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Trabalho de ICB - Lobomicose

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CURSO DE BIOMEDICINA
 
LOBOMICOSE
(DOENÇA DE JORGE LOBO)
RECIFE
2014
LOBOMICOSE
(DOENÇA DE JORGE LOBO)
		
Trabalho solicitado pelo professor Armando Marsden, 
do departamento de Micologia, e apresentado como 
requisito parcial para a aprovação na disciplina Introdução 
a Ciência Biomédica do curso de Biomedicina da 
Universidade Federal de Pernambuco.
ALÍCIA HELENA ARRUDA SOARES
RECIFE
2014
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2.0 - LOBOMICOSE.....................................................................................................4
2.1 - TRANSMISSÃO...................................................................................................5
2.2 - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.............................................................................6
2.3 - MEDIDAS PROFILÁTICAS..................................................................................6
2.4 – DIAGNÓSTICO...................................................................................................7
2.5 – TRATAMENTO....................................................................................................7
3.0 - CONCLUSÃO.......................................................................................................8
4.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................9
	
1.0	INTRODUÇÃO
	A Lobomicose ou doença de Jorge Lobo é uma infecção fungica crônica, causada pelo fungo Lacazia loboi, caracterizada por lesões queloideanas na pele. 	Boa parcela dos casos humanos encontra-se restrita a regiões tropicais. Para além do ser humano, a infecção tem também sido descrita em golfinhos.
	A transmissão parece ocorrer por meio da inoculação traumática do fungo, formando lesões que ocorrem, habitualmente, na pele em áreas expostas. A apresentação clínica da lobomicose é geralmente polimorfa. As lesões cutâneas são inicialmente imperceptíveis, alterando-se ao longo do tempo na dimensão, na coloração e na distribuição. 
	O diagnóstico é efetuado por exame micológico, anatomopatológico e imuno-histoquímico. Até à data, nunca foi possível isolar em cultura este fungo. A escolha do tratamento depende da distribuição das lesões. 
	A excisão cirúrgica e/ou crioterapia é o tratamento de escolha. Para o diagnóstico correto e tratamento é essencial o conhecimento desta patologia, cada vez mais frequente fora de áreas tropicais.
LOBOMICOSE
	Em 1931, em Recife, o dermatologista Jorge Lobo descreveu o primeiro caso da micose, motivo pelo qual é conhecida também por Doença de Jorge Lobo ou Micose de Jorge Lobo, para além de inúmeros sinônimos: lacaziose, blastomicose queloidal, blastomicose tipo Jorge Lobo, miraip ou piraip (significa o que queima em linguagem dos índios Tupi), lepra do caiabi, falsa lepra, granulomatose blastocoide, blastomicose da Amazônia. Ocorrida em um paciente do sexo masculino (JB.), 52 anos, que exercia atividades extrativistas nos seringais da Amazônia e apresentava os sintomas da doença, nódulos coalescentes, nas regiões lombossacral e glútea, havia 19 anos.  
	Os exames direto e anatomopatológico evidenciaram corpúsculos parasitários, similares ao Paracoccidioides brasiliensis, sendo encaminhados ao Instituto Oswaldo Cruz, e internado o paciente no Hospital Carlos Chagas, no Rio de Janeiro (RJ), para novos exames.
	Cerca de 90% dos casos incidem em pessoas com atividades florestais (seringueiros, agricultores, garimpeiros, caçadores, mateiros) e que os homens estão mais expostos à lacaziose.
	Após essa original descrição de Jorge Lobo1 outros casos foram registrados. Os 34 primeiros, por ordem de aparecimento, mas um marco na história natural da doença é o registro em não humanos, pela primeira vez, em 1971, na costa da Flórida, por Migaki et al., em golfinhos (Tursiops truncatus, Montagu, 1821) com lesões nódulo-ulceradas.
2.1	TRANSMISSÃO
	Diante de doença cujo agente etiológico não foi cultivado em laboratório, e não tendo experimentos em animais mostrados resultados consistentes, compreende-se que sua patogenia ainda é obscura. O habitat do fungo não é conhecido, embora, provavelmente, trate-se de um micro-organismo saprófita do solo, vegetação e água, tendo em vista a infecção no homem e em outros mamíferos.
	As suas formas de transmissão ainda são pouco conhecidas mas admite-se ocorrer por inoculação do fungo, nomeadamente através das soluções de continuidade da pele, causadas por traumatismos com fragmentos vegetais e picada de inseto, etc., a maioria dos pacientes relata o desenvolvimento das lesões cutâneas após pequenos ferimentos causados por fragmentos vegetais ou picadas de insetos. Seringueiros, agricultores, mineradores, pescadores e caçadores. Apresentam risco mais elevado de infecção por causa da maior exposição ambiental. 	A prevalência nas mulheres é menos elevada talvez pela menor exposição relacionada às atividades domiciliares que exercem.
	Há ausência de transmissão inter-humana mesmo em situações de longo convívio e em membros da mesma família.
2.2	MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
	Geralmente, as lesões ocorrem em áreas expostas e por isso susceptíveis de sofrerem traumatismos (ex: picada de inseto) e regiões de temperatura mais baixa, em particular a face e as extremidades.
	As áreas de ocorrência são por ordem de frequência: membros inferiores (32%), pavilhão auricular (25%), membros superiores (22%), face (7%), sacro (3%), 
Tórax (2%) e pescoço (1%).
	As lesões cutâneas são inicialmente imperceptíveis, indolores ou pruriginosas, aumentando ao longo de meses ou anos, alterando não só a sua dimensão, mas também a coloração e a distribuição.
	As lesões podem ser classificadas quanto à forma em monomórficas ou polimórficas (máculas, pápulas, nódulos, gomas, placas nodulares, verruciformes, cicatriciais até lesões ulcerativas), predominando as lesões nodulares, à distribuição (localizada ou multifocal) e quanto à intensidade, de acordo com o número de lesões, em ligeira, moderada ou grave.
2.3	MEDIDAS PROFILÁTICAS
	De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia a lobomicose afeta pessoas quem mantém contato direto com a natureza e com o fungo que pode estar presente na terra ou nas árvores e o contágio ocorrem por uma espécie de trauma, o indivíduo sente coceira e ao se coçar acaba abrindo uma lesão minúscula onde o fungo se prolifera.
	O ideal é que todos aqueles que trabalham em contato direto com a natureza, estejam com calças,  camisas de mangas compridas, botas e chapéu.
2.4 	DIAGNÓSTICO
	O diagnóstico diferencial deve ser feito com quelóides e xantomas, além de outras doenças infecciosas que possam cursar com lesões nodulares-verrucosas, e.g. paracoccidioidomicose, leishmaniose, CBM e hanseníase virchowiana. 
	O diagnóstico laboratorial é feito pelo exame direto, após clarificação com KOH 10%, onde são observadas estruturas leveduriformes, globosas, de parede espessa, usualmente com mais de 10m de diâmetro, dispostas em cadeia, com conexões tubulares (catenuladas). Utilizando-se o calcofluor, e observando-se o material com microscópio de fluorescência, pode-se detectar uma coloração azul brilhante na parede do fungo. Além do exame direto, a histopatologia também revela a presença de células leveduriformes catenuladas ou não, em um processo inflamatório granulomatoso, que pode ter células gigantes multinucleadas albergando o fungo.
2.5	TRATAMENTO
	A escolha do tratamento depende da distribuição das lesões.No caso de se tratar de uma lesão localizada a excisão cirúrgica e/ou a crioterapia são o tratamento de escolha. 	Para prevençãoda recorrência deverá ser utilizada terapêutica com clofazimina (50mg/d), dapsona (100mg/d) ou itraconazol17, imediatamente a seguir à cirurgia e durante pelo menos um ano.
	No caso de lesões extensas as terapêuticas antifúngicas usadas, habitualmente, com sucesso em outras micoses profundas, não são eficazes na lobomicose. 
	Os resultados mais favoráveis foram obtidos com clofazimina 300mg/dia (1.º mês), passando a 200mg/d no 2.º mês e a 100mg/d até completar 24 meses. 32 De acordo com Fisher et. al, a associação de clofazimina com itraconazol durante um ano mostrou efeitos benéficos. 
	Bustamante obteve redução de lesões com o uso de pozaconazol durante 75 semanas. Alguns estudos apresentam resultados insatisfatórios com cetoconazol, anfotericina B, 5- fluoruracilo e sulfamidas. 
	O tratamento médico pode ser, complementado com a excisão cirúrgica seriada de algumas lesões.
3.0	CONCLUSÃO
	
	Devido ao crescimento extremamente lento do fungo o período de incubação é lento e a evolução clínica é insidiosa demorando meses a anos até se manifestar.
Após um período prolongado de evolução, as lesões podem tornar-se infiltrativas, envolvendo gânglios linfáticos, ou raramente, ocorrer transformação de lesões de lobomicose crônica em carcinoma pavimento celular.
	Atualmente trata-se de uma infecção para toda a vida, exceto se tratada precocemente, com remoção cirúrgica da lesão inicial.
	Não existem registros de mortes associadas à infecção por L. loboi. Apenas um dos doentes que desenvolveu carcinoma pavimento celular num dos nódulos lobomicótico morreu por metastização pulmonar. 
	Baruzzi observou durante anos doentes da tribo indígena do Cayabi. Nesse período verificou o desenvolvimento de lesões tumorais tipo couve-flor em lesões cicatriciais de lobomicose, nas quais se confirmou histologicamente tratar-se de um carcinoma de células escamosas.
	A Lobomicose é uma micose tropical observada em pessoas que vivem ou permaneceram em climas tropicais. Contudo devido à globalização e às viagens por motivos de lazer ou trabalho, os médicos que trabalham em climas temperados deverão estar atentos a situações clínicas que decorrem no regresso das viagens. 
	Deste modo é essencial pensar neste diagnóstico em pessoas com alterações cutâneas em áreas expostas, susceptíveis a traumatismos, oriundas ou com história de permanência em área endêmica, particularmente da América do Sul. Atualmente a cura apenas é possível se a doença for diagnosticada numa fase precoce. 
	Mais estudos serão necessários para clarificar esta entidade nosológica.
4.0	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	SALGADO, CLAUDIO GUEDES; CANDIA, MARCELLO. AMAZÔNIA: DESAFIO NACIONAL SBPC 2007: Simpósio Patologia Tropical. Micoses Profundas, Belém, Julho. 2007. 
	TAVARES, RAQUEL. A Lobomicose ou Doença de Jorge lobo - revisão da literatura. Revista Portuguesa de Doenças Infecciosas, Lisboa, v. 7, n. 3, p. 111-117, Setembro/Dezembro. 2011.

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