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Direito Constitucional II Poder Judiciário.pptx

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Direito Constitucional II
Poder Judiciário
1. Noções iniciais sobre o Poder Judiciário.
O Poder Judiciário encontra-se disciplinado no Título IV, Da Organização do Poderes, Capítulo III, Do Poder Judiciário, da Constituição Federal de 1988, assentado especificamente nos art. 92 a 126, e tem a função de dirimir os diversos conflitos de interesses (lides, demandas, litígios) que a todo momento surgem na nossa sociedade.
Para isso, seus diversos órgãos valem-se as aplicação das normas jurídicas, que, por sua vez, são elaboradas pelo Poder Legislativo.
Nesse passo, para conhecimento de tais órgãos, é necessária a compreensão de certos critérios, no caso, instância e natureza da matéria.
Instância 
Como antes dito, o Poder Judiciário tem uma estrutura dividida em vários órgãos, que desempenham suas funções com base nas competências estabelecidas na Constituição Federal e nas demais normas legais autorizadas pela Lex Fundamentalis a dispor sobre tais regras.
Assim, encontramos na primeira instância um único juiz (juízo monocrático), o qual tem competência para julgar determinados assuntos (cível, penal, militar, trabalhista, etc.), com a função de processar e julgar o conflito de interesses proposto pelas partes.
Essa instância, como regra, estabelece-se dentro de uma comarca, que é termo utilizado para designar o limite (espaço) territorial onde o juiz pode aplicar o direito, podendo englobar um ou vários municípios. 
Grande parte dos assuntos são julgados, inicialmente, na 1ª instância. Mas, certas matérias, pela sua natureza, são julgadas diretamente nos Tribunais, que compõem demais instâncias.
A 2ª instância, que é composta por Tribunais, in casu, tribunais de Justiça, tribunais regionais Federal, Tribunais regionais Eleitoral, Tribunais militares e tribunais regionais do Trabalho, tem como integrantes vários juízes (alguns denominados Desembargadores), que formam um colegiado e julgam em conjunto.
Nesse órgãos, compostos por magistrados em, geralmente, números ímpares, vence a tese (argumento) que obter maior número de votos.
A terceira instância e ou quarta instância, cognominadas instâncias especiais, em oposição as anteriores, chamadas de instâncias ordinárias, são compostas também por órgãos colegiados, onde seus membros recebem a designação de ministros e, por suas vezes, fazem a revisão as matérias decididas na instâncias antecedentes.
São compostas pelo Supremo Tribunal Federal-STF, Superior Tribunal de Justiça – STJ, Superior Tribunal Militar–STM, Tribunal Superior do Trabalho–TST, e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, 
Desse modo, de acordo com a natureza da questão a ser processada e julgada, a demanda deverá ser analisada por um dos órgão do Poder Judiciário, seja no âmbito estadual, o qual se insere dentro dos limites de cada Estado, por exemplo: Poder Judiciário do Estado de Goiás (art. 125 da CF/88) , seja no âmbito federal, o qual tem amplitude em todo o país.
Importante salientar que não há órgãos judiciais na esfera municipal, isto é, não existe Poder Judiciário Municipal.
Já a Justiça Federal é composta por tribunais e juízes federais.
É nessa esfera do Poder Judiciário que ocorrem os julgamentos de ações que envolverem conflitos que interessam à própria União (Administração Pública Direta Federal), suas autarquias, suas Fundações Públicas Federais (que se assemelham às autarquias) e às suas empresas públicas federais (art. 109 da CF/88).
A CF deixou de fora da competência da Justiça Federal as sociedades de economia mista federais, pelo que a competência para o julgamento de ações que envolvam tais entidades é da justiça comum.
Ainda na esfera federal, alguns assuntos são processados e julgados por uma justiça denominada de especializada, que são: 
- A Justiça do Trabalho;
- A Justiça Eleitoral; e,
- A Justiça Militar.
Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho cuida dos conflitos ocorrido nas relações trabalhistas, ou seja entre Trabalhadores e empregadores.
O seu funcionamento conta a participação dos seguintes órgãos:
Juízes do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; e Tribunal Superior do Trabalho.
Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral trabalha com as questões relacionadas às eleições e aos candidatos.
É composta pelos seguintes órgãos:
Juntas Eleitorais, juízes eleitorais, Tribunais Regionais Eleitorais e pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Justiça Militar
A Justiça Militar tem por competência processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
É composta por juízes militares, tribunais militares e Superior Tribunal Militar.
 Outrossim, cumpre aduzir que a Justiça Estadual, que não é especializada, poderá julgar qualquer outro assunto, que não esteja dentro das matérias que dizem respeito à Justiça Federal e às Justiças Especializadas.
Na sua estrutura encontram-se os juízes de Direito e os Tribunais de Justiça.
O art. 92 da Constituição da Federal de 1988 enumera os vários órgãos do Poder Judiciário:
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal – STF
O Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário, cuja função é guarnecer a CF, conforme define o art. 102, verbis: 
“Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:”.
Assim, o STF julga as ações que tratam, principalmente, de ofensas ao texto da Constituição Federal, sendo também responsável por analisar temas, que, pela natureza, devem ser julgados exclusivamente naquela Corte de Justiça.
O STF é composto por 11 ministros, que são nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovação dessa escolha pelo Senado Federal.
Eles se dividem em turmas, com cinco membros em cada, e o presidente do STF participa das sessões plenárias.
Os membros do STF são de livre escolha do Presidente da República, desde que os indicados reúnam os requisitos: idade entre 35 e 65 anos; nacionalidade brasileira (brasileiros natos); cidadania plena, ou seja, exercício dos direitos políticos; notável saber jurídico e reputação ilibada.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal é também o Presidente do Conselho Nacional de Justiça.
O Tribunal indica 3 de seus Ministros para compor o TSE (art. 119, I, a, CF/88).
Toda a matéria de competência do STF está disposta no art. 102 do CR/88.
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e
os Estados, a União e o DF, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação EC nº 22
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado, das Mesas de uma dessas Casas Legisl, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio STF;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ
Superior Tribunal de Justiça - STJ
O STJ é composto por, no mínimo, 33 ministros nomeados pelo presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Essa composição é estabelecida pelo art. 104 da CF, segundo o qual o cargo deve ser preenchido por brasileiros, nato ou naturalizados, com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Também de acordo com a CF, um 1/3 dos ministros do STJ deve ser escolhido entre juízes dos TRF’s, 1/3 entre os desembargadores dos TJ’s dos estados e 1/3, em partes iguais, entre os advogados e integrantes do Ministério Público. 
A indicação dos nomes a serem escolhidos é feita pelo Plenário do STJ.
Em qualquer caso, o indicado deve ter mais de 10 anos de atuação profissional
- 4 ministros do STJ também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O STJ indica 2 membros efetivos e 2 substitutos para o TSE, sendo um deles o corregedor-geral da Justiça Eleitoral. 
O presidente do STJ também dirige o Conselho da Justiça Federal (CJF), órgão responsável por promover a integração das instituições que compõem a Justiça Federal. Além dele, outros 7 ministros do STJ fazem parte do CJF, 4 na condição de efetivos e 3 na de suplentes. O vice-presidente do STJ ocupa também o cargo de vice no Conselho.
O art. 105 da CR/88 trata das matérias de competência do STJ:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela EC nº 45, de 2004)
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Tribunal Superior Eleitoral
Tribunal Superior Eleitoral – TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo da Justiça Eleitoral, exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira. Suas principais competências estão fixadas pela CF e pelo Código Eleitoral.
O TSE tem ação conjunta com os tribunais regionais eleitorais (TREs), que são os responsáveis diretos pela administração do processo eleitoral nos Estados e nos municípios.
A Corte é composta por 7 ministros e renova-se a cada 2 anos. 3 ministros são originários do Supremo Tribunal Federal, 2 do Superior Tribunal de Justiça e 2 representantes da classe dos juristas - advogados com notável saber jurídico e idoneidade, cuja nomeação é feita pelo presidente da República, ao analisar uma lista de seis nomes, elaborada pelo STF.
A rotatividade dos juízes no âmbito da Justiça Eleitoral objetiva manter o caráter apolítico dos tribunais, de modo a garantir a isonomia nas eleições.
O TSE é presidido por um ministro oriundo do Supremo Tribunal Federal. Atualmente, a Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha preside a Corte.
A Vice-Presidência do Tribunal também fica a cargo de um dos ministros do STF. O posto é hoje ocupado pelo Min. Marco Aurélio Mendes de Farias Mello.
A Corregedoria-Geral Eleitoral é exercida por um dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente é ocupada pela Ministra Fátima Nancy Andrighi.
Conforme determina o art. 121 da CF/88, lei complementar irá definir a sobre a organização e competência dos órgãos que compõem a Justiça Eleitoral.
Importante ressaltar que as decisões do TSE são irrecorríveis, salvo no caso de existir alguma ofensa à Constituição da República Federativa do Brasil, pois ainda existiria a possibilidade de recorrer ao STF.
Vinculada à Presidência do TSE estão a Secretaria-Geral da Presidência, que conta com quatro assessorias, e a Secretaria do Tribunal, que dispõe de quatro assessorias e oito secretarias.
Há também a Escola Judiciária Eleitoral, cujo objetivo é realizar a formação, a atualização e a especialização continuada ou eventual de magistrados da Justiça Eleitoral e de interessados em Direito Eleitoral, que são indicados por órgãos públicos e entidades públicas e privadas.
O Tribunal Superior do Trabalho – TST
Com sede em Brasília-DF e jurisdição em todo o território nacional, o TST é órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 111, I, da CF, cuja função precípua consiste em uniformizar a jurisprudência trabalhista brasileira.
O TST é composto de 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da CF;
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho.
Para desenvolver as atribuições jurisdicionais o TST atua por meio de seus órgãos e também funcionam junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho - ENAMAT, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira.
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões tem efeito vinculante.
Superior Tribunal Militar – STM
O Superior Tribunal Militar, por extensão, a Justiça Militar da União, foi criado em 1º de abril de 1808, pelo Príncipe-Regente D. João VI, com a denominação de Conselho Supremo Militar e de Justiça.
Com o advento da República, passou a chamar-se Supremo Tribunal Militar e mais tarde, a Constituição de 1946 consagrou o nome atual: Superior Tribunal Militar.
O STM é composto, atualmente, de 15 ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, após de aprovada a indicação pelo Senado Federal.
São 3 ministros escolhidos dentre Almirantes de Esquadra da Marinha, 4 dentre Oficiais-Generais do Exército, 3 dentre Tenentes-Brigadeiros do Ar da Aeronáutica e 5 ministros civis, sendo que dessas 3 são destinadas a advogados de conduta ilibada e notório saber jurídico; 1 é reservada para juiz auditor e a última para membro do Ministério Público Militar.
Todos devem possuir mais de dez anos de efetiva atividade profissional.
A Justiça Militar da União é justiça especializada na aplicação da lei para os militares federais - Marinha, Exército e Aeronáutica, julgando apenas e tão somente os crimes militares definidos em lei.
Não é um tribunal de exceção, já que atua, ininterruptamente, há mais de 200 anos, possui magistrados nomeados segundo normas legais permanentes e não é subordinado a nenhum outro Poder.
Tribunais Regionais
Os Tribunais Regionais possuem âmbito de atuação federal e assim, julgam ações provenientes de vários estados do país.
Cada tribunal regional é dividido por regiões. Os Tribunais Regionais Federais (divididos em 5 regiões), os Tribunais Regionais do Trabalho (divididos em 24 regiões) e os Tribunais Regionais Eleitorais (divididos em 27 regiões).
Os Tribunais Regionais Federais são compostos, no mínimo, por 7 juízes, recrutados na respectiva região. Os requisitos são: nacionalidade brasileira e idade entre 35 e 65 anos. Para o preencher as vagas para este tribunal, é reservado pelo menos 1/5 para advogados com mais de 10 anos de prática profissional e membros do MPF, com + de 10 anos de exercício profissional.
Os demais membros serão selecionados entre os juízes federais, com mais de 5 anos de permanência no cargo, observando aos critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente.
Os Tribunais Regionais Eleitorais são composto de 7 membros, sendo 2 juízes escolhidos entre os desembargadores do TJ; 2 entre os juízes de Direito indicados pelo TJ; 1 dentro do Trib. Reg. Fed. com sede na respectiva capital (se não existir, pode ser escolhido um juiz federal, indicado pelo TRF correspondente). Nessas hipóteses, a escolha é feita por meio de votação secreta . Por fim, os outros 2 juízes devem ser escolhidos entre advogados de notável saber jurídico e conduta ilibada, indicados pelo TJ, nomeados pelo PR.
O sTribunais Regionais do Trabalho são compostos por, no mínimo 7 juízes, recrutados na respectiva região quando possível. Os requisitos são: nacionalidade brasileira e idade entre 35 e 65 anos. Para o preenchimento das vagas para este tribunal, é necessário que pelo menos 1/5 seja reservado a advogados com mais de dez anos de efetiva prática profissional e membros do Ministério Público do Trabalho, com mais de dez anos de exercício profissional. 
Os demais membros serão selecionados entre os juízes do trabalho segundo aos critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente.
Tribunais de Justiça
Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são organizados de acordo com os princípios e normas da constituição
de cada estado. Esses tribunais são responsáveis por reexaminar as decisões de primeira instância ou assuntos que devam ser julgados diretamente pelos tribunais.
A Emenda Constitucional nº45/2004 extinguiu os antes denominados Tribunais de Alçada, que desempenhavam funções junto com o Tribunal de Justiça, no âmbito estadual.
Os Tribunais de Alçada, dessa forma, se fundiram aos Tribunais de Justiça.
Outra inovação da EC nº45/04 foi a criação do Conselho Nacional de Justiça, de âmbito Federal.
“Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é um órgão voltado à reformulação de quadros e meios no Judiciário, sobretudo no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. O CNJ foi instituído em obediência ao determinado na Constituição Federal, nos termos do art. 103-B.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
Criado em 31/12/2004 e instalado em 14/6/2005, o CNJ é um órgão do Poder Judiciário com sede em Brasília/DF e atuação em todo o território nacional, que visa à coordenação, ao controle administrativo e ao aperfeiçoamento  do serviço público na prestação da Justiça.
Importante destacar também que a EC nº45/04 concedeu a possibilidade de criação da Justiça Militar Estadual, mediante lei estadual, por iniciativa do TJ. A estrutura funcionaria da seguinte forma: em primeiro grau a justiça militar seria formada por juízes de direito e pelo Conselho de Justiça, e em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal de Justiça Militar..
A EC/45 e a Justiça Militar Estadual
Importante destacar também que a EC nº45/04 concedeu a possibilidade de criação da Justiça Militar Estadual, mediante lei estadual, por iniciativa do TJ. A estrutura funcionaria da seguinte forma: em primeiro grau a justiça militar seria formada por juízes de direito e pelo Conselho de Justiça, e em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal de Justiça Militar.
Nesse caso, o efetivo militar deve ser superior a vinte mil integrantes, e teria a competência de para julgar crimes militares dos Estados, crimes militares definidos em lei e as ações judiciais por falta disciplinar dos militares, salvo quando envolver vítima civil.
A primeira instância da Justiça Militar Estadual teria a competência de processar e julgar crimes militares contra civis e ações contra atos disciplinares. O Conselho de Justiça, sob presidência do juiz de direito, ficaria a cargo de julgar os demais crimes militares na primeira instância.
Juízes de primeira instância
Por fim, temos os juízos de primeira instância.
É onde grande parte das ações judiciais têm seu início. Há juízes de primeira instância no tanto no âmbito estadual como no federal (sejam comuns e ou especializados: juízes do trabalho, eleitorais ou militares). 
Os assuntos que devem ser discutidos por meio da Justiça Federal são taxativamente previstos, e assim, quando fizer parte do rol existente na lei, os demais conflitos devem ser solucionados por meio da justiça estadual.
O art. 109 da Constituição da República Federativa do Brasil prevê as matérias de competência da Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o DF,
constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

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