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ORÇAMENTO PÚBLICO- RESUMO COMPLETO PARA CONCURSOS

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INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS
ORÇAMENTO é o documento que trata, em termos financeiros, do programa de trabalho do governo para cada ano, estima os recursos que devem ser arrecadados para financiar as despesas fixadas para a execução do programa de trabalho.
Os PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS se apresentam como as premissas básicas de ação a serem cumpridas na elaboração da proposta orçamentária. São eles: 1. ANUALIDADE:tem início em 1º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro. 2. UNIDADE: o princípio determina que deve existir apenas um orçamento. Nenhum governante pode elaborar e executar mais de um orçamento para o mesmo período. 3. EXCLUSIVIDADE: de acordo com essa regra, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira e orçamentária, isto é, não pode cuidar de assunto que não esteja relacionado com a previsão da receita e com a fixação da despesa para o ano seguinte.4. UNIVERSALIDADE: todas as receitas e todas as despesas devem ser incluídas na lei orçamentária. Nenhuma previsão de arrecadação ou de gasto pode ser feita “por fora” do orçamento.5. PUBLICIDADE: a lei orçamentária precisa ser amplamente divulgada. 6. CLAREZA: de nada adianta dar divulgação ao conteúdo do orçamento se a linguagem for incompreensível para a população.7. EQUILÍBRIO:o valor total da despesa fixada deve ser exatamente igual ao valor da receita estimada.
PPA-> Plano Pluri Anual, elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal(SOF) vinculado ao MPOG a cada 4 anos e aprovado pelo Congresso com metas para cada área de atuação, saúde, educação, transporte e etc. É o planejamento de médio prazo. Observe que os valores financeiros são meras indicações, pois, na prática, o que se leva em conta são os recursos constantes no orçamento. Existe PPA para cada esfera de governo, federal, estadual e municipal. O objetivo do PPA é garantir investimentos em grandes obras e a oferta permanente de serviços públicos. Como é elaborado o PPA federal-> o presidente elabora o PPA e envia ao Congresso até o dia 31 de agosto, no congresso é avaliado pela comissão mista de orçamento(CMO) e então votado no plenário até 22 de dezembro, sendo aprovado vigorará do segundo ano do mandato do atual presidente até o primeiro ano do presidente seguinte. É sancionado pelo presidente e entra em vigor como lei.
LDO-> Lei de Diretrizes Orçamentárias, é o ajuste anual que o governo faz, é o meio termo entre o PPA e o LOA. Define as prioridades e traz regras para organizar o orçamento, o reajuste salarial, política de desenvolvimento dos bancos de investimento e etc. Como é elaborada a LDO-> na SOF vinculada ao MPOG com o apoio técnico do Ministério da Fazenda. O presidente tem até 15 de abril para enviar o projeto da LDO ao congresso, onde é discutido na CMO, e caso não seja aprovado até o dia 17 de julho é o ÚNICO projeto de lei que impede o congresso de entrar em recesso.
LOA->Toda a programação de gastos, desde salários, até as despesas com as estatais, organizados por área de governo e encaminhados ao Congresso até 31 de março, onde é votada até o dia 22 de dezembro. Além dos gastos, a LOA traz as receitas estimadas, que são frutos dos tributos, da prestação de serviços, títulos públicos e etc.  A LOA é composta de três documentos, também chamados de esferas: fiscal, seguridade social e investimento das empresas estatais.
a)O orçamento fiscal contempla os gastos em infraestrutura, educação, agricultura, manutenção dos órgãos, transferências de receitas tributárias federais para Estados e municípios, entre outros, e discrimina as receitas de acordo com a origem.
b)O orçamento da seguridade social lista os desembolsos com benefícios previdenciários (aposentadorias, pensões, etc.), assistência social e saúde e discrimina as receitas de contribuições sociais e de transferências recebidas do orçamento fiscal.
c)O orçamento de investimento das empresas estatais contempla apenas este tipo de gasto, com as respectivas fontes de financiamento. Observe que os demais gastos das estatais, como manutenção e pagamento de pessoal, não entram na LOA.
Se o projeto da lei orçamentária não for aprovado pelo Congresso Nacional até o dia 31 de dezembro, a programação poderá ser executada para o atendimento das despesas que constituem obrigações constitucionais e legais da União.
O ciclo orçamentário corresponde a um período de quatro anos, iniciando pela elaboração do PPA e encerrando com o julgamento da última prestação de contas do Poder Executivo pelo Poder Legislativo. 
O formato das três leis, os prazos e a vigência foram estabelecidos, em caráter provisório, no art. 35, § 2°, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, uma vez que a Constituição Federal estabeleceu a criação de uma lei complementar de finanças públicas para editar regras sobre a matéria. Na prática, esta lei complementar substituiria a Lei n° 4.320 de 1964. Porém, a despeito das propostas de diversas autorias que foram apresentadas no Congresso Nacional, nada foi aprovado e, até os dias atuais, a matéria continua regida pelo ADCT. 
Existem três(3) tipos de TRIBUTOS:
 a)taxas:como a da iluminação pública
 b)contribuições:como a previdenciária                                                                                 c)impostos: Diretos(pagos diretamente como o IR), Indiretos(embutidos nos produtos como o ICMS).
 RECEITAS E DESPESAS
Composição de despesas->são divididas em obrigatórias e discricionárias (entre essas, estão as emendas de parlamentares).
Vinculação de receitas->Algumas receitas já tem destinação definida pela legislação. Ex.: 18% dos impostos têm que ir para a educação. No Brasil o orçamento é considerado AUTORIZATIVO (o governo não é obrigado a investir tudo que está previsto na LOA). Ao contrário de outros países em que o orçamento é IMPOSITIVO.
Títulos públicos-> é uma espécie de empréstimo que o governo pega com particulares, com a venda desses títulos ele recebe valores que posteriormente serão compensados com juros. O limite para o endividamento público é definido pelo Senado.
A receita passa pelos seguintes estágios: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. A previsão diz respeito à estimativa do valor que será arrecadado no ano. O lançamento, especialmente no caso dos impostos, é a informação prestada à sociedade sobre o valor e a data do pagamento. Quando você vai à agência bancária, ou ao órgão arrecadador da prefeitura ou do Estado, para efetuar o pagamento do imposto, está dando cumprimento ao terceiro estágio da receita, ou seja, à arrecadação. O quarto estágio, recolhimento, se dá quando os recursos arrecadados ingressam na conta do Tesouro e estão aptos a serem gastos.
Conta única: conta bancária onde ficam depositados os recursos públicos.
Classificações da receita:
a) Receita Corrente: transferência de recursos do setor privado para o setor público. Ao receber esse tipo de receita, o Estado não se obriga a dar nada em troca, ou seja, não há obrigatoriedade de dar alguma contrapartida
b)Receita de capital: é formada, principalmente, pelos recursos originados de empréstimos, mais conhecidos como operações de crédito.
2) a) Receita própria - aquela arrecadada pela própria unidade da Federação. Ex.: IPTU, venda de imóveis e qualquer imposto não cobrado pelo estado=município; IPVA, herança e ICMS=estado; IPI,IR e ITR=união.
b) Receita transferida - parcela recebida de outra unidade. Ex.: 25%do ICMS e 50% do IPVA=do estado para o município; ITR, IR e IPI=da união para o município, compõem o FPM. IR e IPI=da união para o estado, compõem o FPE.
O FPM tem suas cotas calculadas pelo Tribunal de Contas da União - TCU, que também atua como órgão fiscalizador dos repasses. A participação de cada município é determinada pela aplicação de coeficientes que variam de acordo com o número de habitantes, reajustados por meio de recenseamento demográfico geral. 
Classificação de despesas: 
Classificação Institucional: Sua finalidade primordial é colocar em evidência a unidade responsável pela execução da despesa, ouseja, os órgãos que gastam os recursos de acordo com a programação aprovada. Ajuda no controle e na avaliação da execução.
Classificação Funcional: composta de um rol de funções e subfunções prefixadas,serve como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental. 
Classificação Programática: O Programa é o instrumento de organização das ações do governo. O Programa é executado por meio da Ação, que se divide em: a) Projeto: é o instrumento de programação que visa um ou mais objetivos de um programa, envolvendo operações que se realizam num período limitado de tempo e das quais resulta um produto. Ex.: construção de escolas. b) Atividade: é o instrumento de programação que visa um ou mais objetivos de um programa, envolvendo operações que se realizam de modo contínuo e permanente e das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. Ex:pagamento de professores. c) Operação Especial: são ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo e das quais não resulta um produto sob a forma de bens ou serviços.  Ex: pagamento da previdência social.
Classificação por Natureza: divide-se em Corrente e de Capital. Despesas Correntes são as que não contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital. Ex. manutenção da máquina administrativa. Despesas de Capital, ao contrário, contribuem para a formação ou aquisição de um bem de capital, implicando aumento patrimonial. A mais importante é a despesa classificada como investimento.
APRECIAÇÃO DO ORÇAMENTO
Por Comissão Mista criada pelo Regimento Comum-CMO;
A CMO é composta por 40 membros (30 deputados e 10 senadores), renovados integralmente a cada ano legislativo(seção).
LOA: 1 Relator Geral para a receita e outro para a despesa. A despesa por sua vez é dividida em 10 áreas, cada uma examinada por um relator setorial. São elas: 
Infraestrutura;
Saúde;
Integração nacional e meio ambiente;
Educação, cultura, ciência e tecnologia e esporte;
Planejamento e desenvolvimento urbano;
Fazenda, desenvolvimento e turismo;
Justiça e defesa;
Poderes do estado e representação;
Agricultura e desenvolvimento agrário;
Trabalho, previdência e assistência social.
PPA e LDO: apenas 1 relator geral.
Emendas: podem ser feitas a qualquer uma das 3 leis do orçamento. São classificadas em: 
Coletivas: apresentadas pelas comissões permanentes(Máx. 5 ao PPA, 5 à LDO e 8 à LOA) e pelas bancadas estaduais(Máx. 5 à LDO e entre 18-23 à LOA).
Individuais: podem ser apresentadas até 10 ao PPA, 5 à LDO e 25 à LOA. Normalmente são propostas para os municípios.
Percurso: 
Obs.: O plenário pode rejeitar o projeto todo ou em parte.
EXECUÇÃO E ALTERAÇÃO
Após a publicação do orçamento no Diário Oficial, o governante tem 30 dias para editar o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, que permite aos estados e municípios um melhor planejamento quanto aos repasses federais.
Nem sempre o que consta no orçamento é executado; depende do comportamento da receita, do tipo de despesa programada, da situação do beneficiário dos recursos no caso dos convênios e da vontade política do chefe do Poder Executivo.
As despesas que podem ser contingenciadas são aquelas que não têm caráter obrigatório, ou seja, as discricionárias, nas quais se incluem as emendas de parlamentares.
A alteração da lei orçamentária é feita por meio da abertura de crédito adicional, cujas normas são iguais para a União, Estados, Distrito Federal e municípios. A Lei n° 4.320 de 1964, define créditos adicionais como as despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento, sendo que as modalidades são: suplementares, especiais e extraordinárias.
Os créditos suplementares são destinados ao reforço de dotação orçamentária existente, enquanto os créditos especiais são destinados a despesas para as quais não haja previsão orçamentária específica. Os extraordinários destinam-se a situações graves e imprevisíveis como desastres naturais.  A Constituição Federal determina que os créditos dessa natureza sejam abertos por meio de medidas provisórias. No caso de créditos suplementares e especiais, que precisam de indicação da origem de recursos, O mais comum é obter os recursos por meio do cancelamento do valor de outra programação. 
Tanto a Lei nº 4.320, de 1964, quanto a Constituição Federal permitem que a própria lei orçamentária anual possa ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o exercício, créditos suplementares até determinada importância.
O governante não necessita pedir ao Poder Legislativo a alteração, ou seja, ele mesmo pode alterar o orçamento por decreto. a LRF autoriza o governo a editar decreto contingenciando as despesas se, ao final de um bimestre, for verificado que a receita arrecadada está menor que o valor estimado e que pode comprometer o atingimento das metas fiscais estabelecidas.

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