a série – Volume 1 leitura, peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem, procurem seu sig- nificado e os transcrevam no final do Caderno do Aluno, na seção Meu vocabulário filosó- da distinção entre o conhecimento puro e o empírico Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência; pois de que outro modo poderia a nossa faculdade de conhecimento ser despertada para o exercício, não fosse por meio de objetos que estimulam nossos sentidos e, em parte, produzem representações por si mesmos, em parte colocam em movimento a atividade de nosso entendimento, levando-a a compará-las, conectá-las ou separá-las e, assim, transformar a matéria bruta das impressões sensíveis em um conhecimento de objetos chamado experiência? No que diz respeito ao tempo, portanto, nenhum conhecimento antecede em nós à experiência, e com esta começam todos. Ainda, porém, que todo nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso surge ele apenas da experiência. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento por experiência fosse um composto daquilo que recebemos por meio de impressões e daquilo que nossa própria faculdade de conhecimento (apenas movida por impressões sensíveis) produz por si mesma; uma soma que não podemos diferenciar daquela matéria básica enquanto um longo exercício não nos tenha tornado atentos a isso e aptos a efetuar tal distinção. Aquela expressão não é suficientemente determinada, contudo, para designar de maneira adequada o sentido integral da questão posta. Pois, se costuma dizer, de muitos conhecimentos derivados de fontes da experiência que nós somos capazes ou participantes deles a priori, na medida em que não os derivamos imediatamente da experiência, mas sim de uma regra universal que, no entanto, tomamos emprestada da própria experiência. Assim, diz-se de alguém que solapou os fundamentos de sua casa que ele poderia saber a priori que ela cairia, i.e., ele não precisava esperar pela experiência em que ela de fato caísse. Inteiramente a priori, contudo, ele não poderia mesmo sabê-lo. Pois teria que aprender antes, por meio da experiência, que os corpos são pesados e, por isso, caem quando lhes é retirado o suporte. No que segue, portanto, entendermos por conhecimento a priori aqueles que se dão não independen- temente desta ou daquela, mas de toda e qualquer experiência. A eles se supõem os conhecimentos empí- ricos ou aqueles que só são possíveis a posteriori, i.e., por meio da experiência. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. tradução Fernando Costa Mattos. 2. ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2013. p. 45-46. fico. Aproveiteeste momento para esclarecer dúvidas e introduzir novas ideias. Peça tam- bém que identifiquem qual é a principal tese do texto. Comentário sobre o texto Nesse trecho, Kant nos mostra como a Filo- sofia é importante para entender o funciona- mento da nossa inteligência. Afinal, como podemos melhorar algo que não sabemos como funciona? Ninguém aprende a dirigir bem um carro sem ter alguma noção de como ele funciona. Assim é com o rádio, a televisão e o celular e com a nossa inteligência. Kant explica que o conhecimento que temos pode ser posterior à experiência (conhecimento a posteriori) ou anterior a ela (conhecimento a priori). Quando pensamos sobre o funcionamento da nossa inteligência, fazemos uma reflexão crítica. Agora podemos entender um pouco mais o con- ceito de Filosofia como “uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, por meio FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 21 06/11/13 17:07 22 da análise dos pressupostos do pensar e do agir e, portanto, como fundamentação teórica e crí- tica dos conhecimentos e das práticas”. Traduzindo para uma linguagem mais sim- ples, podemos dizer que a Filosofia consiste em analisar como nós pensamos a respeito do conhecimento e da ação. Nossa inteligência está bem equipada para pensar os conhecimen- tos? Nossa inteligência está bem equipada para pensar as ações? exercício Após essas discussões, peça aos alunos que desenhem um robô que tenha peças com as seguintes funções externas: capturar sons, imagens, temperatura, tipo de superfície (áspera, lisa, mole, dura), cheiros e sabores. Em seguida, oriente-os a desenhar os com- ponentes para o computador desse robô, lem- brando que cada peça deve ter uma função interna correspondente às seguintes funções externas: analisar a quantidade, analisar a qualidade, analisar as relações e julgar os valores. Avaliação da Situação de Aprendizagem Você pode avaliar a Situação de Aprendiza- gem com base na participação em aula e na verificação dos Cadernos dos alunos. Com o objetivo de alcançar as habilidades de reflexão e organização do pensamento, por meio do conhecimento do próprio intelecto, procure observar, como na Situação de Apren- dizagem anterior, se os alunos fizeram todos os exercícios e se os textos propostos estão regis- trados no Caderno. O Caderno deve ser a orga- nização do estudo filosófico do aluno. No caso da redação, a avaliação consiste em aferir a capacidade de leitura, reflexão e escrita. Proposta de questões para avaliação É importante destacar que as ques- tões 1, 2 e 3 propostas a seguir estão dispostas no Caderno do Aluno na seção Você aprendeu? e a questão 4 está disponível apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio delas espera- -se que o aluno possa identificar alguns concei- tos elaborados por Kant e Locke, ao tratarem da natureza do nosso conhecimento. 1. Destaque o nome de um filme ou pro- grama de televisão que você considera bom e argumente a respeito de sua qua- lidade. Analise os seus argumentos e res- ponda: Quais são os critérios que o levam a afirmar que um filme ou um programa tem qualidade? Espera-se que o aluno reflita sobre os próprios argumentos, identificando critérios de qualidade de um filme ou de um programa de televisão. O professor deve estar atento para o fato de que essa questão exige dois movimentos do aluno: elaborar argumentos e identificar critérios de qualidade. 2. Para Kant, o que são conhecimento a priori e conhecimento a posteriori? O aluno deve ser capaz de responder, de forma clara e con- cisa, que a priori é o conhecimento adquirido sem a neces- sidade da experiência e que a posteriori é o conhecimento ao qual se chega depois da experiência. 3. Destaque a diferença central entre as ideias apresentadas no texto de Locke e no de Kant. Espera-se que o aluno identifique que, segundo Locke, todo novo conhecimento se origina da experiência, enquanto, para Kant, o conhecimento é uma soma daquilo que recebemos da impressão dos sentidos (a posteriori) e daquilo que a nossa faculdade de conhecer lhe adiciona (a priori). 4. Apresente uma relação de conhecimentos que você já elaborou sobre uma de suas ati- vidades antes mesmo de tê-la vivenciado. Espera-se que o aluno selecione uma atividade do seu FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 22 06/11/13 17:07 23 Filosofia – 1a série – Volume 1 cotidiano, como um esporte, uma atividade artística, um trabalho voluntário ou profissional, uma tarefa doméstica, e identifique conhecimentos apriorísticos, ou seja, conheci- mentos que foram acionados e que já haviam sido elabora- dos antes mesmo de ele a vivenciar. Proposta de situação de recuperação Como na Situação de Aprendizagem ante- rior, releia com os alunos os textos filosóficos que apresentaram dificuldade de compreen- são. Essa leitura possibilitará ao professor identificar as deficiências conceituais e forne- cer uma explicação mais detalhada para os conceitos que não foram bem apreendidos. Além da leitura, pode-se pedir aos alunos que tentem explicar os excertos, escrevendo pequenos textos sobre eles – e reescrevendo, quando necessário. recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Site DOMíNIO Público. Disponível em: <http:// www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 12 jul. 2013. Este site oferece para download obras filosóficas integrais. A Filosofia é dividida em áreas específicas, segundo os principais interesses do conheci- mento filosófico. Neste tópico, vamos discutir algumas áreas com o propósito de oferecer aos alunos uma visão mais abrangente e elementos que lhes permitam fazer pequenas pesquisas para a construção de textos filosóficos. Para esse fim, selecionamos os seguintes tópicos: Elementos de História da Filosofia, Epistemo- logia, Teoria do Conhecimento, Ética, Política e Estética. A construção de textos depende sempre da pesquisa como forma de estímulo para a curio- sidade, a leitura e a reflexão crítica. No entanto, é comum a pesquisa escolar reduzir-se a mera cópia de textos de qualidade duvidosa, princi- palmente pelo mau uso dos recursos da inter- net. Então, o que fazer? Como a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento autô- nomo do educando, sugerimos dar a ele algu- mas ferramentas de pesquisa em História da Filosofia, de modo especial pela elaboração de biografias. A sugestão de trabalhar com as biografias baseia-se na consideração de que, ao se estudar História da Filosofia, deve-se colocar a Filosofia na história, isto é, compreender que a Filosofia está intimamente ligada a uma tradição, que tem objetos e problemas próprios, mas, ao mesmo tempo, está inserida em épocas e lugares. SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 3 INStRUMENtOS DE PESQUISA EM HIStóRIA DA FIlOSOFIA Conteúdos e temas: os conceitos básicos a ser desenvolvidos são: História da Filosofia, História, biografia, características da Filosofia Antiga, características da Filosofia Medieval, características da Filosofia Moderna e características da Filosofia Contemporânea. competências e habilidades: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é o de estimular o exercício e o desenvolvimento de habilidades como a compreensão e a leitura de um texto filosófico. Por FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 23 06/11/13 17:07 24 Sondagem e sensibilização – ouvir e dialogar Proponha algumas questões, como, por exemplo: Você conhece alguma pessoa com sabedoria? Como ela fala e procura resolver as coisas que acontecem? O importante, neste momento, é que os alunos percebam a íntima ligação entre pes- soas sábias e a tentativa de resolver problemas existentes em sua vida cotidiana.Como forma de introduzir os alunos no estudo da História da Filosofia, oriente-os sobre o que é uma pesquisa biográfica, tema a ser aprofundado em um segundo momento nesta Situação de Aprendizagem. Você pode sensibilizá-los por meio de questões sobre algum filósofo selecionado por você. Pergunte aos alunos: Quais foram as principais preocu- pações deste filósofo? Quais são os principais elementos de seu pensamento? Quando e onde ele viveu? Quais foram suas influências e a quem ele inspirou? A seguir, aprofundaremos o tratamento a ser destinado a cada uma dessas questões. Períodos da história da Filosofia – Ouvir e escrever Para trabalhar a época em que viveu um filó- sofo, deve ser considerada a sua posição na divi- são clássica da História da Filosofia: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea. Além disso, mesmo respeitando essa tradição, convém considerar a especificidade de cada autor, evitando generali- zações. Importa, aqui, levar em conta o contexto histórico-social em que viveu o pensador. É necessário, portanto, subsidiar os alunos com uma visão geral sobre cada uma dessas divisões, explicadas nas sínteses apresentadas a seguir. Filosofia Antiga trata-se do início da Filosofia, da formula- ção de seus primeiros problemas. A Filosofia Antiga abrange um período que vai do final do século VI a.C. até o século VII d.C. tendo como espaços iniciais as cidades-Estado da grécia, também desenvolveu-se em várias cida- des do Império Romano, inclusive no Norte da África. Os escritos da época sobre os quais meio desta proposta, procura-se incentivar o desenvolvimento de competências relacionadas à sistematização de ideias e sua diferenciação. Sugestão de estratégias: elaborar uma linha do tempo da História da Filosofia a fim de orientar o trabalho de pesquisa passo a passo. Sugestão de recursos: caso decida-se fazer a pesquisa em sala de aula, serão necessários livros didáticos de Filosofia, com títulos variados, enciclopédias, dicionários de Filosofia e, se possível, acesso à internet. Sugestão de avaliação: se a tarefa for realizada em sala de aula, a observação e as anotações a respeito da participação oral são fundamentais. Para o exercício de pesquisa, o foco é a leitura investigativa e o debate esclarecedor. Em relação às competências e habilidades, espera-se que os alunos sejam capazes de ler diversos textos filosóficos de modo investigativo. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 24 06/11/13 17:07 25 Filosofia – 1a série – Volume 1 temos conhecimento foram produzidos, em geral, em grego e latim, mas os espaços cultu- rais em que se desenvolveram eram bastante heterogêneos. Muitos textos dos pensadores desse período acabaram se perdendo, restando- -nos apenas alguns livros e fragmentos. Filosofia Medieval A Filosofia Medieval desenvolveu-se no período que vai do século VIII ao século XIV. Seus espaços foram, principalmente, os mos- teiros e ordens religiosas europeias, onde a Igreja Católica tinha hegemonia. Entretanto, houve manifestações filosóficas fora do mundo cristão, em especial no mundo árabe e judeu. A Filosofia desse período foi uma das áreas do conhecimento que ajudaram a fomentar a criação das universidades. Sua prin- cipal discussão era a relação entre fé e razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (a teologia) e o que pertenceria aos homens. Filosofia Moderna Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se estende até o final do século XVIII, no con- tinente europeu. Nessa época, a Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados nacionais, das grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos impérios. A Igreja Católica per- deu a hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem em relação à religião. Sua principal discussão era a preocupação com o homem racional e livre, com as mudanças na política e com a esperança nas ciências empíricas. Filosofia contemporânea A Filosofia Contemporânea estende-se do final do século XVIII até os nossos dias. É possí- vel dizer que seus objetos de estudo se inspiram na Revolução Francesa e na Revolução Indus- trial, com a crescente desumanização do processo social de produção. Seu espaço central ainda é a Europa, mas cada vez mais atinge outros espaços, como, por exemplo, os Estados Unidos da América. Após sua explanação sobre a divisão clás- sica dos períodos da História da Filosofia, peça aos alunos que preencham o quadro que consta no Caderno do Aluno, destacando: o contexto histórico geral (incluindo as datas e as subdi- visões do período), os principais problemas filosóficos, as principais escolas filosóficas e os grandes filósofos do período. Pesquisa biográfica – refletir e dialogar Agora, você pode retomar a pesquisa de biografias, orientando os alunos sobre as fon- tes em que elas devem ser embasadas. Enfatize a importância de consultar boas enciclopé- dias, dicionários de Filosofia, livros didáticos e paradidáticos, além de revistas especializa- das. Caso seja possível em sua escola, reco- mende o uso da internet, mas assegure-se de que suas orientações serão seguidas, especial- mente para evitar a cópia pura e simples de conteúdos não entendidos. A atividade Lição de casa do Caderno do Aluno propõe a reali- zação de uma pesquisa biográfica sobre a vida de um filósofo indicado pelo pro- fessor orientada pelas perguntas a seguir: a) Quando e onde o filósofo viveu? Quais fo- ram os fatos mais marcantes da vida dele? Esta questão é fundamental para conhecer o pensamento de um autor. É importante dizer com o que o filósofo mais se ocupou com base nas áreas da Filosofia, tais como Ética, Política, Metafísica, Epistemologia, Teoria do Conheci- mento, Religião, Lógica e outras. Em seguida, é necessário FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 25 06/11/13 17:07 26 apresentar, resumidamente, como se caracterizaram essas preocupações e como ele tentou respondê-las. b) Ele se inspirou em quem? E influenciou quem? Espera-se, como resultado da pesquisa, que o autor seja apresentado em relação à tradição filosófica. Por exemplo, a escola filosófica da qual o pensador participou e as influên- cias que foram recebidas ou exercidas por ele. Quando for o caso, registrar seus oponentes, além de filósofos e pessoas importantes que foram inspirados por ele. c) O que ele pensou sobre: f Ética f Política f Teoria do Conhecimento O resultado da pesquisa deve refletir, em linhas gerais, o pensamento do autor em três áreas capitais da Filosofia. É desejável que o aluno perceba, em certa medida, possíveis relações e conexões entre elas: entre política e ética, entre ética e teoria do conhecimento, ou entre teoria do conhe- cimento e política. d) Além dessas informações, você encontrou alguma outra curiosidade a respeito da vida dele? Espera-se que essa “curiosidade” vá além de questões sobre a vida pessoal do filósofo, embora estas possam, eventual- mente, ser interessantes. De preferência, a atenção deve ser dirigida para sua vida pública: por exemplo, que Jean- -Paul Sartre pronunciou conferências no Brasil em 1960; que Michel Foucault manifestou seu apoio à revolução iraniana em 1979; que Aristóteles foi tutor de Alexandre, o grande etc. Respondidas essas questões, o aluno conse- guirá situar o filósofo em questão em meio à tradição filosófica. Neste momento, solicite a Pesquisa individual proposta no Caderno do Aluno, que poderá auxiliar na apreensão do conteúdo. O primeiro exercício da atividade propõe que os alunos identifiquem o filósofo a partir de pis- tas sobre seus principais pensamentos e, em seguida, completemas palavras cruzadas com o nome de cada filósofo identificado na atividade. No segundo exercício, os alunos são provocados a pensar sobre os assuntos que acreditam valer a pena refletir. Este pode ser um interessante ponto de partida para um debate. Para finalizar a Situação de Aprendizagem, você pode propor aos alunos que realizem uma nova pesquisa biográfica, dessa vez em grupo. Faça um sorteio entre nomes como Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, René Descartes, Baruch Espinosa, David Hume, Voltaire, georg W. F. Hegel, Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Kant, Martin Heidegger, Sartre, Hannah Arendt e outros que considerar fun- damentais. Procure contar aos alunos alguns fatos interessantes sobre a vida desses filósofos para estimular a curiosidade deles. Você pode debater com eles os resultados da pesquisa e, por fim, orientá-los a redigir, em folha avulsa, um texto de aproximadamente duas pági- nas, contemplando as questões estudadas. Avaliação da Situação de Aprendizagem Ao avaliar a Situação de Aprendizagem, procure observar a participação e a dedicação de cada aluno na elaboração das pesquisas e do texto. Propostas de questões para avaliação As questões 1, 2 e 3 propostas a seguir estão dispostas no Caderno do Aluno, na seção Você apren- FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 26 06/11/13 17:07 27 Filosofia – 1a série – Volume 1 deu?, e a questão 4 está disponível apenas para o professor. Essas atividades também podem ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio de tais atividades, espera-se que o aluno possa compreender a História da Filosofia considerando a cul- tura, o período, o pensamento e a tradição filosófica. 1. Quais são as principais características da Filosofia Antiga? O aluno deve considerar que se trata do princípio da Filo- sofia, que seus espaços iniciais foram as cidades-Estado da Grécia, mas sua influência se espalhou por várias cidades do Império Romano. Os escritos da época sobre os quais temos conhecimento foram redigidos, em geral, em grego e latim antigos, mas é importante lembrar que os espaços culturais nos quais se desenvolveram eram muito hetero- gêneos. Além disso, muitos textos do período se perderam no tempo. 2. Por que a técnica, ou a evolução da tec- nologia, é um tema tratado pela Filosofia Contemporânea? Uma possível resposta pode considerar a desumanização gerada pela técnica ou ainda a liberação do homem com respeito a tarefas mecânicas. Problematizar essa evolução pode abarcar reflexões sobre seus aspectos positivos e nega- tivos para a humanidade. 3. Escolha um dos filósofos que você pesqui- sou nesta Situação de Aprendizagem e des- taque a principal preocupação filosófica defendida por ele. Os alunos devem associar adequadamente uma das ideias do filósofo selecionado e justificar sua seleção de forma coerente. 4. Complete as lacunas do texto a seguir, utilizando as seguintes palavras: tradição, tempo, História, cultura e pensamento. A História da Filosofia não pode ser feita sem considerar- mos a História de uma maneira geral. O lugar onde vive o filósofo, sua cultura e os problemas do seu tempo, somados ao conhecimento da tradição filosófica, ajudam a criar um novo pensamento filosófico. Proposta de situação de recuperação Caso os alunos não tenham apresentado um bom desenvolvimento, sugerimos a realização de uma pesquisa sobre as características de cada período da divisão clássica da Filosofia. recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Livro JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. 5. ed. Rio de Janeiro: zahar, 2008. Um dicionário para o leitor não especializado, com linguagem aces- sível e conceitos claros. Sites CONSCIêNCIA. Disponível em: <http:// www.consciencia.org>. Acesso em: 15 jul. 2013. Site com diversos conteúdos sobre a História da Filosofia. PORtAl brasileiro da Filosofia. Disponível em: <http://www.filosofia.pro.br>. Acesso em: 15 jul. 2013. Site com textos e vídeos, com conteúdo claro, avaliado por doutores em Filosofia. Há vários textos indicados para professores. MUNDO dos filósofos. Disponível em: <http:// www.mundodosfilosofos.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2013. Site com conteúdo simples, obje- tivo e claro. Um bom lugar para se pesquisar a História da Filosofia. FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 27 06/11/13 17:07 28 SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 4 ÁREAS DA FIlOSOFIA Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo oferecer recursos para que os alunos possam iniciar pesquisas sobre Filosofia e capacitá-los a construir textos filosóficos. Tendo isso em vista, serão abordadas as áreas da Filosofia de modo amplo e, em seguida, a metafísica de Aristóteles. Nos dois casos, a estratégia consiste na realização de exercícios, elaborados para que o aluno desen- volva a escrita e o raciocínio filosófico. As últimas etapas serão dedicadas a uma introdu- ção à lógica, igualmente fundamentada em exercícios. Conteúdos e temas: os conceitos básicos a ser desenvolvidos são: áreas da Filosofia, Metafísica, lógica, Ética, Epistemologia,teoria do Conhecimento, Estética, Filosofia da História e Política. competências e habilidades: esta Situação de Aprendizagem visa estimular o desenvolvimento de diversas habilidades, como selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações, re- presentados de diferentes formas. O que se procura com esta proposta é incentivar competências que possibilitem reconhecer manifestações ordenadas do pensamento e dos problemas da Filosofia. Durante a realização, pode-se incentivar os alunos no desenvolvimento das estruturas lógicas do pensamento e promover a descrição sistemática e reflexiva dos objetos e do mundo circundante. Sugestão de estratégias: orientar os trabalhos de leitura e pesquisa e desenvolver exercícios em sala de aula. Sugestão de recursos: textos para leitura e sites. Como se trata de aulas expositivas, utilize a lousa para colocar apontamentos e exercícios. Sugestão de avaliação: como toda a tarefa é realizada em sala de aula, a observação e as anotações a respeito da participação oral são fundamentais. Os exercícios sobre Metafísica e lógica são centrais nesta Situação de Aprendizagem e podem ajudar os alunos a desenvolver o raciocínio e a elaboração de textos. Sondagem e sensibilização – ouvir e dialogar Para o início desta Situação de Aprendi- zagem, você pode propor algumas questões, como: Qual é a melhor maneira de jogar fute- bol? Qual é a melhor maneira de namorar? Qual é a melhor maneira de pensar? O importante é que os alunos percebam que o pensamento exige treino e habilidade, e que cabe à Filosofia ajudar a estimular o exercício de pensar. Ler e refletir – Áreas da Filosofia Professor, a fim de trazer subsídios para o desenvolvimento das ativida- des seguintes, você pode propor o exercício da seção Pesquisa individual, presente no Caderno do Aluno. É solicitado aos alunos que façam uma pesquisa na internet, em dicioná- rios de Filosofia, na biblioteca de sua escola ou cidade sobre o significado das palavras e expres- sões: “Política”, “Ética”, “Estética”, e “Filosofia da História”. É importante orientá-los quanto à FILOSOFIA_CP_1s_Vol1_2014_P10.indd 28 06/11/13 17:07 29 Filosofia – 1a série – Volume 1 necessidade de fontes qualitativas e criteriosas para que a tarefa seja bem fundamentada. Após a pesquisa, propomos uma aula expo- sitiva, com o objetivo de dar aos alunos uma visão mais ampla das áreas da Filosofia. Para desenvolver esta etapa, apresentamos, para cada área da Filosofia, algumas perguntas introdu- tórias, sugestões de resposta, uma proposta de conceito e um excerto filosófico.
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