Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
35 Blastomicose Sílvio Alencar Marques INTRODUÇÃO Blastomicose é infecção aguda ou cromca causada pelo Blastomyces dermatitidis, um fungo dimórfico capaz de provocar doen- ça no homem e em animais. É enfermidade endêmica de regiões específicas dos Estados Unidos e do Canadá, mas também diagnosti- cada nas Américas Central e do Sul, África e Ásia.2,1l,14,25 Como sinonímias, são utilizadas as denominações blastomicose norte-ameri- cana e doença de Gilchrist. HISTÓRICO A enfermidade foi descrita em 1894 por Gil- christ, a partir da observação de paciente com lesão cutânea.!? Em 1896, Gilchrist e Stokes relataram o segundo caso clínico, cultivaram o agente causal à temperatura ambiente e o de- nominaram Blastomyces dermatitidis.ê Em 1907, demonstrou-se o dimorfismo térmico do B. dermatitidieP Até 1951, acreditava-se que a blastomicose teria um padrão clínico dis- tinto caso a infecção fosse pulmonar e outro padrão caso o inóculo primário fosse cutâneo, mas Schwartz e Baum demonstraram que, com frequência, os quadros cutâneos crônicos apresentavam lesão pulmonar concomitante ou precedente e que todos os casos de blasto- micose tinham origem nos pulmões, à seme- lhança das demais micoses sistêmicas.P Em 1955, Wilson descreveu quatro casos de ino- culação cutânea primária, reafirmando crité- rios sugeridos quando do relato de coccidioi- domicose de inoculação cutânea primária.33,34 Em 1961, relatou-se o primeiro isolamento do fungo a partir do solo, o que se repetiu em ocasiões posteriores, inclusive a partir de ve- getais em decomposíção.l'' Em 1989, surgiu o primeiro relato de blastomicose associada a síndrome da imunodeficiência adquirida.F EPIDEMIOLOGIA E ECOLOGIA Há vários aspectos acerca da epidemiologia da blastomicose que a diferenciam da paracocci- dioidomicose: 1) a blastomicose não é restrita 324 ao continente americano, com 81 casos relata- dos na África até 1987 e com casos autóctones na Índia e Oriente Médio;5,252) ocorrência de surtos epidêmicos na blastomicose com con- tágio de até 26 pacientes simultaneamente.êê o que não tem sido relatado na paracoccidioi- domicose; 3) é relativamente incomum, com apenas 1.476 casos humanos relatados ou informados entre 1895 e 1968;14,15,254) é co- mum em cães, entre os quais se podem tam- bém observar surtos epidêmicos.1,15,35 A área de ocorrência da blastomicose nos EUA é semelhante àquela da histoplasmose, ou seja, os vales dos rios Mississippi e Ohio, estendendo-se para o Canadá, região dos Grandes Lagos, estados de Illinois e Ontá- rio e para a região noroeste, nos estados de Minnesota e Wisconsin, e, excepcionalmen- te, para o sul, com relatos no Novo México e México.2,11,14,23-25,30 Essa delimitação geográfica baseia-se em dados de relatos de casos, pois não há reação intradérmica específica eficaz que permita in- quéritos epidemiológicos. Na África, a blasto- micose é descrita desde a Argélia e Tunísia, ao norte, até a África do Su1.4,5,25 Surtos epidêmicos têm sido descritos, re- sultando, em seu conjunto, em pelo menos 98 casos clinicamente sintomáticos. O maior de- les ocorreu no estado de Wisconsin, em 1984, no qual 26 crianças e adultos, dentre 95 parti- cipantes de acampamento em parque natural, desenvolveram doença pulmonar aguda 21 a 106 dias após a exposição.é' O B. dermatitidis é isolado com dificulda- de e em pequeno número de vezes a partir de amostras de solo, vegetais e de vegetais em decomposição. Esses isolados foram obtidos de coletas nas áreas em que ocorreram os surtos epidêmicos. Dados daí advindos sugerem que o habitat do B. dermatitidis deve ser próximo a lagos ou correntes de água, em ambientes úmidos, de bosques, de solo fértil e com pH ácido.9,24,25 A blastomicose doença tem sido descrita mais no sexo masculino (90%), particular- mente entre os 30 e 60 anos de idade; em uma amostra de 989 casos, apenas 3% ocorreram Blastomicose na faixa etária de O a 19 anos, embora mais recentemente tenha sido relatada incidência entre 2% e 11% em crianças na região de Kan- taro (Ontário) no Canadá.3,27,31Dados adicio- nais a serem citados: 1) a blastomicose doença é três vezes mais frequente em pacientes da raça negra na região Sul dos EUA; 2) há pos- sibilidade comprovada de transmissão inter- humana; 3) ocorrência, não rara, de inocula- ção acidental em laboratório ou quando de necropsias.3,7,1O,11,19,26 A associação com AIDS é bem menos fre- quente do que aquela referida em relação à histoplasmose nos países endêmicos.22,35 PATOGÊNESE A infecção pulmonar primária é a regra na blastomicose, à semelhança das demais mico- ses sistêmicas causadas por fungos dimórficos. O contágio se dá pela inalação de conídias do B. dermatitidis a partir de fontes ambientais. O quadro clínico associado à primoinfecção pode ser assintomático ou sintomático, com tendência de resolução, podendo permanecer com focos pulmonares ou a distância conten- do fungos viáveis. As manifestações clínicas de doença ativa decorrem ou da progressão do complexo primário ou da reativação de foco quiescente, o que é mais comum.3,6,25 As diferenças observadas nas manifesta- ções clínicas dos casos diagnosticados nos EUA (mais agressivos) e aqueles diagnostica- dos na África podem estar associadas a dife- renças antigênicas observadas em isolados de regiões distintas, classificados em sorotipo 1, que contém o denominado exoantígeno A (iso- lados dos EUA), e em sorotipo 2, ausência do exoantígeno A, e que corresponde à maioria dos isolados na África.21,25 CLíNICA As manifestações clínicas da blastomicose são apresentadas de forma segmentada, segundo o órgão ou sistema acometido, e subdivididas em: Blastomicose Blastomicose pulmonar Compreende as manifestações sintomáticas da infecção doença aguda e as da doença crô- nica. O quadro agudo caracteriza-se por febre (100%), tosse produtiva (83%) e dor torácica, imitando quadro pneumônico bacteriano do tipo comunitário com achados radiológicos de infiltrado micronodular disseminado. Es- ses pacientes de modo geral se recuperam em semanas, sem tratamento. A resolução radiológica se faz sem resíduo calcificado pulmonar.3,6,8,31 As manifestações pulmonares de doença crônica ocorrem no mínimo em 70% dos casos clínicos. As manifestações pulmonares são em geral insidiosas, com tosse e dispneia progres- sivas, com tempo médio de história de 10 me- ses, que se agrava lentamente, acompanhadas de emagrecimento e adinamia. As alterações radiológicas encontradas em série de 63 ca- sos estudados foram: infiltrado intersticial e micronodular, nódulos e cavitações, com lobo único comprometido em 67% dos casos, prin- cipalmente lobo superior. As cavitações foram observadas em 37% dos casos, e o derrame pleural, ainda que discreto, esteve presente em 21% dos casos. Os óbitos associados à do- ença pulmonar são relacionados aos seguin- tes fatores de risco: idade avançada, associa- ção com doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer como comorbidade e pertencer à raça negra.3,6,8,11,31 Blastomicose cutânea É manifestação cutânea frequente na blasto- micose, sendo observada em 57% de 534 ca- sos.25Tal frequência a situa como a micose sis- têmica com maior índice de comprometimento cutâneo quando se considera o paciente imu- nocompetente. A localização cutânea de le- sões é produto da disseminação hematogênica do fungo ou da inoculação cutânea primária, evento raro mas bem documentado.6,10,19,26,33 As lesões são de evolução relativamente lenta e classicamente de padrão vegetante e vegetante-verrucoso. Lesões ulceradas e 325 eventualmente do tipo abscesso podem ser observadas. As localizações mais frequentes são a face e as extremidades. Lesão da muco- sa oral é rara.3,25 Blastomicose osteoarticular A osteomielite específica pode ocorrer em 14% a 60% dos casos, segundo diferentes relatos, e também ocorre como manifestação frequente em cães.3,6,14,29 As lesões são em geral as sintomáticas ou oligossintomáticas e diagnosticadas a partir de complicações articulares ou da formação de abscesso cutâneo contíguo ou atravésde investigação sistemática com cintilografia. Praticamente qualquer articulação pode ser acometida, e são citados como mais frequentes vértebras, crânio, costelas e ossos longos. 3,29 . Outros órgãos A blastomicose compromete o trato genitou- rinário em até 25% dos casos, mas especifica- mente rins, próstata e epidídimo. A lesão re- nal corresponde a abscessos na cortical do rim e em geral é associada a doença disseminada. As lesões prostáticas, de epidídimo e, mais ra- ramente, de testículos e próstata estão asso- ciadas a doença pulmonar crônica ou a doença disseminada.3,8,25,30 Doença do SNC é relatada em até 10% dos casos e manifesta-se como abscesso cerebral, lesão meníngea ou lesão medular. Em geral as manifestações do SNC estão associadas a doença disseminada.3,13,25 Lesão ganglionar é possível e lembra aque- la da tuberculose. Comprometimentos mais raros são as de localização ocular, suprarre- nal, hepática e esplênica.ê-" Blastomicose associada a imunossupressão Em série de 19 casos estudados, a blastomico- se associada à AIDS manifestou-se de forma disseminada em 63% dos pacientes. Em 85%, 326 a contagem de CD4 esteve abaixo de 200 cé- lulas/mm" e o comprometimento do SNC ocor- reu em 46% dos casos (contra 5% a 10% na blastomicose clássica).36 Blastomicose associada a imunossupres- são pós-transplante tem sido relatada, mas é incomum.ê-lf DIAGNÓSTICO o diagnóstico de certeza depende do isola- mento do fungo em cultura ou do reconheci- mento de formas leveduriformes específicas no tecido ou em secreções. O B. dermatitidis pode ser revelado ao exa- me direto de diferentes amostras, como: ras- pado de lesão, material purulento ou secreção brônquica. Sua correta identificação é facilita- da pelo aspecto morfológico uniforme de célu- la leveduriforme, caracterizada pelo formato globoso, paredes finas, refringentes, medindo entre 8 e 15 um, com brotamento único, em que a célula-filha se prende à célula-mãe por ligação de base larga. Eventualmente, formas minutas ou catenuladas estão presentes, difi- cultando o diagnóstico." O cultivo se obtém utilizando o ágar Sabouraud ou ágar-infusão cérebro-coração (BHI-Difco®) após incubação à temperatura de 25°C a 30°C por 3 a 4 semanas. A colônia miceliana é de coloração branco-amarronza- da, de aparência sulcada ou lisa e centro ele- vado. A micromorfologia mostra hifas, coni- dióforos e, nas extremidades desses, conídios arredondados e globosos. Os conídios são mais evidentes e numerosos quando se utiliza cul- tivo em lâmina com meios de cultura pobres em nutrientes, como o ágar-batata.P A transformação de forma miceliana (M) para forma leveduriforme (L) pode ser reali- zada em BHI, mas não em meio contendo ac- tidiona e cloranfenicol, e incubada a 37°C. A colônia leveduriforme assume o aspecto gra- nular, enrugado ou cerebriforme, muito seme- lhante ao observado na cultura leveduriforme do Paracoccidioides brasiliensis. A coloração é branco-creme. As células leveduriformes se formam a partir de brotamentos nos conídios Blastomicose presentes na fase M. A viabilidade da colônia é mantida com repiques a cada 3 semanas.P O exame histopatológico revela processo inflamatório crônico granulomatoso com a presença de células gigantes tipo Langhans, microabscessos ricos em neutrófilos e, mesmo, necrose caseosa. O fungo é mais bem eviden- ciado com o aUXI1iodas colorações pelo PAS ou prata-metenamina (Grocott-Gomori) e está presente no citoplasma de células gigantes ou no interior de microabscessos" (Fig. 35.1). Nos países endêmicos, há kit comercial disponível para a detecção de antígenos do B. dermatitidis em amostra de urina. Há possi- bilidade de reação cruzada com antígenos do Histoplasma capsulatum, portanto a interpre- tação do teste depende de correlação clínico- laboratorial. Exames sorológicos utilizando metodologia de radioimunoensaio (ELISA) mostram alta sensibilidade mas baixa especi- ficidade e não são utilizados de rotina.f A blastomicina, preparado antigênico a partir de filtrado de cultura de fase micelia- na, ou preparada a partir de diferentes técni- cas, tem demonstrado alto índice de reações cruzadas em pacientes infectados ou doentes de histoplasmose e não apresenta resultados consistentemente positivos em pacientes de blastomicose. Portanto, inexiste, até o pre- sente, preparado antigênico específico e re- produzível para inquérito epidemiológico da blastomicose.ê-" Fig. 35.1 Blastamyces dermatitidis em corte histológico (PAS). Célula leveduriforme, gemulação única com base larga. Blastomicose Técnicas moleculares podem ser utilizadas para auxílio diagnóstico, estudo de cepas e definição de identidade entre isolados do B. dermatitidis. 6,12 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Da blastomicose pulmonar, se faz com tuber- culose, histoplasmose, sarcoidose e com neo- plasias. Da blastomicose cutânea, se faz com cromoblastomicose, esporotricose verrucosa e tuberculose verrucosa. Da lesão óssea, se faz com osteomielites bacterianas, mieloma múl- tiplo e coccidioidomicose. Lesão específica do SNC faz diferencial com outros processos in- fecciosos fúngicos e parasitários. TRATAMENTO Consenso publicado por Chapman e cols. (2008),6 para a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, propõe: 1. Para blastomicose pulmonar, moderada a grave: anfotericina B deoxicolato, 0,7 a 1,0 mg/dia por 2 semanas ou até me- lhora evidente, e a seguir transição para itraconazol - 600 mg/dia, por 3 dias, e a seguir 400 mg/dia por 6 a 12 meses. Para quadros leves a moderados, itraco- nazol - 600 mg/dia por 3 dias e a seguir 200 a 400 mg/dia por 6 a 12 meses. 2. Para blastomicose disseminada extra- pulmonar: anfotericina B deoxicolato, 0,7 a 1,0 mg/dia por 2 semanas ou até melhora evidente, e a seguir transição para itraconazol- 600 mg/dia, por 3 dias, e a seguir 400 mg/dia por 6 a 12 meses. Para quadros leves a moderados, itraco- nazol - 600 mg/dia por 3 dias e a seguir 200 a 400 mg/dia por 6 a 12 meses. Pacientes com blastomicose osteo- articular devem ser medicados por 12 meses. 3. Blastomicose do SNC: anfotericina B deoxicolato, 0,7 a 1,0 mg/dia por 4 sema- nas ou até melhora evidente, e a seguir transição para itraconazol- 600 mg/dia, 327 por 3 dias, e a seguir 400 mg/dia por 12 meses. 4. Blastomicose associada a imunossu- pressão: anfotericina B deoxicolato, 0,7 a 1,0 mg/dia por 2 semanas ou até me- lhora evidente, e a seguir transição para itraconazol - 600 mg/dia, por 3 dias, e a seguir 400 mg/dia por 6 a 12 meses. Considerar o uso do itraconazol por tem- po indefinido - 200 mg/dia, se as condi- ções de imunossupressão não puderem ser revertidas. 5. Blastomicose na mulher grávida: a me- dicação indicada é a anfotericina B de0- xicolato ou lipossomal, segundo as indi- cações de gravidade. 6. Blastomicose na criança: a medicação indicada é a anfotericina B deoxicolato, segundo as indicações de gravidade, ou o itraconazol na dose de 10 mg/dia por período por 6 a 12 meses. 7. Blastomicose no cão: a medicação indi- cada é o itraconazol - 10 mg/kg/dia em 2 tomadas por 2 semanas, reduzindo depois para 5 mg/kg/dia em dose única diária por período de 3 a 6 meses.1,35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Arceneaux KA, Taboada J, Hosgood G. Blasto- mycosis in dogs: 115 cases (1980-1995). J Am Vet MedAssoc 1998; 213:658-664. 2. Baumgardner DJ, Buggy BP, Mattson BJ, Burdick JS, Ludwig D. Epidemiology of blas- tomycosis in a region of high endemicity in north central Wisconsin. Clin lnfect Dis 1992; 15:629-635. 3. Blastomycosis Cooperative Study Group ofthe Veterans Administration. Blastomycosis: a re- view of 198 collected cases in Veterans Admi- nistration Hospitals, Am Rev Resp Dis 1964; 89:659-672. 4. Broc R, Haddad N. Tumor bronchique a Sca- pulariosis americana, determination precoce d'une maladie de Gilchrist. Bull Mem Soe Med Hôp (Paris) 1952; 68:679-682. 5. Carman WF, Frean JA, Crewe-Brown HH et alo Blastomycosis in Africa. A review of known cases diagnosed between 1951-1987. Myco- pathologia 1989; 107:25-32. 328 6. Chapman SW, DismukesWE, Proia LA et al. Clinical practice guidelines for the manage- ment ofblastomycosis: 2008 update by the In- fectious Disease Society ofAmerica. Clin lnfect Dis 2008; 46:1801-1812. 7. Craig MW. Conjugal blastomycosis. Am Reu Resp Dis 1970; 102:86-90. 8. Cush R, Light RW, George RB. Clinical and roentgenographic manifestations of acute and chronic blastomycosis. Chest 1976; 69:345-349. 9. Denton JF, McDonough ES, Ajello L, Aushr- man RJ. Isolation of Blastomyces dermatitidis from soil. Science 1961; 133:1126-1127. 10. Denton JF, DiSalvo AF, Hirsch ML. Labora- tory-acquired North American blastomycosis. JAMA 1967; 199:935-936. 11. Dworkin MS, Duckro AN, Proia L, Semel JD, Huhn G. The epidemiology ofblastomycosis in Illinois and factors associated with death. Clin Infect Dis 2005; 41:e107-111. 12. Fraser JY, Keath EJ, Powderly WG. Two cases of blastomycosis from a common source: use of DNA restriction analysis to identify strains. J lnfect Dis 1991; 163:1378-1381. 13. Friedman JA, Wijdickis EF, Fulgham JR, Wright AJ. Meningoencephalitis due to Blasto- myces dermatitidis: case report and literature review. Mayo Clin Proc 2000; 75:403-408. 14. Furcolow ML, Chick EW, Busey JF, Menges RW. Prevalence and incidence studies of hu- man and canine blastomycosis. L Cases in the United States 1985-1968. Am Reu Resp Dis 1970; 102:60-67. 15. Furcolow ML, Busey JF, Menges RW, Chick EW. Prevalence and incidence studies of hu- man and canine blastomycosis. n.Yearly inci- dence study in three selected states 1960-1967. Am J Epidemiol1970; 92:121-131. 16. Gauthier GM, Safdar M, Klein BS, Andes DR. Blastomycosis in solid organ transplant reei- pients. Transpl Infect Dis 2007; 9:310-317. 17. Gilchrist TC. Protozoan dermatitidis. J Cutan Genitourin Dis 1894; 12:496. 18. Gilchrist Te, Stokes WR. The presence of an Oidium in the tissues of a pseudolupus vulga- ris. Bull Johns Hopkins Hosp 1896; 7:129-133. 19. Gray NA, Baddour LM. Cutaneous inoculation blastomycosis. Clin lnfect Dis 2002; 34:e44-49. 20. Hamburger WW.A compara tive study of four strains of organisms isolated from four cases of generalized blastomycosis. J lnfect Dis 1907; 4:201-209. 21. Kaufman L, Standard PD, Weeks RJ, Padyle AA. Detection of two Blastomyces dermatitidis Blastomicose serotypes by exoantigenous analysis. J Clin Microbiol1983; 18:110-114. 22. Kitchens LW, Clarck RA, Hoadley DJ et alo Concurrent pulmonary Blastomyces derma- titidis and Mycobacterium tuberculosis infec- tion in an HIV-1 seropositive mano J lnfect Dis 1989; 160:911-912. 23. Klein BS, Vergeron JM, Weeks RJ, Kumar U et alo Isolation of Blastomyces dermatitidis in soil associated with a large outbreak ofblasto- mycosis in Wisconsin. New Engl J Med 1986; 314:529-534. 24. Klein BS, Vergeron JM, DiSalvo AF et ai. Two outbreaks of blastomycosis along rivers in Wisconsin. Isolation of Blastomyces dermati- tidis from riverbank soil and evidence of its transmission along waterways. Am Reu Resp Dis 1987; 136:1333-1338. 25. Kwon-Chung KJ, Bennet JE. Blastomycosis. ln: Medical Mycology. Philadelphia: Lea & Fe- biger, 1992. Chap. 12, p. 248-279. 26. Larson DM. Primary cutaneous (inoculation) blastomycosis: an occupational hazard to pa- thologists. Am J Clin Patho11983; 79:253-255. 27. Lemos LB, Guo M, Baliga M. Blastomycosis or- gan involvement and etiologic diagnosis: a re- view of 123 cases from Mississippi. Ann Diagn Pathol 2000; 4391-4406. 28. Lester RS, DeKoven JG, Kane J, Simor AE. Kradjen S, Summerbell RC. Novel cases of blastomycosis acquired in Toronto, Ontario. CMAJ 2000; 163:1309-1312. 29. MacDonald PB, Black GB, MacKenzie R. Or- thopedic manifestations of blastomycosis. J Bone J Surg Am 1990; 72:860-864. 30. Nail PM, Nikolai A. Systemic blastomycosis diagnosed by prostate needle biopsy. Clin Med Res 2008; 6:24-28. 31. Schutze GE, Hickerson SL, Fortim EM et ai. Blastomycosis in children. Clin lnfect Dis 1996; 22:496-502. 32. Schwartz J, Baum GL, Blastomycosis. Am J Clin Patho11951; 21:999-1029. 33. Whealen J. Treatment of canine blastomycosis osteomyelitis. Can Vet J 2008; 49:217. 34. Wilson JW, Cowley EP, Weidman FD, Gil- mer WS. Primary cutaneous North American blastomycosis. Arch Dermatol Syphiliol 1955; 71:39-45. 35. Wilson JW, Smith CE, Plunkett OA. Primary cutaneous coccidioidomycosis: the criteria for diagnosis. Calf Med 1953; 79:233-239. 36. Witzig RS, Hoadley DJ, Greer DL. et aloBlasto- mycosis and human immunodeficiency vírus: three new cases and review. South Med J 1994; 87: 715-719.
Compartilhar