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Atos administrativos

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Direito Administrativo 
2.3 - ATOS ADMINISTRATIVOS
São uma espécies do gênero “ato jurídico”.
Tudo aquilo que interessa ao direito, integra os denominados fatos jurídicos em sentido amplo. Esses fatos jurídicos em sentido amplo subdividem-se em :
Fato = acontecimento. 
Ex.: nascimento, morte, chuva, etc.
Fato jurídico = acontecimento que produz efeitos para o mundo jurídico.
Fato administrativo = acontecimento que atinge o mundo jurídico e o direito administrativo. É a materialização da função administrativa. São quaisquer atuações da Administração que produzam efeitos jurídicos, mas que não tem por finalidade imediata a produção desses efeitos jurídicos.
Ex.: falecimento de funcionário público gera vacância do cargo e surgimento de concurso público.
Obs.: Para Diógenes Gaspari é denominado ato ajurídico, nada mais sendo que atos materiais sem manifestação de vontade correspondem a meros trabalhos dos agentes públicos, como o um agente público dirigindo uma ambulância, ou ministrando uma aula. Não produzem, portanto, efeitos jurídicos específicos.
Obs.: Fato administrativo não admite revogação ou anulação. Também não goza de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade, diferentemente do ato administrativo.
#
Ato = manifestação de vontade.
Ato jurídico = quando a manifestação de vontade produz efeitos no mundo jurídico.
Ato administrativo = manifestação de vontade que atinge o direito administrativo.
Ato da Administração # Ato administrativo – 
Ato administrativo = manifestação de vontade que atinge o direito administrativo.
Ato da Administração: são atos que a administração pública pratica quando está desprovida de prerrogativas públicas, quando está atuando em igualdade jurídica com os particulares, sob a regência predominante do direito privado. Ou aqueles que foram praticados pela Administração regidos pelo direito privado. 
Ex.: contrato de locação – obs.: apesar de regido pelo direito privado, deve-se licitar.
Se os atos da Administração são regidos pelo direito público são chamados de atos administrativos.
Atos da administração é o gênero do qual os atos administrativos são espécies. Há atos administrativos fora da Administração, por exemplo, atos praticados pelos poderes legislativo e judiciário.
Há, portanto, 3 tipos de atos:
Ato só da Administração: praticados pela Administração, mas regidos pelo direito privado.
 Ex.: contrato de locação.
Ato da Administração e Ato administrativos: praticados pela Administração, mas regidos pelo direito público. 
Só ato administrativo: ato regido pelo direito público fora da Administração. 
Ex.: atos praticados pelo Poder Judiciário ou Legislativo ou concessionárias.
2.3.1 Conceitos
Conceito de ato administrativo: é uma manifestação unilateral de vontade do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) ou de quem o represente (concessionárias /permissionárias) que tem como objetivo adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria, seguindo o regime de direito público e sujeito a controle pelo Judiciário.
Hely Lopes Meirelles (posição superada não muito cobrada) divide em:
Ato administrativo em sentido amplo – definido acima.
Ato administrativo em sentido estrito (ato administrativo por excelência) – precisa, ainda, ser unilateral e concreto. O ato administrativo em sentido estrito possui aspectos que são de ordem material, subjetiva e formal:
Aspecto formal = o ato administrativo é regido pelo regime jurídico de Direito Público e deve ser editado em conformidade com a forma prevista no ordenamento jurídico
Aspecto material = o ato administrativo consiste na manifestação de vontade da Administração capaz de produzir efeitos jurídicos concretos e válidos em uma situação
Aspecto subjetivo = refere-se à manifestação de vontade dos órgãos, agentes do Estado e particulares concessionários e permissionários no exercício da função administrativa.
2.3.2 Atributos ou características (PAI ou PATI) :
São qualidades ou características inerentes dos atos administrativos, enquanto que os requisitos constituem condições que devem ser observadas para sua válida edição.
Os atributos dos atos administrativos são:
Presunção de legitimidade (legalidade) = Está presente em todos os atos administrativos, quer imponham obrigações, quer reconheçam ou confiram direitos aos administrados. Presente desde o nascimento do ato e independe de norma legal que o preveja. Trata-se de presunção relativa (juris tantum) – admite-se prova em contrário.
Fundamento: é a necessidade de que o poder público possa exercer com agilidade suas atribuições, tendo em conta a defesa do interesse público. Em regra possui imediata execução. Um ato administrativo, mesmo se tiver eivado de vícios ou defeitos aparentes; enquanto não anulado ou sustado temporariamente os seus efeitos, pela administração ou pelo Poder judiciário, o ato inválido será plenamente eficaz.
Consequência jurídica da presunção de legitimidade: aplicação imediata do ato administrativo. Ex.: até decisão em contrário do Judiciário o estabelecimento deve ficar fechado.
Em decorrência deste principio, o ônus da prova da existência de vício no ato administrativo é de quem alega normalmente o administrado.
Ou seja, a presunção de legitimidade (obediência às regras morais) + legalidade (obediência à lei) + veracidade (correspondência com a verdade).
Autoexecutoriedade – São os atos que podem ser materialmente implementados pela administração, diretamente, inclusive o uso da força, sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário. 
A autoexecutoriedade não impede o controle do Judiciário, apenas dispensa a administração de obter ordem judicial prévia para poder pratica-lo. O que nunca é necessário no ato autoexecutório é que a administração, previamente, procure o poder judiciário para ser autorizada a praticá-lo.
Não é um atributo presente em todos os atos administrativos.
Logo, a autoexecutoriedade não dispensa o formalismo. Exceção à autoexecutoriedade: 
Sanção Pecuniária - No caso de multa aplicada pela Administração, ela não pode executar a multa. Neste caso, deve ajuizar ação de cobrança no Judiciário. Logo, nem todo ato administrativo é autoexecutável.
A autoexecutoriedade existe em duas situações:
Quando a lei expressamente a prevê: o ato é previsto expressamente como passível de ser adotado diretamente pela administração em uma situação determinada.
Situação de emergência: a administração pode adotar um ato não expressamente previsto em lei. A fim de garantir a segurança da coletividade, evitando uma lesão maior ao interesse público.
Há divergência sobre a autoexecutoriedade, que se subdivide em:
Exigibilidade – É o poder que tem a administração de decidir sem a presença do Judiciário. Poder de decisão. Trata-se de meio coercitivo indireto. É indireto porque só está no plano da decisão. Decidir sem o Judiciário, a Administração sempre pode. Caracterizada pela obrigação que o administrado tem de cumprir o ato.
Executoriedade – É executar o que foi decidido. É a concretização da exigibilidade. Trata-se de meio coercitivo direito. Só pode executar sem o Judiciário nas hipóteses previstas em lei, e quando se tratar de situação de urgência (Lei + urgência). Possibilidade de a administração, ela própria, praticar o ato, ou compelir direta e materialmente o administrando a praticá-lo. 
OBS: A soma da exigibilidade + executoriedade = autoexecutoriedade. No entanto, nem todo ato possui executoriedade. Logo, nem todo ato possui autoexecutoriedade.
OBS: A autoexecutoriedade é uma consequência da presunção de legitimidade.
Imperatividade – É a possibilidade de a administração pública, unilateralmente, criar obrigações ou impor restrições aos administrados.
Decorre do denominado Poder extroverso, expressão utilizada para representar a prerrogativa que o poder público tem de praticar atos que extravasam sua própria esfera jurídica e adentra dentro da esfera jurídica alheia,independentemente da anuência prévia de qualquer pessoa.
Não é um atributo presente em qualquer ato, mas apenas naqueles atos que implicam obrigação para o administrando ou a ele é imposto, e devem ser por eles obedecidos, sem necessidade de seu consentimento.
Os atos regidos por esse princípio podem ser imediatamente impostos aos particulares a partir de sua edição, mesmo que estejam sendo questionados administrativamente ou judicialmente quando a sua validade, salvo nas hipóteses de impugnação ou recurso administrativo com efeito suspensivo, ou decisão judicial que suste ou impeça a aplicação do ato.
Tipicidade – Atributo definido por Di Pietro, reconhecido por Celso Antônio e Carvalhinho. Pode cair em concurso. A doutrina afirma que: “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei. Como aptas a produzir determinados resultados.”
Esse princípio teria o condão de afastar a possibilidade de a administração praticar atos inominados.
Duas outras consequências seriam:
Representa uma garantia para o administrado, pois impede que a administração pratique um ato, unilateralmente e coercitivo, sem previa previsão legal;
Afasta a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida.
A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos.
2.3.3 Elementos ou requisitos do ato administrativo: 
Para a doutrina majoritária utiliza, para listar estes elementos, a Lei 4717/65 (Ação popular – que serve para anular o ato administrativo).Trata-se de requisitos de validade, o ato praticado em desacordo com um desses requisitos, será em regra, um ato nulo.
Sujeito Competente (competência)
Forma
MotivoPara decorar!
Como Ficar Forte? Óbvio, Musculação!
Objeto
Finalidade
Obs.: para Celso Antônio B. de Mello nem tudo é elemento. É preciso dividir em pressupostos de existência e validade de elementos.
Elemento: é aquilo que está dentro do ato. É condição para existência de um ato jurídico. Deve haver manifestação de vontade exteriorizada.
Pressuposto de existência: condição para existência de um ato administrativo. Para que seja ato administrativo a manifestação de vontade deve ser dentro do direito administrativo.
Pressuposto de validade: condição para a existência de ato administrativo válido.
2.3.4 – Características dos elementos:
Sujeito competente: alguns autores chamam de sujeito e outros de competência. É o poder legal conferido ao Agente Público para desempenho específico das atribuições de seu cargo.
Agente público: é todo aquele que exerce função pública, mas para praticar ato administrativo, precisa, ainda ser competente.
Somente a lei pode estabelecer competências administrativas, seja qual for à natureza do ato administrativo.
O agente público têm, acima de tudo, deveres, e que somente para o cumprimento desses deveres é que são conferidos poderes ou prerrogativas especiais. 
As características da competência são:
A competência é de exercício obrigatório aos órgãos e agentes públicos. - o administrador não faz porque quer, mas porque está obrigado a fazer. Trata-se de um poder-dever.
A competência é irrenunciável, o poder não é dele, é do povo, ele é mero representante (princípio da indisponibilidade do interesse público). O exercício da competência pode ser parcialmente e temporariamente delegado, desde que atendidos os requisitos legais.
É intransferível. A delegação não transfere a titularidade da competência somente em caráter temporário, o exercício de parte das atribuições do agente, o qual permanece apto a exercê-las, concomitante com o agente delegado. 
É imodificável pela vontade do agente. É a lei que estabelece as competências, somente mediante lei podem elas ser alteradas, e não por alguma vontade dos agentes administrativos.
A competência é imprescritível, ainda que não exercitada por determinado período, não se extingue. Permanecendo sob a titularidade daquele a quem a lei a atribuiu.
É improrrogável, ainda que as partes não aleguem.
Delegação e avocação de competência (arts. 11 a 15 da lei 9784/99):
Delegação: transferir.
Avocação: trazer para si.
A delegação e avocação devem ser realizadas apenas em caráter excepcional, devendo ser justificada.
Delegação;
Aspectos concernentes à delegação de competência:
 Regra geral, é a possibilidade de delegação, só não é admitida, se houver impedimento legal;
 A delegação pode ser feita para órgãos ou agentes subordinados, mas também é possível mesmo que não exista subordinação hierárquica;
 A delegação deve ser apenas de parte da competência do órgão ou agente, e não de todas as suas atribuições;
 Deve ser por prazo determinado; 
 A delegação de determinada competência não afasta a possibilidade de seu exercício pela autoridade delegante, esta permanece apta a exercer, concorrentemente com o agente que recebeu a delegação
 O ato de delegação pode conter ressalva de exercício da atribuição delegada, o exercício pode não ser conferido em sua plenitude ao agente delegado, e sim com ressalvas ou restrições.
 O ato de delegação é discricionário e revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante;
 O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial; 
 O ato praticado por delegação deve mencionar expressamente o fato, pois quem responde pelo ato é o agente que efetivamente o praticou.
Conforme art. 13 da Lei 9.784/99, em alguns casos não se admite delegação:
 Competência exclusiva de órgãos ou autoridade não se delega (privativa admite);
 Edição de ato de caráter normativo;
 Decisão de recurso administrativo.
O fato de delegar não exclui a competência, esta passa a ser cumulativa, tanto quem delegou, quanto quem recebeu, passam a ser competentes.
Avocação
Prevista em um único dispositivo, art. 15 da Lei 9.784/99. Afirma a lei que: “Será permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação é temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
Avocação, portanto, é um ato mediante o qual o superior hierárquico trás para si, temporariamente o exercício (não a titularidade) de determinada competência que a lei confere a um subordinado. Não é possível haver avocação sem que exista hierarquia entre os agentes envolvidos.
A lei, nada dispõe acerca de competência que não possam ser avocadas. A doutrina preleciona que a avocação não é possível quando se trata de competência exclusiva do subordinado.
Obs.: Para Celso Antônio B. Mello ser sujeito competente é pressuposto subjetivo de validade.
Obs².: Um órgão colegiado poderá delegar parte de sua competência a seu presidente quanto for conveniente, em razão de circunstâncias de índole jurídica, em não havendo impedimento legal.
Excesso de poder, função de fato e usurpação de função;
Excesso de poder: Quando o Agente público atua fora ou além da esfera de competências, estabelecidas em lei;
Função de fato: Quando a pessoa foi investida no cargo, no emprego ou na função pública, mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a pratica do ato.
Usurpação de função: é crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função pública, não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a administração. 
Forma do ato administrativo
É o modo de exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é em princípio, formal, e a forma exigida quase sempre é a escrita. Deve ser aquela prevista na lei.
Contudo, existem atos administrativos não escritos, por exemplo, ordens verbais do superior ao seu subordinado. 
É preciso haver exteriorização da vontade. 
Obs.: Para Celso Antônio é um elemento do ato jurídico.
A exteriorização depende de formalidades específicas. Ex.: publicação no diário oficial.
Obs.: Para Celso Antônio, trata-se de pressuposto formalístico de validade.
STF: Dependeo prévio processo administrativo sempre que o ato atingir a órbita de alguém, possibilitando o contraditório e a ampla defesa.
Obs.: Para Celso Antônio, trata-se de pressuposto objetivo de validade.
Exige motivação: correlação lógica dos elementos do ato administrativo, explicações ou justificativas que levam a prática do ato administrativo. É diferente de motivo. Em regra, é obrigatória (posição majoritária).
Obs.: Para José dos Santo Carvalho Filho diz que quando exige motivação ele o faz expressamente, sendo, portanto, facultativa a motivação. 
Ex.: art. 93, CF os atos do Judiciário devem ser motivados. O art. 50 da Lei 9784/99 lista vários atos em que a motivação é obrigatória, então para os demais atos é facultativa, mas para os elencados na lei é obrigatória.
Justificativas para obrigatoriedade da motivação: (já caiu 2 vezes em segunda fase) art. 1º, II para o exercício da cidadania depende de saber a motivação do ato e art. 1º, p. único diz que o poder é do povo e sendo o administrador mero representante, ele deve dar explicações acerca do ato praticado. Art. 5º, XXXVI direito à informação, portanto, direito de saber a motivação dos atos e XXXV direito de controle do ato pelo Judiciário, então necessário se saber as razões do ato. Se o Judiciário pelo art. 93 que faz ato administrativo por exceção deve motivar, com mais razão deve motivar os demais poderes. Por fim, cabe ressaltar que o art. 50 da Lei 9784/99 abarca praticamente todos os atos administrativos.
Obs.: a motivação deve ser antes ou durante o ato. A motivação posterior não irá sanar o vício, nem isentará o administrador de improbidade.
Princípio da solenidade: o ato administrativo deve ser realizado, em regra, por escrito. É possível, excepcionalmente, praticar de outra forma, por exemplo, verbal, depende de autorização expressa da lei. Ex.: art. 60, §1º da Lei 8666/93 – contrato de pronta entrega, pronto pagamento e até 4 mil reais.
Silêncio administrativo: ex.: pede-se uma licença para construir e o administrador simplesmente não decide. Silêncio administrativo é um nada jurídico, não é nem sim, nem não, salvo se a lei determinar de modo diverso, podendo determinar, por exemplo, que o não exame por 30 dias acarreta em deferimento. Admite-se Mandado de Segurança contra o silêncio administrativo, com fundamento de lesão ao direito de petição. O Judiciário não pode decidir a questão, mas apenas determinar que o administrador o faça num prazo determinado.
Obs.: Para Celso Antônio B. de Mello o Judiciário não pode interferir no mérito de atos discricionários, mas nada impede que decida em relação a atos vinculados em que somente se verifica se os requisitos estão preenchidos.
Desrespeito de forma poderá resultar em vícios ou defeitos:
De mera irregularidade: quando a exigência de forma for com o objetivo único de uniformização, não comprometendo a validade do ato. 
Vício sanável: quando o ato for anulável sendo passível de convalidação.
Vício insanável: quando o ato for nulo, não admitindo convalidação.
Motivo
É a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática do ato. Ou seja, acontecimento que provoca a prática do ato administrativo. A doutrina, por vezes, utiliza o vocábulo “causa” para aludir ao elemento motivo.
Ex.: fechamento da fábrica poluente é o ato – o motivo é a poluição.
Remoção – motivo é a necessidade do serviço.
Legalidade do motivo:
 Deve ser verdadeira chamada de materialidade do motivo
 O motivo declarado deve ser compatível com o motivo previsto na lei. 
Ex.: pena de demissão é para infração grave – se o administrador aplicar pena de demissão declarando como motivo a prática de uma infração leve, o motivo será ilegal.
 O motivo precisa ser compatível com o exercício do ato. 
Para Celso Antônio trata-se de causa do ato administrativo, o que para ele é um pressuposto lógico de validade.
Ex.: o poder público concede porte da arma para, A, B e C. “A” se envolve em briga e o administrador retira o porte de arma motivado pela briga, mas não pode alegar a briga de “A” para retirar o porte de arma de “B” e “C”.
Faltou um deste requisitos, o motivo será ilegal e por consequência ilegal será o ato administrativo.
Vício de motivo: A lei 4.717/1965 em seu art. 2º permite identificar, duas variantes de vício de motivo, a saber:
Motivo inexistente: Fato inexistente. Um detalhe é que, se a lei descreve mais de um fato como motivo suficiente, isoladamente, para adoção do ato, é possível que, mesmo diante da prova da inexistência de um dos motivos eventualmente declarados pela administração como justificativa da prática do ato, este subsista, não caiba a sua anulação.
Motivo ilegítimo: há incongruência entre o fato e a norma, ou seja, está errado p enquadramento daquele fato naquela norma.
Teoria dos motivos determinantes: uma vez declarado o motivo, o administrador está vinculado ao motivo devendo cumpri-lo, mas este motivo deve ser legal. Assim, se o motivo é ilegal também está violando a teoria dos motivos determinantes.
Existem atos que, excepcionalmente, não precisam de motivação:
- Exoneração ad nutum (cargo em comissão)
Obs.: o motivo não é obrigatório, mas se for declarado, de acordo com a teoria dos motivos determinantes, vincula o administrador.
Obs.: Tredestinação é uma mudança de motivação na desapropriação desde que por interesse público (exceção à teoria dos motivos determinantes).
Objeto: é o próprio conteúdo do ato. Por meio do qual a administração manifesta a sua vontade, ou atesta simplesmente situação preexistentes. É a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Ou seja, é o resultado prático do ato administrativo. 
Ex.: concedo autorização para porte de arma, o objeto será a concessão de autorização. É o efeito jurídico imediato do ato administrativo.
O ato só será praticado se e quando a administração considera-lo oportuno e conveniente, e com o conteúdo escolhido pela administração, nos limites da lei. São os elementos motivo e objeto que permitem verificar se o ato é vinculado ou discricionário.
Requisitos para que o objeto seja legal:
Lícito: precisa estar previsto em lei
Possível: faticamente possível. 
Ex.: impossível promover servidor falecido
Determinado 
Celso Antônio B. de Mello divide o que chamam de objeto em duas partes: 
Decisão: conteúdo do ato (o concedo, nego, autorizo, etc.) – para ele é elemento do ato administrativo, eis que se trata de condição para existência do ato jurídico, se não há decisão, não há manifestação de vontade.
Assunto: objeto do ato (promoção, porte de arma, etc.) – é um pressuposto de existência do ato administrativo, deve aqui ter assunto de direito administrativo.
Vício de Objeto
O vício de objeto é insanável, ou seja, invariável acarreta a nulidade do ato. A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo.
Hipóteses de vício de objetos:
Objeto impossível;
Objeto proibido por lei;
Ato praticado com conteúdo não previsto em lei; (ex.: Lei 8.112/90 prevê como sanção disciplinar a suspensão do servidor público federal por até 90 dias, se ao editar o ato a administração suspendesse o servidor por 120 dias, esse ato seria nulo por vícios do objeto);
Ato praticado com objeto diferente daquele que a lei prevê para aquela situação; (ex.: a lei de um município prevê que a instalação de bancas em passeios deva ser consentida ao administrando mediante permissão, suponhamos que o particular tenha pleiteado à administração que lhe seja possibilitada a instalação, caso fosse editado para esse particular um ato de autorização de uso de bem público para o fim de instalação de banca de jornais, esse ato padeceria de vício de objeto, seria nulo.)
Finalidade: é sempre única = razão de interesse público (pode se proteger mais de um interesse público, mas sempre deve existir um interesse público). É o efeito jurídico mediato (oobjeto é o imediato).
Podemos identificar nos atos administrativos:
Finalidade geral (mediata): é sempre a mesma, expressa ou implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do interesse público;
Finalidade específica (imediata): o objetivo direto, o resultado especifico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a pratica do ato.
Segundo o entendimento (majoritário) – a finalidade é um elemento sempre vinculado, nunca é o agente público quem determina a finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
Se o administrador pratica ato contrário a qualquer uma dessas finalidades estará atuando com desvio de finalidade = vício ideológico ou vício subjetivo (contraria a finalidade pública ou a finalidade específica). Configura um vício insanável, com a obrigatória anulação do ato.
Trata-se de ato ilegal, devendo ser retirado do ordenamento jurídico (defeito na finalidade que também pode comprometer o motivo do ato). 
Ex.: remoção de servidor, dizendo ser por necessidade de serviço, mas porque quer afastar este da filha.
2.3.5 Mérito do ato administrativo:
Nos atos vinculados: Os cinco elementos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) encontra-se rigidamente determinado no texto legal, restando ao agente público nenhuma liberdade ao praticá-los, não tem conveniência e oportunidade. É aquele em que o administrador, preenchidos os requisitos legais, é obrigado a praticar o ato. Não tem mérito! Os requisitos de validade dos atos vinculados são, todos eles, sempre vinculados.
Nos atos discricionários: somente os elementos competência, finalidade e forma estão presentes, enquanto os elementos motivo e objeto são discricionários, quando o administrador tem liberdade, tem conveniência e oportunidade.
	
	Vinculado
	Discricionário
	Competência
	Vinculado – porque decorre da lei ou CF.
	Vinculado – porque decorre da lei ou CF.
	Forma
	Vinculado (em regra) – porque decorre da lei
	Vinculado (em regra) – porque decorre da lei
	MOTIVO
	Vinculado – verificação dos requisitos previstos em lei. Ex.: aposentadoria.
	Discricionário. Há juízo de valor. Ex.: análise de ser a rua tranqüila ou perigosa para permissão de uso de calçada.
	OBJETO
	Vinculado – se preenchido os requisitos, não há liberdade para o administrador. 
Ex.: concessão de aposentadoria.
	Discricionário. Ex.: concessão ou não de permissão de uso de calçada.
	Finalidade
	Vinculado (em regra)
	Vinculado (em regra)
Obs.: No ato administrativo vinculado, todos os elementos são vinculados.
No ato administrativo discricionário o motivo e o objeto são os elementos discricionários (mérito do ato administrativo), sendo os demais elementos vinculados.
Mérito do ato administrativo: O poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e a conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei, é o juízo de valor, a discricionariedade, o juízo de conveniência e oportunidade. Está no motivo e objeto (não significa que mérito é motivo e objeto) do ato administrativo discricionário. Ato vinculado não tem mérito!
Poder Judiciário pode rever o mérito do ato administrativo? Não pode fazer o juízo de valor acerca do ato praticado pelo administrador, sob pena de violar o princípio da separação de poderes. Mas pode rever o motivo e objeto do ato administrativo discricionário? Sim, mas no que tange a legalidade ou legitimidade, o que o Judiciário não pode rever é o juízo de valor do administrador. A análise da legalidade é feita com base na lei e na Constituição.
A forma, em regra, é vinculada, mas excepcionalmente, se a lei der escolha, será discricionária. O mesmo ocorre com a finalidade, se a lei der opção de escolha entre finalidades públicas distintas, será discricionário. Só a competência que será sempre vinculado. Cada ato possui a sua aplicação exata e determinada. O ato só pode ser usado naquela hipótese prevista em lei. 
Ex: Remoção só é cabível por necessidade do serviço. Logo, não pode usar a remoção para punir.
2.3.6 Quanto à formação, o ato pode ser (mais cai em concurso):
Ato Simples – É aquele que está perfeito e acabado com uma simples manifestação de vontade, de um órgão, unipessoal ou Colegiado. Está completo apenas com essa manifestação, não dependendo de outra. Não interessa o número de pessoas que pratica o ato, mas sim a expressão de vontade, que deve ser unitária. Pode ser:
Singular – É uma única manifestação de vontade de um único agente.
Colegiado – É uma única manifestação de vontade de mais de um agente, acordão de um conselho.
Ato Composto – Aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de outro órgão que o aprove. Ou seja, O ato necessita mais de uma manifestação de vontade, dentro do mesmo órgão: A primeira manifestação é principal e a segunda manifestação é secundária, instrumental, acessória, sua função é autorizar a prática do ato principal. (mesmo órgão e patamar de desigualdade). 
Ex: Ato que depende de visto ou ratificação do chefe. O ato é decidido pelo subordinado, e o superior simplesmente confirma.
Ato Complexo – O ato necessita, para sua formação, da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridade. O ato não pode ser considerado perfeito com a manifestação de vontade de um só órgão ou autoridade. Tem que haver manifestação de órgãos ou autoridades diferentes. (órgãos diferentes e patamar de igualdade).
 Ex: Nomear dirigente de agência reguladora necessita da aprovação do Senado e da Presidência.
2.3.7 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Quanto aos destinatários, o ato administrativo pode ser:
Geral - É o ato abstrato e impessoal, aplicada à coletividade como um todo. É aplicável Erga omnes e não tem destinatário determinado. Apresentam apenas hipóteses normativas aplicáveis a todas as pessoas e situações fáticas que se enquadram nessas hipóteses obstativamente neles descritas. 
No aspecto material, tais atos não podem inovar o direito. São sempre discricionários, pelo menos quanto ao seu conteúdo. 
Os atos gerais prevalecem sobre os individuais e podem ser revogados a qualquer tempo.
Individual – É o ato que possui destinatário determinado e certo. Produzindo diretamente efeitos concretos, constituindo ou declarando situações jurídicas subjetivas. Os atos individuais podem ser vinculados ou discricionários. A revogação somente é possível se não tiver gerado direito adquirido para seu destinatário. Pode ser:
Singular – O ato possui apenas um destinatário.
Plúrimo – O ato possui mais de um destinatário, desde que todos sejam determinados.
Quanto alcance, o ato administrativo pode ser:
Internos – É o ato que produz efeitos somente no âmbito da própria administração, atingindo diretamente apenas seus órgãos e agentes.
Ex: determinação de uso de uniforme. 
Não depende de publicação oficial, bastando a simples ciência do ato pelo destinatário, uma vez que não obrigam e não geram direitos para os administrados. Por não gerar direito adquirido para seus destinatários podem ser revogados a qualquer tempo. 
Ex: ciência por meio de uma circular.
Externos – É o ato que produz efeitos fora da administração pública, mas também não deixa de produzir efeitos dentro da administração. Ou seja, são aqueles que atingem os administrados em geral, criando direitos e obrigações gerais ou individuais, declarando situações jurídicas. São considerados atos externos os que embora não destinados aos administrados, devam produzir efeitos fora da repartição que os editou.
É condição de vigência e de eficácia dos atos externos a publicação em meio oficial.
Ex: Governador diz que certo órgão público vai funcionar de 08:00hs às 14:00hs. (Efeitos dentro + fora da administração).
Quanto ao grau de liberdade, o ato administrativo pode ser (mais cai em concurso):
Vinculado – Não há margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei previamentedeterminou o único comportamento possível a ser adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei.
Juízo de valor ou conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais, o ato deve ser obrigatoriamente realizado. Doutrina diz: O ato nunca é absolutamente vinculado, uma vez que isso significa liberdade zero. E o administrador possui pelo menos, a liberdade temporal, ou seja, poder escolher se fará no 1º ou 10º dia.
Ex.: Concessão da licença-paternidade, atendidas as condições da lei, o ato de concessão é obrigatório.
Discricionário – São aqueles que a administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos da lei, quanto ao seu conteúdo, modo de realização, oportunidade e sua conveniência administrativa. Caso desrespeite os limites da lei, o ato é arbitrário e ilegal. Dica: Para saber se o dispositivo da lei é discricionário, deve-se analisar 03 situações:
Quando a lei apresenta alternativas para o administrador.
Quando a lei institui competência, sem dizer a forma de exercê-la.
Quando a lei utiliza conceito vago ou indeterminado. Nessa hipótese, quem irá preencher o conteúdo será administrador.
Discricionariedade ≠ Arbitrariedade 
Discricionariedade: Existência de lei e prática do ato dentro dos limites por ela impostos, ou dela decorrentes.
Arbitrariedade: Prática de ato contrário à lei, ou não previsto em lei. 
Quanto ao objeto, o ato administrativo pode ser:
Ato de Império – São aqueles que a administração impõe coercitivamente aos administrados, criando obrigações ou restrições, de forma unilateral e independente de sua anuência. O ato é praticado de ofício, sem ter sido requeridos ou solicitados pelo administrado, valendo-se a administração da Supremacia em face do particular. Evidentemente, da possibilidade de serem questionados judicialmente.
Ex: Desapropriação;
Ato de Gestão – É o ato que administração pratica em patamar de igualdade com o particular. Os atos são realizados sob regime jurídico-administrativo.
Ex.: A doutrina costuma usar como exemplo, o contrato de locação. Crítica: contrato de locação não é ato administrativo, e sim ato da administração, pois é regido pelo direito privado.
Ato de mero expediente – São atos internos da administração pública, relacionados às rotinas de andamento dos variados serviços executados por seus órgãos e entidades administrativas. Caracteriza-se pela ausência de conteúdo decisório.
 Ex: Despacho de encaminhamento.
OBS: Não obstante essa classificação ser criticada pela doutrina é importante estudar, porque ainda cai em concurso.
2.3.8 - MODALIDADES DO ATO ADMINITRATIVO (espécies)
OBS: Alguns autores chamam de “Outras Classificações”.
a) Ato Normativo – Contem determinações gerais e abstratas. Não tem destinatários determinados; possui conteúdo análogo ao das leis. Os atos normativos não podem inovar o ordenamento jurídico. Sua função é de detalhar, explicitar o conteúdo das leis que regulamentam e, sobretudo, uniformizar a atuação e os procedimentos a serem adotados pelo agente administrativos, sempre que se depararem com situações concretas semelhantes.. Trata-se de exercício do Poder Normativo/Regulamentar da Administração, como regra. Lembrando que o ato normativo também está no Poder de Polícia.
b) Ato Ordinatório – É aquele que estrutura, organiza e escalona os quadros da administração. Trata-se de exercício do Poder Hierárquico. Não atingem os administrados; não criam para eles direitos ou obrigações.
c) Ato Enunciativo – É aquele que certifica, atesta ou emite uma opinião, mas não possui conteúdo decisório. Não produzem efeitos jurídicos quaisquer.
Ex: Certidão, atestado e parecer.
d) Ato Negocial – São editados em situações na qual exige que o particular obtenha anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. É aquele que possui em seu conteúdo uma coincidência de vontades do poder público e do particular. É ato unilateral. 
Ex: Permissão, Autorização, Licença. OBS: Não se trata de negócio jurídico. Negócio jurídico é ato bilateral.
Atos negociais vinculados: aqueles que reconhecem um direito subjetivo do particular
Atos negociais discricionários: aqueles que podem, ou não, ser editados, conforme juízo de oportunidade e conveniência administrativa. 
e) Ato Punitivo – É aquele que tem em seu conteúdo uma punição aos seus servidores ou administrados em geral. Trata-se de exercício:
Poder disciplinar: no que tange aos servidores públicos e aos particulares ligados a administração por algum vínculo jurídico especifico.
Poder de Polícia: particulares em geral, não ligados a administração por vínculo jurídico especifico.
2.3.8.1 - FORMAÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
a) Ato perfeito – É o ato que percorreu todo o seu trajeto. É o ato que conclui todo seu ciclo de formação, já estão pronto. 
Ex: Senado se manifesta e presidente se manifesta, aí sim, o ato é perfeito. Para Hely Lopes Meirelles, ato perfeito é o que não contem defeito. Não é a posição da maioria.
b) Ato válido – É aquele ato que preenche os requisitos da lei. Esta em conformidade com o ordenamento jurídico. Observou as exigências legas e infralegais impostas para que seja regulamente editado.
c) Ato eficaz – Já está disponível para a produção de seus efeitos próprios; a produção de efeitos não depende de evento posterior.
OBS: Só pode dizer que o ato é válido ou eficaz, se primeiro ele é perfeito.
# Pode existir ato perfeito, inválido e eficaz? Sim. O ato administrativo é perfeito, porque completou seu ciclo. Ele é inválido porque é ilegal. Porém, como os atos administrativos possuem presunção de legitimidade, eles possuem efeitos até que sejam declarados inválidos. 
Ex: Fraude na licitação.
# Pode existir ato perfeito, válido e ineficaz? Sim. Ex: art. 61, p.ú., da 8666/93. O ato só será eficaz quando for publicado.
# Pode existir ato perfeito, inválido e ineficaz? Sim. Fraude na licitação, a qual o contrato não foi publicado. A junção dos dois anteriores.
OBS: Todo ato administrativo produz dois efeitos:
Efeito típico – São os efeitos esperados com a prática do ato. Sempre acontece. É um efeito específico. Ex: Nomeio José para aquele cargo. Efeito típico: Preencher o cargo.
Efeito atípico – São os efeitos secundários. Nem sempre aparece. Subdivide-se em dois tipos:
Reflexo: quando atinge terceiros estranhos à prática do ato. Ex.: locatário de um imóvel que se desapropria.
- Prodrômico/Preliminares: quando há atos que dependem de mais de uma manifestação de vontade (atos complexos), o efeito prodrômico é aquele que antecede a conclusão do ato. É a obrigação do segundo se manifestar quando o segundo já se manifestou. Ex.: Nomeação de dirigente de agência reguladora: senado aprova, Presidente nomeia.
São contemporâneos à emanação do ato, ou seja, aparecem durante a produção do ato, independem da vontade do agente e não podem ser suprimido.
2.3.10- EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINITRATIVOS:
O ato administrativo em vigor permanecerá no mundo jurídico até que algo capaz de alterar esta situação lhe aconteça. Dessa maneira surgem as seguintes noções para o desfazimento do ato administrativo:
Cumprimento dos efeitos ou dos objetos – ex.: concessão de férias, findo as férias o ato cumpre os seus efeitos.
Desaparecimento do sujeito (ex.: nomeação de servidor e este falece) ou do objeto (ex.: mar invade a área de marinha, ocorre a extinção da enfiutese pelo desaparecimento do objeto).
Retirada pelo Poder Público – anulação, revogação, cassação, caducidade e contraposição.
**Cassação = descumprimento das condições inicialmente impostas. 
Ex.: na cidade há uma proibição de construção de Motel e aí a pessoa pede licença para construir um Hotel, mas depois de um tempo passa a funcionar como Motel, assim, o poder público irá cassar a licença de funcionamento concedida pelo descumprimento das condições impostas.
Caducidade = retirada de um ato administrativo pela superveniência de umanorma jurídica que é com ele incompatível. 
Ex.: permissão de uso para instalação de circo e posteriormente vem a lei do Plano Diretor e estabelece que naquele local agora será uma rua. Assim, a permissão de uso deixará de existir, eis que incompatível com a nova norma.
Contraposição = existem 2 atos administrativos decorrentes de competências diferentes em que o segundo elimina os efeitos do primeiro. 
Ex.: nomeação de servidor e demissão do mesmo (a demissão exclui os efeitos da nomeação).
**Anulação: Ocorre quando há vícios no ato, relativos a legalidade ou legitimidade. A retirada do ato pode vir da Administração (princípio da autotutela – Súmula 346 e 473, STF) ou do Poder Judiciário (controle judicial). 
Obs.: Em regra, produz efeitos ex tunc. Mas Celso Antônio B. de Mello defende que se o segundo ato for restritivo, deve ter efeitos ex nunc e se for ampliativo deve ter efeitos ex tunc. 
Ex.: o poder público concede gratificações e depois entende ser ilegal e o anula, não pode ter efeitos ex tunc, senão o servidor deveria devolver as gratificações que lhe foram concedidas pelo Poder Público. 
Obs.: Limite temporal para a Administração – terá o prazo de 5 anos para anular o ato quando atingir o direito de alguém. 
**Teoria do funcionário de fato ou do agente de fato (STF): caso do sujeito que não presta concurso ou presta concurso fraudulento. Neste caso, o ato de nomeação é ilegal e, portanto, deve ser anulada, retirando o ato legal desde sua origem (efeitos ex tunc). O STF diz que apesar de reconhecer que a anulação é ex tunc, em nome da segurança jurídica, os atos por eles praticados serão considerados legais e o salário que ele recebeu, ainda que ilegal, não precisa devolver, eis que efetivamente trabalhou. Para anular esta nomeação deve-se permitir contraditório e ampla defesa em procedimento prévio.
**Revogação = retirada do ato administrativo por não ser mais conveniente e oportuno. A Administração pode revogar os atos. O Judiciário não pode fazer controle judicial de conveniência e oportunidade, mas pode rever os seus próprios atos. Os efeitos são ex nunc. 
Obs.: revogação não tem limite temporal, pode ser a qualquer tempo. No entanto, possui limites materiais: 
a) não se admite revogação de ato vinculado ele só será anulado 
b) não se admite revogação de atos que concederam direitos adquiridos; 
c) não atinge ato que já exauriu os seus efeitos;
d) não se admite revogação de ato que não está sob a órbita de competência.
Renúncia – quando o sujeito não quer mais o ato. 
Ex.: não quer mais o cargo; tem uma licença para construí, mas não quer mais.
2.3.11 - DEFEITOS DO ATO ADMINISTRATIVO:
- Ato válido: preenchidos todos os requisitos em conformidade com o ordenamento jurídico.
- Ato inexistente: Possui defeito tão grave, que nem se considera sua existência. Aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da administração pública, mas em verdade, não se origina de um agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como o usurpador de função. 
Ex.: ato que tem por conteúdo, conduta criminosa.
- Ato irregular: defeito de forma, mas apenas na padronização do ato. É perfeitamente válido.
- Ato anulável = possui defeito sanável. Normalmente, está na competência e na forma. Convalidação é o conserto de ato anulável, que pode ser feito pela própria administração, desde eu ele não seja lesivo ao interesse público.
Ex.: tem-se uma desapropriação e corrige-se o defeito, continua sendo desapropriação.
- Ato nulo = possui defeito insanável, normalmente resultante da ausência de um de seus elementos constitutivos. Deve ser retirado do ordenamento através da anulação. Não pode produzir efeitos válidos entre as partes.
Obs.: alguns doutrinadores usam a expressão invalidação como sinônimo de anulação, outros usam como sinônimo de retirada do ato pelo Poder Público.
Conversão ou sanatória = acontece quando se tem um ato solene que não preenche os requisitos e se transforma em um ato mais simples, o qual ele preenche os requisitos. É diferente de convalidação, em que o ato permanece o mesmo.
Ex.: concessão de serviço público (solene e precisa de autorização legislativa), se não há autorização legislativa pode transformar o ato em permissão de serviço público (mais simples, precário e não precisa de autorização legislativa).
Questões sobre o tema:
Delegado MG 2011) Sobre a extinção dos atos administrativos, é INCORRETO afrmar que
Parte superior do formulário
a) a anulação promovida pela própria Administração decorre do exercício de sua prerrogativa de autotutela. 
b) a revogação é forma de extinção do ato administrativo válido, de caráter vinculado ou discricionário. 
c) a validade ou não do ato de revogação é passível de exame pelo Poder Judiciário. 
d) incabível a revogação dos atos cujos efeitos produzidos já restaram consolidados. Parte inferior do formulário
Delegado MT – 2017) Em março de 2017, o governo de determinado estado da Federação declarou nulo ato que, de boa-fé, havia concedido vantagem pecuniária indevida aos ocupantes de determinado cargo a partir de janeiro de 2011. 
Nessa situação hipotética,
Parte superior do formulário
a) o ato de anulação do ato que havia concedido vantagem pecuniária ofendeu diretamente o princípio da proporcionalidade.
b) o ato de anulação foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais sobre a extinção dos atos administrativos.
c) o correto seria a revogação do ato, e não a sua anulação. 
d) a declaração de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadência do direito. 
e) o princípio da autotutela da administração pública protege o ato de anulação determinado pelo governo. 
Delegado GO – 2017) Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar. 
Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é
Parte superior do formulário
a) nulo por ausência de finalidade. 
b) anulável por ausência de objeto. 
c) anulável por ausência de forma. 
d) anulável por ausência de motivação. 
e) nulo por ausência de motivo. 
Delegado PA – 2016) Quanto aos requisitos do ato administrativo, responda a alternativa correta. 
Parte superior do formulário
a) A forma é elemento vinculado do ato administrativo, decorrente do princípio da solenidade, podendo ser exteriorizado de forma escrita, que é a regra, por sinal luminoso e mesmo por sons e gestos. 
b) A lei deverá determinado a forma de exteriorização do ato, podendo prever mais de uma forma, sendo que a ausência de forma do ato administrativo importa na sua ineficácia, embora seja perfeito ou existente e válido. 
c) A forma é elemento essencial ao ato, uma vez sendo desrespeitada a forma prescrita em lei o ato é inexistente.  
d) A forma do ato administrativo decorre do princípio da liberdade das formas, trazido do direito civil. 
e) A forma é elemento não essencial ao ato administrativo, sendo o seu vício sempre insanável. 
Delegado PA – 2016) Acerca da disciplina dos atos administrativos, especificamente os seus atributos, assinale a opção correta. 
Parte superior do formulário
a) A exigibilidade dos atos administrativos ocorre quando, por meios da coação direta, a administração pública executa diretamente o ato desrespeitado, fundamentadamente em nome da supremacia do interesse público e da indisponibilidade deste interesse.
b) Os atos administrativos devem ser editados conforme disposições legais, a chamada presunção de veracidade. Esta presunção é absoluta, júris tantum. O ato goza de fé pública, devendo o particular lesado fazer provas de negativa dos fatos.
c) Os atos administrativos possuem a presunção de serem verdadeiros, a chamada presunção de veracidade, sendo essa presunção absoluta, juris et jure. O ato goza de fé pública, devendoo particular lesado fazer provas de negativa dos fatos.
d) Todos os atos administrativos são imperativos, ou seja, obrigam de forma unilateral o particular, encontrando limite na legalidade em sentido estrito. A exceção ao atributo da imperatividade são os atos ilícitos, que não devem ser cumpridos pelo administrado, prescindindo de manifestação judicial.
e) O poder público poderá executar atos administrativos diretamente ante a inexecução de obrigação pelo particular, atributo que recebe o nome de autoexecutoriedade, que prescinde da participação do poder judiciário.
Delegado PA – 2016) Quanto ao assunto da delegação e avocação, explicitamente relacionado ao elemento competência dos atos administrativos, assinale a opção correta, conforme o preceito legal.
Parte superior do formulário
a) Em caso de impetração de mandado de segurança em face de ato praticado por delegação, o agente delegante deverá figurar como autoridade coatora, uma vez que a delegação não implica em renúncia de competência.
b) É possível ato de delegação de competência genérico, desde que o órgão delegado seja hierarquicamente subordinado ao órgão delegante.
c) A avocação de competência, que consiste na regra, é permitida a órgão hierarquicamente inferior, prescindindo de justificação quanto à relevância dos motivos que levaram a autoridade superior à prática de tal ato.
d) Um órgão colegiado poderá delegar parte de sua competência a seu presidente quanto for conveniente, em razão de circunstâncias de índole jurídica, em não havendo impedimento legal.
e) A avocação de competência, assim como a delegação, são espécies de alteração de competência superveniente, de caráter temporário, sendo possível quando não houver impedimento legal. Em caso de renúncia de competência de subordinado, o superior hierárquico se torna automaticamente competente para a prática do ato, por expressa determinação legal.
Delegado PE – 2016) Acerca dos atos do poder público, assinale a opção correta.
Parte superior do formulário
a) A convalidação implica o refazimento de ato, de modo válido. Em se tratando de atos nulos, os efeitos da convalidação serão retroativos; para atos anuláveis ou inexistentes tais efeitos não poderão retroagir.
b) A teoria dos motivos determinantes não se aplica aos atos vinculados, mesmo que o gestor tenha adotado como fundamento um fato inexistente.
c) Atos complexos resultam da manifestação de um único órgão colegiado, em que a vontade de seus membros é heterogênea. Nesse caso, não há identidade de conteúdo nem de fins.
d) Atos gerais de caráter normativo não são passíveis de revogação, eles podem ser somente anulados.
e) Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade de um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um principal e outro acessório.
Delegado CE – 2015) São atos administrativos ordinatórios, entre outros, 
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a) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções. 
b) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço. 
c) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos. 
d) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos. 
e) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações. 
Delegado SC – 2014) Considere a revogação e anulação do Ato Administrativo, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. 
I A revogação tem por objeto atos válidos e exequíveis. 
ll A anulação decorre da ilegalidade do ato administrativo. 
III Certidões, atestados ou informações prestadas por agente público são passíveis de revogação. 
IV Não podem ser revogados os atos vinculados. 
Parte superior do formulário
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas II e IV estão corretas. 
c) Apenas I, II e III estão corretas. 
d) Apenas III e IV estão corretas. 
e) Apenas I, II e IV estão corretas. 
Delegado MG 2008) O Estado funciona editando atos administrativos para atender os interesses públicos. 
Analise as seguintes características do ato administrativo em face da função do órgão que a exerce e assinale a alternativa INCORRETA. 
Parte superior do formulário
a) É parte integrante na relação jurídica que decide. 
b) Aplica a lei à situação específica. 
c) É geral e abstrato. 
d) É sujeito a controle jurisdicional. 
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GABARITO: B, D, E, A, E, D, E, B, E, B, C,

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