Buscar

HC Sistema Urinário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Curso - Biologia/Licenciatura 
 Componente Curricular - Anatomia Humana Professor - Gabriel Ribeiro 
 
Atividade de Aprendizagem 
FRAGMENTOS DE TEXTOS DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA RELACIONADOS À MORFOFUNÇÃO RENAL 
 
Data: _____/_____/______ 
Nome: _______________________________ Nome: ______________________________ 
Nome: _______________________________ Nome: ______________________________ 
Nome: _______________________________ 
 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
 
 (Re)construir conhecimentos sobre a morfofunção dos rins; 
 (Re)construir visões sobre a natureza da ciência; 
 Desenvolver capacidades de cooperação. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A presente atividade de aprendizagem está orientada para a consecução dos objetivos de 
aprendizagem acima assinalados. Consiste na interpretação de fragmentos de texto da História da 
Ciência, acerca da morfofunção renal, a partir de um conjunto de questões orientadoras que estão 
localizadas após a apresentação desses fragmentos. 
A história do conhecimento acerca da morfofunção dos rins é aqui organizada a partir dos 
contributos de apenas algumas personalidades históricas. É importante sublinhar que outras 
personalidades para além das referidas contribuíram para a compreensão das questões que irão analisar, 
mas face aos objetivos de aprendizagem e ao tempo disponível para esta abordagem foi necessário fazer 
uma seleção das ideias consideradas mais relevantes. 
 
“Pode se dizer que o conhecimento da estrutura e função renal passou por um caminho longo e tortuoso - muitas 
vezes feito de conjecturas e pura imaginação - ao longo da história das ciências biomédicas. Em seu tempo, 
mesmo o próprio Malpighi sublinha este ponto, admitindo que: ‘tão variado tem sido o destino dos rins, ao longo 
da história, que eles têm até sido considerados supérfluos’.” (Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 2002, p. 213) 
 
“Comecemos então pela Antiguidade Clássica. Aristóteles considerava os rins como ornamentos perfeitamente 
dispensáveis, cuja função se limitava a permitir que a bexiga executasse a sua tarefa com mais perfeição. 
Hipócrates, clínico pragmático e de rara intuição, não quis aventurar-se por teorias fantasiosas e, talvez, por isso 
mesmo, limitou-se a iniciar uma prática simples e de grande utilidade que iria manter-se mais de 2000 anos: a 
observação da urina. Galeno, fundador do método experimental em medicina (fato que nem sempre tem sido 
reconhecido), fez aquilo que lhe competia para contradizer uma série de disparates de Asclepíades sobre a 
passagem dos líquidos para a bexiga sob a forma de vapor e a sua condensação posterior: laqueou os ureteres e 
constatou que, enquanto a montante eles se distendiam com urina, a jusante a bexiga permanecia vazia. Com esta 
elegante demonstração ficou a saber-se que a urina era realmente produzida pelos rins, mas os tabus e os meios 
técnicos da época não iriam permitir chegar mais longe.” (Veloso, 1997, p. 132) 
 
 
“Foi só no século 16 que importantes anatomistas italianos como Berengario de Carpi (1460/70?-1530), Gabriel 
Falópio (1490/1523? -1562/1663?) e Bartolomeu Eustáquio (1500/1510?-1574), tornaram-se os primeiros a 
chegar perto de desvendar a verdadeira estrutura do órgão de formação de urina [4, 5]. No ‘Commentarii de super 
anathomia mundinii’, Berengario de Carpi foi o primeiro a demonstrar a progressiva subdivisão das veias renais na 
substância renal, assim como a identificar as papilas renais. Gabriel Falópio, além disso, afirmou que dentro do 
rim, ambas, veias e artérias, eram distribuídas até a parte externa do corpo do órgão. Ele também observou como 
esses vasos eram distribuídos por todo o rim até o ponto onde eles se tornavam invisíveis.” (Mezzogiorno; 
Mezzogiorno & Esposito, 2002, p. 214). 
 
“Os conceitos desenvolvidos por esses cientistas pioneiros foram geralmente aceites e confirmados por seus 
contemporâneos e sucessores, como Caspar Bauhin (1560-1624), André Du Laurens (1567-1609), Johann Vesling 
(1598-1649) e Thomas Bartholin (1616-1680). (...). Bartolomeu Eustáquio é reconhecido como uma figura central 
do século 16. Ele era um examinador apaixonado, estudioso e crítico das formas 
humanas, e dissecou um grande número de cadáveres de pessoas que morreram 
de doenças agudas e crônicas, e vivissecou animais de diferentes espécies. Com 
Eustáquio, a investigação detalhada tornou-se vital para os estudos anatômicos. 
Ele comprometeu-se, principalmente, com o estudo da anatomia normal e com a 
anatomia comparativa (patológica), e utilizou a dissecção como uma ferramenta 
de investigação com a qual descobriu a causa de doenças. Sua única imprecisão 
 
 
Bartolomeu Eustáquio 
residia na crença de que o sangue flui a partir do centro para as extremidades em ambas, as artérias e as veias: 
isso é compreensível, uma vez que William Harvey ainda não tinha publicado o De Motu Cordis et Sanguinis.” 
(Mezzogiorno & Mezzogiorno, 1999, p. 194) 
 
 
 
“[Em sua] monografia erudita [De Renibus Structura], Eustáquio 
começa com uma descrição extremamente detalhada do tamanho, 
consistência, cor e localização dos rins, para a qual só muito pouco 
pode ser acrescentado pelo conhecimento moderno. Primeiro 
Eustáquio compara a forma do rim a um grande feijão, e especifica 
que a sua extremidade superior (ou cranial) é mais arredondada do 
que a inferior (ou caudal). Ele então passou a descrever o rim direito, 
geralmente como sendo um pouco mais caudal do que o esquerdo, 
mas também tomou cuidado ao referir que a posição da extremidade 
caudal do órgão depende, principalmente, do volume de rins, 
independentemente de se tratar do rim direito ou esquerdo, tal como 
ilustrado [ao lado]. Ele completou esta meticulosa descrição 
morfológica afirmando que os rins estão envolvidos em duas 
membranas, a interna sendo uma túnica fibrosa [atualmente, cápsula 
renal] que forma um revestimento firme e liso, que, em alguns pontos, 
 
continua em torno dos vasos, e uma membrana externa [atualmente, fáscia renal] que é impedida de aderir ao rim 
pela presença de uma camada de tecido adiposo entre as duas membranas.” (Mezzogiorno & Mezzogiorno, 1999, 
p. 195) 
 
“Ao descrever seu estudo do parênquima renal, ele 
confirmou a crença de Berengario da Carpi, de que a veia 
renal ramifica-se na substância renal, mas, além disso, 
afirmou que é a partir dos vasos arteriais [figura central, 
ao lado] que a urina é secretada. De importância maior do 
que isso é a identificação dentro do parênquima [tecido 
responsável pela função principal do órgão] do rim, de três 
substâncias diferentes, uma declaração que aboliu, 
definitivamente, a velha crença de que os rins seriam 
compostos de uma única matéria, homogênea. Ele definiu 
uma substância externa [atualmente, córtex renal] de cor 
avermelhada, compacta e de aparência carnuda, que 
contém formações diminutas das artérias extremamente 
finas que filtram a urina. Em seguida, ele descreveu uma 
substância cerosa [atualmente, medula renal] encravada 
com linhas, tão finas como fios de cabelo, cada uma 
composta por um conjunto de canais [bolas, figuras 
superior e inferior, ao lado], que se reúnem em pequenas 
protuberâncias em forma de bocal, formando assim uma 
terceira substância. Entre as papilas [seta sólida, figura 
inferior, ao lado] estão pequenas “glândulas” [atualmente 
colunas renais - estrelas, figura inferior, ao lado], que ele 
descreveu como sendo derivadas da substância externa. 
(...). Cada papila é sustentada por um tubo em forma de 
taça [atualmente, cálice menor- seta tracejada, figura 
inferior, ao lado] que se junta a outras para formar dois ou 
três tubos curtos [atualmente, cálices maiores – 
quadrado, figura inferior, ao lado]. Estes, por sua vez, 
ligam-se para formar um saco em forma de funil 
[atualmente, pelve renal] que se estende para dentro do 
ureter. Um grande número de vasos peregrina dentro das 
três substâncias. Entre as substâncias internas e as 
periféricas, veias se conectam com veias e artérias com as 
 
 
 
 
artérias, formando arcos bem definidos que se espalham para fora em finos ramos que são demasiado pequenos 
para serem vistos a olho nu.” (Mezzogiorno & Mezzogiorno, 1999, p. 195-196) 
 
“Investigar a organização microscópica exigia apenas uma ferramenta específica - o microscópio, descoberta 
tradicionalmente atribuída a Galileo Galilei (1564-1642), que só foi disponibilizada a outros cientistas no final de 1600. 
Mas, enquanto isso, o conceito peculiar de Galileo de um mundo regido por leis meramente mecanicistas também 
influenciou grandemente o curso das investigações das ciências biológicas.” (Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 
2002, p. 214). 
 
 
 
Marcelo Malpighi 
 
 
 
 
Preparação de Bellini do córtex 
renal de cabra de acordo com o 
método de Malpighi - os 
corpúsculos renais são 
claramente visíveis. 
 
 
 
 
 
Glândula elementar de Malpighi 
“Alguns anos mais tarde, Marcello Malpighi (1628-1694) - pode finalmente tirar 
proveito do microscópio de Galileu tornando-se o verdadeiro fundador da anatomia 
microscópica - precisamente descrevendo os ‘corpúsculos renais’. Ele publicou suas 
descobertas em ‘Opera sulle ghiandole’, onde ele habilmente descreveu o 
comportamento dos pequenos vasos sanguíneos afirmando que a extremidade de 
alguns destes terminavam em corpos glandulares ([atualmente], os glomérulos renais). 
Ele notou que após a injeção de um líquido colorido, estes corpos tornavam-se visíveis, 
pendurados as terminações dos ramos vasculares, como maçãs penduradas nos 
galhos de uma árvore [figura ao lado, centro]. A crença de Malpighi era a de que cada 
corpo glomerular abraçaria a extremidade ampolar de um túbulo, os dois componentes 
dando origem a um conjunto “folículo glandular” (ou ‘glândula elementar’, [figura ao 
lado, abaixo]). Em particular, ele mencionou uma rede arteriolar envolvendo a 
extremidade ampolar do túbulo renal [figura abaixo]. Em ‘De renibus’, ele ainda explica 
a estrutura destas pequenas estruturas glandulares, sustentando que o sangue chega 
a estas glândulas através das artérias e que é lá que a urina é separada e passa para 
os túbulos, enquanto as pequenas vênulas devolvem o sangue para a circulação geral. 
(...) 
No início do século 19, graças, também, aos enormes 
melhoramentos técnicos do microscópio, Jacob 
Mathias Scheiden (1804-1881) e Theodor Schwann 
(1810-1882) fundaram a ‘teoria celular’, pela qual os 
organismos vivos, incluindo o homem, começaram a 
ser considerados como ‘estados celulares’ finalmente 
compostos de ‘categorias’ de células, cada uma com 
sua própria especialização morfofuncional. As ciências 
biomédicas, e a nefrologia em particular, deveriam ser 
gratas a Friedrich Gustav Jacob Henle (1809-1885): ele 
reconheceu que as glândulas são providas por um 
epitélio, e, portanto a ‘famosa’ membrana que Malpighi 
colocava no centro do seu modelo ‘elementar de 
glândula’ finalmente adquiriu uma estrutura celular.” 
(Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 2002, p. 217). 
 
Esquema do modelo de néfron 
de Malpighi (1666). 
 
 
Friedrich Gustav Jacob Henle 
 
Estes achados permitiram William Bowman (1812-1891) resolver, 
definitivamente, o problema das conexões estruturais entre o corpúsculo de 
Malpighi e o túbulo renal. Ele colocou o glomérulo vascular dentro da ampola 
tubular terminal: esta atua como uma cápsula que cerca a rede capilar [figura 
ao lado]. Mas Bowman também mostrou a origem das arteríolas eferentes do 
glomérulo. Pode-se dizer, portanto, que, com Bowman, a compreensão da 
morfoestrutura fundamental ou, organização do néfron, havia finalmente sido 
alcançada (apenas a alça tubular não foi descrita, e Henle o fez em 1862). 
(Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 2002, p. 218) 
 
Esquema do modelo de néfron de 
Bowman (1842) 
 
Bowman revisou completamente a doutrina da 
diurese. Segundo ele, a extensa rede capilar 
embutida dentro da cápsula tinha a função de 
retardar o fluxo sanguíneo local, assim, 
permitindo e facilitando a passagem de fluidos 
dos capilares para a cavidade capsular [figura ao 
lado]. (Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 
2002, p. 218) 
 
 
 Nos anos que se seguiram o interesse pela compreensão do néfron moveu-se sensivelmente de uma perspectiva 
puramente morfológica para investigações que preferencialmente visavam uma melhor compreensão de sua 
verdadeira função: basicamente, o néfron se tornou um dos principais temas de interesse dos fisiologistas. Com Carl 
Ludwig (1816-1895) o néfron foi novamente considerado uma máquina, e a diurese o resultado das forças físico-
químicas que aplicadas ao longo da totalidade do néfron realizariam nestes, os processos de filtração e reabsorção 
(Mezzogiorno; Mezzogiorno & Esposito, 2002, p. 219). 
 
Desenho de Ludwig mostrando sua interpretação morfofuncional do néfron. 
 
 Carl Ludwig 
 
“O início do século XX iria ficar marcado por uma figura que anuncia a moderna fisiologia renal: Arthur Cushny. No 
seu livro, The Secretion of Urine, publicado em 1917, fez pela primeira vez uma clara distinção entre dois processos 
distintos que intervém na formação da urina: a filtração, que ocorre no glomérulo e que é um processo físico, e a 
reabsorção a cargo dos tubos, e dependente do que ele chamava a ‘atividade vital do epitélio’. A partir daí o terreno 
estava armado para o trabalho de fisiologistas brilhantes (...) que iriam desvendar os segredos da função renal tal 
como nós a conhecemos hoje.” (Veloso, 1997, p. 132) 
 
Referências Bibliográficas 
 
VELOSO, Antônio José (1997). O rim revisitado. Medicina Interna, 4, 132-134. 
MEZZOGIORNO, Antonio & MEZZOGIORNO, Vincenzo (1999). Bartolomeo Eustachio: A Pioneer in Morphological Studies of the 
Kidney. American Journal of Nephrology, 19, 193-198. 
MEZZOGIORNO, Antonio; MEZZOGIORNO, Vincenzo & Esposito, Vincenzo (2002). History of the Nephron. American Journal of 
Nephrology, 22, 213-219. 
 
 
Questões Orientadoras 
1. Galeno concebeu um experimento para fundamentar suas ideias contrárias ao pensamento de 
Asclepíades. Elaborem uma ilustração para representar o experimento realizado por Galeno. Esta 
ilustração será desenhada no quadro e, explicada para o grupo turma. 
2. Após a leitura de todo o texto, explique porque Bartolomeu Eustáquio não poderia ter feito 
considerações mais específicas sobre a função renal, sem o conhecimento do modelo de William 
Harvey, médico inglês que propôs que a circulação do sangue. 
3. Os rins são sustentados/mantidos, em sua posição na parede posterior do abdomen, por algumas 
estrutras anatômicas consideradas por Bartolomeu Eustáquio. Quais seriam estas? 
4. Considerando apenas aspectos macroscópicos, descrevam o trajeto percorrido pela urina, da papila 
renal até a uretra. 
5. Qual a principal diferença entre os modelos de néfron de Malpighi e Bowman? Que conhecimento foi 
fundamental para que Bowman elaborasse o seu modelo de néfron? 
6. O que vocês compreenderam por processos de filtração e reabsorção? Em que locais do néfron tais 
processos ocorrem?

Outros materiais