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DP A Teoria do Crime

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( Direito Penal (
( A Teoria do Crime 
Prof. Marupiara Ferreira Gomes
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Noções Iniciais.
A vida em sociedade é complexa e exige de todos obediência a um conjunto de regras de comportamento (manifestações, ações e omissões humanas).O homem não é absolutamente livre para fazer o que bem entender, pois deve observar certas ‘normas de conduta’, criadas por ele mesmo, por meio do Estado, entidade politicamente suprema que ele instituiu. 
Tais regras designadas de “normas jurídicas”, portanto, são ‘comandos’ que devem ser obedecidos por todos os indivíduos, genérica e imperativamente, pois dizem o que pode ou não ser feito, isto é, o que é proibido ou permitido. O estabelecimento dessas normas de conduta é uma exigência da vida em sociedade. É o direito posto ou positivado.
Ocorre, entretanto, que algumas atividades humanas causam ‘lesões’ aos bens jurídicos protegidos pelo Direito (bens-interesses que suprem nossas necessidades) violando estas normas. Esse comportamento humano que viola a norma jurídica é o ‘fato ilícito’ (injusto ou proibido) e, assim, não deve ser permitido. 
Como conseqüência da violação da norma, o Estado prevê uma ‘sanção’ (uma reprovação ou uma punição) a que o indivíduo infrator (descumpridor da norma) estará sujeito.Geralmente repercutem como uma reparação do dano causado ou mesmo a invalidade do ato.
Mas, no entanto, em alguns casos, o Direito teve que criar uma sanção mais severa para esses agressores, já que a simples reparação do dano se mostraria ineficaz. Como reparar o dano advindo da violência sexual contra uma mulher,por exemplo? 
Então, dentre estas sanções destaca-se a “sanção penal”, que nada mais é do que a resposta estatal, coativamente imposta, ao infrator de uma norma desta natureza, visando a restabelecer o equilíbrio social. É o caso, por exemplo, do ser humano que tira a vida de outro ou de alguém que atenta contra os interesses públicos contra o próprio Estado. 
Dentre os diversos ramos do Direito encontramos o Direito Penal. Ele não se preocupa com ‘qualquer tipo’ de lesão a um bem jurídico. Somente aquelas lesões mais graves que se dirigem contra aqueles bens considerados mais importantes (vida, integridade física, patrimônio, liberdade sexual, honra, probidade na administração etc.) é que serão tutelados por esse ramo do direito.
Por conseguinte ele é “fragmentário e subsidiário”, ou seja: inicialmente, somente os bens jurídicos mais relevantes devem merecer sua tutela (proteção) e somente os ataques mais intoleráveis é que devem ser punidos penalmente. Então o Direito Penal só tem lugar quando outros ramos do Direito não solucionam satisfatoriamente o conflito!É a ultima ratio!
Portanto, como forma de se proteger esses bens mais importantes dos ataques mais graves (o Fato Ilícito ou Punível de âmbito penal), o Direito estabelece uma conseqüência jurídica mais severa , mais grave: a sanção penal (As Penas).
Então, frente a estes atos mais nocivos,de acordo com o professor Rogério Greco teríamos duas dimensões legais:
	“Direito Penal Objetivo é o conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo crimes e contravenções, isto é, impondo ou proibindo determinadas condutas sob a ameaça de sanção ou medida de segurança, bem como todas as outras que cuidem de questões de natureza penal, por exemplo, excluindo o crime, isentando a pena, explicando determinados tipos penais.(...) 
Conseqüentemente, as infrações penais constituem certos comportamentos humanos não permitidos por lei, sob a ameaça de uma pena, categorizando os ‘atos ilícitos penais’ ou ‘o injusto penal’.
	No Brasil, adotou-se um sistema dicotômico (dúplice), em que as infrações penais se classificam em “crimes (ou delitos) e contravenções penais”. 
	Em essência, não existe diferença substancial entre crime e contravenção, pois um fato que hoje é contravenção pode, no futuro, ser definido como crime. É o caso, por exemplo, do porte de arma. Até 1997, tratava-se de mera contravenção penal. Atualmente, é crime (vide Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, define crimes e dá outras providências). A diferença maior então, entre o crime e a contravenção encontra-se na sua “conseqüência”, ou seja, no tipo de sanção penal cominada (prevista) a eles. Nos termos da Lei de Introdução ao Código Penal, a pena para a contravenção penal é de prisão simples e/ou multa, ao passo que a pena para os crimes (ou delitos) é de reclusão, detenção e/ou multa. A variação está na maior gravidade ao fato jurídico previsto como crime e menor gravidade ao fato jurídico previsto como contravenção. 
Doutrinariamente, a maioria dos autores define crime ou a contravenção, em seu aspecto “analítico”, ou seja, analisado seus componentes básicos. Seriam então, Fatos Típicos (previstos ou definidos em lei), Antijurídicos (ou Ilícitos, não permitidos por lei) e Culpáveis (sujeitos uma reprovação por força da lei). 
Isto é, Crime/Contravenção = Fato Tipificado ( Ilícito ou Antijurídico ( Culpabilizado. É o “injusto penal”.É a fatti-specie penal. Tal conceito predominante em nosso país será por nós adotado, sendo quase um ‘dogma’ entre os estudiosos do assunto. Enfim: o “fato punível” assim determinado, à partir da teoria das normas penais, é constituído, desde logo, de duas grandes categorias básicas(ou dois níveis ‘primários’ de valoração)- 1º) o fato contrário ao Direito e descrito na lei penal (o injusto penal) e 2º) a sancionabilidade penal ou punibilidade (a pena).
O mais importante é que esta concepção, também dita “tripartida” [Crime/Contravenção=(1)tipicidadade+(2)antijuridicidade+(3)culpabilidade] é a mais razoável, pois diz que a infração penal é antes de qualquer coisa um fato punível por lei que vincula a conjugação da ‘consciência, da vontade e dos fins’ buscados pela ‘conduta’ do homem e ‘descritos no ‘tipo penal’, sendo sujeito a uma ‘sanção específica’. É o “Fato Punível Penal”.
O Conceito de Direito Penal.
	O Direito penal, portanto, é o ramo do Direito Público que tem por finalidade regular as ‘condutas humanas’ que se contraponham à esta específica norma jurídica (a lei, por exemplo) , bem como estudar o infrator ( o criminoso ou contraventor ), as penas (tipo de sanção penal aplicável aos responsáveis , ditos imputáveis) e mesmo para os irresponsáveis (ditos inimputáveis), como as ‘medidas de segurança’ (internação em um hospital de tratamento psiquiátrico, por exemplo). 
Então a finalidade do Direito Penal é a proteção dos bens mais importantes e necessários para a própria finalidade da sociedade. O pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e primordial do Direito Penal está na proteção de ‘bens jurídicos essenciais’ ao indivíduo e à comunidade. 
Os Princípios Constitucionais Penais Básicos.
Princípios são ‘imperativos de cunho ético’ extraídos em regra do ordenamento jurídico. São normas estruturais do direito positivo, que orientam a compreensão e aplicação do conjunto das normas jurídicas. São como pilastras que apóiam o edifício do direito, construindo-lhe. Por extensão, os princípios constitucionais de Direito Penal são ditames extraídos, explicita ou implicitamente, da Carta Magna (CF – 88), fundamentando suas bases legais.Vejamos os mais importantes:
( Princípio da Reserva Legal (em sentido estrito)
O primeiro princípio básico que orienta a construção do Direito Penal é o da reserva legal, em seu sentido estrito, resumida na tradicional fórmula nullum crimen, nulla poena, sine lege, que a Constituição Federal trouxe expressa no seu art. 5º, inciso XXXIX: — não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
Neste âmbito é a mais importante garantia do cidadão contra o arbítrio do Estado, pois só a lei , em seu sentido material – produção (art. 22,I, c/c art.22, parágrafo único CF – 88 – Lex stricta) e formal – expressão(lei ordinária, embora nada impeça lei completar) , pode estabelecer que condutas serão consideradas infrações penais, e quais as punições para cada uma delas. Por decorrência em matéria penal somente o legislador federal pode intervir para prever tais comportamentos, não podendo, conseqüentemente, fazer uso de outras fontes, como ‘as medidas provisórias’ por expressão vedação constitucional (CF – 88, art. 62, § 1º, I, “b”). 
Observações importantes!
( Observação (1): Neste diapasão alguns doutrinadores adotam o presente mandamento como princípio da ‘Legalidade’ , que na verdade é considerado um ‘gênero’ (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei – CF - 88, art. 5º , II), sendo a “Reserva Legal” uma de suas dimensões ou espécies (“legalidade estrita”). 
( Observação (2):No que diz respeito às fontes formais (como se exterioriza o Direito Penal) é preciso distinguir: há a fonte formal ‘imediata’ que é a lei, incluindo também os “tratados ratificados formalmente e devidamente publicados” embora possam trazer definições penais muitos ‘elásticas’; e a fonte formal ‘mediata’ como os costumes(que jamais podem criar crime ou pena ou mesmo revogar uma lei, mas podem beneficiar o agente), os princípios gerais do direito (comandos de caráter genérico, que orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração) e a jurisprudência (decisões reiteradas dos juízes e tribunais, que em sendo “súmulas vinculantes” quando editadas pelo STF contarão com natureza jurídica).
( Observação (3): Acrescentemos, ainda, que em matéria penal, a ilicitude penal é uma ilicitude típica, ou seja, a norma penal, que define o comportamento ilícito, deve fazê-lo de maneira precisa, objetiva, pois do contrário, a autoridade competente poderia, a pretexto de interpretar extensivamente a lei, ‘arbitrariamente’ transformar em crimes fatos não previstos no comando legal.É a “Taxatividade” ou a “determinação taxativa” do tipo penal.Embora não seja expressamente descrito na CF, o princípio da tipicidade (nullum crimen, nulla poena, sine lege certa) é uma das garantias essenciais do Estado de Direito, de modo que as leis penais vagas e imprecisas são consideras inválidas perante o ordenamento jurídico. Tanto que, uma das formas de interpretação da lei penal, a “analogia” não pode ser utilizada se for para prejudicar o réu (analogia in malam partem).
( Princípio da Anterioridade.
A lei, que define o crime e estabelece a pena, deve existir à data do fato, ou seja, a partir de sua efetiva vigência. Em razão disso, proíbe-se que leis promulgadas posteriormente à prática da conduta sirvam para incriminá-la. A Constituição Federal acolheu o princípio, proibindo a ‘retroatividade de lei prejudicial’ ao acusado, ao mesmo tempo em que determina a necessária ‘retroação da lei mais favorável’, como se vê do art. 5º, inciso XL:— a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
( Observação: É normal que, havendo anterioridade obrigatória para a lei penal incriminadora, não se pode permitir a retroatividade de leis, especificamente prejudiciais ao acusado. Abre-se uma exceção à vedação à irretroatividade quando se trata de lei penal benéfica (Princípio da Retroatividade da Lei Penal Benéfica),podendo esta pode voltar no tempo para favorecer o agente, ainda que o fato tenha sido decidido por sentença condenatória com trânsito em julgado.
( Princípio da Individualização da Pena
A pena não pode ser padronizada (standard), cabendo a cada delinqüente a ‘exata medida punitiva’ pelo que fez.Assim, o justo é fixar a pena de maneira individualizada, seguindo-se parâmetros legais, mas estabelecendo a cada um o que lhe é devido:se o indivíduo é punido pelo ato praticado, é um imperativo de justiça que a punição prevista seja proporcional ao delito, ou seja, quanto mais grave o crime, maior a pena.É o que determina o art. 5º , XLVI: – a lei regulará a individualização da pena(...)”
( Princípio da Personalidade (ou Pessoalidade) da Pena
Isso traz outra conseqüência importante: só se pode punir quem, através de sua conduta, contribuiu para a prática do delito. Portanto, não existe em Direito Penal a responsabilidade “coletiva ou familiar”, por fato de outrem.Cada um responde pelo que fez, na medida de sua culpabilidade, ninguém podendo ser punido no lugar de outra pessoa.Não existe em Direito Penal responsabilidade penal “objetiva” (a versari in re illicita), pois somente quem se envolveu num fato ofensivo a bens jurídicos pode por ele ser responsável penalmente.A responsabilidade é em regra, “subjetiva” (depende de dolo ou culpa).
Abre-se, na Constituição Federal, uma única exceção: aplicada pena de perdimento de bens ou imposta a reparação do dano, em caso de morte do condenado a execução atingirá o patrimônio deixado para os herdeiros, consoante o art. 5º, inciso XLV: — nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas até os sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.
( Princípio da Humanidade (ou Humanização) das Penas
Também não se pode esquecer que o Direito Penal visa à ressocialização do indivíduo. Dessa forma, a proporcionalidade pura e simples corre o risco de se transformar em vingança, multiplicando a violência e o sofrimento envolvidos no fato criminoso. Então a ‘personalidade e os antecedentes’ do réu são levados em conta, para que a fixação da pena sirva tanto para a ‘prevenção geral’ (evitar que as demais pessoas cometam crimes) como para a ‘prevenção especial’ (recuperar o indivíduo para o convívio em sociedade). Em razão disso, as penas são individualizadas, de acordo com a natureza do delito e as características pessoais do condenado. Tal princípio encontra guarida no art. 5º da CF, no seguinte inciso:
“XLVI — a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos”.
Por esse motivo, a aplicação da pena tem de levar em conta a possibilidade de recuperação do condenado para o convívio em sociedade, não se permitindo a imposição de penas que representem vingança ou sofrimento demasiado, ou que importem na impossibilidade de retorno ao meio social. A Constituição trata , ainda , do assunto no inciso XLVII do seu art. 5º:
“XLVII — não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis”
 
Por conta da vedação à prisão perpétua, necessário considerar que também a privação temporária de liberdade sofre limitações, pois a condenação a pena superior a trinta anos importaria, na prática, em uma prisão quase perpétua, tendo em vista a expectativa de vida do cidadão médio.
(A TEORIA GERAL DO CRIME(
AS INFRAÇÕES PENAIS
	As infrações penais constituem, então, certos comportamentos humanos não permitidos por lei, sob a ameaça de uma pena, ou seja, são categorias de ‘atos ilícitos penais’ ou ‘o injusto penal’.
	Como já visto, no Brasil, que adotou-se o sistema dicotômico, onde as infrações penais classificam-se em “crimes (ou delitos) e as contravenções penais”. Ambos são “fatos típicos, antijurídicos (ilícitos) e culpáveis” e também para alguns, puníveis. No entanto, enquanto os crimes constituem aquelas infrações penais ‘mais graves’, as contravenções penais se referem àquelas condutas ‘menos graves’.
A diferença maior , dentre outras , entre crime e contravenção encontra-se na sua conseqüência, ou seja, no tipo de sanção penal cominada a eles. Nos termos da Lei de Introdução ao Código Penal, a pena para a contravenção penal é de prisão simples e/ou multa, ao passo que a pena para os crimes (ou delitos) é de reclusão, detenção e/oumulta. 
( Observação: Na reforma empreendida no Código Penal Brasileiro em 1984, manteve-se a distinção formal entre ‘reclusão’ e ‘detenção’, pois a única exceção que as separa atualmente é de não se possibilitar , na pena de detenção, o chamado regime inicial ‘fechado’, permitindo-se, porém , a regressão de tal regime nos casos previstos no art. 118 – Lei de Execução Penal. E mais, por regra especial, a pena de ‘prisão simples’ , aplicada ao autor de ‘contravenção’ , só pode ser cumprida em regime “semi-aberto” ou “aberto”.
Enfim, pode-se mencionar algumas diferenças práticas importantes entre os crimes e contravenções retratados no esquema abaixo:
	a) Tentativa: no crime/delito a tentativa é punível, enquanto que na contravenção, por força do Art. 4º do Decreto-Lei 3.688/41, a tentativa não é punível. 
b) Extraterritorialidade: no crime/delito, nas situações do Art. 7º do Código Penal, a extraterritorialidade é aplicada, enquanto que nas contravenções a extraterritorialidade não é aplicada. 
c) Tempo máximo de pena: no crime/delito, o tempo máximo de cumprimento de pena é de 30 anos, enquanto que nas contravenções, por serem menos graves, o tempo máximo de cumprimento de pena é de 5 anos. 
d) Reincidência: de acordo com o Art. 7º do Decreto-Lei 3.688/41, é possível a reincidência nas contravenções. Ou seja, a reincidência ocorrerá após a prática de crime ou contravenção no Brasil e após a prática de crime no estrangeiro. Não há reincidência após a prática de contravenção no estrangeiro. 
O Conceito de Crime.
Tradicionalmente, o crime pode ser conceituado no seu aspecto formal, material ou analítico. Nesse Resumão, vamos adotar o conceito analítico ou ‘dogmático’ de crime, por ser o conceito mais aceito na doutrina e na jurisprudência nacional, com algumas temperanças e analisaremos cada um de seus elementos individualmente.
O mais importante é que esta concepção, também dita “tripartida” (Crime=tipicidadade+antijuridicidade+culpabilidade) é a mais razoável, pois diz que a infração penal (o Injusto Penal) é antes de qualquer coisa a conjugação da ‘consciência, da vontade e dos fins’ (Teoria Finalista) buscados pela ‘conduta’ do homem e ‘descritos no ‘tipo penal’.
Embora, para alguns passe a ser analisada uma concepção ‘bipartida’ ou ‘Bipolar’ do fato, e que entende que a culpabilidade não é um “elemento direto” nesta análise, pois só funcionaria posteriormente como “pressuposto” da pena. Isto porque, tal item – a culpabilidade – sendo um ‘juízo de reprovabilidade’ não incidiria sobre o fato, mas sim sobre o ‘sujeito’: ou seja, não existe um crime ‘culpado’ , mais um sujeito do crime ‘culpável’.
	Em síntese: Então devemos falar que o crime ou a contravenção tem um ‘concepção bipartida’ em uma composição inicialmente ‘tripartida’.
Vejamos então os seus “elementos” básicos.
O FATO TÍPICO (A TIPICIDADE)
O fato típico é um comportamento humano que produz um resultado e é prevista na lei penal como infração. Para caracterizar o fato típico é exigida a concorrência de quatro elementos: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. 
A) CONDUTA
Conduta é o componente essencial do aspecto objetivo do crime, sendo ‘gênero’ de que são ‘espécies’ a ‘ação’ e a ‘omissão’.A ação ou omissão humana ‘consciente e dirigida a determinada finalidade’. Tem as seguintes características:
A conduta se refere ao comportamento dos homens, não dos animais irracionais;
Só interessa para o direito aquelas condutas humanas que são exteriorizadas. Os pensamentos internos podem importar para a moral, ética, etc., mas não para o direito;
A conduta humana só tem importância para o direito quando voluntária (por própria vontade);
O comportamento do agente pode dizer respeito a um movimento (ação) ou a uma abstenção de movimento (omissão).
Existem certos crimes que o agente comete porque faz alguma coisa (são os crimes comissivos). Já outros, o agente só comete justamente porque deixa de fazer alguma coisa que estava obrigado a fazer ou fez de maneira diversa (são os crimes omissivos). Vejamos:
	Os crimes omissivos podem ser:
Puros ou próprios: são aqueles em que o dever jurídico de agir se encontra inserido na ‘própria definição’ do crime. Eles não precisam de uma complementação externa. Normalmente usam verbos negativos (deixar de, não fazer, etc.). Exemplo: omissão de socorro (art. 135 do CP).
Impuros ou impróprios ou comissivos por omissão: são aqueles em que o dever jurídico de agir não está inserido na própria definição do crime. Eles necessitam de uma complementação externa (precisam de uma norma de extensão – art. 13, § 2º do CP). Vejamos o que dispõe esse dispositivo:
( Observação: Por ser objeto da ‘vontade livre e consciente de um ser humano’,a conduta deve ser sempre vista sob quatro prismas fundamentais,conforme o crime seja material ou não: ( os “antecedente” do fato; ( o “objetivo” pretendido pelo agente; ( os “meios” usados na execução, inclusive os pontos vulnerantes alcançados e ( as “conseqüências” advindas do delito. E mais importante: a vontade limita-se à conduta; a intenção, ao resultado. A intenção é bússola da vontade!
( Pensamento-Síntese: “...conhecer as circunstâncias e os elementos do fato externo; o fim do agente, se traduz , de regra, no seu ato” (Nelson Hungria).
O DOLO
O CONCEITO DE DOLO: 
Dolo é a vontade (conduta voluntária e consciente) de praticar o crime (realizar as características objetivas do tipo) ou, pelo menos, assumir o risco de produzi-lo.
TEORIAS DO DOLO: Existem 03 Teorias que procuram explicar o dolo.
Teoria da Vontade: para essa teoria, age com dolo quem tem consciência do seu comportamento (consegue visualizar, representar mentalmente o resultado), bem como tem vontade de alcançar o resultado;
Teoria da Consciência: segundo essa teoria, para que exista o dolo basta a simples consciência do agente quanto ao ato, pouco importando se ele tem vontade ou não em cometê-lo;
Teoria do assentimento ou do consentimento: para essa teoria, há dolo quando o agente tem consciência do seu ato. Porém, não se exige que ele tenha vontade de produzi-lo, basta que ele assuma o resultado caso ele ocorra. 
Observação: O Brasil adotou a Teoria da Vontade, com relação ao dolo direto, e a Teoria do Assentimento ou Consentimento, com relação ao dolo eventual. 
CLASSIFICAÇÃO DO DOLO:
Então se o crime em seu primeiro momento é a “vontade” de realizar as características objetivas que estão previstas no tipo penal, ele é eminentemente intencional ou finalista. Busca sempre sua intenção ou fim. É doloso o comportamento ‘subjetivo’ implicitamente previsto na lei. Veja o que diz o CPB:
Art. 18, §Único: Salvo os casos expressos em lei, ninguém poderá ser punido pelo crime, senão quando pratica dolosamente.
São, portanto, seus elementos: a consciência da conduta e do resultado apto a ser produzido; a consciência da relação causal (causa e feito) entre a conduta o seu resultado; e a vontade de realizar e produzir o resultado.
Ele é divido em duas modalidades:
a) Direto: o agente visa a certo e determinado resultado. Por exemplo, atira à queima roupa com arma de grande potencialidade visando matar a vítima almejada (é a Teoria da Vontade).
b) Indireto: é dividido entre ‘alternativo’ e ‘eventual’. Por exemplo, no primeiro, o agente se dirige a ‘um ou outro resultado’ com igual intensidade (desfere golpes com um estilete na vítima, podendo matar ou ferir, conforme o local que atinja no corpo da vítima; no segundo, o agente ‘antevê’ como possível ‘qualquer resultado’ com igual intensidade, embora não deseje ‘nenhum’ especificamente, desconsiderando-os ou sendo indiferente aos mesmos, embora possa ser minimamente previsto como possível como quem atira a esmo onde existem potencialmente pessoas aptas a serem alcançadas, ou seja: a ‘bala perdida’!).
A CULPA
Conceito:
Poder-se-ia dizer que culposa é a conduta voluntária que produz resultado ilícito, não desejado,mas previsível e, excepcionalmente, previsto, que podia com a “devida atenção”, ser evitado. Ocorre o crime culposo quando o agente não quer produzir o resultado, mas acaba dando causa ao mesmo por imprudência, imperícia ou negligência. Em verdade, sua intenção não está voltada para o resultado pretendido, senão seria, dolo!Por conseguinte, vemos que a ação ou a omissão do agente é voluntária; o resultado é que não é querido nem aceito, conquanto o agente o pudesse minimamente prever.
Requisitos:
Para que se possa falar em crime culposo, indispensável que existam os seguintes requisitos: a) Conduta humana voluntária; b)Falta do dever de cuidado objetivo, manifestado pela imprudência, negligência ou imperícia; c)Previsibilidade objetiva; d)Ausência de previsão, salvo na ‘culpa consciente’;e)Resultado involuntário;f)Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; f)Tipicidade formal.
Uma Observação:
O crime “Preterdoloso” ou “Preterintencional”: um fato por vezes pode ter um início de conduta dolosa e em sua descrição básica acrescentar uma forma culposa.Ou seja:a própria conduta inicial pode produzir um “resultado mais grave” que o outrora pretendido, como quem quer apenas ‘ferir’ e acaba ‘matando’ outra pessoa.É o que se chama tradicionalmente de crime ‘Preterdoloso ou Preterintencional’ supondo-se uma ‘desproporção’ entre a intenção originária do agente e o resultado efetivamente alcançado, havendo uma combinação inovadora: dolo no ‘antecedente’ (o que se pretendia) e culpa no ‘conseqüente’ (o que se produziu) – dolo de ferir com a culpa de matar!
A TENTATIVA
	A tentativa ocorre quando o agente ‘tenta’ (busca) praticar um crime, porém, por circunstâncias ‘alheias’ à sua vontade (algo ou alguma coisa) esse não ocorre. 
Classificação da Tentativa:
Tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita: ocorre quando o agente inicia a execução de um crime e, no meio da execução, é ‘interrompido’ por circunstâncias alheias à sua vontade. É de se observar que na tentativa imperfeita o agente não praticou ‘todos’ os atos de execução (não esgotou toda a sua potencialidade lesiva), pois é interrompido ‘em meio’ à execução. Exemplo: após ferir levemente a vítima com um punhal, o agente no momento em que vai desferir o golpe mortal, é surpreendido por alguém que lhe toma a arma. Na tentativa imperfeita, como o agente é interrompido em meio à execução, ele sabe que não conseguiu realizar o crime. 
Tentativa perfeita ou crime falho: ocorre quando a fase de execução é realizada ‘integralmente’ pelo agente, mas o resultado não se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade. Aqui o agente realiza totalmente os atos de execução (esgota toda a sua potencialidade lesiva), mas o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. Exemplo: Antônio desfecha todos os projéteis de seu revólver na vítima que, atingida, cai no chão. Certo de que está morta, Antônio deixa o local do crime. A vítima, porém, é levada até o hospital por um pedestre, sendo salva por uma intervenção cirúrgica. Na tentativa perfeita, como o agente realiza integralmente os atos de execução, ele pensa que conseguiu praticar o crime.
Conseqüência da Tentativa:
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 14 do CP, ao crime tentado, salvo disposição em contrário, aplica-se a mesma pena do crime consumado, porém ela será diminuída de um a dois terços. Quanto mais perto o agente chegar de consumar o crime, menor será a diminuição da pena.
Infrações que não admitem tentativa:
	Algumas infrações não admitem tentativa:
As contravenções penais: de acordo com o art. 4º do Decreto-Lei nº 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais), não se pune a tentativa das contravenções;
Crimes culposos;
Crimes preterdolosos;
Crimes habituais;
Crimes omissivos puros ou próprios.
A DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
	A primeira parte do art. 15 se refere à desistência voluntária. Esta ocorre quando o agente, no meio da execução do crime, para e desiste voluntariamente de prosseguir na sua execução. A desistência voluntária tem uma conotação negativa: o agente inicia a execução de um crime e, em meio a esta execução, desiste voluntariamente de continuar praticando essa conduta criminosa. 
	Já a segunda parte do art. 15 se refere ao arrependimento eficaz. Este ocorre quando o agente inicia a execução de crime e, após esgotar todos os atos de execução, se arrepende (ocorre após a execução e antes da consumação). Nesse caso, o agente terá que praticar uma nova conduta para neutralizar a primeira (tem, portanto, uma conotação positiva). O arrependimento eficaz tem que ser voluntário e também eficaz, pois, se apesar de todos os esforços do agente, ainda assim o crime ocorre, então o agente responderá por esse resultado.
A natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz é que estes institutos são causas que excluem a tipicidade (excludentes da tipicidade). 
CRIME IMPOSSÍVEL (OU TENTATIVA INIDÔNEA OU INADEQUADA)
	O crime impossível pode decorrer de um dos dois motivos abaixo:
Ineficácia absoluta do meio: o meio escolhido pelo agente é absolutamente ineficaz para produzir o crime. Exemplo: alguém que quer contaminar outra pessoa de moléstia grave de que não é portador. 
Absoluta impropriedade do objeto: o objeto (o fim) que o agente visa a lesionar é absolutamente impróprio para sofre o dano. Exemplo: Mulher, supondo-se grávida, ingere substância abortiva apta a expelir o feto, quando, na realidade, não existe gravidez. 
Conseqüência:
No crime impossível o agente não responde pela tentativa. Ninguém pode responder por um crime que era impossível de consumar-se. 
Observação: Só existe crime impossível se a ineficácia do meio ou impropriedade o objeto forem absolutas. Se relativas, haverá tentativa (O Brasil adotou, para o crime impossível, a Teoria objetiva temperada, ou seja, se a ineficácia do meio ou a impropriedade do objeto forem absolutas haverá crime impossível. Se relativas, haverá tentativa). A natureza jurídica do	crime impossível é que este instituto é uma causa que exclui a tipicidade (excludente da tipicidade).
O ARREPENDIMENTO POSTERIOR
		Ocorre o arrependimento posterior quando o agente, após a consumação do crime, se arrepende e repara ‘totalmente’ o dano ou ‘restitui’ a coisa, desde que observados os demais requisitos do art. 16 do CP. Nesse caso, a pena deverá ser diminuída de um a dois terços. É, portanto, uma ‘causa obrigatória de diminuição da pena’.
Conseqüência:
Atendidos todos os requisitos do art. 16, a pena será diminuída de um a dois terços, a critério do juiz (causa obrigatória de diminuição da pena).
( Observação: A diferença básica entre o arrependimento posterior e o arrependimento eficaz reside no fato de que naquele o resultado já foi produzido e, neste último, o agente impede a sua produção.
(EXCLUSÃO DA TIPICIDADE
Então, o fato é atípico quando não há conduta, nexo de causalidade, dolo ou culpa.
Não existe conduta se não há manifestação de vontade. Isso ocorre quando o agente se encontra em estado de inconsciência , ou a movimentação do agente resulta de atos reflexos ou o agente sofre coação física irresistível .
Ademais, inexiste nexo de causalidade quando, sem a ação ou omissão, o resultado seria o mesmo. Rompe-se o nexo de causalidade, na hipótese do art. 13, §1º, quando uma causa superveniente relativamente independente leva o fato a um desdobramento fora do que ordinariamente ocorre, e por isso se considera que essa causa “por si só” produziu o resultado.
O dolo está ausente quando o autor do fato não desejou nem assumiu o risco de produzir o resultado. Ou quando agiu mediante erro de tipo.Não há culpa se o resultado era imprevisível, o que também ocorre na hipótese de erro de tipo escusável.
Pode existir conduta sem que o agente tenha dolo ou culpa, mas, nesse caso, a conduta será atípica, pois a lei penal apenas descreve condutas dolosas ou culposas.O ERRO NO DIREITO PENAL
Conceito de ‘Erro’.
O erro não se confunde com a ignorância. Esta última é o total desconhecimento (o agente simplesmente não conhece, não possui qualquer representação da realidade). Já o erro é a ‘falsa percepção’ da realidade (o agente acha que conhece, mas, na verdade, não conhece - é o falso saber, o engano). O erro é um estado ‘positivo’: o agente conhece, mas de forma deturpada.
O Erro de Tipo
	
Erro de tipo, nas lições de Damásio, é o que recai sobre as ‘elementares ou circunstâncias’ do crime, sobre os ‘pressupostos fáticos’ de uma causa de justificação ou sobre os ‘dados secundários’ da norma penal incriminadora. É erro na avaliação das elementares ou circunstâncias em que envolvem o fato, bem como das justificativas para prática do ato ou dos dados secundários na norma penal. É a falsa percepção da realidade.
Espécies de Erro de Tipo
	O erro de tipo se classifica em:
Essencial: é o que recai sobre as elementares ou circunstâncias do crime;
Acidental: é o que recai sobre um dado secundário da norma penal incriminadora. 
Erro de Tipo ‘Essencial’
	Há erro de tipo essencial quando a falsa percepção da realidade impede o sujeito de compreender o caráter ilícito do fato. Exemplo: João atira em um homem, pensando tratar-se de um animal bravio (note que o erro de João recai sobre a elementar “alguém” do crime de homicídio, pois ele supôs estar atirando em um animal e não em um ser humano). O erro de tipo essencial pode ser:
Invencível ou Escusável: é o erro “inevitável” - aquele que não poderia ser evitado pela diligência normal. Qualquer outra pessoa, no lugar no agente, cometeria o mesmo erro. Nos termos do art. 20 do CP, o erro de tipo essencial invencível (ou escusável) ‘exclui o dolo e a culpa’ (o sujeito não responde por crime);
Vencível ou Inescusável: é o erro “evitável” - aquele que decorre da imprudência ou negligência e, portanto, poderia ter sido evitado pela diligência normal. Qualquer pessoa, no lugar do agente, se empregasse um pouco mais de cuidado, não cometeria esse erro. Nos termos do art. 20 do CP, o erro de tipo essencial vencível (ou inescusável) exclui o dolo, mas permite a punição por culpa ‘se prevista em lei a modalidade culposa’. 
Erro de Tipo ‘Acidental’
O erro de tipo acidental é aquele que não recai sobre as elementares ou circunstâncias do crime, mas sim sobre um dado secundário da norma penal incriminadora. O sujeito atua com plena convicção do que faz, porém se engana a respeito de um dado não-essencial ao delito. Vê, assim, que o erro de tipo acidental não exclui o dolo do agente. 
Em suma, as diferenças entre as ,duas modalidades de erro são:
 (i) Essencial: recai sobre elementares, circunstâncias, ou qualquer outro dado que se agregue à figura típica. Pode ser inevitável (afastando dolo e culpa) e pode ser evitável (afastando apenas o dolo).
(ii) Acidental: não tem o condão de afastar o dolo (ou a culpa). Ele age com a consciência da antijuridicidade do seu comportamento, apenas se engana quanto a um elemento não essencial do fato ou erra no seu movimento de execução. 
Esta modalidade ocorre nas seguintes hipóteses:
(Erro sobre o objeto (error in objecto):
Quando o agente, tendo vontade e consciência de praticar uma conduta que sabe ser penalmente ilícita (exemplo animus furandi – furto), por exemplo, subtrai uma pulseira, pensando se tratar de uma jóia, sendo que na verdade trata-se de uma bijuteria. O erro, neste caso, é irrelevante.
(Erro sobre a pessoa (error in persona) – Art. 20, § 3º:
O erro cinge-se, especificamente, à identificação da vitima, que em nada modifica a classificação do crime por ele cometido. O agente pensa que está matando o seu pai, sendo que na verdade, por se tratar de um local ermo, ele causa a morte de um estranho, pensando ser seu ascendente. Veja-se o determina a legislação penal vigente:
Erro sobre a pessoa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.”
Portanto, existe o dolo. A diferença aqui é que não se considera as qualidades e condições da vitima “alcançada” ( ou vítima “real” ), e sim daquele quem ele queria matar ( ou vítima “virtual” ). No exemplo acima, incidirá a agravante do artigo 61, II, e.
(Erro na execução (aberratio ictus) – artigo 73:
Por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa. Responde como se tivesse atingido a vítima que pretendia ofender. Caso atinja a pessoa que pretendia atingir, responde pelo concurso. O erro é de pessoa para pessoa.Exemplo: sujeito queria acertar o seu desafeto, mas erra o tiro e atinge um terceiro.
(Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis):
Fora dos casos do artigo 73, por acidente ou erro na execução do crime sobrevém resultado diverso do pretendido. O agente responderá por culpa se o fato assim for previsto e, se também ocorrer o resultado pretendido, aplica a regra do concurso formal de crimes. Ocorre o erro de coisa para pessoa.Exemplo: sujeito quer acertar uma pedra na vitrine e acaba acertando uma pessoa. Responde por lesão corporal culposa.
(Aberração na causa do resultado (aberratio causae):
O erro está no curso causal ou em pertinência ao nexo causal provocador do efetivo resultado.Exemplo: sujeito almejando matar alguém desfere-lhe inúmeros golpes, supondo-o morto; para livrar-se do corpo, atira-o em um rio, matando-o, na realidade por afogamento.São as situações em que ocorre o que também se chama de “dolo geral”, ou seja, responde por um só homicídio, doloso e consumado.
(Erro provocado por terceiro: Art. 20, § 2º:
O agente atua por erro em virtude de provocação ou determinação de terceiro.Exemplo: O médico, desejando matar o paciente manda a enfermeira aplicar uma injeção no mesmo, como se fosse remédio, sendo que se trata, na verdade, de veneno. A enfermeira age por erro, não responde. Já o médico, responde por homicídio doloso.
É possível, ainda, que o provocador tenha agido por culpa, no caso, por exemplo, do médico que dá uma dosagem maior de remédio a um paciente, pensando ser aquela a certa. È o que determina o nosso CP, verbis: Art. 20, § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Por conseguinte:o terceiro provocador responderá pelo crime, conforme tenha agido com dolo ou culpa. Com relação ao provocado, é preciso fazer a seguinte distinção:
Tratando-se de erro invencível, não responde pelo crime cometido, a título de dolo ou culpa;
Tratando-se de provocação em que o erro do agente foi vencível, não responde por dolo, porém subsiste a modalidade culposa, se prevista em lei. 
O Erro de Proibição
	O erro de proibição é aquele que recai sobre a proibição do fato (ele recai sobre a antijuridicidade de uma ação conhecida como típica pelo autor). Exemplo: Se o sujeito tem substância proibida em casa, supondo tratar-se de outra substancia, inócua, trata-se de erro de tipo (art. 20 do CP). Já, porém, se o sujeito tem tal substância em casa, no entanto, supõe que o ‘depósito’ da mesma não é proibido, o tema é de erro de proibição (art. 21 do CP).
O art. 21 do CP estabelece que o desconhecimento da lei é inescusável(ignorantia legis neminem excusat). Existe então uma diferença entre o desconhecimento da lei (que é inescusável) e a falta de conhecimento sobre a ilicitude do fato. Vejamos o que diz a lei:
 “Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.”
De fato, a lei é um diploma formal editado pelopoder competente, sendo a Ilicitude a relação de contrariedade que se estabelece entre a conduta praticada pelo agente e o ordenamento jurídico. Deve-se exigir que a pessoa tenha a possibilidade de saber que tal conduta seja proibida, para não agir contrariando-a ou pelo menos em estado de dúvida.
Entenda-se: a consciência da ilicitude não é necessariamente “formal” ou “técnica”; não é o conhecimento objetivo da tipicidade do fato ou de sua punibilidade. Basta que o agente saiba que seu comportamento diferencia-se (contrasta) das exigências comunitárias ou sociais de determinado meio ou local, com base na experiência da vida ou mesmo quando atua em dúvida deixando propositadamente de melhor informar-se para deixar de fazer o que não tinha certeza que era lícito, estando os mesmos atos, por conseguinte, proibidos.É o “desconhecimento profano dos injusto” do jusfilósofo Welzel.
Espécies de Erro de Proibição
	O erro de proibição, também chamado de erro sobre a ilicitude do fato, pode ser:
Invencível ou escusável: é o ‘inevitável’ - aquele que não tinha como se evitado. Qualquer pessoa, no lugar do agente, cometeria o mesmo erro. Nos termos do art. 21 do CP, o erro de proibição, quando invencível, isenta de pena. 
Vencível ou inescusável: é o ‘evitável’ - aquele que poderia ter sido evitado se o agente tivesse tomado um pouco mais de cuidado. Nos termos do art. 21 do CP, o erro de proibição, quando vencível, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço.
“DIFERENÇAS ENTRE ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO”:
(ERRO DE TIPO: o agente se engana sobre o fato; pensa estar fazendo uma coisa, quando na verdade está fazendo outra. Ex.: o agente subtrai coisa alheia julgando-a própria.
(ERRO DE PROIBIÇÃO: o agente não se engana sobre o fato que pratica, mas pensa erroneamente que o mesmo é lícito. Ex.: subtrair algo de um devedor a título de cobrança forçada, pensando que tal atitude é lícita.
(ERRO DE TIPO: exclui o dolo. E exclui também o crime, salvo se o fato for punível a título de culpa.
(ERRO DE PROIBIÇÃO: não exclui o dolo nem o crime, mas pode excluir a culpabilidade e, em conseqüência, a pena.
II) A ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE
Presentes todos esses elementos do fato típico, conclui-se que o agente praticou um fato típico, contudo, para que este fato seja considerado um crime (o Injusto Penal), é necessário outro elemento, denominado ANTIJURIDICIDADE. Note que o fato típico é, por si só, ‘indiciário’ da existência do crime, vez que constitui, em sua própria definição, um ilícito, somente pode-se concluir pela licitude de um fato definido como crime, se presente alguma causa de ‘exclusão da antijuridicidade’.Veja-se o art. 23 – CPB.
A CULPABILIDADE
Conceito:
Culpabilidade é o juízo de reprovabilidade que recai sobre o agente pelo fato típico e ilícito que ele cometeu. Em outras palavras, a culpabilidade se refere à reprovação de uma certa conduta. Interessante observar que enquanto a ilicitude se refere ao fato (o fato é ou não ilícito), a culpabilidade se refere ao agente (é o agente que é ou não culpável). 
Elementos da Culpabilidade:
De acordo com a Teoria psicológico-normativa da culpabilidade, adotada pelo nosso Código Penal, a culpabilidade possui 3 elementos:
Imputabilidade;
Potencial consciência da ilicitude;
Exigibilidade de conduta diversa.
A partir dessa configuração, faremos a análise individualizada de cada um deles, dentro da ordem acima proposta. 
(A Imputabilidade:
	A imputabilidade é a possibilidade de se atribuir, de se imputar um fato ‘típico e antijurídico’ ao agente. A imputabilidade é a regra; a inimputabilidade, a exceção. 
	Estudaremos agora as causas que, segundo o nosso Código Penal, conduzem à inimputabilidade do agente:
 Menoridade: De acordo com o art. 228 da CF e o art. 27 do CP:
Assim, se o menor comete um crime antes de completar 18 anos, será inimputável. Se já conta com 18 anos, então será imputável. Exemplo: Se um jovem de 18 anos comete um crime no dia do seu 18º aniversário, será considerado imputável, pouco importando a hora em que ele nasceu. Nota-se que o critério para definir se a imputabilidade quanto a menoridade é meramente biológico (se tem menos de 18 anos é inimputável; se conta com mais de 18 anos é imputável).
Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado: 
Da mesma forma, o agente que for portador de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado será considerado inimputável, desde que, no momento da ação ou omissão, fosse inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O critério não é meramente biológico (pois não basta o agente ser portador de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado). Exige-se também que o agente (portador da doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado) seja, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (critério biopsicológico). È esse o teor do art. 26 do CP.
c) Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior, de acordo com o art. 28 do CP.
		( A EMOÇÃO E A PAIXÃO 
Dispõe o Art. 28 do CP que “Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão.” A Emoção é um estado afetivo que, sob uma impressão atual produz repentina e violenta perturbação do equilíbrio psíquico. São emoções a ira, o medo, a alegria, a surpresa, a vergonha, o prazer erótico etc. Já a Paixão é uma profunda e duradoura crise psicológica que ofende a integridade do espírito e do corpo, o que pode arrastar muitas vezes o sujeito ao crime. É duradoura como uma força que se infiltra na terra, minando o obstáculo que, afinal, vem a ruir. São paixões o amor, o ódio, a avareza, a ambição, o ciúme, o patriotismo, a piedade, etc. 
Pode-se dizer que a diferença entre a emoção e a paixão reside no fato de ser a primeira aguda e de curta duração e a segunda crônica e de existência mais estável. Contudo o tratamento penal concedido pela legislação penal brasileira, dependerá da forma de suas manifestações, pois se não forem anti-sociais, podem operar ‘circunstâncias em favor do agente’; se ao contrário, operam-se circunstâncias desfavoráveis.Ex: Emoção – se após a ofensas à honra do agente este reage contra o ofensor por motivo de incontrolável cólera – art. 121, par. 1º - CPB (violenta emoção – circunstância “favorável”); Paixão – se o agente é movido por inveja e elimina a vítima (motivo fútil – circunstância “desfavorável”).
Potencial Consciência da Ilicitude:
Consciência é conhecimento. Conhecer é dominar, é apreender. A ilicitude é a relação de contrariedade existente entre a conduta praticada pelo o agente e o ordenamento jurídico como um todo. Potencial é o que exprime a possibilidade de algo. 
Potencial consciência da ilicitude, portanto, é a possibilidade de se conhecer que o fato é contrário ao direito, ilícito, proibido, choca-se com a ordem jurídica. Para que se possa reprovar o comportamento de alguém, é necessário e indispensável que ele, quando atuou, tivesse, pelo menos, a possibilidade de saber que a sua conduta era proibida, pois se não lhe fosse possível atingir esse conhecimento, não tinha, então, nenhum motivo, nenhuma razão, para deixar de realizar o que realizou. Quem age sem possibilidade de saber que fere o direito, atua na certeza de que sua conduta é de acordo com a ordem jurídica, e, assim sendo, não pode merecer qualquer censura que só é possível quando se pudesse exigir do homem conhecer que seu gesto é proibido. 
Exigibilidade de Conduta Diversa:
Em algumas situações o sujeito realiza uma conduta típica e antijurídica, com pleno conhecimento da sua ilicitude, todavia, em circunstancias tais que não lhe era possível realizar comportamento diferente. A realidade impõe-lhe atuar contra o direito, e ele, mesmo sabendo proibido, realiza o comportamento. Para o professorDamásio de Jesus:“(...) Não é suficiente que o sujeito seja imputável e tenha cometido o fato com possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito para que surja a reprovação social (culpabilidade). A conduta só é reprovável quando, podendo o sujeito realizar comportamento diverso, de acordo com a ordem jurídica, realiza outro, proibido.”
A COAÇÃO IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
A coação moral sofrida pelo agente é dividida em coação resistível e irresistível. No primeiro caso não justifica a ação do agente e por isso se pune, com atenuante da pena; no segundo, como a coação supera ou se iguala à do bem atingindo pela ação delitiva, o agente sacrifica o bem jurídico tutelado e mesmo assim não é punido em face desse sacrifício ser razoável. Exemplo: o gerente de uma agência bancária que tem sua família seqüestrada para que dê acesso aos assaltantes ao cofre do banco.Neste caso o gerente/pai não será punido pela ação do furto em face de estar dentro da justificativa de uma coação moral irresistível.
A obediência hierárquica só será causa de excludente de punibilidade se ela, embora ilegal, aos olhos do executor seja uma ação legal. Se ficar demonstrada a ilegalidade e o subordinado realizar a ação ilegal, responderá juntamente com o mandante da ordem; mas, como na coação moral resistível, responderá com atenuante de pena conforme art. 65, inciso. III, alínea “c”, do CP.
(( Em síntese: baseados nos elementos da culpabilidade encontraremos seis (06) excludentes da culpabilidade:
	ELEMENTO
	EXCLUDENTE
	Imputabilidade
	Inimputabilidade por doença ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26)
Inimputabilidade por menoridade (art. 27)
Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1º)
	Potencial consciência da ilicitude
	Erro de proibição (art. 21)
	Exigibilidade de conduta diversa
	Coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte)
Obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte)
O “CONCURSO DE PESSOAS”
Quando um crime ou contravenção é praticado por duas ou mais pessoas, existe o chamado ‘concurso de pessoas’. No concurso de pessoas, temos as condutas de ‘duas ou mais pessoas’, que ‘conjuntamente’, praticam o que está descrito no tipo, ao mesmo tempo, ou se auxiliam para a realização do intento. Por exemplo: dois meliantes invadem uma padaria, um rende o proprietário e clientes com uma arma de fogo, enquanto o outro pega o dinheiro do caixa, havendo assim a divisão de tarefas. 
O concurso de pessoas divide-se em co-autoria ou participação. Em um conceito ‘restritivo’, autor é aquele que realiza a conduta determinada no tipo penal, àquele que ‘executa’ o comportamento descrito no molde legal.Se agem em conjunto, executando a mesma conduta são ‘co-autores’. 
Além da coautoria, a ‘participação’ também é uma espécie de concurso, porém o partícipe não age diretamente para a prática do fato delituoso, mas auxilia de forma material ou moral no crime (induzindo, instigando ou auxiliando). Como por exemplo, dar a engendrar o crime , emprestar a arma de fogo que será usada no assalto ou o carro que será usado no mesmo.
Para que se caracterize a conduta delitiva em concurso, deve haver os seguintes requisitos: pluralidade de conduta, relevância de cada conduta, liame subjetivo e identidade de crime, podendo o concurso ser ‘necessário’ (quando a própria norma penal ‘exige’ para que o mesmo consume a existência de mais de um agente ativo, como elementar do crime – ex.art. 288-CPB - Bando ou Quadrilha, no mínimo 04 pessoas para prática do fato) ou ‘eventual’ (são os crimes que podem ou não ser cometidos por mais de uma pessoa, como a maioria dos previstos na lei penal).
DA ‘CO-AUTORIA’ E DA ‘PARTICIPAÇÃO’
FORMAS DE AUTORIA
a) O Executor: é aquele que materialmente realiza a conduta típica prevista no texto legal, também chamado de “autor material”;
b) O Mentor ou idealizador: é aquele que idealiza e dirige a ação por meio de terceiros sobre quem tem absoluto controle, podendo, inclusive, determinar a continuação ou a paralisação da conduta. Está, pois, em suas mãos o poder de decidir sobre a consumação ou não da infração, por isso é também chamado de “autor intelectual”.
c) Autoria Imediata e Mediata: A primeira dar-se quando existe perfeita adequação entre o ato executado e o tipo penal. Já a segunda ocorre quando aquele que deseja fazer atuar sua conduta ilícita se utiliza de outrem, em estado de irresponsabilidade penal, como instrumento para alcançar o resultado desejado, como quem se utiliza para seus intentos criminosos, um menor ou doente mental . Segundo ensinamentos do mestre Enrique Cury Urzúa, o autor mediato é "aquele que de forma consciente e deliberada faz atuar por ele o outro cuja conduta não reúne todos os requisitos para ser punível".
A CO-AUTORIA
É a união de vontades de diversas pessoas para alcançar o mesmo resultado. Em última análise, o co-autor é aquele que tem juntamente com os demais autores o mesmo objetivo, cada um atuando de forma a se delinear em sua conduta uma ação típica. Na co-autoria ocorre a divisão, na prática, dos atos que tendem à execução da ação delituosa, ou seja, os co-autores dividem tarefas em sede de tipo. Ex.: No crime de roubo, um ameaça e outro despoja a vítima de seus bens. Nesse exemplo, todos são autores. A conseqüência é que todos os co-autores respondem pelo mesmo delito.
A PARTICIPAÇÃO
A participação dá idéia de uma situação acessória. O partícipe se amolda à idéia central, contribuindo para a consecução do resultado.
O partícipe colabora para a consumação, mas não se encontra em condições de influir no resultado. A participação é uma forma indireta de contribuir para o resultado delituoso, pois contribui para a realização do crime, sem praticar elementos do tipo, isto é, sem realizar atos de execução. 
A participação pode apresentar-se de duas formas: Auxílio moral que pode ser de dois tipos: 1)Induzimento – o partícipe cria no autor um animus outrora inexistente. Dá uma idéia que não existia; 2)Instigação – o partícipe fomenta um animus já existente. Ele instiga, reforça uma idéia já existente; e Auxílio Material: fornece os meios materiais necessários para a realização do crime. Exemplo: o agente fornece a corda com a qual o suicida se mata. 
OS REQUISITOS DO ‘CONCURSO’ DE PESSOAS
a) Pluralidade de comportamentos; b) Nexo de causalidade; c) Liame subjetivo; d) Identidade de infração para todos os agentes.
Por outro lado, frente à relevância causal da conduta, diz o art. 29, em seu parágrafo primeiro do CPB, que a participação do agente pode ser tomada com de ‘menor importância’, funcionando como uma “causa de diminuição de pena”, por sua menor contribuição ao crime.
Mais à frente, fala-se de ‘cooperação ou participação dolosamente distinta’ (ou desvio subjetivo de conduta) quando um dos agentes quis participar de crime menos grave do que o cometido, não havendo ‘total liame subjetivo’ (unidade de desígnios), restando incompleto o concurso ‘pleno’ de pessoas, havendo tratamento penal diferenciado. 
Por fim, refere-se ainda, nosso CP nas Circunstâncias Incomunicáveis dando o seguinte tratamento:a) As circunstâncias de caráter pessoal, quando não elementares do tipo, são incomunicáveis, isto é, não se transmitem aos demais co-autores ou partícipes;b) As circunstâncias pessoais, quando elementares do tipo, se comunicam a todos os concorrentes. Assim, as circunstâncias objetivas se comunicam a todos os concorrentes, sejam ou não elementares.
Os Casos de impunibilidade.
A conduta de qualquer pessoa que venha a incitar alguém à prática de um crime, por si só não constitui conduta típica e como tal não deve ser punida se aquele que foi instigado não chegar, pelo menos, à prática de atos executórios. O raciocínio é simples: o agente partícipe responde pela mesma conduta que responder o autor. Se este não responder por nada, também não responderá o partícipe, pois este é acessóriodo autor.
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