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COMPOSIÇÃO DE CUSTO


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COMPOSIÇÃO DE CUSTO E CUSTO DA MÃO DE OBRA
Composição de Custo 
Composição de custos é o processo de estabelecimento dos custos incorridos para a execução de um serviço ou atividade.
 A composição lista todos os insumos que entram na execução do serviço, com suas respectivas quantidades, e seus custos unitários e totais.
As categorias de custo envolvidas em um serviço são tipicamente:
Mão de Obra;
Material;
Equipamento.
A determinação da contribuição relativa de cada uma dessas categorias é a essência do processo de estabelecimento de qualquer composição de custos. 
Há ainda custos de subcontratos (terceirizados) e os custos indiretos.
 Os custos indiretos são despesas gerais não diretamente ligadas ao serviço propriamente dito, mas de ocorrência inevitável.
o custo unitário é o custo correspondente a uma unidade de serviço, como por exemplo:
custo de 1 m3 de escavação manual;
custo de 1 m2 de alvenaria de tijolo cerâmico de 9 x 14 x 19 cm;
custo de 1 m de meio-fio assentado;
A composição de custos unitários é uma tabela que apresenta todos os insumos que entram diretamente na execução de uma unidade do serviço, com seus respectivos custos unitários e totais. Ela é constituída de cinco colunas:
Insumo: É cada item de material, mão de obra e equipamento que entram na execução direta do serviço.
Unidade: É a unidade de medida do insumo. Quando se trata de material pode ser Kg, m³, m², m, um, entre outros; para a mão de obra a unidade é sempre hora; mais precisamente homem-hora; para equipamento, hora (de máquina).
Índice: É a incidência de cada insumo na execução de uma unidade do serviço.
Custo unitário: É o custo de aquisição ou emprego de uma unidade do insumo.
Custo total: É o custo total do insumo na composição de custo unitário. Obtido pela multiplicação do índice pelo custo unitário. A soma desta coluna é o custo total unitário do serviço.
Quando a composição prevê reaproveitamento da madeira, ela só serve para orçar estruturas que admitam reutilização das chapas.
Se a composição menciona 5 utilizações, ela só é válida para obras em que as peças sejam em número múltiplo de 5. Se a modulação só admite 3 utilizações, não há por que se utilizar composição com reaproveitamento superior a 3.
Insumos secundários, tais como prego, desmoldante e arame, não precisam ter quantitativos absolutamente precisos, basta usar taxas médias de consumo.
As publicações técnicas costumam confundir reaproveitamento com utilização. A rigor, n utilizações correspondem a n-1 reaproveitamentos.
Índice e produtividade 
Define-se produtividade como a taxa de produção de uma pessoa ou equipe ou equipamento, isto é, a quantidade de unidades de trabalho produzida em um intervalo de tempo especificado, normalmente hora.
Produtividade é diferente de produção. Produção representa a quantidade de unidades feitas num certo período; produtividade é a rapidez com que essa produção foi atingida.
Ex.: João assenta 800 tijolos em um dia de 8 horas, e José assenta os 800 tijolos em 12 horas. No final, a produção dos dois terá sido igual, mas a produtividade de José foi 50% mais eficiente no trabalho (100 tijolos/hora contra 67 de João).
Os índices podem ser vistos como o inverso da produtividade. 
O conhecimento e o domínio dos índices são de grande importância porque:
Revelam a produtividade da mão-de-obra e equipamento, e o consumo dos materiais adotados no orçamento;
Fornecem um parâmetro para comparação do orçado com o realizado;
Representam o limite além do qual a atividade se toma deficitária;
 Permitem a detecção de desvios;
 Ajudam o gerente a estabelecer metas de desempenho para as equipes.
Existe uma relação direta entre duração e quantidade de recursos. Se uma obra dispõe muitos homens para determinada atividade, sua duração é logicamente menor do que se o número inferior de homens estivesse disponível para aquela tarefa.
O estabelecimento da produtividade da mão-de-obra é um processo empírico e depende de uma série de fatores, tais como experiência, grau de conhecimento do serviço, supervisão, motivação, etc.
Consultar índices de livros pode ser uma boa prática, mas a homogeneização da produtividade entre as obras está longe de ser uma realidade.
Quanto menor o índice, maior a produtividade. Quanto maior o índice, menor a produtividade
Em obras pequenas, onde os prazos são pequenos e as quantidades de serviço são reduzidas, não há tempo hábil para que as equipes atinjam a plenitude em termos de desempenho, o que acarreta a ocorrência de produtividades menores do que as de obras longas, em que o operário permanece em uma mesma atividade por muito tempo e sem tantas interrupções.
CUSTO DA MÃO DE OBRA
É o trabalho humano que, em última análise, gera o produto final.
Uma obra pode chegar a ter de 50% a 60% de seu custo composto pela mão-de-obra, é fácil perceber a importância que a estimativa correta dessa categoria de custo tem para a precisão do orçamento.
O que entra no custo horário da mão-de-obra são os diversos parâmetros envolvidos: hora-base, impostos, benefícios, etc.
ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS
Didaticamente, apresentamos os encargos sob duas óticas:
 
Encargos em sentido estrito - são os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos quais o empregador está obrigado. 
Encargos em sentido amplo - aos encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios somam se outras despesas que podem ser referenciadas ao homem-hora, tais como alimentação, transporte, EPI, seguro em grupo e até horas extras habituais. 
Encargos em sentido estrito
Horistas: são os operários remunerados com base na quantidade de horas trabalhadas. São aqueles operários que têm suas horas apropriadas por apontadores em cartões de ponto e que, para fins de orçamento, integram a mão-de-obra que figura nas composições de custos unitários dos serviços diretos. São horistas: servente, carpinteiro, pedreiro, armador, encanador, etc.
 Mensalistas: são os funcionários remunerados numa base mensal. São aquelas pessoas que pactuam seus salários com o empregador e cuja cifra mensal é o referencial de remuneração. Normalmente são os integrantes das equipes técnica, administrativa e de suporte da obra, figurando prioritariamente no custo indireto da obra. São mensalistas: engenheiro, mestre, encarregado, almoxarife, apontador, topógrafo, secretária, vigia, motorista, etc.
Cálculo dos dias trabalhados por ano 
Férias : Correspondem a 30 dias após cada 12 meses de trabalho.
Repouso semanal remunerado: Corresponde a um dia por semana, preferencialmente o domingo 52 domingos/ano - 4 incluídos nas férias = 48 dias.
Feriados (excluídos os que caem no domingo ou férias ) Nacionais: 
Confraternização Universal (1º/01) 
Tiradentes (21/04)
Dia do Trabalhador (1º/05)
Independência do Brasil (07/09)
Nossa Senhora Aparecida (12/10)
Proclamação da República (15/11)
 Natal (25/12)
Estadual (Bahia): 
Independência da Bahia (02/07)
 Tiradentes (21/04).
Municipais (Salvador): 
Sexta-feira da Paixão (data móvel) 
Corpus Christi (data móvel) 
São João (24/06) 
Nossa Sra. da Conceição da Praia (08/12)
Intersindicais: 
Dia do Trabalhador da Construção Civil (19/03)
Auxilio-enfermidade: O empregador arca com o pagamento dos primeiros 15 dias de ausência do trabalho a partir daí, o funcionário recebe do Governo. Utilizou-se o percentual de beneficiários que recorreram ao auxílio (fonte: IEGE):
 17,65% x 15 d = 2,65 dias (por trabalhador por ano).
Acidente do trabalho: O empregador arca com os primeiros 15 dias de ausência do trabalhador. A partir daí o funcionário recebe do Governo. Utilizou-se a frequência de acidentes na Construção Fonte: Ministério do Trabalho):
 13,31% x 15 d = 2,00 dias (por trabalhador por ano).
Licença paternidade : O trabalhador tem direito a 20 dias de licença quando ganha filho. Adotou-se que 95% dos tralhadores são homens e que 3% é a taxa de fecundidade (percentual
de homens que terão filho ao longo de um ano):
 95%x 3% x 20 d = 0,57dias (por trabalhador por ano)
Faltas justificadas : São faltas abonadas pelo empregador, por motivos definidos na convenção coletiva do trabalho: morte de cônjuge, ascendente ou descendente; registro de nascimento de filho; casamento; doação de sangue; alistamento eleitoral; exigências do serviço militar. Adotou um total de 2 faltas por trabalhador por ano.
Dias trabalhados por ano = 365 - 30 - 48 - 11 - 2,65 - 2,00 - 0,14 - 2 = 269,21
Representação dos dias não trabalhados contra a folha
1.Férias: O pagamento das férias é acrescido de 1/3 (abono).
 (30 /269,21) x 1,3333 = 14,86%
2.Repouso semanal remunerado: O repouso semanal é pago ao trabalhador.
 (48/269,21) = 17,83% 
3.Feriados: A CLT impõe o pagamento dos dias feriados e santificados ao empregado.
 (11/269,21) = 4,09%
4.Auxílio-enfermidade: Os primeiros 15 dias de afastamento são de responsabilidade do empregador.
 (2,65/269,21) = 0,98%
5.Acidente do trabalho: Os primeiros 1.5dias de afastamento são de responsabilidade do empregador.
 (2,00/269,21) = 0,74%
6.Licença-paternidade: São vinte dias de afastamento do empregado, pagos ao trabalhador. (A licença-maternidade não entra no cômputo porque o empregador não arca com ela, e sim o governo).
 (0,57 / 269,21) = 0,02%
7.Faltas justificada: São aquelas abonadas pelo empregador, se enquadradas nas categorias regulamentadas:
 (2/269,21) = 0,74
8.13º salário: Tecnicamente batizado de gratificação natalina, é uma bonificação anual equivalente a salário e paga em dezembro, sendo que a metade pode ser paga no dia 20 de novembro.
 (30/269,21) = 11,14%
ENCARGOS INDENIZATÓRIOS
1. Aviso prévio: As construtoras praticam o aviso prévio indenizado em 100% dos casos. Supondo que a permanência média de um operário é de 9,61 meses (fonte Ministério do Trabalho).
 30/269,21 x (12/9,61) = 13,83%
2. Multa por rescisão do contrato de trabalho: Quando a demissão é sem justa causa, a empresa deve pagar uma multa de 50% sobre saldo da conta vinculada ao FGTS: 40% para o empregado, 10% a título de contribuição social. Adotou-se a premissa de que 95% das demissões são sem justa causa.
50% x (A2 + A2 x B) x 95% = 0,50 x (0,08 + 0,08 x 0,5043) x 95% = 5,72%
3. Indenização adicional: Se a demissão se der por justa causa, no período de 30 dias antes da data-base da correção salarial (dissídio), o trabalhador tem direito a um salário adicional. Considerando que a permanência média de um operário é de 9,67 meses e que a média histórica de demissões nessa época é de 5%.
 30/ 269,21 x (12/9,67) x 5% = 0,69% 
 
Incidências Cumulativas
Neste grupo computam-se as incidências cruzadas entre os grupos A, B e C.
1. Incidência de A sobre B:
 0,3680 x 50,43% = 18,56%
2. Incidência de férias sobre o aviso prévio:
 0.1486 x 13,83% = 2,06%
3. Incidência do 13º salário sobre o aviso prévio:
 0.1114 x 13,83% = 1,54%
4. Incidência do FGTS sobre o aviso prévio:
 0.08 x 13,83% = 1,11 
Encargos dos mensalistas 
O percentual de encargos sociais e trabalhistas é menor. Pois o salário mensal pactuado com o empregador já cobre o repouso semanal remunerado, as faltas justificadas, o auxílio enfermidade e a licença paternidade. Além diss0 o aviso prévio apresenta menor incidência, pois os mensalistas têm geralmente menor rotatividade na obra .
As premissas de cálculo adotadas para os encargos dos mensalistas foram as mesmas dos encargos dos horistas anteriormente discutidos apresentados.
Algumas parcelas do rol de encargos sociais e trabalhistas são fixas e outras são variáveis.
As parcelas fixas são as mesmas para qualquer empresa, porque as alíquotas são estabelecidas na legislação. Elas independem de considerações como porte da companhia ou capacidade gerencial.
As parcelas variáveis dependem da realidade da empresa e das premissas de cálculo adotadas. Elas variam de empresa para empresa, normalmente apresentando valores diferentes. É justamente nessas parcelas que uma construtora pode chegar a um total de encargos menor e consequentemente se tornar mais competitiva do que suas concorrentes.
Com a finalidade de reduzir o percentual de encargos, toda empresa deve se empenhar em reduzir as parcelas variáveis, que são basicamente aviso prévio, faltas, acidentes de trabalho, auxílio-enfermidade.
O aviso prévio, por ser o item variável mais representativo, deve ser permanentemente monitorado pela empresa. Ele pode ser mantido em níveis baixos se a rotatividade de trabalhadores for pequena. Como exemplo, imagine-se uma obra em que um carpinteiro trabalhe 18 meses e então seja demitido: no momento de sua demissão, a construtora irá lhe pagar um salário de indenização. Se, entretanto, três carpinteiros se revezarem nessa posição, cada um receberá um salário de aviso prévio, o que aumenta o custo da obra.
A prevenção de acidentes de trabalho e a diminuição do absenteísmo por motivo de enfermidade se processam por meio de supervisão constante, implantação de rotinas de segurança e acompanhamento de profissionais de saúde.
Encargos em sentido amplo 
Consiste em incluir no rol dos encargos todos os demais encargos que possam ser referenciados à hora do trabalhador.
Encargos intersindicais - são aqueles provenientes de acordos coletivos entre sindicatos patronais e de trabalhadores da construção civil. Compreendem:
 Almoço;
Café da manhã (refeição mínima);
Vale-transporte;
Cesta básica (se for pactuado seu fornecimento pelo empregador);
Seguro de vida e acidentes em grupo;
Equipamentos de proteção individual (EPI);
Ferramenta;
Seguro em grupo; 
Horas extras habituais.
 
Tratá-las como encargos traz algumas vantagens:
Com a incorporação dos custos de alimentação, transporte e EPI, o custo da hora de trabalho passa a ser um valor completo, que engloba todas as despesas que um empregado acarreta;
Eliminam-se as estimativas grosseiras feitas no custo indireto, onde geralmente se parte de uma "adivinhação" da quantidade média de operários por mês.
Desonera-se o BDI - ao tratar as despesas de alimentação e transporte como encargo automaticamente elas passam a integrar o custo direto da obra, não precisando ser incluídas no custo indireto, reduzindo, por consequência, o BDI;
Afasta-se o risco de esquecimentos na hora de orçar o custo indireto.
Os encargos em sentido amplo permitem tratar a hora do operário dentro do conceito de homem remunerado, alimentado, transportado, fardado e equipado.
Encargos Intersindicais:
Na dedução do percentual dos encargos intersindicais, será necessário calcular o salário médio do operário da construção.
Apresentamos a seguir a tabela do acordo sindical 2015-2016.
Média ponderada do salário mensal:
S=(2/3 do salário do servente+1/3 do salario do pedreiro)= R$ 1.072,13 
OBS.: Estes dados foram baseados em valores atuais, porém devem ser comparados com a Convenção Coletiva do Trabalho 2015-2016.
1. Alimentação ou Cesta Básica: Pode-se cobrar do empregado até 20% do valor do almoço fornecido pela empresa, ou seja, a empresa arca com até 80% do total.
	NR x (CA - 0,20 CA)/S = 16,71%
	NR= nº de almoços/pessoa/mês (= 22,4 un)
	CA = custo do almoço (R$ 10,00) 
	S = salário médio mensal (R$ 1.072,13 )
	0,20 = 20% de dedução sobre o valor do almoço
Cesta Básica: Obrigatório pela Convenção atual somente quando não é possível fornecer refeição no canteiro.
2. Café da manhã: A empresa fornece o café da manhã sem ônus para o empregado.
	NC x CC/S = 6,26%
	NC = nº de cafés da manhã/pessoa/mês (= 22,4 un)
	CC = custo do café da manhã (= R$ 3,00) 
	S = salário
médio mensal (= R$ 1.072,13)
3. Vale-transporte: A empresa pode descontar até 6% do salário do empregado para cobrir as despesas de transporte. O restante é pago pela empresa.
	(CT x NT - 0,06 S) / S = 24,11%
	CT = custo do transporte por pessoa (= R$ 3,60)
	NT = número de viagens/pessoa/mês (= 4 x 269,21 / 12 = 89,7 viagens)
	S = salário médio mensal (R$ 1.072,13)
	0,06 = 6% de dedução sobre o salário mensal
4. Seguro de vida e acidentes em grupo:
	CP/S= 1,7%
	CP = custo médio do prêmio (=R$ 18,21)
	S = salário médio mensal (=R$ 1.072,13)
EPI e Ferramentas:
1. Equipamento de proteção individual (EPI):
	CMAE / (12 x S) = 1,66%
	CMAE = custo médio anual de EPI por operário (Vide tabela) 
	S = salário médio mensal (R$ 1.072,13)
2. Ferramentas: Com ferramentas, pode-se proceder de forma análoga ao que foi feito acima para o EPI. O custo médio anual de ferramentas (CMAF) por operário pode ser estimado em função do consumo de cada ferramenta.
	CMAF / (12 x S)
	CMAF = custo médio anual de ferramentas por operário
	S=salário médio mensal
Julgamos complicado tratar as ferramentas como encargo, porque o consumo médio varia com o ofício do operário e o tipo de obra. A não ser que o orçamentista componha uma tabela de encargos para cada ofício de operário, continuamos achando que vale mais a pena incluir os gastos no custo indireto. 
RELAÇÃO DE FERRAMENTAS BÁSICAS
Alicate
Pá com cabo
Arco de serra
Peneira
Balde
Picareta com cabo
Cavadeira
Prumo
Chave de dobrar ferro
Roldana (moitão)
Colher de pedreiro
Serra rápida
Enxada com cabo
Serrote
Marreta
Talhadeira
Martelo
Torquês
Metro de madeira
Trena metálica
Hora extra habitual:
Conforme a Convenção Coletiva atual, temos: 
E. ENCARGOSINTERSINDICAIS
E1
ALIMENTAÇÃO
16,71
E2
CAFÉ DA MANHÃ
6,26
E3
VALETRANSPORTE
24,11
E5
SEGURODE VIDA E ACIDENTES EM GRUPOS
1,70
TOTAL E 48,78
F.EPI & FERRAMENTA
F1
EPI
1,66
F2
FERRAMENTA
-------------
TOTAL F 1,66
TOTAL E + F 50,44
TOTALA + B + C + E + F 167,39
Custo do homem-hora: A hora com encargos é a que será utilizada no orçamento.
Custo do homem-hora = hora-base x (1 + % encargos)
O raciocínio é o mesmo se o orçamentista optar por adotar os encargos ampliados.
Adicionais legais: No intuito de tutelar o trabalhador, a legislação trabalhista criou alguns adicionais ao salário, destinados a indenizar condições desfavoráveis de prestação do trabalho:
Trabalho noturno;
Insalubridade;
Periculosidade
Esses adicionais não têm a natureza de encargos. Logo, se eles estiverem presentes numa obra não devem integrar a tabela de encargos. O tratamento é diferente: os adicionais são aplicados sobre o salário (ou sobre a hora-base) e em cima desse total computam-se os encargos sociais e trabalhistas.
Trabalho Noturno: A legislação assume que o trabalho à noite é
mais desgastante do que o diurno, além de que priva o trabalhador do horário convencional de repouso.
O adicional noturno representa majoração de 20% sobre a remuneração da hora diurna. 
É definido pela lei como sendo o período entre as 22 horas de um dia e as 05 horas do dia seguinte.
A jornada de apenas 7 horas equipara-se à jornada diurna de 8 horas. A diferença se deve fato de que a lei considera a hora noturna como tendo duração de 52,5 minutos.
Diante do exposto, o orçamentista deve considerar uma majoração não de 20% sobre a hora base, mas de (60/52,5 x 1,20) = 1,3714, ou seja, de 37,14%.
		
		Hora noturna = hora-base x 1,3714
Insalubridade: O adicional de insalubridade é devido quando
ocorre exercício de trabalho em condições insalubres, ou seja, em "atividades ou operações que, por sua natureza, condições ou método de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade dos agentes, e do tempo máximo de exposição aos seus efeitos (Consolidação das Leis do Trabalho, art. 189).
O adicional de insalubridade tem como base de cálculo o salário mínimo e varia conforme o grau.
ADICIONAIS DEINSALUBRIDADE
GRAU
ADICIONAL
MÍNIMO
10%
MÉDIO
20%
MÁXIMO
40%
Periculosidade: O adicional de periculosidade é devido quando
ocorre exercício de trabalho em atividades ou operações perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado (CLT, art. 193) .
A periculosidade é uniforme e dispensa graduação indenizatória, ou seja, seu percentual é único: 30% sobre o salário do empregado, não sobre o salário mínimo, como é na insalubridade.
OBS.: Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não se acumulam. Aplica-se o que for mais vantajoso para o trabalhador.
DIFERENÇA ENTRE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
ASPECTO
INSALUBRIDADE
PERICULOSIDADE
FUNDAMENTO
RISCO A SAÚDE
PERIGO DE VIDA
GRADUAÇÃO
ADMITE 10%,20%, 40%
SOMENTE 30%
BASE DE CÁLCULO
SALÁRIO MÍNIMO
SALARIO DO EMPREGADO
Outros tipos de contrato relacionados com mão-de-obra
Contrato de Experiência: Este contrato objetiva dar ao empregador oportunidade de avaliar a habilidade do empregado para o exercício da função para o qual pretende contratá-lo de forma definitiva. Avalia-se não só a aptidão técnica como também as atitudes sociais e disciplinares do empregado.
O contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias. Ele é de curta duração e por prazo determinado. Se o lapso de 90 dias for excedido, o contrato será transformado automaticamente em contrato por prazo indeterminado. 
Se, contudo, firmado por prazo inferior a 90 dias, o contrato de experiência poderá ser prorrogado uma vez, porém a partir da segunda prorrogação, passará a ser considerado como de prazo indeterminado. 
Embora possível a prorrogação, o contrato experiência deve respeitar o limite máximo dos 90 dias. 
Um aspecto curioso do contrato de experiência é que o empregador que despedir sem justa causa o empregado antes do término do prazo estipulado fica obrigado a pagar-lhe, indenização, metade da remuneração a que teria direito até o término do contrato.
Contrato por obra certa: É uma modalidade de contrato de trabalho por prazo determinado. Sua duração depende da execução de um determinado serviço (construção de um muro, construção de uma casa, escavação de um túnel, etc.). Faz parte do contrato um memorial descritivo da obra e a definição precisa do que?
O empregado somente trabalhará até a realização da obra contratada.
Deverá ser anotado na carteira de trabalho que o empregado está sendo contratado por obra certa, como também qual o tipo de serviço que ele estará desempenhando e também a descrição da obra.
O contrato por obra certa não poderá ser estipulado por mais de dois anos. Se for prorrogado mais de uma vez, passa a vigorar por tempo indeterminado.
A vantagem do contrato por obra certa é que nele não há que se falar em pagamento do aviso prévio.
A desvantagem é que, se houver ruptura do contrato por parte do empregador antes do prazo, será devida indenização por metade da remuneração que teria o empregado até o término do contrato.
As construtoras em geral, evitam o contrato por obra certa porque ele induz o empregado a forçar sua demissão sem justa causa (por meio de corpo mole, falta de iniciativa, preguiça etc.). Quanto mais cedo ele for demitido, maior o valor da indenização a receber.

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