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Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Ainda continuo aguardando o retorno da maioria. Como eu disse, a segunda aula era introdutória, mas essa vai ser pesada... Por isso, nem vou conversar demais nesse início. Agradeço algumas sugestões que tenho recebido. E, claro, as críticas também. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. Prof. César Frade Fevereiro/2011 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2 6.8. Tipos de Curvas de Indiferença As curvas de indiferença mostram o comportamento de um determinado consumidor para cada dois tipos de bens determinados. Existem várias formatações possíveis, sendo que as curvas do tipo Cobb-Douglas são aquelas que mais comuns e utilizadas na representação dessas curvas. Vamos, agora, analisar cada uma das curvas mais utilizadas. a) Substitutos Perfeitos Quando dois bens forem substitutos perfeitos, estamos falando de bens em que o consumidor aceitar trocar um pelo outro em uma proporção qualquer. Imagine que o consumidor adora refrigerante. Para esse consumidor tanto faz consumir Guaraná Antarctica ou Coca-Cola. Um copo de guaraná dá a ele a mesma satisfação que o consumo de um copo de coca-cola. Coca-Cola e Guaraná são bens substitutos perfeitos para esse consumidor. Esse tipo de bem tem o seguinte formato de curva de indiferença: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3 Observe que quanto mais distante da origem estiver a curva de indiferença maior será a satisfação do consumidor. Vamos imaginar que tanto a quantidade de guaraná quanto a quantidade de coca-cola é dada em litros. E quanto mais refrigerante melhor. Se o consumidor tiver uma cesta composta por um litro de guaraná ou por um litro de coca-cola, ele estará na curva de indiferença representada por U1. Se ele possuir dois litros de guaraná, dois litros de coca-cola ou a cesta representada por A (1 litro de coca-cola e 1 litro de guaraná), o consumidor terá o mesmo nível de satisfação. Essa satisfação é representada por U2. E a utilidade associada à cesta A é superior àquela associada à curva de indiferença U1. De forma análoga, podemos ver que a satisfação associada à curva U3 dá ao consumidor uma utilidade maior que a indicada pelas cestas que estão nas curvas U2 e U1. Matematicamente, a curva de indiferença acima é representada da seguinte forma: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ݔ ݕ Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 4 Entretanto, para que dois bens sejam considerados substitutos perfeitos não há a necessidade de uma relação de substituição igual a um para um. No exemplo acima, o consumidor aceitava trocar um litro de guaraná por um litro de coca-cola. Mas não há problema algum de ele valorar de forma distinta os dois bens em questão. Por exemplo, imagine que exista um consumidor que goste de café e de leite, mas separadamente. Esse consumidor não gosta de café com leite em seu café da manhã, mas aceita tomar uma xícara de café ou dois copos de leite e ambos os produtos lhe proporcionarão a mesma satisfação. Graficamente, podemos notar que há uma mudança na inclinação das curvas de indiferença, como mostrado abaixo. Se o consumidor opta por dois copos de leite ou um de café, ele está na curva de indiferença U1. Quando ele opta por consumir a cesta A, o consumidor está mostrando que é indiferente entre consumir duas xícaras de café, quatro copos de leite ou uma xícara de café e dois copos de leite. Em todas essas cestas o consumidor está na curva de indiferença U2. Matematicamente, podemos representar esses bens substitutos perfeitos da seguinte forma: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 5 ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ݔ 2ݕ Sendo: y – a quantidade consumida de xícaras de café; e x – a quantidade consumida de copos de leite. Já sei que você deve estar pensando que a equação está errada e que não deveríamos estar multiplicando por dois a quantidade de café, pois o consumidor está tomando duas vezes mais leite que café, não é mesmo? Então, é exatamente por esse motivo que devemos fazer a multiplicação no café. Se o consumidor toma duas vezes mais leite que café para obter a mesma satisfação, isso significa que ele prefere café a leite e valora o café duas vezes mais que leite. Entenderam? A generalização da fórmula ficaria da seguinte forma: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܽݔ ܾݕ b) Complementares Perfeitos Se dois bens são considerados complementares perfeitos, isso significa que o consumidor considera o consumo desses bens em conjunto. Imagine o consumo de gasolina e óleo de motor. Não podemos pensar em um carro sem esses dois bens e eles andam juntos, há a necessidade de utilizar os dois. Não podemos substituir um bem pelo outro. Um exemplo bastante comum nos livros é a utilização de sapatos do pé direito e sapatos do pé esquerdo. Imagine que os sapatos não sejam vendidos aos pares, mas sim por pé. Alguém que possua as duas pernas, teria interesse em comprar um pé esquerdo de sapato sem que comprasse junto um pé direito? A resposta é não. Não faz muito sentido ter apenas um pé de sapato. Tudo bem que você pode falar que faz, porque a pessoa perdeu um pé, um pé estragou ou algo semelhante. Tá, mas não vamos tratar da exceção, tratemos da regra, combinado? Logo, não faz muito sentido uma pessoa negociar um pé de sapato sem que negocie o outro junto. Esses bens são complementares perfeitos na proporção um para um. Graficamente, temos: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 6 A cesta A é composta de uma unidade de sapato do pé direito e uma unidade de sapato de pé esquerdo. O consumidor tem uma determinada satisfação que é dada por U1. No entanto, se o consumidor optar por comprar uma unidade adicional do sapato do pé direito sem adquirir nenhuma unidade do pé esquerdo, sua cesta deixará de ser A e passará para a C. Observe que a cesta C dá ao consumidor o mesmo nível de satisfação que a cesta A, pois ele continua tendo um par de sapatos e ainda tem um pé direito a mais. No entanto, esse pé direito adicional sem o respectivo pé esquerdo não dá ao consumidor nenhuma utilidade adicional. A utilidade marginal de um pé direito sem o respectivo pé esquerdo é igual a zero. Matematicamente, podemos representar da seguinte forma: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܯ݅݊ሼݔ, ݕሽ Essa função utilidade tem um nome especial, chama-se Leontief. Portanto, todas as vezes que o examinador falar sobre uma função Leontief, temos essa que foi dada acima. E lembre-se que para não desperdiçarmosrecursos, devemos sempre escolher a cesta que está no vértice da função. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 7 Entretanto, é importante ressaltar que não há a necessidade de a relação ser um para um como no exemplo citado. Imagine uma situação em que o consumidor gosta de tomar uma xícara de café, mas utiliza duas colheres de açúcar para acompanhar seu café. Nesse caso, café e açúcar são bens complementares perfeitos, mas na proporção de dois para um, sendo duas unidades de açúcar e uma unidade de café. Matematicamente, temos: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܯ݅݊ሼ2ݔ, ݕሽ Sendo: x – a quantidade consumida de xícaras café; e y – a quantidade consumida de colheres de açúcar. Já sei que você deve estar com o mesmo problema, achando que o número dois deveria estar multiplicando o açúcar. Não mesmo. O número deverá estar multiplicando o café para que estejamos no vértice, veja: Se usarmos a função utilidade abaixo, teremos: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܯ݅݊ሼݔ, 2ݕሽ ܷሺ1,2ሻ ൌ ܯ݅݊ሼ1,2 · 2ሽ ܷሺ1,2ሻ ൌ ܯ݅݊ሼ1,4ሽ ܷሺ1,2ሻ ൌ 1 Portanto, com isso vemos que não está no vértice. Observe o que ocorre com a outra função utilidade: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܯ݅݊ሼ2ݔ, ݕሽ ܷሺ2,1ሻ ൌ ܯ݅݊ሼ2 · 1,2ሽ ܷሺ2,1ሻ ൌ ܯ݅݊ሼ2,2ሽ ܷሺ2,1ሻ ൌ 2 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 8 Observe que o macete para resolver funções desse tipo é igualando as duas partes que estão presentes dentro da função de mínimo. Se generalizarmos a fórmula, temos: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܯ݅݊ሼܽݔ, ܾݕሽ c) Neutros Quando um bem é considerado neutro por um determinado consumidor, isso significa que aquele bem nem aumenta e nem reduz a sua satisfação. Para esse consumidor, tanto faz ter ou não aquele bem. No entanto, é importante salientar que o consumidor é indiferente em relação ao bem, mas o seu consumo não reduz sua satisfação. Graficamente, um consumidor neutro em relação ao bem Y teria as seguintes curvas de indiferença: Imagine que o consumidor está com a cesta A. Ele possui, neste caso, um CD e um livro, obtendo uma satisfação U1. Se ele opta por adquirir uma unidade adicional de livros de economia, mantendo a mesma quantidade de CDs, ele passará a consumir a cesta C e se manterá na mesma curva de indiferença, ou seja, terá a mesma utilidade. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 9 Isso é um tanto quanto óbvio, não acham? Eu não imaginava que a aquisição de um livro de economia adicional poderia lhe trazer algum tipo de satisfação. Longe disso. Sejamos sinceros. Um livro de economia está mais para te trazer insatisfação, dor de cabeça do que qualquer outra coisa. Logo, se o consumidor é neutro em relação a livros de economia, comprá-los não lhe trará nenhum benefício adicional. Ao consumir a cesta B, o investidor estará consumindo dois CDs e um livro de economia. Esse aumento de consumo de CD em uma unidade, aumentou a satisfação do consumidor, pois passou da curva de indiferença U1 para a curva U2. d) Cobb-Douglas Uma curva de indiferença do tipo Cobb-Douglas é uma curva que em geral são destinadas a representar bens, ou seja, mercadorias que possuem a utilidade marginal positiva. Possuem o formato de uma hipérbole e são representadas, matematicamente, pela seguinte função: ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܣ · ݔఈ · ݕఉ Sendo: A – uma constante positiva; x – a quantidade consumida de um determinado bem; y – a quantidade consumida de outro bem; e Os índices ߙ ݁ ߚ podem ter qualquer valor. No entanto, para que uma curva seja bem considerada bem comportada (e é isso que devemos adotar caso nada além tenha sido dito), eles deverão ter valores positivos, sendo considerados assim, como bens. Qualquer que seja o valor positivo de cada um dos índices, podemos efetuar transformações monotônicas por meio de operações de potenciação e Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 10 radiciação, com o intuito de fazer com que a soma dos índices seja igual a 1, ou seja, ߙ ߚ ൌ 1. e) Males Males são mercadorias cujo aumento do consumo provoca uma redução na satisfação do consumidor. São mercadorias que possuem uma utilidade marginal negativa. Elas podem ter várias equações matemáticas que as determinem, mas se o índice da função do tipo Cobb-Douglas for negativo, há a presença de um mal. Se considerarmos a seguinte função ܷሺݔ, ݕሻ ൌ ܣ · ݔఈ · ݕఉ, sendo ߙ um número negativo, a mercadoria x será um mal pois um aumento em sua quantidade provocará uma redução na satisfação do consumidor. 6.9. Restrição Orçamentária Sabemos que o objetivo do consumidor é maximizar a sua satisfação, maximizar a sua utilidade. No entanto, se pensarmos em um ambiente que só tenha uvas e maçãs, a satisfação de um determinado consumidor será maximizada quando ele tiver a totalidade das uvas e maçãs existentes no mundo. Entretanto, o consumidor não tem condições de ter a totalidade de uvas e maçãs existentes por mais que isso lhe traga o máximo de satisfação. Isso não é possível porque ele tem certa restrição orçamentária. Na verdade, o consumidor detém certo nível de renda e o máximo que ele pode comprar desses bens é aquilo que sua renda permite. Portanto, o consumidor pode gastar de zero até o montante igual ao seu nível de renda na aquisição dos bens que estão à sua disposição. Chamamos de conjunto orçamentário o conjunto de todas as cestas que podem ser adquiridas com a renda do consumidor. É o conjunto de cestas possíveis que atendem à seguinte equação: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 11 ௫ · ݔ ௬ · ݕ ܴ Graficamente, o conjunto orçamentário será representado pela área hachurada abaixo: Segundo Varian: “O conjunto orçamentário é formado por todas as cestas que podem ser adquiridas dentro de determinados preços e renda do consumidor” Por outro lado, quando essa desigualdade da equação passa a ser uma igualdade, temos a reta de restrição orçamentária. Ela pode ser representada graficamente pela linha vermelha do gráfico acima e matematicamente pela seguinte equação: ௫ · ݔ ௬ · ݕ ൌ ܴ Segundo Varian: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 12 “A reta orçamentária é o conjunto de cestas que custam exatamente m: mxpxp =⋅+⋅ 2211 São as cestas de bens que esgotam a renda do consumidor.” Podemos observar no gráfico que quando a reta orçamentária toca um dos eixos, o consumidor optou por gastar toda a sua renda com um único bem. No ponto em que a reta toca o eixo x, o consumidor não irá adquirir nenhuma unidade de y e gastará todos os seus recursos na aquisição do bemx. Logo: ௫ · ݔ ௬ · ݕ ൌ ܴ ݕ ൌ 0 ௫ · ݔ ௬ · 0 ൌ ܴ ݔ ൌ ܴ ௫ De forma análoga, quando toda a renda do consumidor é utilizada para comprar apenas do bem y, temos que o consumo do bem x é igual a zero e a quantidade que pode ser adquirida de y é: ௫ · ݔ ௬ · ݕ ൌ ܴ ݔ ൌ 0 ௫ · 0 ௬ · ݕ ൌ ܴ ݕ ൌ ܴ ௬ Um fato importante é a inclinação da reta de restrição orçamentária. Vamos calcular a tangente do ângulo ߙ abaixo para podermos verificar quais variáveis determinam a inclinação dessa reta. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 13 Sabemos que a tangente de um ângulo é igual à razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente. Logo: ݐ݃ ߙ ൌ ܿܽݐ݁ݐ ݏݐ ܿܽݐ݁ݐ ݆ܽ݀ܽܿ݁݊ݐ݁ ݐ݃ ߙ ൌ ܴ ௬ ܴ ௫ ݐ݃ ߙ ൌ ܴ ௬ · ௫ ܴ ࢚ࢍ ࢻ ൌ ࢞ ࢟ Essa é uma relação muito importante. Chegamos à conclusão de a inclinação da reta de restrição orçamentária não depende da renda do consumidor, mas apenas da razão entre os preços dos bens. Agora, vamos variar cada um dos preços e também a renda, mas fazendo um de cada vez. 6.9.1. Variação no Preço do Bem X Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 14 Inicialmente, vamos ver as conseqüências provocadas com a variação do preço do bem x. Podemos tanto aumentar quanto reduzir o preço do bem x. Se aumentarmos o preço do bem x, passando de ௫ para ௫ᇱ , o consumidor conseguirá adquirir a mesma quantidade do bem y caso opte por comprar apenas do bem y. A quantidade adquirida será de ோ . Por outro lado, se o consumidor optar por comprar apenas do bem x, como o preço do bem aumentou haverá uma redução na quantidade adquirida. ሺ௫ᇱ ௫ሻ Essa quantidade passará para ோ ೣ ᇲ . Graficamente, teremos: Se o preço do bem x for reduzido൫௫" ൏ ௫൯ e o preço de y mantido constante, caso o consumidor opte por consumir apenas do bem y, conseguirá comprar a mesma quantidade de bens. Por outro lado, se optar por gastar toda a sua renda adquirindo apenas o bem x, o consumidor conseguirá comprar mais unidades do que comprava Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 15 anteriormente ቀ ோ ೣ " ቁ. Sendo assim, a reta de restrição orçamentária irá girar conforme o desenho abaixo: 6.9.2. Variação no Preço do Bem Y Vamos agora variar o preço do bem y e verificar o que ocorre na reta de restrição orçamentária do consumidor. Se aumentarmos o preço do bem y, passando de ௬ para ௬ᇱ , o consumidor conseguirá adquirir a mesma quantidade do bem y caso opte por comprar apenas do bem x. A quantidade adquirida será de ோ ೣ . Por outro lado, se o consumidor optar por comprar apenas do bem y, como o preço do bem aumentou൫௬ᇱ ௬൯haverá uma redução na quantidade adquirida. Essa quantidade passará para ோ ᇲ . Graficamente, teremos: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 16 Se o preço do bem y for reduzido൫௬" ൏ ௬൯ e o preço de x mantido constante, caso o consumidor opte por consumir apenas do bem x, conseguirá comprar a mesma quantidade de bens. Por outro lado, se optar por gastar toda a sua renda adquirindo apenas o bem y, o consumidor conseguirá comprar mais unidades do que comprava anteriormente൬ ோ " ൰. Sendo assim, a reta de restrição orçamentária irá girar conforme o desenho abaixo: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 17 6.9.3. Variação na Renda R Se o consumidor tem a sua renda alterada e os preços dos bens x e y são mantidos constantes, sabemos que não haverá nenhuma mudança na inclinação da reta de restrição orçamentária. Como a renda foi alterada, o consumidor irá comprar mais ou menos dos bens em questão e como não há mudança na inclinação, haverá um deslocamento paralelo da reta de restrição orçamentária. Se a renda do consumidor aumentar para R’ሺܴᇱ ܴሻ, mantendo os preços dos bens constantes, ele poderá adquirir uma quantidade maior do bem x se optar por consumir apenas esse bem e, de forma análoga, poderá adquirir uma quantidade maior do bem y se optar por consumir apenas o bem y. Graficamente, teríamos o seguinte: Por outro lado, se a renda for reduzida, haverá um deslocamento paralelo, mas para baixo, da reta de restrição orçamentária. Veja o gráfico abaixo: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 18 Suponha que tanto a renda quanto os preços dos bens sejam alterados por uma constante z > 0. Dessa forma, teríamos como intersecção no eixo y: ( ) ( ) yy y yx p Ry pz Rzy pzyRz pzypRz =⇒⋅/ ⋅/= ⋅⋅=⋅ ⋅⋅+⋅=⋅ 0 Enquanto isso, no eixo x teríamos a seguinte intersecção no eixo: ( ) ( ) xx x xx p Rx pz Rzx pzxRz pzxpRz =⇒⋅/ ⋅/= ⋅⋅=⋅ ⋅⋅+⋅=⋅ 0 Com isso vemos que ao multiplicarmos tanto a renda quanto os preços de cada um dos bens por uma constante, a reta de restrição orçamentária não será alterada. A única mudança esperada é que circule mais recursos financeiros, mas nada de significativo ocorrerá. Segundo o Pindyck: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 19 “Considere o que poderia ocorrer se tudo duplicasse – tanto do gênero alimentício como do vestuário, e também a renda do consumidor. (Tal fato poderia ocorrer em uma economia com inflação.) Pelo fato de ambos os preços terem duplicado, a razão entre os preços não seria alterada, portanto a inclinação da linha do orçamento também não sofreria qualquer modificação. Em razão do preço do vestuário ter duplicado, da mesma forma que a renda, a quantidade máxima de vestuário que poderia ser adquirida permaneceria inalterada. O mesmo ocorre com a alimentação. Por conseguinte, uma inflação na qual todos os preços e níveis de renda fossem proporcionalmente elevados não influenciaria a linha do orçamento ou o poder aquisitivo do consumidor.” 6.10. Taxa Marginal de Substituição Cada consumidor possui um formato de curvas de indiferenças para um par de bens determinados. Como foi visto anteriormente, esse formato tem tudo a ver com o gosto dos consumidores ou, mais tecnicamente, com as utilidades que a combinação dos bens fornece ao consumidor. Sabemos também que a curva de indiferença em si é a conexão de todas as cestas de bens que fornecem àquele consumidor a mesma satisfação, faz com que ele seja indiferente entre qualquer uma delas. Com essas definiçõesbem entendidas, podemos passar para a taxa marginal de substituição – TMS. A taxa marginal de substituição nada mais é do que a quantidade de um determinado bem que deve ser entregue ao consumidor para que ele perca uma unidade do outro bem, mas se mantenha com a mesma satisfação, ou seja, na mesma curva de indiferença. Observe que a taxa marginal de substituição é uma medida do preço relativo entre os bens para aquele consumidor. Explico. Imagine que um determinado bem A custa R$ 3,00 e o bem B está com preço de R$ 1,00. Se esse consumidor tem, em determinado ponto, uma taxa Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 20 marginal de substituição de A por B igual a 3, isso significa que ele deseja três unidades de B para se dispor de uma unidade de A. Observe que essa é exatamente a relação de preços do mercado e, para esse consumidor, o preço relativo dos dois bens é o considerado “justo”. Segundo o Varian: “A inclinação da curva de indiferença num determinado ponto é conhecida como a taxa marginal de substituição – TMS. Suponhamos que retiramos do consumidor um pouco do bem 1, Δx1. Damos-lhe, então, Δx2, quantidade suficiente apenas para colocá-lo de volta em sua curva de indiferença, de modo que ele fique tão bem depois dessa substituição de x2 por x1 como estava antes.” Quando medimos a taxa de substituição entre dois bens quaisquer, fazemos essa medida em um ponto específico. E isso ocorre porque em cada ponto a taxa marginal de substituição é diferente. Imagine a seguinte situação. Você e mais outra pessoa estão em uma ilha deserta e ainda devem ficar nesta ilha por mais uma semana. Você possui 10 quilos de alimento e três litros de água. A outra pessoa tem 2 quilos de alimento e 15 litros de água. Você concorda que a sua cesta tem uma quantidade grande de alimento se comparado à quantidade de água que possui. Logo, como a água é um bem escasso para você, para entregar um litro de água você desejaria em troca uma quantidade grande de alimento, suponhamos 4 quilos de alimento. Se efetuasse essa troca, a sua cesta passaria a ser de 14 quilos de alimento e dois litros de água. Observe que a água que era um bem escasso ficou ainda mais escassa. Agora, com essa nova cesta, quantos quilos de alimento você gostaria de receber para entregar um litro adicional de água. Aposto que você deve estar pensando que não entrega de forma alguma. Se pensou isso, significa que cobraria uma quantidade enorme de alimento. Mas suponhamos que você ainda consiga encontrar um preço que julgue “justo”. No entanto, para perder um litro adicional de água, bem bastante escasso, exigiria mais que 4 quilos de alimento, por exemplo, uns 8 quilos. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 21 O que quero mostrar com isso é que sempre temos um preço ou uma troca que achamos, consideramos justa. Mas quanto mais escasso for o bem maior a quantidade que queremos daquele bem não é tão escasso assim. Graficamente, podemos representar a TMS da seguinte forma: Imaginemos que, inicialmente, o consumidor detém a cesta (x1,y1). Para perder uma unidade de bem x e passar a deter uma quantidade x2, ele exige uma quantidade do bem y igual à diferença entre y2 e y1. Essa quantidade que o consumidor exige em troca de uma unidade do bem x é a taxa marginal de substituição de x por y quando o consumidor está na cesta (x1,y1). Após se desfazer dessa primeira unidade do bem x, o consumidor passará a se situar na cesta (x2,y2). Se optar por entregar mais uma unidade do bem x, passando a deter x3 unidades agora, deverá receber em troca a diferença entre y3 e y2 unidades do bem y. Novamente, essa quantidade recebida do bem y em troca de uma unidade do bem x será a taxa marginal de substituição de x por y quando o consumidor estiver com a cesta (x2,y2). É muito importante observar que a taxa marginal de substituição de x por y foi diferente nos dois casos narrados e isso ocorreu porque houve um aumento da Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 22 escassez do bem x e, consequentemente, uma exigência de uma quantidade maior de y. Matematicamente, podemos representar a TMS1 como sendo: ܶܯܵ௫,௬ ൌ െ ∆ݕ ∆ݔ Podemos ainda tirar mais algumas conclusões com o auxílio da TMSx,y. Sabemos que a utilidade marginal é dada pela variação da utilidade total provocada por cada unidade de variação de um determinado bem. Matematicamente, temos: ܷܯ݃௫ ൌ ∆ܷ௫ ∆ݔ ܷܯ݃௬ ൌ ∆ܷ௬ ∆ݕ Rearranjando as equações, temos: ∆ܷ௫ ൌ ܷܯ݃௫ · ∆ݔ ∆ܷ௬ ൌ ܷܯ݃௬ · ∆ݕ Sabemos que as utilidades marginais dessas duas mercadorias são positivas, pois, por definição, estamos tratando de dois bens. Como estamos descartando uma unidade do bem e recebendo algumas unidades de y, os sinais das equações ficariam da seguinte forma: ∆ܷ௫ฐ ି ൌ ܷܯ݃௫ᇩᇪᇫ ା · ∆ݔฏ ି ∆ܷ௬ต ା ൌ ܷܯ݃௬ᇣᇤᇥ ା · ∆ݕด ା 1 Alguns autores assumem que a TMS é negativa por causa da inclinação da curva. Outros assumem que ela é positiva pois representa quantas unidades de um determinado bem são necessárias para deixar o consumidor na mesma curva de indiferença após perder uma unidade do outro bem. Neste curso, adotaremos a TMS como sendo um número positivo. Entretanto, isso não fará muita diferença ao longo das aulas. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 23 Como na TMS devemos considerar que o consumidor se mantém na mesma curva de indiferença, a variação da utilidade devido a uma mudança na quantidade de y somado à variação da utilidade devido a uma mudança na quantidade de x deve ser zero. Ou seja, ∆ܷ௫ ∆ܷ௬ ൌ 0 ܷܯ݃௫ · ∆ݔ ܷܯ݃௬ · ∆ݕ ൌ 0 ܷܯ݃௫ · ∆ݔ ൌ െܷܯ݃௬ · ∆ݕ ܷܯ݃௫ ܷܯ݃௬ ൌ െ ∆ݕ ∆ݔ Como a TMSx,y= െ ∆௬ ∆௫ , temos que: ܶܯܵ௫,௬ ൌ െ ∆ݕ ∆ݔ ൌ ܷܯ݃௫ ܷܯ݃௬ Com isso, vemos que a taxa marginal de substituição entre dois bens, em qualquer ponto da curva de indiferença, é igual à razão entre as utilidades marginais. Pela definição, a TMSx,y é menos a inclinação da reta tangente ao ponto sobre a curva de indiferença. O gráfico abaixo mostra as tangentes à curva de indiferença em cada um dos pontos. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 24 Como a cesta ótima, pela propriedade da densidade das curvas de indiferença, é a cesta formada pela tangente entre a curva de indiferença e a reta de restrição orçamentária, temos: Dessa forma, a TMSx,y além de ser igual à razão entre as utilidades marginais também será a razão entre os preços na cesta ótima. Isto porque a TMS é menos a inclinação da reta tangente no ponto e a reta de restrição orçamentária tangencia a curva de indiferença na cesta ótima e a inclinação da restrição orçamentáriaé a razão entre os preços. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 25 Portanto, podemos escrever que, na cesta ótima, é válida a seguinte equação: ܶܯܵ௫,௬ ൌ െ ∆ݕ ∆ݔ ൌ ࢁࡹࢍ࢞ ࢁࡹࢍ࢟ ൌ ࢞ ࢟ É importante ressaltarmos que a equação acima só é válida na cesta ótima enquanto que a equação apresentada anteriormente é válida em qualquer ponto da curva de indiferença. Até então falamos do caso geral, mas como poderia ser a TMSx,y para bens substitutos perfeitos? Lembre-se de que para que dois bens sejam substitutos perfeitos eles não precisam ser trocados na proporção um para um. Há, simplesmente, a necessidade de que haja uma troca que possa levar o consumidor a ficar na mesma curva de indiferença O livro do Pindyck ilustra com um caso em que o consumidor chamado Philip mostra que é indiferente entre suco de maçã e suco de laranja na proporção 1 para 1 e conclui que: “Essas duas mercadorias são substitutos perfeitos para Philip, uma vez que ele se mostra totalmente indiferente entre beber um copo de um ou de outro. Neste caso, a TMS do suco de maçã pelo suco de laranja é 1; Philip está sempre disposto a trocar um copo de um por um copo de outro. Geralmente, dizemos que dois bens são substitutos perfeitos quando é constante a taxa marginal de substituição de um bem pelo outro, ou seja, quando as curvas de indiferença que descrevem a permuta entre o consumo das mercadorias apresentam-se como linhas retas.” (grifo meu) Observe no trecho grifado acima que o autor em momento algum define que os bens devem estar na proporção 1 para 1 e, no meu ponto de vista, deixa implícito que a condição, em geral, é que a TMS seja constante. Se a sua leitura for a mesma, você concorda comigo que a proporção do consumo pode ser diferente. Ou seja, se uma pessoa gosta de uma xícara de café ou dois Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 26 copos de leite pela manhã, esses dois bens são substitutos perfeitos, mas na proporção 2 para 1. Já sei que você deve estar questionando o GERALMENTE, correto? Na minha opinião, essa palavra é colocada no texto porque podemos fazer transformações monotônicas na função e não modificar a ordenação das escolhas mas modificaremos a forma básica da função e da TMS. No entanto, mesmo assim, os bens continuarão sendo substitutos perfeitos. O Varian2 descreve que: “Suponhamos, por exemplo, que o consumidor exija duas unidades do bem 2 para compensá-lo pela desistência de uma unidade do bem 1. Isso significa que, para o consumidor, o bem 1 é duas vezes mais valioso do que o bem 2. A função utilidade assume, portanto, a forma u(x1,x2)=2x1+x2. Observemos que essa utilidade produz curvas de indiferença com uma inclinação de -2. As preferências por substitutos perfeitos em geral podem ser representadas por uma função de utilidade da forma U(x1,x2) = ax1+bx2 Aqui, a e b são números positivos que medem o “valor” que os bens 1 e 2 têm para o consumidor.” O Varian ainda informa que: “Temos três casos possíveis. Se p2 > p1, a inclinação da reta orçamentária será mais plana do que a das curvas de indiferença. Nesse caso, a cesta ótima será aquela em que o consumidor gastar todo o seu dinheiro no bem 1. Se p1 > p2, o consumidor comprará apenas o bem 2. Finalmente, se p1 = p2, haverá todo um segmento de escolhas ótimas – nesse caso, todas as quantidades dos bens 1 e 2 que satisfazem a restrição orçamentária serão uma escolha ótima. Assim, a função de demanda do bem 1 será 2 Observe que enquanto o Pindyck define a TMS como um número positivo, o Varian define como um número negativo. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 27 ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ > = < = .pquando 0 ;pquando e 0entrenúmeroqualquer ;pquando 21 21 21 1 1 1 p p p x p m p m Serão esses resultados coerentes com o senso comum? Tudo o que dizem é que, se dois bens são substitutos perfeitos, o consumidor comprará o que for mais barato. E se ambos tiverem o mesmo preço, o consumidor não se importará entre comprar um ou outro.” Importante salientar que essa última informação que está contida no livro do Varian só é válida se na função utilidade por ele descrita U(x1,x2) = ax1+bx2, os valores de a e b forem iguais. Caso contrário, o resultado da demanda dependerá da relação entre esses valores. As curvas dos complementares perfeitos são chamadas de Leontief. As equações podem ser representadas assim: ( ) { }2121 ;, xbxaMinxxU ⋅⋅= Suponha que você tem uma cesta que é composta de três xícaras de café e seis colheres de açúcar. Se você optar por entregar uma xícara de café, quantas colheres de açúcar seriam necessárias para manter o consumidor na mesma curva de indiferença. Observe que não adianta trocar açúcar por café porque o consumidor gosta dos dois bens em conjunto e em uma determinada proporção. Observe que ao perder uma unidade de um dos bens não é necessária nenhuma unidade do outro bem para que o consumidor seja mantido na mesma curva de indiferença. Portanto, em complementares perfeitos, a taxa marginal de substituição é igual a zero ou infinita. 6.11. Efeito Renda e Efeito Substituição Sabemos que a variação no preço de um dos bens provoca uma alteração no consumo deste bem e do outro bem disponível. Sempre analisamos para Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 28 apenas dois bens, mas a mesma análise pode ser extendida para N bens. Isso não é feito apenas pela dificuldade de se fazer o desenho e raciocinar em uma dimensão superior a duas. A alteração no consumo do bem que teve seu preço modificado pode ser dividida em duas partes: EFEITO SUBSTITUIÇÃO E EFEITO RENDA. Segundo o Pindyck: “A redução do preço possui um efeito substituição e um efeito renda. O efeito substituição corresponde à modificação no consumo de alimento associada a uma variação em seu preço, mantendo-se constante o nível de satisfação. O efeito substituição capta a modificação no consumo de alimento que ocorre em consequência da variação no preço que o torna relativamente mais barato do que o vestuário. Essa substituição é caracterizada por um movimento ao longa da curva de indiferença. Consideremos agora o efeito renda (isto é, a variação no consumo de alimento ocasionada pelo aumento do poder aquisitivo, mantendo-se constante o preço). Por refletir o movimento feito pelo consumidor de uma curva de indiferença para outra, o efeito renda mede a variação de seu poder aquisitivo.” Existem duas formas de se calcular o efeito substituição. Em uma delas você opta por deslocar a reta de restrição orçamentária com a nova inclinação de forma a tangenciar a mesma curva de indiferença em que está a cesta ótima. Na outra forma, essa reta é deslocada até que corte a mesmacesta que era a ótima anteriormente. Observe a reta de restrição orçamentária azul clara que tangencia a curva de indiferença U1 e determina a cesta A como sendo a cesta ótima. À medida que o preço do bem x é alterado, sendo reduzido sem que ocorra nenhuma modificação no preço de y, a reta orçamentária mudará de inclinação. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 29 A nova cesta ótima será a cesta B, determinada pelo ponto de tangência da nova reta orçamentária com a curva de indiferença U2. Entretanto, o movimento de mudança da quantidade consumida de cada um dos bens quando o consumidor sai da cesta A para a cesta B, é o movimento completo. Dessa mudança podemos podemos extrair a parcela que vem do Efeito Substituição e a parcela que vem do Efeito Renda. Observe que como apenas o bem y teve seu preço alterado, tanto a reta orçamentária antiga (I) como a nova reta orçamentária (III) saem do mesmo ponto, ou seja, yP R . Há uma nova inclinação porque a razão entre os preços do bem foi alterada. Para determinarmos o efeito substituição, pegamos a reta orçamentária final III que está na inclinação correta e traçamos outra reta (II), paralela à III, mas que tangencie a curva de indiferença em que está o ponto A. Dessa forma, aparecerá o ponto C. O ponto C mostra a nova cesta ótima que dá ao consumidor a mesma satisfação inicial mas utilizando os novos preços vigentes no mercado. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 30 Observe que quando ocorreu uma queda no preço do bem x, da cesta A para a cesta C houve uma alteração positiva na quantidade demandada do bem x e uma alteração negativa na demanda por y. Essa quantidade que foi aumentada no consumo do bem X chamamos de EFEITO SUBSTITUIÇÃO. Importante frisarmos que o efeito substituição é SEMPRE negativo. Já sei que você pode estar pensando: mas como negativo se a quantidade aumentou? Ele é negativo porque as grandezas preço e quantidade vão se relacionar sempre negativamente, ou seja, quando o preço cair a quantidade aumentará e quando o preço subir a quantidade reduzirá. Mesmo sendo um bem de GIFFEN. Observe pela figura acima que como o bem y não teve seu preço modificado, o consumidor consegue comprar exatamente yP R , mas a reta de restrição orçamentária II não está neste ponto. Sendo assim, devemos deslocar essa reta, paralelamente, até retornar ao ponto yP R de quantidade para o bem y. Com isso, a reta final é a III e esse aumento de quantidade do bem quando do deslocamento da reta II para a III advém do que chamamos de efeito renda. Explico melhor. Efeito Renda é o aumento do consumo do bem x em decorrência do ganho em poder aquisitivo do consumidor pelo fato de o preço do bem x ter sido reduzido. Se o consumidor aumentar o consumo do bem x quando ele despender esses recursos auferidos com o aumento do seu poder aquisitivo, a relação foi de aumento de renda com aumento de consumo, logo, x é um bem normal. Se o consumidor, após ter esse aumento no poder aquisitivo, reduzir o consumo do bem x, esse bem será considerado inferior. Observe que quando o bem for inferior, há uma redução do consumo que foi determinada pelo aumento da renda. Com isso, o efeito renda é negativo, nesse caso. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 31 Por fim, se o efeito renda for muito negativo a ponto de anular todo o efeito substituição e ainda provocar uma redução no consumo do bem x quando fizermos uma comparação com a situação inicial, dizemos que esse bem é de GIFFEN. Observe que para que um bem seja de GIFFEN não basta que o bem seja inferior, tem que ser inferior e superar o efeito substituição. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 32 Vou tentar acompanhar a explicação teórica com um exemplo numérico com o objetivo de deixar mais transparente e simples esse processo que pode estar parecendo complicado (mas não é tanto). Imagine que essa economia tenha apenas dois bens. O quilo da batata custa R$ 1,00 e o quilo da carne custa R$ 4,00. O consumidor tem seu nível máximo de satisfação quando consome 15 quilos de carne e 40 quilos de batata. Essa é a cesta A. O consumidor possui R$ 100,00 e deverá gastar todos os seus recursos. Suponha que o preço da carne caia pela metade. Com a carne custando R$ 2,00 o quilo, a cesta ótima do consumidor irá mudar. Essa simples mudança do preço relativo dos bens faz com que ele repense essa cesta ótima. Imagine que ele opte por vender 10 quilos de batata por R$ 1,00. Com isso, ele conseguirá comprar 5 quilos de carne, passando a ter a cesta C que será formada por 20 quilos de carne e 30 quilos de batata. O efeito substituição foi a diferença na quantidade de carne obtida nas cestas A e C. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 33 Preço Quantidade Preço Quantidade Batata 1,00 40 1,00 30 Carne 4,00 15 2,00 20 Portanto, nesse exemplo numérico, a diferença entre 20 e 15 é o efeito subtituição que foi exatamente o quanto que o consumidor deslocou do consumo de um bem para o outro bem. Observe que o gasto do consumidor ao adquirir a cesta A foi de R$ 100,00, ou seja, da totalidade de seus recursos. No entanto, quando adquiriu a cesta C ele gastou apenas R$ 70,00. Como faltam gastar R$ 30,00, ele acabou ficando mais rico, aumentando o seu poder aquisitivo. A quantidade que ele adquirir do bem que teve seu preço modificado com esse aumento de renda, será o chamado efeito renda. Temos três possibilidades aqui e cada uma delas determinará uma cesta diferente. No primeiro caso, o consumidor pode optar por gastar esses seus R$ 30,00 entre os dois bens, passando a ter uma cesta B1 com 30 quilos de carne e 40 quilos de batata. Veja que a quantidade de carne aumentou em 10 quilos e esse é o valor do efeito renda, que nesse caso foi positivo. Preço Quant(A) Preço Quant (C) Preço Quant (B1) Batata 1,00 40 1,00 30 1,00 40 Carne 4,00 15 2,00 20 2,00 30 No segundo caso, o consumidor de posse dos R$ 30,00 restantes pode achar que seu consumo de carne já está demasiado. Dessa forma, ele alocaria todo o recurso em batata, passando a ter uma cesta com 20 quilos de carne e 60 quilos de batata. Entretanto, pode ainda achar que é possível e desejado Efeito Substituição Negativo Efeito Renda Positivo Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 34 reduzir ainda mais o consumo de carne. Dessa forma, negocia, por exemplo, dois quilos de carne e com os recursos compra 4 quilos de batata. Observeque a cesta final desse consumidor doi um consumo de 64 quilos de batata e 18 quilos de carne. Como com o aumento do poder aquisitivo, esse consumidor optou por reduzir seu consumo de carne, falamos que o Efeito Renda é negativo e a carne para essa pessoa é considerada bem inferior. No entanto, é importante observar que como na cesta inicial A essa pessoa consumia 15 quilos de carne e quando houve uma redução no preço ela passou a consumir 18 quilos, carne, para ela, é um bem comum pois a queda do preço induziu a um aumento da quantidade consumida. Preço Quant(A) Preço Quant (C) Preço Quant (B1) Batata 1,00 40 1,00 30 1,00 64 Carne 4,00 15 2,00 20 2,00 18 No terceiro caso, o consumidor de posse dos R$ 30,00 restantes pode achar que seu consumo de carne já está demasiado. Dessa forma, ele alocaria todo o recurso em batata, passando a ter uma cesta com 20 quilos de carne e 60 quilos de batata. Entretanto, pode ainda achar que é possível e desejado reduzir ainda mais o consumo de carne. Dessa forma, negocia, por exemplo, seis quilos de carne e com os recursos compra 12 quilos de batata. Observe que a cesta final desse consumidor doi um consumo de 72 quilos de batata e 14 quilos de carne. Como com o aumento do poder aquisitivo, esse consumidor optou por reduzir seu consumo de carne, falamos que o Efeito Renda é negativo e a carne para essa pessoa é considerada bem inferior. No entanto, é importante observar que como na cesta inicial A essa pessoa consumia 15 quilos de carne e quando houve uma redução no preço ela passou a consumir 14 quilos, carne, para ela, é um bem de GIFFEN pois a queda do preço induziu a uma redução da quantidade consumida. Efeito Substituição Negativo Efeito Renda Negativo Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 35 Preço Quant(A) Preço Quant (C) Preço Quant (B1) Batata 1,00 40 1,00 30 1,00 72 Carne 4,00 15 2,00 20 2,00 14 Efeito Substituição Negativo Efeito Renda Negativo Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 36 QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 30 (CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2007) – Um consumidor tem renda de R$100,00 /mês e gasta 50% da mesma comprando remédios. Se o preço dos remédios aumentar 10% e os demais preços permanecerem os mesmos, para comprar a mesma cesta de bens, ou seja, manter sua renda real, o consumidor teria que auferir a renda monetária, em reais, de: a) 115,00 b) 110,00 c) 105,00 d) 100,00 e) 95,00 Resolução: Se o consumidor tem renda de R$100,00 e gasta 50% por remédio, ele estará gastando R$50,00 com remédio e R$50,00 com os outros bens. Quando o preço do remédio aumentar em 10%, o consumidor gastaria R$55,00 com remédio. Entretanto, o examinador informa que o consumidor deve manter a sua renda real, ou seja, o consumidor deve conseguir comprar a mesma cesta que comprava antes. Logo, ele precisará de uma renda monetária da ordem de R$105,00. Assim, compraria a sua cesta de medicamentos e ainda sobrariam R$50,00 para adquirir os outros bens. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 31 (CESGRANRIO – TJ Rondônia – Economista Junior – 2008) – Um consumidor tem renda igual a R$ 100,00 e gasta R$ 20,00 com alimentação, R$ 30,00 com aluguel e R$ 5,00 com roupas. Se a alimentação aumentar de preço 10%, o Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 37 aluguel diminuir 10% e as roupas encarecerem 20%, os demais preços permanecendo constantes, a variação da renda real do consumidor será a) nula. b) aproximadamente menos 2%. c) exatamente menos 1%. d) aproximadamente mais 1%. e) exatamente mais 2%. Resolução: O consumidor em questão gasta 55% da sua renda com alimentação, aluguel e roupas. O restante da renda é dispendido com as outras mercadorias. O examinador varia o preços desses três bens e pergunta qual a modificação da renda real. Em primeiro lugar devemos verificar que a base do salário é R$100,00. Logo, fica simples acharmos a variação da renda em termos percentuais, pois será exatamente igual à variação do preço vezes o peso de cada uma das mercadorias. Se o consumidor gasta R$20,00 com alimentação e o preço aumenta em 10%, ele passará a gastar R$22,00. Se o consumidor gasta R$30,00 com aluguel e o preço cai em 10%, ele passará a gastar R$ 27,00. Se ele gasta R$5,00 com roupa e essa mercadoria encarece 20%, ele passará a gastar R$6,00 com a mercadoria. Portanto, se o gasto inicial com as três mercadorias era de R$55,00, após a variação dos preços, o gasto passará a ser de: ܩܽݏݐ ൌ ܩܽݏݐ ܣ݈݅݉݁݊ݐܽçã ܩܽݏݐ ܣ݈ݑ݃ݑ݈݁ ܩܽݏݐ ܴݑܽ ܩܽݏݐ ൌ 22 27 6 ܩܽݏݐ ൌ 55,00 Sendo assim, não há variação na renda real do consumidor com essas alterações de preço e, portanto, o gabarito é a letra A. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 38 Gabarito: A Questão 32 (CESGRANRIO – ANP – Economista – 2009) – Um consumidor tem renda igual a R$ 1.000,00, gasta 20% da mesma com transporte e outros 30% com o aluguel de sua casa. Se no transporte houver uma redução de preço de 20% e o aluguel aumentar 10%, não ocorrendo nenhuma outra variação de preço, o poder de compra da renda do consumidor (sua renda real) a) aumentará, aproximadamente, R$ 100,00. b) aumentará, aproximadamente, 15%. c) aumentará, aproximadamente, 1%. d) diminuirá, aproximadamente, 1%. e) não sofrerá alteração. Resolução: Observe que o consumidor está gastando 50% da sua renda com transporte e aluguel de sua casa. Havendo mudança nos preços desses dois itens, poderá haver uma alteração na renda real. Podemos fazer de duas formas. A primeira seria usando os valores dispendidos e deve-se proceder da seguinte forma: Se o consumidor gasta R$200,00 com transporte e o preço reduz em 20%, o gasto com transporte passará a ser de R$160,00 (200 x 0,8). Se o consumidor gasta R$300,00 com aluguel e o preço do aluguel aumenta em 10%, ele passará a dispender R$330,00 (300 x 1,1) com moradia. Dessa forma, como o gasto com transporte e moradia era de 50% da renda e após a variação do preço passou a ser de R$490,00, equivalente a 49% da renda, houve um aumento da renda real de R$10,00. Isso equivale a um aumento da renda real de, aproximadamente, 1%. Podemos também efetuar a multiplicação do percentual gasto com cada mercadoria pela variação do preço de cada uma das mercadorias. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 39 ∆ܩܽݏݐሺ%ሻ ൌ 0,20 · ሺ1 െ 0,20ሻ 0,30 · ሺ1 0,10ሻ ∆ܩܽݏݐሺ%ሻ ൌ 0,20 · 0,80 0,30 · 1,10 ∆ܩܽݏݐሺ%ሻ ൌ 0,16 0,33 ∆ܩܽݏݐሺ%ሻ ൌ 0,49 ൌ 49% Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 33 (CESGRANRIO – Ministério Público Rondônia– Economista – 2005) – Uma curva de indiferença é o lugar geométrico dos pontos nos quais o consumidor: a) vai sempre preferir as cestas de bens localizadas mais à direita na curva. b) vai sempre preferir as cestas de bens localizadas mais à esquerda na curva. c) é indiferente entre as cestas de bens. d) é incapaz de calcular sua utilidade total. e) é incapaz de calcular sua utilidade parcial. Resolução: A curva de indiferença é a união de todas as cestas que fornecem ao consumidor o mesmo nível de satisfação, o mesmo nível de utilidade. Portanto, é o lugar onde o consumidor é indiferente entre todas as cestas. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 34 (CESGRANRIO – Eletrobrás – Economista – 2010) – A função utilidade de uma pessoa, com renda de 100 unidades monetárias mensais, é dada pela expressão U = XY, onde U é a sua utilidade, X e Y são as quantidades dos dois Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 40 bens consumidos. Os preços por unidade de X e de Y são iguais, e o consumidor maximiza sua utilidade sujeito à restrição de renda. Nesse caso, para essa pessoa, a) X e Y são bens inferiores. b) os gastos com X são o dobro dos gastos com Y. c) os gastos com X são de 60 unidades monetárias/mês. d) as curvas de indiferença entre X e Y são retilíneas. e) a elasticidade renda da demanda por X é igual a 1. Resolução: Na verdade, esse consumidor deverá dividir o seu recurso, pela forma da curva de indiferença, em montantes iguais aos dois bens dado que o preço é igual. As curvas de indiferença tem um formato de uma Cobb-Douglas, ou seja, tem o formato de uma hipérbole, conforme abaixo: Imagine uma situação em que a renda aumente em 10%, uma parte dela irá para aumentar o consumo do bem X e outra parte para o aumento do consumo do bem y. No entanto, como a maximização da satisfação, pelos motivos apresentados acima, ocorre com a divisão dos recursos em partes iguais, cada bem receberá 5% a mais recursos para as aquisições. Como cada um deles já contava com 50% da renda, haverá um aumento de 10% nos recursos iniciais destinados a cada bem. Como o aumento dos Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 41 recursos para cada um dos bens coincide com o aumento da renda, a elasticidade-renda será igual a 1. Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 35 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2010) – Uma pessoa tem curvas de indiferença entre dois bens, A e B, em ângulo reto, conforme se vê no gráfico abaixo. Os bens A e B são a) substitutos. b) complementares. c) inferiores. d) normais. e) essenciais. Resolução: Esse formato de curva de indiferença ocorre quando os bens são complementares e são utilizadas funções de utilidade do tipo Leontief. Sendo assim, o gabarito é a letra B. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 42 Gabarito: B Questão 36 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2005) – A função de demanda do bem “1”, substituto perfeito do bem “2”, quando os preços de ambos os bens são iguais, será dada por (onde m representa a restrição orçamentária do consumidor): a) x1 = m/p1 b) x1 = 0 c) x1 = x2 d) x1 = 1 e) 0 ≤ x1 ≤ m/p1 Resolução: Vou tentar resolver essa questão apenas com a intuição, sem a necessidade de partirmos para a matemática da mesma, pois não há necessidade. Imagine dois bens substitutos perfeitos na relação um para um e que possuam preços iguais. Imagine um consumidor que gosta de refrigerante mas que é indiferente entre coca-cola e guaraná. A quantidade a ser consumida por esse consumidor de um dos bens pode ser qualquer intervalo exitente entre toda a renda gasta naquele bem ou nenhuma parcela da renda gasta naquele bem. Logo, a demanda por um determinado bem, tendo em vista que a renda é m, será dada por: 0 ݔଵ ݉ ଵൗ . Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 37 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 43 (CESGRANRIO – Ministério Público Rondônia – Economista – 2005) – Um bem normal ou superior é aquele cujo efeito-renda é: a) indeterminado. b) negativo. c) inferior ao efeito-substituição. d) positivo. e) nulo. Resolução: Já vimos que nem todos os autores concordam que bens normais e superiores são sinônimos. No entanto, mesmo considerando o bem superior como um subconjunto do normal, nos dois teremos que a elasticidade-renda da demanda será positiva. Se a elasticidade-renda da demanda for positiva, isso significa que o efeito- renda é positivo e, em módulo, supeior ao efeito-substituição que, por definição, é sempre negativo. Sendo assim, o gabarito é a letra D. Gabarito: D Questão 38 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Pleno – 2005) – Quando o preço de um bem varia, se os efeitos-renda e substituição variarem em direções opostas, prevalecendo o efeito- renda, este bem é: a) normal. b) inferior. c) superior. d) de Giffen. e) de Slutsky. Resolução: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 44 Devemos tomar muito cuidado com esse tipo de afirmativa. Sabemos que o efeito-substituição é sempre negativo, mas uma redução no preço do bem irá provocar um aumento na quantidade demandada do mesmo. Observe que o sinal do efeito é negativo porque a relação entre as duas grandezas é inversamente proporcional. No entanto, a quantidade consumida do bem será majorada. Se o efeito-renda for negativo, isso significa que essa redução no preço do bem causou um aumento do poder aquisitivo do consumidor, mas mesmo assim, ele optou por reduzir o consumo após o efeito-substituição ter sido aplicado. Observe que as grandezas (renda real e quantidade demandada) são inversamente proporcionais, mas a quantidade demandada é reduzida. Se o bem for normal, ocorre o inverso. No entanto, quando o examindor fala sobre efeitos em direções opostas, não sabemos direito se ele se refere às quantidades demandadas ou o sinal do efeito. Minha sugestão é que consideremos as quantidades. Logo, o efeito- renda é inferior pois é neste momento que ele provoca redução da quantidade demandada. Sendo assim, o gabarito é a letra B. Gabarito: B Questão 39 (ESAF – AFC – STN – 2005) – Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria do Consumidor: Maximizar U = X.Y Sujeito à restrição 2.X + 4.Y = 10 Onde U = função utilidade; X = quantidade consumida do bem X; Y = quantidade consumida do bem Y. Com base nessas informações, as quantidades do bem X e Y que maximizam a utilidade do consumidor são, respectivamente: a) 8 e 0,5Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 45 b) 1 e 2 c) 2 e 1 d) 1,25 e 2,0 e) 2,5 e 1,25 Resolução: Temos duas formas distintas de resolver essa questão. A primeira delas é por tentativa e erro. E sugiro que a solução seja feita dessa forma. É claro que isso não garante que estamos maximizando essa função dada essa restrição orçamentária, mas se isso não ocorrer a questão está errada e deverá ser anulada. Portanto, se a questão não for do tipo CERTO e ERRADO, devemos fazer dessa forma que falarei primeiro. Uma questão do tipo CERTO e ERRADO deverá ter a solução matemática efetuada. Inicialmente, devemos encontrar o valor da utilidade para cada uma das alternativas. Após efetuar essas contas, pegaremos o maior valor e ele se tornará candidato para resposta. Após isso, devemos substituir os valores das quantidades demandas de cada um dos bens na restrição do problema de maximização. Se a igualdade for satisfeita, essa será a resposta. Caso não seja, passaremos para a segunda maior utilidade encontrada nas multiplicações. Vamos aos cálculos. ܷ ൌ 8 · 0,5 ൌ 4,0 ܷ ൌ 1 · 2 ൌ 2,0 ܷ ൌ 2 · 1 ൌ 2,0 ܷௗ ൌ 1,25 · 2,0 ൌ 2,5 ܷ ൌ 2,5 · 1,25 ൌ 3,125 Ao efetuarmos a multiplicação das quantidades (fizemos isso porque a função U=X.Y) que foram informadas pelas respostas possíveis, vimos que a letra a deu o maior resultado, seguido pela e e assim por diante. Portanto, devemos testar as quantidades que estão determinadas na letra a na equação de restrição. Portanto: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 46 ܴ݁ݏݐݎ݅çã ܽ ՜ 2 · 8 4 · 0,5 ് 10 Como a restrição não foi atendida, o gabarito não pode ser a letra a. Passemos para a letra e. ܴ݁ݏݐݎ݅çã ݁ ՜ 2 · 2,5 4 · 1,25 ൌ 10 Portanto, como a restrição é atendida, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Enunciado para as questões 40 e 41 Acerca da teoria do consumidor, julgue os itens subsequentes. Questão 40 (CESPE – BASA - Economista – 2010) – Considere que os bens substitutos perfeitos, x1 e x2, sejam representados pela função utilidade u(x1,x2) = x1+x2. Nesse caso, a função utilidade v(x1,x2) = (x1+x2)2 não pode representar a preferência pelos mesmos dois bens substitutos. Resolução: Em geral, substitutos perfeitos são representados por curvas de indiferença que são retas paralelas, conforme figura abaixo: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 47 Essa não é a única forma de representá-los. Podemos fazer transformações monotônicas nas funções de utilidade que as escolhas permanecerão as mesmas. Antes de tudo, lembre-se que não nos interessa quantos útiles3 um determinado consumidor terá ao consumir um bem. Ou seja, não nos interessa a ordenação cardinal das cestas pois é muito complexo e irreal pensar que alguém irá calcular quanto ganhará de satisfação ao consumir uma cesta de bens. Entretanto, necessitamos de uma ordenação ordinal que nos informará quais cestas são preferidas em relação às outras. E exatamente pelo fato de não estarmos preocupados com o tamanho da utilidade que a cesta trará sem que seja feita uma comparação a qualquer outra que podemos fazer as transformações monotônicas. Essas transformações consistem em somar, multiplicar ou elevar a função a um determinado número. Como resultado, teremos uma utilidade completamente diferente mas a ordenação continuará a mesma. Observe que isto pode ser feito em Teoria do Consumidor dado que a função nos responderá qual o nível de satisfação. Entretanto, tal transformação não 3 Unidade de medida de utilidade. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 48 pode ser feita na Teoria da Firma pois a função nos informa a quantidade de bens que está sendo produzida. Sendo assim, se multiplicarmos a função por 2, teríamos: 2.u(x1,x2) = z(x1,x2) = 2x1+2x2 Essa nova função z(x1,x2) nos retornaria valores de utilidades completamente diferentes da função anterior mas manteria a ordenação de escolha das cestas do consumidor em questão. Dessa forma, essa transformação não teria qualquer efeito a não ser o de poder facilitar as operações matemáticas necessárias. De forma análoga, podemos elevar a função ao quadrado e teríamos: [u(x1,x2)]2 = v(x1,x2) = (x1+x2)2 Da mesma forma, não mudaríamos a ordenação das cestas e tal transformação poderia ser feita e estaria representando bens que são substitutos perfeitos. Portanto, é importante ressaltar que os substitutos perfeitos não são representados apenas por curvas de indiferenças que são linhas retas, mas também por quaisquer transformações monotônicas a que essas curvas sejam submetidas. Segundo Varian: “A multiplicação por 2 é um exemplo de transformação monotônica. A transformação monotônica é um modo de transformar um conjunto de números em outro, mas preservando a ordem original dos números. A transformação monotônica é em geral representada pela função f(u), que transforma cada número u em outro número f(u), mas preserva a ordem dos números para que u1 > u2 implique f(u1) > f(u2). Uma transformação monotônica e uma função monotônica são, em essência, a mesma coisa.” Com isso, vemos que a questão está ERRADA. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 49 Gabarito: E Questão 41 (CESPE – BASA - Economista – 2010) – Considere que os bens substitutos perfeitos x1 e x2 tenham preços iguais: p = p1 = p2. Nesse caso, a função de demanda pelo bem x1 de um consumidor de renda m será igual a p m . Resolução: Na verdade pelo fato de a questão estar errada não conseguimos explicar exatamente o que o examinador pensou. Vamos lá. Em primeiro lugar, um esclarecimento que o examinador pode ou não ter levado em consideração. Infelizmente, só poderíamos ter certeza disto se a questão fosse dada como correta. Eu, particularmente, acho que o examinador não considerou o que colocarei abaixo. Observe que o examinador apenas diz que os bens são substitutos perfeitos e com a igualdade nos preços nos solicita determinar a demanda pelo bem x1. Ou essa questão está, de cara, errada pois não tendo a função utilidade dos bens que são substitutos perfeitos não poderíamos NUNCA determinar a demanda por um dos bens. Ou, e é isso que eu acredito, o examinador pelo simples fato de ter dito que os bens são substitutos perfeitos, parte do pressuposto errôneo de que a função utilidade é u(x,y)=x1+x2. No entanto, os autores afirmam que para que dois bens sejam substitutos perfeitos eles não precisam ser trocados na proporção um para um como assumido na questão. O livro do Pindyck mostra um caso em que o consumidor chamado Philip mostra que é indiferente entre suco de mação e suco de laranja na proporção1 para 1 e conclui que: “Essas duas mercadorias são substitutos perfeitos para Philip, uma vez que ele se mostra totalmente indiferente entre beber um copo de Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 50 um ou de outro. Neste caso, a TMS do suco de maçã pelo suco de laranja é 1; Philip está sempre disposto a trocar um copo de um por um copo de outro. Geralmente, dizemos que dois bens são substitutos perfeitos quando é constante a taxa marginal de substituição de um bem pelo outro, ou seja, quando as curvas de indiferença que descrevem a permuta entre o consumo das mercadorias apresentam-se como linhas retas.” (grifo meu) Observe no trecho grifado acima que o autor em momento algum define que os bens devem estar na proporção 1 para 1 e, no meu ponto de vista, deixa implícito que a condição, em geral, é que a TMS seja constante. Se a sua leitura for a mesma, você concorda comigo que a proporção do consumo pode ser diferente. Ou seja, se uma pessoa gosta de uma xícara de café ou dois copos de leite pela manhã, esses dois bens são substitutos perfeitos mas na proporção 2 para 1. Já sei que você deve estar questionando o GERALMENTE, correto? Na minha opinião, essa palavra é colocada no texto porque podemos fazer transformações monotônicas na função e não modificar a ordenação das escolhas mas modificaremos a forma básica da função e da TMS. No entanto, mesmo assim, os bens não deixarão de ser substitutos perfeitos. O Varian descreve que: “Suponhamos, por exemplo, que o consumidor exija duas unidades do bem 2 para compensá-lo pela desistência de uma unidade do bem 1. Isso significa que, para o consumidor, o bem 1 é duas vezes mais valioso do que o bem 2. A função utilidade assume, portanto, a forma u(x1,x2)=2x1+x2. Observemos que essa utilidade produz curvas de indiferença com uma inclinação de -2. As preferências por substitutos perfeitos em geral podem ser representadas por uma função de utilidade da forma U(x1,x2) = ax1+bx2 Aqui, a e b são números positivos que medem o “valor” que os bens 1 e 2 têm para o consumidor.” Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 51 O Varian ainda informa que: “Temos três casos possíveis. Se p2 > p1, a inclinação da reta orçamentária será mais plana do que a das curvas de indiferença. Nesse caso, a cesta ótima será aquela em que o consumidor gastar todo o seu dinheiro no bem 1. Se p1 > p2, o consumidor comprará apenas o bem 2. Finalmente, se p1 = p2, haverá todo um segmento de escolhas ótimas – nesse caso, todas as quantidades dos bens 1 e 2 que satisfazem a restrição orçamentária serão uma escolha ótima. Assim, a função de demanda do bem 1 será ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ > = < = .pquando 0 ;pquando e 0entrenúmeroqualquer ;pquando 21 21 21 1 1 1 p p p x p m p m Serão esses resultados coerentes com o senso comum? Tudo o que dizem é que, se dois bens são substitutos perfeitos, o consumidor comprará o que for mais barato. E se ambos tiverem o mesmo preço, o consumidor não se importará entre comprar um ou outro.” Importante salientar que essa última informação que está contida no livro do Varian só é válida se na função utilidade por ele descrita U(x1,x2) = ax1+bx2, os valores de a e b forem iguais. Caso contrário, o resultado da demanda dependerá da relação entre esses valores. É exatamente isso que me parece que o examinador esqueceu-se de considerar quando formulou a questão e partiu do pressuposto que o fato de os bens serem substitutos perfeitos, implicava que os valores de a e b seriam, necessariamente, iguais. Entretanto, o livro do Varian nos mostrou que não é verdade isso. De qualquer forma, a questão está ERRADA. Gabarito: E Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 52 Enunciado para as Questões de 42 e 43 Considerando a equação de demanda ( )RPPQQ YXDXD ,,= , em que XDQ seja a quantidade demandada do bem X; XP , o preço do bem X; YP , o preço do bem relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subseqüentes. Questão 42 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Uma curva de indiferença é convexa quando a taxa marginal de substituição diminui à medida em que há movimentação para baixo ao longo da mesma curva. Resolução: Vamos utilizar uma curva de indiferença convexa em relação à origem, conforme abaixo: Tracemos uma reta tangente à curva de indiferença, determinando as quantidade x1 e y1. Se recebermos uma unidade adicional do bem X, de tal forma que a quantidade agora passasse a ser x2, teríamos que nos dispor uma quantidade do bem Y igual à diferença entre y1 e y2. Observe que se optarmos por receber uma outra unidade do bem X e passarmos a contar com x3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 53 unidades, teremos que dispor de uma quantidade menor de Y (diferença entre y3 e y2). Portanto, a taxa marginal de substituição será menor quanto mais nos movimentarmos para baixo na curva de indiferença. Se você está achando que fiz com o raciocínio trocado, efetue o raciocínio com base no enunciado da TMS, mas saia de x3 e vá em direção a x1. No entanto, estamos considerando apenas os módulos. O Varian informa: “O caso das curvas de indiferenças convexas mostra ainda outro tipo de comportamento da TMS4. Nas curvas de indiferença estritamente convexas, a TMS – a inclinação da curva de indiferença – diminui (em valor absoluto) à medida que aumentamos x1. Assim, as curvas de indiferença mostram uma taxa marginal de substituição decrescente.” No entanto, devemos observar que a questão fala de curva de indiferença convexa e não estritamente convexa. Bens substitutos perfeitos possuem retas como curvas de indiferença e elas são convexas. No entanto, ressalta-se que as taxas marginais de substituição são constantes. Entretanto a questão diz que se as TMS são decrescentes, portanto, teremos curvas convexas. Esta afirmativa está correta mas não vale a condição se, e somente se. Ou seja, se as curvas de indiferenças forem convexas, não necessariamente, as TMS são decrescentes ao nos movimentarmos para baixo ao longo da mesma curva de indiferença. Dessa forma, a questão está CERTA. Gabarito: C 4 TMS é a abreviatura da Taxa Marginal de Substituição. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 54 Questão 43 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Em uma solução de canto não se verifica a igualdade entre benefício marginal e custo marginal. Resolução: Uma solução é considerada de canto quando consumimos apenas um dos bens. Será considerada de meio se
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