LEITE HUMANO

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A criança deve começar a mamar logo na sala de parto, imediatamente após o nascimento. Ou seja, ela deve ser colocada junto a mãe que deve ser estimulada a deixar o bebê sugar para estabelecer a relação mãe e filho.
O leite humano é extremamente completo em nutrientes e em quantidades ajustadas às necessidades nutricionais e à capacidade digestiva e metabólica da criança. Possui também fatores protetores e substâncias bioativas que garantem a saúde e o crescimento e desenvolvimento pleno da criança.
A composição do leite humano se modifica constantemente. Com isso o leite humano recebe 3 denominações:
Colostro: 1 a 7 dias pós parto; alta concentração de vitamina A, E e carotenoides, baixa concentração de vitaminas do complexo B; 67kcal/dL
Leite de transição: menor ou igual a 3 semanas pós parto; 7º ao 21º dia;
Leite maduro: depois de 3 semanas; 70-75kcal/dL
COLOSTRO
É um fluido espesso, amarelado devido à alta concentração de caroteno, contém maior quantidade de proteína e menos quantidade de carboidrato e gordura em relação ao leite maduro. Possui também elevada concentração de imunoglobulinas, moléculas antinflamatórias, ou seja, o colostro é essencial para o recém-nascido, pois, além de suprir as necessidades nutricionais e proteger a criança, estimula também o desenvolvimento do sistema imune, modula a maturação e função do trato gastrintestinal e contribui também para o estabelecimento da microbiota. (2 a 20mL/mamada)
LEITE DE TRANSIÇÃO
Nesta fase, o conteúdo do leite vai sofrendo alterações em sua concentração e volume, até atingir um volume estável e modificando sua composição até atingir os valores médios do leite maduro. O teor de proteína de minerais vai reduzindo gradativamente e o teor de carboidrato e gordura vão aumentando ligeiramente até atingir as características do leite maduro.
LEITE MADURO
Este leite é o que segue o leite de transição, tem volume e composição estáveis. Tem volume médio de 700 a 900ml/dia nos primeiros 6 meses e cerca de 600mL/dia no segundo semestre e 550ml/dia no segundo ano de amamentação. Fornece em média 70kcal/dL ou 0,7kcal/mL.
LEITE DE VACA
Há diferenças quantitativas, em especial, proteína e minerais de acordo com o leite humano. As principais proteínas do leite de vaca são α-caseína e β-lactoglobulina e os triglicerídeos, que são em maior proporção, formados pro ácidos graxos de cadeia curta. Essas diferenças então afetam a capacidade digestiva do bebê e absorção de nutrientes. Vale ressaltar também que grande parte dos fatores de proteção do leite materno estão presentes em pequenas quantidades no leite de vaca, ou até mesmo ausentes.
BENEFÍCIOS DO LEITE HUMANO
O aleitamento materno exclusivo até os 4-6 meses de vida, é a maneira correta de nutrir a criança, pois atende todas as necessidades nutricionais, metabólicas, confere a proteção imunológica, proporciona ainda a melhor interação entre a mãe e o filho. Ainda podemos afirmar que o aleitamento materno protege contra alergias, doenças respiratórias, como a otite, protege contra infecções, protege ainda contra desnutrição (marasmo e kwashiorkor). O leite humano também protege a longo prazo contra a obesidade, hipertensão, aterosclerose, infarto, leucemia, linfomas, e início mais tardio da doença de Chron. Ajuda também no controle de diarréia em qualquer tipo de ambiente agindo não só oferecendo fatores anti-infeciosos, mas também reduzindo a exposição a água.
VANTAGENS
- não precisa ser preparado;
- sempre está em temperatura correta;
- é seguro do ponto de vista microbiológico;
- não há desperdícios;
- favorece o desenvolvimento de lações emocionais entre mãe e filho;
- boa digestibilidade;
- diminui incidências de alergias;
- regula o funcionamento intestinal;
- controle dietético, evitando a obesidade;
- involução rápida do útero;
- protege contra câncer de mama e ovário;
- método anticoncepcional natural;
CONTRAINDICAÇÕES
- galactosemia do lactente;
- uso de determinadas drogas;
- quimioterapia/radioterapia oncológica materna;
- infecções como: HIV.
REFERÊNCIAS
EUCLYDES, M. P., Nutrição do Lactente: base científica para uma alimentação saudável. 3ª ed., p. 243-339, Viçosa, MG, 2005
MARCONDES, E. et. al., Pediatria básica: pediatria geral e neonatal. 9ª ed., p.73-96, São Paulo, SP, 2003
ACCIOLI, E. et. al., Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2ª ed., p. 283-304, Rio de Janeiro, RJ, 2009.