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Estratigrafia A palavra estratigrafia deriva das palavras stratum (latim) + grafia (grego), que significam, respectivamente estrato e escrita. A estratigrafia é um ramo da geologia considerado relativamente jovem, pois foi estabelecida separadamente da geologia apenas no ano de 1913, com a primeira publicação dedicada exclusivamente a ela, escrita por Amadeus Grabau. A estratigrafia é o estudo dos estratos de rochas sedimentares, que busca determinar os processos e eventos que deram-lhes origem. Um estrato é um conjunto de camadas de rochas sedimentares que apresentam características distintas das camadas adjacentes. Um só estrato pode representar a (fascinante) história geológica de milhares ou centenas de milhares de anos. Um estrato pode ser maciço (não apresenta laminação), apresentar laminação paralela ou laminação cruzada, como mostra o esquema abaixo: Mas o que é “laminação”? As sucessivas camadas de rochas podem apresentar variadas espessuras (posança), desde espessuras menores que um centímetro, até espessuras de vários metros. Serão classificadas do seguinte modo: lâmina (espessura < 3cm), leito (3cm < espessura < 10cm) ou camada (espessura > 10cm). Portanto, um estrato com laminação é todo aquele que apresenta lâminas. Ramos da estratigrafia A contínua evolução da estratigrafia levou à sua subdivisão em diversos ramos com entidade própria: Litoestratigrafia » estudo dos corpos geométricos de rochas estratificadas, de sua geometria e gênese Bioestratigrafia » estudo da distribuição temporal de fósseis Cronoestratigrafia » estudo da idade das unidades estratigráficas e estabelecimento de uma escala estratigráfica mundial Magnetoestratigrafia » estudo da escala de mudanças da polaridade magnética ao longo do tempo Estratigrafia sequencial » estudo e reconhecimento dos grandes acontecimentos refletidos pelo registro estratigráfico Entre outros… Conceitos fundamentais Lâmina, Leito e Camada » são as menores unidades estratigráficas, com características muito particulares e facilmente diferenciáveis das camadas adjacentes. Pode apresentar espessura de 1cm de comprimento até vários metros (sendo então designadas como lâminas, leitos ou camadas, conforme já citado anteriormente). Fácias » conjunto das características distintivas que identificam uma camada. São todas as propriedades do material estratificado (forma, textura, tamanho, disposição de grãos, composição mineralógica, litologia, granulometria, presença de estruturas, propriedades geoquímicas, conteúdo fossilífero, entre outras), que podem distinguir uma camada das camadas adjacentes (camadas que a precedem e a sucedem). Unidade estratigráfica » agrupamento em hierarquia de uu u unidades geológicas, com base nas características litológicas, fossilífera, físico-químicas e ou cronológicas. As principais unidades estratigráficas são: unidade litoestratigráfica (baseada no conteúdo litológico), unidade bioestratigráfica (baseada no conteúdo fossilífero), unidade cronoestratigráfica (baseada na datação). Andar » menor unidade Hiato » Quando falta parte de um andar Lacuna Estratigráfica » Quando falta um andar completo Vazio erosivo » Andar numa parte mais fina, sabe-se a suposta espessura Discordancia » Ocorre quando há uma pausa na deposição de materiais e erosão dos materiais já depositados Continuidade » Quando há deposição contínua sem ocorrência de erosão (sem lacunas estratigráficas) Atitude de um estrato A atitude de um estrato é a medida de sua direção e inclinação. Exemplo: N 140ºE ; 15º W Para medir a atitude de um estrato, é utilizado um conceitual “plano horizontal” que, tal qual o nome sugere, cortaria o estrato horizontalmente. O plano horizontal é devidamente referenciado com as direções cardiais (Norte, Sul, Este e Oeste). A exata interseção do estrato com o plano horizontal gera a “linha de direção”, que pertence ao mesmo plano do plano horizontal e das direções cardiais. Direcção » é o ângulo que a linha da direção faz em relação ao Norte, no sentido horário (Este) ou antihorário (Oeste). Ex: N 140ºE » A linha de direção faz 140º com a linha Norte, quando medida para o sentido Este ( Horário) Inclinação » é o ângulo medido pela inclinação que estrato faz com o plano horizontal, e para qual quadrante o estrato está a inclinar (Este, Oeste, Norte ou Sul). Ex: 15ºW » O estrato inclina 15º para W Princípios da estratigrafia Princípio da horizontalidade original e da continuidade lateral dos estratos (Steno, Lehman) Princípio da sobreposição (Steno, Lehman) Princípio da sucessão faunística e da correlação (Smith, Cuvier) Princípio do uniformismo e causas atuais (Hutton, Lyell) Princípio da simultaneadade (Werner, Hsu, Berggren e Van Couvering) Princípio da horizontalidade original e da continuidade lateral dos estratos os estratos depositam de forma horizontal e com continuidade lateral dos estratos Princípio da sobreposição o que está por cima é mais recente do que está por baixo (SMITH), ñ tem em conta a deformação tectónica Princípio da sucessão faunística e da correlação fosseis mais recentes encontram-se em estratos mais recentes Princípio do uniformismo e causas actuais O que observa-se hoje é semelhante ao que ocorreu no passado Princípio da simultaneidade de eventos Retomou quando começou-se a estudar as ciências ambientais Objetivos da estratigrafia Fácias » Estudo de fácias, ou seja, reconhecimento do conjunto de propriedades dos diferentes materiais estratificados (litologia, textura, estruturas, propriedades geoquímicas e seu conteúdo fossilífero). Unidades estratigráficas » Estudo das unidades geológicas para a caracterização de unidades estratigráficas (litoestratigráficas, bioestratigráficas, cronoestratigráficas, entre outras) Seções estratigráficas » Estudo das discordâncias, isto é, da relação entre cada par de unidades litoestratigráficas sobrepostas (existência de continuidade ou descontinuidade do processo sedimentar entre elas). Interpretação dos dados » Depois de estabelecida as fáceis, as unidades estratigráficas e as seções estratigráficas, aplica-se o princípio do uniformismo, isto é, compara-se os dados observados com dados conhecidos de outros meios sedimentares atuais, de diferentes áreas. Correlação » Estabelece-se a equivalência dos diferentes estratos pelo seu conteúdo fóssil e/ou por propriedades físicas de determinados níveis. Estas equivalências poderão ser correlações litoestratigráficas, bioestratigráficas e/ou cronoestratigráficas, entre outras. No desenho cartográfico são utilizadas isócronas nas distintas secções. Cronoestratigrafia » Utilização dos dados obtidos para a ordenação temporal (datação relativa e/ou absoluta) de todas as unidades estratigráficas presentes no local, desde a mais antiga até a mais moderna, a partir da reunião do maior número de dados possíveis (dados bioestratigráficos, radiométricos, magneto estratigráficos, entre outros). Unidades Cronoestratigráficas Unidades Geocronológicas Eonotema Eon (Proterozóico, Arqueano, Hadeano, Fanerozóico) Eratema Era (ex: mesozóico, paleozóico, cenozóico etc) Sistema Período (ex: quaternário, paleogeno, triássico etc) Série Época (ex: superior ou inferior, holoceno, mioceno etc) Andar (ex: Fameniano ) Idade Análise de bacias » É o objectivo final de qualquer trabalho estratigráfico, cujo o desígnio é conhecer a geometria, a génese e a evolução de uma bacia sedimentar. Tipos de discordância Uma superfície de descontinuidade corresponde a uma grande lacuna de tempo, durante a qual ocorreram diversos ciclos de erosão. Continuidade – houve deposição contínua sem sofrer erosão (sem lacunas estratigráficas) Descontinuidade – Paragem da sedimentação por longo tempo, levando à erosão Discordância paralela (Desconformidade)» superfície irregular que separa duas camadas paralelas entre si. Tal superfície mostra evidências de ter sido gerada por desgaste/contato erosivo. Discordância angular » superfície irregular ou plana que separa duas camadas que não são paralelas entre si. Tal inclinação pode ser resultado do dobramento ou basculamento de camadas. A série inferior sofre tensões tectónicas que a superior não sofre Paraconformidade » superfície plana que separa duas sequências paralelas entre si, detectada unicamente através da observação de fósseis nas diferentes camadas. Bom contato. Terá havido um hiato. Inconformidade » sobreposição estratigráfica sobre um substrato cristalino, isto é, discordância entre uma sequência de rochas sedimentares e ígneas ou metamórficas de idade muito antiga. Evolução Paleoestratigráfica da Península iberica Pré-Cambriano Durante o proterozoico superior diversas cadeias de montanhas foram soerguidas, hoje completamente aplanadas. Ocorreu a separação do supercontinente Rodínia e a região da península ibérica estava muito mais a Sul no globo terrestre. Paleozóico Cambrico superior Ordovícico médio Silúrico médio Início da Orogenia Caledoniana. Os blocos continentais começam a dar origem à Gondwana Devónico inferior Orogenia Caledoniana; O superbloco continental Gondwana é formado. Carbonífero inferior Inicio da Orogenia Hercínica (Varisca). Inicio da formação do superbloco Laurentia. A europa apresentava clima tropical e era coberta por imensas florestas Carbonífero superior Orogenia varisca. A colisão de Gondwana e Laurentia-Baltica dá origem a Pangea Pérmico superior Orogenia varisca Mesozoico Triassico inferior Fim da Orogenia varisca; Fragmentacao da Pangea, abertura do oceano atlantico e Indico Jurassico inferior Período de relativa calmaria do ponto de vista orogênico. Jurassico superior Período de relativa calmaria do ponto de vista orogênico. Cretassico superior Fronteira K/T Extinção dos dinossauros A presença de iridio e magnetites niquelíferas de carater extra terrestre levou a postular a catástrofe cósmica levando a grande extinção em massa Cenozoico Paleogénico Inicio da orogenia Alpina; ocorre a extensão pré-alpino: (1) O oceano atlantico desloca-se para W, formando a crosta oceanica; (2) Ocorre a evolução do rift intracontinental lusitano para aulacógeno; (3) Ocorre a rotação da penínula ibérica; (4) Ocorre a abertura do Mar Cantábrico/Golfo da Gasconha; (5) Ocorre a implantação dos maciços de Sintra, Sines e Monchique Eoceno Médio Orogenia Alpina; ocorre a compressão pirenaica: (1) O enchimento da Bacia do Douro (anti-fossa da cadeia Pireno-Cantábrica); (2) A emersão da margem continental a Norte do acidente de Nazaré Mioceno Médio Orogenia Alpina; ocorre a compressão béltica: (1) Ocorre a elevação da Cordilheira Central (2) Enchimento das Bacias do Douro e do Tejo (3) Ocorrencia de Halocinese “thin-skinned”, ou Diapirismo, tectónica regional de tipo pelicular Plio-Plistoceno Orogenia Alpina; Idade do Gelo; Seis glaciações: (1) Ocorre a colisão continental (2) Fracturas frágeis NNE/SSW e NE/SW e Retoma de fracturas anteriores NW-SE e NNW/SSE Futuro Bacias Sedimentares e Regimes Tectónicos Ciclos Sistemas Bacias sedimentares Historico pangea, riftogenese Bacias de portugal Não ocorrendo falhas ou dobras na rocha, a camada mais antiga será aquela que está mais abaixo, e a mais recente a que está por cima. relacionado com este tema estão os princípios da horizontalidade dos estratos e sobreposição dos estratos, ambos concluídos por Nicolau Steno. Historia da estratigrafia Principios da estratigrafia Objetivos da estratigrafia https://www.youtube.com/watch?v=dESsJ-5AwaQ&feature=youtu.be&gclid=CjwKCAiAoqXQBRA8EiwAIIOWsntAUmVEVWadSFbCvPfOXb4aP5K3_VnmNeZTTtN0Dwwbfu5VaJXk6BoCsMwQAvD_BwE Epica - Seif al Din
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