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apostila do curso triagem em servicos de urgencia e emergencia

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TRIAGEM EM SERVIÇOS DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
As urgências e emergências sejam elas 
clínicas ou traumáticas representam um fator 
de risco de vida importante quando não 
atendidas de maneira adequada e em tempo 
hábil, exigindo intervenção competente, 
segura e livre de risco. 
 
Nesse setor, a triagem e acolhimento são 
empregados para a seleção de clientes, para o 
atendimento imediato ou mediato segundo a 
gravidade da situação de cada um. 
 
A triagem em serviços de emergência é 
definida como atendimento aos pacientes 
críticos que necessitam de assistência 
imediata, com o objetivo de prolongar a vida 
ou prevenir consequências críticas à saúde. 
 
Mas que critérios têm que estabelecer para a 
escolha correta das vítimas? 
 
Antes de estudarmos esses critérios, vamos 
entender o significado de Urgência e 
Emergência. 
 
1. DIFERENÇA ENTRE 
URGÊNCIA X EMERGÊNCIA 
 
Segundo o Conselho Federal de Medicina, 
em sua Resolução CFM n.° 1.451, de 
10/3/1995, temos: 
 
Urgência: ocorrência imprevista de agravo à 
saúde com ou sem risco potencial de vida, 
cujo portador necessita de assistência médica 
imediata. 
Emergência: constatação médica de 
condições de agravo à saúde que impliquem 
em risco iminente de vida ou sofrimento 
intenso, exigindo, portanto, tratamento 
médico imediato. 
Entretanto, sabemos que existem muitas 
confusões em torno do conceito desses dois 
termos. Assim, devido ao grande número de 
julgamentos e dúvidas que esta ambivalência 
de terminologia suscita no meio médico e no 
sistema de saúde, optamos por não mais 
fazer este tipo de diferenciação. Passamos a 
utilizar apenas o termo “urgência”, para 
todos os casos que necessitem de cuidados 
agudos, tratando de definir o “grau de 
urgência”, a fim de classificá-las em níveis. 
 
O grau de urgência é diretamente 
proporcional à gravidade, à quantidade de 
recursos necessários para atender o caso e à 
pressão social presente na cena do 
atendimento e inversamente proporcional ao 
tempo necessário para iniciar o tratamento. 
 
 U = Grau de urgência 
 G = Gravidade do caso 
 T = Tempo para iniciar o tratamento 
 A = Atenção: recursos necessários 
para o tratamento 
 V = Valor social que envolve o caso 
 
1.1. Gravidade 
 
É perfeitamente possível quantificar a 
gravidade do caso pelo telefone, por meio de 
perguntas objetivas dirigidas diretamente ao 
paciente ou à pessoa que ligou solicitando 
ajuda, utilizando uma semiologia que será 
definida e abordada nos protocolos 
específicos. Mais fácil ainda é quantificar as 
urgências nas transferências inter-
hospitalares, quando o contato telefônico é 
feito diretamente entre médicos. 
 
1.2. Tempo 
 
Tratamos aqui de utilizar o conhecimento 
dos intervalos de tempo aceitáveis entre o 
 
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início dos sintomas e o início do tratamento. 
Quanto menor o tempo exigido, maior a 
urgência. Nas transferências inter-
hospitalares, com o atendimento inicial já 
realizado, esta avaliação deve ser mais 
cuidadosa, para evitar precipitações. 
 
1.3. Atenção 
 
Quanto maior for à necessidade de recursos 
envolvidos no atendimento inicial e no 
tratamento definitivo, maior será a urgência. 
Este subfator é o que mais influi na decisão 
de transferir o paciente. 
 
1.4. Valor Social 
 
A pressão social que envolve o atendimento 
inicial pode muitas vezes justificar o 
aumento do grau de urgência de um caso 
simples. Este fator não pode ser 
negligenciado, pois muitas vezes uma 
comoção social no local do atendimento 
pode dificultar a prestação de socorro. É de 
pouca influência, porém, nas transferências 
inter-hospitalares. 
 
2. SERVIÇOS DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
 
Os serviços de urgência e emergência 
constituem um importante componente da 
assistência à saúde no Brasil. Com o 
aumento dos indicadores de acidentes e 
violência, houve um crescimento da 
demanda por atendimentos desse setor. 
Entretanto, a superlotação dos pronto-
socorros brasileiros é agravada por 
problemas organizacionais destes serviços, 
como o atendimento por ordem de chegada 
sem estabelecimento de critérios clínicos, o 
que pode acarretar graves prejuízos aos 
pacientes. 
 
Dessa forma, o Ministério da Saúde, desde 
2003, vem buscando alternativas para a 
organização da rede de atenção às Urgências 
e Emergências. 
 
Uma das estratégias foi à criação da Política 
Nacional de Atenção às Urgências, baseada 
na necessidade de estruturar uma rede de 
serviços regionalizada e hierarquizada de 
cuidados integrais às urgências de qualquer 
complexidade ou gravidade, 
desconcentrando a atenção efetuada 
exclusivamente pelos pronto-socorros. 
 
No setor público, a necessidade de 
manutenção de uma porta de entrada 
qualificada e integrada na atenção de 
urgência e emergência, tem determinado uma 
discussão em torno da regulação como 
conceito relacionado à capacidade de 
resposta frente às demandas de saúde, e 
como instrumento de ordenação e orientação 
da assistência, em seus diversos níveis. 
 Dessa forma, a recente estruturação de 
centrais de regulação nos estados tem se 
apresentado como ferramenta importante 
para a implementação de regionalização da 
saúde, otimizando a busca pela melhor 
alternativa terapêutica do momento, de 
acordo com as necessidades do usuário. 
 
Assim, medidas têm sido adotadas para a 
organização desta sobrecarga de 
atendimentos, no intuito de minimizar o risco 
para os pacientes que esperam por 
atendimento médico, e apontam a triagem 
estruturada como uma das medidas mais 
importantes, uma vez que permite que 
pacientes mais graves sejam atendidos 
primeiro. 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, a 
organização da Rede de Atenção às 
Urgências e Emergências (RUE) tem a 
 
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finalidade de articular e integrar todos os 
equipamentos de saúde objetivando ampliar 
e qualificar o acesso humanizado e integral 
aos usuários em situação de 
urgência/emergência nos serviços de saúde 
de forma ágil e oportuna. 
 
São propostas da rede de urgência e 
emergência do MS: 
 
 Ampliação para Cobertura de 100% 
da População; 
 Regionalização; 
 Reajuste no Repasse Financeiro – 
50% do Custeio Mensal; 
 Cronograma de Implantação 2011-
2018. 
 
Mas o que entendemos sobre triagem? 
Como funciona? Quem a realiza? 
 
3. TRIAGEM 
 
A palavra triagem na língua portuguesa é 
escolha, seleção. Triar vem do verbo 
francês e significa trier, tipar, escolher, e 
aplicado à área da saúde, o termo significa 
que é um processo no qual haverá 
priorização do atendimento de acordo com a 
necessidade de cada caso. 
 
Triagem é o primeiro atendimento prestado 
pelo profissional aos usuários dos serviços 
de saúde. Através dela, é realizado a 
avaliação inicial, seleção e encaminhamento 
dos clientes às unidades/especialidades 
adequadas à suas necessidades.Na triagem o indivíduo é avaliado de forma 
integral para que se identifique o tipo de 
atendimento necessário. Entende-se que o 
paciente deve ser visto como um todo, 
necessitando estar em sincronia consigo 
mesmo em todos os aspectos físico, mental, 
espiritual e com o mundo, uma vez que a 
doença é uma consequência do desequilíbrio 
e da desarmonia destes elementos, resultando 
em uma manifestação biológica de 
enfermidade. Outro aspecto a ser ressaltado é 
a valorização das questões culturais, as quais 
estão intimamente ligadas aos itinerários de 
saúde da população. 
 
Triagem é a classificação das vítimas em 
categorias, não exclusivamente relativas à 
gravidade, mas sim às situações em que mais 
beneficiarão do socorro prestado. O objetivo 
é aperfeiçoar a ação de socorro, salvando o 
maior número possível de vítimas. Após o 
atendimento no local, são transportadas para 
um atendimento hospitalar. 
 
A importância desse serviço está 
principalmente na prevenção de 
complicações e identificação de quadros 
agudos que implicam riscos de vida. Para o 
funcionamento adequado, é necessária a 
integração deste com outros serviços de 
saúde existentes no sistema, estabelecendo 
vínculos com os mesmos, de modo a permitir 
o adequado encaminhamento dos pacientes. 
 
Antes da realização da triagem, acontece o 
acolhimento, que é um modo de desenvolver 
o processo de trabalho em saúde, de forma a 
atender os usuários que procuram os 
serviços, ouvindo os seus pedidos e 
assumindo uma postura capaz de acolher, 
escutar e dar respostas mais adequadas aos 
usuários. Este processo inclui um 
atendimento com resolutividade e 
responsabilização, orientação para o paciente 
e sua família em relação ao atendimento e 
funcionamento dos demais serviços de 
saúde, e estabelecimento de meios para 
garantir o sucesso dos encaminhamentos, 
caso haja necessidade. 
 
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Estudos revelam que os Serviços de Triagem 
conferem maior resolubilidade e 
acolhimento, na medida em que busca 
atender o usuário considerando os aspectos 
bio-psico-sociais do indivíduo e ressaltando 
a hierarquização dos serviços de saúde. 
 
Para um serviço de emergência, a questão 
central é identificar que dados coletar e quais 
os instrumentos utilizar para classificar os 
pacientes, no intuito de evitar que o processo 
de classificação seja guiado somente pela 
avaliação subjetiva e experiência do 
enfermeiro que classifica. 
 
A triagem é uma decisão que envolve o 
pensamento crítico dos profissionais 
envolvidos. Assim, o enfermeiro da triagem 
deve ter responsabilidade, autonomia e muita 
experiência clínica, uma vez que geralmente 
ele está sozinho no processo de classificação. 
 
Esse processo pode oferecer riscos, mas 
representa uma importante ferramenta para 
descrever a necessidade do cuidado 
individual e uniformização do atendimento. 
 
Algumas dificuldades têm sido apontadas 
pelos enfermeiros de triagem, como falta de 
pessoal, falta de protocolos que permitam ao 
enfermeiro solicitar exames laboratoriais e 
radiografias, e falta de acesso informatizado 
ao número de leitos disponíveis, entre outros. 
Dessa forma, é indispensável à utilização de 
escalas e protocolos que sejam instrumentos 
confiáveis para embasar o enfermeiro na 
classificação de risco dos pacientes que 
procuram os serviços de urgência e 
emergência. 
Aqui no Brasil, a utilização do acolhimento 
com classificação de risco nos serviços de 
urgência enquanto estratégia de ampliação 
do acesso e humanização das relações 
começou a ser discutida de forma mais 
concreta a partir da publicação da Portaria 
2048/02, que regulamenta o funcionamento 
dos serviços de urgência e emergência do 
país. 
 
Com a cartilha da Política Nacional de 
Humanização - PNH, a qual aponta o 
acolhimento com avaliação e classificação de 
risco como dispositivo de mudança no 
trabalho da atenção e produção de saúde, em 
especial nos serviços de urgência. Nesta 
mesma época foi lançado o Programa de 
Qualificação da Gestão no SUS (QualiSUS), 
que trouxe o investimento necessário às 
modificações tecnológicas e de ambiência 
para a efetiva implementação da ferramenta 
de classificação de risco nos serviços de 
urgência e emergência. 
 
O primeiro hospital brasileiro a implantar a 
classificação de risco foi o Hospital 
Municipal de Paulínia, em 1993, quando um 
Canadense implantou a proposta de 
classificação de risco, a partir da adaptação 
do protocolo canadense à realidade local. 
 
4. BREVE HISTÓRICO DA 
TRIAGEM 
 
Não sabemos ao certo quando exatamente 
iniciou-se o processo de triagem, mas 
existem relatos do ano de 1898 de um 
hospital em Londres, os doentes começavam 
a aglomerar-se à porta às 08:30h, mas o 
mesmo só abria às 09:00h. Nesse período, 
uma enfermeira atendia a um por um dos 
doentes, questionando-o sobre sua principal 
queixa para então direcionar para o 
atendimento de um clínico ou de um 
cirurgião. 
 
Na Austrália, na década de 60, os pacientes 
que chegavam de ambulância eram 
priorizados, e os que caminhavam eram 
 
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avaliados por ordem de chegada. 
Posteriormente, escalas foram desenvolvidas 
no sentido de unificar e padronizar a 
linguagem utilizada na triagem dos 
pacientes. 
 
Nos Estados Unidos a triagem foi 
inicialmente utilizada como estratégia para 
priorizar o atendimento aos soldados feridos 
nas guerras, no intuito de tratá-los e devolvê-
los o mais rápido possível para o campo de 
batalha. Os soldados eram classificados 
quanto à gravidade de suas lesões como 
gravemente traumatizados considerados não 
viáveis, os que necessitavam de cuidado 
imediato, e aqueles que podiam aguardar 
tratamento com segurança. 
 
A triagem era considerada como uma 
tecnologia de guerra e de grandes catástrofes, 
não sendo até então aplicada à sociedade 
civil. Os responsáveis pela remoção dos 
feridos de um campo de batalha ou pelos 
cuidados médicos dividiam as vítimas em 
três categorias: 
 
 Aqueles a quem provável vivam, 
independentemente do tratamento 
recebido; 
 Aqueles a quem provável morram, 
independentemente do tratamento 
recebido; 
 Aqueles a quem a atenção médica 
imediata pode ter influência no 
prognóstico. 
 
Este modelo também pode ser utilizado 
atualmente em inúmeras situações de 
urgência, sobretudo quando apenas existem 
um ou dois paramédicos para vinte ou mais 
pacientes. Uma vez disponíveis os recursos 
materiais e humanos, os paramédicos optam 
pelo modelo de triagem adotado pela sua 
unidade de saúde. 
 
A abordagem moderna é mais científica. O 
prognóstico de categorização da vítima é 
frequentemente o resultado de avaliações 
fisiológicas. Alguns modelos de triagem, 
como o START, fazem uso de dados, 
podendo até ser calculados. 
 
5. ACOLHIMENTO E TRIAGEM 
CLASSIFICATÓRIA DE RISCOS 
 
Como o próprio nome diz, o termo “triagem” 
implica numa técnica de escolha de quem 
será ou não atendido. Já a classificação de 
risco, refere-se à avaliação do paciente e 
determinação da prioridade do atendimento 
segundo a gravidadeclínica, 
desconsiderando a lógica de exclusão da 
triagem. É importante ressaltar que para a 
maioria quase absoluta dos autores citados 
abaixo, os termos “triagem” e “classificação 
de risco” são entendidos como sinônimos. 
 
“O Ministério da saúde, através da Portaria 
2048, propõe a implantação nas unidades de 
atendimento de urgências o acolhimento e a 
triagem classificatória de risco”. De acordo 
com esta Portaria, este processo “deve ser 
realizado por profissional de saúde, de nível 
superior, mediante treinamento específico e 
utilização de protocolos pré-estabelecidos e 
tem por objetivo avaliar o grau de urgência 
das queixas dos pacientes, colocando-os em 
ordem de prioridade para o atendimento”. 
 
O Acolhimento com Classificação de Risco 
– ACCR - se mostra como um instrumento 
reorganizador dos processos de trabalho na 
tentativa de melhorar e consolidar o Sistema 
Único de Saúde (SUS), como um 
instrumento de humanização. 
 
 
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A estratégia de implantação da sistemática 
do Acolhimento com Classificação de Risco 
possibilita a ampliação da resolutividade ao 
incorporar critérios de avaliação de riscos, 
que levam em conta toda a complexidade dos 
fenômenos saúde/ doença, o grau de 
sofrimento dos usuários e seus familiares, a 
priorização da atenção no tempo, diminuindo 
o número de mortes evitáveis, sequelas e 
internações. 
 
A Classificação de Risco deve ser um 
instrumento para melhor organizar o fluxo de 
pacientes que procuram as portas de entrada 
de urgência/emergência, gerando um 
atendimento resolutivo e humanizado. 
 
A implantação do protocolo de classificação 
de risco garante a prioridade adequada dos 
atendimentos, e assegura que recursos sejam 
alocados de forma correta. Também 
possibilita a organização da assistência e o 
conhecimento de indicadores que direcionam 
a gestão do serviço e a necessidade de 
investimentos de recursos. 
 
O sistema de classificação de risco foi criado 
com o intuito de se evitar intercorrências 
entre os pacientes graves que são atendidos 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-
se de um processo dinâmico de identificação 
dos pacientes que necessitam de tratamento 
imediato, de acordo com o potencial de risco, 
agravos à saúde ou grau de sofrimento. 
 
A Classificação de Risco é um processo 
dinâmico de identificação dos pacientes que 
necessitam de tratamento imediato, de 
acordo com o potencial de risco, os agravos à 
saúde ou o grau de sofrimento: 
 
 
 
5.1. Missões do Acolhimento 
com Classificação de Risco 
 
1) Ser instrumento capaz de acolher o 
cidadão e garantir um melhor acesso 
aos serviços de urgência/emergência; 
2) Humanizar o atendimento; 
3) Garantir um atendimento rápido e 
efetivo. 
 
5.2. Principais objetivos do 
Acolhimento com Classificação de 
Risco 
 
 Escuta qualificada do cidadão que 
procura os serviços de 
urgência/emergência; 
 Classificar, mediante protocolo, as 
queixas dos usuários que demandam 
os serviços de urgência/emergência, 
visando identificar os que necessitam 
de atendimento médico mediato ou 
imediato; 
 Construir os fluxos de atendimento 
na urgência/emergência 
considerando todos os serviços da 
rede de assistência à saúde; 
 Funcionar como um instrumento de 
ordenação e orientação da 
assistência, sendo um sistema de 
regulação da demanda dos serviços 
de urgência/emergência. 
 Avaliar o paciente logo na sua 
chegada ao pronto-socorro 
humanizando o atendimento; 
 Descongestionar o pronto-socorro; 
 Reduzir o tempo de espera para o 
atendimento médico; 
 Determinar a área de atendimento 
primário, devendo o paciente ser 
encaminhado diretamente às 
especialidades conforme protocolo; 
 Informar os tempos de espera; 
 
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 Promover ampla informação sobre o 
serviço aos usuários; 
 Retornar informações a familiares. 
 
O Acolhimento não é um instrumento de 
diagnóstico de doença. Ele apenas 
hierarquiza conforme a gravidade da 
vítima; determina prioridades de 
atendimento; não pressupõe exclusão e sim 
estratificação. 
 
5.3. Equipe 
 
 Equipe multiprofissional: 
 Enfermeiro; 
 Técnico em Enfermagem; 
 Assistente Social; 
 Equipe Médica especializada; 
 Profissionais da portaria/recepção e 
Estagiários. 
 
5.4. Processo de Classificação 
 
Acontecem com a identificação dos 
pacientes que necessitam de intervenção 
médica e de cuidados de enfermagem, de 
acordo com o potencial de risco, agravos à 
saúde ou grau de sofrimento, usando um 
processo de escuta qualificada e tomada de 
decisão baseada em protocolo e aliada à 
capacidade de julgamento crítico e 
experiência do enfermeiro. 
 
a) Usuário procura o serviço de 
urgência. 
b) É acolhido pelos funcionários da 
portaria/recepção ou estagiários e 
encaminhado para confecção da ficha 
de atendimento. 
c) Logo após é encaminhado ao setor de 
Classificação de Risco, onde é 
acolhido pelo Técnico em 
Enfermagem e Enfermeiro que, 
utilizando informações da escuta 
qualificada e da tomada de dados 
vitais, se baseia no protocolo e 
classifica o usuário. 
 
Nenhum cliente deverá ser dispensado sem 
ser atendido, ou seja, sem ser acolhido, 
classificado e encaminhado de forma 
responsável a uma unidade de saúde de 
referência. 
 
5.5. Critérios de Classificação 
 
1) Apresentação usual da doença; 
2) Sinais de alerta (choque, palidez 
cutânea, febre alta, desmaio ou perda 
da consciência, desorientação, tipo de 
dor, etc.); 
3) Situação – queixa principal; 
4) Pontos importantes na avaliação 
inicial: sinais vitais – Sat. de O2 – 
escala de dor - escala de Glasgow – 
doenças preexistentes – idade – 
dificuldade de comunicação (droga, 
álcool, retardo mental, etc.); 
5) Reavaliar constantemente poderá 
mudar a classificação. 
 
5.6. Avaliação do Cliente (Dados 
coletados em ficha de atendimento) 
 
 Queixa principal 
 Início – evolução – tempo de doença 
 Estado físico do paciente 
 Escala de dor e de Glasgow 
 Classificação de gravidade 
 Medicações em uso, doenças 
preexistentes, alergias e vícios 
 Dados vitais: pressão arterial, 
temperatura, saturação de Oxigênio. 
 
Realizar o acolhimento com avaliação e 
classificação de risco, determina a agilidade 
 
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no atendimento a partir da análise, sob a 
ótica de protocolo pré-estabelecido, do grau 
de necessidades do usuário, visando atenção 
centrada no nível de complexidade. 
 
A classificação de risco é considerada um 
dispositivo de humanização do atendimento, 
na medida em que o atendimento deve ser 
priorizado de acordo com a gravidade clínica 
e não de acordo com a ordem de chegada ao 
serviço. 
 
A enfermagem se insere neste contexto, na 
medida em que o enfermeiro tem sido o 
profissional indicado para ser o responsável 
por classificar o risco dos pacientes que 
procuram os serviços de urgência. 
 
6. TIPOS DE TRIAGENSDe acordo com o Ministério da Saúde, a 
triagem classificatória deverá ser realizada 
por meio de protocolos pré-estabelecidos, 
por profissionais de saúde de nível superior, 
com treinamento específico; sendo proibida a 
dispensa de pacientes antes que estes 
recebam atendimento médico. 
 
Todo sistema organizado para atendimento 
às emergências deve ter um plano 
estabelecido para fazer frente a um acidente 
com múltiplas vítimas. O plano deve ser 
específico, estabelecido a partir de 
características locais e regionais. 
 
Entre muitos pontos, deve o plano 
estabelecer a forma mais eficiente de 
oferecer, simultaneamente, socorro a todas as 
vítimas. Em outras palavras, várias equipes 
de emergência, equipadas e preparadas, 
devem ser acionadas e as vítimas atendidas 
ao mesmo tempo. Muitas vezes, no entanto, 
por alguns minutos ou eventualmente horas, 
isto não é possível. Na impossibilidade, a 
primeira equipe que chegar ao local deve 
iniciar um processo chamado “triagem das 
vítimas”. 
 
Devemos também considerar que não existe 
um critério perfeito de triagem, variando de 
um sistema para outro e na dependência de 
diversos factores, como a magnitude e a área 
de abrangência do desastre, tipo de desastre 
(produtos perigosos, terremotos, etc.), 
qualificação das equipes e equipamentos, 
dentre muitos outros pontos. 
 
A triagem é também específica para uma 
finalidade como, por exemplo: 
 
 Triagem para iniciar o socorro no 
local 
 Triagem para colocar as vítimas em 
áreas específicas na zona do desastre 
 Triagem para o transporte da zona 
de desastre para o atendimento 
hospitalar 
 Triagem no atendimento hospitalar 
 Triagem para o transporte inter 
hospitalar 
 
Lembramos sempre que um método de 
triagem perfeito não existe. Cada serviço 
deve adotar, para suas características 
operacionais, o método que melhor lhe 
convier. 
 
Abaixo, listamos alguns tipos de triagem: 
 
6.1. Triagem por telefone 
 
O conceito de triagem por telefone não é 
novo, já que pediatras e outros especialistas a 
têm utilizado por décadas para a tomada de 
decisões importantes. Alguns hospitais 
podem desenvolver seus próprios sistemas de 
triagem por telefone, que ainda podem ser 
 
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adquiridos por meio de vendedores 
comerciais. 
 
O uso desse sistema fica centralizado em um 
grupo de enfermeiros, que falam diretamente 
com os pacientes no telefone e então os 
direcionam ao atendimento de emergência ou 
urgência, ou para uma consulta médica não 
urgente em poucas horas. Em muitos casos, o 
enfermeiro da triagem oferece conselhos de 
saúde para aqueles pacientes que não 
necessitam ir diretamente ao serviço. Esses 
sistemas usualmente confiam em 
computadores, com enormes bancos de 
dados de informação médica para guiar as 
enfermeiras, e, na avaliação de alguns 
médicos, fornecem consistência e 
padronizam a qualidade do atendimento. 
 
Muitos são os questionamentos quanto ao 
fato de que a triagem por telefone não tem a 
vantagem do contato visual fornecido pela 
triagem face a face. Em relação à atenção 
psiquiátrica de urgência, encontram-se 
queixas contra a figura do chamado “médico 
porteiro”, sobretudo por uma crescente 
tendência de medicalização dos problemas 
de saúde mental. Em relação às outras 
urgências, esta parece ser uma prática mais 
comum nos casos em que os pacientes já 
mantêm um vínculo com o médico. 
 
6.2. Triagem Simples 
 
Geralmente utilizada no local de um acidente 
ou em algum cenário de desastre com 
múltiplas vítimas, de forma a categorizar 
pacientes entre aqueles que precisam de 
atenção crítica e transporte imediato 
daqueles com lesões menos graves. Este 
passo pode ser iniciado antes mesmo do 
transporte estar disponível. 
 
A categorização de clientes com base na 
gravidade das lesões pode ser apoiada pelo 
uso de etiquetas de triagem ou marcação com 
fita colorida. 
 
A triagem simples identifica quais as pessoas 
que requerem tratamento médico avançado. 
No campo, a triagem também define 
prioridades nas evacuações para os hospitais. 
 
6.3. Modelo S.T.A.R.T. 
 
A sigla S.T.A.R.T., do termo Simple Triage 
and Rapid Treatment, ou Triagem Simples e 
Tratamento Rápido, é um método que pode 
ser executado em situações de emergência 
por leigos ou pessoas com pouca formação 
médica. Não se destina, contudo, à 
supervisão ou instrução de pessoal ou 
técnicas médica. 
 
A triagem separa as vítimas em quatro 
grupos: 
 
 Aqueles a quem não há auxílio 
possível; 
 Os feridos que necessitem de 
transporte imediato; 
 Os feridos cujo transporte possa ser 
adiado; 
 Aqueles com ferimentos ligeiros, que 
não necessitem de cuidados urgentes. 
 
No método S.T.A.R.T. as vítimas devem ser 
evacuadas da seguinte forma: 
 
 Mortos são deixados no local de 
óbito, cobertos se necessário. Note-se 
que neste método ninguém é 
categorizado como falecido excepto 
se não estiver a respirar e os esforços 
de reanimação não tenham tido 
sucesso. 
 
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 Imediato ou prioridade 1 (vermelha) 
são evacuados por helicóptero ou 
ambulância, uma vez que precisam 
de cuidados avançados 
imediatamente ou no prazo de uma 
hora. Estes pacientes encontram-se 
em estado crítico e morreriam sem 
assistência médica emergente. 
 Protelado ou prioridade 2 (amarelo) 
podem ver a sua evacuação adiada 
até todas as vítimas de prioridade 1 
terem sido transportadas. Estes 
pacientes estão estáveis, mas 
requerem assistência médica. 
 Secundário ou prioridade 3 (verde) 
não são evacuados até terem sido 
transportados todos os pacientes com 
grau superior. São pacientes que não 
necessitam de atenção médica 
avançada pelo menos nas horas 
seguintes e encontram-se aptas a 
caminhar, apenas necessitando de 
curativos. 
 
No processo de triagem para iniciar o 
socorro no local do desastre, feito pela 
primeira equipe a chegar ou na ausência de 
número suficiente de socorristas, um dos 
métodos mais utilizados é o START - Simple 
Triage And Rapid Treatment que identifica 
as vítimas por fitas coloridas ou etiquetas 
(tarjetas) coloridas ou cartões de triagem. 
 
São utilizadas as seguintes cores: 
 
COR VERMELHA: Socorro imediato. 
Primeira prioridade ou Prioridade imediata - 
São vítimas que requerem atenção imediata 
no local ou têm prioridade no transporte. 
Incluem-se aqui as vítimas: 
 
a) Com hemorragia externa importante; 
b) As que, encontradas em parada 
respiratória, respiraram após uma 
manobra de abertura das vias aéreas; 
c) As que respiram com FR maior que 
30 rpm; 
d) As que respiram e apresentam 
reenchimento capilar levando mais 
que 2 segundos ou ausência de pulso 
radial; 
e) As que respiram abaixo de 30 rpm, 
apresentam pulso radial e 
reenchimento capilar em até 2 
segundos, mas não respondem ordens 
simples. 
 
Estas situações geralmente correspondem a 
vítimas com trauma grave, dificuldade 
respiratória, trauma de crânio, hemorragia 
com choque, queimaduras severas, etc. 
 
CCOORR AAMMAARREELLAA:: Segunda prioridade ou 
prioridade secundária- Socorro deve ser 
rápido, mas deve aguardar vítimas com 
maior prioridade. São vítimas sem indicativo 
de que virão a morrer nos próximos minutos, 
se não forem socorridas. 
 
Devem ser consideradas amarelas as vítimas 
que não se enquadram nos critérios 
anteriores e que não deambulam e estão 
orientadas, conseguindo cumprir ordens 
simples. 
 
Geralmente são vítimas com fraturas, lesões 
torácicas ou abdominais sem choque, lesão 
de coluna ou queimaduras menores. 
 
COR VERDE: Terceira prioridade ou 
prioridade tardia – Vítimas deambulando, 
com lesões menores e que não requerem 
atendimento imediato. 
Não devem ser consideradas isentas de lesão. 
Apenas não são prioritárias naquele 
momento. 
 
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COR PRETA: prioridade zero ou última 
prioridade - vítimas consideradas em morte 
óbvia ou em situações de grande dificuldade 
para reanimação. 
 
É importante enfatizar que neste último caso, 
só pode ser considerada cor preta, se não 
houver socorristas suficientes. Se houver, 
todo esforço deve ser tentado para todas as 
vítimas, exceptuando-se apenas aquelas em 
morte óbvia. 
6.4. Triagem avançada 
 
Na triagem avançada, os médicos podem 
decidir que determinados pacientes com 
lesões muito graves não devem receber 
tratamento avançado porque é improvável a 
sua sobrevivência. Os recursos devem assim 
ser orientados para pacientes com lesões 
menos graves. 
 
Uma vez que o tratamento é 
intencionalmente retirado de determinados 
pacientes, a triagem avançada tem 
implicações éticas. É usada para desviar 
recursos de pacientes com poucas hipóteses 
de sobrevivência de forma a aumentar a 
possibilidade de outros que seja mais 
provável sobreviverem. 
 
6.5. Triagem contínua 
 
Na cena do desastre, a triagem deve ser 
considerada um processo contínuo, ou seja, 
constantemente deve ser repetida em cada 
vítima, mesmo para as que já receberam um 
socorro inicial, pois a situação pode alterar-
se e uma vítima considerada de baixa 
prioridade pode alguns minutos depois, 
necessitar de cuidados imediatos para que se 
mantenha viva. 
 
É uma abordagem à triagem em situações de 
múltiplas vítimas, que leva em conta tanto as 
observações fisiológicas como os padrões 
comportamentais em situações de desastre, 
que afectam o número de pacientes que 
procura determinado hospital e a forma como 
esse hospital responde a essa procura. 
 
A Triagem Contínua Integrada conjuga três 
formas de triagem com aumento progressivo 
na especificidade de forma a rapidamente 
identificar as vítimas de desastre com maior 
urgência de cuidados, enquanto harmoniza as 
necessidades de pacientes individuais em 
relação aos recursos disponíveis. Contudo, 
cada sistema de triagem de grupo, individual 
ou hospitalar pode ser usado a cada estágio 
de avaliação. 
 
6.6. Mudança de prioridade 
 
Vítimas são todas as pessoas envolvidas no 
acidente e não apenas as que apresentam 
lesões ou queixas. Nunca deixe de identificar 
uma vítima que deambula sem lesão aparente 
ou sem queixa. 
 
No processo de avaliação contínua, ou 
melhor, de reavaliação, muitas vítimas 
podem mudar de prioridade. Uma vítima 
rotulada de verde pode apresentar lesão 
interna e evoluir para choque, ou lesão de 
crânio com piora do quadro de consciência, 
apenas para citar alguns exemplos. 
 
Devem ser reclassificadas e as providências 
devem ser tomadas de acordo com a nova 
categoria. 
 
7. ESCALAS E PROTOCOLOS 
UTILIZADOS NA 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
 
De uma forma geral, tem sido recomendada a 
utilização de escalas/protocolos que 
estratifiquem o risco em cinco níveis, pois 
 
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estas apresentam maior fidedignidade, 
validade e confiabilidade na avaliação do 
estado real do paciente. 
 
 O Protocolo é um instrumento de apoio que 
visa à identificação rápida e científica do 
doente de acordo com critérios clínicos para 
determinar em que ordem o paciente será 
atendido. Trata-se de um modelo em que 
diferentes enfermeiros obtêm os mesmos 
resultados na análise do cliente, aumentando 
a agilidade e a segurança nos serviços de 
urgência. 
 
Após a triagem, os pacientes são 
encaminhados aos médicos especialistas. 
Uma vez realizado o atendimento, o paciente 
deverá ter sua referência garantida, por meio 
do encaminhamento realizado às centrais de 
regulação ou aos fluxos previamente 
pactuados. 
 
7.1. Avaliação da Triagem 
 
a) Avaliação subjetiva da queixa: início 
/ curso / duração 
 
 Quando começou? O que você estava 
fazendo quando começou? 
 Quanto tempo dura? 
 Ela vai e volta? 
 Ainda está presente no momento? 
 Onde é o problema? 
 
Se for dor: 
 
 Descreva as características e 
intensidade. 
 Ela irradia? 
 Há algo que agrava ou alivia os 
sintomas? 
 Se a dor está ou esteve presente 
características e intensidade. 
 Há alguma história prévia 
semelhante? Qual foi o diagnóstico? 
 
b) Avaliação objetiva: pode distinguir a 
área de tratamento e se o paciente 
requer cuidado / intervenções rápidas 
 
 Aparência física – cor, pele, 
atividades. 
 Grau de angústia: angústia severa ou 
não angustiado. 
 Resposta emocional: ansiedade ou 
indiferença. 
 Sinais vitais completos se o tempo for 
suficiente ou se são necessários para 
distinguir o nível de triagem. 
 Avaliação física. 
 
c) Informações adicionais 
 
 Alergias 
 Medicações 
 
7.2. Classificação por cor 
 
Em relação à Triagem Hospitalar, há uma 
série de sistemas. Entre eles, destaca-se o 
Sistema de Triagem de Manchester (STM). É 
um sistema composto por cinco níveis de 
urgências, determinado por cores e tempo de 
atendimento. 
 
Essa escala de triagem implantada em 1996 
em Manchester, Inglaterra e atribui cores 
para identificar a gravidade do atendimento, 
da seguinte forma: 
 
 
Prioridade 
 
 
Cor 
 
Classificação 
 
I 
 
 
Vermelho 
Ressuscitação 
 
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II 
 
 
Vermelho 
 
Emergência 
 
III 
 
 
Amarelo 
 
Urgência 
 
IV 
 
 
Verde 
 
Menor 
urgência 
 
V 
 
 
Azul 
 
Não urgente 
FONTE: (MAFRA et al, 2006) 
 
Avaliar 
 
 Queixa: início, evolução e duração; 
 Aparência física; 
 Resposta emocional; 
 Escala de dor; 
 Escala de coma de Glasgow; 
 Medicação atual; 
 Alergias; 
 Outros dados: sinais vitais, saturação 
de O2, escala de dor e escala de 
Glasgow, glicemia. 
 
Intuição/experiência: Não serão utilizadas 
para diminuir a prioridade, só para aumentar; 
 
7.2.1. Paciente Típico da Prioridade I 
 
 Intervenção Médica: Imediata 
 Reavaliação de Enfermagem: 
Cuidados contínuos 
 
7.2.2. Paciente Típico da Prioridade 
II 
 
 Intervenção Médica: em menos de 15 
minutos 
 Reavaliação de Enfermagem: a cada 
15 minutos. 
7.2.3. Paciente Típico da PrioridadeIII 
 
 Intervenção Médica: em menos de 30 
minutos 
 Reavaliação de Enfermagem: a cada 
30 minutos. 
 
7.2.4. Paciente Típico da Prioridade 
IV 
 
 Intervenção Médica: em menos de 1 
hora 
 Reavaliação de Enfermagem: a cada 
1 hora. 
 
7.2.5. Paciente Típico da Prioridade 
V 
 
 Intervenção Médica: no mesmo dia 
ou no dia seguinte. 
 
De acordo com a Lei do Exercício 
Profissional de Enfermagem, cabe ao 
enfermeiro realizar a Classificação de Risco, 
uma vez que a Lei n.º 7.498/86 incumbe 
privativamente ao enfermeiro, a Consulta de 
Enfermagem e a realização de técnicas de 
maior complexidade, que exijam 
conhecimentos científicos adequados, e a 
capacidade de tomar decisões rápidas. 
 
Com esse Protocolo Clínico de classificação 
de risco por cores, os serviços de urgência 
atendem em primeiro lugar os doentes mais 
graves e não necessariamente os que 
chegarem antes. 
 
A seleção acontece a partir de uma 
observação prévia, na qual um conjunto de 
sintomas ou de sinais é identificado para 
atribuir uma cor ao paciente. A cor 
corresponde ao grau de prioridade clínica no 
 
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atendimento e a um tempo de espera 
recomendado. 
 
8. IMPORTÂNCIA DO 
ENFERMEIRO EM SERVIÇOS 
DE TRIAGEM 
 
Pesquisas revelam que triagens realizadas 
por médicos são menos eficazes que as 
realizadas por enfermeiros. Isso se explica 
pelo fato de que a formação do profissional 
médico, por ser voltada para diagnóstico e 
tratamento, seria um mau aproveitamento de 
suas habilidades utilizá-lo para o Serviço de 
Triagem. 
 
Já o profissional enfermeiro, em sua 
formação, aprende a prestar assistência aos 
pacientes preocupando-se também com a 
infra-estrutura que o cerca. Adquire ainda 
uma visão de conjunto pelo fato de conversar 
com o paciente, ouvir suas queixas, saber o 
que o levou até o hospital, enfim conhecer 
suas necessidades biopsicossociais. 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Aos serviços de emergência aumentam a 
procura com permanência e períodos de 
tratamento mais longos e cada vez mais é 
importante ter sistema de triagem rápido e 
preciso garantindo tempo adequado para o 
atendimento médico. 
 
A triagem é o ato de priorizar os pacientes 
com base em história limitada com 
antecedentes pessoais, alergias, medicamento 
de uso e os sinais vitais tanto para a urgência 
com para aqueles que receberão atendimento 
de emergência. 
 
Como na maioria dos serviços de 
emergência, são muitos os clientes que 
aguardam na própria recepção, lotada, várias 
horas antes do atendimento médico, por isso 
é de extrema importância um modelo que 
tenha uma excelente sensibilidade assim 
identificando pacientes com potencial alto de 
piora clínica durante esse tempo de espera. 
 
É importante percebermos que o processo de 
triagem no serviço de emergência não possui 
caráter excludente, mas sim de organização 
do fluxo de atendimento do paciente no SUS, 
e seleção dos meios adequados para 
diagnóstico e tratamento dos problemas 
identificados. 
 
Essa ação, objetiva a possibilidade de uma 
maior resolutividade aos serviços, aumento 
da satisfação do usuário e da equipe de 
saúde, racionalização quanto à acessibilidade 
e fluxos internos, e otimização dos tempos e 
recursos utilizados. 
 
Esperamos que esse curso tenha contribuído 
a cerca do assunto estudado. Mas, vale 
lembrar que na Urgência e Emergência, 
existem algumas divergências entre 
protocolos e rotinas e que é importante 
entender que frente a uma situação de 
urgência, devemos estar cientes de nossos 
atos visando sempre à melhora do quadro da 
vítima. 
 
E continuem com os estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRIAGEM EM SERVIÇOS DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
Avaliação 
 
1) Dentre as alternativas abaixo, qual 
a alternativa falsa? 
 
a) As urgências e emergências 
representam um fator de risco de vida 
importante quando não atendidas de 
maneira adequada e em tempo hábil; 
b) A triagem serve apenas para diminuir 
o tempo de trabalho do médico. 
c) Triagem e acolhimento são 
empregados para a seleção de 
clientes, para o atendimento imediato 
ou mediato segundo a gravidade da 
situação de cada um. 
d) A triagem tem o objetivo de 
prolongar a vida ou prevenir 
consequências críticas à saúde. 
 
2) De acordo com o Conselho Federal 
de Medicina, em sua Resolução 
CFM n.° 1.451, de 10/3/1995, o 
termo EMERGÊNCIA, significa: 
 
a) Constatação médica de condições de 
agravo à saúde que impliquem em 
risco iminente de vida ou sofrimento 
intenso, exigindo, portanto, 
tratamento médico imediato. 
b) Constatação médica de condições de 
agravo à saúde que NÃO impliquem 
em risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, não exigindo, 
portanto, tratamento médico 
imediato. 
c) Constatação médica de condições de 
agravo em que o cliente deve 
permanecer na fila de atendimento, 
não sendo de forma alguma, 
priorizado o seu atendimento. 
d) Nenhuma das alternativas acima. 
 
3) Os serviços de urgência e 
emergência constituem um 
importante componente da 
assistência à saúde no Brasil, 
principalmente com o aumento dos 
indicadores que influenciam nessa 
superlotação. Que indicadores são 
esses? 
 
a) Mortalidade Infantil 
b) Mortalidade Materna 
c) Acidentes e Violência 
d) Aumento no número de Postos de 
Saúde 
 
4) Triagem é o primeiro atendimento 
prestado pelo profissional aos 
usuários dos serviços de saúde. 
Através dela, é realizado: 
 
a) A avaliação inicial, seleção e 
encaminhamento dos clientes às 
unidades/especialidades adequadas à 
suas necessidades. 
b) Avaliação geral onde é apenas 
coletado os dados do cliente e logo 
após o encaminha para atendimento 
médico sem nenhuma intervenção 
c) Avaliação específica do cliente sem 
nenhuma alteração na fila de espera, 
seguindo, portanto, o ritmo normal de 
atendimento dos pacientes. 
d) Nenhuma das alternativas acima 
 
5) Triagem é a classificação das 
vítimas em categorias, não 
exclusivamente relativas à 
gravidade, mas sim às situações em 
que mais beneficiarão do socorro 
prestado. E seu maior objetivo é: 
 
 
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a) Otimizar a ação de socorro, salvando 
o maior número possível de vítimas. 
b) Salvar apenas os que têm risco de 
sobreviver sem nenhuma sequela. 
c) Diminuir a fila no setor da recepção e 
encaminhá-los a outro setor 
hospitalar 
d) A Triagem acontece no local do 
acidente apenas para desobstruir o 
fluxo das estradas e não para prioriar 
o atendimento das vítimas. 
 
6) Existem muitos métodos de 
triagem. Uma das abordagens 
modernas mais utilizadas na 
triagem pré-hospitalar seria o 
método: 
 
a) Por telefone 
b) START 
c) STOP 
d) Manchester 
 
7) Em relação à abordagem moderna 
mais utilizada na triagem 
hospitalar, seria o método: 
 
a) Por telefone 
b) START 
c) STOP 
d) Manchester8) O Ministério da Saúde lançou um 
instrumento reorganizador dos 
processos de trabalho na tentativa 
de humanizar esses atendimentos. 
Estamos falando de que estratégia? 
 
a) Privatização dos serviços 
b) Aumento do número de Médicos; 
c) Acolhimento com Classificação de 
Riscos 
d) Sistema Único de Saúde 
 
9) Em relação ao Acolhimento. 
 
a) É um instrumento de diagnóstico de 
doença. 
b) Apenas hierarquiza conforme a 
gravidade da vítima, determinando 
prioridades de atendimento. 
c) É um instrumento de exclusão 
d) Nenhuma das alternativas acima. 
 
10) Pesquisas revelam que triagens 
realizadas por médicos são menos 
eficazes que as realiza das por 
enfermeiros. Qual a justificativa? 
 
a) O Enfermeiro tem mais paciência 
para organizar uma fila, enquanto o 
médico está mais apto a tratar o 
cliente em seu tratamento específico. 
b) O Enfermeiro serve apenas para 
escutar e o médico para medicar. 
c) O Enfermeiro está mais apto a prestar 
assistência aos pacientes 
preocupando-se com o seu cuidado 
como um todo, enquanto o Médico 
estaria mais apto a tratar o cliente em 
seu tratamento específico. 
d) Nenhuma das alternativas acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
1- ABBÊS, C.; MASSARO, A. 
Acolhimento com classificação de 
risco. Brasília: Ministério da Saúde, 
2004. 
2- AZEVEDO, JMR. BARBOSA, MA. 
Triagem em Serviços de Saúde: 
Percepções dos usuários. Revista 
Enfermagem - UERJ, Rio de Janeiro, 
2007 
3- BRASIL. Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde. SUS: avanços 
e desafios. Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde. Brasília: 
CONASS, 2006 
4- BRASIL. Ministério da Saúde. 
Acolhimento com Avaliação e 
Classificação de Risco. Brasília, 
2004. 
5- BRASIL. Ministério da Saúde. 
Política Nacional de Atenção as 
Urgências. 3. ed. Brasília: Editora do 
Ministério da Saúde, 2006 
6- BRASIL. Ministério da Saúde. 
Portaria GM/MS n.º 2048, de 5 de 
novembro de 2002. Brasília, 2002. 
7- BRASIL. Ministério da Saúde. 
Secretaria Executiva. Núcleo Técnico 
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Humanização. HumanizaSUS - 
acolhimento com avaliação e 
classificação de risco: um paradigma 
ético-estético no fazer em saúde. 
Brasília, 2004. 
8- CFM - Conselho Federal de Medicina 
– Resolução 1451 de 10 de março 
de 1995. 
9- CHAVES, DPL. Estudo sobre 
triagem no serviço de emergência. 
Revisão de literatura. Revista 
Gaúcha de Enfermagem, v.8, n.2, 
p.181-196, 1987. 
10- DAVID, H.M.S.L. Atores, cenários, 
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em urgência e emergência no setor 
de saúde suplementar. Brasília: 
Agência Nacional de Saúde 
Suplementar, 2003. 
11- FERREIRA, ABH. Mini Aurélio: 
século XXI. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2001. 
12- MAFRA, A. A. et al. Acolhimento 
com Classificação de Risco . Belo 
Horizonte: Hospital Odilon Behrens. 
2006. 
13- NISHIO, E. A.; FRANCO, M. T. G. 
Modelo de Gestão em 
Enfermagem: qualidade 
assistencial e segurança do 
paciente. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2011. 
14- PERONDI, M.B.M.; SAKANO, 
T.M.S. SCHVARTSMAN, C. 
Utilização de um sistema 
informatizado de atendimento em 
pronto-socorro pediátrico com 
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triagem. Einstein. São Paulo: 2008. 
15- PIRES, PS. A Triagem no Pronto 
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de Emergência. São Paulo: Atheneu 
2007.

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